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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ


CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ANANINDEUA
FACULDADE DE QUÍMICA

Docente: Alcy Favacho Ribeiro


Discentes:
Carlos Eduardo Conceição Rodrigues 201674240020
Gilmar Xavier dos Santos 201674240026
Ítalo Barros Dias 201674240003
Witalo Rafael Leal 201674240028

OBTENÇÃO DE ÓLEO VOLATEL A PARTIR DA CASCA DO LIMÃO


GALEGO CRAVO (Citrus Limonia Osbeck)
LABORATÓRIO DE QUÍMICA ORGÂNICA I

Relatório apresentado ao Profº. Dr. Alcy


Favacho Ribeiro, como parte dos requisitos
para a complementação da nota final da
disciplina de laboratório de química orgânica
I.

Ananindeua – PA

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2018
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................................3
2.OBJETIVO.............................................................................................................................4
3. REVISÃO DA LITERATURA...........................................................................................4
4. MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................................6
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES.......................................................................................7
6. CONCLUSÃO......................................................................................................................7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFIVAS

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1. INTRODUÇÃO

O homem busca extrair da natureza aquilo que poderá ser-lhe útil. Dentre esses
inúmeros compostos se é retirado de componentes naturais, estão aqueles provenientes de
plantas, em forma de óleos, até então chamados de óleos essenciais.

De acordo com JUNIOR, Dirceu de Mattos et al. (2005) “Os citros compreendem um
grande grupo de plantas do gênero Citrus e outros gêneros afins (Fortunella e Poncirus) ou
híbridos da família Rutaceae, representado na maioria por laranjas, tangerinas, limões, limas
(ácidas e doces), pomelos, cidras e toranjas”.

As frutas cítricas que apresentam maior teor de acidez são geralmente denominadas
como limões, como o limão Siciliano (Citrus limon ) e também as limas ácidas, como o Tahiti
(Citrus latifolia ) e o Galego (Citrus aurantifolia). Ainda, podem ser encontrados limões
híbridos, como é o caso do limão cravo (Citrus limonia Osbeck), que consiste em um híbrido
natural formado a partir da tangerineira (C. reticulata sensu Swingle) e o limoeiro verdadeiro
(WREGE et al., 2006; REBEQUI et al., 2009).

Segundo SOBRINHO, Almir Pinto da Cunha et al (2013) a vinda dos citros para o
Brasil se deu por meio dos jesuítas que quando vieram para o solo brasileiro traziam consigo
sementes de laranja doce, onde semearam nos estados da Bahia e São Paulo. Elas têm origem
no sudeste da Ásia e no continente africano, que são regiões tropicais e subtropicais.

As frutas cítricas possuem um importante papel na alimentação humana,


especialmente na forma de suco e fruta fresca. Tanto os frutos de mesma espécie como os
frutos de mesa e as cultivares próprias para sucos, são adquiridas pelos consumidores
brasileiros, sendo que a disponibilidade desta última variedade é superior quando comparada
às cultivares de mesa. Isso ocorre devido à grande influência que a indústria de suco exerce no
país (REBEQUI et al, 2009).
A Itália, Espanha e Estados Unidos têm destaque na produção de limões verdadeiros,
já o México, Peru e Brasil, tem destaque na produção de limas ácidas (HENRIQUE e
CEREDA, 2007). No Brasil, São Paulo, com 80% da produção nacional, lidera a produção de
limas ácidas e limões, sendo seguido por Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul, Sergipe,
Espírito Santo e Minas Gerais (WREGE et al., 2006).
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2.OBJETIVOS
O presente relatório tem o objetivo de relatar a extração de óleo essencial do limão
cravo (Citrus limonia Osbeck), por meio da hidrodestilação e analisar os resultados do
processo para verificar seu aproveitamento final.

3.REVISÃO DA LITERATURA
3.1 OS ÓLEOS ESSENCIAIS
Óleos essenciais, também chamados de óleos voláteis, são definidos segundo a ISO
(International Standart Organization), como produtos obtidos de parte de plantas através de
destilação por arraste com vapor d’água ou como produtos obtidos por prensagem dos
pericarpos de frutos cítricos (SIMÕES e SPITIZER, 2004).
Os óleos essenciais são frações voláteis naturais, extraídas de plantas aromáticas que
evaporam à temperatura ambiente. O conjunto dessas substâncias químicas voláteis, presentes
nos óleos essenciais, é formado de classes de ésteres de ácidos graxos, mono e sesquiterpenos,
fenilpropanonas, álcoois aldeidados e, em alguns casos, por hidrocarbonetos alifáticos, entre
outros. (SANTOS et al., 2004 p. 01).

Quimicamente falando, óleo essencial é um óleo natural, com odor distinto, segregado
pelas glândulas de plantas aromáticas, obtido por processo físico, cuja estrutura química é
formada por carbono, hidrogênio e oxigênio, dando origem a complexa mistura de
substâncias, que podem chegar a várias centenas delas, havendo predominância de uma a três
substâncias que caracterizam a espécie vegetal em questão. Estas substâncias apresentam
estruturas diversas como ácidos carboxílicos, álcoois, aldeídos, cetonas, ésteres, fenóis e
hidrocarbonetos dentre outras, cada qual com sua característica aromática e ação bioquímica
(WOLFFENBÜTTEL,2007).
Nos óleos essenciais dos citros o limoneno é o composto majoritário, com
concentrações cerca de 90 a 96% (dependendo do tipo de citro). O R-limoneno é o
componente encontrado nas cascas de limão e laranja. Vale ressaltar que por mais que o
composto majoritário seja o limoneno, há outros compostos nos óleos essenciais dos citros,
que por mais que estejam em menor quantidade tem capacidade de dar característica ao óleo.
(GOMES, 2011).
As aplicações dos óleos essenciais dos citros são utilizadas principalmente em
refrigerantes, sorvetes, produtos de confeitaria, padaria, cosméticos, sabonetes e materiais de
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limpeza. São também utilizados em medicamentos para mascarar o gosto desagradável e
apresentam atividade inseticida e antimicrobiana (GOMES, 2011)

3.2 Família
Rutaceae (WEILER, 2006)
3.3. Gênero
Citrus (WEILER, 2006)
3.4. Espécie
Limão cravo (Citrus limonia Osbeck) (MARMITT, 2016)
Árvore de pequeno porte, que mede, em média, cinco metros de altura. Sua copa é
arredondada e as folhas apresentam uma coloração verde intensa (que são fortemente
aromáticas quando maceradas). Suas flores são pequenas, alvas e melíferas. Já o fruto,
globoso (mas ligeiramente achatado) tem cor verde, que se torna amarelo-alaranjado ou
amarelo-avermelhado na maturação.
Figura 1. Limão Cravo

Fonte: Próprio autor.

3.5. OBTENÇÕES DOS ÓLEOS ESSENCIAIS


Os processos de obtenção de óleos essenciais variam conforme a localização do óleo
na planta. Os métodos mais comuns são: afloração; arraste direto por vapor d’água;
hidrodestilação; extração por solvente orgânico; prensagem 31 e extração com fluídos
supercríticos (GUENTHER, 1977; ROBBERS, SPEEDIE & TYLER, 1997; SIMÔES et al.,
2000).
De acordo com as características da planta, dos óleos essenciais e das estruturas onde se
encontram armazenados, o método de extração desses poderá ser hidrodeslilação; destilação
por arraste a vapor e extração por solvente, CO2 supercrítico, entre outros (CARVALHO
FILHO, 2004).
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A hidrodestilação é a metodologia mais utilizada (figura 2, p. 7). O aparelho tipo
Clevenger é o principal aparelho usado em laboratórios, devido ao fácil manejo e baixo custo.
Neste método, o material vegetal é imerso em água sob aquecimento até a ebulição,
resultando na formação de vapores que arrastam os compostos voláteis, os quais, após
condensação, separam-se da fase aquosa por decantação. A composição dos óleos essenciais
pode ser influenciada, no processo, pelo contato com a água, tempo de extração e velocidade
de aquecimento (PRINS, LEMOS & FREITAS, 2006).
Na técnica de hidrodestilação com água mais vapor, ou “método do alambique”, o
material vegetal se encontra em contato direto com a água em ebulição, e uma vez
evaporados, o mesmo princípio da técnica de arraste a vapor se aplica para a separação. É o
mesmo método mais usado nos países subdesenvolvidos, justamente por ser mais fácil e
econômico de se implementar, porém traduz-se em óleos de baixa qualidade (GROSSMAN,
2005).
Esta metodologia é mais utilizada em laboratório, pois permite reproduzir as técnicas
utilizadas nos processos industriais e obter óleos essenciais com características similares. Este
procedimento, embora seja clássico pode levar a formação de artefatos em função da alta tem-
peratura utilizada durante o processo. Preferencialmente é utilizada na extração de óleos em
plantas frescas podendo ser aplicado a plantas secas, quando a inexistência de matéria-prima
fresca (FIGUEIREDO, 2010).
Neste método o material a ser destilado permanece diretamente em contato com a água
em ebulição. Enquanto que no método por arraste de vapor a matéria prima é colocada sobre
uma placa perfurada, a certa distância do fundo do extrator, de modo a evitar o contato direto
com a água em ebulição; ou ainda pode-se introduzir vapor de água, gerado a partir de
caldeiras ou autoclaves em uma câmara de expansão do extrator, antes de passar pela placa
perfurada, onde é colocada a matéria-prima (BORSATO et al, 2007).

4. MATERIAIS E MÉTODOS
O material vegetal foi obtido no norte do estado do para, no município de Belém/ Pa, por
volta das 9:00hrs, logo após foi feita a limpeza dos frutos e posteriormente realizou-se o
processo de descascar os frutos e por fim foram colocadas para a secagem ao sol. Com o
auxílio de uma tesoura, foram cordadas as cascas em pequenos pedaços e em seguida pesou-
se o material em uma balança analítica, onde foram usados cerca de 46,44g de material,
colocando o material dentro do balão de fundo redondo de 250ml. Montou-se o equipamento

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para a extração do óleo essencial do limão galego, colocando por volta de 125ml de água
junto ao material, depois colocou-se o balão junto a manta aquecedora e em seguida o
clevenger (figura 2) e o condensador segurados pelo suporte universal com garras. Em
seguida verificou-se a entrada e saída de água pela mangueira de refrigeração e acionou-se o
sistema. A água então foi aquecida e passando para o estado de vapor e entrando para o
condensador e voltava ao seu estado liquido, com isso acaba deslocando os compostos voláteis
presente na casca do limão (limoneno) onde o mesmo se
depositava junto ao clevenger um processo que
levou 03:00hrs.

Figura 2. Extrator Clevenger

Fonte: Borosil:http://www.borosil.com/products/scientificindustrial/laboratory-glassware/distilling-apparatus/

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1. RENDIMENTO
A partir do seguinte cálculo:
0,5
To (teor de óleo) = x 100%
46,44
To = 0,9288%
Com a realização da hidrodestilação do óleo essencial do limão galego cravo (Citrus
limonia Osbeck). O rendimento obtido através da realização desse processo foi de 0,9288%
aproximadamente, já que dadas as condições, não se pode separar por completo a água do
óleo.

6. CONCLUSÃO

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Após os resultados obtidos pode-se dizer que foi bastante satisfatório, tendo em vista a
quantidade de massa utilizada para o processo o óleo essencial extraído foi uma quantidade
acima do esperado. Vale ressaltar que a análise do óleo foi de um aspecto qualitativo, não se
pode verificar os compostos presentes na amostra, suas concentrações, dentre outros aspectos,
só se podem analisar a quantidade de óleo extraído e o seu odor característico.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MARMITT, Luana Gabriela et al. Determinação de ácido cítrico e ph em diferentes


cultivares de limão e marcas de sucos artificiais de limão em pó. Disponível em:
http://www.univates.br/revistas/index.php/destaques/article/view/1226/671. Acesso em 22 de
janeiro de 2018.

WEILER, Roberto Luis. Caracterização morfológica, citogenética e molecular de uma


população de tangerineiras híbridas de 'clementina fina' (citrus clementina hort. ex tan.)
e 'montenegrina' (citrus deliciosa ten.). Disponível em:
http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/6244. Acesso em 22 de janeiro de 2018

JUNIOR, Dirceu de Mattos. Citros: principais informações e recomendações de cultivo.


Disponível em: http://www.iac.sp.gov.br/imagem_informacoestecnologicas/43.pdf. Acesso
em 22 de janeiro de 2018.

SOBRINHO, Almir Pinto da Cunha et al. Cultura dos citros. Disponível em:
http://livraria.sct.embrapa.br/liv_resumos/pdf/00053300.pdf. Acesso em 22 de janeiro de
2018.

REBEQUI. Alex Matheus et al. Produção de mudas de limão cravo em substrato com
biofertilizante bovino irrigado com águas salinas. Disponível em:
http://www.scielo.mec.pt/pdf/rca/v32n2/v32n2a20.pdf. Acesso em 22 de janeiro de 2018.

HENRIQUE, Celina Maria.; CEREDA, Marney Pascoli. Uso de ethephon e fécula de


mandioca na conservação pós-colheita de limão siciliano. Disponível:
http://joaootavio.com.br/bioterra/workspace/uploads/artigos/usodeethephon-
51817f441abbd.pdf. Acesso em 22 de janeiro de 2018.

WREGE, Marcos Silveira et al. Zoneamento agroclimático para a produção de limas


ácidas e de limões no rio grande do sul. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-
publicacoes/-/publicacao/745241/zoneamento-agroclimatico-para-producao-de-limas-acidas-
e-de-limoes-no-rio-grande-do-sul. Acesso em 22 de janeiro de 2018

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GOMES, Marcos de Souza. Caracterização química e atividade antifúngica dos óleos
essenciais de cinco espécies do gênero citrus. Dispinível em:
http://repositorio.ufla.br/bitstream/1/2194/1/DISSERTA%C3%87%C3%83O_Caracteriza%C3%A
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SANTOS, Alberdan Silva et al. Descrição de sistemas e de métodos de extração de óleos


essenciais e determinação de umidade de biomassa em laboratório. Disponível em:
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/402448/1/com.tec.99.pdf

SIMÕES, C.M.O.; SPTIZER, V. Óleos voláteis. In: SIMÕES, et al. Farmacognosia da


planta ao medicamento. 5 ed. Porto Alegre: UFSC, 2004. 467- 495.

WOLFFENBÜTTEL, A.N. Óleos essenciais. Informativo crq-v: Porto Alegre, v. 11,


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PRINS, C. L.; LEMOS, C. S. L.; FREITAS, S. P. efeito do tempo de extração sobre a


composição e o rendimento do óleo essencial de alecrim (rosmarinus officinalis). Revista
Brasileira de Plantas Medicinais, v. 8, n. 4, p. 92-95, 2006.

BORSATO, A. V. Rendimento e composição química do óleo essencial da camomila


[Chmomilla recutita (L.) Rauschert] submetida à secagem à 70º C. Ciências Agrárias,
Londrina, v. 28, n. 4, p. 635-644, out./dez. 2007.

FIGUEIREDO, A.C. Aplicação de plantas aromática e óleos essenciais encapsulados em


produtos lácteos. Portugal. Universidade de Coimbra, 2010.

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