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MOTORES ELÉTRICOS
ASSÍNCRONOS
DE
ALTA TENSÃO
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 5
1. HISTÓRICO DA MÁQUINA ELÉTRICA GIRANTE ......................................................................... 6
1.1. EVOLUÇÃO DO MOTOR ELÉTRICO ........................................................................................... 7
2. NOÇÕES FUNDAMENTAIS........................................................................................................... 9
2.1. MOTORES ELÉTRICOS............................................................................................................. 9
2.2. SISTEMA DE CORRENTE ALTERNADA TRIFÁSICA ..................................................................... 9
2.2.1. Ligações no Sistema Trifásico ...................................................................................... 9
2.3. MOTOR DE INDUÇÃO TRIFÁSICO .......................................................................................... 11
2.4. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO .......................................................................................... 12
2.4.1. Campo Girante ......................................................................................................... 12
2.4.2. Velocidade Síncrona.................................................................................................. 13
2.4.3. Escorregamento ....................................................................................................... 14
2.4.4. Conjugado e Potência ............................................................................................... 14
2.4.4.1. Relação entre conjugado e potência............................................................ 15
2.4.5. Rendimento.............................................................................................................. 15
2.4.6. Fator de Potência ..................................................................................................... 15
2.4.7. Corrente Nominal (A) ................................................................................................ 15
2.4.8. Energia e Potência Elétrica ........................................................................................ 16
2.4.8.1. Circuitos de corrente alternada ................................................................... 16
2.4.8.2. Potências aparente, ativa e reativa.............................................................. 17
2.4.8.3. Triângulo de potências (carga indutiva)....................................................... 17
2.5. DEFINIÇÕES......................................................................................................................... 17
2.5.1. Freqüência ............................................................................................................... 17
2.5.2. Tensão Máxima (VMáx)............................................................................................... 17
2.5.3. Corrente Máxima (IMáx) ............................................................................................. 17
2.5.4. Valor Eficaz de Tensão e Corrente (Vef e Ief) ............................................................... 17
2.5.5. Defasagem (φ) ......................................................................................................... 17
3. CARACTERÍSTICAS DA REDE DE ALIMENTAÇÃO ..................................................................... 18
3.1. TENSÃO NOMINAL ................................................................................................................ 18
3.1.1. Tensão da Rede de Alimentação em Função da Potência do Motor .............................. 18
3.2. FREQÜÊNCIA NOMINAL......................................................................................................... 18
3.2.1. Ligação em Freqüências Diferentes ............................................................................ 18
3.3. TOLERÂNCIA NA VARIAÇÃO DE TENSÃO E FREQÜÊNCIA ........................................................ 18
4. MOTORES DE ALTA TENSÃO WEG ............................................................................................ 20
4.1. NORMAS APLICÁVEIS............................................................................................................ 20
4.2. ORIENTAÇÃO PARA SELEÇÃO DE MOTORES........................................................................... 21
4.2.1. Linha Master "M" ...................................................................................................... 21
4.2.2. Linha High Performance "H" ...................................................................................... 22
4.2.3. Linha AGA ................................................................................................................ 23
5. CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE........................................................................................... 24
5.1. ALTITUDE ............................................................................................................................ 24
5.2. TEMPERATURA AMBIENTE .................................................................................................... 24
5.3. DETERMINAÇÃO DA POTÊNCIA ÚTIL DO MOTOR NAS DIVERSAS COMBINAÇÕES DE
TEMPERATURA E ALTITUDE......................................................................................................... 24
5.4. ATMOSFERA AMBIENTE ........................................................................................................ 25
5.4.1. Ambientes Agressivos ............................................................................................... 25
5.4.2. Ambientes Contendo Poeiras ou fibras ....................................................................... 25
5.4.3. Locais em que a Ventilação do Motor é Prejudicada .................................................... 25
5.4.4. Ambientes Perigosos................................................................................................. 25
5.4.4.1. Áreas de risco ............................................................................................ 25
5.4.4.2. Atmosfera Explosiva ................................................................................... 25
5.4.4.3. Classificação das áreas de risco .................................................................. 25
5.4.4.4. Classes de temperatura .............................................................................. 26
5.4.4.5. Equipamentos para Áreas de Risco.............................................................. 27
5.5. GRAUS DE PROTEÇÃO .......................................................................................................... 28
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DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
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DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
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DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
INTRODUÇÃO
Este curso tem por objetivo permitir aos profissionais conhecer e saber o que é necessário para
especificar um motor de corrente alternada (CA) de indução de alta tensão, compreender o funcionamento, os
tipos de acionamentos, os tipos de motores e o dimensionamento destes em função dos tipos de carga. Serão
abordadas as características construtivas, instalação, regime de serviço, aplicações, tipos de ensaios, normas e
outros.
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DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
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DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
motor de corrente alternada entrou, em 1889, com antecessor em 1891. Confrontando-se os dados de
o pedido de patente de um motor trifásico com catálogos de diferentes fabricantes, em diferentes
rotor de gaiola. O motor apresentado tinha uma épocas, pode-se constatar que houve uma redução
potência de 80 watts, um rendimento aproximado de peso e, conseqüentemente, redução do tamanho
de 80% em relação à potência consumida e um construtivo do motor (para uma mesma potência)
excelente conjugado de partida. As vantagens do de aproximadamente 20% a cada década,
motor com rotor de gaiola em relação ao de excetuando as duas últimas, nas quais a redução foi
corrente contínua eram marcantes: construção mais menos acentuada. Isto mostra a necessidade de
simples, silencioso, menor manutenção e alta revisão periódica das normas, para assim adaptar a
segurança em operação. Dobrowolsky desenvolveu, relação entre potências e carcaças aos tamanhos
em 1891, a primeira fabricação em série de motores alcançados através do desenvolvimento tecnológico.
assíncronos, nas potências de 0,4 a 7,5kW. Esta evolução tecnológica é caracterizada
principalmente, pelo desenvolvimento de novos
materiais isolantes, os quais suportam temperaturas
1.1. EVOLUÇÃO DO MOTOR ELÉTRICO mais elevadas.
Atualmente os motores elétricos estão presentes
O desenvolvimento de condutores esmaltados, dos em praticamente todas as instalações industriais,
papéis ou filmes isolantes sintéticos, das chapas comerciais e residenciais.
magnéticas, das ligas de alumínio e dos materiais Exemplos são os minúsculos motores que acionam
plásticos contribuíram notoriamente para a redução os discos rígidos dos computadores, a infinidade de
da relação peso x potência dos motores elétricos motores que acionam nossos eletrodomésticos e os
como mostra a figura 1.1. gigantes motores que movimentam bombas,
Observando-se o peso de um motor de mesma compressores, ventiladores, moinhos, extrusoras e
potência no decorrer do tempo, podemos verificar outras infinidades de aplicações.
que o motor atual tem apenas 8% do peso do seu
Figura 1.1. - Evolução do motor trifásico AEG - Relação - Peso/Potência (motor trifásico de 4kW e 02 pólos).
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DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
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DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
2. NOÇÕES FUNDAMENTAIS
Vantagens:
Limpeza e simplicidade de comando;
Construção simples e custo reduzido;
Grande versatilidade de adaptação às cargas dos
mais diversos tipos.
a) Ligação Triângulo:
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DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
Exemplo: Temos um sistema trifásico equilibrado mesmo modo que na ligação triângulo.
de tensão nominal 4160V. A corrente de linha (IL) Examinando o esquema da figura 2.4 (b) vê-se que:
medida é 50A. Ligando a este sistema uma carga 1) A corrente em cada fio da linha, ou corrente de
trifásica composta de três cargas iguais ligadas em linha (I1 ou IL), é a mesma corrente da fase à
triângulo, qual a tensão e a corrente em cada uma qual o fio está ligado, ou seja, IL=If.
das cargas? 2) A tensão entre dois fios quaisquer do sistema
trifásico é a soma gráfica figura 2.4 (c) das
Temos Vf = VL = 4160V em cada uma das cargas. tensões das duas fases as quais estão ligados os
Se IL = I1 = 3 . If , então fios considerados, ou seja,
If = 0,577 . I1 = 0,577 . 50 = 28,87 A VL=Vf . 3 .
em cada uma das cargas.
Exemplo: Temos uma carga trifásica composta de
b) Ligação Estrela: três cargas iguais, cada carga é feita para ser ligada
Ligando um dos fios de cada sistema monofásico a a uma tensão de 2400V, absorvendo 28,87A. Qual a
um ponto comum aos três, os três fios restantes tensão nominal do sistema trifásico que alimenta
formam um sistema trifásico em estrela, como esta carga em suas condições normais (2400V e
mostra a figura 2.4 (a). 28,87A) e qual a corrente de linha (I1)?
Às vezes, o sistema trifásico em estrela é "a quatro Temos Vf = 2400V (nominal de cada carga)
fios" ou "com neutro acessível". V1 = 3 . 2400V = 4160V
O quarto fio é ligado ao ponto comum as três fases.
I1 = If = 28,87A.
A tensão de linha, ou tensão nominal do sistema
trifásico, e a corrente de linha são definidos do
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DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
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DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
C = Ps 02 3600 3000
ωs 04 1800 1500
Onde: 06 1200 1000
C = conjugado nominal (Nm); 08 900 750
Ps = potência saída nominal (kW); 10 720 600
ωs = velocidade angular (radianos por segundo). Tabela 2.1 - Velocidades Síncronas.
Por sua vez a "potência de saída" do motor Para motores de dois pólos, o campo percorre uma
depende das perdas totais no motor, que são: volta a cada ciclo. Assim, os graus elétricos
Perdas totais no cobre do estator; equivalem aos graus mecânicos.
Perdas totais no cobre do rotor; Para motores com mais de dois pólos, teremos de
Perdas por atrito e ventilação; acordo com o número de pólos, um giro
Perdas no ferro. "geométrico" menor, sendo inversamente
proporcional a 360° em dois pólos.
Por exemplo, para um motor de seis pólos teremos,
2.4.2. Velocidade Síncrona em um ciclo completo, um giro do campo de 360° *
2/6 = 120° geométricos. Isto equivale, logicamente,
A velocidade síncrona do motor é definida pela a 1/3 da velocidade em dois pólos. Conclui-se,
velocidade de rotação do campo girante, a qual assim, que:
depende do número de pólos (2p) do motor e da
freqüência (f) da rede, em ciclos por segundo Graus elétricos = Graus mecânicos x Número de
(Hertz). pólos.
Os enrolamentos podem ser construídos com um ou
mais pares de pólos, que se distribuem
alternadamente (um "norte" e um "sul") ao longo
da periferia do núcleo magnético.
O campo girante percorre um par de pólos (p) a
cada ciclo. Assim, como o enrolamento tem pólos
ou pares de pólos, a velocidade do campo será:
60 . f 120 . f
ns = = [rpm]
p 2p
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DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
Figura 2.9. - Circuito equivalente motor indução trifásico usado pela Weg Máquinas (por fase).
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P P(kW) . 1000
cos ϕ = =
S 3 . V .I
Figura 2.10. - Conjugado.
C = F .l
Onde:
C = conjugado [Nm]
F = força [N]
l = distância da aplicação da força [m]
Potência:
É a energia elétrica que o motor absorve da rede de
alimentação, transformando-a em energia mecânica
na ponta do eixo. Figura 2.11. - Ângulo do fator de potência (cosϕ).
No caso de motores de indução, por ser uma carga
indutiva e resistiva, este absorverá uma potência
"aparente", isto é, uma parcela de corrente 2.4.7. Corrente Nominal (A)
fornecerá potência útil (kW) e a outra parcela serve
para magnetização, chamada potência reativa. É a corrente que o motor absorve da rede quando
Sendo a potência dada pela seguinte forma: funciona à potência nominal, sob tensão e
freqüência nominais. O valor da corrente nominal
P= 3 . V . I . cos ϕ . η depende do rendimento (η), do fator de potência
(cosϕ), da potência e da tensão do motor:
2.4.5. Rendimento
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DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
Embora a energia seja uma coisa só, ela pode se Assim, a potência total, para ambas as ligações,
apresentar de formas diferentes. Se ligarmos uma será:
resistência a uma rede elétrica com tensão, passará P = 3 . V .I [W]
uma corrente elétrica que irá aquecer a resistência.
A resistência absorve energia e a transforma em
calor, que também é uma forma de energia. Um Esta expressão vale para a carga formada por
motor elétrico absorve energia elétrica da rede e a resistências, onde não há defasagem entre a tensão
transforma em energia mecânica disponível na e a corrente.
ponto do eixo.
b) Cargas reativas:
Para as "cargas reativas", ou seja, onde existem
2.4.8.1. Circuitos de corrente alternada defasagem entre tensão e corrente, como é o caso
dos motores elétricos de indução, esta defasagem
a) Cargas resistivas: tem que ser levada em consideração, sendo assim,
No caso de "resistência", quanto maior a tensão da a expressão fica:
rede, maior será a corrente (para uma resistência P = 3 . V . I . cos ϕ [W]
constante) e mais depressa a resistência irá se
aquecer. Isto quer dizer que a potência elétrica será A unidade de medida usual para potência elétrica é
maior. A potência elétrica absorvida da rede, no o Watt (W), correspondente a 1 Volt vezes 1
caso da resistência, é calculada multiplicando-se a Ampère, ou seu múltiplo, o Quilowatt = 1000
tensão da rede pela corrente. Se a resistência, ou Watts. Esta unidade também é usada para medida
''carga'' for monofásica. de potência mecânica.
P = V .I [W] A unidade de medida usual para energia elétrica é o
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DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
Evidentemente, para as cargas resistivas, cosϕ = 1 É o valor "de pico" da tensão, ou seja, o maior valor
a potência ativa é a mesma potência aparente. A instantâneo atingido pela tensão durante um ciclo
unidade de medida para potência é o volt-ampère (este valor é atingido duas vezes por ciclo, uma vez
(VA) ou seu múltiplo, o quilo-Volt-Ampère (kVA). positivo e uma vez negativo). É o valor máximo da
senoide.
b) Potência ativa (P):
É a parcela da potência aparente que realiza
trabalho, ou seja, que é transformada em energia. 2.5.3. Corrente Máxima (IMáx)
P = 3 . V . I . cos ϕ [W]
É o valor "de pico" da corrente.
ou,
P = S . cos ϕ [W]
2.5.4. Valor Eficaz de Tensão e Corrente (Vef
c) Potência reativa (Q): e Ief)
É a parcela da potência aparente que "não" realiza
trabalho. Apenas é transferida e armazenada nos É o valor da tensão e corrente contínuas que
elementos passivos (capacitores e indutores) do desenvolvem potência correspondente a
circuito. desenvolvida pela corrente alternada. É o valor
Q = 3 . V . I . senϕ [VAr] máximo dividido por raiz de dois:
ou,
VM
Q = S . senϕ [VAr]
V= e I = IM
2 2
2.4.8.3. Triângulo de potências (carga
indutiva) 2.5.5. Defasagem (φ)
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DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
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DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
1,10
Ainda, quanto aos limites de tensão e freqüência, a motivo a NBR recomenda o não funcionamento
norma define um acréscimo na elevação de prolongado na periferia da zona B), entretanto a
temperatura ou na temperatura total do motor norma não estabelece os limites. Assim sendo, o
quando há uma variação simultânea da tensão e da motor deve ser capaz de funcionar dentro das
freqüência. Para as condições de operação nos zonas A e B, fornecendo conjugado nominal.
limites da zona A (ver figura 3.2), as
elevações de temperatura e a temperatura O efeito "aproximado" da variação da tensão sobre
total podem exceder em aproximadamente as características do motor é mostrado na tabela
10K os limites especificados, em contra partida abaixo. Esses valores podem variar de motor para
o motor deve assegurar o seu conjugado nominal. motor ou de um motor pequeno para um grande,
Quanto as características de desempenho, elas ou ainda, de um tipo de refrigeração para outro.
podem sofrer variações (tanto na zona A quanto na Ver tabela 3.1:
zona B - mais acentuada nesta última, por este
Desempenho do Tensão 20% acima Tensão 10% acima Tensão 10% abaixo
Motor da nominal da nominal da nominal
Conjugado de partida aumenta 44% aumenta 21% diminui 19%
Corrente de partida aumenta 25% aumenta 10 a 12% diminui 10 a 12%
Corrente de plena carga diminui 11% diminui 7% aumenta 11%
Escorregamento diminui 30% diminui 17% aumenta 23%
Rotação aumenta 1,5% aumenta 1% diminui 1,5%
Rendimento pequeno aumento aumenta 1% diminui 2%
Fator de potência diminui 5 a 15% diminui 3% aumenta 1%
Temperatura diminui 5°C diminui 3°C aumenta 6°C
Ruído magnético sem carga aumento perceptível ligeiro aumento ligeira diminuição
Tabela 3.1. - Efeito aproximado da variação de tensão sobre as características do motor.
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DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
As máquinas são projetadas, fabricadas e testadas segundo as Normas ABNT, IEC, NEMA, DIN entre outras,
onde aplicáveis:
Entrada Normativa 1)
Assunto ABNT NEMA DIN / VDE CSA
IEC
(NBR) (EUA) Alemanha Canadá
DIN EN 60034-1
60034-1 7094 MG 1 C 22.2
Especificação DIN EN 60034-12
60034-12 Parte 1, 10 e 20 Nº 100
DIN VDE 0530-8
Padronização 5432 MG 1 DIN 42673-1
60072 2)
Dimensões Parte 4 e 11 DIN 42677-1
5383-1 MG 1 DIN EN 60034-2 C 22.2
Método de Ensaio 60034-2
Parte12 DIN VDE 0530-8 Nº 100
MG 1
Formas construtivas 60034-7 5031 DIN EN 60034-7 2)
Parte 4
MG 1
Graus de proteção 60034-5 9884 DIN EN 60034-5 2)
Parte 5
Métodos de MG 1
60034-6 5110 DIN EN 60034-6 2)
resfriamento Parte 6
MG 1
Limites de vibração 60034-14 7094 DIN EN 60034-14 2)
Parte 7
MG 1
Nível de ruído 60034-9 7565 DIN EN 60034-9 2)
Parte 9
Padronização MG 1 DIN 42673-1
8441 2)
Potência x Carcaça 60072 Parte 13 DIN 42677-1
Equipamento elétrico 60079- 0
para atmosferas 60079-10
9518 C22.2N.145M
explosivas 60079-14
Proteção Ex-n 6079-15
5363
Proteção Ex-d 60079- 1
EB 239
Tabela 4.1. - Correspondência numérica entre normas de motores de indução.
NOTAS:
1) A correspondência indicada não significa que as normas são equivalentes;
2) Adotam as normas CEMA - equivalentes às normas NEMA.
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DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
A linha de motores de indução "M" é fabricada da carcaça 280 até 1800, normalmente até 14 pólos (com
fabricação possível em carcaça e polaridades maiores), tensões variando de 220V a 13,8 kV com potências de
100 a 50.000 kW, atendendo as exigências das normas citadas anteriormente nas suas últimas versões.
M G F 560 A
LINHA DO MOTOR
M - Linha Master
TIPO DO ROTOR
G - Gaiola
A - Anel (Bobinado)
SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO
NOTA:
As potências descritas nos catálogos WEG são válidas para as seguintes condições:
• Temperatura ambiente até 40ºC;
• Altitude da instalação até 1000m;
• Freqüência de 60Hz;
• Fator de serviço = 1.0;
• Partida com tensão plena;
• Regime de serviço S1 (contínuo);
• Elevação de temperatura 80ºC.
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DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
A linha de motores de indução "H" é fabricada da carcaça 315 até 630, normalmente até 14 pólos e tensão
variando de 220V a 6,9 kV com potências de 100 a 3150kW, atendendo as exigências das normas citadas
anteriormente nas suas últimas versões.
TIPO DO ROTOR
G - Gaiola
SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO
F – Fechado e aletado (Ventilação Externa)
NOTA:
As potências descritas nos catálogos WEG são válidas para as seguintes condições:
• Temperatura ambiente até 40ºC;
• Altitude da instalação até 1000m;
• Freqüência de 60Hz;
• Fator de serviço = 1.0;
• Partida com tensão plena;
• Regime de serviço S1 (contínuo);
• Elevação de temperatura 80ºC.
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DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
A linha de motores de indução "AGA" é fabricada nas carcaças 280 e 315, em 2 e 4 pólos, e tensão até 440V
com potências de 100 a 500kW, atendendo as exigências das normas citadas anteriormente nas suas últimas
versões.
LINHA DO MOTOR
A - Linha Aberto
TIPO DO ROTOR
G - Gaiola
SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO
NOTA:
As potências descritas nos catálogos WEG são válidas para as seguintes condições:
• Temperatura ambiente até 40ºC;
• Altitude da instalação até 1000m;
• Freqüência de 60Hz;
• Fator de serviço = 1.0;
• Partida com tensão plena;
• Regime de serviço S1 (contínuo);
• Elevação de temperatura 80ºC.
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DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
5.1. ALTITUDE
5.3. DETERMINAÇÃO DA POTÊNCIA
Motores funcionando em altitudes acima de 1000m ÚTIL DO MOTOR NAS DIVERSAS
acima do nível do mar, apresentam problemas de COMBINAÇÕES DE TEMPERATURA E
aquecimento causado pela rarefação de ar e, ALTITUDE
conseqüentemente, diminuição de seu poder de
arrefecimento. Associando os efeitos da variação da temperatura e
A insuficiente troca de calor entre o motor e o ar da altitude, a capacidade de dissipação da potência
circundante, leva a exigência de redução de perdas, de perdas do motor pode ser obtida multiplicando-
o que significa, também, redução de potência. se a potência útil (ou a potência nominal a 40°C e
Os motores têm aquecimento diretamente 1000m) pelo fator de multiplicação obtido na tabela
proporcional às perdas e estas variam, 5.1 abaixo:
aproximadamente, numa razão quadrática com a
potência. H
1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000
T
Existem três soluções possíveis para instalação e 10 - - - - - - 0,99
um motor acima de 1000m do nível do mar, se
15 - - - - - 1,00 0,94
dimensionado para 1000m e 40°C:
a) Com o uso de material isolante de classe 20 - - - - 1,00 0,95 0,90
superior, é possível tirar a potência original; 25 - - - 1,00 0,96 0,90 0,85
b) Usar motores com fator de serviço maior que
30 - - 1,00 0,96 0,90 0,86 0,81
1,0 (1,15 ou maior), desde que seja requerida
pela carga somente a potência nominal do 35 - 1,00 0,95 0,90 0,85 0,81 0,77
motor; 40 1,00 0,95 0,90 0,85 0,80 0,76 0,72
c) Reduzir em 1% a potência requerida para cada
45 0,94 0,89 0,84 0,80 0,76 0,72 0,68
100m de elevação na altitude acima de 1000m,
isto para a mesma temperatura ambiente. 50 0,88 0,83 0,79 0,75 0,71 0,67 0,64
55 0,82 0,77 0,73 0,70 0,66 0,63 0,60
60 0,76 0,72 0,68 0,65 0,62 0,59 0,56
Tabela 5.1 - Fator de multiplicação da potência útil
em função da temperatura ambiente (T) em "°C" e
de altitude do nível do mar (H) em "m".
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DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
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DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
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DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
Encapsulado em IEC
Partes que podem causar centelhas ou Zonas
Resina Ex-m 60031-19
alta temperatura se situam em resina. 1e2
( ** )
Invólucro
Invólucro com fechamento hermético Zonas IEC-60031
Hermético Ex-h
(por fusão do material). 1e2
( ** )
Dispositivo ou circuito que em
condições normais ou anormais de NBR-8447
Segurança Zonas
Ex-i operação não possuem energia IEC
Intrínseca ( ** ) 1e2
suficiente para inflamar a atmosfera 60079-11
explosiva.
Tabela 5.6. - Equipamentos para área de risco. (** Não se aplica a motores da Weg Máquinas)
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DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
De acordo com a norma NEC, a relação dos O segundo algarismo indica o grau de proteção
equipamentos está mostrada no quadro abaixo: contra penetração de água no interior do motor,
como mostra a tabela 5.9 a seguir:
NEC
2º ALGARISMO
Divisão Equipamentos com tipo de proteção: ALGARISMO INDICAÇÃO
I Ex-d, Ex-p, Ex-i e Ex-o
0 Sem proteção
• Qualquer equipamento certificado
1 Pingos de água na vertical
para divisão I;
Divisão • Equipamentos incapazes de gerar Pingos de água até a inclinação
2
II faíscas ou superfícies quentes em de 15º com a vertical
invólucros de uso geral: não Água de chuva até a inclinação
3
acendíveis. de 60º com a vertical
Tabela 5.7. - Seleção dos equipamentos segundo 4 Respingos de todas as direções
NEC. Jatos d'água de todas as
5
direções
6 Água de vagalhões
5.5. GRAUS DE PROTEÇÃO 7 Imersão temporária
Os invólucros dos equipamentos elétricos, conforme 8 Imersão permanente
as características do local em que serão instalados e Tabela 5.9. - Código de identificação - 2° Algarismo.
de sua acessibilidade, devem oferecer um
determinado grau de proteção. Assim, por exemplo, As combinações entre os dois algarismos, isto é,
um equipamento a ser instalado num local sujeito a entre os dois critérios de proteção, estão resumidos
jatos d'água, deve possuir um invólucro capaz de na tabela 5.10. Note que, de acordo com a norma,
suportar tais jatos, sob determinados valores de a qualificação do motor em cada grau, no que se
pressão e ângulo de incidência, sem que haja refere a cada um dos algarismos, é bem definida
penetração de água. através de ensaios padronizados e não sujeita a
interpretações, como acontecia anteriormente.
1° ALGARISMO
ALGARISMO INDICAÇÃO
0 Sem proteção
Corpos estranhos de
1
dimensões acima de 50 mm
Corpos estranhos de
2
dimensões acima de 12 mm
Corpos estranhos de
3
dimensões acima de 2,5 mm
Corpos estranhos de
4
dimensões acima de 1,0 mm
Proteção contra acúmulo de
5
poeiras prejudiciais ao motor
Totalmente protegido contra
6
poeira
Tabela 5.8. - Código de identificação - 1° Algarismo.
28
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
Embora os algarismos indicativos de grau de proteção possam ser combinados de muitas maneiras, somente
alguns tipos de proteção são empregados nos casos normais. São eles:
Ainda, temos algumas letras que adicionadas ao grau de proteção fornecem mais um dado referente ao motor,
como segue:
W (IPW55, IPW24) - proteção contra intempéries;
R (IPR55) - motor com refrigeração por dutos;
S (IP23S) - ensaio de proteção contra a entrada de água é realizado com o motor desligado;
M (IP23M) - ensaio de proteção contra a entrada de água é realizado com o motor ligado.
29
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Dissipação do calor:
O calor gerado pelas perdas no interior do motor é
dissipado para o ar ambiente através da superfície
externa da carcaça ou de algum dispositivo de
refrigeração (trocadores de calor, dutos, etc.). Em
motores fechados essa dissipação é normalmente
auxiliada pelo ventilador montado no próprio eixo
do motor. Uma boa dissipação depende:
• da eficiência do sistema de ventilação;
• da área total de dissipação da carcaça;
• da diferença da temperatura entre a superfície
externa da carcaça e do ar ambiente. Figura 6.1. - Comportamento da temperatura.
a) O sistema de ventilação bem projetado, além de Como vimos, interessa reduzir a queda interna
ter um ventilador eficiente, capaz de (melhorar a transferência de calor) para poder ter
movimentar grande seção de ar, deve dirigir uma queda externa a maior possível, pois esta é
esse ar de modo a "varrer" toda a superfície da que realmente ajuda a dissipar o calor. A queda
carcaça, onde se dá a troca de calor. De interna de temperatura depende de diversos fatores
nada adianta um grande volume de ar se ele se como mostra a figura 6.1. A relação com a
espalha sem retirar o calor do motor. temperatura dos pontos representados na figura
b) A área total de dissipação deve ser a maior acima, são explicados a seguir:
possível. Entretanto, um motor com uma carcaça
muito grande, para obter maior área, será muito A Ponto mais quente do enrolamento, no interior
caro e pesado, além de ocupar muito espaço. da ranhura, onde é gerado o calor
Por isso, a área de dissipação disponível é proveniente das perdas nos condutores;
limitada pela necessidade de fabricar motores AB Queda de temperatura na transferência de
pequenos e leves. Isso é compensado em parte, calor do ponto mais quente (interior da
aumentando-se a área disponível por meio de bobina) até a parte externa da bobina. Como o
aletas de resfriamento, fundidas com a carcaça ar é um péssimo condutor de calor, é
(no caso da linha "H") ou por meio de um importante que não haja "vazios" no interior
dispositivo de resfriamento, tais como: da ranhura, isto é, as bobinas devem ser
trocadores de calor (ar-ar ou ar-água), dutos compactas e a impregnação pelo sistema V.P.I.
para direcionar o fluxo de ar, ventilação deve ser perfeita;
independente, etc. B Queda através do isolamento da ranhura e no
c) Um sistema de resfriamento eficiente é aquele contato deste com os condutores de um lado,
que consegue dissipar a maior quantidade de e com as chapas do núcleo, do outro. O
calor disponível, através da menor área de emprego de materiais modernos melhora a
dissipação. Para isso, é necessário que a queda transmissão de calor através do isolante; a
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CLASSES DE ISOLAMENTO
NOTA:
(1) Utilização em área naval.
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tN + t D + tF
ED = . 100%
t N + tD + tF + tR
tN
ED = . 100%
tN + t V
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NOTA: NOTA:
Nos regimes S3 e S8, o período é geralmente curto Constante de energia cinética é a relação entre a
demais para que seja atingido o equilíbrio térmico, energia cinética (armazenada no rotor à velocidade
de rotação nominal) e a potência aparente nominal.
de modo que o motor vai se aquecendo e resfriando
Fator de inércia é a relação entre a soma do
parcialmente a cada ciclo. Depois de um grande momento de inércia total da carga (referido ao
número de ciclos o motor atinge uma faixa de eixo do motor) e do momento de inércia do rotor.
elevação de temperatura e equilíbrio.
36
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
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Chama-se fator de serviço (FS) o fator que, aplicado O rendimento depende do projeto e do tipo do
à potência nominal, indica a carga permissível que motor, sendo seu valor influenciado pela parcela de
pode ser aplicada continuamente ao motor, sob energia elétrica transformada em energia mecânica
condições especificadas. Note que se trata de uma e, portanto, das perdas (elétricas e mecânicas) que
capacidade de sobrecarga contínua, ou seja, uma se apresentam e que, no final, são obtidas pela
reserva de potência que dá ao motor uma diferença entre a potência fornecida e a recebida.
capacidade de suportar melhor o funcionamento em Há dois métodos principais para determinação do
condições desfavoráveis. Entretanto, no fator de rendimento: o direto e por adição das perdas. No
serviço as normas permitem que exista um caso de valores garantidos, a norma NBR 7094
acréscimo de 10ºC na elevação de temperatura da (ABNT) permite as seguintes tolerâncias:
classe.
O fator de serviço não deve ser confundido com a a) Tolerância pela adição das perdas:
capacidade de sobrecarga momentânea, durante • Motores com rendimento igual ou inferiores a
alguns minutos. Os motores WEG podem suportar 0,851: - 0,15 . (1 - η)
sobrecargas até 60% da carga nominal, durante 15 • Motores com rendimento superior a 0,851: -
segundos. O fator de serviço FS=1.0, significa que o 0,20. (1 - η).
motor não foi projetado para funcionar
continuamente acima de sua potência nominal. Isto, b) Tolerância pelo calculo direto (Potência no eixo /
entretanto, não muda a sua capacidade para Potência absorvida): - 0,15 . (1 - η).
sobrecargas momentâneas.
60 . f 120 . f
ns = = [rpm]
p 2p
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Um motor não consome apenas potência ativa, Existem dois meios para elevar o fator de potência
depois convertida em trabalho mecânico, mas do motor, a saber, utilizando bancos de capacitores
também potência reativa necessária para (mais usado) ou modificando o projeto do motor
magnetização da chapa, que não produz trabalho. elétrico. Este último método não é muito utilizado,
No diagrama da figura 6.13, o vetor P representa a pois eleva muito o preço do motor, o retorno de
potência ativa e o Q a potência reativa, que investimento não é satisfatório. O aumento do fator
somadas resultam na potência aparente S. A de potência é realizado em geral, com a ligação de
relação entre a potência ativa, medida em kW e a uma carga capacitiva, normalmente um capacitor
potência aparente medida em kVA, chama-se fator ou motor síncrono super excitado em paralelo com
de potência. a carga.
Por exemplo:
Um motor elétrico, trifásico de 1000cv (736kW),
operando com 100% da potência nominal, com
fator de potência original de 0,86 e um rendimento
de 96%. O fator de potência desejado é de 0,95.
Qual é o valor do banco de capacitores necessário
para corrigir o fator de potência do motor?
Solução:
Figura 6.13. - Triângulo de potências.
PM = 736kW ∴
S = 3 . V .I [VA]
P 736
P = 3 . V . I . cos ϕ [W] Pconsumida = = = 766.67kW
η 0,96
Q = 3 . V . I . senϕ [VAr]
ϕ1 = arccos 0,86 = 30,7° ϕ2 = arccos 0,95 = 18,2°
A norma NBR 7094 (ABNT) admite uma tolerância
para o fator de potência de:
-1/6 de (1-cosϕ) Q1 = Pcons . tan ϕ1 Q2 = Pcons . tan ϕ2
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• Auto-ventilado por dutos (MGD, MAD) O ar ambiente é forçado a circular através do motor
IC 33 por um ventilador independente acoplado no topo
do motor, e em seguida, devolvido ao meio
Neste sistema, o motor apresenta um ventilador ambiente. Proteção IP23.
acoplado internamente no eixo, o qual aspira o ar
de um recinto não contaminado que, após
atravessar o motor, é devolvido ao meio ambiente.
Proteção IP55 ou superior.
41
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Neste sistema existe um ventilador independente • Trocador de calor ar-ar (MGF, MAF)
que força a ventilação do ar internamente ao motor IC 0611
através do trocador de calor ar-água. Pode
apresentar proteção IP55 ou superior. O motor pode apresentar proteção IP55 ou
superior. Possui ventiladores internos e externo
acoplados ao eixo. O trocador de calor é montado
na parte superior do motor.
Figura 7.8 - Motor com ventilação independente Figura 7.10 - Motor totalmente fechado com
com trocador de calor ar-água. trocador de calor ar-ar.
O ar é aspirado de um recinto não contaminado e Neste sistema, o motor pode apresentar proteção
canalizado através de dutos até o motor. Pode IP23, IP24, caracterizando um motor aberto. Possui
apresentar proteção IP55 ou superior. dois ventiladores internos acoplados ao eixo, os
quais aspiram o ar ambiente que passa através da
máquina, fazendo assim a troca de calor:
Figura 7.9 - Motor com ventilação independente por Figura 7.11 - Motor aberto.
dutos.
42
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8. CARACTERÍSTICAS
CONSTRUTIVAS
8.1. CARCAÇAS
Abaixo temos três figuras que mostram as principais Figura 8.3 - Linha "M", carcaça fundida.
carcaças de motores de indução de alta tensão
produzidas pela Weg Máquinas, a saber:
Figura 8.1. - Linha "H", carcaça fundida. Figura 8.4. - Linha "AGA", carcaça fundida.
45
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O núcleo do estator é formado por chapas O enrolamento do estator é formado por bobinas
magnéticas de baixas perdas específicas (W/kg), ou pré-formadas de fio de seção retangular.
aço-silício. O fio condutor de cobre é nu ou esmaltado com
Na linha "H" o estator recebe ventilação axial já que verniz classe H (180°C) e recoberto com fita a base
o estator está prensado na carcaça, o que facilita a de mica (meia sobreposta).
dissipação do calor. As bobinas são revestidas com fitas a base de mica
Na linha "M", para as carcaças 280 à 500 (inclusive) em "estágio B" (catalisadas).
o pacote de chapas do estator recebe ventilação é Com o aumento do nível de tensão, descargas
mista (axial e radial). Acima da 500, o estator é elétricas poderão ocorrer, ocasionadas pela
dimensionado com canais radias para receber a proximidade dos condutores. Caso a tensão
ventilação radial, devido a grande área interna, este aplicada exceda a rigidez dielétrica do ar dá-se o
tipo de ventilação é a mais eficiente. aparecimento do efeito corona que é uma forma de
descarga elétrica. Para minimizar estes efeitos as
bobinas são ainda revestidas com fita condutora
(preta) a base de carbono, a partir de 5kV. Ainda, a
partir de 6kV, é colocada uma fita semi-condutora
(cinza) para equalização do gradiente de potencial
na saída do pacote do estator que consiste de falso
tecido de poliester e uma resina especial em estágio
B que contém partículas de carbeto de silício que
dão as características necessárias para equalização
do potencial.
Após a inserção das bobinas e fechamento das
ranhuras, o teste de curto-circuito (teste de
impulso) entre espiras é realizado para detectar
curto entre espiras. O teste de tensão aplicada é
executado antes da impregnação a vácuo e pressão
e após a impregnação realiza-se novamente a
tensão aplicada para garantir a qualidade do
Figura 8.10. - Pacote de estator da linha H. sistema de isolamento após todas as etapas do
processo de fabricação.
A medição de perdas no dielétrico, ou tangente
delta (tag δ -Tangente delta), é realizado para
comprovar a uniformidade da produção bem como
serve para determinar o comportamento térmico e
a rigidez dielétrica do isolamento.
48
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8.5. ROTOR
a) Rotor injetado:
Os rotores de gaiola de alumínio injetado são
fabricados com processo de temperatura e pressão
Figura 8.16. - Laboratório de impregnação (V.P.I.) controlada, projetados para proporcionar:
de alta tensão. • Altos conjugados de partida com baixas
correntes com a facilidade de construção de
ranhuras que simulam a dupla gaiola;
• Excelente rigidez mecânica;
• A partida de cargas com elevado momento de
inércia;
• Suporta grande sobre-elevação de temperatura
durante a partida, isto porque, o material das
ranhuras e do cobre formarem um bloco único;
• Baixo custo comparado com o rotor de barras de
cobre.
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8.7. EIXO
Figura 8.34. - Caixa de ligação do rotor. Figura 8.36. – Eixo Costelado. A chapa é colocada
em cima das costelas.
55
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
Os sistemas de ventilação interno e/ou externo, são A placa de identificação contém as informações que
projetados para obter o máximo desempenho com determinam as características nominais e de
baixo nível de poluição sonora. São construídos, desempenho dos motores que são definidas pela
para produzir o volume de ar necessário para a NBR-7094.
refrigeração e com baixo nível de ruído (atendendo Além das placas de identificação com as
as principais normas aplicadas a motores elétricos). características principais da máquina, existem no
Também é levado em conta o momento de inércias motor outras placas, como: Dos mancais, TAG,
e o rendimento. advertência, acessórios, certificadora e outras.
Tipos:
• Ventiladores radiais
- Motores bidirecionais
- Motores com IV pólos ou mais.
• Ventiladores axiais
- Motores com rotação unidirecional.
- Motores com II pólos.
- Motores onde é desejado nível de ruído
extremamente baixo.
8.10. PINTURA
56
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Plano: 212P (Atende condição 4, item 4.4.3.1 - Norma Petrobrás N 1735 Revisão C).
Aplicação: Ambiente marítimo agressivo ou industrial marítimo, abrigado ou desabrigado, podendo conter
alta umidade. Indicado para aplicação em indústrias de papel e celulose, mineração, química e petroquímica.
Preparação de Superfície: Jateamento abrasivo ao metal quase branco Sa 2 ½, conforme norma ISO 8501-1;
Pintura de Fundo: Uma demão de “Primer Etil Silicato Inorgânico de Zinco”, atende a Norma PETROBRÁS
N1661, espessura de película seca de 67 a 90 µm;
Pintura Intermediária: Uma demão de “Tinta Epoxi Fosfato de Zinco de Alta Espessura”, atende a norma
Petrobrás N2630, espessura de película seca 90 a 130 µm;
Pintura de Acabamento: Uma demão de “Tinta Poliuretano Acrílico de Alta Espessura”, atende a norma
Petrobrás N 2677, espessura de película seca 63 à 91 µm;
Cor Final de Acabamento: Azul – Ral 5007 (Cor padrão Weg Máquinas).
Grau de brilho (ASTM D523): mínimo 80 %
Aderência (ASTM D3359): X0/Y0 a X1/Y3
Resistência à névoa salina (ASTM D 1654): mínimo 3000 horas
I – Migração subcutânea: máx. 2,0 mm
II – Grau de empolamento: DO/TO
III – Grau de enferrujamento: FO
Plano: 212E (Atende condição 4, item 4.4.3.2 - Norma Petrobrás N 1735 Revisão C).
Aplicação: Ambiente marítimo agressivo ou industrial marítimo, abrigado, podendo conter alta umidade e
espingos de álcalis e solventes. Indicado para aplicação em indústrias de papel e celulose, mineração, química e
petroquímica.
Preparação de Superfície: Jateamento abrasivo ao metal quase branco Sa 2 ½, conforme norma ISO 8501-1;
Tinta de Fundo: Uma demão de “Primer Etil Silicato Inorgânico de Zinco”, atende a Norma PETROBRÁS
N1661, espessura de película seca de 67 a 90 µm;
Tinta Intermediária: Uma demão de “Tinta Epoxi Fosfato de Zinco de Alta Espessura”, atende a norma
Petrobrás N2630, espessura de película seca 90 a 130 µm;
Tinta de Acabamento: Uma demão de “Tinta Epoxi poliamida de Alta Espessura”, atende a norma Petrobrás
N2628, espessura de película seca 90 a 130 µm;
Cor Final de Acabamento: Azul – Ral 5007 (Cor padrão Weg Máquinas).
Grau de brilho (ASTM D523): mínimo 60 %
Aderência (ASTM D3359): X0/Y0 a X1/Y3
Resistência à névoa salina (ASTM D 1654): mínimo 3000 horas
I – Migração subcutânea: máx. 2,0 mm
II – Grau de empolamento: DO/TO
III – Grau de enferrujamento: FO
57
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
Dispositivo mecânico sobre o qual se apóia um eixo O tipo de mancal a ser selecionado está ligado com
girante (no caso do motor elétrico), deslizante ou o tipo de aplicação, sendo eles divididos em:
oscilante, e que lhe permite o movimento com um
mínimo de atrito.
Devido a grande importância dos mancais para o 8.13.1. Mancal de Rolamento:
motor como um todo, segue abaixo alguns fatores
que determinam a sua durabilidade, a saber: A lubrificação destes pode ser a graxa,
• Velocidade de operação; opcionalmente imerso em óleo ou ainda com névoa
• Esforços axiais e radiais aplicados aos mesmos; de óleo (“Qil Mist”).
• A correta manutenção e lubrificação;
58
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
Tipos:
• Rolamentos de Esferas: É o padrão utilizado na
Weg Máquinas.
• Rolamentos de Rolos: Usado com cargas com
forças radiais elevadas.
Obs.: Não pode ser utilizado em motores II
pólos, devido a velocidade crítica estar próxima
da velocidade síncrona do motor.
• Rolamento de Contato Angular: Para cargas com
esforços radiais e axiais maiores do que o
rolamento normal suportaria.
• Rolamento de Rolos Cônicos: Para cargas com
elevados esforços radiais e axiais.
Figura 8.41. - Rolamentos.
Limites de temperatura:
110°C (desligamento)
90°C (alarme) 8.13.2. Dimensionamento do mancal e Eixo
para Acoplamento por Polias e Correias
F3 Acoplamento
59
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
do eixo (x)?............................................mm
- Qual das figuras acima refere-se a aplicação? F1,
F2, F3.
- Qual o ângulo entre as duas polias
(Beta)?...................................................graus
Limites de temperatura:
120ºC - Desligamento
100ºC – Alarme
60
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
Onde:
Onde:
1. Bujão de dreno
1. Bujão de dreno
2. Carcaça do mancal
2. Carcaça do mancal
3. Carcaça do motor
3. Carcaça do motor
4. Parafuso para montagem da capa da carcaça
4. Parafuso para montagem da capa da carcaça
do mancal
do mancal
5. Capa da carcaça do mancal
5. Capa da carcaça do mancal
6. Parafuso da capa do mancal bipartido
6. Parafuso da capa do mancal bipartido
7. Selo máquina
7. Selo máquina
8. Parafuso do selo máquina
8. Parafuso do selo máquina
10. Olhal de suspensão
10. Olhal de suspensão
15. Casquilho superior
11. Defletor estacionário
16. Casquilho inferior
12. Parafuso do defletor estacionário
17. Anel pescador
13. Portador do selo labirinto
18. Selo labirinto
14. Parafuso do portador do selo labirinto
19. Mola circular elástica
15. Casquilho superior
21. Parafuso de montagem da carcaça do mancal
16. Casquilho inferior
carcaça do mancal
17. Anel pescador
22. Defletor inferior
18. Selo labirinto
23. Parafuso de união dos defletores
19. Mola circular elástica
21. Parafuso de montagem da carcaça do mancal
carcaça do mancal
24. Defletor inferior
25. Parafuso de união dos defletores
61
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
Os motores Weg atendem as normas NEMA, IEC, e NBR que especificam os limites máximos de nível de potência
sonora, em decibéis. Os valores da tabela 8.3 estão conforme NBR 7565.
Graus de proteção IP22 IP44 IP22 IP44 IP22 IP44 IP22 IP44 IP22 IP44 IP22 IP44
Velocidade nominal (rpm) 960<n 1320<n 1900<n 2360<n 3150<n
n≤960
"n" ≤1320 ≤1900 ≤2360 ≤3150 ≤3750
Faixas de potências Nível de potência sonora
nominais, P dB(A)
Motores
kW cv
P<1,1 P<1,5 73 73 76 76 77 78 79 81 81 84 82 86
1,1<P≤2,2 1,5<P≤3,0 74 74 78 78 81 82 83 85 85 86 86 91
2,2<P≤5,5 3,0<P≤7,5 77 78 81 82 85 86 86 90 89 93 93 95
5,5<P≤11 7,5<P≤15 81 82 85 85 88 90 90 93 93 97 97 96
11<P≤22 15<P≤30 84 86 88 88 91 94 93 97 96 100 97 100
22<P≤37 30<P≤50 87 90 91 91 94 98 96 100 99 102 101 102
37<P≤55 50<P≤75 90 93 94 94 96 100 98 102 101 104 103 104
55<P≤110 75<P≤150 93 96 97 95 100 103 101 104 103 106 105 106
110<P≤220 150<P≤300 97 99 100 102 103 106 103 108 105 109 107 110
220<P≤630 300<P≤860 99 102 103 105 106 108 106 109 107 111 110 113
630<P≤1100 860<P≤1500 101 105 106 108 108 111 108 111 109 112 111 116
1100<P≤2500 1500<P≤3400 103 107 108 110 109 113 109 113 110 113 112 118
2500<P≤6300 3400<P≤8600 106 109 110 112 110 115 111 115 112 115 114 120
Tabela 8.3. - Nível de potência sonora em dB(A).
62
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
A transformação de Potência Sonora para Pressão que se referem os níveis da severidade de vibração
Sonora, conforme abaixo (Norma IEC60034-9): estão indicadas na figura 8.34.
Lp = Lw – 10.log (S/So)
63
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
64
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
65
DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
como o estrangulamento de válvulas e abafadores. aterrado. Uma ponte retificadora trifásica é a fonte
Quando a velocidade variável era requerida, de alimentação de um motor acionado por Inversor
motores CC, juntamente com turbinas e motores de de Freqüência. Em operação, somente duas fases
combustão interna, eram escolhidos. conduzem simultaneamente, portanto, a soma
O advento, de acionamentos de velocidade variável, vetorial não é zerada. O centro do Link CC
confiáveis e de custo efetivo, mudaram rapidamente movimenta-se e tem valores de tensão positivos e
estes procedimentos. Estes acionamentos, que negativos com relação ao terra (tensão de "Modo
regulam a velocidade do motor, controlando a Comum"), com magnitudes que variam com o
tensão e a freqüência da rede, tem alargado ângulo de disparo da ponte retificadora. A
vastamente a abrangência das aplicações e magnitude da tensão de Modo Comum em cada
capacidades dos motores CA. perna da ponte pode ser igual à metade da tensão
O uso de controles de freqüência ajustável, nominal Fase-Neutro. Assim, a tensão total aplicada
entretanto, impacta no projeto, desempenho e nas fases do motor com conversor CA-CA pode ser
confiabilidade dos motores CA. Muitos efeitos são duas vezes a tensão nominal de fase.
positivos. Velocidades baixas significam ciclos Isto é um problema uma vez que motores não são
menores (portanto fadiga minimizada) dos normalmente projetados para operar com o dobro
rolamentos, ventoinhas e outros elementos da tensão nominal. Uma forma de solucionar este
girantes. A "Partida Suave" de um motor elimina os fato é especificar motores com isolação suficiente
altos esforços da partida nos enrolamentos do para suportar o dobro da tensão nominal (normal
estator e barras do rotor que são usuais quando a quando se especifica um motor para operar com
partida ocorre diretamente na rede. variador de freqüência).
Acionamentos de freqüência ajustável podem
influenciar positivamente a vida útil do motor, 2) Harmônicas
quando adequadamente aplicados. Há, contudo, Os efeitos das harmônicas geradas pelo
uns poucos fatores importantes que devem ser acionamento podem afetar a operação, vida útil e
considerados quando do uso de motores com estes desempenho do motor. Estes efeitos podem ser
acionamentos. Estes problemas são bem definidos e divididos em 3 categorias: aquecimento, dielétrico e
administráveis e a seguir abordados. A ocorrência mecânico.
de problemas, com a instalação destes A figura 9.4 ilustra um exemplo de forma de onda
acionamentos, será significativamente reduzida de tensão (P.W.M.) e corrente que pode ser
quando estes fatores já são considerados fornecida à um motor por um inversor de
adequadamente na especificação técnica inicial. freqüência.
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DT-6 – Motores Elétricos Assíncronos de Alta Tensão
As harmônicas de corrente são aditivos à corrente corrente que afetam de forma variada a isolação do
fundamental, portanto geram calor adicional nos motor.
enrolamentos do motor. Mesmo um valor de 30% Ocasionados pela freqüência de chaveamento,
(trinta por cento) de distorção de corrente num picos de tensão ou alto dV/dt, terão impacto na
motor, não gera mais que 8% (oito por cento) de vida útil dos enrolamentos do motor. A freqüência e
calor adicional (devido principalmente aos amplitude, desses surtos todos, influenciam a vida
enrolamentos do motor que se comportam como do isolamento e a provável forma de defeito.
um filtro). Uma recomendação conservadora e justa seria
É necessário que o fornecedor do acionamento requerer que o fabricante do acionamento
supra o fornecedor do motor com informações especificasse ao fabricante do motor qualquer outro
sobre as harmônicas geradas para permitir que o requisito especial de isolação (visto que a utilização
motor seja devidamente projetado com a adequada de filtros encareceria demais o inversor). Quando
capacidade de absorção/dissipação de calor para necessário (geralmente acima de 20m) o usuário
contra-balancear qualquer perda e/ou aquecimentos deverá prover ao fabricante do inversor/motor os
adicionais. Um motor operando com velocidade comprimentos estimados dos cabos, pois a partir
variável através de um inversor de freqüência deve deste comprimento o aumento da capacitância da
atender os mesmos limites de elevação de linha em relação ao terra ocasiona a amplificação
temperatura que um motor operando com onda (pelo fenômeno da reflexão) dos picos de tensão,
senoidal pura. que podem danificar o isolamento do motor. Este
As harmônicas de corrente podem originar emissão efeito pode ser minimizado colocando filtros
maior de ruído audível. Os motores devem reativos na saída do conversor ou aumentando o
demonstrar que o limite de nível ruído sonoro é isolamento das bobinas do motor.
atendido quando estes são acionados por inversores
estáticos de freqüência. Ainda, as harmônicas 4) Faixa de Velocidade
também contribuem com o "Torque Pulsante". O Apesar da inércia não ser um problema para o
torque pulsante causa excitações torcionais que motor com partida suave o é para o acionamento.
podem ter conseqüências destrutivas se não forem Aplicações com centrífugas requerem que o motor e
apropriadamente dirigidas. acionamento sejam dimensionados para as
Em casos extremos, a magnitude da pulsação é condições de máxima velocidade de operação.
suficientemente grande para criar contra-torques. Cargas alternativas (ou outras cargas com toque
Em aplicações com baixa inércia tais como bombas constante, tais como estrusoras, britadores e alguns
centrífugas diretamente acopladas, usualmente há tipos de sopradores e compressores) devem ser
pouco perigo. Porém, aplicações em ventiladores ou dimensionadas para condições de velocidade
em compressores de alta velocidade com redutores mínima operacional.
de alta inércia há alto risco potencial. Esta situação De qualquer ponto de vista razoável, os dados reais
potencialmente perigosa pode ser analisada e de carga devem ser fornecidos para todos os
evitada com segurança. fornecedores de motores a fim de assegurar-se que
Uma análise torcional é normalmente realizada nos o motor será capaz de partir e acelerar a carga e
elementos mais importantes do trem de funcionar dentro dos limites especificados de
acionamento. Com acionamento de velocidade temperatura e sob todas as condições de operação.
variável, itens adicionais devem ser acrescentados Na maioria das aplicações com velocidade variável,
para análise. O Torque Pulsante deve ser incluído, a máxima velocidade de operação é ou esta perto
pois as magnitudes deste e a fadiga resultante da rotação nominal de um motor padrão ligado
podem então ser calculados. Em outros casos, pode diretamente à rede.
ser requerida a modificação do diâmetro do eixo e As operações em baixa velocidade não partilham os
fatores de concentração de tensões, para evitar mesmos problemas de integridade mecânica das
falhas por fadiga nos elementos do trem de operações em alta velocidade, mas certamente
acionamento. partilham os problemas de mancais, lubrificação e
de refrigeração.
3) Freqüências de Chaveamento e Ondas A mínima velocidade de operação deve ser
Estacionárias especificada na Especificação ou Folha de Dados,
Além da possibilidade de gerar calor adicional, as tendo em vista que o sistema de refrigeração do
formas de ondas dos acionamentos podem ter motor está ligado intimamente à sua rotação.
outros efeitos diretos no sistema de isolação dos Operação à velocidade crítica pode resultar em
motores. Todos os acionamentos estáticos, utilizam- níveis de vibração altos que podem levar à falha por
se de dispositivos eletrônicos de chaveamento na fadiga dos componentes do trem de acionamento.
sua secção de inversão. A ação do chaveamento Para evitar este risco, deve-se especificar uma
(liga-desliga) produz picos e transientes de tensão e máquina que não tenha qualquer freqüência crítica
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5) Aspectos na Partida
Um aspecto positivo na operação de motores com
acionamento de freqüência variável é a partida
suave. As instalações típicas de acionamento são Figura 9.6. - Curva típica de motor aplicado à
configuradas para limitar a corrente do motor a inversor de freqüência.
100% da nominal, eliminando assim os esforços de
partida no isolamento do motor e na rede de Considerações Importantes:
alimentação. 1) Quanto menor a tensão e a freqüência do
A maioria das aplicações são projetadas para estator, mais significativa é a queda de tensão
manter a relação V/Hz constante, mantendo o fluxo neste, de modo que para baixas freqüências,
eletromagnético no entreferro do motor uniforme, mantendo-se a proporcionalidade entre a
desta maneira, nas baixas freqüências a tensão será freqüência e a tensão, o fluxo e
baixa (ver figura 9.5). conseqüentemente o conjugado da máquina
diminui bastante. Para que isto seja evitado, a
V tensão do estator para baixas freqüências deve
ser aumentada, através da compensação IxR,
Vn conforme figura abaixo:
fn f
P
Pn
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2) Relações V1/f1 acima dos valores nominais estão 9.1.5. Partida com Reostato para Motores
limitadas em função de que para altos valores de Anéis
de tensão ocorre a saturação e o conseqüente
enfraquecimento do campo. Combinando as O motor de indução de anéis (rotor bobinado) pode
equações já apresentadas e com a consideração ter uma família de curvas, conjugado x velocidade,
de pequenos valores de escorregamento e através da inserção de resistências externas no
supondo f2 proporcional a f1, podemos dizer circuito rotórico. Desta maneira, para uma dada
que: velocidade, é possível fazer o motor fornecer
- O conjugado máximo decresce com o qualquer valor de conjugado, até o limite do
quadrado do aumento da velocidade (1/n2); conjugado máximo. Assim é possível fazer com que
- O conjugado nominal decresce o motor tenha altos conjugados na partida com
hiperbolicamente com o aumento da correntes relativamente baixas (até a corrente do
velocidade (1/n), e decresce conjugado máximo), bem como fazê-lo funcionar
aproximadamente com o quadrado da numa dada velocidade com o valor de conjugado
redução do fluxo (φ2); desejado.
- O valor aproximado da velocidade máxima Em cada uma das curvas da família de curvas, o
com potência constante é: motor comporta-se de maneira que à medida que a
Cm x carga aumenta, a rotação cai gradativamente. À
nm x < . nnom velocidade síncrona, o conjugado motor torna-se
Cnom igual a zero.
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FAIXA DE
10.1. POTÊNCIA NOMINAL
TIPO DE ACOPLAMENTO RENDIMENTO
(%)
Quando se deseja escolher um motor para acionar
uma determinada carga, é preciso conhecer o Direto 100
conjugado requerido pela carga, a rotação que esta Embreagem
87 - 98
carga deve ter em condições nominais e as eletromagnética
condições de operação. Conhecendo-se também o Polia com correia plana 95 - 98
tipo de acoplamento é possível saber qual é a Polia com correia em "v" 97 - 99
rotação nominal do motor.
Engrenagem 96 - 99
Portanto a potência nominal do motor é dada pela
seguinte expressão: Roda dentada (correia) 97 - 98
2 . π .n .Cn Cardã 25 - 100
Pn = ou
Acoplamento hidráulico 100
60
Tabela 10.1. - Faixa de rendimentos para alguns
Pn = 0,10472 . n . Cn = n . Cn / 9,5493 tipos de acoplamentos.
1) Conjugado Constante:
Para este tipo de carga o parâmetro x é zero (x =
0), portanto:
Cc = (Co + kc) = Constante
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Nas máquinas deste tipo, o conjugado resistente Exemplos de cargas com conjugado linear
(Cc) permanece constante durante a variação de (aplicação muito rara):
velocidade e a potência consumida pela carga (Pc) • Calandra com atrito viscoso (calandrar papel);
aumenta proporcionalmente com a velocidade. • Centrífuga;
• Bombas de vácuo.
Logo: Pc = (Co + Kc) . n
3) Conjugado Quadrático:
Neste caso temos x=2 e o conjugado é dado por:
Cc = Co + kc . n2 = Parabólico
2) Conjugado Linear:
Neste grupo o parâmetro x é igual a 1 (x = 1),
então:
Cc = Co + Kc * n = Linear Figura 10.3. - Conjugado quadrático.