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SEBRAE – Estúdio Fotográfico

Apresentação do Negócio
Estúdio fotográfico é um negócio que está relacionado a experiências divertidas,
eterniza a integração, estimula a criatividade, ativa as fantasias e cultua valores
familiares tradicionais.

Estúdio fotográfico permite uma ampla variedade de serviços. Dentre eles destacam-se:
a produção de fotografias para eventos e publicidade, fotos para documentos, álbuns
produzidos em estúdio, serviços de revelação, ampliação, revelação rápida (em até uma
hora), até a reprodução e recuperação de fotos antigas e ilustrações de livros técnicos.

Ampliar os serviços e agregar produtos ao estúdio transformando-o em loja, é uma


tendência que parece se impor no mercado. O estúdio alimenta a loja e vice-versa. A
permanência de clientes na loja estimula o desejo de comprar filmes, câmeras,
acessórios, álbuns, enfim todos os produtos do segmento de fotografia e impressão.

Outra tendência que apresenta boas perspectivas é a formação de uma rede de serviços
através de parcerias, ou seja, a ampliação do mercado do estúdio através da promoção
dos serviços de fotografia por outras lojas, em outros pontos da cidade.

Localização
A localização de um estúdio fotográfico é fator determinante para o sucesso do
empreendimento. Vários fatores influenciam na escolha do local, como: os produtos que
serão agregados através da loja, perfil do público-alvo, hábitos de compra, poder
aquisitivo, além da concorrência já instalada no local e na região.

A loja deve estar localizada em ruas de grande fluxo de pessoas e veículos, como
grandes avenidas e cruzamentos, para onde fluem pessoas de diversas regiões da cidade.
Para isso é necessário identificar no local os chamados pólos geradores de público,
representados por shopping center, supermercados, hipermercados, agências bancárias,
terminais de ônibus e/ou metrô, serviços públicos, hospitais, maternidades, parques,
clubes, instituições de ensino e outros que apresentem grande poder de atração de
pessoas.

Conveniência e proximidade são fatores fundamentais na escolha do consumidor.

Mercado
No passado, a explosão da fotografia colorida e das câmeras para amadores, houve a
proliferação dos minilabs, que hoje estão nos hipermercados e nos shopping centers, o
que pressionou os preços e fez as margens de rentabilidade caírem.
Com o crescimento da fotografia digital o empreendedor tem como opção a
configuração de lojas agregadas ao estúdio fotográfico, o que passa a ser uma ótima
opção para aumentar as receitas do empreendimento. O estúdio passa a ter um alto valor
agregado ao negócio, o que representa ampliação de receitas em oposição à cópia
digital, que está cada vez mais barata.

O charme de produzir álbuns com fotografias para jovens, retratos de crianças e fotos de
gestantes é uma experiência inovadora e demonstra que a fotografia em estúdio continua
tendo seu espaço. O ensaio fotográfico sempre teve seu charme especial e continuará
tendo. Um álbum bem elaborado tem alto valor entre as mulheres, pela capacidade de
eternizar fases importantes em suas vidas, seja individualmente, ou com seus filhos,
companheiros e/ou familiares em geral.

As mulheres representam 70% do público freqüentador das lojas e estúdios fotográficos.

Segundo José Mauro Batista, consultor e colunista da publicação brasileira Fhox,


especializada no setor, existem menos de cem estúdios fotográficos em todo o país,
enquanto que o potencial é de um mil e trezentos estúdios.

Exigências legais específicas


É necessário contratar um contador profissional para legalizar a empresa nos seguintes
órgãos:

- Junta Comercial;
- Secretaria da Receita Federal (CNPJ);
- Secretaria Estadual de Fazenda;
- Prefeitura do Município para obter o alvará de funcionamento;
- Enquadramento na Entidade Sindical Patronal (a empresa ficará obrigada a recolher
por ocasião da Constituição e até o dia 31 de janeiro de cada ano a Contribuição
Sindical Patronal);
- Cadastramento junto à Caixa Econômica Federal no sistema “Conectividade Social –
INSS/FGTS”;
- Corpo de Bombeiros Militar.

Além do cumprimento das exigências acima, é necessário pesquisar na Prefeitura


Municipal se a Lei de Zoneamento permite a instalação de estúdio fotográfico com
estacionamento no local.

O Sebrae local poderá ser consultado para orientação.

Estrutura
A estrutura de um estúdio fotográfico depende do investimento realizado pelo
empreendedor e poderá ser composto por uma área de atendimento e vendas, estúdio,
trocador, banheiro e administração.
Atendimento e vendas – É o local onde serão realizadas as vendas de produtos e deve,
também, contar com um espaço especial para atendimento específico aos clientes do
estúdio fotográfico. O atendimento aos clientes do estúdio deve oferecer boa sinalização
interna. Geralmente existe um balcão de atendimento direcionado exclusivamente para
clientes do estúdio. A área destinada para os serviços de fotografias deve ser bem
definida e separada das atividades da loja.

Estúdio – É o local de trabalho para a produção das fotografias e montagem dos álbuns.
Nele ficam os equipamentos e utensílios que serão utilizados.

Trocador – É neste local que os clientes que se preparam para a fotografia. É através de
pequenos detalhes, como lenço de papel, produtos de maquiagem, etc, que a empresa
demonstra os cuidados essenciais com a imagem do cliente. Outros itens que podem
constar no trocador são os complementos para compor a imagem desejada pelo cliente,
como: chapéus, plumas, brinquedos, fantasias e outros acessórios.

Banheiros – Devem estar localizados em ambiente próximo do estúdio e seu uso deve
ser exclusivo aos clientes do estúdio. Devem ser amplos, arejados, limpos e
confortáveis.

Administração – Nessa área estão localizadas as atividades administrativas direcionadas


à compra de mercadorias e insumos que compõem o estoque, controles financeiros e
acompanhamento do desempenho do negócio, pagamentos de fornecedores e gestão de
pessoas, além de outras que o empreendedor julgar necessárias.

Estacionamento – Se não houver disponibilidade permanente de vagas nas


proximidades, será necessário realizar convênio com estacionamento próximo.

Pessoal
A quantidade de profissionais está relacionada ao porte do empreendimento. Para um
estúdio fotográfico de pequeno porte pode-se começar com três colaboradores, sendo:
dois atendentes e um fotógrafo.

A atividade de caixa poderá ser executada pelo empresário ou por um dos atendentes.

Se houver loja agregada ao estúdio o empresário deverá dimensionar sua necessidade de


pessoal adicional.

O empreendedor deve contratar pessoas com experiência comprovada e com boas


referências de empregos anteriores. Caso prefira capacitar novos colaboradores, deverá
procurar cursos específicos existentes no mercado.

O bom atendimento ao cliente é um item que merece atenção especial.

O treinamento dos funcionários deve ter como objetivo o desenvolvimento das


seguintes competências:
- capacidade de percepção para entender as expectativas gostos e desejos dos clientes,
uma vez que a fotografia está relacionada a sentimentos e emoções;

- conhecimento da atividade, especialmente sobre o tipo de filmes e/ou máquinas, para


orientar os clientes;

- noções de vendas;

- relacionamento interpessoal;

- atendimento cortês, rápido e personalizado.

O empreendedor deverá participar de seminários, congressos e cursos direcionados ao


seu ramo de negócio, para manter-se atualizado e sintonizado com as tendências do
setor.

Deve-se estar atento para a Convenção Coletiva do Sindicato dos Trabalhadores nessa
área, utilizando-a como balizadora dos salários e orientadora das relações trabalhistas,
evitando, assim, conseqüências desagradáveis.

O Sebrae da localidade poderá ser consultado para aprofundar as orientações sobre o


perfil do pessoal e treinamentos adequados.

Equipamentos

São necessários os seguintes móveis e equipamentos:


- dois microcomputadores completos;
- uma impressora;
- duas linhas telefônicas – uma com canal ADSL;
- uma impressora de cupom fiscal;
- mesas, cadeiras, armários, estantes, de acordo com o dimensionamento das
instalações;
- gaveteiro para guardar dinheiro, cheques e tickets de cartões de débito e crédito;
- equipamento para recebimento através de cartões de débito e crédito – decisão do
empreendedor;
- prateleiras;
- balcão de atendimento;
- tela de fundo finito com suporte;
- baterias, cabos e outras instalações;
- refletores profissionais tipo guarda-chuva;
- duas câmeras fotográficas de 35 mm;
- uma máquina de médio formato;
- três flashs de 400W/Seg;
- um gerador de 1.200W/seg;
- acessórios (sombrinhas, soft, tripés, girafa, refletor, etc);
- minilab digital – decisão do empreendedor;
- equipamentos e utensílios para revelação e ampliação (processador de filmes, banheira
e bacias para produtos fotográficos);
- veículo – decisão do empreendedor.

O novo empresário poderá optar por não investir em equipamentos para revelação e
ampliação de fotografias, o que exigirá a terceirização dos serviços para um laboratório
de confiança que garanta a qualidade e prazos contratados.

Outra opção poderá ser a instalação de cabine para fotografias de meio corpo da pessoa
fotografada, para uso em documentos e para lembranças. Esse recurso existe a pronta
entrega, com iluminação embutida e calibrada.

Matéria Prima / Mercadoria


A base da matéria-prima utilizada no estúdio fotográfico são os insumos para a
fotografia, material para impressão e revelação.

Se houver loja em anexo, o empreendedor deverá decidir-se pelo mix de produtos que
irá compor a loja.

Organização do processo produtivo


Os processos de um estúdio fotográfico são divididos em:

1. Serviço de recepção e atendimento ao cliente – é o processo responsável pelo


primeiro contato com o cliente, quando será identificada sua demanda, elaborado o
orçamento do serviço pretendido e realizado o fechamento da venda. Após a realização
dos trabalhos, é nesse local que o cliente irá retirar o produto elaborado. Trabalhos com
maior grau de complexidade, elaborados para clientes especiais, poderão ser entregues
em domicílio.

2. Serviço de produção fotográfica – é o processo responsável pela execução dos


serviços contratados. Inicia-se com a pré-produção, onde são realizados os testes de
imagem. Após a escolha do cliente é realizada a produção efetiva da fotografia, com a
adequação do ambiente do estúdio e dos equipamentos necessários. Em algumas
situações o fotógrafo pode se deslocar para o cenário das imagens em um ambiente
externo escolhido pelo cliente.

3. Serviço de edição e impressão – é o processo responsável pela edição e preparação


das fotografias para a escolha do cliente. Nesta fase o fotógrafo escolhe as fotografias
de sua preferência e após a impressão em formato provisório, os envia ao cliente para
escolha final. Após a seleção pelo cliente as fotografias serão impressas em forma
definitiva e enviadas ao cliente através de protocolo de entrega.

4. Serviço administrativo – é o processo responsável pelo recebimento dos valores


contratados no orçamento e pela gerência e controle das atividades produtivas do
estúdio fotográfico. Geralmente é exercido pelo proprietário.
Canais de distribuição

O canal de distribuição é a própria loja. Alguns serviços podem ser realizados por
terceiros, como é o caso da entrega de produtos em domicílio.

Um bom site na internet poderá auxiliar muito no desempenho do estúdio e da loja,


promovendo produtos e serviços.

A prestação de serviços externos representa uma alternativa importante. Os serviços de


fotos para formaturas, casamentos, aniversários, congressos e outros eventos a serem
prospectados pelo empresário, certamente farão diferença no volume de negócios.

Automação

Há no mercado uma boa oferta de sistemas para gerenciamento de estúdios fotográficos.


Os softwares possibilitam o controle dos estoques, cadastro de clientes, serviço de mala
direta para clientes e potenciais clientes, controle de estoque de produtos, cadastro de
móveis e equipamentos, controle de contas a pagar e a receber, fornecedores, folha de
pagamento, fluxo de caixa, fechamento de caixa etc.

Investimentos
Investimento compreende todo o capital empregado para iniciar e viabilizar o negócio
até o momento de sua auto-sustentação. Pode ser caracterizado como:

- investimento fixo – compreende o capital empregado na compra de imóveis,


máquinas, equipamentos, móveis, utensílios, instalações, reformas, veículos (se for o
caso) etc;
- investimentos pré-operacionais – são todos os gastos ou despesas realizadas com
projetos, pesquisas de mercado, registro da empresa, projeto de decoração, honorários
profissionais e outros;
- capital de giro – é o capital necessário para suportar todos os gastos e despesas
iniciais, geradas pela atividade produtiva da empresa. Destina-se a viabilizar as compras
iniciais, pagamento de salários nos primeiros meses de funcionamento, impostos, taxas,
honorários de contador, despesas com vendas, financiamento de vendas a prazo, giro de
estoques e outros.

Para um pequeno estúdio fotográfico, o empreendedor terá que dispor de capital


suficiente para fazer frente aos seguintes itens de investimento:

- reforma e adaptação da loja - inclui placa de identificação e mecanismos de segurança;


- microcomputadores, software, impressora e impressora de cupom fiscal;
- infra-estrutura de comunicação – telefone, internet, site;
- móveis, estantes, balcões, prateleiras;
- equipamentos para instalação do estúdio;
- laboratório de revelação e ampliação de fotografias;
- despesas de registro da empresa, honorários profissionais, taxas etc;
- capital de giro para suportar o negócio nos primeiros meses de atividade.

Capital de giro
Capital de giro é um montante de recursos financeiros que a empresa precisa manter
para garantir a dinâmica do seu processo de negócio.

O capital de giro precisa de controle permanente, pois tem a função de minimizar o


impacto das mudanças no ambiente de negócios no qual a empresa atua.

O desafio da gestão do capital de giro deve-se, principalmente, à ocorrência dos fatores


a seguir:

- variação dos diversos custos absorvidos pela empresa;


- aumento de despesas financeiras, em decorrência das instabilidades desse mercado;
- aumento dos índices de inadimplência;
- altos níveis de estoques.

O empreendedor deverá ter um controle orçamentário rígido de forma a não consumir


recursos sem previsão.

O empresário deve evitar a retirada de valores além do pró-labore estipulado, pois no


início todo o recurso que entrar na empresa nela deverá permanecer, possibilitando o
crescimento e a expansão do negócio. Dessa forma a empresa poderá alcançar mais
rapidamente sua auto-sustentação, reduzindo as necessidades de capital de giro e
agregando maior valor ao novo negócio.

No caso de um estúdio fotográfico, o empresário deve reservar em torno de 30% do


total do investimento inicial para o capital de giro.

Custos
São todos os gastos realizados na produção de um bem ou serviço e que serão
incorporados posteriormente ao preço dos produtos ou serviços prestados, como:
aluguel, água, luz, salários, honorários profissionais, despesas de vendas, matéria-prima
e insumos consumidos no processo de produção.

O cuidado na administração e redução de todos os custos envolvidos na compra,


produção e venda de produtos ou serviços que compõem o negócio, indica que o
empreendedor poderá ter sucesso ou insucesso, na medida em que encarar como ponto
fundamental a redução de desperdícios, a compra pelo melhor preço e o controle de
todas as despesas internas. Quanto menores os custos, maior a chance de ganhar no
resultado final do negócio.

Os custos para abrir um estúdio fotográfico devem ser estimados considerando-se os


itens abaixo:

1. salários, comissões e encargos;


2. tributos, impostos, contribuições e taxas;
3. aluguel, taxa de condomínio, segurança;
4. água, luz, telefone e acesso a internet;
5. serviços de limpeza, higiene, manutenção e segurança;
6. assessoria contábil;
7. propaganda e publicidade da empresa;
8. aquisição de matéria-prima e insumos.

Diversificação / Agregação de valor


É fundamental a definição de um mix de produtos a serem agregados ao estúdio
fotográfico, para atrair mais clientes e ampliar as oportunidades de negócio.

Criatividade é fundamental, pois esse é um ramo que muda rapidamente criando novas
oportunidades, ou gerando novas dificuldades e ameaças. O empresário deverá estar
sintonizado com as tendências e promover adaptações rápidas para tirar proveito de
situações favoráveis.

O nicho de negócio de fotografias através de aparelhos de telefonia celular não é


absorvido pelos estúdios fotográficos. De maneira geral, os jovens procuram soluções
através da internet para a impressão de fotografias produzidas nos aparelhos celulares.
Esse é um público que responde favoravelmente às campanhas via internet.

Muitas empresas desse ramo estão trazendo clientes para seus estúdios através de
pacotes de promoções que estimulam revelações em grande escala, ou seja, quanto
maior a quantidade de fotografias, menor o preço.

Conhecer bem a clientela é importante e possibilita a oferta de promoções


personalizadas e diferenciadas da concorrência.

É importante pesquisar junto aos concorrentes para conhecer os serviços que estão
sendo adicionados e desenvolver opções específicas com o objetivo de proporcionar ao
cliente um produto diferenciado. Além disso, conversar com os clientes atuais para
identificar suas expectativas é muito importante para o desenvolvimento de novos
serviços ou produtos personalizados, o que amplia as possibilidades de fidelizar os
atuais clientes, além de cativar novos.
Divulgação

Os meios para divulgação de um estúdio fotográfico variam de acordo com o porte e o


público-alvo escolhido. Para um empreendimento de pequeno porte pode-se utilizar
panfletos, bem elaborados e direcionados a pessoas que freqüentam os estabelecimentos
próximos ao estúdio.

A utilização do telefone para contato com clientes e potenciais clientes, costuma ser
uma iniciativa que rende bons resultados. Através do telefone pode-se oferecer serviços
e divulgar produtos da loja de material fotográfico.

Na medida do interesse e das possibilidades, poderão ser utilizados anúncios em jornais


de bairro, jornais de grande circulação, rádio, revistas, outdoor e internet.

O marketing de massa é fundamental para tornar o estúdio fotográfico conhecido. Neste


sentido a melhor mídia é o rádio e a televisão.

A construção de site na internet representa uma possibilidade de comunicação muito


interessante, com a exposição de fotografias do ambiente, fotos e depoimentos de
clientes que autorizarem a publicação, além de ofertar produtos da loja. Se for do
interesse do empresário, uma loja virtual poderá realizar vendas via internet.

A promoção de vendas é uma estratégia bastante utilizada pelos empresários, incluindo:


descontos, brindes, estímulos para a compra de quantidades maiores etc.

Outros recursos poderão ser utilizados e, se for de interesse do empreendedor, um


profissional de marketing e comunicação poderá ser contratado para desenvolver
campanha específica.

Informações Fiscais e Tributárias

O segmento de estúdio fotográfico, assim entendido como as atividades de produção


fotográfica, como fotografia para passaportes, escolas, casamentos, poderá optar pelo
SIMPLES Nacional - Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e
Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (instituído
pela Lei Complementar nº 123/2006), por autorização do artigo 17, parágrafo 2º, caso a
receita bruta de sua atividade não ultrapassar R$ 240.000,00 (microempresa) ou R$
2.400.000,00 (empresa de pequeno porte) e respeitando os demais requisitos previstos
na Lei.

Nesse regime, o empreendedor poderá recolher os seguintes tributos e contribuições,


por meio de apenas um documento fiscal – o DAS (Documento de Arrecadação do
Simples Nacional):

- IRPJ (imposto de renda da pessoa jurídica);


- CSLL (contribuição social sobre o lucro);
- PIS (programa de integração social);
- COFINS (contribuição para o financiamento da seguridade social);
- ICMS (imposto sobre circulação de mercadorias e serviços) – se comercializar
mercadorias, como álbuns fotográficos, etc.;
- ISS (imposto sobre serviços de qualquer natureza); e,
- INSS (contribuição para a seguridade social).

Conforme o Anexo III da referida Lei Complementar nº 123/2006, as alíquotas do


SIMPLES Nacional, para o ramo de atividade de serviços prestados, vão de 6% até
17,42%, dependendo da receita bruta auferida pelo negócio. Se o empreendedor realiza
atividade de comercialização de produtos, como álbuns fotográficos (desde que previsto
nos atos de constituição do empreendimento), o Anexo I determina alíquotas entre 4%
até 11,61%. Havendo as duas atividades, cada receita específica deverá ser incluída no
Anexo pertinente. No caso de início de atividade no próprio ano-calendário da opção
pelo SIMPLES Nacional, para efeito de determinação da alíquota no primeiro mês de
atividade, o empreendedor utilizará, como receita bruta total acumulada, a receita do
próprio mês de apuração multiplicada por 12 (doze).

A opção de tributação pelo SIMPLES Nacional poderá ser amplamente vantajosa para o
segmento de negócio de estúdio fotográfico, motivo pelo qual sugerimos uma avaliação
cuidadosa do regime de tributação apresentado.

Ressalta-se que não estão permitidos no SIMPLES Nacional os serviços de fotografia


exerçam atividades concernentes à criação de material publicitário, diretamente
relacionadas às atividades de publicitário ou também ligadas a cursos; referidas
atividades sujeitam-se a tributação com base no lucro real ou presumido, conforme a
opção escolhida.

Para os serviços do parágrafo acima o segmento de negócio deverá optar por um dos
regimes de tributação abaixo:

Lucro Real: É o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões
ou compensações estabelecidas em nossa legislação. Este sistema é o mais complexo de
todos; entretanto, dependendo de uma série de fatores a serem avaliados, o lucro real
pode ser opção vantajosa para o segmento.

Alíquotas:

- IRPJ - 15% sobre a base de cálculo (lucro líquido). Haverá um adicional de 10% para
a parcela do lucro que exceder o valor de R$ 20.000,00, multiplicado pelo número de
meses do período. O imposto poderá ser determinado trimestralmente ou anualmente;
- CSLL - 9%, determinada nas mesmas condições do IRPJ;
- PIS - 1,65% - sobre a receita bruta total, compensável;
- COFINS – 7,6% - sobre a receita bruta total, compensável.

Lucro Presumido: É o lucro que se presume através da receita bruta de vendas de


mercadorias e/ou prestação de serviços. Trata-se de uma forma de tributação
simplificada utilizada para determinar a base de cálculo do Imposto de Renda (IRPJ) e
da Contribuição Social sobre o Lucro (CSLL) das pessoas jurídicas que não estiverem
obrigadas à apuração do lucro real. Nesse regime a apuração do imposto será feita
trimestralmente.
A base de cálculo corresponde a 32% da receita bruta para a atividade de centro de
estética. A alíquota é mesma determinada para o Lucro Real.

Alíquotas:

- IRPJ - 15% sobre a base de cálculo (após a aplicação do percentual sobre a receita
bruta). Haverá um adicional de 10% para a parcela do lucro que exceder o valor de R$
20.000,00, multiplicado pelo número de meses do período. O imposto poderá ser
determinado trimestralmente ou anualmente;
- CSLL - 9%, determinada nas mesmas condições do IRPJ;
- PIS - 0,65% - sobre a receita bruta total;
- COFINS – 3% - sobre a receita bruta total.

Já no caso das contribuições previdenciárias (tanto para o lucro real quanto para o lucro
presumido):

- INSS - Valor devido pela Empresa - 20% sobre a folha de pagamento de salários, pró-
labore e autônomos;
- Valor devido pelo Empresário e Autônomo - A empresa também deverá descontar e
reter na fonte, 11% da remuneração paga devida ou creditada a qualquer título no
decorrer do mês, ao autônomo e empresário (sócio ou titular), observado o limite
máximo do salário de contribuição (o recolhimento do INSS será feito através da Guia
de Previdência Social - GPS).

ISS – Calculado sobre a receita de prestação de serviços, varia conforme o município


onde o segmento estiver sediado.

Orienta-se ao empreendedor que atente ao tópico Exigências legais especificas, que


inclui as normas e regulamentos que devem ser atendidos para operacionalização dessa
atividade.

MICRO EMPREENDEDOR INDIVIDUAL – Se a receita bruta anual não ultrapassar a


R$ 36.000,00, o empreendedor poderá se enquadrar como empreendedor Individual –
MEI, ou seja, sem sócio. Neste caso, os recolhimentos dos tributos e contribuições serão
efetuados em valores fixos mensais conforme abaixo:

O empresário não precisa recolher os tributos acima (nem pelo sistema unificado),
exceto: ISS e ICMS independente do faturamento, quando devido de acordo com o
ramo de negócio, para este caso:

I - Sem empregado
• R$ 51,15 - a título de contribuição previdenciária do empreendedor
• R$ 5,00 - a título de ISS Imposto sobre serviço de qualquer natureza.
• R$ 1,00 a título de ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias.

II - Com um empregado
Neste caso o empreendedor recolherá mensalmente, além dos valores acima, os
seguintes percentuais:
• Retém do empregado 8% de INSS sobre a remuneração;
• Desembolsa 3% de INSS patronal sobre a remuneração do empregado.
Conclusão: Para este segmento, tanto como LTDA quanto MEI, a opção pelo Simples
Nacional sempre será muito vantajosa sobre o aspecto tributário, bem como nas
facilidades de abertura do estabelecimento e para cumprimento das obrigações
acessórias.

Fundamento Legal: Leis Complementares 123/2006, 127/2007, 128/2008 e Resoluções


do CGSN – Comitê Gestor do Simples Nacional.

Dicas do Negócio
- É importante, para se tornar mais competitivo, dimensionar o conjunto de serviços que
serão agregados; avaliar o custo–benefício desses serviços é vital para a sobrevivência
do negócio, porque pode representar um elevado custo sem geração do mesmo volume
de receitas.

- Investir na qualidade global de atendimento ao cliente, ou seja: qualidade do serviço,


ambiente agradável, profissionais atenciosos, respeitosos e interessados pelo cliente,
além de comodidades adicionais com respeito a estacionamento.

- Procurar fidelizar a clientela com ações de pós-venda, como: remessa de cartões de


aniversário, comunicação de novos serviços e novos produtos ofertados, contato
telefônico lembrando de eventos e promoções.

- A presença do proprietário em tempo integral é fundamental para o sucesso do


empreendimento.
- O empreendedor deve estar sintonizado com a evolução do setor, pois esse é um
negócio que requer inovação e adaptação constantes, em face das novas tendências que
surgem dia-a-dia.

- Os empregados devem participar de cursos de aperfeiçoamento, congressos e


seminários, para garantir a atualização do estúdio fotográfico.

Características específicas do empreendedor


O empreendedor envolvido com atividades relacionadas à fotografia precisa adequar-se
a um perfil arrojado e comprometido com a evolução acelerada de um setor altamente
disputado pela concorrência. É aconselhável uma auto-análise para verificar qual a
situação do futuro empreendedor frente a esse conjunto de características e identificar
oportunidades de desenvolvimento. A seguir, algumas características desejáveis ao
empresário desse ramo:

- Ter paixão pela atividade e conhecer bem o ramo de negócio.


- Pesquisar e observar permanentemente o mercado em que está instalado, promovendo
ajustes e adaptações no negócio.
- Ter atitude e iniciativa para promover as mudanças necessárias.
- Acompanhar o desempenho dos concorrentes.
- Saber administrar todas as áreas internas da empresa.
- Saber negociar, vender benefícios e manter clientes satisfeitos.
- Ter visão clara de onde quer chegar.
- Planejar e acompanhar o desempenho da empresa.
- Ser persistente e não desistir dos seus objetivos.
- Manter o foco definido para a atividade empresarial.
- Ter coragem para assumir riscos calculados.
- Estar sempre disposto a inovar e promover mudanças.
- Ter grande capacidade para perceber novas oportunidades e agir rapidamente para
aproveitá-las.
- Ter habilidade para liderar a equipe de profissionais do estúdio fotográfico.

Fonte: http://www.sebrae.com.br/

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