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O nome da Operação Lava Jato decorre do uso de uma rede de postos de combustíveis e lava a
jato de automóveis para movimentar recursos ilícitos pertencentes a uma das organizações
criminosas inicialmente investigadas. Embora a investigação tenha avançado para outras
organizações criminosas, o nome inicial se consagrou.
A operação Lava Jato é a maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o Brasil
já teve. Estima-se que o volume de recursos desviados dos cofres da Petrobras, maior estatal do país,
esteja na casa de bilhões de reais. Soma-se a isso a expressão econômica e política dos suspeitos de
participar do esquema de corrupção que envolve a companhia.
No primeiro momento da investigação, desenvolvido a partir de março de 2014, perante a
Justiça Federal em Curitiba, foram investigadas e processadas quatro organizações criminosas
lideradas por doleiros, que são operadores do mercado paralelo de câmbio. Depois, o Ministério
Público Federal recolheu provas de um imenso esquema criminoso de corrupção envolvendo a
Petrobras.
Nesse esquema, que dura pelo menos dez anos, grandes empreiteiras organizadas em cartel
pagavam propina para altos executivos da estatal e outros agentes públicos. O valor da propina
variava de 1% a 5% do montante total de contratos bilionários superfaturados. Esse suborno era
distribuído por meio de operadores financeiros do esquema, incluindo doleiros investigados na
primeira etapa.
As empreiteiras
Em um cenário normal, empreiteiras concorreriam entre si, em licitações, para conseguir os
contratos da Petrobras, e a estatal contrataria a empresa que aceitasse fazer a obra pelo menor preço.
Neste caso, as empreiteiras se cartelizaram em um “clube” para substituir uma concorrência real por
uma concorrência aparente. Os preços oferecidos à Petrobras eram calculados e ajustados em
reuniões secretas nas quais se definia quem ganharia o contrato e qual seria o preço, inflado em
benefício privado e em prejuízo dos cofres da estatal. O cartel tinha até um regulamento, que
simulava regras de um campeonato de futebol, para definir como as obras seriam distribuídas. Para
disfarçar o crime, o registro escrito da distribuição de obras era feito, por vezes, como se fosse a
distribuição de prêmios de um bingo.
Funcionários da Petrobras
As empresas precisavam garantir que apenas aquelas do cartel fossem convidadas para as
licitações. Por isso, era conveniente cooptar agentes públicos. Os funcionários não só se omitiam em
relação ao cartel, do qual tinham conhecimento, mas o favoreciam, restringindo convidados e
incluindo a ganhadora dentre as participantes, em um jogo de cartas marcadas. Segundo
levantamentos da Petrobras, eram feitas negociações diretas injustificadas, celebravam-se aditivos
desnecessários e com preços excessivos, aceleravam-se contratações com supressão de etapas
relevantes e vazavam informações sigilosas, dentre outras irregularidades.
Operadores financeiros
Os operadores financeiros ou intermediários eram responsáveis não só por intermediar o
pagamento da propina, mas especialmente por entregar a propina disfarçada de dinheiro limpo aos
beneficiários. Em um primeiro momento, o dinheiro ia das empreiteiras até o operador financeiro.
Isso acontecia em espécie, por movimentação no exterior e por meio de contratos simulados com
empresas de fachada. Num segundo momento, o dinheiro ia do operador financeiro até o beneficiário
em espécie, por transferência no exterior ou mediante pagamento de bens.
Agentes políticos
Outra linha da investigação – correspondente à sua verticalização – começou em março de
2015, quando o Procurador-Geral da República apresentou ao Supremo Tribunal Federal 28 petições
para a abertura de inquéritos criminais destinados a apurar fatos atribuídos a 55 pessoas, das quais 49
são titulares de foro por prerrogativa de função (“foro privilegiado”). São pessoas que integram ou
estão relacionadas a partidos políticos responsáveis por indicar e manter os diretores da Petrobras.
Elas foram citadas em colaborações premiadas feitas na 1ª instância mediante delegação do
Procurador-Geral. A primeira instância investigará os agentes políticos por improbidade, na área
cível, e na área criminal aqueles sem prerrogativa de foro.
Essa repartição política revelou-se mais evidente em relação às seguintes diretorias: de
Abastecimento, ocupada por Paulo Roberto Costa entre 2004 e 2012, de indicação do PP, com
posterior apoio do PMDB; de Serviços, ocupada por Renato Duque entre 2003 e 2012, de indicação
do PT; e Internacional, ocupada por Nestor Cerveró entre 2003 e 2008, de indicação do PMDB. Para
o PGR, esses grupos políticos agiam em associação criminosa, de forma estável, com comunhão de
esforços e unidade de desígnios para praticar diversos crimes, dentre os quais corrupção passiva e
lavagem de dinheiro. Fernando Baiano e João Vacari Neto atuavam no esquema criminoso como
operadores financeiros, em nome de integrantes do PMDB e do PT.
Fases da Operação Lava Jato
Primeira fase
17/03/2014: Operação é deflagrada pela Polícia Federal. 17 são presos, incluindo Alberto
Youssef, doleiro suspeito de comandar o esquema. São apreendidos carros de luxo, entre eles um
Camaro, além de relógios e joias
Segunda fase
20/03/2014: Paulo Roberto Costa, que foi diretor de abastecimento da Petrobras de 2004 a
2012, é preso sob suspeita de destruir e ocultar documentos do suposto esquema de corrupção na
estatal
05/04/2014: A revista 'Veja' diz que o deputado André Vargas (PT-PR) atuou junto com
Youssef para a assinatura de um contrato entre o laboratório Labogen, do qual o doleiro é investidor,
e o Ministério da Saúde
09/04/2014: André Vargas renuncia ao cargo de vice-presidente da Câmara; a decisão se deu
após a abertura de um processo de cassação de mandato por suposta quebra de decoro parlamentar
por causa de suas relações com Youssef
Terceira fase
11/04/2014: Policiais federais vão à sede da Petrobras, no Rio, para recolher documentos
23/04/2014: Após receber relatórios das investigações da Lava Jato, a Justiça aceita a denúncia
contra Alberto Youssef e seis investigados na operação
25/04/2014: André Vargas se desfilia do PT nove dias depois de renunciar à vice-presidência
da Câmara. No mesmo dia, a Justiça aceita a denúncia contra Paulo Roberto Costa
05/05/2014: A investigação aponta a ligação de Youssef com outro deputado federal,Luiz
Argôlo (SD-BA). O doleiro é suspeito de bancar de um a dois caminhões lotados de bezerros ao
deputado. O PPS pede que a Câmara investigue a denúncia
14/05/2014: É instalada a CPI da Petrobras no Senado, presidida pelo senador Vital do Rêgo
(PMDB-PB)
19/05/2014: Paulo Roberto Costa é solto após decisão do STF
28/05/2014: Instalada a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), também presidida
por Vital do Rêgo, para investigar as denúncias contra a Petrobras
Quarta fase
11/06/2014: Paulo Roberto Costa volta a ser preso pela Polícia Federal. A prisão foi
decretada por conta do risco de fuga e por supostas contas que o ex-diretor de Abastecimento da
Petrobras mantém na Suíça, com depósitos de US$ 23 milhões.
Quinta fase
01/07/2014: A PF prende João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida, suposto administrador
de contas de Alberto Youssef
03/07/2014: O juiz Sérgio Moro envia ao STF indícios de suposta relação de Youssef com o
senador Fernando Collor (PTB-AL)
Sexta fase
22/08/2014: A PF faz uma busca de documentos no Rio, em empresas ligadas a Paulo Roberto
Costa
24/09/2014: A Justiça homologa o primeiro acordo de delação premiada da Lava Jato, com
Luccas Pace Júnior, operador de câmbio da doleira Nelma Kodama
06/09/2014: Segundo a 'Veja', após fechar acordo de delação premiada, Paulo Roberto Costa
revelou que três governadores, seis senadores, um ministro e pelo menos 25 deputados federais
foram beneficiados com pagamentos de propina. O ex-diretor também citou envolvimento da
Transpetro, empresa responsável pelo processamento de gás natural e transporte de combustíveis
24/09/2014: O Ministério Público Federal e Alberto Youssef assinam acordo de delação
premiada
01/10/2014: Por conta do acordo de delação, Paulo Roberto Costa é solto e passa a cumprir
prisão domiciliar
08/10/2014: Meire Poza, ex-contadora de Youssef, diz que ele negociou R$ 25 milhões com o
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e que o doleiro também tinha negócios com o
ex-ministro das Cidades, Mário Negromonte
09/10/2014: Paulo Roberto Costa diz que parte da propina do esquema de corrupção ia para o
PT, o PMDB e o PP e foi usada na campanha eleitoral de 2010
22/10/2014: O réu Leonardo Meirelles, diretor-presidente do laboratório Labogen, afirma que
Youssef fez negócios comSérgio Guerra, ex-presidente nacional do PSDB
03/11/2014: Sergio Machado, presidente da Transpetro, pede afastamento do cargo
Oitava fase
14/01/2015: Ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró é preso pela Polícia
Federal sob a acusação de corrupção e lavagem de dinheiro
28/01/2015: A presidente da Petrobras, Graça Foster, anuncia que o cálculo apresentado
durante a reunião do Conselho de Administração da Petrobras aponta perda de R$ 88,6 bilhões por
conta da corrupção ligada à Lava Jato
04/02/2015: Graça Foster e mais cinco diretores renunciam a cargos na Petrobras
12ª fase
15/04/2015: O tesoureiro do PT João Vaccari Netoé preso sob a suspeita de receber dinheiro
de propina de contratos da Petrobras
18/04/2015: O vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Hermelino Leite, admite que a
empresa pagou R$ 110 milhões em propinas para abastecer o esquema de corrupção na estatal
22/04/2015: A Justiça condena os primeiros réus da Operação Lava Jato. São oito condenados,
entre eles estão Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef
09/05/2015: Segundo a 'Folha de S.Paulo', o empresário Ricardo Pessoa, da UTC, afirma que
doou R$ 7,5 milhões à campanha de reeleição de Dilma Rousseff por medo de retaliação
13ª fase
21/05/2015: O empresário Milton Pascowitch, apontado como um dos operadores do esquema
de propina na Petrobras, é preso. De acordo com o MPF, a empresa JD Consultoria, de propriedade
do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, recebeu mais de R$ 1,4 milhão em pagamentos da Jamp
Engenheiros Associados LTDA., que pertence a Pascowitch.
26/05/2015: O ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró é condenado a
cinco anos de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro
14ª fase – OPERAÇÃO ERGA OMNES
19/06/2015: A PF prende os presidentes das empresas Odebrecht e Andrade Gutierrez,Marcelo
Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo, respectivamente, e outros executivos das empreiteiras.
Segundo as investigações, as empresas agiam de forma sofisticada no esquema de corrupção e
fraudes de licitações da Petrobras, o que envolvia pagamento de propina a diretores da estatal via
contas bancárias no exterior
OPERAÇÃO CATILINÁRIAS
15/12/2015: A Polícia Federal cumpre mandados na casa do presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Também são alvos da operação os senadores Edison
Lobão (PMDB-MA), ex-ministro de Minas e Energia, e Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), e
outros políticos. Batizada de Catilinárias, o nome da operação remete a discursos célebres do cônsul
romano Cícero contra o senador Catilina, que planejava tomar o poder e derrubar o governo
republicano
18/01/2016: O Ministério Público denuncia o ex-diretor da Petrobras Renato Duque pelos
crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Esta é a oitava vez que Duque, que está preso no
Paraná, é denunciado por conta de crimes relacionados ao esquema de corrupção investigado pela
Lava Jato
23/06/2016
O ex-ministro do Planejamento do governo Lula e das Comunicações no primeiro governo
Dilma, Paulo Bernardo, é preso em um desdobramento da 18ª fase da Operação Lava Jato, em
Brasília. O objetivo da operação é apurar o pagamento de propina referente a contratos de prestação
de serviços de informática no valor de R$ 100 milhões, entre os anos de 2010 e 2015, a pessoas
ligadas ao Ministério do Planejamento.
01/07/2016
O doleiro Lúcio Funaro é preso em São Paulo. Segundo a Procuradoria-Geral da República e
delatores da Lava Jato, Funaro é ligado ao presidente afastado da Câmara, deputado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ). Além disso, a PF também cumpre mandados de busca e apreensão nas empresas do
grupo JBS Friboi.
A operação teve como base delações do ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias
da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto e de Nelson Mello, ex-diretor da empresa Hypermarcas
(leia outras informações mais abaixo).
De acordo com investigadores, Fabio Cleto informava os nomes das empresas que pediam
financiamento com recursos do FGTS a Lúcio Funaro, que procurava as empresas e pedia propina
para agilizar a liberação do dinheiro. Segundo os investigadores, a propina era dividida entre Funaro,
Cleto e Cunha.
O presidente da Caixa, Gilberto Occhi, afirmou que o banco revisará todas as operações de
empresas apontadas por Cleto na delação. Por meio de nota oficial, a Caixa informou que não houve
prejuízo ao FI-FGTS.
O FI-FGTS é um fundo de investimento bilionário administrado pela Caixa Econômica Federal
que aplica recursos do trabalhador em projetos de infraestrutura. No final de 2015, o patrimônio do
fundo acumulou patrimônio de R$ 31,9 bilhões. No ano passado, auditores da KPMG informaram
que do total de R$ 21,65 bilhões em investimentos do FI-FGTS, R$ 4,12 bilhões foram para projetos
de empresas investigadas na Lava Jato ou companhias ligadas a elas.
Mandados
Um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido em uma unidade, em São Paulo, da Eldorado,
braço de celulose da J&F Investimentos, grupo dono da JBS e comandado pela família Batista. A
JBS é dona da Friboi.
A casa de Joesley Batista, presidente do conselho de administração da JBS e diretor-presidente
da J&F, também foi alvo de buscas.
Outro alvo de busca e apreensão da Sépsis foi a casa do empresário Henrique Constantino, em
São Paulo.
OPERAÇÃO PRIPYAT
06/07/2016
O ex-diretor-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva é preso pela PF durante
a Operação Pripyat, que investiga irregularidades na empresa. Othon Luiz já cumpria prisão
domiciliar.
O que se investiga
Operação Resta Um
O nome da operação, de acordo com a Polícia Federal, remete ao fato de se tratar da última empresa
de grande porte investigada pela formação do cartel.
A Queiroz Galvão teria sido identificada como parte integrante da chamada "regra do jogo",
em que empreiteiras formaram um grande cartel visando burlar as regras de contratação por parte da
Petrobras.
Segundo apuração da Lava Jato, entre os anos de 2006 a 2014, as empresas do grupo e consórcios
dos quais a Queiroz Galvão fez parte celebraram contratos com a Petrobras que somam R$
8.996.284.630,83.
Agentes encontraram, no ano passado, uma nota fiscal de R$ 386 mil emitida pela MO
Consultoria para o Consórcio Ipojuca Interligações, do qual a Queiroz Galvão era integrante.
A MO consultoria é apontada pela Polícia Federal e pelo MPF como uma empresa de fachada
do doleiro Alberto Youssef – considerado do líder do esquema desvendado pela Operação Lava Jato
–, que tinha como finalidade intermediar o pagamento de propina. Não foi, porém, identificado o
registro do depósito pertinente nos extratos bancários da MO Consultoria.
Da mesma forma, foram localizadas outras notas ficais de R$ 386 mil, R$ 321.130,38 e R$
250 mil emitidas pela Empreiteira Rigidez, igualmente ligada a Youssef, para o Consórcio Ipojuca
Interligações. Destas notas, foi identificado o pagamento apenas da segunda.
Ainda foi apreendido, de acordo com os investigadores, contrato de consultoria celebrado entre
a Queiroz Galvão e a empresa Costa Global Consultoria e Participações Ltda., controlada por Paulo
Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras.
Costa firmou acordo de delação premiada com o MPF para repassar informações sobre o
esquema de corrupção dentro da estatal.
OPERAÇÃO IRMANDADE
10/08/2016
O empresário Samir Assad é preso em operação contra esquema na Eletronuclear. Assad é
acusado de ser operador financeiro da construtora Delta.
Guido Mantega foi o ministro da Fazenda que mais tempo permaneceu no cargo em governos
democráticos. Ele deixou o posto para dar lugar ao economista Joaquim Levy no final de 2014.
Mantega assumiu o Ministério da Fazenda em 27 de março de 2006, após a demissão de Antonio
Palocci, envolvido no escândalo da quebra de sigilo ilegal do caseiro Francenildo dos Santos.
Depois de mais de oito anos no comando da pasta, Mantega entregou ao sucessor números que
mostraram êxito na criação de empregos, mas crescimento econômico baixo, inflação próxima ao
teto da meta do governo e contas públicas com seu pior resultado em 11 anos.
Quadro histórico do Partido dos Trabalhadores, ele nasceu em Gênova (Itália) e sempre
defendeu uma filosofia econômica mais voltada ao desenvolvimento da economia, com juros mais
baixos. Formado em economia pela USP, é casado e pai de quatro filhos.
26/09/2016
O ex-ministro Antonio Palocci é preso em São Paulo. As suspeitas sobre Palocci na Lava Jato
surgiram na delação do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Ele disse
que, em 2010, Alberto Youssef lhe pediu R$ 2 milhões da cota de propinas do PP para a campanha
presidencial da ex-presidente Dilma Rousseff. O pedido teria sido feito por encomenda de Palocci.
Segundo a PF, há indícios de uma relação criminosa entre o ex-ministro e a Odebrecht. "Há indícios
de que o ex-ministro atuou de forma direta a propiciar vantagens econômicas ao grupo empresarial
nas mais diversas áreas de contratação com o poder público, tendo sido ele próprio e personagens de
seu grupo político beneficiados com vultosos valores ilícitos", diz a PF.
– Esforços para aprovação de projeto de lei de conversão da Medida Provisória 460/2009, que
resultaria em benefícios fiscais para a empreiteira;
– Aumento da linha de crédito junto ao BNDES para Angola, país com o qual a empresa tinha
relações comerciais;
Planilha de propinas
De acordo com o MPF, a planilha apreendida mostra valores ilícitos repassados a Palocci tanto em
período de campanha quando fora dele. A planilha era chama de “Posição Programa Especial
Italiano” e usava, segundo investigados, o termo “italiano” como codinome para se referir ao ex-
ministro.
"A análise das anotações registradas nesta planilha aponta para o fato de que grande parte dos
valores utilizados para o pagamento das vantagens indevidas se originaram da Braskem, empresa
petroquímica que possui diversos contratos com a Petrobras", diz o MPF.
O Ministério Público afirma que alguns dos valores registrados ainda precisam de maior
apuração para identificar a quais fatos estão relacionados.
"As provas até agora colhidas apontam que, além dos pagamentos realizados em favor de Monica
Moura e João Santana [marqueiteiros de campanha] no interesse do Partido dos Trabalhadores, os
subornos repassados a Antonio Palocci também envolveram a aquisição do terreno inicialmente
destinado à construção da nova sede do Instituto Lula, referido na planilha pela rubrica “Prédio
(IL)”, afirma o MPF. A empreiteira comprou o terreno avaliado em R$ 12 milhões, segundo laudo
revelado em maio deste ano.
Investigadores dizem que Antonio Palocci participou de reunião com Marcelo Odebrecht e
Roberto Teixeira, e recebeu, por intermédio de Branislav Kontic, documentos encaminhados via e-
mail pelo presidente do grupo empresarial, relacionados à compra do terreno (em mensagens sob o
título “Prédio Institucional”, “Prédio do Instituto” e planilha intitulada “Edificio.docx”).
Outra prova analisada, segundo o MPF, se refere à minuta de contrato do terreno encontrada no
sítio usado pelo ex-presidente Lula, em que constava o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de
Lula, como o comprador, e representado por Roberto Teixeira. Em depoimento, Bumlai afirmou que
se recusou a figurar como comprador do imóvel, tendo sido, de fato, identificado que a compra se
deu em favor de pessoas vinculadas à Odebrecht.
19/10/2016
O ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é preso
preventivamente em Brasília, acusado de receber propina de contrato de exploração de Petróleo no
Benin, na África, e de usar contas na Suíça para lavar o dinheiro.
– Requerimentos contra o grupo Schahin, cujos acionistas se tratavam de inimigos pessoais do ex-
deputado e do seu operador, Lucio Bolonha Funaro;
– Convocação pela CPI da Petrobras da advogada Beatriz Catta Preta, que atuou como defensora do
lobista Julio Camargo, responsável pelo depoimento que acusou Cunha de ter recebido propina da
Petrobras;
– Contratação da KROLL pela CPI da Petrobras para tentar tirar a credibilidade de colaboradores da
Operação Lava Jato;
– Apresentação de projeto de lei que prevê que colaboradores não podem corrigir seus depoimentos,
como fez o lobista Julio Camargo, ao delatar Eduardo Cunha (refere-se ao projeto de lei de autoria
do deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), um dos membros da tropa de choque que o ex-deputado
federal Eduardo Cunha liderava);
– Demissão do servidor de informática da Câmara que forneceu provas que evidenciaram que os
requerimentos para pressionar a empresa Mitsui foram elaborados por Cunha, e não pela então
deputada “laranja” Solange Almeida;
Falso empréstimo
Um dos tópicos do pedido de prisão fala sobre um empréstimo que, segundo o MPF, teria sido
fraudado entre Claudia Cruz, esposa de Eduardo Cunha, e Francisco Oliveira da Silva, presidente da
Igreja Evangélica Cristo.
De acordo com os procuradores, Claudia Cruz declarou empréstimo de R$ 250 mil em 2008.
Entretanto, a partir de quebra de sigilo bancários de ambos, não foram identificados relacionamento
financeiro.
16/12/2016
14/02/2017
A Justiça Federal aceita denúncia e torna réu o ex-governador Sérgio Cabral Filho réu pela
quarta vez em desdobramentos da força-tarefa da operação Lava Jato. São 184 crimes de lavagem de
dinheiro. O ex-governador, a mulher dele, Adriana Ancelmo, e outras nove pessoas são acusados de
lavar mais de R$ 39 milhões em 10 meses.
14/03/2017
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva presta depoimento e nega que tenha atuado para
obstruir a Operação Lava Jato. Segundo Lula, há três anos ele vem sendo vítima de um 'massacre'.
No mesmo dia, o diretor da Companhia de Transportes sobre Trilhos do Estado do Rio de Janeiro
(RioTrilhos), Heitor Lopes de Sousa Junior, e o atual subsecretário de Turismo do estado e ex-
subsecretário de Transportes, Luiz Carlos Velloso, são presos na Operação Tolypeutes., um
desdobramento da Lava Jato.
OPERAÇÃO SATÉLITES
21/03/2017
A PF cumpre 14 mandados de busca e apreensão em Pernambuco, Alagoas, Brasília, Bahia e
Rio de Janeiro. Os mandados são os primeiros com base na delação premiada da empreiteira
Odebrecht e têm como alvos pessoas ligadas aos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Eunício
Oliveira (PMDB-CE), Valdir Raupp (PDMB-RO) e Humberto Costa (PT-PE).
30/03/2017
Eduardo Cunha é condenado a 15 anos de reclusão por três crimes na Lava Jato. O ex-
presidente da Câmara está preso desde outubro de 2016.
Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância,
condenou nesta quinta-feira (30) o deputado cassado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha
(PMDB-RJ) a 15 anos e 4 meses de reclusão. Esta é a primeira condenação dele na Lava Jato.
Cunha responde a outras duas ações penais, uma em trâmite na 10ª Vara Criminal Federal de
Brasília, relativa à Operação Sépsis, e outra encaminhada a Moro pelo Supremo Tribunal Federal,
que investiga se ele recebeu propina de US$ 5 milhões em contratos de construção de navios-sonda
da Petrobras. O ex-presidente da Câmara ainda é alvo em outros cinco inquéritos ligados à Lava Jato.
Na denúncia oferecida à Justiça Federal, o Ministério Público Federal (MPF) acusou Eduardo
Cunha de receber propina em contrato da Petrobras para a exploração de petróleo no Benin, na
África. O ex-deputado é o único réu deste processo, que estava no Supremo Tribunal Federal (STF) e
foi encaminhado à 13ª Vara da Justiça Federal no Paraná após Cunha ser cassado.
11/04/2017
O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal,
autoriza a Procuradoria Geral da República (PGR) a investigar 98 políticos, sendo 8 ministros, 3
governadores, 24 senadores e 39 deputados federais. Os pedidos se baseiam na chamada lista de
Janot, feita com base em delações de ex-executivos da Odebrecht.
12/04/2017
O STF libera os vídeos com os depoimentos dos delatores da Odebrecht.
Investigações
De acordo com o MPF, o foco principal da operação são três ex-gerentes da área de Gás e
Energia da Petrobras, suspeitos de receberem de mais de R$ 100 milhões em propinas de
empreiteiras que eram contratadas pela estatal, além de operadores financeiros que utilizaram
empresas de fachada para intermediar a propina.
O nome da operação
O nome da operação, Asfixia, é uma referência à tentativa de cessar as fraudes e o desvio de
recursos públicos em áreas da Petrobras destinadas à produção, distribuição e comercialização de gás
combustível, de acordo com a PF.
Penúltima fase
A penúltima fase da operação foi batizada de Operação Paralelo. A ação apurou a atuação de
operadores no mercado financeiro em benefício de investigados no âmbito da Operação Lava Jato e
prendeu Roberto Gonçalves, que é ex-gerente executivo da Petrobras e sucedeu Pedro Barusco.
Operação Patmos
18/05/2017
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal cumprem mandados em endereços ligados ao
senador Aécio Neves. Além disso, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, manda
afastar Aécio do mandato de senador. A irmã e o primo do senador são presos.
13/06/2017
O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral é condenado pelo juiz Sérgio Moro a 14 anos
e 2 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A mulher de Cabral, Adriana
Ancelmo, é absolvida pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por falta de prova
suficiente de autoria ou participação.
12/07/2017
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é condenado a 9 anos e 6 meses no processo
que envolve o caso da compra e reforma de um apartamento triplex em Guarujá, no litoral de São
Paulo. É a primeira vez, desde a Constituição de 1988, que um ex-presidente é condenado
criminalmente.
46ª FASE
20/10/2017
Nova fase da Lava Jato aponta pagamentos ilícitos no valor de R$ 95 milhões em duas frentes
de investigação: projetos de Petroquisa, braço petroquímico da estatal, e contratos envolvendo o
navio-sonda Vitória 10.000. As investigações aconteceram a partir de depoimentos e documentos
fornecidos por funcionários da Odebrecht nos acordos de colaboração e de leniência firmados com o
MPF.
23/11/2017
A PF prende o ex-chefe da Casa Civil do Rio Régis Fichtner e o empresário Georges Sadala. A
operação é batizada como C'est fini, que em francês significa 'é o fim'. O nome seria uma alusão ao
fim das Farra dos Guardanapos, que é como ficou conhecido um jantar em Paris do qual participaram
ex-secretários do Rio, empresários e o ex-governador Sérgio Cabral.
09/03/2018
A PF cumpre mandados de busca e apreensão em Curitiba (PR), São Paulo, Guarujá (SP) e
Jundiaí (SP). As investigações apontam o pagamento de propina no valor de R$ 135 milhões em
obras que envolveram a construção da Usina Belo Monte, no Pará. Do total, de acordo com o
Ministério Público Federal, R$ 60 milhões foram destinados para o PT, R$ 60 milhões para o MDB e
R$ 15 milhões para empresas vinculadas, direta ou indiretamente, ao ex-ministro Antônio Delfim
Netto.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), há fortes indícios de que o consórcio Norte
Energia foi indevidamente favorecido por agentes do governo federal para vencer o leilão destinado
à concessão da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.
Para a construção da usina, a Norte Energia S/A contratou, mediamente propina, o Consórcio
Construtor Belo Monte (CCBM) - formado pelas empresas Andrade Gutierrez, Camargo Correa,
Odebrecht, OAS e J. Malucelli e outras empresas.
O consórcio, de acordo com o MPF, deveria efetuar pagamentos de propina em favor de
partidos políticos e seus representantes, no percentual de 1% do valor do contrato e seus aditivos.
Em delação premiada, o ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio Azevedo afirmou que os
R$ 15 milhões para Delfim deveriam ser deduzidos desse 1%.
Lula tem agora 24 horas para se entregar à Polícia Federal. O mandado de prisão é reflexo da
decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de rejeitar, por um placar de 6 a 5, um habeas corpus
preventivo apresentado pela defesa do ex-presidente.
“Concedo-lhe, em atenção à dignidade e ao cargo que ocupou, a opção de se apresentar
voluntariamente á Polícia Federal de Curitiba até as 17 horas de 6 de abril. Está vedada a utilização
de algemas em qualquer hipótese”, diz a decisão de Moro.
O petista iniciará o cumprimento da pena em uma sala isolada na Superintendência da PF em
Curitiba, sem contato com outros detentos.
SÁBADO (7)
10h50: Lula deixa o sindicato e sobe em carro de som para acompanhar missa em
homenagem a Marisa Letícia
11h: Fachin nega pedido da defesa para evitar prisão de Lula
12h: Lula discursa pela primeira vez após pedido de prisão
12h50: Em discurso, Lula afirma que vai se apresentar à PF e provar sua inocência
16h50: Lula tenta deixar sindicato para se entregar à PF, mas militantes fazem barreira
e impedem carro de deixar o prédio
18h42: Lula deixa sindicato a pé para se apresentar à PF
18h47: Lula se entrega à Polícia Federal e é considerado preso
19h44: Ex-presidente chega à Superintendência da PF em São Paulo para fazer exame
de corpo de delito
20h09: Lula deixa a PF em helicóptero rumo ao aeroporto de Congonhas
20h20: Ex-presidente chega a Congonhas para embarcar em avião com destino a
Curitiba
20h46: Avião com Lula decola de Congonhas rumo a Curitiba
22h01: Aeronave que leva Lula pousa no aeroporto Afonso Pena, em Curitiba; de lá,
segue de helicóptero para a PF
22h28: Helicóptero com Lula pousa na Superintendência da PF em Curitiba
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