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rome ang Tos odin pln STROM, Vincent; OSTROM, Blinor. "Public choice:a different approach to the stu- Iministration Review, v. 31, p. 203-216, dy of public administration’, ‘mar-abr. 1971. POLLITT, Christopher. Menagerialism andthe publi service, Cambridge: BasitBlack- ‘well, 1990, POLLIT, Christopher, BOUCKAERT, Geert, Public management reform. Oxford: Oxford University Press, 2000. POLLIT'T. Christopher; BOUCKAERT, Geert, Publicmanagement reform. 2.4. Oxford: Oxford University Press, 2004. POLLITT, Christopher; VAN THIEL, Sandra; HOMBURG, Vincent. (orgs) New public ‘management in Burope Basingstoke; Palgrave, Macmillan, 2007. PRESSMAN, Jeffrey; WILDAVSKY, Aaron. Implementation: how great expectations is “Washington are dashed in Oaklands or, why it amazing that federal programs work ata. Berkeley: University of California Press, 1973. REDFORD, Fnmett S. Democracy n the administrative state, Nova York: Oxford Uni- ‘versity Pross, 1969. ROHR, Jobn A. Ethics for bureaucrats. 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WILSON, Woodrow. “The study of administration’, Political Science Quarterly. v. 2, p- 197-222, jun. 1887, sent and nonpro- “capitulo 7 Administragao pablica € 0 novo servico pablico cope Ee mes ae, tpn pnw = dep Onin pape ses alinemn oa cand ai peodidsa dest Scie dps tucanessain Ws campo, Hea confusto foi deer de muita naeiasinteresenten, Ne mere a) ‘século XX, Dwight Waldo (1961) referiu-se a teoria das. organizacées. aoa ‘problema elefantino” (p. 210). Mais recentemente, outros estudi Teme comentarios sobre a “crise de identidade" da. is rete ae pede de enfrentar certos problemas ee : refira descrevé-lo como uma crise de legitimidade, segundo a qual a jases convencionais da teoria nao refletera ou nio correspondem & : instr doce fei a rea: “ a s aes ‘concordancia significativa, ainda que muitas vezes oe a ee xdministrasao publica. O fio condutor que une as teorias — iin ‘ es i trario, seriam - dha ° “ ris ni nasce diretamente da heranca intelectual de Weber, com énfase na burocracia racional, e da heranca polit : = teaser faced lea gts pnscscintsgagh. 0 saslaiotgs oes construir uma teoria racional de administraco, com base em um entendi- | 1 26 Teles de adminstracsopoblin mento positivista do comportamento huumano, para wm contexto de accounta- bility democratica, ‘ssa curiosa combinagao de ciéncia social web tem diversos componentes diferentes. Em primeiro lugar, existe a visto de que o estudo proprio da administrasao péblica € o estudo de como operar organi- es piblicas da forma mais eficiente ~ isto é, como alcangar objetives dados 1. Assim, as metas ¢ o8 objetivos sto determinados por funcio- smo yarkee a6 com custo minim irios pablicos esponsdveis (em geval, 0s legisladores) a quem os membros da ‘purocracia prestam contas, Os mefos para atingir estes fins podem varlar, mas, de modo geral, a integracio das virias subpartes da organizacdo requer wma es- trutura hierdrquica que leva a uma nica autoridade central no topo. Todos ost pos de expedientes sto entXo usados pata garantic aconformidade dos membros yahistorica quanto sob uma perspectiva mats imediata, No livro The new science oforganization, Alberto Guereeiro Ramos (1981) associa 9 moderne conesito de racionalidade instrumental ao crescimento de uma economia de mercado ¢, em seguida, apresenta brevemente algumas consequéncias desse desenvolvimento, “Amoderna teotia das organizasBes, segundo Ramos, é subproduto dos processos ‘organizacionais que surgiram com o desenvolvimento de uma sociedade centrada sno mercado, Para satisfazer as demandas do mercado (ineluindo as demandas que ‘so criadas artificialmente), os controladores das grandes organizagSes buscam maior eficiéncia mediante um processo racionalizado de producto. Essa aborda- gem tem consequéncas sérias para oindividuo ¢ para a sociedade, Somente na sociedade de mercado 0 processo de produsio ¢ ordenado de forma tal que oindi- ‘yiduo 6 reduzido em significancia ao status de mero detentor de emprego,alguém que preenche uma posigio na hierarquia durante determina periodo. Na forma vigente de organizagdo, que Ramos chaina de organizacdo “economizante’ es trutura mecdnica de produgio, baseada na racionalidade instrumental ou téeni- ‘a, transforma o individuo ein um teabalhador que, por sua vez, se sujeita a uma nova mentalidade de mercado. ‘Mas, como argumenta Ramos (1981), a expansio do mercado pode agora ter atingldo um ponto de retornos decreacentes, om desenvelvimento ox realize pessoal como também em estabiidade social. A organizagio racionalizada deixa pouco espace para a autoreeslizacdo; quando ocorte autoreealisaggo, els é meray mente incidental ao processo de produsio (0 que contraria as nogdes de alguns teéricos de relagées humans). Além disso, este processo nos leva cada ver mais ‘uma “inseguranga psicolégica, degradacio da qualidade de vida, poluigao e des- perdicio dos recursos limitados do planeta" (p.28). TBeaminemos alguns desses pontos com mais detalhe, Se o modelo racional atrai nossa atengio a0s mefos necessrlos para atingirmos determinados fins, ele também afasta nossa atengéo dos préprios fins. Ao concentrarmo-nos somente ‘em torno da efciéncia, poderiamos deixar de examninar ede participa plenamente das decisdes que nos sio importantes, ndo saisfazendo, assim, mossas obrigagdes ninistrago publica €@ novo srvigo pba 285 Wi deers Agno deta mand, cnet stains fatal acme si dor lores neti. Pe one, taassaplesmeneetando tn Baca nnn ben ae ren pr depo rma bastante efients,poderimos ter adesgradvelsurpresn de conta que estamos persuind objets que, quando devidament ented se mostra ern desncordo com os valores de note soiedade- com o notte prépron valores esas conaerates so de valor especial na dco das erganicagdes po Dias A ising comet pe s io comet elo moe aca ne mon ef en conexao com Peale icotomia entre politica e administracao, em que o papel das or- falar pbs cae opement en Scb orn ocean tsp on potent dade Mas como vnos datamin cre pla ¢ administragdo nioreflete a prética nem enuncia de forma corzeta 0 papel da administracio em uma democracia. Enquanto alguém poderia argumentar (ain- a que de forma incorreta) que a determinacio dos objetivos nas organizacées privadas deve ser feita apenas por aqueles que detém posigées de poder, as orga- nizages pablicas ~ por estarem envolvidas na expresso dos valores societérios - date eae tmeinbros parte desse poder de tomar decisées. E, a0 as- sim fazerem, devem certamente enfatizar a necessidade da comunicagio e da par- ticipagio de forma ampla na tomada de decisto. Os membros das a pblicas carregam a responsabilidade especial de promover a democratizagio do processo politico para além de uma simples atuagio com eficiénca. Os integrantes das organizagbes pablicas também carregam a obrigacio de agir com fairness, compreensio e humanidade. No entanto, até esta obrigacio se torna mais dificil diante de uma perspectiva meramente racional que ignora ou- ‘tos aspectos da vida humana, como a emogao e a intuisao. Diz-se que a emogio interfere no planejamento racional e na tomada de decisio; die-se que a intuigao deprecia a razdo e a ordem, Mas a emosio e a intuigéo so aspectos importantes preenderintersubjetivamente. Como observames, arelagio entre sujeito¢ objeto {foi rompida pela ciéncia positiva, com 0 argumento de: sbjetividade por meio da separagio entre fato ¢ valor. Os centistas so pretativos ~em particular, Alfred Sch (1967, p.37) ~argumentaram, em sen- tido contrétio, que o sujelto e o objeto constituem uma unidade: ‘que somente se pode obter sciais inter Por um lado, posso presta atengSo ¢interpretar em si mesmos os fendmenos domundo extemo quese apresentam amin como indicagbes da consciénciade coutras pessoas. Quando faco Isso, digo a seu respeito que eles tam sentido ‘objetivo. Mas, por outio lado, posso examinar, de forma superficial e através “desans indicazbes externas, o processo constitutive no interior da consciencia ‘va de outro ser racional. Nesge caso, estou interessado no sentido subjetivo, Posto que 0 que ¢ cbservvel sempre se rlaciona com a consciéncla do ator, os dois aspectos, objetivo e subjtivo, no podem jamais ser totalmente separa- ddos,E como o ato de compreender implica avaliaglo, o mesmo é verdadelro para fato.e valor, Bm uma situagio como esta, podemos nos relacionar uns ¢ -vérios modos, Einbora existam peesoas com quem nao interagimes face a face € som os outros de ‘Aministre¢a0 police © o novo serio pobie 325 fl a quem tratamos de maneir nto andnima, também ha aquelas @ quem ree « enxergamos como sujeitos (una relagso de «ciprocidade neste reconhecimento(constituindo, assim, uma relagio de nés). O que é de extrema importincia na relacdo de nds & ‘que cla necessariamente envotve um reconhecimento mituo e até uma revelacao matua de motivos. Independentemente do quanto eu tente objetificar ou impes- conhecemos de forma consi 1) eaquelas que estabelecon soalizar nossa relacio, a consciéncia do tu como um ser consciente interagindo ied supe que, “pelo menos em parts, existem condiqbs sca repressias © frastrantes, pois as pessoas sistematicamente tem falta de careza sobre suas ne ‘cessidades ea natuceza de suas relagdes socials” (p. 206). abordagem educative de Fay procura sjudar as pessoas a determinarem tanto suas verdadcras neces “ddades como as condig6es socais que impedem a stifarao dessas necessidades. or meio da sutorreeo, a pesoas poder chega una nova ars ie condigdesdistorcidas sob as quais iver, permitindo assim que atuem no sentido procurariasjudr 0 individuos a descbrirem e depos persepuier os prGprios interesses e necessidades ~ uma situagao que abriria maiores espacos para a comu- nicagdo 0 dlogo normativo entre os membros daorganivasio. f Teqas mesmas consideracées aplicar-seiam, talver até com maior forea ds selagdes entre burocrats eeu dentes, Um entendimentodialético dessas ela: te revelaria como os membros des buroctacia exercem o poder sobre scien ves sujeitam-nos a procedimentos rigidos e despersonaizados e limitam, por cooptacio ecutts expedente,acontibuio que poderim dar 8 operasto do ego pablico, (6 dbvio que uma viso efia reconeceria que estes ato mio acontecem neceaeariamente por intengdo maldosa da parte de burocratas “duais, mas sim por causa de falas estruturals) Para os cidados, esses cl so ao mesmo tempo produtores ¢ consumidores de servigas governamentais, Dar prioridade as necessidades de desenvolvimento de todos os participantes tanto dos burocratas como dos clientes ¢ usuarios ~ significa reafirmar 0 com promisso com ademocratizaho du elas socials de todos os tpos e dar foco is distorgdes que témimpecido queas verdadeiras necesidades dosindivides jam expressas por meio da agi politica e social organizada, Numa épocs em que 6 fora pobica foi convertida em campo de compeicao entre interesses de grupos, ‘a democratizagio interna desses grupos, induindo a burocracia pila, oferece ‘aminho possivel para manter compromisso com os processos democréticos ‘Além disso, as estruturas democratizadas representariam os interesses 08 va" lores de uma proporcio substancialmente maior da cidadania do que a engajada ‘atualmente no didlogo piblico, restabelecendo-se em certa medida uma relaeso ‘Administragdo pala e 9 nave servic pico a1 adequada entre a interagio racionalintencional ea comunicativa. Sob essas con- igoes, a burocracia publica poderia até se tornar o principal veleulo para a critica caautorrellexto societéria. 4, Discurso e administracao piblica pés-tradicional Recentemente, intimeros tedricos importantes da administrasgo publica segui- ram seus colegas de outras disciplinas (desde arte e arquitetura até sociologia e filosofia) na busca da ia do pés-modernismo ou de algumas abordagens que poderiamos caracterizar como administragio pblica pés-tradicional. 0 termo pés-modemnismo, obviamente, pressupde tuma reacao contra a condig2o moder- nna, que, segundo muitos, jé teria varios séculos de exiaténcia, Para outros, o pbs -modernismo assumiu sentido muito mais abrangente, incluindo naoapenas uma critica ao modernistno, mas pelo menos uma sinalizacao em relagao ao futuro do pensamento social. O pés-modernismo significa muitas coisas em muitos ni- veis e, por essa razao, é extremamente dificil defini-lo com preciso. Além disso, (05 pés-modernistas adotaram uma linguagem peculiar, guns casos quase ‘uma parédia de linguagem, para expressar ideias e conceitos elusivos, vagos. Se hé algum denominador comum para os muitos sentidos e propésitos do ‘pos-modernismo, este é, provavelmente, a ideia de que os individuos eas socie- dades de hoje parecem ter perdido a capacidade de representar 0 “real’. Isto é, independentemente de falarmos de estética, moralidade, epistemologia ou po- Iitica, parece que nos sentimos inseguros em relardo & nossa base de discusséio € debate. Os antigos termos nos quais costumavamos confiar para estabelecer a realidade jé no parecem mais fimcionar. De fato, pode-se demonstrar que esses termos tém falhas “fatais", falhas que tipicamente refletem sua origem como pro- Gutos das épocas historicas, culturaise sociais em que, particularmente, se for- ‘maram, Em geral, os pés-moderistas sustentam quea linguagem antes constitui ‘o mundo do que o reflete, Se o conhecimento baseia-se na linguagem, segue-se, portanto, que ele esta sempre vinculado as cixcunstancias historias e a0 arnbien- te especifico em que surge (ver SPICER, 2000). De maneira semelhante, os pés-modernistas sio particularmente criticos da tendéncia recente de os simbolos tomarem o lugar daquilo que representam, tornando-se eles mesmos a moeda mais importante na troca de pensamentos fossa ua worn anand pes ‘deine. De acrdo com essa vaio, palavras e signs ou sigafcantes tem cada vee menes probablidade de signfcaralguma cosa que sjaséida ou dussvel a tendéncia que 03 1 sobre si mesmos ia). Por exemplo, & ‘universos simbélicos em que se vendem carros cor gatos vendem cerveja. Bm cada caso, fim ver disso, eles se desconectam dos referencias reas ( ‘pée-modernistas chamamn de epifenomenalisma) ¢ se const que os p6s-modernistas chamam de autorrefere (proce rotted ri Pane cocepe em gve 00 * a eee de penn sls come a base a waco ao ada contament dena sn pred ual deft se ate pn out Somer plem prt pest he aaa opel pier oableha e092 aaa ncahene hance predcusie ong eras a eyo maths sen ends omderimo& desman 0 a tes ee anna non de cada tee eh sae eggs came eet seo bos Pes ee por escirnioe desdém. ze ccultu- postos que estio no coragao da matéria ou, simplesmentey Di-se que as duas estratégias produzem mais ou menos 9 mesmo efeito = lar a falsidade do que parece ser verdadeiro. De fato, em certo sentido, 08 Pé= cmodernstas parecem afirmar que tudo ¢ falso, pelo menosno sentido de que née se pode provar que alguma ensa sea el. Para toda stuaso, para tudo 0 que se “Gra, hd sempre umm ndimero sem fim deinterpretagbes. Ja que woe nunca pode dizer realmente o que pretende com alinguagem, néo hajelto algum de se estabe- lecer uma verdade ou falsidade. Assim, nenhuma interpretagao é superior 3 Our tras em outras palavras, todas as interpratacdes tem validade igual, significando aque nenhuma tem validade, Com efeite, toda interpretagie, portant, & falta ¢ todo entendimento é um mal-entenclido, uma desentendimento, TEasas quest0es sio especialmente importantes quando ge trata das explis- desde larga scala que o homer moderno constrain para explcaratealidade 2° ‘hal “A modernidade (..)reflete erenca total na capacidade da Hinguagem de base sacional para capar, apreender o mundo Bla.) refleteotimismo, reivindicando « poder de compreende-lo em sua totalidade, Os p6s-moderistas renuncsriam sressa fé,aesteotimiamo ea essa afirmagio de poder” (FARMER, 1995, p.47).Na perapectiva modernists estas explicagdes de larga excla sto as verdaes trans ‘eendentes e universais que dio suporte& cvlizaglo e servem paralhe dar legit a Administrac8o pals e o noun servig pbc 243 ‘midade; elas sio as explicarbes que tornam o mundo moderno compreensivel 0s exemplos incluiriam 0 materialismo dialético no marxismo, a teoria do recal- que na cigncia psicanalitica, a noga0 da burocracia hierérquica no pensamento de Weber, 0 positivismo légico na Glosofia da cigncia e a teoria sistémica nas is. Os pds-modernistas questionam todas essas explicagSes. O pés- -modernismo rejeita explicagées globalizantes, conhed cou metanarrativas, e desafia seu assim chamado “fundacionslismo” Jean-Frangois Lyotard, proeminente escritor pés-moderno (em FOX, MIL- LER, 1995), escreve: “Usarei o termo moderno para designar toda cigncia que se legitima por referéncia a um ‘metadiscurso’ (.) {que faz] apelo explicito a algu- ma narrativa grandiosa” (p. 44). 0 pés-modernismo é cético em relagdo a todas essas “metanarrativas”, pois é possivel mostrar que elas tém falhas fundamen- tai tipicamente baseadas no modo como inevitavelmente representam de modo Incorreté a realidade por meio da sua escolha de uma perspectiva ou “lingua- gem" particular. (Observe-se que, de uma maneira peculiarmente circular, os pés- -modernistas itam até mesmo afirmacses protesto: "Nao pode haver enunciados glob: Na imaginagio dos pés-modernistas, portanto, a arquitetura funcional cede bais como o proprio reclame ou lugar a formas mais ecléticas, que procuram captar ou aprender o caos e a alie- nagio da condicao contemporanea; 0 positivismo ico cede lugar a um interpre- tativismo radical ou, melhor ainda, a um anarquismo metodolégico; a burocracia hhierdrquica da lugar a delegarao e a0 discurso; as “leis” da ética dao lugar &ética da situagio. Quando Fox e Miller os contrastam, 0 modernisro e o pés-modernismo apresentam as seguintes diferencas: ntegragio versus desintegragio, centralizagio versus descentralizagao, totalizagao versus fragmentacao, metanarrativas versus textos dispares, impulso de unificar versus hiperpluralismo e universalismo versus relativismo (FOX, MILLER, 1995, p. 45; ver também MILLER, FOX, 1997). No mundo da politica, a politica simbdlica reina suprema, enquanto 0 espe- taculo da midia e da simulagio toma o lugar do debate politico e da detiberacio politica. Esta éa era dos bordes de apelo (sound bites), o mundo dos intérpretes politicos (spin doctors) e da campanha negativa. A conversacao sobre politica pi Dlica foi eclipsada pela imaginacio simbélica, insincera, de captagio da atencio, 8 qual os pés-modernistas se referem como a hiperrealidade, um termo usado para indicar que “os signos e as palavras ficaram cada vez mais estranhos para as 73 pan or da insta in comunidades de discurao mais auténticas”(FOK, MILLER, 1995, p.7). Novanieh~ te, a palavias€ 05 simbolos se tornam autorseferencais fazendo sentido apenas spam contexto estreto e somente para quem entende aquele contexto especifico. itco 6 substituido por campanhas de midia de {Bm consequéncia, 0 discurso sto nica e pelo tipo de Irealidade criada sem participacto, que fi 0 tema de era cincidéncia (Vag the dog, um filme que rapidamente ge tornow parts do debate politico porque parecia estar muito proximo da realidade~ ou seria 0 aso de aina realidade muito préxima da fantasia? De todo modo, esse 60 porto.) {Em nivel social amplo, © que as pessoas compartilham ¢ em sua mais Par te simbélico¢, portanto, em grande parte efémero, embora ainda possa evstir = possibdade de acordoe de consenso dentro de grupos menores,baitros O19 evadades, Moito embora compartilhemos “ama hiper-realidade de consciéncis snfundida pela midia” (FOX, MILLER, 1995, p. 43), os pés-modernistas sti" smentam que pode haver acordo ¢ entendimento no seio de comunidades meno vee fama tendéncia qu eles chamam de desenvolvimento dew neotibalieme)- Se 0 signos esimbolos por meio dos quais acontece a conversario se tornaramt vutortefevencals e epifenoménicos, poderiamos esperar que subeulturas diver- ae falasgem ummas Ae outras, mas sem se entenderem (na linguagem do pOs- v nodernismo, seus jogos de linguagem sto incomensuréveis), Por consequénciay ge pov tnodernistas tendem a ceebrat © pequeno, o incomum, o marBinl ¢ diferente. Assim, nas conversagBes socials e politicas, como ern todas a5 outras oun,“ pos-modernsmo &0retorno ea vinganca do diferente, aafirmagio de fora de padiio fortult ea anomaliainascimilavel” (FOX, MILLER, 1995, 45). Tim sintese, 08 pés-modernistas veer 0 suposto progresso da era moderns com grande cetcismo. Basinalam que a exltaio do fato eda raconalidade pelo vo vderiamo resltou em guerras mundiais, campos de concentragio, genocidiy pobreza, vacismo,industrilizarto,burcratizagio, whanizasto € multos utes vals, Para os pés-modernistas este registro indica 0 fracasso do modernismo, aens tales de forma mas importants, indice o malogro da busca moderna pelo ve enlinentoracional do mundo real, Cada vee mais, oque parece ser ral 6; 20 cmtraio, real, simb6lico, us6ri, pura fico ~ em muitos casos, uma Bey#0 sm ointuito de enganar. Assim, tudo o que éaparente & suspeito € smanipulada co Imente se for possivel mostrar que reflete uma tem que sex questionado, especial perepeciva de corente dninante que poderia exci quem m2 tem capicidade a Administasao pobllea @0 nove sarvigopablcn 245 dle manipularo simbolismo da vida moderna em seu proveito.O pés-modernisn reflete rejeigdo & falsa esperanca do moderno entendimento racional. Aplicagdes na administragao pablica Die eile tea cas cae a a ‘nro ip ne ta -down acabaram dominando o processo politico em detrimento do dialogo real, 0 campo da administracao publica serviu, pelo menos em parte, para dar aj cio Fetlectall aad dese ets veo licensee nea Serine et dubs i egesfs bck ts contd lel ee een gate elaborados de forma estratégica e os estratagemas retéricos ~ e no a ciéncia” (p. © significado da experiéneia vivida (MILLER, 2002). A titulo de alternativa, Fox e eee gee ee aa cate a Chana de oc or jo mera oes ear. ‘eriam de maneira a excluir as demandas insinceras, as que so apenas autocom- placentes, as procedentes de pessoas sem disposigao para acompanharo discurso.e as dos ree-rders O papel do administrador pblico & dar apoio Aceiagko e& manu- tengo do discurso auténtico, por meio do qual serio ouvidoselevados em conta os valores de uma multido de cidadios péblicos. Os pontos de vista devem ser con- frontados uns com os outros e é muito provivel que as ideiasentrem em choque. a 0 lia o nove senvigo pbc Ay a ier Farmer sugere, em seguida, quatro interesses ou culdades que poderiam. dos em torno de normas de inlusto,atenso © compres orientar a ve idade de reafirmagao das normas da des sons Heros The language of pic administration (1995) © ‘Till wana abordagem pés-tradicional tum pouco diferente, Farmer sjema teoria da administracio péblica € uma meito € imagi co, mas agora uma caracteristica que ce tornou necesséria de maneiva mais geral sugere que a imaginagao poderia vi a consti ; 19, que vemos na obra de Max Weber n paralelo parao termo convencio- smpreendem a buroera que ofavem outras inguagens, ato" de pressupostos, abordagens, Tinguagem mediante a qual as peasons cs ssbilidadese suas imitagBes. Damesma forma 1 i i se anno pica ofl uma varedade i modo como entendems epratieamos adminis~ a teoria tradicional dessa ad xacionalismo (PARMER, 2005, p. 3-20). O segundo interesse ¢ a o pablca, No entanto, Farmer arguments abe yom trabalho feito no ' que Farmer recomenda como forma de se d rrr et, enboracontabua de forma sigifcatva par 9 reo pico, élimitada em suacapaciade dee nivel upgrade) da bron: Ee sajsta tem ificuldade de abordar | saeno Per 8 af ‘yarocracia pablica para que sea, | litica e da burocracia contempordneas cual © tercelrointerese é destertitorializagto, que, para Farmer, significa re mover 0 cédigo ou grade que se impregnou no entendimento pela forma como se conduz este pensamento, em particular o pensament . Uma aborda- jonalreconheceia que a ciénciaé Jencia ¢ apenas mais um discucso entre muitos liberando, dessa maneira, 0 do, desea mane, onosopensament pata eolore posi inalmente, em quatto ly tam a teorla modernista daa teoria modernista da administrarao pat ia dependéncia de palavras como forma de entender o cardter simbélico da po- dia publics. Em termosexpesficos, a tora mode 1m conta tr administragio Pa ! jpensamento atual ¢ abrir novas 1 espe Farmer explora o mundo lteridade, que significa urn jor deve se comportar na relagao com os fundamentalmente, uma dentro da administragio ruigbes existentes do governo >, quando no com direta opo- artigos sobre o conceito de ss nt ito de antiadministracéo, ver FARM os alernatvos de press i 1998. Para uma elaboragao adicional sobre nocdes : ~ te) através da qual poderiamos ensergat © foco estén aera es como o pensemento enquan- ee jogo, a justiga enquanto busca ea prética enquanto arte, ver FARMER, 20 , nao nos objetos que Outro livro que aplica a bi ae ne ee arin gastnaa yordagem pés-tradicional a teoria da administra- so pablica é Legitimacy in public administration (1997), de 0. C. McSwite (pseu- Amo de Orion White Cynthia McSwain) McSwitereconsti paso a paso a histéria da questio da legitimidade na administracio publica, fazendo refe- rencia especial ao debate entre Friedrich e Finer, examinados anteriormente, ¢ possibildades para um servigo pablico de nivel cos, Farmer ecormenda uma abordager reflex am ateoria da administragao pablica de traire usar onosso entendimento da admi- jas do carater linguistico do campo. 10 piblica por meio do term: mais avangado. Em hhoje.Ainterpretag sistragdo publica pelo exame das consequéns samina 0 conjnto de pressupastos e constragbes Socials [OF i umaarte gue © madoras da lente tearica através da qual enxergamos e que faz especulages 5” eneice para transcender as lites do pensamento atuale lades para um servigo pablica podese possi | Uma nova maneira de se pensar a adm de nivel mats avangado. fmt Tors do adminis rack ugere que nossa falta de espeifcagao dos processos democrat sacapacidade de entender como se pode smanter a accountabi werado administrative. Nao podemos resolver a questo da snzo conseguimos descobrir como fazer funclonar a democtacis Fazendo alguna democratica no jtimidade porque vrnewasto a MeSwite, voltamo-nos para o que ele cham de bomene da razio; toto 6, decidimos eleger lideres razodves e depots confiamos aie eles atuem de forma razodvel, Mas isto significa que os hornens da 14240, n° final das contas, lever tomar decisbes sozinhos ov, na melhor das hipétesess com alguma con- lta ou input formal (como votardes).Blesatuam de forma umn f2nk fechada, aa rontaste com o tipo de aberturaeclaborario que aide de diseurso ‘mpli- caoudé a entender. ‘eguindo uma posicto pés-tradicional McSnite conclu que 66 provavel que acontega alguna raudanga sgrficativa na administrarao pablica ou no Ve depois que sejarnoscapazes de ver (1) como €possivel ‘gir em confiar na razi0 1) como chegar avn acordo em relao a idela do outro (a questo daalerida- fh, Questionando as solugbes ebrcas para esses problemas, McSwite oferece ta primeiro paso patio: abrirmasnos uns aos outros “A cernativa & ouvis, vcevarar-se de ae acolhero outro como simesmo, Isso (~) no ¢ S310 © fim da vardo quanto sua transformagao (.) Ao fazer das pessoas 8 vidas 0 objeto an, dap ‘eracia~ isto, ideia de um soberano popular 04 pov ~ ss ae asa um conjnta distinto de compromissosontolgicos' aus so have entendiments da crise de eiimidade na administrate hc 225. Oa aon Hum pons sg 68 i do de hoje se caracteriza pela multiph- \dades e interesses. Sob essa tando .s na medida em que enfrentamos yuanto aplicados & administra- sugerindo formas de organi- ‘que presumivelmente todo: partamos: Mas, pel contd, o mud ¢ rente diversos cidade, por blocos crescentemente ie “dreunstancias, as nog6es tradicionais que usamos no passado Para : vm sentido ~termos como representa esoberania popula ~J4 nO Pe Enquanto nossa ontologia politica tradicional ¢ fundacio- icente as diferencas aparentes, a diferengs Por muitas raz5es, porém, a essa falha da litica e ad- construir um, mundo cor xecem mais funciona. ‘nal presume um grau de unidade subja weender a governanga. hoje central para se comp! ® sadministragio publica nao foi capaz de confrontar os cuidados ‘oltticacloea, Tome-se por exemplo, a dicotomia entre politica ¢® mito supusermos que a soberania do “povo" existe la fora’, 2 se administracao ~ que expressa a vontade do povo e #2 contologia agi. En distingdo entre = serd mantida. execugio~ seré . : Done datas piblia, eto, o ato de desafiar a nogio de povo reve la que muitos dos interesses que ocuparam os teércos ds organizay 30 pica 9 nove sence paca io de fato sintomas de uma patologia subjacente ~ a visio unificada de Povo. De acordo com Catlaw, “ao seguirmos a ligica do Povo, comecaremos a ver como 0 ato de governar excede nossas tradicionais institulcoes “politicas” e padres de organizagio e interacio socials" (p. 14). Por sua vez, os formuladores do campo ppassam ao largo de interesses como politica e administracio. “O ato de governar se localiza em cada espago, se realiza por meio de cada interacao. J4 nio se pode, plausivelmente, delegé-lo a um dos ladoe da dicotomia ou a uma instituigdo tra- dicional..” (p. 14), Em ltima andlise, Catlaw faz uma argumentagso nao apenas contra um mo- {elo particular de representagio (ot soberania popular), mas contra a prépria ideia da representagao. Esta medida, argumenta ele, abrea possibilidade para novos mo- dos ce governanga, De acordo com esta visto, “a ato de governar poderia se ocupar dos processos por e através dos quais a verdade, as objetividades e as subjetividades ‘0 contextualmente produzidas, impostas e sustentadas, em vez de o serem ape- rnas por meio dos inecanismos" associados & técnica da administracao publica (p. 189). Atento, Catlaw observa que afastar-se do povo nio significa afastar-se da de- ‘mocracia, mas, muito pelo contrévio, significa abrir mais possibilidades para a au- togovernanca. A democracia, firma ele, sempre foi relacionada & transcendénca, Eaadministragao publica, por conseguinte, se torna uma pratica transcendente, "a pritica goral de produsir e sustentar mundos humans” (p. 191). inalmente, em sua andlise da “narrativa” bsica da administracao publica iada anteriormente), Harmon (2006) advoga uma concepgéo unitéria ica) de governanga, uma concepeo que, segundo ele, poderia inchuir as seguintes caracteristicas: uma experimentacao colaborativa ~ que envolve 08 policy-makers ¢ 0s administradores, incorpora a incerteza como traco essencial da ‘vida social e facilta 0 processo de interagio social ~ e um conceito de igualdade democrdtica que reconhece alegitimidade das difevencas individuais (p. 144). Embora a visto pés-modernista ou p6s-tradicional de mundo faga uma apre- ciagio complexa e multifacetada da condicao contempordnea da humanidade ¢ seja, em parte por conta disso, praticamente inatingivel, ela claramente contém ligdes para os administradores piblicos.E certo que o cet ismo em relacao a do- minagao da razZ0 no mundo da administragio est mais presente na lteratu- 1a pés-moderista do que nas outras erticas que vimos. Além disso, 0 tebricos ‘da administragdo publica que seguem a abordagem pés-tradicional observaram a st posmm 232 Tories do aeniistracto pala sade uma onexio entre o pressuposto darazio (ou racionalidade) ¢ana- ida de grande parte da administracao piblica, Devirise manelras, todos os livros sobre administrayio pablica pés-moderna que exarninamos aqu chegam uma conclusio semelhante(emboraobservem diferensas importantes): de que 6 provével que a vida no mundo pés-moderno nos tevele cada ves tals 2 jortante a ne- existénc ‘eureza introvert ‘rosea dependéncia mitua e, por conseguinte, tome ainda mais imp veesdade de que os padres de governanca se fundamentem em discursosincero franco entre todos as partes, incluindo os cidados eos administradores. E mes- tno que os tebricos pés-tradicionais da administragio publica se mostrem cticos i:respelto das abordagens tradicionas da partiipagSo publica ~ temendo que s€ tomem discussio controlada, em vez de discurso auténtico ~, parece que existe tum acordo considerivel de que se faz necessirio um didlogo pablico de melhor nivel para da vida vigor & burocraca pabicae para devolver um senso e leg timidade ao campo da administragao pablica Variagdes na teorla feminista Mantendo esteita relagio com 0s esforsos dedicados a criar teorias de dis- curso para a administragio publica, apareceram as abordagens feministas a esse campo. Apesar de muitas pesquisas sobre questOes femininas na administragto piblica terem enfocado temas como diversidade, pagamen' teivas intangiveis & promogao funcional das mulheres, o feminismo cri nuitoalém desses tpicos, examinando modelos alternativos de orgenizagio pl biiea, Num de seus primeiros livros, The feminist case ageinst bureaucracy (1984), Kathy Ferguson identficou como a burocraia de tipo ideal contém inerentemety 0, refietindo os tradicionals vieses masculinos de poder © te conotacao de gener’ ‘autoridade, tanto no interior da burocracia como na relagao entre cidadaos ¢ of- Ferguson recomenda uma nova ganizagées piblicas, Bm oposigie essa postura, abordagem para a organizacio ~ uma abordagem ern que as Org “haseadas no poder definido como energiae forga em grupos estruturados, mas plo vinculadas & personalidade de um tinico individuo, e cujas estruturas no permitam o uso do poder para dominar os outros no grupo" (P. 180) ~ assim como uma nova interpretacio da cidadania, baseada em “processos compartilha- os de conversa¢io, deliberacio e julgamento” (p.174). to igualitario e bar- tico vai rnizagbes soja 0 plc #o nov seme pled 255 De maneira semelhante, Camilla Stivers (19% A 5 , Camilla Stivers (1992) argumenta que a teotia sdministrai bln peasipse fundamentalists, a cnceo manclna de controle como essencial ao des ae " ncial ao desenvolvimento administrative. Depois de exami nar a “masculinizacao do pensam at ‘que fez com que a realidade fosse vista & parte da individualidade (self), portanto, sujeita a controle, Stivers sugere uma alternativa feminista, que prefere aceitar em vez de dicotomizar o rigor e a rele vvancia e reconhecer que, sem discussio, facilitacso e atividades comunais, corre- ‘mos o risco de ceder a0 senhorio, a dominasao e ao controle, O que Stivers chama de"pacinci celvagem"” engloba nfo apenas pacignca que o administrador faci litador precisa ter, mas também a coragem necesséria a quem se recusa dar com tudo 0 que aparece pela frente, “ Foram particularmente interessantes os estudos feministas sobre lideranca, sonar de ‘terem proporcionado apenas resultados dispares. Entretanto, uma sin- se desses estudos sugere que as pessoas avaliam os estilos de lideranca de ho- ‘mens e mulheres de forma diferente, va jzando o senso de iniciativa do estilo ‘masculino e a solicitude do estilo feminino no trato com os outros (BARTUNEK ets, 2000), De acordo com ta perquen as mulheres que exerem Fideranad a educada e facilitadora provavelmente serio aceitas e bem avaliadas tanto por homens como por mulheres, ao passo que as mulheres que tomam iniciativa recebem menos apoio, Stivers e outra feminists, no entanto, também se per _guntam “se 03 estos de lideranga femininos simplesmente mascaram melhy hierarquia; elas queriam saber tee sentido de alguém que defina al de contas,nés precisamos de lideres no inifcado das situagées, nos mostre a manei cometa de abordar os problemas e nos f Ke aate ; mos fara querer 6 que o lider quer (nos moti- ve)" (STIVERS, 1993, p. 133). eae Virios autores argumentam quea explorasio continiaga do modo om pe- sumos soc clue orpneacnament reo da le de gto poderia proporcionar um grande insight para a reconstituito final das estruturas organizacionais hierérquicas, Por exemplo, segundo Buazanell, 0 que se precisa trabalhar agora é uma descrigao mais articulada de géne- ro nos contextos organizacion: 1eincoxpore as tensdes intrigantes de (des)empoderamento, de relagbes (nc) tradicionais, de siléncio/vos e assim por diante, sem jogar um sexo contra o outro, sem perder de vista as forcas apn Teas da aise nab sucionals que dio sustentacio as rlagbes desiguais de gt cestruturais © in tar aa complexas intersegbes de diferenca e semelhanca (BU ‘2ZANBLL, 2001, p. 532-539) 5. O novo servi¢o pdblico * yhardt e Denbardt descreveram 0 Como alternativa & nova gestio pablica, Den! olitica de- (2007), que busca sua inspiracdo na (1) teorta pe vente porgue esta se interessa pela conexto entre cidados € snativas a gestio e a0 design organizacio- teoria da administragio | “nova servico pal ‘mocritica (especial seus governos) em (2) abordagens ate ‘nal, que tém origern numa tradicio mais humanistica da piblica,induindo a fenomenologa, a toria critica e 0 pés modernise teoria politica democrética (es- (0 ‘novo servica pablico’ se inspira na jadios e seus pecialmente porque se preecupa com a conexdo entre id governos)e em (2) abordagens altemativas 8 gestdo ¢ a0 design or 19 mais humantstica na teorla da Cidadania, comunidade e o novo servigo palblico Micha! Sandel, no ivr Democracy’ dsconents (1996), identifica das ead ‘snorte-americana. A primeira ~ que, segundo ele, prevalecent ria recente ~ descreve a relacio entre Estado e cidadios Je acordo com esta visto, 0 governo goes na vida pe principalmente na, tem termos de procedimentos ¢ direitos. D: responsabilidade para com os cidados 20 garanti tos efetivos assegurando que ele funciona de acordo com prineipios ‘i ‘cumpre sua ira existéncia de procediment democriticos (por meio de ele txos artificios) e que os direitos dos individuos, «i goes, epresentagio, processo devido da le ¢ ou ‘omo 0 direito de livre expres- sho ou o diteto a privacidade, esto protegidos. Segundo esta visio, 0 papel do te capitulo € adaptagao do iro The new publi service: serving 1. Parte dest Deuhardt e Robert R, Denhardt. Aigo ampliada. (Armonk: fe Janet, pe, 2007) ee ai <0 plies © novo servo pabiea 255 ‘cidadao consiste em desenvolver a capacidade de escolher as ocupagdes que so consistentes com seu interesse © em respeitar o direito dos outros & mesma cot ‘sa, Essa perspectiva baseia-ce na filosofia do autointeresse ~ uma filosofia segun- doa qual o governo existe apenas para mediar os interesses pessoal ecoletivos especificos dos membros da sociedade e para propiciar uma arena em que tointeresses p pons = ostam ser plenamente exercdos ¢adjudicados, Esta perspectva, ‘obviamente, d sustentasao & economia da public choice e a nova gestao piibl (Uma visio alternativa de cidadania democratica vé o individuo comparti- nando oautogoverno de uma forma muito mais ativa. O papel do cidadao é olhar para além do autointeresse,é enxergar ointeresse pablico mais amplo; é umm pa- pel que toma uma perspectiva mais abrangente e de longo prazo. Esta «fo dacidadania democritica, obviamente, cobra muito mais doin erpretae duo. Entre coutras coisas, ela “requer conhecimento dos problemas ptblicos e também senso de pertenci interesse pelo todo, lagos morais com a comunidade cujo des- tino esta em jogo. O compartilhamento no autogoverno exige, portanto, que os ‘idados possuam, ou venham a adquirir,certas qualidades de cavéter, ou virtu- des cvicas" (SANDEL, 1996, p. 5-6) {A guisa de pista ou exemplo serve aideia de um empreendimento em que to- dos 08 cdados podem e devem estar envolvidos, Bose empreendimento coletivo - ms -vezes chamado de interesse pablico ~ nao é apenas uma acurmulagio de interesses privados, nem mesmo uma agregasao ou justaposigao de autointeres- ‘3 esclarecidos, Na realidade, esse ideal vai muito além de uma politica baseada no autointeresse do individuo, “De fato, ele tem pouco a ver com os 10ss0s in teresses privados, visto que diz respelto 20 mundo que esta além da individua- lidade (el), © mundo que estava ai antes de termos nascido e que continuaré af depois de nossa morte, e que encontra sua expresso em atividades e institu «Ges com seus pr6prios propésitos intrinsecos, que muitas vezes podem estar em desacordo com os nossos inter ‘do teresses privados e de curto prazo” (d’ENTREVES, 11992, p. 154), Nessa tradicdo politica, os cidadaos somente conseguem passar de uma existéncia soli i lads, para uma existéncia de virtude e realizagao nna medida em que atuam tendo por referéncia o interesse piiblico, 0 interesse ‘mais amplo da comunidade. O processo de contribuir para a comunidade € 0 ‘que, em dtima andlise, produz o todo, Bssa perspectiva reforca da forma mais, clara o novo servigo publico. sama 256 Teoras da insta police esas eins esta claramenterfletidas no recente ressirginento do interes- dade nos Estados Unidos, outro elemento que contribu se pela nogio de com! para 0 novo servigo piblico Os lderes dos dois principais partidos politicos, os 1s autores de best-sel académicos dos diferentes campos ideologicos, o smunidade se deteriorou no pats, smentaristas populares nao s6 concordam quea co vane também reconhecem qe, desesperadasnente,preisamos de win ses 9 soars de comunidade. Fora a pessoas questionem se houvealgum dia ae fato lima comunidade nos Estados Unidos, por que ela teria falido« como #8 poderia tard a, todas concordam que a comunidade é um objetivo valioso = Sh obje- tive que reania as pessoas em torno de empreendimentos ¢# [Apesae da crescent dvereidade que caraterizao pals, talvez por causa dela, sto que acomunidade é uma manera de produsi unkade «snl (BELLAH 41995; GARDNER, 1991; SELZNICK, 1992). etal, 1985, 1991; ETZIONI, 1988, G que entendemos por comunidade? Enquanto diferentes sclo™5 enfocam aepectos distintos da comunidade, o trabalho de John Gardin Departamento de Sade, Bducagio e Bem-Fstar dos BUA e fundador do ), é exemplar em sua careza poder de persuasio. Gardner Cause (Causa Comum) (1991) descreve a exséncia da comunidade nos seguintes termos: er, ex-secretiio do Common 5 de uma boa comunidade se tratam com humanidade, espe sis e valorizam a integridade de cada pessoa, A sora de cooperacdo e conectividade. Os (08 membros tam as diferencas individu boa comunidade fomenta uma atmor membros reconhecem que precisam uns dos © ‘pertencimentoe identidade, um esprite de respo 114 umm gentimento de sasabilidade métua. (p-18) trabalho em equipe, ¢ 5€ ‘A comunidade baseia-se em solicitude, confianga, solugio conecta por urn sistema forte eefetivo de claborarao, comunicatao © re de conilites. so comunitariano serviu para cristalizar © pensa- (© assim chamado moviment mento académico e popular sobre anossa necessidade de comunidad ¢ 28 /60p05, vreaades que nos caber enguanto membros de uma comunidad, Professor snnitat sion ~ em geal, consderadoofundador do movimento comunitsiane aarvtnecommnidade em termos de tr caacersticas (2) tela de lgos afetvor ve octonas que ae entrecram e eforgam og elos entre os meses; (2) com promiseo com um conjunto de valores, normas ¢senties compartilhados; © @) —— 80 pblica © o novo seven be 57 nivel relativamente elevado de responsividade" (E ; dna hdc ogenimeseienn pares en oo 4 eaten ves do setor plbico tém a tesponsabilidade especial e a oportunidade nica de capitalisa sobre a “alma do servigo public. As pessoas sio atraidas para piblico porque sto motivadas pelos valores do servico pblico, So vir 08 outros, tornar o mundo melhor emais seguro e fazer melhor traduzem o sentido de ser um cidadso o service: estes valores ~ se ‘a democracia funcionar - que aservigo da comunidade, ‘Anova gestto piblica, que veio a dominar 0 pensamento ea ado no campo daadministracdo pablica, fandamenta-se na idela de que a melhor mancira de compreender 0 comportamento humano é admitir que @ govern ¢ 0s Outs stores tomam decistes e empreendem agées com hase no autointercsse. Se- do governo éliberar as forgas de mercado de modo a gundo essa visto, o papel faciitar a decisdo individual e obter eficiencia, Os cidadaos ake vistos como con sumidores e os proble: a problemas so tetas com oo de ncentos Bi os servidores publ ee 's sejam empreendedores de risco que realizam os mn nogécios e redusem custos. Goat EE econdmicos como maximizagao do autointeresse, o novo servgo piblico i ‘se constr sobre a ideia do interesse pi pa 0, a ideia de administradores iente envolvidos com eles, sa servico de cidadaos e, de fat 3 Diferentemente da nova gestao pablica, que se consti sobre conceltos Tor contraste, © novo servigo piblico sustenta que a administracio publica deve comesar com oreconhecimento de que existéncia de uma cdadania eng ind eesdarecida erica para governanga democrtica Segundo tal vist, eta alta” cidadania é a0 mesmo tempo importante e atingivel porque o comports- mento humano nao ¢ apenas questo de autointeresse, mas também envolve vac lores, crencase preocupagio com 08 outros. Os cdadios slo os donos do governo e capazesde atuar juntos em busca do bem maior. Dessa forma, ointeresse pal co transcende a agregagao dos autointeresses individu. O novo servico publica procura valores compartilhados e interesses comuns por meio de um amplo dia~ logo e do engajamento de cidadios. O proprio servigo piblico é visto como uma extensio da cidadania; ee ¢ motivado por um desejo de servir os outros e de lo- _grar objtivos pblicos. 7. Governanca democratica em rede ‘Um dos desenvolvimentos mais interessantes no campo da politica pablica nas il- timas décadas foi a abertura do processo da politica pablica para um conjunto de ltiplos interesses, organizacbes e agentes puiblicos. Enquanto no passado 0 go* verno era o principal ator a produzir a politica piblica, hoje h muito mais ato- res envolvidos. Desde pequenas organizac6es sem fins hucrativos em nivel local até grandes organizages multinacionais como a OMC, muitos grupos e entidades or- _ganizacionais se tomnaram parte integrante do processo de politica piblica, Ha vé- ras razies para explicaro surgimento dessa situagao. Em primeiro lugar, houve 0 aumento do "governo de terceiros” com a contratacio de organizag6es privadas & ‘sem fins ucrativos para a provisio de servigos. Bm segundo lugar, o¢ governos est sex inacundn“nsoae overanen” pra rover sei an .aram a colaboracao em EGGERS, 2004). teprades. Em tercero Inga, o8 avangos tecnolgcos tempo real muito ras fii do que era antes (GOLDS! rans diego, tornou-se claro que em muitas arenas poiticas nem governonem _guem dar conta plenamente dos problemas que a sociedads er reados conse} ers nlp aaron iraqi rete + relativa anarquia associada aos mercados proporcionam wm modelo adequa- do para a solugio dos complexos problemas de hoje, Como assinalam sae e ‘Torfing (2006), asociedade de hoje est marcada por uma crescents neeraen 0 em subgrupos relativamente autonomos, por uma compleridade na naturese “8 problemas pablios e por uma nova dindmicasoitéria criads, em partes POF ‘uma snultiplicagio e interconexio de horizontes de agdo especiais¢ temporais © CP parte, por uma imprecisto e contestagio das frontelras entre as instituigbes, se- ‘tores ¢ niveis regulatérios (p. 5). ‘Nessas circunst&ncias, os mecanismos tradclonais de controle a 1o processo da politica pablicajé nfo funcionam mais ~ sequer ainda so possiveis. so ene prt do per om “ees” pols ul works) (MARCUSSEN, TORFING, 2003; PROVAN, MILWARD, 2001 AELWARD, juntamente PROVAN, 200). Hoe, 0 gover eats envio no proceso pole funtaney aamuitos outros atores~ empresas de mercado, associagbes, organizacGes gem fins reerativosecidado em geral, Como consequenca, odsign ea implementa da ible, agllo que alguns chamnam de “condo (steering) da sociedad {NELISSEN eta, 1999), 4 do estd mais nas maos de wa umnidade governamen- tal singular que aun sinha ou em acrdo exit com um ou dots outros atone snas foi suplantado por redes muitasvezes um tanto complexas de overnanga for" smadas por uma plualtdade deatores, cada qual trazendo os proprio interesses <5 pias recursos e arsenal de expertise, Além dos gos de governo, das empresas ‘edas organiaaBes sem fins lucrativos, esses grupes incluem organizagbes comune tins, cooperatvas, grupos promotores deinteresses ou causas especiais (advoeny rout), onganizaces de servigs, partidos polities, eos, entdades de erie de e grupos profsionsis (CROSBY, 1999, p. 3). Esses grupos podem, iguslments, até mesmo nacionais. mais sentido falar no somente em governo, atravessar fronteirasjurisdicional Por essas razées, faz cada vt sas também em governance. A governanca pode ser definida como as tradigoest a Administragae publica eo novo servi pblco 274 as instituigées e os processos que tm a ver com o exercicio do poder na societ dade (PETERS, 2001; BOGASON, 2000). 0 processo de governanca se refere & ‘maneira como so tomadas as decisdes numa sociedade ¢ como os cidadaos e corganizagSes diferentes (ver INGRAHAM, LYNN, 2004; JONES, MUSSARI, 2004; POLLITT, BOUKAERT, 2004). Um dos desafios mais interes- santes suscitados pelo novo mundo da governana em rede € como conciliar 0 governo hierarquico tradicional com as demandas por redes construldas em Ii- HEDLER, thas horizontais. De maneira semelhante, os teéricos agora comegam a per ‘guntar como a governanga em rede poderia contr democracia ou para a desatenclo em relagio a ela jr para o fortalecimento da Bevidente que ocreacente envolvimento de grupos miltiplos no design e na implementasao da p plblica por meio das redes de governanca tem con- sequéncias importantes para 0 entendimento e a apreciagao dos processos de. mocriticos (SORENSEN, TORFING, 2004, 2008). Como consequéncia, houve um interesse crescente pela governanga democrética em rede ~ como se pode- ‘Ha esteuturar e operar redes de governanga em conformidade com ideais demo- criticos, Entre outras coisas, ha estudos que se concentraram em definigaes de governansa democritica em rede, estruturas tipicas de governanca em rede, © papel dos esquemas de metagovernanga e em como a governanga democratica em rede pode incorporar da melhor maneira normas de transparéncia e engaja- mento civico (BAND, 2003; GOLDSMITH, EGGERS, 2004; HAJER, WAGENA- AR, 2003; HEFFEN, KICKERT, THOMASSEN, 2000; KETTL, 2002; KICKERT, KLIN, KOPPENJAN, 1997; KOOIMAN, 1993; MARCH, OLSEN, 1995; MA- RIN, MAYNTZ, 1991; PIERRE, PETERS, 2000; RHODES, 1997; SORENSEN, ‘TORFING, 2008). (Os primeiros estudas sobre as operagdes de redes nos setores piblico, sem fins Iucrativos e com fins lucrativos tenderam a enfocar a questio de como as varias est ruras contribuem para a efetiva operagio das redes ou a igno- ILWARD, PROVAN, 2000; PROVAN, MILWARD, 2001), Provan e Kenis (2008) descrevem trés formas de governanga em rede, A forma mais simples € ‘governanga participante, em que a rede é governada pelos proprios paxticipantegy ‘As redes governadas pelos participantes podem ser altamente descentralicadas Ider. A segunda em virtu- ltamente centralizadas ou governadas por uma organi forma 6 chamada redee governadas por organizaco li de das: ‘seus membros concedem ser da governanga compartilhar 1 que uma organizagéo assuma o papel de lderanga na rede. Um ter- de governanca em rede é a organizaydo administrativa da rede. Ags, ccria-se uma entidade administrativa di srganizagao individual ou gamentam que os .da com questes como con- formal, para governar arede. Provan e forma particular de governanga em rede fianga, tamanko, consenso em torno de objetiv Aste: ificar rmente a natureza nao hierdrquica da govertas formulaczo da politica pablica e, consequentemente, a levantar qu santes sobre como governar quando nfo hé alguém no comando, Sorensen e Tor- fing (2008) definem uma rede de governanga como 1 mais recentes de governanga dem (4) uma articulagio horizontal relativamente estivel de interdependéncia, sagem por meio dentro de limites estabelecidos por mecanismos extern: para a produgie do propésito public (p.®) 1zel e Panike (2008) definem a governanca em rede ‘letivamente vinculantes pelo De modo semelhante, ‘como “forinulagéo e implementagao de tematico de atores pri 0s quais 08 atores piblicos io hierdrquica)” coordenam suas preferéncias ¢ recursos numa {p. 156). Em todo caso, a interdependéncia carac cratica em rede significa que as relagées entre 0s par yee de verticaise que nenhum ator pode usar 0 poder ierérquico sem o rico de destruigio da rede (WACHAUS, 2009). sea caracteristica da governanga em rede contribui para problemas peculia- es de cooperacao e colaborardo, Goldsmith e Eggers (2004) descrevem o ato de como “a nova face do setor publico” e ressaltam as qualida- ssérias aos gestores de rede para que tenham sucesso (P- governanga demo- jo horizontaisem ‘governar por des individua " 1188), O problema que estes gestoresenfrentam se explica: ji que existe muitos de processos de negociagio e colaboragio deve por objetivos bem precisos e dexar claras as responsabilidad ms alcangé-los. Por esea razdo, em vee das tradicionais habilidades de g ‘os gestores de redes "tém que possuir pelo menos algum grat de habilidade em ne- de visco, construgio de confianga, colaboragao e gestio 42m que possuir a capacidade ea inclinagao para tra~ balhar através de fronteiras e de setores; eles precisam ter a habilidade de respon- der com flexibilidade e criatividade a circunstancias que estao sempre mudando, ‘Temas semelhantes sio explorados por Robert Agranoff no lio Managing within nenworks (2007; ver também AGRANOFF, McGUIRE, 2008). Agranoffob- que ele chama de redes de gestéo ptiblica no pro- ‘que, dependendo dos fins que elas procuram 0s de redes.Asredes de nformasio existem co lidade dese trocarem informagdes sobre politica, programas epossiveis para os problemas com lhamento de alcangar, ha diferent ajudar suas organiza objetivos. As redes de assisténeia sem fronteiras (outreach netiorks) se engajam em todas as atividades anteriores, mas também investem em oportunidades de ‘novos programas que possam ser implementados por meio de varias agéncias ad- rministrativas, Finalmente, as redes de acao adotam formalmente cursos de agao colaboratives, muites vezes produsindo servigos diretamente para uma populla- 80 de beneficisrios (AGRANOFF, 2007, p.10, 35-82). Muitos académicos exploraram 2 nocio da colaborags0 como uma maneira de gerar ago coleiva em casos em que no hé hierarguia clara ou senso de au- toridade. Agranoff, por exemplo, usa o termo colaborarquia para descrever as db atividades envolvidas na gestao de redes (p. 83-124). Out exploraram da Public Administration Review (2006), dedicada a gestao ptblica colaborativas debateram processos que pretendiam facilitar arranjos multiorganizacionais pai a solugso de problemas que nao podem ser resolvidos por uma tinica organizaciat ite. ‘ays Tears da ai fi "0 vetho ‘colaborar’ deriva do Tatim com-labor, que significa trabalhar de cornu acorda ou etn conjunto, ou simplesmente cooperar para atingir objetivos co- ‘muna, trabalhando através de fronteiras em relagdes multisse ao baseia-se no valor da reciprocidade” (O'LEARY, GERARD, Bl 7; ver também O'LEARY, BINGHAM, 2009). ‘Como parte do conjunto de artigos da PAR, Thomson e Perry (2006) ofere- «ceram cinco dimensdes da colaboracao que devem ser Jevadas em conta no fn “ionamento de qualquer tede de governanga democratica. A primeira éa que eles chamarm de dimensito de governanga, o requisito de que as partes devem se reunir para em conjunto tomar decisoes sobre as regras a governar suas atividades ede jossam compartilhar 0 poder. Esses senvolver as estruturas por cujo intermedi processos pressupSem que a colaboracio oua rede carece de estruturas hierérqu cas ou de autoridade para a tomada de decisio e que todas as partes tém que re ‘conhecer os legitimos interésses das outras na relagio. A segunda, a dimenséo de administrasdo, enfoca as praticas de gestio e requer, segundo os autores, “clareza depapéis e xesponsabilidades, capacidade para estabelecerfronteiras, presenga de objetivos coneretos atingiveis e boa comunicagao" (p. 25) 1 retém suas proprias identidades e lealdades a suas organizagées de origem, mas Atercei ‘incl como sendo Na verdade, muitos académicos apontam pata esta ci 4 talvez a mais desafiadora para a manutengéo de redes efetivas de governanga | (BARDACH, 1998; TSCHIRHART, CHRISTENSEN, PERRY, 2005; WOOD, GRAY, 41981; VIGODA, GADOT, 2003), Quando 0 autointeresse ou objetivos individuals entram em choque com os objetivos da coletividade, torna-seextremamente di- Jades essenciais dos lideres nas fil manter a ede, Por ets arto, uma das ; redes 6a. de conseguir um acordo em trno de um conjnto de objetvos ou cu- | sos de ago compartihados, j A quarta é a dimensiio de mutualidade, a ideia de que o esforgo de colabora¢io coment tera proebildade de se manter se todas as partes colherem benefilos da colaboragio ea em trmos de interesses dlstintos ou de interesses compar tithados. Em contaste com a negociagto, que comesa com as diferengas, Thom some Perry (2006) ressaltam a importa de “as organzacdes entifiarem em a ‘Administragao piblica eo novo serio ps7 conjunto os pontos que elas tém em comum, como similaridade de missao, com: promisso com a populaco-alvo ou orientacao profissional e cultura” (p. 27). Adi mensto de confianga e reciprocidade é a quinta dimensio refere-se a necessidade de se estabelecer condigées de confianga mittua entre os parceiros na colaboraao «de construir reciprocidade tanto de curto como de longo prazo, uma disposicao para contribuir que supde que os outros também irko contribuix & ébvio que a construgio de confianca é uma habilidade central da lideranca, especialmente nas redes de governana Acextensio das redes a todo 0 processo de governanga levanta questoes re- levantes para 0 futuro das normas e instituigBes democraticas. Por um lado, pode-se observar que as redes operam fora dos mecanismos normais de controle « accountability democriticos. Por outro, pode-se verificar que elae aproximam c= adios engajados nas discussdes de politica piblica e nas questdes de implemen- tagio, Em alguma proprias redes sto organizadas e geridas pode permitir que algumas redes ajam de mancira consistente com valores democr ‘aquelas que sto administradas de forma entre essas posigdes, observa-se que 0 modo como as , a0 passo que outras, talver rérquica, resistam a abrir opor tunidades para o engajamento democritico. Bm todo caso, parece que a tens8o fundamental entre eficiéncia e responsividade continuard a confundir os admi- nistradores piiblicos que operam em ambientes de rede, como 0 fez-com os que operam em outros dominios, [Para uma discussao tedrica dessas questoes, ver SORENSEN, TORFING (2008); para discusséo baseada em pesquisa empirica, ver MEIER, O'TOOLE (2006).] 8. Conclusao No centro das melhores discussdes sobre governanga democratica em rede e, em especial sobre o novo servico pablico est o conceito de servigo piblico, a ideia de ‘que importa fazer a diferenga. O trabalho dos gestores que adotaram essa aborda- ‘geme de outros como eles tem importdncia capital, porque relete o compromisso de tomar o mundo um lugar melhor, de fazer algo com sentido, talvez até mesmo significativo. Robert Bellah e seus colegas (1985), no livro Habits ofthe heart, su ‘gerem que este compromisso com o servigo piblico nlo é somente essencial, mas tem o poder de conectarcidadios eprofissionais no tratamento de problemas pi yf EE 276 Tors da blicos importantes. Em suas palavras, “a transformagio do Estado (..) deve en- focar a introdugio de umn sentido de cidadania na operacio do proprio governo. Entre outtas coisas, precisamos reassumir 0 sentido ética do profissionalisino, vvendo-o ndo apenas em termos da habilidade técnica, mas da contribuicao moral {que os profissionais fazem para uma socledade complexa. Mudar a concepsio do ‘governo ~ de uma administragio cientfic para um centro de relagBes ¢ obriga- 60s éticas —é parte de nossa tarefa” (1985, p. 211). Contrariamente anova gest4o publica, construida sobre conceitos economicos como maximizario do autointe- resse, 0 novo servigo é construido sobre a ideia do interesse pablico, a ideia de administradores pablicos a servigo dos cidadios e, na verdade, totalmen- teengniados aqueles que o setvem, Dessa maneira, © novo servo pico ~ que opera no contexto de uma governanca democratica em rede ~ oferece uma visio brilhante e poderosa para os administradores piblicos de hoje e do futuro. 9. Questdes para debate 1. Qual é a visio dominante da administracao publica no pais? De que modo voce a desereveria? [dentifique algumas criticas basicas ao modelo racional de administragao. a 3, Quais sfo os elementos essenciais da fenomenologia e da teoria critica? 4. Quais so os elementos-chave da administrasao publica pés-tradicional? 5, O queéo novo servigo piblico? De que modo ele se conecta as teorias de go- ‘yernanga democritica em rede? 10. Casos 1. Leslie Jones, mestre em Administragto Piblica recém-graduada, sente-secéti- cacm relagi As abordagens de administrario piblica que sparentemente ndo io atengio avalores. De que modo ea poderia construir um filosofia pessoal de administvagio que seja mais consistente com os ideals democriticos? 2. Come gestor de um departamento estadual de transporte, Jay Cutler traba- ha hé anos para chegar a um acordo sobre uma nova autoestrada. A nova via pablica precisa passar por uma érea ambientalmente sensivel, mas Cutler deparou-se com uma ferrenha oposicéo por parte de vereadores e empresé- AUIISIERS PRONE 89.10 Serco BEDI: AF rios locas. Bm ves de desistir do envolvimento dos cidadios, ele dues ampliar 0, De que maneira ele poderia fazé-lo? Se vvocé prestasse consultoria a seu departamento, o que recomendaria? seus esforgos para envolver o pil Referéncias ABEL, Charles Frederick; SEMENTELLI, Arthur J. Evolutionary critical theory an tts role in public affairs. Armonk: M. E. Sharpe, 2003, ABEL, Charles Frederick; SEMENTELLI, Arthur J. Justice and public administration ‘Tuscaloosa: University of Alabama Press, 2007. ADAMS, Guy B.; BALFOUR, Danny L. Unmasking administrative evil. Edigio revista Armonk: M. E. Sharpe, 2004. ADAMS, Guy B.; BALFOUR, Danny L. Unmasking administrative evil. 3. e. Armonk: M.B, Sharpe, 2009. AGRANOFE, Robert. Managing within networks. Washington, DC: Georgetown Unk versity Press, 2007. AGRANOFE, Robert; McQUIRE, Michael. Colaborative public management. Washing. ton, DC: Georgetown University Press, 2003, ARGYRIS, Chris; SCHON, Donald. 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