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Além disso, as pessoas que possuem dependência química têm maiores taxas de
prevalência de depressão, ansiedade e transtornos de personalidade, quando comparadas
a outras pessoas na população em geral.
Assim, uma pessoa com dependência química enfrenta diversas outras dificuldades, que
vão desde a ruptura de relacionamentos, danos cerebrais, prisão, e, inclusive, a morte.
As pesquisas demonstram que o tratamento de dependência pode ser tão bem sucedido
como o de condições como hipertensão, diabetes ou asma.
No entanto, pessoas com dependência química podem ser difíceis de avaliar e de tratar
por uma série de razões.
Uma das técnicas utilizadas na terapia cognitiva é abordar as crenças disfuncionais. Por
exemplo, é comum os pacientes chegarem ao consultório e negarem que precisam de
ajuda ou que são dependentes. Essa é a crença do: “eu paro quando eu quiser”!
Existem também crenças disfuncionais presentes nos familiares, como por exemplo: “o
meu companheiro não gosta de ficar em casa, por isso ele fica bebendo com os amigos”.
Outra crença limitante é: “meu filho é um doente, por isso ele não se recupera”, ou
meu filho possui uma má índole, por isso ele escolheu usar drogas”.
Você pode ter certeza que ninguém escolhe ser dependente químico. O que acontece é
que a pessoa começou a experimentar uma substância, mas ninguém quer ficar
dependente químico.
Existe também essa crença que a pessoa quer permanecer dependente química: “é
sacanagem, é falta de vontade”!.
Muitas pessoas possuem a crença de que basta o dependente químico ser internado que
o problema está resolvido. A internação pode ser uma medida necessária no tratamento,
mas a internação não é o tratamento.
É importante você separar a pessoa do sintoma que ela possui. Muitas vezes nós vemos
como se a dependência química fosse o próprio indivíduo.
Ele não é “o dependente químico”. Ele é seu filho, seu marido, companheiro, seu pai.
A essência dessa pessoa continua a mesma. Ele não nasceu dependente químico.
No tratamento é importante destacar que nós estamos sempre aprendendo algo e que nós
precisamos comemorar os pequenos avanços.
A pessoa quando passa por um processo de mudança na forma de pensar, ela pode até
recair, mas ela já não é mais a mesma pessoa. Ela já passou a encarar o uso de
substâncias de uma outra maneira.
Mas, muitas vezes, tudo o que a família faz é ficar criticando, criticando, nunca há um
elogio pelo progresso.
Nós sabemos que pode ser difícil motivar essas pessoas para prosseguirem no
tratamento, especialmente durante a dependência ativa.
Por isso, os profissionais de saúde que tratam de pessoas com dependência química
devem estar preparados para adaptar uma abordagem de tratamento a cada indivíduo.
De qualquer forma, nós sabemos que a terapia cognitiva é uma abordagem eficaz no
tratamento da dependência química, mas a gente sabe que nem todos os pacientes se
beneficiam esse tipo de tratamento.
É verdade que uma pessoa com dependência química enfrenta muitos desafios e,
possivelmente, algumas consequências do uso abusivo.