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LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE MÃE DO RIO

PREÂMBULO

O Povo de Mãe do Rio, por seus representantes reunidos, inspirado nos princípios
Constitucionais da República Federativa do Brasil e da Constituição do Estado do Pará, rejeitando
todas as formas de colonialismo e opressão; almejando edificar uma sociedade justa e pluralista;
buscando a igualdade econômica política cultural, jurídica e social entre todos; reafirmando os direitos
e garantias fundamentais e as liberdades inalienáveis de homens e mulheres, sem distinção de qualquer
espécie; pugnando por um regime democrático avançado, social e abominando, portanto, os radicalismo
de toda origem; consciente de que não pode haver convivência fraternal e solidária dentro de uma ordem
econômica injusta e egoísta confiante que o valor supremo é a liberdade do ser humano e que devem ser
reconhecidos e respeitados os seus direitos elementares e naturais especialmente, o direito ao trabalho, à
livre iniciativa, à saúde, à educação, à alimentação, à segurança, à dignidade; invoca a proteção de
Deus e promulga a seguinte Lei Orgânica do Município de Mãe do Rio Pará, esperando que ela seja o
instrumento eficiente da paz e do progresso, perpetuando as tradições, a cultura, a história, os recursos
naturais, os valores materiais e morais dos Mãerienses.

TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS, DOS DIREITOS E GARANTIAS
FUNDAMENTAIS
Art. 1º - O Município de Mãe do Rio exerce em seu território os poderes decorrentes de sua
autonomia política administrativa e financeira, regendo-se por esta Lei Orgânica, respeitados os princípios
expressos na Constituição Federal e na Constituição Estadual.
Art. 2º - O Município de Mãe do Rio proclama seu compromisso e o de seu povo de manter e
preservar a República Federativa do Brasil como Estado de direito democrático, fundado na soberania
nacional, na cidadania, na dignidade do ser humano, nos valores sociais do trabalho e na livre iniciativa,
além de no pluralismo político.
Art. 3º - Todos são iguais perante esta Lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no Município a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade em concorrência com os ditames constitucionais federal e estadual.
Art. 4º - O Município de Mãe do Rio acolhe expressamente os direitos sociais, de nacionalidade e
políticos obrigados na Constituição Federal e Estadual, inserindo-os em seu ordenamento legal e usando de
todos os meios e recursos para tornar imediata e plenamente efetivos m seu território.
Art. 5º - O Município atuará com determinação em todos os eus atos e pelos seus órgãos e agentes,
no sentido de realizar os objetivos fundamentais do País:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária,
II - garantir o desenvolvimento regional e nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, aça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação;
V - dar prioridade absoluta aos assuntos de interesse dos cidadãos.
Art. 6º - É assegurado aos ministros de cultos religiosos, pertencentes a denominações religiosas
reconhecidas pelo Estado, o livre aceso para visitas a hospitais, estabelecimentos penitenciários, delegacias
de polícias e outros congêneres, para prestar assistência religiosa e espiritual a doentes reclusos ou detentos
que o desejarem.
Art. 7º - O Município buscará a integração e a cooperação com a União, Estados e demais
Municípios para alcançar seus objetivos fundamentais.
TÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 8º - O nome Mãe do Rio é o nome oficial do Município, que adota o mesmo nome de sua
cidade.
Art. 9º - São símbolos do Município a bandeira, o hino e o brasão, representativos de sua cultura e
história e a data cívica comemorada em 11/05.
CAPÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO ADMINISTRATIVA
Art. 10 - A organização político-administrativa do Município compreende a cidade, os distritos e os
subdistritos legalmente reconhecidos, formando área contínua.
Parágrafo Único - O nome do Município e de distrito será o de suas sedes, pertencendo a primeira à
categoria de cidade e a segunda à categoria de vila e os subdistritos serão designados pelo nome de suas
sedes, com a mesma categoria dos distritos.
Art. 11 - A criação de distrito, desde que não implique alteração de limites do Município, far-se-á
por lei municipal específica, observada a legislação estadual.
Art. 12 - Constituir-se-á na Câmara Municipal uma Comissão Especial de Divisa Administrativa,
que examinará todos os processos relacionados com a matéria de que trata este capítulo, encaminhando ao
Plenário projeto de lei da divisão administrativa, acompanhado dos relatórios de seus trabalhos para serem
discutidos e votados na forma regimental.
CAPÍTULO III
DOS BENS DO MUNICÍPIO
Art. 13 - São bens do Município todos os lagos em terreno de seu domínio, bem como os rios,
igarapés que neles têm nascente e foz e as terras devolutas não compreendidas entre as da União e dos
Estados.
Art. 14 - Incluem-se entre os bens do Município:
I - todas as coisas móveis e imóveis, direitos e ações que a qualquer título lhe pertençam e os
que lhe vierem a ser atribuído;
II - os rendimentos provenientes dos seus bens, execução de obras e prestação de serviços;
Art. 15 - Cabe ao Prefeito Municipal a administração dos bens municipais, respeitada a
competência da Câmara Municipal quanto aqueles utilizados em seus serviços.
Art. 16 - A aquisição e alienação de bens no âmbito municipal, subordinada à comprovação de
interesse público, será sempre precedida de avaliação e licitação, obedecendo aos termos da lei.
CAPÍTULO IV
DA COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO
Art. 17 - Nos termos de sua autonomia, ao Município compete promover tudo quanto respeite ao
seu peculiar interesse e ao bem-estar de sua população, cabendo-lhe:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem
prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços
públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo que tem caráter essencial;
VI - manter programas de educação pré-escolar e de ensino fundamental;
VII - prestar serviços de atendimento à saúde da população;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e
controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e ação
fiscalizadora federal e estadual;
Art. 18 - O Município poderá instituir fundo municipal de desenvolvimento para executar as
funções públicas de interesse comum.
Art. 19 - Compete ao Município, em comum com a União e o Estado:
I - zelar pela guarda da Constituição Federal, do Estado e desta Lei Orgânica, das leis em
geral, das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;
II - cuidar da saúde e da assistência públicas, da proteçáo e da garantia das pessoas
portadoras de deficiências,
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico, cultural e
espiritual, os monumentos, as paisagens notáveis, os sítios arqueológicos e o rio "Mãe do Rio";
IV - impedir a evasão, a destruição e descaracterização de obras de arte e de outros bens de
valor histórico, artístico e cultural;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais
e de saneamento básico;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração
social dos setores desfavorecidos;
XI - estabelecer e implantar política de educação para a segurança no trânsito;
XII - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de
recursos hídricos e minerais em seu território.
Art. 20 - Ao dispor sobre assuntos de interesse local em especial, compete entre outras atribuições
ao Município:
I - elaborar o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e o orçamento anual, prevendo a
receita e fixando a despesa, com base em planejamento adequado;
II - instituir regime único para os servidores da administração pública direta e indireta,
autarquias ou qualquer outro órgão público, além de planos de carreira;
II - estabelecer convênios com os Poderes Públicos para a cooperação na prestação de
serviços públicos e execução de obras públicas;
IV - reunir-se a outros Municípios, mediante convênio ou constituição de consórcio, para a
prestação de serviços comuns ou execução de obras de interesse comum;
V - participar de pessoa jurídica de direito público em conjunto com a União, o Estado e ou
Municípios, na ocorrência de interesse público comum;
VI - dispor sobre aquisição gratuita ou onerosa de bens, inclusive por desapropriação por
necessidade ou utilidade pública e interesse social;
VII - dispor sobre administração, utilização e alienação de seus bens;
VIII - estabelecer servidões administrativas e, em caso de iminente perigo público, usar da
propriedade particular, assegurando ao proprietário ou possuidor indenização no caso de ocorrência de
dano;
IX - elaborar o plano diretor;
X - estabelecer limitações urbanísticas e fixar as zonas urbanas e de expansão urbana;
XI - regulamentar a utilização dos logradouros públicos, especialmente no perímetro urbano;
XII - prover sobre o trânsito e o tráfego;
XIII - prover sobre o transporte coletivo urbano, que poderá ser operado através de concessão
ou permissão, fixando o itinerário, os pontos de parada e as respectivas tarifas;
XIV - fixar e sinalizar os locais de estacionamento de veículos, os limites das zonas de silêncio e
de trânsito e tráfego em condições especiais;
XV - prover sobre o transporte individual de passageiros fixando os locais de estacionamento e
as tarifas de transporte individual público;
XVI - disciplinar os serviços de carga e descarga e fixar a tonelada máxima permitida a veículos
que circulem em vias públicas municipais;
XVII - dispor sobre melhoramento urbano, inclusive na área rural, consistentes no planejamento,
execução, reparos e conservação de obras públicas;
XVIII - sinalizar as vias urbanas e as estradas municipais e regulamentar e fiscalizar a sua
utilização;
XX - ordenar as atividades urbanas, fixando as condições e horários para funcionamento de
estabelecimentos industriais, comerciais e similares, bem como conceder ou renovar licenças para
instalação e localização e promover a respectiva fiscalização destes estabelecimento;
XXI - dispor sobre o serviço funerário e cemitérios, encarregando-se da administração daqueles
que forem públicos e fiscalizando os pertencentes a entidades e pessoas particulares;
XXII - regulamentar, autorizar e fiscalizar a afixação de cartazes e anúncios, bem como a
utilização de quaisquer outros meios de publicidade e propaganda, nos locais sujeitos ao poder de polícia
municipal;
XXIII - dispor sobre depósito e destino de animais e mercadorias apreendidos em decorrência de
transgressão da legislação municipal;
XXIV - dispor sobre registro, vacinação e captura de animais e com a finalidade precípua de
erradicação da raiva e outras moléstias de que possam ser portadores ou transmissores;
XXV - revogar a licença dos estabelecimentos citados no inciso XX, cujas atividades se tornarem
prejudiciais à saúde, à higiene, ao bem-estar, à recreação e ao sossego público ou aos bons costumes;
XXVI - estabelecer e impor penalidades por infração de suas leis e regulamentos.
Art. 21 - Compete ao Município em harmonia com o Estado e a União:
I - assegurar o respeito aos municípios constitucionais da ordem econômica e financeira;
II - explorar diretamente atividade econômica quando necessário ao atendimento de relevante
interesse coletivo, conforme definido em lei;
III - fiscalizar, incentivar e planejar a atividade econômica do Município;
IV - apoiar e estimular o cooperativismo e outras formas de associativismo, levando em conta
o interesse público;
V - executar política de desenvolvimento urbano, conforme diretrizes gerais fixadas em lei,
tendo por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de
seus habitantes.
CAPÍTULO V
DAS VEDAÇÕES
Art. 22 - É vedado ao Município:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com
eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração
de interesse público;
II - recusar fé aos documentos públicos;
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si;
IV - subvencionar ou auxiliar, de qualquer modo, com recursos pertencentes aos cofres
públicos, quer pela imprensa, rádio, televisão, serviço de alto-falante ou qualquer outro meio de
comunicação, propaganda político-partidária ou fins estranhos à administração;
V - manter a publicidade de atos, programas, obras, serviços e campanhas de órgãos públicos
que não tenham caráter educativo, informativo ou de orientação social, assim como a publicidade da qual
constem nomes símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores
públicos;
VI - conceder isenção sobre imposto predial e territorial urbano para propriedades com valor
venal acima de cem vezes o maior valor de referência regional;
VII - outorgar anistias fiscais ou permitir a remissão de dívidas, sem interesse público
justificado, e lei específica, sob pena de nulidade do ato;
VIII - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
IX - estabelecer diferença tributária entre bens e serviços de qualquer natureza, em razão de
sua procedência ou destino;
X - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação
equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos,
XI - cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei
que os houver instituído ou aumentado;
XII - exigir tributo no mesmo exercício financeiro em que haja sido aprovada a lei que o
instituiu ou aumentou;
XIII - utilizar tributos com efeito de confisco;
XIV - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços da União, do Estado e de outros Municípios;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos, atendidos os requisitos de lei federal;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão;
§ 1º - A vedação do inciso XIV, a, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados às suas
finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
§ 2º - As vedações do inciso XIV, a e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à
renda e aos serviços relacionados com a exploração de atividades econômicas regidas pelas normas
aplicáveis a empreendimentos privados ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas
pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar impostos relativamente ao bem
imóvel.
§ 3º - As vedações expressas no inciso XIV, alíneas b e c, compreendem somente o patrimônio,
a renda e os serviços relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
Art. 23 - A partir da promulgação desta Lei Orgânica é vedado ao Município e a qualquer de suas
entidades da administração direta ou indireta, por seus agentes, ceder bens municipais, a qualquer título
para fins diversos daqueles a que servem, aí incluídos, entre outros, veículos de transporte escolar, móveis,
imóveis, máquinas e equipamentos.
Parágrafo Único - A vedação referida neste artigo não se aplica aos cessionários que representem parcela
significativa da comunidade, considerado para tal fim o interesse público e a não afetação dos serviços
municipais.
TÍTULO III
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES MUNICIPAIS
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 24 - São Poderes do Município, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo e o
Executivo.
§ 1º - O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Municipal, gozando esta de autonomia
administrativa e financeira, e o Poder Executivo pelo Prefeito.
§ 2º - Salvo as exceções previstas na Constituição Federal e na do Estado, bem como nas desta
lei, é vedado a qualquer dos Poderes delegar atribuições.
§ 3º - O cidadão investido na função de um deles não poderá exercer a de outro.
CAPÍTULO II
DO PODER LEGISLATIVO
SEÇÃO I
DA CÂMARA MUNICIPAL
Art. 25 - O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Municipal, composta de vereadores, eleitos
representantes do povo.
Art. 26 - O número de vereadores é proporcional à população do Município, respeitados os limites
estabelecidos na Constituição Federal e na Estadual.
Art. 27 - A fixação do número de vereadores no Município pela Câmara Municipal, nos termos do
artigo anterior, far-se-á com base em informação do Tribunal Regional Eleitoral ou Fundação Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística.
Art. 28 - Cabe à Câmara Municipal legislar, com a sanção do Prefeito, sobre as matérias de
competência do Município, especificamente no que se refere a assuntos de interesse local, inclusive
suplementando a legislação federal e a estadual e, especialmente, quanto a:
I - tributos municipais, bem como autorizar isenções, anistias fiscais e a remissão de dívidas;
II - orçamento anual, plano plurianual, diretrizes orçamentárias e autorizar a abertura de
créditos suplementares e especiais;
III - obtenção e concessão de empréstimos e operações de crédito e suas formas de pagamento;
IV - concessão de auxílios e subvenções,
V - concessão e permissão de serviços públicos;
VI - concessão de direito real de uso de bens municipais;
VII - alienação e concessão de bens imóveis,
VIII - aquisição de bens imóveis;
IX - criação, organização e supressão de distritos, observada a legislação estadual;
X - criação, alteração e extinção de cargos, empregos e funções públicas, e fixação da
respectiva remuneração;
XI - plano diretor;
XII - alteração da denominação de vias e logradouros públicos;
XIII - guarda municipal, destinada a proteger bens, serviços e instalações do município:
XIV - ordenamento, parcelamento, uso e ocupação do solo urbano;
XV - organização e prestação de serviços públicos.
Art. 29 - Compete à Câmara Municipal, privativamente, entre outras, as seguintes atribuições:
I - eleger sua Mesa diretora, bem como destituí-la na forma desta Lei Orgânica e do
Regimento Interno;
II - organizar os seus trabalhos, pela elaboração de regimento interno aprovado pela maioria
dos seus membros,
III - nomeação dos funcionários de sua secretaria;
IV - elaboração das leis, respeitada a iniciativa do Prefeito;
V - decisão, por maioria absoluta, sobre os vetos do Prefeito,
VI - zelo pelo fiel cumprimento das leis internas,
VII - mudar temporariamente a sua sede,
VIII - processar e julgar os vereadores na forma desta Lei Orgânica;
IX - fixar a remuneração do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, observando-se o
disposto no inciso V, do artigo 29, da Constituição Federal e o estabelecido nesta Lei Orgânica;
X - exercer, com o auxílio do Tribunal de Contas dos Municípios, a fiscalização financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial do Município;
XI - julgar as contas anuais do Município e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos
de Governo;
XII - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do Poder regulamentar ou
dos limites de delegação legislativa;
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção
de cargos, empregos e funções de seus serviços e fixar a respectiva remuneração;
XIV - autorizar o Prefeito a se ausentar do Município, quando a ausência exceder a 15 dias;
XV - fiscalizar e controlar diretamente os atos do Poder Executivo, incluídos os da
administração direta, indireta e fundacional;
XVI - proceder a tomada de contas do Prefeito Municipal, quando não apresentadas à Câmara
dentro do prazo de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;
XVII - apresentar ao Promotor de Justiça, mediante aprovação de dois terços de seus membros,
contra o Prefeito, o Vice-Prefeito e Secretários Municipais ou ocupantes de cargo da mesma natureza, pela
prática de crime contra a administração pública que tiver conhecimento;
XVIII - dar posse ao Prefeito e ao Vice-Prefeito, conhecer de sua renúncia e afastá-los
definitivamente do cargo, nos termos previstos nesta lei;
XIX - conceder licença ao Prefeito, Vice-Prefeito e aos vereadores para afastamento do cargo;
XX - criar comissões especiais de inquéritos sobre fato determinado que se inclua na
competência da Câmara Municipal, sempre que o requerer pelo menos um terço dos membros da Câmara
Municipal,
XXI - convocar os Secretários Municipais ou os ocupantes de cargos da mesma natureza para
prestar informações sobre matéria de sua competência;
XXII - solicitar informações ao Prefeito Municipal sobre assuntos referentes à administração;
XXIII - autorizar referendo e convocar plebiscito;
XXIV - decidir sobre a perda de mandato de Vereador, por voto secreto e maioria absoluta, nas
hipóteses previstas nesta Lei Orgânica;
XXV - conceder título honorífico a pessoas que tenham reconhecidamente prestado serviços ao
Município, mediante decreto legislativo aprovado pela maioria de dois terços de seus membros,
§ 1º - É fixado em trinta dias, prorrogável por igual período, desde que solicitado e devidamente
justificado o prazo para que os responsáveis pelos órgãos da administração direta e indireta do Município
prestem as informações e encaminhem os documentos requisitados pela Câmara Municipal na forma desta
Lei Orgânica.
§ 2º - O não atendimento no prazo estipulado no parágrafo anterior faculta ao Presidente da
Câmara solicitar, na conformidade da legislação vigente, a intervenção do Poder Judiciário para fazer
cumprir a legislação.
SEÇÃO II
DOS VEREADORES
Art. 30 - O vereador é inviolável por suas opiniões, palavras e votos, no exercício do mandato e na
circunscrição do Estado, aplicando-se-lhes as regras da Constituição Estadual sobre inviolabilidade e
imunidades.
Art. 31 - Os Vereadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou
prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as provas que lhes forem confiadas.
Art. 32 - O mandato de Vereador será remunerado, na forma fixada pela Câmara Municipal, em
cada legislatura para a subsequente, observado o que dispõe o art. 29, V, da Constituição Federal.
Parágrafo Único - A remuneração será automaticamente corrigida na mesma data e nos mesmos
índices da revisão geral da remuneração dos servidores municipais.
Art. 33 - Aos vereadores se impõe, no que couber, os impedimentos e incompatibilidades dos
servidores da administração municipal, e similares, ao que dispõe o art. 63 da Constituição do Estado.
Art. 34 - Perderá o mandato o vereador:
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas nesta lei;
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar ou atentatório
das instituições vigentes;
III - que deixar de comparecer em cada sessão legislativa à terça parte das sessões ordinárias
da Câmara, salvo licença ou missão por esta autorizada;
IV -- que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V - que fixar residência fora do Município;
VI - que sofrer condenação criminal ou eleitoral em sentença definitiva e irrecorrível;
VII - que não tomar posse, na forma desta lei;
§ 1º -  incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no Regimento
Interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro da Câmara Municipal ou a percepção de
vantagens indevidas.
§ 2º - Nos casos dos incisos I, II e VI a perda do mandato será decidida pela Câmara Municipal
por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da Mesa ou de partido político representado na
Câmara, assegurada ampla defesa.
§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III, IV, V e VII, a perda será declarada pela Mesa da
Câmara, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros ou de partido político
representado, assegurada ampla defesa.
Art. 35 - Não perderá o mandato o Vereador:
I - investido no cargo do Executivo do Município;
II - licenciado por motivo de doença ou para tratar de interesse particular;
III - licenciado para desempenhar missões temporárias de caráter cultural ou de interesse geral
do Município.
Art. 36 - O Vereador poderá ser licenciado:
I - por moléstia devidamente comprovada;
II - para desempenhar missões temporárias de caráter cultural e de interesse do Município,
III - para tratar de interesses particulares, por prazo determinado;
IV - nos demais casos previstos no R.I.
Art. 37 - No caso de vaga ou licença de Vereador, o Presidente da Câmara Municipal convocará
imediatamente o suplente.
§ 1º - O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em função de outro Poder
ou de licença por período superior a cento e vinte dias.
§ 2º - O suplente convocado deverá tomar posse no prazo de quinze dias, salvo motivo justo
aceito pela Câmara Municipal;
§ 3º - Em caso de vaga, não havendo suplente, o Presidente da Câmara comunicará o fato
dentro de quarenta e oito horas ao Tribunal Regional Eleitoral.
Art. 38 - Lei Municipal estabelecerá a forma de prestar benefício de pensão a cônjuge de Vereador,
por morte, e aposentadoria proporcional àqueles que tenham exercido mandato eletivo em pelo menos
quatro legislaturas ou dezesseis anos de mandato.
SEÇÃO III
DA POSSE DOS VEREADORES
Art. 39 - A Câmara Municipal reunir-se-á em sessão preparatória, a partir de 1º de janeiro do
primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros.
§ 1º - Sob a presidência do Vereador que mais recentemente tenha exercido cargo na Mesa ou,
na hipótese de inexistir tal situação, do mais votado entre os presentes, os demais vereadores prestarão
compromisso e tomarão posse, cabendo ao Presidente prestar o compromisso seguinte:
"PROMETO CUMPRIR A CONSTITUIÇÃO FEDERAL, A CONSTITUIÇÃO ESTADUAL E A LEI
ORGÂNICA DO MUNICÍPIO, OBSERVAR AS LEIS, DESEMPENHAR O MANDATO QUE ME FOI
CONFIADO E TRABALHAR PARA O PROGRESSO DO MUNICÍPIO E BEM-ESTAR DE SEU
POVO."
§ 2º - Prestado o compromisso pelo Presidente, o Secretário que for designado para esse fim
fará a chamada nominal de cada Vereador, que declarará:
"ASSIM O PROMETO."
§ 3º - O Vereador que não tomar posse na sessão prevista neste artigo, deverá fazê-lo no prazo
de quinze dias salvo motivo justo, aceito pela Câmara Municipal.
§ 4º - No ato da posse, os Vereadores deverão desincompatibilizar-se e fazer declaração de seus
bens, repetida quando do término do mandato, sendo ambas transcritas em livro próprio, resumidas em ata e
divulgada para o conhecimento público.
SEÇÃO IV
DA MESA DA CÂMARA
Art. 40 - Os membros da Mesa da Câmara terão mandato de dois anos, vedada a reeleição para o
mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente.
Art. 41 - Imediatamente após a posse, os Vereadores reunir-se-ão sob a presidência do que dirigiu a
posse, para eleição dos membros da Mesa da Câmara, que ficarão automaticamente empossados.
§ 1º - Na hipótese de não haver número suficiente para eleição da Mesa, o Vereador que mais
recentemente houver exercido cargo na Mesa ou, na hipótese de inexistir tal situação, o mais votado entre
os presentes permanecerá na Presidência e convocará sessões diárias até que seja eleita a Mesa.
§ 2º - A eleição para renovação da Mesa realizar-se-á, obrigatoriamente, na última sessão
ordinária legislativa, empossando-se os eleitos em 1º de janeiro.
§ 3º - Caberá ao Regimento Interno da Câmara Municipal, dispor sobre a composição da Mesa
da Câmara e, subsidiariamente, sobre sua eleição.
§ 4º - Qualquer componente da Mesa poderá ser destituído, pelo voto da maioria absoluta dos
membros da Câmara Municipal quando faltoso, omisso ou ineficiente no desempenho de suas atribuições,
devendo o Regimento Interno da Câmara Municipal dispor sobre o processo de destituição e sobre a
substituição do membro destituído.
SEÇÃO V
DAS ATRIBUIÇÕES DA MESA
Art. 42 - Compete à Mesa da Câmara Municipal, além de outras atribuições estabelecidas no
Regimento Interno:
I - propor ao Plenário projetos de Resolução que criem, transformem ou extingam cargos,
empregos ou funções da Câmara Municipal, bem como a fixação da respectiva remuneração, observadas as
determinações legais;
II - declarar a perda do mandato de Vereador, de ofício ou por provocação de qualquer dos
membros da Câmara, nos casos previstos nesta Lei Orgânica, assegurada ampla defesa, nos termos do
Regimento Interno.
III - elaborar e encaminhar ao Prefeito, até o dia trinta e um de agosto, após aprovação pelo
Plenário, a proposta parcial do orçamento da Câmara, para ser incluída na proposta geral do Município,
prevalecendo, na hipótese de não aprovação pelo Plenário, a proposta elaborada pela Mesa da Câmara.
Parágrafo Único - A Mesa decidirá sempre por maioria absoluta de seus membros.
SEÇÃO VI
DAS SESSÕES
Art. 43 - A sessão legislativa desenvolve-se de 15 de fevereiro a 30 de junho e de 1º de agosto a 15
de dezembro, independentemente de convocação.
Art. 44 - As reuniões marcadas para as datas estabelecidas anteriormente serão transferidas para o
primeiro dia útil subseqüente, quando recaírem em sábados, domingos ou feriados.
Art. 45 - A Câmara Municipal reunir-se-á em sessões ordinárias, extraordinárias e secretas,
conforme dispuser o seu Regimento Interno, e as remunerará de acordo com o estabelecido nesta Lei
Orgânica e na legislação específica.
Art. 46 - As sessões da Câmara Municipal deverão ser realizadas em recinto destinado ao seu
funcionamento, considerando-se nulas as que se realizarem fora dele.
§ 1º - comprovada a impossibilidade de acesso àquele recinto ou outra causa que impeça a sua
utilização, poderão ser realizadas sessões em outro local, por decisão do Presidente da Câmara.
§ 2º - As sessões solenes poderão ser realizadas fora do recinto da
Câmara.
Art. 47 - As sessões da Câmara serão públicas, salvo deliberação em contrário, tomada pela
maioria absoluta de seus membros, quando ocorrer motivo relevante de preservação do decoro parlamentar.
Art. 48 - As sessões somente poderão ser abertas pelo Presidente da Câmara ou por outro membro
da Mesa, com a presença mínima de um terço de seus membros.
Parágrafo Único - Considerar-se-á presente à sessão o Vereador que assinar o livro ou as folhas de
presença até o início da ordem do dia e participar das votações.
Art. 49 - A convocação extraordinária da Câmara Municipal dar-se-á:
I - pelo Prefeito Municipal, quando este a entender necessária;
II - pelo Presidente da Câmara;
III - por requerimento da maioria absoluta dos membros da Câmara.
Parágrafo Único - Na sessão legislativa extraordinária a Câmara Municipal deliberará somente sobre a
matéria para a qual foi convocada.
Art. 50 - Ao término de cada período legislativo a Câmara elegerá dentre os seus membros, em
votação secreta, uma Comissão representativa de um terço de seus membros, cuja composição reproduzirá
a proporcionalidade de representação partidária da casa, que funcionará nos interregnos dos períodos
legislativos ordinários, com as atribuições que estabelecer o Regimento Interno.
SEÇÃO VII
DAS COMISSÕES
Art. 51 - A Câmara Municipal terá comissões permanentes e especiais, constituídas na forma e nas
atribuições definidas no Regimento Interno ou no ato de que resultar a sua criação.
§ 1º - Em cada comissão será assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional
dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da Câmara.
§ 2º - As Comissões, em razão da matéria de sua competência cabe:
I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do Regimento Interno, a
competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa,
II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;
III - convocar secretários municipais ou ocupantes de cargos da mesma natureza para prestar
informações sobre assuntos inerentes às suas atribuições;
IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos
ou omissões das autoridades ou entidades públicas;
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
VI - apreciar programas de obras e planos e sobre eles emitir parecer;
VII - acompanhar junto à Prefeitura Municipal a elaboração da proposta orçamentária, bem
como a sua posterior execução;
Art. 52 - As comissões especiais de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das
autoridades judiciais além de outros previstos no Regimento Interno, serão criadas pela Câmara mediante
requerimento de um terço de seus membros, para apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo
suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público para que este promova a
responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
Art. 53 - Qualquer entidade da sociedade civil poderá solicitar ao Presidente da Câmara que lhe
permita emitir conceitos ou opiniões, junto às comissões, sobre projetos que nelas se encontrem para estudo.
Parágrafo Único - O Presidente da Câmara enviará o pedido ao Presidente da respectiva comissão,
a quem caberá definir ou indeferir o requerimento, indicando, se for o caso, dia e hora para o
pronunciamento e seu tempo de duração.
SEÇÃO VIII
DO PROCESSO LEGISLATIVO
SUBSEÇÃO I
DISPOSIÇÃO GERAL
Art. 54 - O processo legislativo municipal compreende a elaboração de:
I - emendas à Lei Orgânica;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - decretos legislativos; e
VI - resoluções.
SUBSEÇÃO II
DAS EMENDAS A LEI ORGÂNICA MUNICIPAL
Art. 55 - A Lei Orgânica Municipal poderá ser emendada me diante proposta:
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara Municipal
II - do Prefeito Municipal;
III - de iniciativa popular.
§ lº - A proposta de emenda à Lei Orgânica será discutida e votada em dois turnos de discussão
e votação, considerando-se aprovada quando obtiver, em ambos, dois terços dos votos dos membros da
Câmara.
§ 2º - A emenda aprovada será promulgada pela Mesa da Câmara com o respectivo número de
ordem.
SUBSEÇÃO III
DAS LEIS
Art. 56 - A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer Vereador ou comissão
da Câmara, ao Prefeito e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta. Lei Orgânica.
Art. 57 - Compete privativamente ao Prefeito Municipal a iniciativa das leis que versem sobre:
I - regime jurídico dos servidores;
II - criação de cargos, empregos e funções na administração direta, indireta e fundacional do
Município ou fixação de sua remuneração;
III - orçamento anual, diretrizes orçamentárias e plano plurianual;
IV - criação, estruturação e atribuições dos órgãos da administração do Município.
Art. 58 - A iniciativa popular será exercida pela apresentação à Câmara Municipal, de projeto de
lei subscrito por, no mínimo, cinco por cento dos eleitores inscritos no Município, contendo assunto de
natureza específica do Município ou da cidade ou de bairros.
§ 1º - A proposta popular deverá ser articulada, exigindo-se para o seu recebimento pela
Câmara, a identificação dos assinantes, mediante indicação do respectivo título eleitoral, bem como a
certidão expedida pelo órgão eleitoral competente contendo a informação do número total de eleitores do
bairro, da cidade ou do Município, conforme o caso.
§ 2º - A tramitação dos projetos de lei de iniciativa popular obedecerá às normas relativas ao
processo legislativo.
§ 3º - Caberá ao Regimento Interno da Câmara assegurar e dispor sobre o modo pelo qual os
projetos de iniciativa popular serão defendidos na tribuna da Câmara.
Art. 59 - São objeto de leis municipais as seguintes matérias:
I - tributário municipal;
II - código de obra ou edificações,
III - código de posturas;
IV - código de zoneamento,
V - código de parcelamento do solo;
VI - plano diretor;
VII - regime jurídico dos servidores.
Parágrafo Único - As leis delegadas serão elaboradas pelo Prefeito Municipal, que deverá solicitar
delegação à Câmara Municipal e as demais leis exigem para a sua aprovação o voto favorável da maioria
absoluta dos membros da Câmara Municipal.
Art. 60 - Não serão objeto de delegação os atos de competência privativa da Câmara Municipal e a
legislação sobre planos plurianuais, orçamentos e diretrizes orçamentárias.
§ lº - A delegação ao Prefeito Municipal terá a forma de decreto legislativo da Câmara
Municipal, que especificará o seu conteúdo e os termos do seu exercício.
§ 2º - Se o decreto legislativo determinar a apreciação da lei delegada pela Câmara, esta o fará
em votação única, vedada qualquer emenda.
Art. 61 - O Prefeito Municipal poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de sua
iniciativa, considerados relevantes, os quais deverão ser apreciados no prazo de trinta dias.
§ 1º - Decorrido, sem deliberação, o prazo fixado no caput deste artigo, o projeto será
obrigatoriamente incluído na ordem do dia, para que se ultime sua votação, sobrestando-se a deliberação de
qualquer outra matéria, exceto veto e leis orçamentárias.
§ 2º - O prazo referido neste artigo não ocorre no período de recesso da Câmara e nem se aplica
aos projetos de codificação.
Art. 62 - O projeto de lei aprovado pela Câmara será, no prazo de dez dias úteis, enviado pelo seu
Presidente ao Prefeito Municipal que, concordando, o sancionará no prazo de quinze dias úteis.
§ 1º - Decorrido o prazo de quinze dias úteis, o silêncio do Prefeito Municipal importará em
sanção.
§ 2º - Se o Prefeito Municipal considerar o projeto no todo ou em parte inconstitucional ou
contrário ao interesse público, veta-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da
data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente da Câmara os motivos do
veto.
§ 3º - O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de
alínea.
§ 4º - O veto será apreciado no prazo de quinze dias, contados do seu recebimento, com parecer
ou sem ele, em uma única discussão e votação.
§ 5º - O veto somente será rejeitado pela maioria absoluta dos Vereadores, mediante votação
secreta.
§ 6º - Esgotado o prazo previsto no § 4º deste artigo, o veto será colocado na ordem do dia da
sessão imediatamente seguinte, sobrestadas as demais proposições até sua votação final.
§ 7º - Se o veto for rejeitado, o projeto será enviado ao Prefeito Municipal, em quarenta e oito
horas, para promulgação.
§ 8º - Se o Prefeito Municipal não promulgar a lei nos prazos previstos e ainda no caso de
sanção tácita, o Presidente da Câmara a promulgará e, se este não o fizer no determinado prazo de quarenta
e oito horas, caberá ao Vice-Presidente obrigatoriamente fazê-lo.
§ 9º - A manutenção do veto não restaura matéria suprimida ou modificada pela Câmara.
Art. 63 - A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo
projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros da Câmara.
Art. 64 - A Resolução destina-se a regular matéria político administrativa da Câmara, de sua
competência exclusiva, não dependendo de sanção ou veto do Prefeito Municipal.
Art. 65 - O Decreto Legislativo destina-se a regular matéria de competência exclusiva da Câmara
que produza efeitos externos, não dependendo de sanção ou veto do Prefeito Municipal.
Art. 66 - O Processo Legislativo das Resoluções e dos Decretos Legislativos se dará conforme
determinar o Regimento Interno da Câmara, observado, no que couber, o disposto nesta Lei Orgânica.
Art. 67 - O cidadão que desejar poderá utilizar da palavra durante a primeira discussão dos
projetos de lei, para opinar sobre eles, desde que se inscreva em lista especial na secretaria da Câmara,
antes de iniciada a sessão.
§ 1º - Ao se inscrever, o cidadão deverá fazer referência à matéria sobre a qual falará, não lhe
sendo permitido abordar temas que não tenham sido expressamente mencionados na inscrição.
§ 2º - O Regimento Interno da Câmara estabelecerá as condições e os requisitos para o uso da
palavra pelos cidadãos que o desejarem.
SEÇÃO IX
DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL,
FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Art. 68 - A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Município
e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
aplicação de subvenções e renúncia de receitas, será exercida pela Câmara Municipal, mediante controle
externo e pelo sistema de controle interno do Poder Executivo.
Parágrafo Único - Prestará contas qualquer pessoa física ou entidade pública que utilize, arrecade,
guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos ou pelos quais o Município responda, ou
que em nome deste assuma obrigações de natureza pecuniária.
Art. 69 - O controle externo, a cargo da Câmara Municipal, será exercido com auxílio do Tribunal
de Contas dos Municípios e compreenderá a apreciação das contas, o acompanhamento de atividades
financeiras e orçamentárias do Município, o desempenho das funções de auditoria financeira e
orçamentária, bem como o julgamento das contas administradores e demais responsáveis por bens e valores
públicos.
§ 1º - As contas da Mesa diretora da Câmara Municipal, após julgadas pelo Tribunal de Contas
dos Municípios, serão apreciadas pelo Plenário da Câmara Municipal, sem participação dos membros da
Mesa, funcionando como Presidente neste procedimento o vereador mais idoso.
§ 2º - O parecer prévio emitido pelo Tribunal de Contas dos Municípios sobre as contas que o
Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da
Câmara Municipal, que sobre ele deverá pronunciar-se no prazo de noventa dias após o seu recebimento.
Art. 70 - O Prefeito e o Presidente da Câmara Municipal remeterão as suas contas anuais até 31 de
março do exercício seguinte ao Tribunal de Contas dos Municípios.
Art. 71 - O Prefeito e o Presidente da Câmara Municipal ficam obrigados a apresentar balancetes
trimestrais, até trinta dias após ter encerrado o trimestre, discriminando receitas e despesas, bem como a
admissão de pessoal, a qualquer título, ficando cópias de tais balancetes e da respectiva documentação no
prédio da Câmara Municipal.
Art. 72 - Os Poderes Legislativo e Executivo do Município manterão, de forma integrada, sistema
de controle interno, com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos
programas de governo e do orçamento do Município;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração municipal, bem como da
aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado,
III - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional;
Parágrafo Único - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer
irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas dos Municípios, ao Prefeito e ao
Presidente da Câmara Municipal, sob pena de responsabilidade solidária.
Art. 73 - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na
forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas dos Municípios.
CAPÍTULO III
DO PODER EXECUTIVO
SEÇÃO I
DO PREFEITO E DO VICE-PREFEITO
Art. 74 - O Prefeito, eleito pelo povo é o chefe do Poder Executivo Municipal, com funções
políticas, executivas e administrativas, auxiliado pelos Secretários Municipais.
Art. 75 - O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse perante a Câmara Municipal e prestarão o
compromisso constitucional que segue:
"PROMETO MANTER, DEFENDER, CUMPRIR E FAZER CUMPRIR AS CONSTITUIÇÕES
FEDERAL E ESTADUAL, A LEI ORGÂNICA MUNICIPAL E AS LEIS, PROMOVER O BEM GERAL
DO POVO DESTE MUNICIPIO E DESEMPENHAR COM LEALDADE E HONESTIDADE O
MANDATO QUE ME FOI CONFIADO."
Art. 76 - Se a Câmara não estiver instalada ou se deixar de se reunir para dar posse, o Prefeito e o
Vice-Prefeito tomarão posse, dentro de quinze dias da data fixada para esta, perante o juiz de direito da
comarca ou seu substituto legal.
§ 1º - Se dentro do prazo ou decorridos quinze dias da data fixada para a posse, o Prefeito e o
Vice-Prefeito, salvo motivo de força maior, não tiverem assumido o cargo, este será declarado vago pela
Câmara Municipal.
Art. 77 - O Prefeito será substituído, no caso de ausência do Município ou de impedimento, e
sucedido, no caso de vaga, pelo Vice-Prefeito.
§ 1º - Em caso de ausência ou de impedimento do Prefeito e do Vice-Prefeito, ou vacância dos
respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da prefeitura os membros da Mesa diretora
da Câmara Municipal, obedecida a respectiva ordem, junto ao Juiz de Direito da Comarca, lavrando-se o
ato de transmissão em livro próprio.
§ 2º - Implica responsabilidade a não transmissão de cargos, os casos de ausência e
impedimento.
Art. 78 - Vagando os cargos de Prefeito e de Vice-Prefeito, far-se-á eleição noventa dias depois de
aberta a última vaga.
§ 1º - Ocorrendo vacância no último ano de mandato, a eleição para ambos os cargos será feita
até trinta dias depois da última vaga, pela Câmara Municipal, na forma da lei que regular a matéria.
§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.
Art. 79 - O Prefeito e o Vice-Prefeito devem residir no Município, e dele não poderão ausentar-se,
por tempo superior a quinze dias consecutivos e, para o exterior por qualquer tempo, sem prévia licença da
Câmara Municipal, implicando o descumprimento do disposto neste artigo na perda do mandato.
Art. 80 - As proibições e incompatibilidades dos Vereadores aplicam-se no que couber, ao Prefeito
e ao Vice-Prefeito.
Art. 81 - São crimes de responsabilidade, apenados com perda do mandato os atos do Prefeito que
atentem contra a Constituição Federal a Estadual, esta Lei Orgânica e, especialmente contra:
I - a existência do Município;
II o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e do Ministério Público;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV - a segurança interna do Município;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
SEÇÃO II
DAS PROIBIÇÕES
Art. 82 - O Prefeito e o Vice-Prefeito não poderão, desde a expedição do diploma:
I - firmar ou manter contrato com pessoa de direito público, autarquia, empresa pública,
sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público na área municipal, salvo quando
o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
II aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado nas entidades constantes do inciso
anterior;
III - fazer empréstimos ao Município.
Art. 83 - O Prefeito e o Vice-Prefeito não poderão, desde a posse:
I - ser proprietário ou diretor de empresa que goze de favor decorrente de contrato com
pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada, na área de atuação do Município;
II ocupar cargo público municipal do qual possa ser demissível ad nutum;
III - exercer outro cargo eletivo federal, estadual ou municipal;
IV patrocinar causa contra pessoa jurídica de direito público;
V exercer cargo, função ou emprego público municipal na administração direta ou indireta,
devendo afastar-se do anterior, optando pela remuneração de um ou de outro;
VI - em caso de ser exigido o afastamento para o exercício do mandato, o tempo de serviço
será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento.
§ 1º - As proibições e impedimentos previstos nesta seção se estendem ao Vice-Prefeito, aos
Secretários e a qualquer agente investido em função, cargo ou emprego municipais, no que for aplicável.
§ 2º - O Prefeito, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos
ao exercício de suas funções.
SEÇÃO III
DAS LICENÇAS
Art. 84 - O Prefeito poderá licenciar-se:
I - quando em serviço ou em missão de representação do Município, devendo enviar à
Câmara Municipal relatório circunstanciado dos resultados de sua viagem;
II - para tratamento de saúde;
III - para tratar de interesses particulares.
Parágrafo Único - Durante a licença para tratar de interesses particulares, o Prefeito não perceberá
seus subsídios e representações.
Art. 85 - Quando a licença para cumprimento de missão de representação, o Prefeito perceberá
seus subsídios, mais a verba de representação, convocando-se o seu respectivo substituto.
Art. 86 - O disposto nesta seção aplica-se ao Vice-Prefeito, quando no exercício do cargo de
Prefeito.
SEÇÃO IV
DA TRANSIÇÃO ADMINISTRATIVA
Art. 87 - Proclamado oficialmente eleito Prefeito pelo resultado da eleição municipal, poderá o
eleito indicar uma Comissão de Transição, destinada a proceder ao levantamento de condições
administrativas do Município.
Parágrafo Único - O Prefeito em exercício não poderá impedir ou dificultar os trabalhos da
Comissão de Transição.
Art. 88 - Até trinta dias antes da posse do novo Prefeito eleito, o Prefeito municipal em exercício
deverá preparar, para entrega ao sucessor e para publicação imediata, relatório da situação da
administração municipal que conterá, entre outras, informações atualizadas sobre:
I - dívidas do Município, por credor, com as datas dos respectivos vencimentos, inclusive das
dívidas a longo prazo e encargos decorrentes de operação de crédito, informando sobre a capacidade da
administração municipal realizar operações de crédito de qualquer natureza;
II - medidas necessárias à regularização das contas municipais perante o Tribunal de Contas
dos Municípios, se for o caso;
III - prestações de contas de convênios celebrados com órgãos da União e do Estado, bem
como do recebimento de subvenções ou auxílio;
IV - situação dos contratos com concessionárias e permissionárias de serviços públicos;
V - estado dos contratos de obras e serviços, em execução ou apenas formalizados,
informando sobre o que foi realizado e pago e o que há por executar e pagar, com os prazos respectivos;
VI - transferências a serem recebidas da União e do Estado, por força de mandamento
constitucional ou de convênios;
VII - projetos de lei de iniciativa do Poder Executivo em curso na Câmara Municipal, para
permitir que a nova administração decida quanto à conveniência de lhes dar prosseguimento, acelerar seu
andamento ou retirá-los.
VIII - situação dos servidores do Município, seu custo, quantidade e órgãos em que estão
lotados e em exercício.
Art. 89 - É vedado ao Prefeito Municipal assumir por qualquer forma, compromissos financeiros
para execução de programas ou projetos que ultrapassem o período de seu mandato e não previstos na
legislação orçamentária.
§ 1º - O disposto neste artigo não se aplica nos casos comprovados de calamidade pública.
§ 2º - Serão nulos e não produzirão nenhum efeito os empenhos e atos praticados em desacordo
com este artigo sem prejuízo da responsabilidade do Prefeito Municipal.
SEÇÃO V
DA PERDA DO MANDATO
Art. 90 - Extingue-se o mandato do Prefeito e assim deve ser declarado pelo Presidente da Câmara
quando:
I - ocorrer falecimento;
II - renúncia por escrito;
III - suspensão ou perda dos direitos políticos;
IV - condenação criminal ou eleitoral com sentença irrecorrível;
V - incidir nos impedimentos, incompatibilidades e inelegibilidades para o exercício do cargo.
Parágrafo Único - A extinção do mandato no caso do item I e II deste artigo, independe de
deliberação do Plenário e se tornará efetiva desde a declaração do ato ou fato extintivo pelo Presidente da
Câmara e sua inserção em ata.
Art. 91 - Nos demais casos a perda do cargo será decidida pela Câmara por voto secreto e maioria
absoluta, mediante provocação da Mesa ou de partido político representado, assegurada ampla defesa.
Art. 92 - A extinção ou a cassação do mandato do Prefeito e do Vice-Prefeito, bem como a
apuração dos crimes de responsabilidade, ocorrerão na forma e nos casos previstos nesta Lei Orgânica.
Art. 93 - São infrações político-administrativas do Prefeito, sujeitas ao julgamento pela Câmara
Municipal e sancionadas com a cassação do mandato:
I - impedir o funcionamento regular da Câmara de Vereadores;
II - impedir o exame de livros, folhas de pagamento e demais documentos que devam constar
dos arquivos da Prefeitura, bem como a verificação de obras e serviços municipais, por comissão de
investigação da Câmara ou auditoria, regularmente instituída;
III - desatender, sem motivo justo, os pedidos de informação da Câmara, quando feitos a
tempo e de forma regular;
IV - retardar a publicação ou deixar de publicar as leis, e atos sujeitos a essa formalidade;
V - deixar de apresentar à Câmara, no devido tempo e de forma regular a proposta
orçamentária;
VI - descumprir o orçamento aprovado para o exercício financeiro;
VII - praticar contra expressa disposição de lei, ato de sua competência ou omitir-se na sua
prática;
VIII - omitir-se ou negligenciar na defesa de bens, rendas, direitos ou interesses do Município,
sujeitos à administração da Prefeitura;
IX - fixar residência fora do Município;
X - ausentar-se do Município por tempo superior a quinze dias, ou afastar-se da Prefeitura
sem autorização da Câmara;
XI - proceder de modo incompatível com a dignidade e o decoro do cargo ou atentatório das
instituições vigentes.
Parágrafo Único - A cassação do mandato será julgada pela Câmara, de acordo com o estabelecido
nesta Lei Orgânica e no Regimento Interno da Câmara Municipal.
SEÇÃO VI
DAS ATRIBUIÇÕES DO PREFEITO
Art. 94 - Aplica-se para a eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito as regras de incompatibilidade,
impedimento e inelegibilidade expressas na Constituição Federal, na Estadual e em lei complementar
federal.
Parágrafo Único - As incompatibilidades e impedimentos desaparecerão quando, no momento de ser
prestado o compromisso, haja cessado o motivo que a determinar.
Art. 95 - O Prefeito e o Vice-Prefeito ao serem empossados e se for o caso, deverão
desincompatibilizar-se, fazendo na mesma ocasião e ao término do mandato, declaração de seus bens e
dependentes, que será transcrita em livro próprio e remetido ao Tribunal de Contas dos Municípios.
Art. 96 - O Vice-Prefeito, além de outras atribuições que lhe forem conferidas, auxiliará o Prefeito
sempre que por ele convocado para missões especiais e participará das reuniões do secretariado.
Parágrafo Único - Sem prejuízo de seu mandato, mas tendo que optar pela remuneração que lhe for
conveniente, o Vice-Prefeito poderá ser nomeado Secretário do Município.
Art. 97 - Compete ,,privativamente ao Prefeito, entre outras atribuições, as de:
I - representar o Município em juízo ou fora dele;
II - exercer a direção superior da administração pública municipal;
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Lei Orgânica;
IV - enviar à Câmara Municipal o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e o orçamento
anual do Município;
V - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis aprovadas pela Câmara e expedir decretos e
regulamentos para sua fiel execução;
VI - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
VII - dispor sobre o funcionamento e organização da administração pública municipal;
VIII - remeter mensagem e plano de governo à Câmara Municipal por ocasião da abertura da
sessão legislativa, expondo a situação do Município e solicitando as providências que julgar necessárias;
IX - prestar anualmente à Câmara Municipal, dentro do prazo legal, as contas do Município
referentes ao exercício anterior;
X - prover e extinguir os cargos, os empregos e as funções públicas municipais;
XI - decretar, nos termos legais, desapropriação por necessidade ou utilidade pública ou por
interesse social mediante justa indenização;
XII - celebrar convênios com entidades públicas ou privadas para a realização de objetivos de
interesse do Município;
XIII - prestar à Câmara Municipal, dentro de trinta dias, as informações solicitadas, podendo o
prazo ser prorrogado a pedido, pela complexidade da matéria ou pela dificuldade de obtenção dos dados
solicitados;
XIV - publicar, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da
execução orçamentária;
XV - entregar à Câmara Municipal, no prazo legal, os recursos correspondentes às suas
dotações orçamentárias;
XVI - solicitar o auxílio das forças policiais para garantir o cumprimento de seus atos, bem
como fazer uso da guarda municipal, na forma da lei;
XVII - decretar calamidade pública quando ocorrerem fatos que a justifiquem;
XVIII - convocar extraordinariamente a Câmara;
XIX - fixar as tarifas dos serviços públicos concedidos e permitidos, bem como daqueles
explorados pelo próprio Município, conforme critérios estabelecidos na legislação municipal;
XX - requerer à autoridade competente a prisão administrativa de servidor público municipal
omisso ou remisso na prestação de contas dos dinheiros públicos;
XXI - dar denominação a propriedades e logradouros públicos;
XXII - superintender a arrecadação dos tributos e preços, bem como a guarda e a aplicação da
receita, autorizando as despesas e os pagamentos, dentro das disponibilidades orçamentárias ou dos créditos
autorizados pela Câmara;
XXIII - aplicar as multas previstas na legislação, nos contratos ou convênios, bem como relevá-
las em sendo o caso;
XXIV - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil e com membros da
comunidade;
XXV - resolver sobre os requerimentos, as reclamações ou as representações que lhe forem
dirigidos.
§ 1º - O Prefeito poderá delegar as atribuições previstas nos incisos XIII, XXIII, XXIV e XXV,
deste artigo.
§ 2º - O Prefeito poderá a qualquer tempo, segundo seu único critério, avocar a si a
competência delegada.
TÍTULO IV
DA ORGANIZAÇÃO DO GOVERNO MUNICIPAL
CAPÍTULO I
DO PLANEJAMENTO MUNICIPAL
Art. 98 - O Município organizará a sua administração, exercerá suas atividades e promoverá sua
política de desenvolvimento urbano mediante adequado sistema de planejamento, atendendo aos objetivos e
diretrizes estabelecidos no plano diretor.
§ 1º - O plano diretor é o instrumento orientador e básico dos processos de transformação do
espaço urbano e de sua estrutura territorial, servindo de referência para todos os agentes públicos que
atuam na administração municipal.
§ 2º - Sistema de planejamento é o conjunto de órgãos, normas, recursos humanos e técnicos
voltados à coordenação da ação planejada da administração municipal.
§ 3º - Será assegurada a cooperação de associações representativas, legalmente organizadas,
pela participação em órgão componente do sistema de planejamento municipal.
Art. 99 - A delimitação das zonas urbanas e de expansão urbana será feita por lei, estabelecida no
plano diretor.
CAPÍTULO II
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 100 - A administração pública direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes
do Município obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
participação popular.
Art. 101 - Somente lei específica poderá criar e extinguir órgãos públicos, da administração
direta e indireta sendo vedada a criação de órgãos que caracterize a superposição de funções.
Art. 102 - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos
públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes,
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos, sob pena
de responsabilidade.
§ 1º - Todo serviço de publicidade, de qualquer natureza, dos Poderes do Município, tanto da
administração direta, quanto da indireta, quando não realizado diretamente pelo Poder Público, deverá
obedecer a parâmetros gerais de contratação de serviços e obras públicas.
SEÇÃO II
DOS ATOS MUNICIPAIS
Art. 103 - A formalização dos atos administrativos da competência do Prefeito far-se-á:
I - mediante decreto, numerado em ordem cronológica:
a) regulamentação de lei;
b) criação ou extinção de gratificações, quando autorizadas em lei;
c) abertura de créditos especiais e suplementares;
d) declaração de utilidade pública ou de interesse social para efeito de desapropriação ou
servidão administrativa;
e) criação, alteração e extinção de órgão da Prefeitura, quando autorizada em lei;
f) definição da competência dos órgãos e das suas atribuições e dos servidores da Prefeitura,
não privativas de lei;
g) aprovação de regulamentos e regimentos dos órgãos da administração descentralizada;
h) fixação e alteração dos preços dos serviços prestados pelo Município e aprovação dos
preços dos serviços concedidos ou autorizados;
i) permissão para exploração de serviços públicos e para uso de bens municipais;
j) aprovação de planos de trabalho dos órgãos da administração direta;
l) criação, extinção, declaração ou modificação de direitos dos administrados, não privativos
de lei;
m) medidas executórias do plano diretor;
n) estabelecimento de normas de efeitos externos, não privativas de lei;
II - mediante portaria, quando se tratar de:
a) provimento e vacância de cargos públicos e demais atos de efeito individual relativos aos
servidores municipais;
b) lotação e relotação nos quadros de pessoal;
c) criação de comissões e designação de seus membros;
d) instituição e dissolução de grupos de trabalho;
e) autorização para contratação de servidores por prazo determinado e dispensa;
f) abertura de sindicâncias e processos administrativos e aplicação de penalidades;
g) outros atos que, por sua natureza ou finalidade, não sejam objeto de lei ou decreto.
Parágrafo Único - Poderão ser delegados os atos constantes do item II, deste artigo.
Art. 104 - Enquanto não for instituído órgão oficial de publicação e inexistir imprensa local,
a publicação das leis e dos atos municipais será feita por afixação, em local próprio e de acesso público e
na sede da Prefeitura Municipal e da Câmara Municipal.
Art. 105 - A administração pública municipal tornará nulos seus atos quando eivados de
vícios que o tornem ilegais, bem como deverá revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade,
observado em qualquer caso, o devido procedimento legal.
Art. 106 - Os atos de improbidade administrativa importarão na perda da função pública, na
indisponibilidade dos bens e no ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo
da ação penal cabível.
Art. 107 - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de
serviços públicos, bem como seus agentes, responderão pelos danos que estes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo e culpa.
Art. 108 - Ressalvados os casos previstos em lei, as obras, serviços, compras, concessões e
alienações serão contratadas mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições
efetivas da proposta, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
§ 1º - O disposto neste artigo também se aplica aos órgãos da administração indireta.
§ 2º - O edital de licitação especificará que, havendo empate de propostas, dar-se-á preferência
ao licitante sediado no Município e Estado, respectivamente.
SEÇÃO III
DOS SERVIDORES MUNICIPAIS
Art. 109 - o Município instituirá, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e
planos de carreira, cargos e salários para os servidores da administração pública direta, indireta ou
fundacional.
§ 1º - É assegurada aos servidores da administração direta, autárquica e fundacional isonomia
de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelhados do mesmo Poder ou entre servidores dos
Poderes Executivo e Legislativo, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à natureza e
ao local de trabalho.
§ 2º - A administração pública estabelecerá uma política geral de treinamento e desenvolvimento
de recursos humanos, que assegure aos servidores públicos oportunidades de integração, formação e
aperfeiçoamento operacional, técnico e gerencial, vinculando essas ações aos planos de cargos, salários e
sistema de carreira.
Art. 110 - O Município assegura aos servidores públicos civis, no que couber, além de
outros que visem à melhoria de sua condição social, os direitos abrangidos pela Seção II, Capítulo VII da
Constituição Federal e na Seção IV, Capítulo III, da Constituição Estadual.
Art. 111 - O Município poderá instituir contribuição cobrada de seus servidores, para o
custeio, em benefício destes, de sistema de previdência e assistência social.
Art. 112 - O Município assegurará a seus servidores ativos, aposentados, pensionistas e aos
dependentes destes, na forma da lei municipal, serviços de atendimento médico, odontológico e de
assistência social.
CAPÍTULO III
DAS OBRAS E SERVIÇOS PÚBLICOS MUNICIPAIS
Art. 113 - A realização de obras públicas municipais deverá estar adequada às diretrizes do
plano diretor.
Art. 114 - O Município poderá, atendendo os interesses e as necessidades da população,
prestar serviços públicos diretamente ou sob o regime de concessão ou permissão, bem como realizar obras
públicas, podendo contratá-las com particulares através de processo licitatório.
Art. 115 - Nenhuma obra pública, salvo os casos de extrema urgência devidamente
justificados, será realizada sem que conste:
I - o respectivo projeto;
II - o orçamento do seu custo;
III - a indicação dos recursos financeiros para o atendimento das respectivas despesas;
IV - a viabilidade do empreendimento, sua conveniência e oportunidade para o interesse
público;
V - os prazos de início e término.
Art. 116 - A concessão ou a permissão de serviço público somente será efetivada com
autorização da Câmara Municipal e mediante contrato, precedido de licitação.
§ 1º - Serão nulas de pleno direito as concessões e as permissões, bem como qualquer
autorização para exploração de serviço público, feitas em desacordo com o estabelecido neste artigo.
§ 2º - Os serviços permitidos ou concedidos ficarão sempre sujeitos à regulamentação e à
fiscalização da Administração Municipal, cabendo ao Prefeito Municipal aprovar as tarifas respectivas.
Art. 117 - Os usuários estarão representados nas entidades prestadoras de serviços públicos
na forma que dispuser a legislação municipal, assegurando-se sua participação em decisões relativas a:
I - planos e programas de expansão dos serviços;
II - revisão da base de cálculo dos custos operacionais;
III - política tarifária;
IV - nível de atendimento da população em termos de quantidade e qualidade;
V - mecanismos para atenção de pedidos e reclamações dos usuários, inclusive para apuração
de danos causados a terceiros.
Parágrafo Único - Em se tratando de empresas concessionárias ou permissionárias de serviços
públicos, a obrigatoriedade mencionada neste artigo deverá constar do contrato de concessão ou de
permissão.
Art. 118 - As entidades prestadoras de serviços públicos são obrigadas, pelos menos uma
vez por ano, a dar ampla divulgação de suas atividades, informando, em especial, sobre planos de
expansão, aplicação de recursos financeiros e realização de programas de trabalho.
Art. 119 - Nos contratos de concessão ou permissão de serviços públicos serão
estabelecidos entre outros:
I os direitos dos usuários, inclusive as hipóteses de gratuidade;
II - as regras para a remuneração do capital e para garantir o equilíbrio econômico e
financeiro do contrato;
III - as normas que possam comprovar eficiência no atendimento do interesse público, bem
como permitir a fiscalização pelo Município, de modo a manter o serviço contínuo, adequado e acessível;
IV - as regras para orientar a revisão periódica das bases de cálculo dos custos operacionais e
da remuneração do capital, ainda que estipulada em contrato anterior;
V - a remuneração dos serviços prestados aos usuários diretos, assim como a possibilidade de
cobertura dos custos por cobrança a outros agentes beneficiados pela existência dos serviços;
VI - as condições de prorrogação, caducidade, rescisão e reversão da concessão ou permissão.
Parágrafo Único - Na concessão ou na permissão de serviços públicos, o Município reprimirá
qualquer forma de abuso do poder econômico, principalmente as que visem à dominação do mercado, à
exploração monopolística e ao aumento abusivo de lucros.
Art. 120 - O Município poderá revogar a concessão ou a permissão dos serviços que forem
executados em desconformidade com o contrato ou ato pertinente, bem como daqueles que se revelarem
manifestamente insatisfatórios para o atendimento dos usuários.
Art. 121 - As licitações para a concessão ou a permissão de serviços públicos deverão ser
precedidas de ampla publicidade, inclusive em jornais da capital do Estado, mediante edital ou comunicado
resumido.
Art. 122 - As tarifas dos serviços públicos prestados diretamente pelo Município ou por
órgão de sua administração descentralizada serão fixadas pelo Prefeito Municipal, cabendo à Câmara
Municipal definir os serviços que serão remunerados pelo custo, acima do custo e abaixo do custo, tendo
em vista seu interesse econômico e social.
Art. 123 - O Município poderá consorciar-se com outros municípios para a realização de
obras ou prestação de outros serviços públicos de interesse comum.
Parágrafo Único - O Município deverá propiciar meios para criação, nos consórcios, de órgão
consultivo constituído por cidadãos não pertencentes ao serviço público municipal.
Art. 124 - Ao Município é facultado conveniar com a União ou com o Estado a prestação de
serviços públicos de sua competência privativa, quando lhe faltarem recursos técnicos ou financeiros para a
execução dos serviços em padrões adequados ou quando houver interesse mútuo para a celebração do
convênio.
Parágrafo Único - Na celebração de convênios de que trata este artigo, deverá o município:
I - propor os planos de expansão dos serviços públicos;
II - propor critérios para a fixação de tarifas;
III - realizar avaliação periódica da prestação dos serviços.
Art. 125 - A criação pelo Município de entidade da administração indireta, para a execução de
obras ou prestação de serviços públicos, só será permitida caso a entidade possa assegurar sua auto-
sustentação financeira
TÍTULO V
DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA E FINANCEIRA
CAPÍTULO I
DOS TRIBUTOS MUNICIPAIS
Art. 126 - Compete ao Município instituir:
I - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana;
II - imposto sobre a transmissão inter vivos a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por
natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a
sua aquisição;
III - imposto sobre vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos, exceto óleo diesel;
IV - imposto sobre serviços de qualquer natureza, não compreendidos no artigo 155, I, b, da
Constituição Federal definidos em lei complementar;
V - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização efetiva ou potencial de
serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição;
VI - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas;
VII - contribuições cobradas de seus servidores, para o custeio em benefício destes, de sistema de
previdência e assistência social.
§ 1º - Q imposto previsto no inciso I poderá ser progressivo nos termos da lei, de forma a assegurar o
cumprimento da função social da propriedade.
§ 2º - O imposto previsto no inciso II não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados
ao patrimônio de pessoas jurídicas em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos
decorrentes de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade
preponderante do adquirente, for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou
arrendamento mercantil.
§ 3º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.
Art. 127 - Pertencem ao Município:
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e provento de qualquer natureza,
incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por ele, suas autarquias ou entes da administração
pública e pelas fundações que instituir e mantiver;
II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade
territorial rural, relativamente aos imóveis nele situados;
III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de
veículos automotores licenciados em seu território;
IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações
relativas à circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços de transportes interestadual e intermunicipal e
de comunicação, sendo que as parcelas de receita pertencentes ao Município, mencionadas neste inciso, serão
creditadas conforme os seguintes critérios:
a) três quartos no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações relativas à circulação de
mercadoria e nas prestações de serviços, realizadas em seu território;
b) até um quarto, de acordo com o que dispuser lei estadual.
Art. 128 - O Município não poderá instituir impostos e taxas sobre o patrimônio, serviços ou
promoções que tenham como objetivo arrecadar fundos para partidos políticos, entidades sindicais e associações
comunitárias, devidamente registrados.
Art. 129 - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a
capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade
a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e
as atividades econômicas do contribuinte.
Art. 130 - O Município poderá celebrar convênio com o Estado e a União para o fim de
arrecadação de tributos de sua competência e administração.
Art. 131 - A administração tributária é atividade vinculada, essencial ao Município, e deverá estar
dotada de recursos humanos e materiais necessários ao fiel exercício de suas atribuições, principalmente no que se
refere a:
I - cadastramento dos contribuintes e das atividades econômicas;
II - lançamento de tributos;
III - fiscalização do cumprimento das obrigações tributárias;
IV - inscrição dos inadimplentes em dívida ativa e respectiva cobrança amigável ou encaminhamento
para cobrança judicial.
Art. 132 - Ao Município são aplicáveis as limitações do poder de tributar estatuídas nas
Constituições Federal e Estadual.
Art. 133 - Pertencem ainda ao Município, todas as parcelas e alíquotas de recursos devidos ela
União e elo Estado revistas na Constituição Federal e na Estadual, além de outros que venham a ser instituídos.
CAPÍTULO II
DA RECEITA E DA DESPESA
Art. 134 - A União entregará vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento, do total de
quarenta e sete por cento do produto de arrecadação dos impostos sobre a renda e proventos de qualquer
natureza e sobre produtos industrializados, ao Fundo de Participação dos Municípios.
Parágrafo Único - As normas de entrega desses recursos serão estabelecidas em lei complementar,
em obediência ao disposto no artigo 161, II, da Constituição Federal, com o objetivo de promover o
equilíbrio sócio-econômico entre os municípios.
Art. 135 - Nenhuma despesa será ordenada ou realizada sem que existam recursos
orçamentários ou crédito votado pela Câmara Municipal.
Art. 136 - E vedado ao Poder Público Municipal contrair empréstimos de qualquer
natureza sem a devida autorização da Câmara Municipal.
CAPÍTULO III
DO ORÇAMENTO
Art. 137 - Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.
Parágrafo Único - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá de forma regionalizada as
diretrizes, objetivos, metas e prioridades da administração pública municipal, incluindo as despesas de
capital e outras delas decorrentes para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei
orçamentária anual e disporá sobre as alterações na legislação tributária.
Art. 138 - A lei de diretrizes orçamentárias será aprovada pela Câmara Municipal de Mãe
do Rio, cabendo ao Poder Executivo publicar versão simplificada das diretrizes orçamentárias.
Art. 139 - A lei orçamentária anual compreenderá:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes do Município, fundos, órgãos e entidades da
administração direta e indireta, inclusive fundações e autarquias instituídas e mantidas pelo Poder Público
Municipal;
II - o orçamento de investimento das empresas em que o Município, direta ou indiretamente,
detenha a maioria do capital social com direito a voto.
Art. 140 - O projeto de lei orçamentária será instruído com demonstrativo regionalizado
dos efeitos sobre as receitas e despesas decorrentes de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios
de natureza financeira, tributária e creditícia.
Art. 141 - A lei orçamentária anual conterá previsão da receita e da despesa.
I - examinar e emitir parecer sobre projetos, planos e programas, bem como sobre as contas
apresentadas pelo Prefeito.
Parágrafo Único - As emendas serão apresentadas à Comissão, que sobre elas emitirá parecer e
serão apreciadas pela Câmara Municipal.
Art. 142 - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou de créditos adicionais
somente poderão ser aprovadas quando compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes
orçamentárias e indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de
despesa, entre estes, excluídos os que incidam sobre:
I - dotação para pessoal e seus encargos;
II - serviços da dívida.
§ 1º - Serão admitidas emendas ao projeto de lei do orçamento anual ainda, desde que
relacionados com a correção de erros ou omissões e com os dispositivos do texto do projeto de lei.
§ 2º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias somente poderão ser aprovadas
quando compatíveis com o plano plurianual.
§ 3º - O Poder Executivo poderá enviar mensagem à Câmara Municipal para propor
modificação nos projetos a que se refere este artigo, enquanto não iniciada a votação da parte cuja
alteração é proposta.
Art. 143 - Os projetos de lei do plano plurianual, o das diretrizes orçamentárias e do
orçamento anual serão enviados pelo Prefeito Municipal à Câmara, obedecidos os critérios a serem
estabelecidos em lei.
Parágrafo Único - Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o
disposto neste capítulo, as demais normas relativas ao processo legislativo.
Art. 144 - O Poder Executivo publicará versão simplificada e compreensível da execução
orçamentária, bem como apresentará semestralmente ao Poder Legislativo a caracterização sobre o
Município e suas finanças públicas, devendo constar do demonstrativo:
I - as receitas e despesas da administração direta e indireta;
II - os valores ocorridos desde o início do exercício até o último mês do semestre, objeto da
análise financeira;
III - a comparação mensal entre os valores do inciso II acima com seus correspondentes
previstos no orçamento, já atualizado por suas alterações;
IV - as previsões atualizadas de seus valores até o fim do exercício financeiro.
Art. 145 - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e
à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares
e contratação de operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, nos termos da lei.
Art. 146 - O Município aplicará, anualmente, nunca menos do que vinte e cinco por cento
da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e
desenvolvimento do ensino.
Art. 147 - Os projetos de lei relativos ao orçamento anual, ao plano plurianual, às diretrizes
orçamentárias e aos créditos adicionais serão apreciados pela Câmara Municipal, na forma de seu
Regimento Interno.
Art. 148 - Será constituída uma Comissão de Vereadores que, juntamente com a
administração municipal, colherá sugestões e propostas para as diretrizes orçamentárias, cumprindo-lhe
permanentemente a fiscalização financeira e orçamentária, e especialmente:
I - exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária.
Art. 149 - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de (ei
orçamentária anual ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso,
mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.
Art. 150 - São vedados:
I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;
II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos
orçamentários ou adicionais;
III - a realização de operações de crédito que excedam o montante das despesas de capital,
ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais, com finalidade precisa,
aprovadas pela Câmara Municipal com maioria absoluta;
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvada a destinação
de recurso para manutenção e desenvolvimento do ensino, como estabelecido na Constituição Federal, e a
prestação de garantias às operações de crédito por antecipação da receita;
V - a abertura de crédito suplementar ou especial, sem prévia autorização legislativa e sem
indicação dos recursos correspondentes;
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de
programação para outra, ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;
VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos do orçamento fiscal e da
seguridade social, para suprir necessidades ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos.
IX - a instituição de fundos de qualquer natureza sem prévia autorização legislativa.
§ lº - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser
iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de
responsabilidade.
§ 2º - Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que
forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele
exercício, caso em que, reaberto nos limites dos seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício
financeiro subseqüente.
§ 3º - A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas
imprevisíveis e urgentes.
Art. 151 - Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, inclusive créditos
suplementares e especiais, destinados ao Poder Legislativo, ser-lhe-ão entregues até o dia vinte de cada
mês.
Art. 152 - A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de
cargos ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão de pessoal, a qualquer título, pelos
órgãos ou entidades da administração pública, só poderão ser feitas:
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de
pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;
II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias.
TÍTULO VI
DA ORDEM ECONÔMICA
CAPÍTULO I
DA ATIVIDADE ECONÔMICA
Art. 153 - A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre
iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social
observados os seguintes princípios:
I - autonomia municipal;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente;
VII - redução das desigualdades sociais;
VIII - tratamento favorecido para empresas brasileiras de capital nacional de pequeno porte.
Art. 154 - A exploração direta de atividade econômica pelo Município só será possível
quando necessária e relevante interesse coletivo justificar, conforme definido em lei.
Art. 155 - Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Município
exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante
para o setor público municipal e indicativo para o setor privado.
Parágrafo Único - O Município favorecerá a organização da atividade que considere a proteção ao
meio ambiente.
Art. 156 - O Município dispensará às microempresas e às empresas de pequeno porte,
assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas
obrigações administrativas, tributárias e creditícias ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.
Art. 157 - O Município promoverá e incentivará todas as formas e fatores de
desenvolvimento social e econômico.
CAPÍTULO II
DA POLÍTICA URBANA
Art. 158 - A política de desenvolvimento urbano executada pelo Município, conforme
diretrizes fixadas no plano diretor e na forma da lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das
funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes, respeitados os princípios
constitucionais.
§ 1º - O plano diretor aprovado pela Câmara Municipal é o instrumento básico da política de
desenvolvimento e de expansão urbana e apresentará diagnósticos aos problemas locais e as diretrizes para
sua solução, com as respectivas prioridades da administração para curto e médio prazos.
§ 2º - A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências
fundamentais de ordenação da cidade, expressa em seu plano diretor.
§ 3º - E facultado ao Poder Executivo Municipal mediante lei específica para área incluída no
plano diretor, exigir do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que
promova seu adequado aproveitamento, sob pena de, sucessivamente:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressiva no tempo;
III - desapropriação.
Art. 159 - O plano diretor deverá incluir, entre outras, diretrizes sobre:
I - ordenamento do território, uso, ocupação e parcelamento do solo urbano;
II - aprovação e controle das construções;
III - preservação do meio ambiente;
IV - urbanização, regularização e titulação de áreas urbanas para a população carente;
V - reserva de áreas urbanas para implantação de projetos de interesse social;
VI - saneamento básico;
VII - o controle das construções e edificações na zona rural, no caso em que tiver destinação
urbana, especialmente para a formação de centros e vilas rurais;
VIII - participação de entidades comunitárias no planejamento e controle da execução de
programas que lhes forem pertinentes.
Art. 160 - O Município promoverá, com o objetivo de impedir a ocupação desordenada do
solo e a formação de favelas:
I - o parcelamento do solo para população economicamente carente, mediante concessão de
uso;
II - incentivo à construção de unidades e conjuntos residenciais;
III - a formação de centros comunitários, visando à moradia e criação de postos de trabalho.
CAPÍTULO III
DA POLÍTICA RURAL
Art. 161 - Ò Município adotará programas de desenvolvimento rural destinado a fomentar
a produção agropecuária, organizar o abastecimento alimentar e fixar o homem ao campo,
compatibilizados com a política agrícola da União e do Estado.
Parágrafo Único - Os programas objetivam garantir tratamento especial à propriedade produtiva
que atenda a sua função social.
Art. 162 - O Município promoverá o desenvolvimento rural consoante aos princípios
constitucionais e às diretrizes da política agrícola federal e estadual, objetivando o crescimento harmônico
dos setores produtivos e o bem-estar social.
Art. 163 - O planejamento e a execução da política de desenvolvimento rural serão
viabilizados basicamente através de um plano municipal de desenvolvimento rural, prioritariamente
voltados aos pequenos produtores rurais, contemplando especialmente:
I - assistência técnica e extensão rural e fomento à produção;
II - comercialização e abastecimento;
III - sistema viário, transporte e escoamento da produção;
IV - conservação do meio ambiente;
V - educação, saúde e saneamento.
Art. 164 - O Município desenvolverá esforços e prestará apoio financeiro para manutenção
do serviço de assistência técnica e extensão rural em cooperação com o Estado e a União.
Art. 165 - A política de desenvolvimento rural será executada com recursos provenientes de
dotações orçamentárias próprias de cooperação financeira da União e do Estado.
Art. 166 - O Município isentará a cobrança de impostos de mercadoria e serviço de todo
produto gerado no Município que se destine à comercialização interna.
Art. 167 - Fica criado o gabinete da primeira dama com a coordenação da Ação Social no
Município, para que seja desenvolvido o trabalho assistencialista, abrangendo todo o Município, criando
creches e casulos no meio rural.
TÍTULO VII
DA ORDEM SOCIAL
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÃO GERAL
Art. 168 - A saúde é um dever do Município e direito de todos os cidadãos, assegurando,
sem distinção, o atendimento médico nos estabelecimentos públicos e privados, garantido mediante
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.
Art. 169 - As ações e serviços de saúde são de natureza pública, cabendo ao Poder Público
sua normatização e controle, devendo sua execução ser feita, preferencialmente, através de serviços
públicos e, complementarmente, através de pessoas de natureza física ou jurídica de direito privado.
Parágrafo Único - É vedada a cobrança ao usuário pela prestação de serviços à saúde mantidos pelo Poder
Público, ou serviços privados contratados pelo Sistema Único de Saúde, referentes àquelas previstas nas
Constituições Federal e Estadual.
Art. 170 - O Município participa no Sistema Único de Saúde, ao qual compete entre outras
atribuições:
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde, e
participar da política de insumos e equipamentos destinados ao setor de saúde, no âmbito do Município, de
acordo com a política nacional;
II - Administrar e executar as ações e serviços públicos de saúde no Município;
III - Executar ações de saúde que visem ao controle sanitário e aos deslocamentos
migratórios;
IV - assegurar aos munícipes atendimento emergencial nos serviços de saúde pública ou
privados contratados;
V - coordenar as ações de controle de infecção hospitalar no Município;
VI - coordenar e executar as ações de vigilância sanitária;
VII - coordenar e executar as ações de vigilância epidemiológica;
VIII - assegurar aos pré-escolares e escolares, assistência médica e odontológica nas escolas
públicas de 1º grau e creches, através de exames periódicos;
IX - colaborar com os órgãos afins da proteção e controle do meio ambiente;
X - incentivar e colaborar para incrementação de sua área de atuação, o desenvolvimento
científico e tecnológico.
Art. 171 - O Município participará das ações e serviços públicos de saúde que integram a
rede regionalizada e hierarquizada e constituem o sistema estadual de saúde, na forma das diretrizes
estatuídas na Constituição Federal e no art. 265 da Constituição Estadual.
CAPÍTULO II
DA ASSISTÉNCIA SOCIAL
Art. 172 - A assistência social será prestada pelo Município a quem dela necessitar,
atendendo ao disposto na Constituição Federal e na Constituição Estadual.
Art. 173 - Com o objetivo de formular a política de assistência social, o Município criará
organismo municipal executor da ação social no Município com atribuições de:
I - elaborar a política de assistência social do Município, levando em consideração as
diretrizes gerais das esferas estadual e federal, com a participação da sociedade civil organizada, através
dos segmentos que atuem na área social;
II - municipalizar os programas voltados para a assistência social no que concerne à família,
à maternidade, à infância, à adolescência, à velhice e à pessoa portadora de deficiência, entre outros;
III - cooperar com as entidades federais e estaduais na execução de programas de assistência
social destinada ao Município.
Art. 174 - E facultado ao Município:
I - conceder subvenções a entidades assistenciais privadas, declaradas de utilidade pública
por lei municipal;
II - firmar convênio com entidade pública ou privada para prestação de serviço de
assistência social à comunidade local.
CAPÍTULO III
DA EDUCAÇÃO
Art. 175 - A educação, direito inalienável de todos, dever do Estado e da família,
promovida e estimulada pela sociedade, visará ao pleno desenvolvimento da pessoa humana, objetivando
sua formação intelectual, técnica e científica e preparando o indivíduo para o exercício consciente da
cidadania e qualificação para o trabalho.
Art. 176 - O Poder Público estimulará e apoiará o desenvolvimento de propostas
educativas diferenciadas com base em novas experiências pedagógicas, através de programas especiais
destinados a adultos, crianças, adolescentes e trabalhadores, inclusive rurais, bem como a capacitação
técnica e habilitação de recursos humanos para a educação pré-escolar e de adultos.
Art. 177 - As instituições educacionais de qualquer natureza ministrarão o ensino com base
nos princípios estabelecidos nas Constituições Federal e Estadual e mais os seguintes:
I - acesso e permanência na escola municipal para qualquer pessoa, vedadas quaisquer
discriminações;
II - liberdade de pensar, aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte, o saber
e o conhecimento;
III - valorização dos profissionais de ensino garantido na forma da lei, planos de carreira para
o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de
provas e títulos, assegurado o regime único para todas as instituições;
IV - reinvestimento em educação, no âmbito do Município, de percentual que for estabelecido
em lei dos lucros auferidos pelas instituições privadas de ensino, estabelecidas no Município;
V - manutenção, no âmbito do Município, em originais e/ou duplicatas arquivadas por
qualquer de seus órgãos de consulta, dos resultados e pesquisas, bases de dados e acervos científicos
bibliográficos e tecnológicos colecionados no exercício de atividade educacional, revertendo em favor do
Município o material acumulado, na hipótese de fechamento, extinção ou transferência da instituição de
ensino;
VI - direito de organização autônoma dos diversos segmentos da comunidade escolar;
VII - livre acesso, por parte dos membros da comunidade escolar, às informações sobre eles
existentes na instituição a que estiverem vinculados;
VIII - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais, vedada a cobrança de taxa ou
contribuição a qualquer título ou com qualquer finalidade, ainda que facultativa.
Art. 178 - O ensino fundamental é obrigatório e gratuito, inclusive para aqueles que a ele
não tiverem acesso na idade própria.
§ 1º - O ensino fundamental será oferecido concorrentemente pelo Município e pelos
estabelecimentos privados de ensino até a universalização do atendimento, sendo obrigatória a prioridade
municipal na organização de novas escolas.
§ 2º - O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 3º - O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular,
importa responsabilidade da autoridade competente.
§ 4º - Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, promover
anualmente o levantamento da população que alcança a idade escolar, fazer-lhes a chamada e zelar, junto
aos pais e responsáveis, pela freqüência às escolares.
Art. 179 - A educação de competência do Poder Público Municipal, observados os termos e
objetivos do artigo 171, desta Lei Orgânica, será, prioritariamente, a decorrente da educação pré-escolar e
do ensino fundamental.
Parágrafo Único - O Poder Público Municipal somente atenderá a estudos e escolaridade
acima do capitulado no caput deste artigo quando estiver satisfatoriamente atendido, em qualidade e
quantidade, o que lhe cabe como prioridade no setor educacional.
Art. 180 - O Município desenvolverá esforços com a mobilização de todos os setores
organizados da sociedade e com a aplicação de pelo menos cinqüenta por cento dos recursos a que se refere
o art. 212 da Constituição Federal, para eliminar o analfabetismo e universalizar o ensino fundamental.
Art. 181 - Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos,
em caráter suplementar, conforme planos e programas aprovados pelo Poder Legislativo, à escola
comunitária, confessional ou filantrópica, definidas em lei e reconhecidas de utilidade pública, desde que:
I - comprovem finalidade não lucrativa, que apliquem integralmente seus excedentes
financeiros em educação, dentro dos limites do Município;
II - assegure a destinação do seu patrimônio a outra escola comunitária, confessional ou
filantrópica estabelecida no Município, ou ao Poder Público Municipal em caso de encerramento de suas
atividades;
§ 1º - Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas de estudo para os
ensinos fundamental e médio, na forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência de recursos, quando
houver falta de vagas e cursos regulares da rede pública de ensino na localidade da residência do educando.
§ 2º - Verificando a necessidade de concessão de bolsas de estudo, quando se tratar de ensino
fundamental ou médio, para estudantes de uma mesma localidade, fica o Poder Público obrigado a investir
na expansão da rede pública da localidade.
Art. 182 - O Município pugnará pela inclusão no currículo escolar de disciplinas
condizentes com a realidade rural e, ainda, promoverá a adequação necessária no ano letivo escolar, no
meio rural, de acordo com o ano agrícola da região.
Art. 183 - É de responsabilidade do Poder Executivo Municipal a construção e manutenção
de unidades escolares, em módulos padronizados que atendam às necessidades básicas para a execução do
ensino, inclusive no meio rural.
CAPÍTULO IV
DA CULTURA
Art. 184 - A cultura, entendida como todo sistema interdependente e ordenado de atividades
humanas na sua dinâmica, terá do Município o estímulo, a valorização e o apoio, tanto no que se refere ao
patrimônio, como à produção cultural de sua população.
Art. 185 - No Município de Mãe do Rio será garantido o pleno exercício dos direitos
culturais e o acesso às fontes de cultura, sendo apoiado e estimulado o desenvolvimento das ciências, das
artes, das letras, do folclore e da cultura em geral inclusive o carnaval.
§ 1º - A cultura é considerada bem social e de livre acesso e direito de todos.
§ 2º - A cultura popular, com base na criatividade e no saber do povo, manifestada sob todas as
suas formas inclusive o carnaval e o folclore, merecerá especial amparo e proteção do Poder Público
Municipal, incluídas as demais manifestações culturais de origens indígenas e africanas e dos demais
grupos participantes do nosso processo civilizatório e formadores de nossa sociedade.
§ 3º - As produções e obras de autores e artistas nacionais, especialmente a dos paraenses
residentes em Mãe do Rio sobre quaisquer manifestações culturais, merecerão do Poder Público Municipal
a devida divulgação, apoio, patrocínio e até edição, se for o caso, na forma da lei.
Art. 186 - O Poder Público Municipal garantirá o reconhecimento, a preservação e o
desenvolvimento dos diferentes aspectos, fatores e atividades que compõem a identidade cultural do
Município, através de:
I - ampla circulação de todas as informações referentes a sua realidade cultural;
II - levantamento da realidade cultural do Município, em todos os seus aspectos, visando
recuperar a história da comunidade e inventariar todos os seus bens culturais;
III - implantação de um sistema de captação, fluxo, guarda e uso de informações relativas à
cultura, de modo a organizar uma memória consistente sobre os mais variados aspectos da realidade
cultural.
Parágrafo Único - O Município garantirá a manutenção e ampliação permanentes dessa memória
através da pesquisa, preservação, restauração e divulgação do patrimônio documental, fonográfico,
audiovisual, plástico, bibliográfico, museológico, histórico, artístico e arquivístico.
IV - criação de espaços para o pleno e adequado exercício da atividade cultural;
V - fortalecimento de entidades culturais privadas, de utilidade pública, através do apoio
técnico financeiro para incentivo à produção local sem fim lucrativo.
Art. 187 - Constituem patrimônio cultural do Município de Mãe do Rio os bens de natureza
material e imaterial tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referências à identidade, à
ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade paraense e de Mãe do Rio e nos quais se
incluam:
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas, tecnológicas, artesanais, carnavalescas e folclóricas;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações
artístico-culturais;
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, artístico, arqueológico, científico e
inerentes a reminiscências da formação da história popular.
§ 1º - O Poder Público Municipal, com a colaboração de associações e fundações culturais
públicas e da iniciativa privada, que não sob forma de associações ou fundações, e ainda, se possível, dos
Poderes Públicos da União, e do Estado promoverá e protegerá o patrimônio cultural do Município,
inclusive preservando as características de prédios e residências de valor histórico por meio de inventário,
registro, vigilância, tombamento e desapropriações e de outras formas de acautelamento de prevenção.
§ 2º - Deverão ser acompanhados os projetos voltados ao tombamento de bens culturais de
modo a contribuir na preservação do patrimônio histórico, artístico e cultural da região.
§ 3º - O Município tomará a iniciativa de solicitar junto aos órgãos competentes o tombamento
dos bens referidos no parágrafo anterior.
§ 4º - Cabe ao Poder Público a gestão da documentação governamental municipal, e de ordem
cultural, bem como providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitarem.
§ 5º - As pessoas que provocarem danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidas na
forma da lei.
Art. 188 - Toda a ação cultural de âmbito municipal bem como os respectivos princípios
que a acompanhe e objeto da presente lei, será desenvolvida por unidade administrativa específica, para
esse fim criada, com características e funções próprias, entre as quais:
I - orientação às pessoas e instituições interessadas no sentido de concessão de incentivos e
financiamentos para as produções e ações culturais;
II - implantação de bibliotecas nas escolas da rede municipal de ensino;
III - implantação de biblioteca pública municipal;
IV - implantação de arquivos, museus e espaços culturais de múltiplo uso, objetivando a
difusão geral da cultura;
V - fixação de datas comemorativas de alta significação cultural e histórica para o Município
de Mãe do Rio;
CAPÍTULO V
DO DESPORTO
Art. 189 - É dever do Município de Mãe do Rio fomentar práticas desportivas formais e
não formais, como direito de cada um, observados no que couber, o que dispõem os artigos 217 da
Constituição Federal e 288 da Constituição Estadual, procedidas as necessárias adaptações à esfera do
Município.
Art. 190 - A educação física e o desporto escolar municipal serão desenvolvidos pela
Secretaria Municipal de Educação, enquanto atividades pedagógicas e práticas escolares meramente
decorrentes de educação física.
Art. 191 - O Município auxiliará, pelos meios a seu alcance, as organizações desportivas
beneficentes, culturais e amadoristas, nos termos da lei, sendo que as escolares teráo prioridade do uso de
instalações esportivas de propriedade do Município ou na cessão de outras pertencentes a terceiros, com
interveniência do Município.
Art. 192 - O Poder Público Municipal incentivará as práticas desportivas:
I - na criação e manutenção de áreas próprias de esportes em praças e escolas públicas municipais;
II - no reservando espaço para a prática de atividades físicas com material apropriado e recursos humanos
qualificados à educação física, que é disciplina curricular, regular e obrigatória no ensino fundamental.
CAPÍTULO VI
DO MEIO AMBIENTE
Art. 193 - Incumbe ao Município a defesa, preservação, restauração e controle de
fiscalização do meio ambiente ecologicamente equilibrado, como bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se a este Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo para as
gerações presentes e futuras.
Art. 194 - O Município adotará medidas no sentido de coibir o desmatamento desordenado
das margens dos rios, igarapés e nascentes, especialmente visando à proteção e recomposição das
características naturais do rio Mãe do Rio.
Art. 195 - São atribuições do Executivo Municipal:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das
espécies e ecossistema;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do Município e fiscalizar
as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
III - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino do Município e a
conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
IV - proteger a fauna e a flora, vedadas na forma da lei, as práticas que coloquem em risco
sua função ecológica e provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldades.
Art. 196 - O Poder Executivo Municipal fica obrigado a prover a arborização das ruas da
cidade, com plantio de espécies de árvores nativas da região, bem como garantir sua manutenção.
Art. 197 - Cabe ao Poder Público discriminar por lei:
I - as áreas e as atividades de significativa potencialidade de degradação ambiental;
II - o licenciamento de obras causadoras de impacto ambiental, obedecendo sucessivamente
aos estágios de licença prévia, instalação e funcionamento;
III - exigir o inventário das condições ambientais das áreas sob ameaças de degradação ou já
degradadas;
IV - a construção de imóveis, que deverá respeitar o equilíbrio ambiental, tendo como
princípio a defesa da qualidade de vida da população.
Art. 198 - No orçamento do Município devem constar verbas destinadas à defesa do meio
ambiente.
Art. 199 - Não será permitido que qualquer pessoa faça a podagem de árvores nas ruas ou
vias públicas, sem a prévia autorização da autoridade competente, ficando a cargo do Poder Público essa
tarefa.
Art. 200 - Ao Município se aplicam, no que couber, as normas concernentes ao meio ambiente, dispostas
na Constituição Federal e na Estadual.
CAPÍTULO VII
DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE,
DO DEFICIENTE E DO IDOSO
Art. 201 - A família, base da sociedade, tem especial proteção do Município.
Art. 202 - A família será garantida a livre opção quanto ao tamanho da prole, competindo
ao Município:
I - propiciar recursos educacionais e científicos e apoiar a população na operacionalização
do planejamento familiar;
II - assegurar assistência à família, na pessoa de cada um dos que a integram;
III - criar mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.
Parágrafo Único - Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por
qualquer dos pais e seus descendentes.
Art. 203 - É dever da família, da sociedade e do Município assegurar à criança, e ao
adolescente, com absoluta prioridade o direito à vida, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, à liberdade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração violência, crueldade e
opressão.
Art. 204 - O Município promoverá programas de assistência integral à saúde da criança e
do adolescente, admitida a participação de entidades não governamentais e obedecendo aos seguintes
preceitos:
I - aplicação do percentual dos recursos públicos destinados à saúde na assistência materno-
infantil;
II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado para os portadores de
deficiência física, sensorial ou mental, bem como de integração social do adolescente portador de
deficiência, mediante o treinamento para o trabalho, a convivência e a facilitação do acesso aos bens e
serviços coletivos, com a eliminação de preconceitos e obstáculos arquitetônicos.
Parágrafo Único - A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de uso
público, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência.
Art. 205 - O Município, a sociedade e a família têm o dever de amparar as pessoas
portadoras de deficiência e os idosos, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua
dignidade e bem-estar social, e garantindo-lhes o direito à vida.
§ 1º - Os programas de amparo aos idosos e aos deficientes serão executados preferencialmente
em seus lares.
§ 2º - Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade nos transportes coletivos
de qualquer natureza, urbano, metropolitano e rural, mediante a simples apresentação de carteira de
identidade ou documento similar, punível o descumprimento com sanções administrativas, sem preju ízo de
outras cominações legais.
CAPÍTULO VIII
DA PROTECÃO À MULHER
Art. 206 - O Município realizará esforços, dará exemplo e garantirá perante a sociedade, a
imagem social da mulher como trabalhadora a cidadã responsável pelos destinos da Nação, em igualdade
de condições com o homem.
Art. 207 - Para efeito de proteção do Município é reconhecida a união estável entre mulher
e o homem como entidade familiar, seja ela instituída civil ou naturalmente.
Art. 208 - O Município, juntamente com outros órgãos e instituições estaduais e federais,
criará mecanismos para coibir a violência doméstica, criando serviços de apoio integral às mulheres e
crianças vítimas dessa violência.
Art. 209 - O Município reconhecerá a maternidade e a paternidade como relevantes funções
sociais, assegurando aos pais os meios necessários à educação, creches, saúde, alimentação e segurança de
seus filhos.
Art. 210 - O Município não permitirá a discriminação em relação ao papel social da mulher
e garantirá educação não diferenciada através da preparação de seus agentes educacionais, seja no
comportamento pedagógico ou no conteúdo do material didático.
Art. 211 - O Município promoverá a criação e manutenção de uma entidade de atendimento
para assistência, apoio e orientação jurídica à mulher na defesa de seus direitos, bem como auxiliará o
Estado e a União na criação e manutenção de delegacias especializadas no atendimento à mulher.
Art. 212 - É vedado a qualquer empresa pública ou privada exigir de qualquer mulher
domiciliada e residente no Município, para os fins de contratação, a apresentação de atestado negativo de
gravidez ou que se submetam à cirurgia de trompas.
§ 1º - A incidência na vedação estatuída no caput deste artigo acarretará o pagamento, pelo
faltoso, de multa no valor fixado em lei.
§ 2º - Havendo reincidência as atividades da empresa serão suspensas por período
indeterminado.
Art. 213 - Fica garantido à servidora do Município o direito de amamentar o filho até que
este complete seis meses de idade, na forma da lei.
CAPÍTULO IX
DA SEGURANÇA MUNICIPAL
Art. 214 - Fica constituída a Guarda Municipal de Mãe do Rio, destinada à proteção de
seus bens, serviços e instalações, conforma dispuser a lei.
Art. 215 - O Município de Mãe do Rio exercerá o Poder de Polícia sobre o tráfego em suas
vias urbanas e rodovias na área metropolitana sob sua jurisdição, cabendo-lhe a arrecadação das multas
desse exercício.
§ 1º - Visando à plenitude do exercício a que se refere o caput deste artigo, o Município poderá
firmar convênios com os Municípios vizinhos e o Estado.
§ 2º - Os autos de infração, quando não assinados pelo motorista, serão objeto de notificação,
por via postal, no prazo de trinta dias, facultando-se ao infrator exercer ampla defesa, no prazo
estabelecido em lei.
Art. 216 - É obrigação do Poder Público Municipal, planejar, promover e coordenar a
defesa civil permanente contra as calamidades públicas de qualquer natureza.
TÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 217 - Os membros do Poder Legislativo Municipal e o Prefeito Municipal prestarão o
compromisso de manter, defender e cumprir esta Lei Orgânica, no ato e na data de sua promulgação.
Art. 218 - A Câmara Municipal, dentro do prazo de 90 dias, contados da promulgação
desta Lei Orgânica, elaborará seu Regimento Interno, em dois turnos de discussão e votação, observando
os princípios constitucionais federal e estadual e desta Lei Orgânica.
Art. 219 - O Município editará leis que estabeleçam critérios para a compatibilização de
seus quadros de pessoal ao disposto no art. 39 da Constituição Federal, no art. 30 da Constituição Estadual
e art. 109, desta Lei Orgânica e à reforma administrativa deles decorrentes, no prazo do art. 217 seguinte:
Art. 220 - Todas as leis, complementares ou ordinárias, decorrentes da promulgação desta
Lei Orgânica, deverão estar em plena vigência até o final da presente legislatura.
§ 1º - No prazo máximo de 06 meses, a contar da data da promulgação desta Lei Orgânica, o
Poder Executivo e demais entidades e órgãos, deverão enviar ao Poder Legislativo os projetos de lei que
sejam de suas iniciativas, para cumprimento do disposto no caput deste artigo.
§ 2º - O Poder Legislativo poderá apresentar projetos de lei, inclusive complementares,
previstos nesta Lei Orgânica, e que sejam de iniciativa de outro Poder, órgão ou entidade, se estes, no
prazo marcado, não tomarem as providências de sua alçada.
Art. 221 - Os servidores públicos civis do Município, da administração direta, autárquica e
das fundações públicas, em exercício na data da promulgação da Constituição Federal, há pelo menos
cinco anos continuados, e que não tenham sido admitidos na forma regulada no art. 37, da Constituição
Federal, são considerados estáveis no serviço público.
§ 1º - O tempo de serviço dos servidores referidos neste artigo será contado como título quando
se submeterem a concurso para fins de efetivação, na forma da lei.
§ 2º - O disposto neste artigo não se aplica aos ocupantes de cargos, funções ou empregos de
confiança ou em comissão, nem aos que a lei declare de livre exoneração, cujo tempo de serviço não será
computado para os fins do caput deste artigo, exceto se se tratar de servidor.
§ 3º - O disposto neste artigo se aplica aos servidores remanescentes da administração anterior,
vinculada ao Município de Irituia.
Art. 222 - Até a promulgação da lei complementar referida no art. 169 da Constituição
Federal e no art. 208 da Constituição Estadual, o Município não poderá despender com pessoal mais do
que sessenta e cinco por cento do valor das receitas correntes.
Parágrafo Único - O Município, quando a respectiva despesa de pessoal exceder o limite previsto
neste artigo, deverá retornar àquele limite, reduzindo o percentual excedente à razão de um quinto por ano.
Art. 223 - O Município, imediatamente após a promulgação desta Lei Orgânica, adotará as
providências necessárias junto aos órgãos fundiários competentes, estaduais e federais, para regularizar,
legalizar e identificar sua área patrimonial, que deverá estar demarcada no prazo de cinco anos com o
mesmo termo inicial.
Art. 224 - O Município mandará imprimir esta Lei Orgânica para distribuição gratuita nas
escolas e entidades representativas da comunidade, de modo que se faça a mais ampla divulgação do seu
conteúdo.
Art. 225 - Esta Lei Orgânica entra em vigor na data de sua promulgação, revogadas as
disposições em contrário.
Sala das Sessões da Câmara Municipal de Mãe do Rio, 04 de abril de 1990.
VICENTE MENDES DE OLIVEIRA, - Presidente;
EUZÉBIA DOS SANTOS ALVES, - Vice-Presidente;
IDÁLIO FERNANDES DE QUEIROZ, - 1º Secretário;
JUAREZ DE CARVALHO COSTA, - 2º Secretário;
ISABEL RAINHA DA SILVA GONZAGA, - Relator;
DEODATO JUSTINO DE CARVALHO, - Suplente;
FRANCISCO DE ALMEIDA BASTOS, - Suplente;
CAMILO SOARES RIBEIRO,
MARIANO FARIAS DA COSTA.

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