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1. O P R O B L E M A E SUA D E F I N I Ç Ã O

Todos os diversos campos da atividade humana estão hgados ao


uso da linguagem. Compreende-se perfeitamente que o caráter e as
formas desse uso sejam tão multiformes quanto os campos da ativida-
de humana, o que, é claro, não contradiz a unidade nacional de uma
língua. O emprego da língua efetua-se em forma de enunciados* (orais
e escritos) concretos e únicos, proferidos pelos integrantes desse ou da-
quele campo da atividade humana. Esses enunciados refletem as con-
dições específicas e as finalidades de cada referido campo não só por
seu conteúdo (temático) e pelo estilo da linguagem, ou seja, pela sele-
ção dos recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais da língua mas,
acima de tudo, por sua construção composicional. Todos esses três ele-
T

* Bakhtin emprega o termo viskdzivanie, derivado do infinitivo viskdzivat, que significa


ato de enunciar, de exprimir, transmitir pensamentos, sentimentos, etc. em palavras.
O p r ó p r i o autor situa viskdzivanie no campo da parole saussuriana. E m Marxismo e
filosofia da linguagem (Hucitec, S ã o Paulo), o mesmo termo aparece traduzido como
"enunciação" e "enunciado". Mas Bakhtin n ã o faz d i s t i n ç ã o entre enunciado e enun-
ciação, ou melhor, emprega o termo viskdzivanie quer para o ato de p r o d u ç ã o do discur-
so oral, quer para o discurso escrito, o discurso da cultura, u m romance j á publicado
e absorvido por u m a cultura, etc. Por essa razão, resolvemos n ã o desdobrar o termo
(já q u é o p r ó p r i o autor n ã o o fez!) e traduzir viskdzivanie por enunciado. ( N . do T . )

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