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CAMPO GRANDE - MS
2012
V
CAMPO GRANDE - MS
2012
VI
Sumário
LISTA DE FIGURAS ..................................................................................................IX
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1
6. CONCLUSÕES ...................................................................................................... 64
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Disposição dos montantes e guias ............................................................ 8
Figura 2 – Disposição dos parafusos nas placas e perfis ........................................... 9
Figura 3 – Gipsita moída ......................................................................................... 10
Figura 4 – Mistura de gesso com água e aditivos sendo lançada sobre o cartão ..... 11
Figura 5 – Tipos de parafusos disponíveis no mercado para gesso acartonado ...... 16
Figura 6 – Assentamento da primeira fiada de tijolos ............................................. 19
Figura 7 – Nivelamento e prumo para as demais fiadas .......................................... 20
Figura 8 – Detalhes na amarração quando ocorrem encontros de paredes .............. 20
Figura 9 – Tijolos assentados em uma vez e meia vez ............................................ 21
Figura 10 – Demarcação das placas de drywall – pavimento térreo ....................... 26
Figura 11 – Demarcação das placas de drywall – pavimento superior .................... 26
Figura 12 – Foto das paredes internas de gesso acartonado do estudo de caso ....... 27
Figura 13 – Foto das paredes internas de gesso acartonado do estudo de caso ....... 27
Figura 14 – Foto externa da edificação, após aplicação do grafiato ........................ 28
Figura 15 – Foto externa da edificação, com ampliação executada pós-obra ......... 28
Figura 16 – Placa de gesso acartonado resistente ao fogo (RF) .............................. 43
Figura 17 – Placa de gesso acartonado resistente à umidade (RU) ......................... 49
Figura 18 – Disposição de uma alvenaria de tijolo cerâmico .................................. 54
Figura 19 – Diferenças práticas entre drywall e alvenaria de tijolos ....................... 58
Figura 20 – Recuperação de área de mineração da gipsita ...................................... 59
X
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Resumo dos pesos da alvenaria de tijolos c/ revestimento e drywall .... 33
Tabela 2 – Resumo dos pesos da alvenaria de tijolos s/ revestimento e drywall .... 33
Tabela 3 – Custo da M.O. para execução da alvenaria de tijolos e drywall ............ 35
Tabela 4 – Custo de material para execução das paredes de drywall ...................... 36
Tabela 5 – Custo de material para execução das paredes de tijolo cerâmico .......... 36
Tabela 6 – Comparativo financeiro entre alvenaria de tijolos e drywall ................. 37
Tabela 7 – Horas necessárias para execução de 1 m² de alvenaria de tijolos .......... 54
XI
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Características das placas de gesso acartonado ...................................... 7
Quadro 2 – Características das placas de gesso acartonado – Trevo Brasil .............. 7
Quadro 3 – Tolerância das características geométricas das placas de gesso ........... 12
Quadro 4 – Limites p/ características físicas e mecânicas das placas de gesso ....... 13
Quadro 5 – Características dos perfis de aço para estrutura de drywall .................. 15
Quadro 6 – Dimensões, pesos e aplicações da placa cimentícia ............................. 17
Quadro 7 – Espessuras admissíveis de revestimentos internos e externos .............. 22
Quadro 8 – Principais normalizações brasileiras para alvenaria ............................. 23
Quadro 9 – Tempo requerido de resistência ao fogo ............................................... 41
Quadro 10 – Resistência ao fogo de paredes em gesso acartonado ......................... 43
Quadro 11 – Resistência ao fogo – Chapa de gesso, knauf Drywall ....................... 44
Quadro 12 – Resistência ao fogo de alvenarias ....................................................... 46
Quadro 13 – Desempenho acústico das paredes de gesso acartonado ..................... 49
Quadro 14 – Comparativo de desempenho acústico entre drywall e alvenaria ....... 50
XII
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Comparativo de pesos entre drywall e alvenaria de tijolos c/ revest. ... 34
Gráfico 2 - Comparativo de pesos entre drywall e alvenaria de tijolos s/ revest. ...... 6
Gráfico 3 – Comparativo de M.O. entre drywall e alvenaria de tijolos, em reais ..... 9
Gráfico 4 - Comparativo de mat. entre drywall e alvenaria de tijolos, em reais. ...... 6
Gráfico 5 – Comparativo fin. total entre drywall e alvenaria de tijolos, em reais ..... 9
1. INTRODUÇÃO
A parede de vedação é um dos principais elementos do meio construtivo e isso se dá
por sua principal finalidade: proteger a estrutura interna das interferências externas, além
também de delimitar espaços e criar privacidade. Por estes motivos, novos meios de vedação
foram surgindo ao longo do tempo, como os dois sistemas estudados neste comparativo.
Em relação aos custos financeiros para ambos os sistemas de vedação, existe uma
grande variação em inúmeros estudos já apresentados. Oscilando entre si em qual elemento
ganha vantagem financeira. No entanto, muitas vezes se esquecem de analisar outros aspectos
tão, ou mais, importantes quanto ao custo da obra. Serão estes os principais aspectos
apresentados neste trabalho.
2
1.1. JUSTIFICATIVA
A construção civil é o setor mais poluente e agressivo ao meio ambiente e devido a
isso, laboratórios no mundo inteiro buscam formas de amenizar esta situação. Mas de nada
adianta novas tecnologias serem lançadas e não serem absorvidas pelo mercado. Infelizmente
esse é um fato muito comum no Brasil, onde a construção civil carece de uma fiscalização
mais rígida e muitas obras se espalham de forma irregular país afora.
Por este motivo, o estudo comparativo em questão vem como mais uma ferramenta
para tentar amenizar o tradicionalismo imposto em nosso país, mostrando que novos
elementos podem ser absorvidos pelo o mercado, gerando sustentabilidade e praticidade na
construção civil.
O presente trabalho tem por finalidade expressar, por meio de cálculos em um estudo
de caso, referências bibliográficas e normativas, os aspectos construtivos do gesso acartonado
e placa cimentícia em relação ao sistema tradicional de vedação, no caso, tijolo de oito furos
comum com revestimento de argamassa.
Inicialmente será apresentada uma fundamentação teórica, tendo como base um breve
histórico das paredes de vedação, partindo em seguida para as descrições sobre os dois
sistemas construtivos abordados no trabalho.
Na etapa seguinte, são apresentados alguns comparativos gerais sobre os dois sistemas
de vedação. São eles:
Resistência ao fogo;
Resistência à umidade;
Resistência a esforços;
Tempo de execução;
Praticidade;
Resíduos.
4
2. PAREDES DE VEDAÇÃO
Desde os primórdios da vida humana, uma das principais necessidades era a proteção.
Seja contra agentes da natureza, como intempéries e animais, ou até mesmo de inimigos, a
condição básica de proteção foi e é até hoje muito importante para o bem estar e
sobrevivência das pessoas.
No início, cavernas eram usadas para este fim, mas a história se mostrou muito
evolutiva e como sempre, novos meios foram desenvolvidos, até atingir as paredes de vedação
que conhecemos hoje.
Sabbatini (2003) define a vedação externa como elemento que envolve o edifício,
considerando que pelo menos uma de suas faces esteja em contato com o ambiente externo da
estrutura. Ainda segundo Sabbatini, as vedações internas consistem em elementos capazes de
dividir as unidades internas da edificação, separando os ambientes conforme suas
necessidades.
6
Segue abaixo as características das placas de gesso acartonado das quatro empresas
fabricantes no Brasil:
7
Pode se iniciar a fixação pelo montante ou pela a guia, ficando a critério do montador.
Independente da escolha, caso comece pelo o montante, fixa-se o mesmo em cada lado da
parede, ou pilar, com parafusos e buchas e de acordo com a marcação feita no início. Em
seguida, parafusam-se as guias no chão e na laje, ou forro, seguindo a linha dos montantes.
Feita a estrutura de aço, prossegue-se a execução com a fixação das placas. Este
processo vale tanto para as placas de gesso acartonado standart, resistentes à umidade,
resistentes ao fogo ou a placa cimentícia, no qual difere apenas na massa de acabamento e nos
parafusos utilizados.
Caso a altura das placas não corresponda à altura do pé direito, será necessário cortá-
las. Sua fixação deve ser tanto nos montantes quanto nas guias e a disposição dos parafusos
segue conforme a figura 2.
9
As placas devem ser dispostas de forma que as juntas de um lado sejam alternadas
com as juntas do outro lado. Sua altura em relação ao teto e ao chão deve possuir um
espaçamento com cerca de 10 milímetros, para evitar o contato.
Após a fixação das fitas, passa-se uma segunda camada de massa de gesso sobre as
fitas, com uma amplitude de vinte centímetros para cada lado das juntas. Por último, uma
camada de massa sobre a cabeça de todos os parafusos.
As cantoneiras podem ser utilizadas para evitar possíveis trincas e garantir uma maior
resistência.
10
2.1.3.1. FABRICAÇÃO
As placas de gesso acartonado são compostas basicamente por pasta de gesso, aditivos
e papel cartão. Para a fabricação do gesso, é necessário o minério gipsita, extraído da natureza
e moído até se tornar um pó bem fino. Para que este pó se torne o pó de gesso, o mesmo é
passado por um processo de calcinação, onde é submetido a altas temperaturas, resultando no
produto final em si.
Figura 4 – Mistura de gesso com água e aditivos sendo lançada sobre o papel cartão
Definida a espessura, ainda na extrusora, a placa recebe outra camada de papel cartão,
prensando a pasta no meio, para em seguida ser mandado à correia de formação, onde irá
reagir com água, provocando endurecimento da placa, sendo assim cortada.
Após serem cortadas segundo as normas padrões de medidas, as placas são enviadas
ao secador, onde perderá toda a água restante. Finalizando o processo, as placas são
empilhadas em paletes e encaminhadas para comercialização.
As características físicas das placas de gesso acartonado são determinadas pela a NBR
14717, atendendo aos limites estabelecidos nos quadros 3 e 4.
12
9,5 mm -
15,0 mm -
Esquadro -
Mínimo - 40 mm
Largura
Máximo - 80 mm
Rebaixo (1)
Mínimo - 0,6 mm
Profundidade
Máximo - 2,5 mm
(1)A borda rebaixada deve estar situada na face da frente da chapa e suas largura e
profundidade devem ser medidas de acordo com a NBR 14716.
Fonte: NBR 14717, 2001
13
Limites
Tentando amenizar o problema das placas de gesso com a água, foi criada a placa RU,
resistente à umidade. A princípio, percebe-se sua diferença em relação ao modelo Standart já
pela a cor do papel cartão, no qual é verde. A diferença também se encontra nos hidrofugantes
presentes em sua composição, geralmente de silicone, no qual permitem uma resistência
temporária à água. (Ferguson, 1996)
Apenas a placa de gesso acartonado não é suficiente para compor o sistema. A fim de
se estruturar a parede, garantindo maior resistência e estabilidade, é utilizada uma estrutura
com perfis de aço galvanizado, protegidos com tratamento de zincagem composta por
montantes e guias. Os perfis de aço devem estar de acordo com a NBR 15217:2005.
2.1.7. ACABAMENTO
- Massa: Produto próprio aplicado entre as juntas das placas de gesso, sobre a cabeça
dos parafusos nas placas e no encontro com elementos estruturais (paredes, vigas, laje, etc). A
aplicação da massa sobre as juntas deve ser feita após a aplicação da fita sobre a mesma.
- Fitas: Fita de papel micro perfurado, fita de papel com reforço metálico e fita de
isolamento. São componentes usados para melhorar o acabamento e o desempenho do sistema
drywall.
Antes de dar início à execução em si, será necessário estabelecer alguns fatores
importantes, como a posição do tijolo, se será de ½ vez ou uma vez, o pé direito adotado, a
espessura da massa de assentamento e as adotadas nos revestimentos. Estas informações
devem constar em projeto.
Após a primeira fiada, são feitas prumadas guias, sempre em perfeitamente alinhadas
na vertical, por meio de prumos, e com tijolos posicionados de forma a separar as juntas de
cada fiada. Em seguida, se prossegue assentando as demais fiadas. Um detalhe importante a se
obedecer é a execução de vergas e contra vergas sobre e sob vãos de janelas, portas e demais
esquadrias. (Edmundo, 2010).
Nos encontros de paredes, deve-se proceder com a devida amarração das mesmas,
evitando trincas e garantindo maior estabilidade e resistência.
20
Segundo Martins, 2009, o tijolo cerâmico possui seu formato em paralelepípedo e uma
coloração avermelhada. Muito usado na construção civil, é um dos principais componentes
empregados nas edificações. Não apenas como elemento de vedação interna, mas também
como externa, o tijolo vem sendo usado desde antes de Cristo e foi se desenvolvendo ao longo
da história.
Seu assentamento pode ser em meia vez ou uma vez e cada qual possui uma função
específica, seja estética ou de resistência. (Martins, 2009).
2.2.3. CHAPISCO
2.2.4. EMBOÇO
Sua massa deve ser firme e a espessura média é de dois centímetros. Além do reboco,
pode servir de base também para outros tipos de revestimentos, como os cerâmicos.
2.2.5. REBOCO
Assim como o chapisco, o reboco é uma mistura de cimento, areia e água, formando
uma argamassa, no entanto, mais forte e resistente. Sua principal finalidade é regularizar a
parede, deixando – a lisa para receber pintura ou algum tipo de revestimento.
Segundo a NBR 13749-1996, os rebocos podem ser executados com os seguintes tipos
de acabamento da superfície: desempenado, camurçado, raspado, chapiscado, lavado ou
tratado com produtos químicos e imitação travertina.
Parede interna 5 ≤ e ≤ 20
Parede externa 20 ≤ e ≤ 30
NORMA BRASILEIRA
ABNT NBR 6460:1993 Tijolo maciço cerâmico p/ alvenaria – verificação de
resistência à compressão
ABNT NBR 7170:1983 Tijolo maciço cerâmico para alvenaria
ABNT NBR 8041: 1983 Tijolo maciço cerâmico para alvenaria – forma e
dimensões
ABNT NBR 5706:1977 Coordenação modular da construção
ABNT NBR 5718: 1982 Princípios fundamentais p/ elaboração de projetos
coordenados modularmente
ABNT NBR 15270-1: Componentes cerâmicos, parte 1: Terminologia e requisitos
2005 p/ alvenaria de vedação
ABNT NBR 15270-2: Componentes cerâmicos, parte 2: Terminologia e requisitos
2005 p/ alvenaria estrutural
ABNT NBR 15270-3: Componentes cerâmicos, parte 3: Métodos e ensaio p/
2005 alvenaria de vedação e estrutural
ABNT NBR 15812-1: Alvenaria estrutural – blocos cerâmicos – parte 1: Projetos
2010
ABNT NBR 15812-2: Alvenaria estrutural – blocos cerâmicos – parte 2:
2010 Execução e controle de obras
ABNT NBR 6136:2007 Blocos vazados de concreto simples p/ alvenaria –
Requisitos
ABNT NBR 12118:2010 Blocos vazados de concreto simples p/ alvenaria – Métodos
de ensaio
ABNT NBR 8492:1984 Tijolo maciço de solo-cimento – determinação da
resistência à compressão e da absorção d’água
ABNT NBR 10834:1994 Bloco vazado de solo-cimento sem função estrutural
ABNT NBR 10835: 1994 Bloco vazado de solo-cimento sem função estrutural –
forma e dimensões
ABNT NBR 10836: 1994 Bloco vazado de solo-cimento sem função estrutural:
Determinação da resist. à compressão e absorção de água.
ABNT NBR 14974-1: Bloco sílico- calcário p/ alvenaria – parte 1: Requisitos,
2003 dimensões e método de ensaio
ABNT NBR 14974-2: Bloco sílico- calcário p/ alvenaria – parte 2: Procedimento
2003 para execução de alvenaria
ABNT NBR 8490:1984 Argamassas endurecidas para alvenaria estrutural –
Retração por secagem
ABNT NBR 13277:2005 Argamassa de assentamento p/ alvenaria de bloco de
concreto – determinação de retenção de água.
ABNT NBR 9778:2009 Argamassa e concreto endurecidos – determinação da
absorção de água, índices de vazios e massa específica
ABNT NBR 13279:2005 Argamassa para revestimentos e assentamento de paredes e
tetos – determinação da resistência à tração na flexão e à
compressão
Fonte:
24
Para efetuar o comparativo em questão, será utilizado como base de cálculo o projeto
arquitetônico de uma edificação comercial, localizada na av. Irineu Araújo Souza, s/n, QD.
38. LT05, bairro Jardim Eldorado, Nova Alvorada do Sul – MS. A presente edificação já se
encontra construída e o sistema adotado para vedação, interna, externa e de forro, foi de gesso
acartonado e placa cimentícia. As áreas do prédio são:
Para execução das paredes em gesso acartonado e placa cimentícia, foram utilizados
os seguintes materiais, com suas respectivas quantidades:
Tijolo Cerâmico:
3.2.1. DRYWALL
Gesso acartonado:
Para a realização dos estudos de cargas com o gesso acartonado, primeiro foi
necessária a obtenção de uma tabela de pesos normalizada, conforme a NBR 14.715, NBR
14.716, NBR 14.717.
Placa Cimentícia:
Perfis de Aço:
A NBR 15217 – Perfis de aço para sistemas construtivos em chapas de gesso para
drywall – Estabelece os seguintes pesos para perfis metálicos.
Conforme dados retirados do TCPO, citado anteriormente, além dos pesos específicos
de cada argamassa e peso unitário dos blocos cerâmicos, é possível obter os valores finais de
carga sobre a estrutura.
01 tijolo = 4,30 kg
Argamassa de assentamento:
Como a argamassa foi composta de cimento, cal e areia, a norma estipula o seguinte
peso específico para a mesma:
Argamassa de chapisco:
Como a argamassa foi composta de cimento e areia, a norma estipula o seguinte peso
específico para a mesma:
Interno
1.937,46 kg/ m³
Externo
1.937,46 kg/ m³
Reboco:
160000,00
140000,00
120000,00
100000,00 Drywall
80000,00
60000,00
40000,00 Alvenaria
20000,00 Tijolo
0,00 Cerâmico
Elementos de
vedação
80000,00
70000,00
Drywall
60000,00
50000,00
40000,00
Alvenaria
30000,00
Tijolo
20000,00
Cerâmico
10000,00
0,00
Elementos de vedação
35
Os valores são expostos em reais e indexados com base no salário mínimo brasileiro
vigente de R$ 622,00. (DECRETO 7.655, DE 23/12/2011).
Para uma melhor análise, o comparativo foi dividido em duas etapas: valor de mão de
obra e valor dos materiais.
30.000,00
25.000,00
20.000,00 Drywall
15.000,00
Alvenaria de tijolo
10.000,00
cerâmico
5.000,00
0,00
Elementos de vedação
36
Os valores dos materiais foram divididos em duas tabelas detalhadas de cada sistema
construtivo.
Através das duas tabelas, observa-se uma diferença de R$ 9.312,29, ou 14,97 salários
mínimos, a favor da alvenaria estrutural.
37
35000
30000
25000
Drywall
20000
15000 Alvenaria
10000 tijolos
5000
0
Elementos de vedação
50.000,00
45.000,00
40.000,00
35.000,00
30.000,00 Drywall
25.000,00
20.000,00 Alvenaria de tijolo
15.000,00 cerâmico
10.000,00
5.000,00
0,00
Elementos de vedação
39
4. COMPARATIVOS GERAIS
Além do estudo de cargas e o levantamento financeiro, alguns pontos importantes
nestes dois sistemas construtivos de vedação podem ser analisados, como a resistência ao
fogo, resistência à umidade, isolamento acústico e térmico, resistência a esforços, tempo de
execução, praticidade e acúmulo de resíduos.
Estas características são tão importantes quanto à questão financeira do produto, pois é
as analisando que o interessado em construir poderá avaliar qual sistema é mais favorável às
suas necessidades construtivas.
Os meios utilizados para analisar cada fator neste capítulo foram obtidos através de
normas reguladoras e testes em laboratório, conforme será citado ao longo de cada tópico
abordado.
A própria NBR 10636 define essa característica como uma propriedade de suportar ao
fogo e proteger contra a sua ação. É caracterizada pela sua capacidade de manter a
estabilidade, estanqueidade e isolamento térmico.
4.1.1. DRYWALL
O gesso acartonado tem suas vantagens nesse fator por possuir 20% de seu peso
composto por água, de acordo com a PLACO. Este valor aumenta quando se utiliza a placa
RF (Resistente ao fogo), no qual é representada com a cor rosada em seu cartão papel.
De acordo com FERGUSON (1996), a composição das placas resistentes ao fogo é elaborada com
aditivos no gesso e fibras de vidro, no qual contribuem consideravelmente na resistência à
tração, reduzindo também a absorção da água, conferindo assim uma maior resistência ao
fogo.
A ASTM [1995a] estabelece uma resistência mínima de uma hora para placas com espessura de 15
mm, e 45 minutos para as placas com espessura de 12.5 mm.
Quadro 10– Resistência ao fogo de paredes em chapas de gesso acartonado
43
De acordo com o quadro 10, onde apresenta os testes elaborados pelo o Corpo de
Bombeiros em relação ao drywall, a edificação abordada no estudo de caso se enquadra no
item dois que obteve os seguintes resultados:
Integridade: 30 min
Estanqueidade: 30 min
A empresa Knauf Drywall oferece uma tabela com os índices próprios de resistência
ao fogo, conforme apresentado abaixo.
O tijolo cerâmico não é de fácil combustão, o que garante boa resistência à parede,
ainda mais quando aliada aos revestimentos como emboço e reboco.
Este resultado é favorável e pode ser explicado pelo o fato da parede ser mais densa e
receber camadas de revestimento com produtos não inflamáveis.
É comum perceber quando ocorre um incêndio em uma residência, por exemplo, que a
alvenaria de tijolos é um dos poucos elementos do qual dificilmente são completamente
eliminados pelo o fogo. No entanto, apesar do material da alvenaria possuir uma boa
resistência ao calor, o mesmo pode ser prejudicial em caso de incêndio, pois á chances de que
não haja vãos suficientes na vedação das paredes, não gerando assim ventilação suficiente no
ambiente. Este fator pode causar a morte por asfixia, caso a pessoa não saia a tempo.
Quadro 12 – Resistência ao fogo para alvenarias
46
4.2.1. DRYWALL
As placas RU se diferenciam das placas de gesso acartonado por seu papel cartão
possuir uma coloração esverdeada e, principalmente, por possuir em sua composição aditivos
hidrofugantes, geralmente à base de silicone, no qual diminuem a taxa de absorção da água
pela a placa, garantindo maior resistência. (FERGUSON, 1996). Segundo a NBR 14.717 –
Características físicas das placas de gesso acartonado-, as placas RU devem apresentar uma
taxa máxima de absorção de água de 5%. Se comparado aos 70% de absorção de uma placa
de gesso acartonado standart, percebe-se uma grande diferença e maior desempenho da RU,
conforme consta sua especificação.
Apesar de a placa ser produzida para resistir á umidade, seu uso deve se restringir
apenas às áreas internas, pois o constante contato com água em excesso pode afetar na
garantia do material. Nas áreas internas, recomenda-se o uso de revestimentos cerâmicos nas
placas RU ou o uso de pinturas texturizadas, como o grafiato, que garantirá uma
impermeabilização ainda maior.
4.3.1. DRYWALL
O gesso, que compões as placas internas do drywall, possui uma propriedade natural
de regular o clima em que se encontra, mantendo o grau de umidade em equilíbrio. Quando a
umidade está elevada, ele a retira do ar e a devolve, quando o ar está seco. (FERGUSON,
1996). Para garantir uma resistência tanto acústica como térmica, aconselha-se o uso de
materiais isoladores como a lã de vidro ou de rocha. O quadro 13 demonstra os valores de
resistência acústica das placas de gesso, conforme as especificações da PLACO.
Como se percebe pelo o quadro, ocorre uma diferença média de 17% entre o uso de
materiais de isolamento acústico, como a lã de vidro, para a parede de gesso acartonado
comum.
4.4.1. DRYWALL
A resistência à tração das placas gira em torno de 21 kg/ cm², segundo testes
realizados em laboratório e de acordo com a NBR 17.717.
A placa cimentícia, apesar de geralmente possuir uma espessura menor que a do gesso
acartonado, possui uma resistência maior, devido à sua composição. Isso ás torna mais
pesadas, refletindo em uma maior estabilidade.
Por ser um sistema construtivo leve, muitas vezes o drywall é visto como frágil. No
entanto, ao contrário disto, se mostra uma parede eficiente e com índices aceitáveis de
resistência, tanto interna quanto externamente na edificação.
52
Os métodos para ensaio de compressão dos tijolos cerâmicos são determinados pela a
NBR 6.461, de 1983.
Por meio do TCPO, foi possível determinar o tempo de execução para ambos os
sistemas, adotando como exemplo a edificação abordada no estudo de caso do presente
trabalho. No entanto, não se pode determinar com exatidão este tempo na prática, pois vários
fatores podem contribuir no decorrer de uma obra, como intempéries, situação econômica,
tragédias, etc. O comparativo foi feito para apenas um montador no caso do drywall e para a
alvenaria, apenas um pedreiro e um servente.
4.5.1. DRYWALL
Como a alvenaria com tijolo é constituída de várias etapas distintas, foi necessário
dividir o tempo de execução em partes, conforme as condições previstas no TCPO.
54
Aplicando estes dados na edificação abordada, tem-se que o tempo total para execução
de 546,53 m² de parede interna e externa com revestimento é de 1.650,52 horas, ou 206 dias
considerando que os profissionais trabalhem 8 horas por dia.
4.6. PRATICIDADE
Reformas;
Manutenções;
4.6.1. DRYWALL
As paredes de drywall podem render uma área útil cerca de 4% maior do que se
utilizasse parede de alvenaria tradicional. Pode parecer um valor pequeno, mas para um
apartamento que dispõe de poucos metros quadrados, este valor se torna considerável e muito
útil.
Reforma:
55
O drywall oferece grandes vantagens quando se trata de demolir uma parede depois de
totalmente feita, ou então construir uma nova dentro da residência, causando poucos
transtornos, sujeira e numa velocidade satisfatória de execução.
Manutenção:
Suporte de objetos:
De acordo com a PLACO, para paredes de até 10 kg, os pontos de fixação podem ser
aplicados diretamente nas placas de gesso, com buchas plásticas ou metálicas. Acima de 10
kg e até 18 kg, os pontos devem ser fixados nos montantes de aço, com buchas metálicas
basculantes. Acima de 18 kg e até 30 kg, a fixação deve ser feita em reforço apropriado de
madeira ou metal, aplicado de preferência, durante a estruturação da parede.
Devido à sua espessura ser quase o dobro da parede de drywall, a alvenaria de tijolos
consome um espaço maior de área útil. No entanto, existe a possibilidade de utilizar tijolos
com dimensões menores, a fim de se aproveitar ao máximo a praticidade interna do ambiente.
Reforma:
Por sua necessidade em preparar argamassa, além de materiais com peso elevado,
realizar uma reforma com alvenaria tradicional geralmente se torna um incômodo aos
convives do ambiente.
Manutenção:
Suporte de objetos:
Por possuir uma estrutura mais densa e reforçada, as paredes de tijolo podem receber
tranquilamente a fixação de objetos com pesos elevados, ao contrário do drywall, no qual
necessita de reforços. Porém, o tijolo também possui sua resistência máxima e a mesma não
poderá ser ultrapassada, visto que fica inviável a utilização de reforços em alvenaria deste
tipo.
4.7. RESÍDUOS
4.7.1. DRYWALL
O drywall produz cerca de 5% de seu peso em resíduos. Este valor reduzido se dá pelo
baixo desperdício de materiais em seu processo executivo.
Fonte: Drywall.org
Outra observação na análise dos dados se dá ao alto peso imposto pelo o revestimento
da alvenaria de tijolos. A diferença da alvenaria com revestimento para apenas os tijolos
assentados com argamassa é de 68,63 toneladas, ou 48% do total. Ou seja, o peso é quase
igualmente distribuído entre a alvenaria e o revestimento. Para reduzir este valor, poderia
adotar outros tipos de revestimentos, no qual garantem boa resistência e aderência, mas com
uma espessura menor, ou então alterando o traço utilizado, optando por um onde se utilize
uma densidade menor, além do peso específico.
Por último, é importante constar que neste estudo não foi levado em consideração a
quantidade de água utilizada no preparo das argamassas, pois seria um valor impreciso, visto
que não consta no TCPO.
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eficiente. Este fator implica no terceiro aspecto apresentado, pois com uma aceitação baixa no
país, poucas fábricas se dispõem a instalarem-se aqui. Além da pouca concorrência de
mercado, a fabricação das placas de gesso implica num processo mais industrializado,
envolvendo grandes máquinas e tecnologia de primeiro mundo. Este mesmo argumento
também é válido para a placa cimentícia.
No entanto, como a mão de obra do drywall possui um preço mais viável que a
alvenaria tradicional, no final, ao se somar os dois pontos, a diferença de preço entre ambos
acaba por favorecer o sistema a seco de vedação, como observado nos comparativos.
Porém, para que o drywall se mantenha no mesmo nível que a alvenaria de tijolos com
revestimento, é preciso que se utilizem as placas RF, ou resistentes ao fogo. Caso contrário, a
resistência apresentada pelas as placas standart se mostraram quatro vezes inferiores à
alvenaria de tijolos.
em área úmidas se torna tão viável quanto à alvenaria de tijolos. No entanto, sob as mesmas
condições de preço que as placas RF. Para as áreas externas, a placa cimentícia se mostra tão
eficiente quanto a alvenaria, podendo entrar em contato direto com a água.
As duas vedações estudadas apresentam boa resistência quanto a esforços, sendo mais
resistentes as paredes feitas com alvenaria de tijolos cerâmicos.
Devido à sua estrutura padrão, com peças que já vem prontas da fábrica, bastando
apenas recortar, montar e fazer o acabamento, o drywall é muito rápido e versátil. O fácil
transporte do material e estocagem do mesmo na obra, também auxilia na velocidade de
execução.
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5.8. PRATICIDADE
O drywall apresentou vantagens em relação ao espaço de área útil, reformas e
manutenção. A alvenaria de tijolos se mostrou mais eficiente em suportar a fixação de objetos
e móveis, não necessitando de reforços internos como o drywall.
A pouca espessura das paredes em gesso acartonado contribuem para o ganho em área
útil dentro do ambiente e sua facilidade de montagem e desmontagem oferecem praticidade
em caso de reformas ou manutenções em geral, causando pouco incômodo. Para receber
suporte, o uso de reforços é indispensável, o que pode requisitar ou não um leve aumento no
custo da parede.
5.9. RESÍDUOS
Segundo estudos apresentados no comparativo, o drywall produz cerca de 5% de seu
peso em resíduos e a alvenaria produz 30%.
A alvenaria se encaixa nas etapas da obra que mais geram resíduos e isto se dá pela
quantidade de materiais utilizados em seu processo. Este desperdício aumenta quando as
argamassas são fabricadas no local da obra, muitas vezes por falta de habilidade dos pedreiros
e serventes. Argamassas prontas para revestimentos podem auxiliar no controle destes
resíduos, diminuindo os mesmos.
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6. CONCLUSÕES
Este trabalho demonstrou que essa realidade brasileira em relação à construção pode
mudar, visto que as vantagens estão expostas em números e dados científicos.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS