PROJETO DE GRADUAÇÃO II
Título do Projeto :
Autor :
Orientador :
Orientador:
Prof. BRUNO CAMPOS PEDROZA
Niterói
2014
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
TCE - Escola de Engenharia
TEM - Departamento de Engenharia Mecânica
PROJETO DE GRADUAÇÃO II
Título do Trabalho:
PROJETO BÁSICO DE VASO DE PRESSÃO HORIZONTAL PARA
SERVIÇO COM HIDROCARBONETOS
PROJETO DE GRADUAÇÃO II
Dedicamos este trabalho às pessoas mais importantes de nossas vidas: nossos pais, irmãos,
avós, companheiros, amigos e pessoas queridas com quem convivemos.
AGRADECIMENTOS
Por fim, mas não menos importantes, agradecemos aos nossos colegas de Universidade
pela amizade e companheirismo a nós dedicados ao longo desta jornada.
RESUMO
Este trabalho apresenta o projeto de um vaso de pressão acumulador de nafta, horizontal com
tampos elípticos, utilizado em uma planta industrial. São apresentados alguns conceitos
utilizados no projeto, as etapas necessárias para o desenvolvimento de um projeto de vaso de
pressão baseadas nas características gerais de operação, recomendações normativas, processos
de fabricação, escolha de bocais e acessórios e o cálculo dos suportes do equipamento. A
metodologia de trabalho baseou-se na revisão da bibliografia e consulta, principalmente, ao
ASME VIII Divisão 1, que serviu de base para os cálculos analíticos, além de consulta a
outras normas citadas no texto para entendimento de conceitos importantes para o
desenvolvimento do projeto. Além dos cálculos analíticos, foi utilizado um software de
cálculo para verificação do dimensionamento do vaso em questão. O projeto permite a
observação da quantidade de variáveis a serem consideradas em um projeto de vaso de
pressão horizontal para armazenagem de fluidos e serve como base para o desenvolvimento
de análises mais detalhadas, como o estudo de fundações, tensões nas soldas de ligação entre
a estrutura e o vaso, tensões provenientes de processos de fabricação e processos de
fabricação.
É importante salientar que o projeto e a fabricação de um vaso de pressão vão muito além do
que foi abordado neste projeto. Ainda que neste tenham sido tratadas as partes principais de
um vaso de pressão horizontal (costado, bocais e suporte), uma análise mais aprofundada é
necessária para executar o projeto do equipamento em questão.
Key-Words: Horizontal pressure vessel; sizing; elliptical top; PV Elite®; Zick method.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Largura da sela
BS British Standards
C Sobrespessura de corrosão
DN Diâmetro nominal
e Excentricidade
g Aceleração da gravidade
Gr Grupo
K Fator de intensificação
NR Norma regulamentadora
P Pressão de projeto
Tensão de escoamento
y Altura da sela
1 INTRODUÇÃO 17
1.1 CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO FORMATO E POSIÇÃO DOS VASOS DE PRESSÃO 19
1.2 VASOS DE PRESSÃO HORIZONTAIS 21
1.3 MOTIVAÇÃO 22
1.4 OBJETIVO 23
2 NORMAS DE PROJETO 24
2.1 NORMAS DE PROJETO 24
2.1.1 ASME SECTION VIII, DIVISION 1 - RULES FOR CONSTRUCTION OF PRESSURE VESSELS 24
2.1.2 ASME SECTION VIII, DIVISION 2- RULES FOR CONSTRUCTION OF PRESSURE VESSELS-
ALTERNATIVE RULES 25
2.1.3 ASME SECTION VIII, DIVISION 3- RULES FOR CONSTRUCTION OF PRESSURE VESSELS-
ALTERNATIVE RULES FOR HIGH PRESSURE VESSELS 26
2.1.4 CRITÉRIOS PARA ESCOLHA ENTRE DIVISÃO 1 E DIVISÃO 2 27
2.1.5 BS-5500- BRITISH STANDARD SPECIFICATIONS FOR UNFIRED FUSION WELDED PRESSURE
VESSELS 28
2.1.6 AD-MERKBLÄTTER 28
3 CONCEITOS IMPORTANTES 30
3.1 FLUIDO DE TRABALHO 30
3.1.1 NAFTA 30
3.2 PRESSÃO E TEMPERATURA DE OPERAÇÃO 31
3.3 PRESSÃO E TEMPERATURA DE PROJETO 32
3.4 PRESSÃO MÁXIMA DE TRABALHO ADMISSÍVEL (PMTA) 34
3.5 TESTES DE ESTANQUEIDADE 34
3.6 PRESSÃO DE ABERTURA DA VÁLVULA DE SEGURANÇA 36
3.7 BOCAIS E BOCAS DE VISITA 36
3.7.1 BOCAIS PARA GRANDES DIÂMETROS 38
3.7.2 BOCAIS DE PEQUENOS DIÂMETROS 38
3.7.3 BOCAS DE VISITA E DE INSPEÇÃO 39
3.8 FLANGES 42
3.9 SUPORTES PARA VASOS DE PRESSÃO 44
3.10 MATERIAIS PARA VASOS DE PRESSÃO 47
3.10.1 AÇO-CARBONO 48
3.11 SOLDAS EM VASOS DE PRESSÃO 53
3.11.1 TIPOS DE PROCESSOS DE SOLDAGEM 54
3.11.2 EFICIÊNCIA DE SOLDA 61
4 PROJETO 64
4.1 DADOS DO PROJETO 64
4.2 CLASSIFICAÇÃO DO VASO CONFORME COM A NORMA NR-13 65
4.2.1 TIPO DE FLUIDO 66
4.2.2 GRUPO DE POTENCIAL DE RISCO 66
4.2.3 CATEGORIA DO VASO DE PRESSÃO 67
4.3 CÁLCULO DE ESPESSURAS 68
4.3.1 COSTADO 69
4.3.2 TAMPOS ELÍPTICOS 71
4.3.3 ACESSÓRIOS 72
4.3.4 ESCOLHA DAS CHAPAS E TUBOS UTILIZADOS NO VASO DE PRESSÃO 76
4.4 CALCULO DAS PRESSÕES MÁXIMAS DE TRABALHO ADMISSÍVEIS 78
4.4.1 PRESSÕES MÁXIMAS DE TRABALHO ADMISSÍVEIS PARA O COSTADO 78
4.4.2 PRESSÕES MÁXIMAS DE TRABALHO ADMISSÍVEIS PARA OS TAMPOS 79
4.4.3 PRESSÃO DO TESTE HIDROSTÁTICO 81
4.5 SUPORTES DO VASO DE PRESSÃO 81
5 ESTIMATIVA DE CUSTOS 93
6 ANÁLISE COMPUTACIONAL 97
9 - APÊNDICES 105
9.1 – APÊNDICE 1 106
9.1.1 ANÁLISE COMPUTACIONAL NO PV ELITE® 106
9.1.1.1 Considerações iniciais 106
9.1.1.2 Dados de Entrada 106
9.1.1.3 Cálculos 112
17
1 INTRODUÇÃO
equipamento. Por este motivo, é importante que o projetista faça um minucioso estudo das
normas e verifique se há casos particulares de aplicação.
“Os vasos de pressão são compostos, basicamente do casco do vaso e dos tampos de
fechamento. Quase todos os vasos, com raras exceções, têm o casco com uma das três formas
básicas: cilíndrica, cônica e esférica, ou combinações dessas formas: são comuns, por
exemplo, vasos com vários cascos cilíndricos e cônicos” (Telles, 2009).
Na maioria das vezes a geometria e posição de instalação dos vasos são determinadas
a partir da finalidade dos mesmos. “Os vasos verticais são utilizados quando a ação da
gravidade é necessária para o funcionamento do equipamento ou para o escoamento do fluido.
Eles ocupam menos espaço no terreno e geralmente são mais caros quando comparados aos
vasos horizontais. Os vasos horizontais são os mais comuns” (Telles, 2009) e amplamente
utilizados para trocadores de calor e acumuladores (como é o caso do vaso dimensionado
neste trabalho). Já os vasos inclinados são exceções, empregados somente quando o serviço
exigir escoamento por gravidade de fluidos viscosos e/ou difíceis de escoar.
A maior parte dos vasos é composta de casco cilíndrico devido ao fato de serem de
fácil fabricação e transporte. Segundo Telles, “teoricamente, o formato ideal para um vaso de
pressão é uma esfera. Com esse formato é possível chegar a uma menor espessura de parede e
menor peso. Entretanto, os vasos esféricos, além de se prestarem somente como vasos de
armazenamento, são caros, difíceis de fabricar, difíceis de transportar e ocupam muito espaço.
Por esses motivos, sua utilização só se justifica para grandes dimensões, sendo empregados
para armazenagem de gases sob pressão”.
O formato cônico é utilizado como seção de transição entre dois corpos cilíndricos de
diâmetros diferentes.
Na Figura 1.1 podem ser observados os principais tipos de vasos de pressão, que são
utilizados para serviços diversos, conforme já descrito anteriormente.
20
Quanto aos tampos, os vasos de pressão são caracterizados como: elíptico, toriesférico,
hemisférico, cônico, calota esférica e plano.
O tampo elíptico (tipo que será utilizado neste projeto) caracteriza-se por apresentar
suas seções transversais na forma de uma elipse geométrica perfeita e segue a relação de
semieixos de 2:1, ou seja, o diâmetro do tampo é quatro vezes a sua altura.
Exceto nos casos em que o formato do tampo tenha que atender a uma exigência de
serviço, a escolha entre os diversos tipos é feita levando-se em conta o fator econômico,
dependendo do diâmetro, pressão de trabalho e recursos para a fabricação das peças em
questão.
1.3 MOTIVAÇÃO
1.4 OBJETIVO
2 NORMAS DE PROJETO
São apresentadas a seguir as principais características das normas adotadas com maior
frequência (Telles, 2009), referentes apenas a parte dedicada ao dimensionamento mecânico e
com maior ênfase para a norma ASME Seção VIII Divisão 1, que será utilizada no
desenvolvimento deste trabalho.
2.1.1 ASME Section VIII, Division 1 - Rules for Construction of Pressure Vessels
Ele apresenta regras para dimensionamento dos principais componentes que compõem
um vaso de pressão, tais como: tampos, costados, flanges, bocais e reforços, além de conter
regras para fabricação, montagem e inspeção do vaso. Estes componentes podem estar
sujeitos a pressões internas e/ou externas, dependendo da aplicação dos mesmos. A Divisão 1
informa que outros carregamentos, como cargas de vento e sísmica, peso próprio e do
conteúdo, esforços localizados em suportes soldados no equipamento ou em bocais, cargas
cíclicas devidas a flutuações de pressão e temperatura, gradientes e expansões térmicas,
devem ser consideradas, porém não estabelece metodologia para esta avaliação.
Os equipamentos que são projetados segundo esta norma, estão limitados às pressões
internas de no mínimo 103 kPa (1,05 kgf/cm²) e no máximo de 20685 kPa (210,93 kgf/cm²), e
às pressões externas de no mínimo 103 kPa (1,05 kgf/cm²).
O ASME Seção VIII Divisão 1, que tem como critério de projeto a teoria da máxima
tensão de ruptura, é dividido em seções que começam com a letra U de “unfired” do inglês
25
que significa “sem chama”. Nas seções onde se inicia com a abreviatura UG, significa que são
requerimentos gerais para a construção do equipamento; nas seções iniciadas por UW, os
requerimentos para soldagens, e; nas iniciadas por UCS, requerimentos para equipamentos
construídos com aço carbono e aço baixa liga.
As tensões normais às paredes do vaso, induzidas pelos carregamentos impostos aos
equipamentos não deverão ultrapassar os valores estabelecidos para as tensões admissíveis,
admitindo que quando existirem tensões devidas a cargas de vento ou sísmicas, as tensões
admissíveis poderão ser majoradas em 20%. Apesar de não estabelecer critérios para
classificação de tensões, admite que a combinação das tensões primárias de membrana e
flexão poderão ser limitadas a 1,5 vezes o valor das tensões admissíveis.
2.1.2 ASME Section VIII, Division 2- Rules For Construction Of Pressure Vessels-
Alternative Rules
A Divisão 2 do ASME Seção VIII foi criada em 1969, como alternativa à Divisão 1,
adotando critérios e detalhes de projeto, fabricação, exames e testes mais rigorosos e tensões
admissíveis superiores, além de não limitar a pressão de projeto.
Da mesma forma que a Divisão 1, não adota procedimentos para avaliação de tensões
localizadas em suportes e bocais, sendo também necessário consultar a literatura
26
2.1.3 ASME Section VIII, Division 3- Rules For Construction Of Pressure Vessels-
Alternative Rules For High Pressure Vessels
Embora seja parecida com a Divisão 2 nos critérios de projeto, adotando também a
teoria da máxima tensão de cisalhamento, classificação e análise de tensões e avaliação de
fadiga, a Divisão 3 é mais rigorosa do que a Divisão 2. A utilização de materiais é restrita a
poucas especificações e, por exemplo aços carbono como as chapas em SA-515 e SA-516 e
forjados em SA-105 não são permitidos.
A análise de fadiga é mandatória para equipamentos projetados por esta divisão. Para
evitar fratura frágil é exigido teste de impacto, quando as tensões primárias de membrana
ultrapassarem o valor de 41,4 MPa (422,16 kgf/cm²) (Pellini).
27
Caso não haja nenhuma das condições acima deve ser feita uma análise de custos e
prazos para a seleção da Divisão a ser adotada. A Divisão 2 permite espessuras mais finas,
devidas a tensões admissíveis mais altas, porém exige exames, testes e inspeção mais
rigorosos (por exemplo: radiografia total), o mesmo ocorrendo com detalhes construtivos.
• quando o diâmetro for maior que 1500 mm e a pressão interna ultrapassar 7,0 MPa
(71,38 kgf/cm²);
• quando o vaso for construído de material de qualidade superior aos aços carbono do
grupo P.1 e a pressão for superior a 2,0 MPa (20,39 kgf/cm²);
2.1.5 BS-5500- British Standard Specifications For Unfired Fusion Welded Pressure
Vessels
Esta norma é similar à Divisão 2 do ASME Seção VIII, adotando os mesmos critérios
de projeto (teoria da máxima tensão de cisalhamento), e também com cálculo alternativo
baseado em classificação e análise de tensões, além de avaliação de fadiga.
A norma ainda apresenta quatro níveis de tensões admissíveis, dependendo da vida útil
do equipamento, que pode ser de 100.000, 150.000, 200.000 e 250.000 horas.
2.1.6 Ad-Merkblätter
No Brasil, em alguns casos especiais de vasos com altas pressões, como esferas de
armazenamento de gás liquefeito, adota-se esta norma para obtenção de redução de espessura
e, inclusive, evitando em alguns casos o tratamento térmico de alívio de tensões. No entanto,
devem ser tomados cuidados especiais com a qualidade do material e com a escolha do
fabricante/montador de forma a atender criteriosamente os requisitos da norma.
30
3 CONCEITOS IMPORTANTES
Nesta seção serão apresentados alguns conceitos que serão utilizados durante o projeto
de um vaso de pressão acumulador de nafta, horizontal com tampo elíptico.
“Devem ser considerados os seguintes aspectos relativos ao fluido (ou aos fluidos)
contido no vaso: natureza e concentração do fluido, impurezas e contaminantes presentes,
existência ou não de gases dissolvidos e de sólidos em suspensão, temperatura, pH, caráter
oxidante ou redutor, flamabilidade, ponto de fulgor, toxidez, explosividade ou outros efeitos
deletérios do fluido, ataque corrosivo aos materiais, possibilidade de contaminação do fluido
pelos resíduos de corrosão, máximo tolerável dessa contaminação (consequência sobre a cor,
o gosto, a toxidez, ou sobre outras propriedade do fluido).” (Telles, 2009)
3.1.1 Nafta
“As pressões são sempre os valores medidos no topo do vaso, devendo-se, quando for
o caso, acrescentar a pressão correspondente à coluna hidrostática de líquido. ” (Telles, 2009)
possa atingir um valor menor que aquelas indicadas na norma ASME Seção VIII Divisão 1,
considerando-se o material e a espessura do vaso.
Segundo o ASME Seção VIII Divisão 1, o valor mínimo para pressão interna de
projeto é 1,0 kg/cm2, mesmo para os vasos que operam com pressão nula ou muito baixa.
Ainda conforme o ASME Seção VIII Divisão 2 (parágrafo AD-121), a pressão de projeto é
considerada igual a pressão de abertura do dispositivo de alívio de pressão (válvula de
segurança).
33
1
Algumas normas de projeto admitem temperaturas mais altas para o aço carbono, mesmo assim não é
recomendável ultrapassar os limites aqui citados. O ASME, Seção VIII, Divisão 1, permite, por exemplo o
emprego dos aços carbono ASTM A-515 e A-516 até 525°C. Para serviços corrosivos, os limites de temperatura
devem ser mais baixos, tendo em vista que o aumento de temperatura potencializa a corrosão.
34
Os testes de pressão são a última prova por que passam os vasos de pressão antes de
entrarem em operação.
Os testes devem ser realizados na fábrica, exceto para os casos em que o vaso é
transportado em partes ao local de instalação para montagem no campo.
• Vasos de grandes volumes para gases cujos suportes e/ou fundações não
resistiriam ao peso do vaso cheio de água. Mesmo neste caso é comum
superdimensionar os suportes e a fundação para resistirem ao teste hidrostático
em função da periculosidade de um teste pneumático.
• Vasos de alguns materiais ou para alguns serviços onde não se possa tolerar
nenhum vestígio residual de água ou de umidade no interior do vaso.
35
Os vasos sujeitos a pressão externa (vasos de vácuo), também devem ser submetidos a
teste hidrostático com pressão interna, que como citado anteriormente, destina-se a verificar
vazamentos causados por falhas em soldas ou em outros possíveis defeitos de fabricação.
Durante o teste, a elevação da pressão deve ser lenta, e quando atingida a pressão
estabelecida, esta deve ser mantida por pelo menos 30 minutos. Durante este tempo devem ser
minuciosamente examinadas todas as soldas do vaso e todos os outros pontos onde possa
haver vazamento. Deve ser observada também a possível ocorrência de deformações anormais
devido à pressão.
Depois de completado o teste hidrostático, o vaso deve ser esvaziado o mais rápido
possível, devido a possibilidade de corrosão bacteriológica e de outros efeitos nocivos quando
a água fica durante muito tempo retida no vaso.
As normas exigem que seja feito um registro formal do teste hidrostático, onde devem
constar informações de identificação do vaso de pressão, fluido empregado, pressão do teste,
data do teste, duração do teste e eventuais observações que fujam da normalidade (se for o
caso). O registro deve ser assinado pelo inspetor responsável.
Num vaso de pressão são instalados dispositivos de alívio de pressão para proteção
contra condições anormais de operação e contra o excesso de pressão provocado por eventos
que fujam da normalidade das condições previstas, como por exemplo, fogo. O dispositivo de
alívio de pressão, quando for somente um dispositivo utilizado, deve ter sua pressão de ajuste
não superior a pressão máxima admissível de trabalho do equipamento (PMTA), ou seja, se
por algum motivo a pressão interna do equipamento ultrapassar a PMTA, a válvula de alívio é
aberta. É importante destacar que a válvula de segurança deve ser projetada ou selecionada de
forma a permitir o escoamento de uma quantidade de fluido que, mesmo que o agente indutor
do aumento de pressão ainda esteja atuando no equipamento, mantenha a pressão no interior
do vaso com valor de, no máximo, a PMTA.
Bocais são quaisquer aberturas nos vasos de pressão. São usados para a entrada e saída
de fluidos (bocais de entrada e saída) e as bocas de visita são utilizadas para que se faça
alguma inspeção ou reparo em seu interior (bocas de visita e de inspeção).
37
“Todos os bocais dos vasos, tanto no casco como nos tampos, devem ter o seu eixo em
posição exatamente vertical ou horizontal, de forma que a face dos flanges fique sempre,
respectivamente, no plano horizontal ou vertical. Por exemplo, todos os bocais em tampos de
vasos verticais devem ter o eixo vertical, e os bocais em tampos de vasos horizontais devem
ter o eixo horizontal. Essa regra é válida inclusive para os vasos cilíndricos inclinados. Em
cascos cilíndricos verticais quase todos os bocais costumam ter o eixo perpendicular à parede
do vaso; excepcionalmente, alguns bocais de entrada de líquidos podem ter o eixo tangente à
parede, para evitar o impacto de corrente líquida com peças internas ou com a parede oposta
38
do vaso. Essa disposição, que é de construção bem mais difícil e de menor resistência
mecânica, pode ser adotada nos bocais de entrada de líquidos de grandes vazões, grandes
velocidades, ou líquidos abrasivos. ” (Telles, 2009)
Além da espessura do casco, as espessuras dos pescoços dos bocais também devem ser
calculadas. Recomenda-se, entretanto, que sejam no mínimo iguais à espessura da tubulação à
qual o bocal estiver conectado.
O bocal flangeado com pescoço tubular (Figura 3.2(a)) é utilizado para bocais de 2" ou
maior, para qualquer aplicação. Para diâmetros nominais de 10" a 12" utiliza-se pescoço feito
de pedaço de tubo, com ou sem costura. Já para diâmetros maiores utiliza-se tubo ou chapa
calandrada e soldada, com uma única solda longitudinal de preferência.
O bocal flangeado com peça forjada integral (Figura 3.2(b)) só é utilizado quando
necessário em vasos de alta pressão, pois tem elevado custo e dificuldade de construção. Por
ser composto de uma peça forjada, não necessita de reforço para a abertura.
O bocal para solda de topo (Figura 3.2(c)) pode ser constituído de um pescoço tubular
ou peça forjada, com extremidade preparada com chanfro para solda de topo direto na
tubulação. Tal fato é um empecilho, pois a tubulação não pode ser desmontada do vaso,
porém torna-se necessário em trabalhos com pressões muito altas ou fluidos muito perigosos.
O bocal de atarraxar com parafusos prisioneiros (Figura 3.2(d)) é utilizado para fluidos
não perigosos, vasos de baixa responsabilidade, em temperatura ambiente e pressões
moderadas. São simples e baratos, o que justifica sua aplicação, mas apresentam problemas de
vedação.
A luva (ou meia luva) forjada, soldada diretamente à parede do vaso (Figuras 3.2(e) e
(f)), é utilizada para tubulações ou instrumentos com diâmetros nominais de até 2". A ligação
com o vaso pode ser feita através de uma solda de encaixe ou rosqueada. Possui restrições
relacionadas ao emprego em serviços sujeitos à corrosão em fresta e para certos serviços
como com hidrogênio.
39
O flange de pescoço longo (Figuras 3.2(g)) é uma peça forjada que funciona ao
mesmo tempo como flange e pescoço tubular soldado na parede do vaso. São mais caros que
as luvas, por isso, seu uso só se justifica em casos em que as luvas não podem ser utilizadas.
Para bocais flangeados, a distância entre a face do flange e a parede do vaso, deve ser
mínima com a finalidade de reduzir os esforços de ligação. No entanto, é preciso que haja
espaço para colocação e remoção dos elementos de fixação do flange e para que as soldas do
pescoço na parede do vaso e no flange fiquem a uma distância adequada. Essa distância
mínima é de 200 mm para diâmetros nominais de até 12"(inclusive) e de 250 mm para
diâmetros nominais acima de 12”.
Para casos especiais deve ser observada a necessidade de modificação desta distância.
“As bocas de visita (man-hole) são aberturas fechadas por meio de tampas removíveis,
permitindo o acesso de pessoas ao interior do vaso, para inspeção, limpeza, manutenção,
montagem e remoção de peças internas. As bocas de inspeção são aberturas semelhantes, de
pequeno diâmetro, que permitem apenas a observação visual do vaso. ” (Telles, 2009)
O ASME Seção VIII Divisão 1 (parágrafo UG-46), estabelece que seja obrigatório
algum meio de visita ou de inspeção interna em todos os compartimentos de vasos para ar
comprimido, ou para qualquer serviço onde haja corrosão ou abrasão na parede do vaso. Essa
norma define algumas dimensões para as aberturas como pode ser visto na Tabela 3.1.
Diâmetro Nominal da
Diâmetro do Vaso
Número de Aberturas Abertura
(mm)
(polegadas)
300 a 450 2 ½
450 a 800 2 2
É usual ter pelo menos uma boca de visita em vaso de diâmetro acima de 600 mm em
cada compartimento exceto quando a geometria não permitir. Para vasos limpos e sem peças
internas com menores diâmetros, pode existir apenas uma boca de inspeção de diâmetro de 8"
a 12". Em vasos de diâmetros de até 750 mm para serviços corrosivos ou com peças internas,
a boca de visita pode ser substituída por um dos tampos flangeado e removível. Caso o vaso
seja vertical o tampo removível deve ser o superior.
O ASME Seção VIII Divisão 1, Parágrafo UG-46, estabelece que são permitidas bocas
de visita circulares com diâmetro mínimo de 380 mm, e bocas de visitas elípticas ou oblongas
com dimensões mínimas de 280 x 380 mm ou 250 x 400 mm; entretanto, quando possível
deve-se evitar tais dimensões mínimas.
Para a entrada de pessoas a boca de visita deve ter diâmetro mínimo de 400 mm (16").
Entretanto, quando possível, são adotados os seguintes diâmetros mínimos (de acordo com a
norma citada no parágrafo anterior):
Fonte: Próprio Autor (2014) Adaptado da Norma Petrobras N-253 - Projeto de Vaso de
Pressão
A Figura 3.3 ilustra que deve haver um dispositivo para facilitar a remoção e manuseio
da tampa e para evitar acidentes, já que ela é uma peça de peso elevado. Esse dispositivo pode
ser um braço giratório ou dobradiça, que dependerá das características da posição e peso da
tampa.
A Figura 3.4 mostra um vaso de pressão horizontal com uma boca de visita
semelhante à utilizada neste projeto, localizada na lateral do equipamento.
42
As recomendações vistas no item 3.7.2 sobre a distância ideal entre a face do flange e
a parede do vaso aplicam-se também às bocas de visita e inspeção.
3.8 FLANGES
Existem vários tipos de flanges que são empregados para bocais, bocas de visita e de
inspeção e outras ligações em vasos de pressão. A Figura 3.5 ilustra esses tipos de flanges.
43
O flange de pescoço (Figura 3.5(a)) é o tipo com maior resistência mecânica e que dá
uma melhor distribuição de tensões. É preso ao pescoço por uma única solda de topo. Seu
custo elevado e dificuldade de obtenção restringe seu uso em diâmetro nominais entre 1 1/2" a
14".
O flange sobreposto (Figura 3.5(b)) é mais econômico, porém bem menos resistente
que o anterior. Sua fixação ao pescoço é feita através de duas soldas em ângulo. Usado para
flanges de diâmetros nominais grandes (14" ou maior) e não-ligados à tubulação externa,
como por exemplo em flanges de boca de visita.
O flange de tipo anel (Figura 3.5(c)) é mais econômico que o flange de pescoço, mas
que pode-se admitir uma resistência equivalente, desde que a solda de ligação seja de
44
O flange para solda de encaixe (Figura 3.5(d)) tem um encaixe completo para a
extremidade do pescoço tubular e é ligado ao pescoço por uma única solda de ângulo. Usado
para diâmetros nominais pequenos (de até 2").
O flange solto (Figura 3.5(f)) é usado, exclusivamente, por motivo de economia, para
alguns vasos construídos de materiais de alto custo, para serviços corrosivos. Este flange está
completamente solto do pescoço tubular e fora do contato com o meio corrosivo, podendo,
assim, ser de aço carbono. A resistência mecânica desse tipo de flange é bastante baixa,
portanto não são usados para pressões acima de 4kg/cm², ou para temperaturas acima de
250ºC.
Todos os flanges supracitados (exceto os tipos anel e pescoço longo) são, geralmente,
padronizados e, portanto, comprados prontos de algum fabricante.
Os vasos têm dispositivos de suportação, para apoio ou fixação, que produzem tensões
adicionais no seu casco. Os procedimentos de avaliação destas tensões, bem como o
dimensionamento dos suportes propriamente ditos, não fazem parte do escopo das principais
normas de projeto.
Vasos horizontais devem ser suportados por duas selas metálicas ou berços de
construção metálica. As selas devem ser situadas simetricamente em relação ao meio do
comprimento do vaso e recomenda-se espaçamento entre elas do equivalente a 3/5 do
comprimento entre tangentes do costado. Uma das selas, chamada de móvel, deve ter sempre
os furos alongados para chumbadores para acomodar a dilatação térmica própria do vaso.
Além disso, as chapas calandradas das duas selas devem ser soldadas ao casco do vaso por um
cordão de solda contínuo.
45
Como na maioria das vezes as selas são soldadas ao vaso, o material das selas deve ser
o mesmo material do costado, pois deve ter, no mínimo, a mesma resistência do material do
costado. Com relação à sua espessura, recomenda-se que tenha a mesma espessura nominal do
costado.
Os suportes calculados na seção 4.5 deste documento utilizam como base o método de
Zick, que é um método de análise de tensões utilizado no projeto de suportes tipo sela para
vasos de pressão. Este método foi desenvolvido por L.P.Zick, em 1951, e publicado pelo The
Welding Journal Research Supplement no artigo “Stresses in Large Horizontal Cylindrical
Pressure Vessels on Two Saddle Supports”. Este artigo é amplamente utilizado como método
de cálculo, sendo inclusive recomendado pela norma ASME e adotado no texto da norma BS-
5500 (que servirá como base para os cálculos dos suportes deste projeto). O método de Zick
também é adotado nos principais programas de cálculo de vasos de pressão, inclusive no PV
Elite®.
A Figura 3.6 ilustra três dos tipos de suportes para vasos de pressão horizontais.
Sendo: a) suporte tipo sela; b) suporte tipo anel; c) suporte tipo perna.
46
A Figura 3.7 mostra um croqui de um suporte tipo sela semelhante ao utilizado neste
projeto.
47
Existe uma grande variedade de materiais que podem ser empregados na construção de
vasos de pressão e seus componentes. Os materiais para fabricação de equipamentos, em
geral, são apresentados na forma de ligas, que são basicamente misturas de vários materiais
puros, feitas a fim de atingir as propriedades desejáveis para uma determinada aplicação.
“O aço é uma liga metálica formada essencialmente por ferro e carbono, com
percentagens deste último variando entre 0,008 e 2,11%. Distingue-se do ferro fundido, que
também é uma liga de ferro e carbono, mas com teor de carbono entre 2,06% e 6,67%”
(Santos, 2010). Os aços, em geral, são classificados em Grau, Tipo e Classe. O Grau
normalmente identifica a faixa de composição química do aço. O Tipo identifica o processo
de desoxidação utilizado, enquanto a Classe é utilizada para descrever outros atributos, como
nível de resistência e acabamento superficial. Alguns dos aços mais comuns são classificados
de acordo com sua concentração de carbono e chamados de baixo carbono, médio carbono e
alto carbono.
Para a construção de vasos de pressão, só são admitidos materiais que tenham suas
propriedades mecânicas conhecidas e testadas, e, portanto, obedeçam a alguma especificação
de material como a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e a American Society
48
for Testing and Materials (ASTM). Essas especificações são documentos que contém
informações e exigências dos materiais de fabricação tais como: descrição e finalidade do
material, propriedades mecânicas, físicas e químicas, composição química, condições em que
testes são exigidos ou recomendados e condições de aceitação.
É possível observar por vezes que alguns dos fatores a serem analisados, são
conflitantes, como por exemplo, resistência, peso e preço. Cabe então ao projetista aliar seu
conhecimento ao estudo minucioso das normas aplicáveis.
3.10.1 Aço-carbono
Embora seja difícil estabelecer limites rígidos para a quantidade de carbono nos aços,
os seguintes valores são adotados como máximos recomendáveis para construção de vasos de
pressão:
Composição
Espessura (t) (%) Obs.
≤12.5 mm 0.21 A,B,C
12.5< t ≤ 50 mm 0.23 A,B,C
Carbono (Máx)
50< t ≤ 100 mm 0.25 A,B,C
100< t 0.27 A,B,C
≤12.5 mm 0.60 - 0.90 A,C,D
Elemento
Onde:
A- análise de corrida;
B- análise do produto;
Propriedades
Valor
Mecânicas
Resistência à
415 - 550 (60 - 80)
Tração, MPa (ksi)
Tensão de
Ruptura, min MPa 220 (32)
(ksi)
Alongamento min,
21
% 200 mm (8 in)
Alongamento min,
25
% 50 mm (2 in)
Fonte: ISO/DTR 20173 (2008) “Welding - Grouping systems for materials — American
materials”- Sistema de agrupamento de materiais — Materiais americanos
Grande parte dos vasos de pressão é fabricada a partir de chapas de aço, unidas por
soldagem. O processo de soldagem também é utilizado na fixação de todos os acessórios
(internos e externos) e partes que constituem o equipamento.
É bastante comum que seja usada uma combinação de diferentes tipos de soldagem
para unir as chapas ou partes de um equipamento, e para isso é importante conheces as
propriedades químicas e mecânicas da peça a ser soldada, conhecer o funcionamento do
55
Os processos manuais mais comumente utilizados são: arco metálico com eletrodos
revestidos e arco de tungstênio com atmosfera inerte (TIG- Tungsten Inert Gas). As Figuras
3.9 e 3.10 ilustram os processos eletrodo revestido e TIG.
Para soldagem semiautomática, são mais utilizados os processos de arco metálico com
atmosfera inerte (MIG- Metal Inert Gas) e arco metálico, conforme ilustra a Figura 3.11.
56
O processo de soldagem com arco submerso apresenta uma alta taxa de deposição – de
até 20 kg/h com um único arame – e grande penetração, não sendo recomendado para soldar
espessuras menores que 6mm. Por ser um processo automático, também apresenta boa
qualidade do cordão de solda e elevada corrente e velocidade de soldagem.
Figura 3.13- Rolo Virador Usado para Fazer Soldas Circunferenciais Usando o Método
de Arco Submerso em Tubos
Fonte: www.ebse.com.br
59
Figura 3.14- Soldagem a Arco Submerso de Uma Chapa Usando Trator de Soldagem
Fonte: www.estaleirob3.com.br
Em chanfros duplos, como é o caso deste vaso, a soldagem deve ser feita
simultaneamente pelos dois lados, ou em sequência, alternando-se um lado e outro para evitar
deformações provenientes do processo de soldagem. Quando as deformações forem
inevitáveis, é comum adotar-se uma pré-deformação, que deverá se opor à deformação
prevista causada pela soldagem e servirá como compensação. A soldagem em sucessivos
passes é benéfica, pois a sobreposição dos cordões de solda gera um ciclo térmico que
promove o rearranjo metalúrgico da zona termicamente afetada, fazendo com que muitas
vezes não seja necessário um posterior tratamento térmico de alívio de tensões.
O parágrafo UW-37 da norma ASME Seção VIII Divisão 1 exige que cada soldador
ou operador de máquina de solda automática estampe (usando um sinete), obrigatoriamente,
61
na peça a soldar e com intervalos determinados, uma marca individual que caracterize seu
trabalho. O fabricante deve manter um registro permanente de todos os soldadores e
operadores com as marcas características de cada um.
A norma ASME Seção VIII exige que o fabricante de um vaso de pressão seja o único
responsável por todas as soldas do equipamento, estendendo- se esta responsabilidade à
qualificação de soldadores, operadores, controle de procedimentos, etc.
A norma ASME Seção VIII Divisão 1 especifica que as soldas devem ter radiografia
total quando o vaso contém fluido letal ou quando a espessura for maior do que um
determinado valor específico para um grupo de materiais. Neste caso, as soldas são de topo,
com penetração total, podendo ser do tipo dupla ou simples, com uso ou não de mata-junta,
dependendo da espessura e da posição de soldagem.
4 PROJETO
Nesta seção são apresentados os dados utilizados para o projeto do vaso de pressão.
A tabela a seguir apresenta um resumo dos principais parâmetros que serviram como
base para os cálculos deste projeto.
65
Fluido Nafta
Fluido: Nafta
Classe: A
• Fluidos inflamáveis;
• Combustível com temperatura superior ou igual a 200ºC;
• Fluidos tóxicos com limite de tolerância igual ou inferior a 20ppm;
• Hidrogênio;
• Acetileno.
GRUPO 1 – PV ≥ 100
GRUPO 5 – PV < 1
P = 0,2746 MPa
V = 17,96 m³
Então:
PV = 4,932
67
Ainda, pela NR-13, deve ser realizada inspeção de segurança periódica, constituída de
exame externo e interno, de acordo com seguintes prazos máximos, para estabelecimentos que
possuem Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos (SPIE):
68
Tabela 4.3 – Prazos máximos de inspeção para estabelecimentos que possuem SPIE
Categoria do
Exame Externo Exame Interno
Vaso
I 1 ano 3 anos
II 2 anos 4 anos
III 3 anos 6 anos
IV 4 anos 8 anos
V 5 anos 10 anos
Os prazos para estabelecimentos que não possuem SPIE estão na Tabela 4.4 abaixo:
Tabela 4.4 – Prazos máximos de inspeção para estabelecimentos que não possuem SPIE
Categoria do
Exame Externo Exame Interno
Vaso
I 3 anos 6 anos
II 4 anos 8 anos
III 5 anos 10 anos
IV 6 anos 12 anos
V 7 anos a critério
Fonte: Norma Regulamentadora 13 (1978 - Atualização 04/2014)
Nesta seção, será feito o cálculo das espessuras do costado, dos tampos e dos
acessórios do vaso em função dos dados de projeto fornecidos e de acordo com a norma
ASME Seção VIII Divisão 1 do ano de 2010.
69
4.3.1 Costado
O capítulo UG-27(c) da norma ASME Seção VIII, Divisão 1 estabelece as bases para
o cálculo da espessura mínima do casco de um vaso de pressão cilíndrico sujeito a pressões
internas.
O capítulo UG-27 da Norma ASME Seção VIII, Divisão 1, distingue cascos de
“grande espessura” e cascos de “pequena espessura”. De acordo com o mesmo capítulo, se a
pressão interna não exceder 0,385SE (neste caso = 490,33 % & ≤ 38.582,77 - & =
0,385 .), enquadra-se o casco como sendo de “pequena espessura” e a equação usada para
tal é a que se segue:
= +2 (4.1)
. − 0,6
onde:
: espessura mínima do costado (m);
P: pressão de projeto (Pa);
R: raio interno do vaso (m);
S: tensão máxima admissível para o material em função da temperatura de projeto (Pa)
(Tabela 4.3);
E: coeficiente de eficiência de solda (Tabela 3.7);
C: sobrespessura de corrosão (m).
Para o cálculo das espessuras, neste trabalho, será utilizado o valor da sobrespessura
de corrosão de 3,0 mm.
Considerando a temperatura de projeto de 110ºC (230ºF) e sendo o aço SA-516 Gr.60
o material usado no costado, a tensão máxima admissível para o material é de 117,9 MPa
(1202 kgf/cm² ou 17,1 ksi), conforme Tabela 4.5.
Ainda, de acordo com o parágrafo UW-12 e a Tabela UW-12 da norma ASME Seção
VIII Divisão 1; considerando as juntas soldadas de topo do Tipo 1 e inspeção radiográfica
71
parcial (por amostragem), o valor do coeficiente de eficiência de solda (E) é igual a 0,85,
como mostra a Tabela 3.7.
O capítulo UG-32(d) da norma ASME Seção VIII Divisão 1 estabelece as bases para o
cálculo da espessura mínimas dos tampos elípticos com relação de semieixos 2:1, sujeitos a
pressões internas.
= +2 (4.2)
2 . − 0,2
Onde:
: espessura mínima do tampo sem considerar a sobrespessura para compensar a
perda por conformação (m);
P: pressão de projeto (Pa);
D: diâmetro interno do vaso (m);
S: tensão máxima admissível para o material em função da temperatura de projeto
(Tabela 4.3);
E: coeficiente de eficiência de solda (Tabela 3.7);
C: sobrespessura de corrosão (m);
100% -
90% - 7,650
= 8,500
4.3.3 Acessórios
O capítulo UG-45 da norma ASME Seção VIII Divisão 1 estabelece uma metodologia
para o cálculo da espessura mínima de parede de bocais e bocas de visita de um vaso de
pressão.
A metodologia para determinação da espessura mínima de bocais e bocas de visita de
um vaso de pressão será apresentada a seguir, e depois aplicada a cada um dos seguintes
acessórios:
• Boca de visita;
• Bocal de entrada carga;
• Bocal de saída de nafta;
• Bocal de saída de água;
• Bocal de saída de gás;
• Dreno (bocal de purga).
: max= ; ?
73
onde:
@
= +2 (4.3)
. − 0,6
: min= ; 7?
onde:
: espessura mínima da localização do bocal (costado ou tampo), assumindo
. = 1,0 acrescida da sobrespessura de corrosão;
Tanto a boca de visita quanto o bocal de entrada de carga têm diâmetro nominal (DN)
de 600 mm (24”) e estão localizados no costado do vaso, portanto serão calculados nesta
mesma subseção. O cálculo seguirá a metodologia apresentada anteriormente.
= min= ; 7? = 6,961 mm
= max= ; ? = C, CD EE
75
Tanto a bocal de saída de nafta quanto o bocal de saída de água têm diâmetro nominal
(DN) de 150 mm (6”) e estão localizados no costado do vaso, portanto serão calculados nesta
mesma subseção. O cálculo seguirá a metodologia apresentada anteriormente.
= min= ; 7? = 6,961 mm
= max= ; ? = C, CD EE
O bocal de saída de gás tem diâmetro nominal (DN) de 400 mm (16”) e está localizado
no costado do vaso. O cálculo seguirá a metodologia apresentada anteriormente.
= min= ; 7? = 6,961 mm
= max= ; ? = C, CD EE
76
4.3.3.4 Dreno
= min= ; 7? = 5,96 mm
= max= ; ? = F, C EE
Nas seções 4.3.1, 4.3.2 e 4.3.3 foram determinadas as espessuras mínimas requeridas
do costado, dos tampos elípticos e também da parede dos bocais, que garantam a segurança da
operação do vaso em questão.
Nesta seção será feita a escolha das chapas e também dos tubos que serão usados no
vaso deste projeto. Para a escolha das chapas serão utilizados catálogos comerciais e para
escolha dos tubos será utilizada a norma ASME B36.10M – Welded and Seamless Wrought
Steel Pipe do ano de 2004.
• 6,3 / 8,0 / 9,5 / 12,5 / 16,0 / 19,0 / 22,4 / 25,4 / 31,5 / 37,5 / 44,5 / 50,0 / 63,0 /
75,0 / 100,0.
77
Tendo em vista as espessuras mínimas calculadas para o costado e para os tampos, foi
feita a escolha das chapas conforme a Tabela 4.7 abaixo.
Espessura Espessura da
Parte do vaso mínima chapa escolhida
requerida (mm) (mm)
Costado
7,662 9,5
cilíndrico
Tampos
8,500 9,5
Elípticos
Fonte: Próprio Autor (2014)
Na Tabela 4.8 abaixo, são feitas as escolhas dos tubos para os bocais e para a boca de
visita.
Espessura Espessura do
Diâmetro Schedule do
Acessório mínima do tubo tubo escolhido
Nominal tubo
(mm) (mm)
Boca de Visita 600 mm (24”) 6,961 20 9,53
Bocal de entrada
600 mm (24”) 6,961 20 9,53
de carga
Bocal de saída
150 mm (6”) 6,961 40 7,11
de nafta
Bocal de saída
150 mm (6”) 6,961 40 7,11
de água
Bocal de saída
400 mm (16”) 6,961 20 7,92
de gás
Dreno 25 mm (1”) 5,960 160 6,35
Fonte: Próprio Autor (2014)
.
GHI = (4.4)
+ 0,6
Serão calculadas as PMTAs para o vaso novo (melhor estado) e para o vaso corroído
(pior estado).
79
Para o vaso novo, adotam-se os seguintes dados para a espessura e para o raio interno,
respectivamente:
• = 9,5
• = 950
Para o vaso corroído, adotam-se os seguintes dados para a espessura e para o raio
interno, respectivamente:
• = 6,5
• = 953
2 .
GHI = (4.5)
+ 0,2
Serão calculadas as PMTAs para o vaso novo (melhor estado) e para o vaso corroído
(pior estado).
Para o vaso novo, adotam-se os seguintes dados para a espessura e para o diâmetro
interno, respectivamente:
• = 9,5
• = 1900
= 1001,15 % &
Para o vaso corroído, adotam-se os seguintes dados para a espessura e para o diâmetro
interno, respectivamente:
• = 6,5
• = 1906
O teste hidrostático deve exercer a mais alta pressão possível, compatível com a
segurança da parte mais sensível do equipamento testado. Por este motivo, esta pressão deve
ser maior que a pressão de projeto e também maior que a pressão máxima de trabalho
(PMTA).
De acordo com a norma ASME, Seção VIII, Divisão I. A pressão do teste deve ser no
mínimo 1,3 vezes a PMTA (Pressão Máxima de Trabalho Admissível) do vaso
(correspondente a espessura corroída, conforme parágrafo UG-99 desta norma). A pressão de
teste poderá ser também 1,3 vezes a PMTA do vaso novo e frio, que será em geral um valor
mais alto.
Então:
Conforme citado na seção 3.9, e de acordo com a norma BS-5500, os suportes do tipo
sela para vasos de pressão horizontais devem ser situados simetricamente em relação ao meio
do comprimento do vaso e recomenda-se espaçamento entre eles do equivalente a 3/5 do
comprimento entre tangentes do costado. Além disso, também deve ser observada a distância
de cada berço para a linha de tangente, que deverá ter o equivalente a 1/5 da medida do
comprimento entre tangentes do costado. A Figura 4.2 abaixo ilustra as recomendações da
norma em relação ao posicionamento das selas, que devem ser atendidas sempre que possível.
82
Figura 4.3- Esquema para a largura da placa soldada ao costado e para a largura da
sela.
Fonte: Norma BS-5500 (1997)
Para o cálculo das dimensões e localização das placas que formam os suportes do vaso de
pressão, utilizaremos as seguintes relações:
I = QR (4.7)
7
= QR (4.8)
83
T
≥ (60 )U (4.9)
≥ + 10 (4.10)
Onde,
Neste trabalho, em função da presença dos bocais de saída de nafta e saída de água
localizados entre o cordão de solda (que une o tampo direito ao costado) e a sela direita, a
localização das selas deve obedecer às relações abaixo. O deslocamento de 50mm para a
esquerda da sela direita é uma medida para evitar que as zonas termicamente afetadas (ZTAs)
dos cordões de solda que unem o tampo ao casco, os bocais ao casco e a sela ao casco fiquem
demasiadamente próximos, o que poderia gerar uma região frágil na estrutura do vaso. Sendo
assim:
I = VQ 5700W + 50 = DD M, M EE
= R − 2I = XXLM, MEE
T
≥ (60K950)U ; ≥ 238,74
= LFM, MEE
84
= XFM, MEE
Ainda de acordo com a BS-5500, o ângulo de contato (θs) entre a sela e o casco pode
variar entre 110° a 170°. Para este projeto, θs=160°
Com o posicionamento das selas definido, o próximo passo é fazer o cálculo dos
suportes com base no raio interno do casco do cilindro ( ), força de reação em cada sela ( )
e a tensão admissível do material (S).
- Enrijecimento do casco:
O casco, na seção superior do plano das selas, sofre ovalização caso não seja
devidamente enrijecido. Ovalização é a perda da circularidade da seção transversal de um
cilindro, por deformação elasto-plástica, pela ação de esforços externos. A Figura 4.4 abaixo
ilustra a seção transversal de um casco que não sofre ovalização e de um casco que sofre
ovalização.
A seção superior do casco tem numa área considerada “não efetiva” contra o
momento longitudinal, conforme mostrado na Figura 4.5. A região enrijecida pela sela forma
um “arco efetivo” que não sofre ovalização, pois a sela “abraça” o casco e funciona como um
reforço contra uma possível ovalização.
85
Caso o casco seja enrijecido por anéis ou sofra ação de enrijecimento pelo tampo (se a
sela é próxima ao tampo, isto é, quando A ≤ R / 2), o arco efetivo se estende por toda a
circunferência, sem haver perda da circularidade do costado.
Y
I≤ (4.11)
Y Z[[
Como no caso deste projeto = = 950,0 \ I = 1190,0 , não há
necessidade de enrijecimento do casco por anéis. Neste caso, a presença dos tampos soldados
ao casco é responsável pelo enrijecimento do costado.
Em cada sela atua uma força horizontal H devida a carga W₁, que é a reação na sela
devida ao carregamento do equipamento. Esta força atua no centro da área efetiva de
resistência da sela. A altura da sela corresponde a uma distância y = R / 3 a partir do casco,
sendo r o raio do equipamento, como mostra a Figura 4.6 abaixo.
86
^=7 (4.12)
^ = 7 K 1900 = 633,33
∑` =0 (4.13)
87
De acordo com a Equação 4.13 e com o esquema mostrado na Figura 4.7, temos:
− +2 =0
Então:
ab
= (4.14)
Como,
= c (4.15)
bd
=
10379,7 K 9,81
= = 50.912,43 e ≅ FM, gh
2
onde:
g: aceleração da gravidade
88
A Figura 4.8 abaixo mostra um croqui com os resultados obtidos a partir dos cálculos
feitos anteriormente nesta seção.
= -Z K (4.16)
Onde -Z é um fator obtido por interpolação linear a partir da Tabela 4.10 abaixo.
89
Tabela 4.10 – Fator em função do ângulo de contato entre a sela e o costado θs.
= M, Li
A seção transversal efetiva da sela deverá resistir a força H. Desta forma a espessura
da alma da sela é:
7j
= Ykl
(4.17)
Onde:
= 0,66 (4.18)
m
Para Y ≥ 8:
90
no 7 tu no
= −V W− V U W (4.19)
p qrs U qrs
m
Para < 8:
Y
no tu no Y
= − Vp W− V m qrs U
W (4.20)
qrs U
Onde:
Fator K₆
θs (graus)
A/R
120 135 150 165
≤ 0,5 0,0132 0,0103 0,0079 0,0059
≥1 0,0528 0,0413 0,0316 0,0238
Fonte: Próprio Autor (2014), adaptado de BS-5500
w Z[
= (4.21)
Y ZQ[
w
Y
= 1,25 > 1,00
Então, de acordo com a Tabela 4.11, fazendo uma simples interpolação linear:
K6 = 0,026
91
m
Para escolher a equação utilizada, precisa-se encontra a relação :
Y
m Qy[[
Y
= ZQ[
(4.22)
m
= 6,0 < 8
Y
|} = −X, ~C •€•
A tensão admissível que será utilizada então a tensão de compressão de 3,86 MPa.
|P = L, FF •€•
7 z p, z [{
= [,ZQ z ,QQ z [u
= 0,0176 m = Di, C ‚‚
Para a espessura da alma, será utilizada então uma chapa de 19,0 mm, conforme
consulta ao catálogo de um fabricante de chapas feita na seção 4.3.4. A mesma espessura
também será selecionada para a placa inferior da sela.
92
Após estes cálculos, deve-se calcular a espessura das nervuras verticais, que são
necessárias na sela para impedir que ocorra a flambagem devido ao peso do vaso. Carlos
Falcão (2002) faz a seguinte recomendação: “recomenda-se que a quantidade de nervuras seja
de tal forma que a distância máxima entre nervuras seja de 600 mm, com as seguintes
espessuras mínimas:
Para o vaso acumulador deste projeto as nervuras terão um distanciamento de 567 mm,
já que a extensão máxima da base do berço é de 1700 mm. E de acordo com o que Carlos
Falcão (2002) diz, foi escolhida uma espessura de 12,5 mm para cada nervura.
Conforme citado na seção 3.9, uma das selas, chamada de móvel, deve ter sempre os
furos alongados para chumbadores para acomodar a dilatação térmica própria do vaso. Os
diâmetros mínimos recomendáveis para os chumbadores são:
7
p
polegada (19,05mm) para diâmetros do vaso menor que 1100 mm;
y
polegada (22,22mm) para diâmetros do vaso de 1100 mm até 2200 mm;
ƒ
y
Para o vaso acumulador deste projeto, os chumbadores terão ƒ
polegada de diâmetro
5 ESTIMATIVA DE CUSTOS
Tabela 5.1: Custo do Vaso de Pressão de Aço Carbono de acordo com MATCHE
2
Valor obtido pelo cálculo do programa PV Elite®. Os cálculos que levam a este valor podem ser encontrados
no Apêndice 1, ao fim deste trabalho.
3
Valor baseado na cotação do dólar para do dia 24/06/2014, a saber: US$1,00 = R$2,23.
95
Para obtenção de um valor mais próximo de um cenário real, deveria ser calculado o
consumo total de homem-hora (Hh) (incluindo mão de obra direta e indireta) necessário para
projetar, fabricar, transportar e montar o equipamento, bem como custos relativos ao canteiro
de obras, custo de utilização de equipamentos auxiliares como guindastes e pontes rolantes,
consumíveis, custos com transporte, taxas, entre outros. Neste projeto não serão considerados
os custos citados anteriormente, já que para isso seria necessário ter conhecimento sobre
informações de prestadoras destes tipos de serviços. Além disso, seria preciso considerar as
complicações de construção, transporte e montagem do vaso de pressão horizontal de grandes
dimensões. Algumas dessas complicações são descritas abaixo.
6 ANÁLISE COMPUTACIONAL
Com objetivo de fazer uma verificação dos valores obtidos no cálculo analítico deste
projeto utilizou-se o PV Elite® da Intergraph®, que é um software comercial específico para
cálculo de vasos de pressão. O PV Elite® usa como base para os seus cálculos diversas
normas internacionais. Para este trabalho, o programa se baseou na ASME Seção VIII Divisão
1 para o cálculo do costado, tampos e bocais e na inglesa BS-5500 para o cálculo dos
suportes. O programa permite ainda que os dados de saída sejam utilizados em outros
softwares para análise por elementos finitos e softwares para cálculos de fundações por
exemplo. A versão utilizada foi a “PV Elite 2013”, de Janeiro de 2013 e a presente análise foi
feita no dia 22/05/2014. O relatório elaborado pelo programa está apresentado no Apêndice 1.
Com base na análise dos resultados apresentados na tabela 6.1 e dos demais resultados
contidos nos relatórios, conclui-se que, tanto o dimensionamento do costado e tampos, quanto
o dimensionamento das selas de sustentação do vaso de pressão estão corretos.
4
- Espessura dos tampos sem considerar a perda por conformação.
99
Diante de todos os aspectos abordados neste trabalho, é possível concluir que o projeto
de um vaso de pressão horizontal deve considerar inúmeros fatores que vão além da definição
da espessura da chapa, da definição das características geométricas, do dimensionamento da
estrutura de suporte e definição dos bocais e acessórios. O projeto consiste também em fazer
um estudo minucioso das normas aplicáveis além de fazer um levantamento e posterior
análise das inúmeras variáveis envolvidas. Além disso, o projeto deve considerar os custos
envolvidos, não só aqueles relacionados à fabricação do vaso, mas também aqueles relativos à
montagem em campo, os gastos com transporte e movimentação dos componentes do vaso
durante a montagem, dentre outros.
Considerando o projeto de final de curso descrito neste documento, cabe ressaltar que
este não foi elaborado com o objetivo de cumprir com todas as etapas necessárias para o
projeto detalhado de um vaso de pressão. Embora o trabalho cite considerações e descreva
103
8 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
9 - Apêndices
106
9.1 – Apêndice 1
DESIGN CALCULATION
Element To Node 20
--------------------------------------------------------------------
Element To Node 30
Description Costado
Nozzle Schedule 40
Nozzle Schedule 40
Nozzle Schedule 20
--------------------------------------------------------------------
Element To Node 40
9.1.1.3 Cálculos
Tampo Esquerdo
Costado
Tampo Direito
Weight Summary
| | Surface |
From| To | Area |
117
| | mm² |
----------------------------
10| 20| 4.293E+06 |
20| 30| 33.76E+06 |
30| 40| 4.293E+06 |
------------------------------
Total 42347368.000 mm²
Material SA-516 60
Material UNS Number K02100
Material Specification/Type Plate
Allowable Stress at Temperature Sn 117.90 MPa
Allowable Stress At Ambient Sna 117.90 MPa
| |
| |
| |
| |
__________/| |
____/|__________\| |
| \ | |
| \ | |
|________________\| |
\| |
|__|
= max( ta, tb )
= max( 4.4858 , 6.9705 )
= 6.9705 mm
Material SA-516 60
Material UNS Number K02100
Material Specification/Type Plate
Allowable Stress at Temperature Sn 117.90 MPa
Allowable Stress At Ambient Sna 117.90 MPa
Material SA-106 B
Material UNS Number K03006
Material Specification/Type Smls. pipe
Allowable Stress at Temperature Sn 117.90 MPa
Allowable Stress At Ambient Sna 117.90 MPa
| |
| |
| |
| |
__________/| |
____/|__________\| |
| \ | |
| \ | |
|________________\| |
\| |
|__|
Material SA-106 B
Material UNS Number K03006
Material Specification/Type Smls. pipe
Allowable Stress at Temperature Sn 117.90 MPa
Allowable Stress At Ambient Sna 117.90 MPa
Material SA-516 60
Material UNS Number K02100
Material Specification/Type Plate
Allowable Stress at Temperature Sn 117.90 MPa
Allowable Stress At Ambient Sna 117.90 MPa
Material SA-106 B
Material UNS Number K03006
Material Specification/Type Smls. pipe
Allowable Stress at Temperature Sn 117.90 MPa
Allowable Stress At Ambient Sna 117.90 MPa
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= 5.5100 mm
Nozzle Schedule:
For hub nozzles, the thickness and diameter shown are those of the smaller
and thinner section.
Nozzle Miscellaneous Data:
[*] - This was a small opening and the areas were not computed or
the MAWP of this connection could not be computed because
the longitudinal bending stress was greater than the hoop stress.
Note: MAWPs (Internal Case) shown above are at the High Point.