57138
9 788538 763505
Formação docente
para a diversidade
Bons estudos!
Sobre a autora
2 Níveis de ensino 25
2.1 Educação Básica 25
2.2 Educação Infantil 29
2.3 Ensino Fundamental 29
2.4 Ensino Médio 30
2.5 Educação Superior 32
2.6 Políticas públicas na avaliação da aprendizagem 34
3 Modalidades de ensino 41
3.1 Definição de modalidades de ensino 42
3.2 Finalidades e objetivos 47
3.3 Características curriculares e diretrizes 50
4 Educação Profissional 57
4.1 Educação Técnica de nível médio 58
4.2 Educação Profissional e Tecnológica 59
4.3 Abrangência de cursos x mercado de trabalho 63
Na maioria das vezes, trabalhamos com padrões idealizados que não valorizam o dife-
rente. Exemplo disso são as mulheres excessivamente magras que desfilam em passarelas.
Perceba que o termo modelo, que nomeia essa profissão determina um padrão social aceitável
como esteticamente perfeito, que serve para ser reproduzido. As modelos das passarelas mui-
tas vezes não representam o padrão de beleza que temos e gostamos, mas elas são constante-
mente idealizadas. Dessa forma, fica evidente a urgência de estudos sobre a diversidade em
nosso cotidiano e, principalmente, no universo educacional. Afinal, a verdadeira educação é
aquela que garante a qualidade de ensino a cada um de seus alunos, reconhecendo e respei-
tando a diversidade e respondendo de acordo com as potencialidades e necessidades deles.
Outro fator importante é o que nos rege legalmente. Segundo nossa lei maior, a
Constituição Federal (BRASIL, 1988), sobre os direitos e as garantias fundamentais dos indi-
víduos: ”Art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garan-
tindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.
Além de garantir a igualdade de todos perante a lei e reforçar que não deve haver
distinções de natureza alguma, o Estado assegura por meio da Constituição a proteção à
diversidade e menciona a liberdade de consciência e de crença:
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais
de culto e as suas liturgias; [...]
VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
[...]
IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comuni-
cação, independentemente de censura ou licença [...] (BRASIL, 1988)
Temos, então, respaldo legal quanto à diversidade. A lei certifica as diferenças de
crenças religiosas, convicções filosóficas ou políticas e da mesma forma assegura legal-
mente a livre expressão.
Sobre a educação, a nossa legislação a prioriza no terceiro capítulo de nossa lei maior
(BRASIL, 1988): “Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimen-
to da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
A educação é direito de todos, independentemente das condições em que a pessoa se en-
contre – e é um dever do Estado, responsável por garanti-la, com a ajuda da sociedade, para o
pleno desenvolvimento da pessoa para a cidadania e para o trabalho. Sendo assim, é de suma
importância que se construa uma proposta educacional inclusiva e responsável, fundamenta-
da no desenvolvimento da democracia.
Agora já podemos responder à pergunta com a qual abrimos esta seção: por que pensar a
diversidade na educação? Porque a educação é um direito de todos e a escola, como espaço
formal de trabalho com a educação, deve considerar e acolher a diversidade, visto que todos
nós somos diferentes (mas iguais perante a lei) e buscamos uma sociedade com base nos
princípios democráticos.
A escola deve valorizar a diversidade em sua prática pedagógica e levar em conta que
nem todos aprendem da mesma forma e no mesmo tempo. Ela deve saber que metodologias
têm de ser pesquisadas e empregadas a fim de alcançar a maioria dos alunos. O processo
ensino-aprendizagem precisa voltar-se, dessa forma, para todos os alunos e levar em con-
sideração suas diferenças. A interação com os outros traz à tona diferenças que devem
A alteridade tem como princípio a interação entre os seres humanos. Somente com
essa interação somos um ser, um “eu” que se relaciona com um “outro”, que, por sua
vez, também é um “eu”; e nessa relação se percebe no outro as mesmas necessidades
que temos. Ao se colocar no lugar do outro, o “eu” o respeita como igual, mesmo sen-
do diferente. Se a escola entender a alteridade como sendo inerente ao ser humano e
trabalhar assertivamente com ela, o papel da educação irá além de um dever ou direito
expresso em lei.
Ao lembrarmos que somos todos diferentes, a diversidade passa a ser vista como algo
natural. Contudo, nossa sociedade esconde desigualdades, que são toleradas pelas elites
sociais. “Fechar os olhos” e não levar situações que envolvam a diversidade para discussões
coletivas faz dela um problema, e não uma solução, uma vez que ela passa a ser encarada
como uma contradição das desigualdades sociais.
O que é ser professor? A resposta parece simples, porém exige uma maior reflexão sobre
a função docente, que, aliás, tem várias denominações: professor, mestre, regente, docente,
educador, instrutor, catedrático, mentor, entre outras.
A Lei n. 11.301, de 10 de maio de 2006, define as funções do magistério como aquelas
exercidas por professores e especialistas em educação no desempenho de atividades educa-
tivas. Essas atividades, exercidas em estabelecimento de Educação Básica em seus diversos
níveis e modalidades, incluem – além do exercício da docência – a direção de unidade esco-
lar e coordenação e assessoramento pedagógico (BRASIL, 2006).
Perceba que, conforme a lei, a função do magistério é exercida por professores e es-
pecialistas (quem faz um curso de especialização/pós-graduação) somente nos estabeleci-
mentos de Educação Básica e unidades escolares. É interessante saber que a função docente
admite mais de um exercício, visto que o profissional de educação pode atuar em instâncias
diferentes ao mesmo tempo. Ele pode estar vinculado ao estado e ao município, por exem-
plo, atuar como regente e também fora de sala de aula.
Sobre a organização da educação no Brasil, observe o quadro a seguir:
Educação Básica
Educação Infantil
Pré-escola
Anos iniciais: 1o ao 5o ano
Ensino Fundamental
Anos finais: 6o ao 9o ano
Especialização
Pós-graduação Mestrado
Doutorado
Fonte: Elaborado pela autora.
Nossa educação está sob determinação legal da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, de 20 de dezembro de 1996 (BRASIL, 1996). Essa é a legislação que regulamenta o
sistema educacional (público ou privado) do Brasil (da Educação Básica ao Ensino Superior)
e é a LDB que estabelece as organizações de ensino. Sobre isso, vale ressaltar:
• A Educação Básica é constituída pela Educação Infantil, pelo Ensino Fundamental
e Ensino Médio.
• Há também as seguintes modalidades de ensino: Educação de Jovens e Adultos
(EJA), Educação Profissional ou Técnica, Educação Especial, Educação a Distância
(EaD), Educação do Campo e Educação Indígena.
• O primeiro nível da Educação Superior, a graduação, divide-se em: licenciatura,
bacharelado e tecnólogo e todas as três modalidades conferem diplomas de nível
superior. As principais diferenças entre elas são:
Depois dessa visão geral da organização da educação em nosso país, vamos localizar os
cenários em que os professores se encaixam.
De acordo com a determinação legal, podem lecionar nas escolas de Educação Básica
graduados em licenciatura e pedagogia. Os cursos de licenciatura habilitam o profissional a
atuar como professor da sua respectiva área.
A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação (BRASIL, 1996), com as devidas modifi-
cações, considera como profissionais da educação escolar básica:
I – professores habilitados em nível médio ou superior para a docência na
educação infantil e nos ensinos fundamental e médio; (Redação dada pela Lei
n. 12.014, de 2009)
II – trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia, com habi-
litação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e orientação edu-
cacional, bem como com títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas;
(Redação dada pela Lei n. 12.014, de 2009)
III – trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso técnico ou su-
perior em área pedagógica ou afim; (Incluído pela Lei n. 12.014, de 2009)
IV – profissionais com notório saber reconhecido pelos respectivos sistemas de
ensino, para ministrar conteúdos de áreas afins à sua formação ou experiência
profissional, atestados por titulação específica ou prática de ensino em unidades
educacionais da rede pública ou privada ou das corporações privadas em que
tenham atuado [...]; (Incluído pela Lei n. 13.415, de 2017)
Curso Atuação
Educação Infantil
Magistério Nível médio
Primeiros anos do Ensino Fundamental
Educação Infantil
Licenciatura Graduação Ensino Fundamental
Ensino Médio
Educação Infantil
Anos iniciais do Ensino Fundamental
Ensino Médio – na modalidade Normal – formação
de professores
Educação Profissional
Pedagogia Graduação Educação de Jovens e Adultos
Serviços e apoio escolar
Gestão do sistema escolar
Gestão de processos educativos
Organização e funcionamento de sistemas e de insti-
tuições de ensino
Poderíamos dizer que o professor representado na charge está sendo justo e igualitário,
mas não é verdade considerando-se a diversidade dos alunos. Isso revela que, para sermos
verdadeiramente democráticos, temos de trabalhar de maneira diferente com os alunos,
pois eles são seres ímpares. Não é tratando todos igualmente, sem considerar suas particu-
laridades, que teremos a igualdade propriamente dita. Da mesma forma, não podemos ser
ingênuos ao pensar que assim vamos beneficiar alguns e outros não – aqui cabe o discerni-
mento profissional do professor.
Na prática, devemos nos desdobrar na busca de fazeres pedagógicos que atinjam
a todos, apesar de suas diferenças. Esse é um exercício que exige mais esforço dos
professores e da equipe pedagógica. Pensar em atividades abertas e diversificadas que
possam ser abordadas por diferentes níveis de compreensão e execução pelos alunos
não é tarefa fácil.
O ideal é pensar coletivamente. Pais, professores, alunos, gestores e outros envolvi-
dos no processo devem se reunir, sobretudo, para a redefinição de objetivos, metas e ações
propostas pelo currículo formal que subsidia o projeto político-pedagógico de cada escola.
Desse modo, é possível transformá-la em um espaço democrático e de emancipação para,
assim, combater a intolerância.
É sempre importante lembrar que o ato de educar tem como finalidade instigar o desen-
volvimento, e não a submissão de uns sobre os outros. A escola não é uma entidade com fim
em si mesma, ela é formadora por cidadãos que devem fazer uso das relações socioculturais
e valorizar as diferentes culturas que nosso país contempla.
para melhorar o que faz dentro dos seus valores tradicionais (por exem-
plo, atender mais alunos, progredir no ranking das melhores escolas, ter
acesso a alunos com melhores expectativas de sucesso) do que com a
alteração dos seus valores e formas de funcionamento. Rodrigues e Lima
– Rodrigues (2011) chamam a atenção para o fato de as escolas não senti-
rem, em muitos casos, uma necessidade autêntica e premente de mudança
entendendo até, e por vezes, as propostas de aproximação à inclusão como
“exteriores” e integradas em “modas pedagógicas”.
Para quebrar este círculo entre escolas que não anseiam por mudanças mas
que sabem que assim mesmo estas mudanças são prementes, têm-se deli-
neado variadíssimas formas de quebrar esta teia de equilíbrios entre “o que
se quer fazer”, “o que se deve fazer” e as “razões por que não se faz”…
Atividades
1. A Constituição (BRASIL, 1988) traz em seu artigo 5o que “todos são iguais perante a
lei, sem distinção de qualquer natureza”.
IGUALDADE JUSTIÇA
I. Todo cidadão deve ser tratado de maneira igual, independentemente de sua con-
dição econômica, raça, credo, sexo e assim por diante.
II. A verdadeira desigualdade seria tratar igualmente aqueles que são desiguais.
III. Todos devem ser tratados de modo desigual até o limite de sua desigualdade,
sem discriminação arbitrária ou abusiva.
a. I apenas.
b. II apenas.
c. I e III.
d. II e III.
e. I, II e III.
2. O artigo 67 da LDB (BRASIL, 1996) traz que “os sistemas de ensino promoverão a
valorização dos profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive nos termos
dos estatutos e dos planos de carreira do magistério público [...]”.
a. I apenas.
b. II apenas.
c. I e III.
d. II e III apenas.
e. I, II e III.
a. I apenas.
b. II apenas.
c. I e III.
d. I e II.
e. I, II e III.
Referências
BRASIL. Constituição (1988). Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 5 out. 1988.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 13
mar. 2018.
_____. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 23 dez. 1996. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Lei n. 11.301, de 10 de maio de 2006. Altera o art. 67 da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996,
incluindo, para os efeitos do disposto n. § 5o do art. 40 e n. § 8o do art. 201 da Constituição Federal, de-
finição de funções de magistério. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, 11 maio 2006. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11301.htm>. Acesso em: 13 mar.
2018.
_____. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Indagações sobre currículo: diversida-
de e currículo. Brasília, DF, 2007. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/
indag4.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2018.
GIMENO SACRISTÁN, J. O currículo: uma reflexão sobre a prática. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
ILGA – Associação ILGA Portugal. Como é a tua família? Disponível em: <http://ilga-portugal.pt/
ficheiros/pdfs/familia.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2018.
RODRIGUES, D. Os desafios da equidade e da inclusão na formação de professores. In: ARMSTRONG,
F.; RODRIGUES, D. A inclusão nas escolas. Lisboa: Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2014.
Resolução
1. E.
2. D.
3. D
A LDB n. 9.394/96, em seu artigo 21, divide a educação brasileira em dois níveis: a
Educação Básica e o Ensino Superior, com determinação de idades (BRASIL, 1996).
É obrigatório e gratuito.
Ensino É de responsabilidade dos estados.
1o ao 3o ano: de 15 a 17 anos
Médio Pode ser técnico profissionalizante
ou não.
É de competência da União.
Ensino Graduação Licenciatura, bacharelado, Cabe à União autorizar e fiscalizar
Superior tecnólogo: acima dos 18 anos as instituições privadas de Ensino
Superior.
É possível observar que há uma correlação entre a idade e o nível de ensino, porém as
leis e os regulamentos educacionais garantem o direito a todo cidadão de frequentar a escola
regular em qualquer idade. Essa possibilidade amplia a educação para a diversidade, pois
oportuniza que pessoas com necessidades especiais em idades diferentes possam frequentar
o ensino regular. As diferenças cronológicas devem, dessa forma, ser usadas como recursos
de socialização do grupo e amplitude para o trabalho pedagógico.
Também é uma obrigação do Estado oferecer a modalidade de Educação de Jovens e
Adultos (EJA) para aqueles que não frequentaram a escola na idade recomendada.
Quanto aos níveis de ensino, a LDB (BRASIL, 1996) traz no Título V, capítulo II, seção I,
suas disposições. No artigo 22, é estabelecida a finalidade de desenvolver o educando para
o exercício da cidadania, com meios para progredir no trabalho e nos estudos. O exercício de
uma plena cidadania envolve ações voltadas para a diversidade e as singularidades – assim,
a Lei dá subsídios para a inclusão.
O artigo 23 determina que a organização da Educação Básica poderá ser em séries
anuais, semestrais, por ciclos, períodos alternados, grupos não seriados, por competências
ou outro critério que não vá contra o interesse do processo de aprendizagem. Esse mesmo
artigo discorre sobre a reclassificação dos alunos, principalmente em transferências entre colé-
gios. Além disso, orienta sobre a construção do calendário escolar, que poderá ser adequado
às particularidades de cada localidade, porém sem redução de horas letivas previstas na lei.
Em relação ao tempo de estudo, o artigo 24 estabelece que o Ensino Fundamental e
o Ensino Médio devem ter carga horária mínima anual de 800 horas, distribuídas em um
Língua Portuguesa
Matemática
Obrigatório
Estudo da realidade
social e política,
especialmente do Brasil.
Ressalta-se que a disciplina de História aborda, de acordo com a legislação, diferentes cul-
turas e etnias, indo de acordo com a diversidade contemplada na lei. Segundo ela, “a integraliza-
ção curricular poderá incluir, a critério dos sistemas de ensino, projetos e pesquisas envolvendo
os temas transversais de que trata o caput” (BRASIL, 2017).
As diretrizes apresentadas no artigo 27 (BRASIL, 1996) são referentes à difusão de valo-
res fundamentais ao interesse social; aos direitos e deveres dos cidadãos; o respeito ao bem
comum e à ordem democrática; a consideração das condições de escolaridade dos alunos em
cada estabelecimento; a orientação para o trabalho; a promoção do desporto educacional e
o apoio às práticas desportivas não formais. Todos esses valores são inclusivos, cabe usá-los
para tal e buscar espaços para a prática da valorização da diversidade.
A duração mínima do Ensino Médio é de três anos e suas finalidades, de acordo com o
artigo 35 da LDB, são:
Áreas de concentração
Cursos
De acordo com o artigo 45 da LDB, a Educação Superior deve ser efetuada em institui-
ções de ensino superior (IES), tanto públicas quanto privadas, com variados graus de abran-
gência ou especialização. As IES deverão ter autorização, reconhecimento e credenciamento
que precisam ser renovados periodicamente (artigo 46). Caso a IES não passe na renovação,
haverá um prazo para saneamento de deficiências e nova avaliação que poderá descreden-
ciar alguns cursos oferecidos ou até mesmo a instituição de ensino.
Assim como na Educação Básica, o ano letivo regular na Educação Superior é de 200
dias de trabalho acadêmico efetivo, excetuando-se o tempo reservado aos exames finais,
quando houver, e é obrigatória a frequência tanto dos alunos quanto dos professores se o
curso não for a distância. Nas instituições públicas de Educação Superior (artigo 57), o pro-
fessor é obrigado a cumprir o mínimo de oito horas-aula semanais.
De acordo com o artigo 52 da LDB, as universidades são instituições pluridisciplinares
de formação dos quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de
domínio e cultivo do saber humano. Elas se caracterizam pela produção intelectual e devem
ter um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica de mestrado e douto-
rado e um terço de professores em regime de tempo integral.
A Educação Superior é aquela que deve proporcionar um ensino que atenda à di-
versidade cultural de sua comunidade. Sabemos que, atualmente, ter formação em uma
universidade é um diferencial explícito em nossa sociedade, porém há muitas formas de
discriminação na porta de entrada das universidades e seu acesso não é democrático,
diante do número reduzido de vagas e da quantidade de candidatos.
O Brasil é um país rico em diferentes culturas, costumes, crenças e saberes. Assim, uma
universidade cujo ensino respeite a cultura da comunidade possui, dentro de si, várias ou-
tras universidades. Nesse contexto, a dificuldade é explorar um universo representado por
uma população formada de incontáveis grupos étnicos, com seus costumes, culturas e co-
nhecimentos próprios.
Adaptar o currículo escolar sem que haja exclusão é um exercício complexo que, antes
de tudo, exige iniciativa. Um currículo multiculturalista atende à necessidade das misturas
de culturas em uma mesma localidade. Mas, para tal, é preciso haver o real entendimento
dessa necessidade. A diversidade cultural é um tema que precisa ser compartilhado pela
comunidade acadêmica.
No universo aberto e plural do multiculturalismo, a educação intercultural orienta
um processo que tem por base o reconhecimento do direito à diferença. De acordo com
Candau (2005, p. 32):
A interculturalidade orienta [...] a luta contra todas as formas de discriminação
e desigualdade social. Tenta promover relações dialógicas e igualitárias entre
pessoas e grupos que pertencem a universos culturais diferentes, trabalhando os
conflitos inerentes a essa realidade. Não ignora as relações de poder presentes
nas relações sociais e interpessoais. Reconhece e assume os conflitos, procurando
as estratégias mais adequadas para enfrentá-los.
Assim, um Ensino Superior que mostre uma formação dos alunos nas diferentes áreas
do conhecimento, com aptidões profissionais e participação social, precisa se voltar para um
currículo multiculturalista. Muita coisa já vem sendo feita nesse sentido e há muito material
sobre o assunto. Exemplo disso é o Programa Diversidade na Universidade e a Construção de uma
Política Educacional Antirracista da Unesco. A discussão é ampla e necessita do envolvimento
de todos.
Em cada diferente nível de ensino, a educação para a diversidade deve ser considerada.
Para tal, ela precisa voltar-se para o senso de pertencimento de todos e incorporar estraté-
gias de confirmação dessa noção.
Alguns procedimentos nesse sentido são feitos com o envolvimento de alunos, profes-
sores, gestores e comunidade escolar, além de parcerias com as famílias e principais respon-
sáveis pela educação dos filhos, equipes de assistência e assessoria e outros.
A avaliação é uma das mais importantes ferramentas para indicar se o processo de ensi-
no-aprendizagem está se efetivando da melhor forma possível. Porém, a escola, os professores
e até mesmo os alunos usam a avaliação como um aparelho de poder: a escola aprova ou
reprova os alunos e diz se eles são ou não capazes de progredir nos estudos; os professores
utilizam avaliações como controle de disciplina ou de estudos; os alunos veem a avaliação
como o único objetivo para estudar.
É na avaliação (quando ela acontece sem momentos estanques) que os envolvidos
“acordam” em seu fazer escolar. É para a prova que se estuda; é para ganhar nota que se faz
a atividade; se não houver avaliação, não se pode aprovar ou reprovar os alunos; a avaliação
impõe autoridade por meio dos termos semana de provas, média final, faltam dois décimos etc.
[...]
Atividades
1. Faça uma reflexão sobre o Ensino Fundamental no Brasil, comparando as diferenças
na educação pública e na educação privada.
3. Faça uma crítica ao sistema avaliativo que concentra as avaliações em datas específi-
cas, como semana de provas ou datas de avaliação concentradas.
Referências
BRASIL. Lei n. 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 27 dez. 1961. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L4024.htm>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 23 dez. 1996. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacio-
nais: pluralidade cultural, orientação sexual. Brasília, DF: MEC/SEF, 1997.
_____. Diferenças culturais e educação: construindo caminhos. São Paulo: Sete Letras, 2011.
GADOTTI, M. Diversidade cultural e educação para todos. Rio de Janeiro: Graal, 1992.
ILGA – Associação ILGA Portugal. Famílias arco-íris. Disponível em: <http://familias.ilga-portugal.
pt/>. Acesso em: 13 mar. 2018.
MENEZES, E. T.; SANTOS, T. H. Sistema educacional brasileiro. Dicionário Interativo da Educação
Brasileira (Educabrasil). São Paulo: Midiamix, 2001. Disponível em: <http://www.educabrasil.com.br/
sistema-educacional-brasileiro/>. Acesso em: 13 mar. 2018.
PIANA, M. C. A construção do perfil do assistente social no cenário educacional [on-line]. São
Paulo: Ed. Unesp; Cultura Acadêmica, 2009. Disponível em <http://books.scielo.org/id/vwc8g/pdf/
piana-9788579830389-03.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2018.
Resolução
1. Esperamos que você explique por que a educação privada é privilegiada em relação
à educação pública.
Este capítulo apresenta os tipos de ensino que temos em nosso país e seu caráter
flexível. Ele traz as modalidades abordadas na LDB (BRASIL, 1996) e as que surgiram
conforme as necessidades que foram se apresentando ao longo do caminho, as suas
finalidades e os seus objetivos. Por fim, serão apresentadas as características curricula-
res e as diretrizes que se voltam para a diversidade.
oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior
nas áreas artística, intelectual ou psicomotora;
V – acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares dispo-
níveis para o respectivo nível do ensino regular.
Em 2015, a Lei n. 13.234 (BRASIL, 2015) incluiu no artigo 59-A o cadastro nacional de
alunos com altas habilidades ou superdotação: “O poder público deverá instituir cadastro
nacional de alunos com altas habilidades ou superdotação matriculados na educação básica
e na educação superior, a fim de fomentar a execução de políticas públicas destinadas ao
desenvolvimento pleno das potencialidades desse alunado”.
Não se sabe o número total desses alunos, principalmente pelo despreparo dos profes-
sores e especialistas em atendê-los. Imagina-se que, muitas vezes, por não serem distintos,
esses alunos ficam marginalizados ou desistem dos cursos.
Modalidade Finalidade
Educação
Dar oportunidade de aprendizagem a pessoas que não realizaram
de Jovens e
seus estudos na idade regular.
Adultos (EJA)
Educação Desenvolver o indivíduo para que este seja produtivo, por meio da
Profissional criação de cursos que deem acesso ao mercado de trabalho.
Educação Especial Reabilitar e profissionalizar a pessoa com necessidades especiais.
Educação Manter e preservar a cultura do povo indígena, permitindo inte-
Indígena gração da sociedade.
[...]
Art. 26 No currículo do Ensino Fundamental, a partir do sexto ano, será ofertada a Língua
§ 5o Inglesa.
Observamos que a LDB aponta compreensões das realidades sociais diferenciadas e abre
espaço para o trabalho com a diversidade de modo a respeitar todas as diferenças. É possível
que mais diferenças sejam percebidas e incluídas na legislação, o que demonstra a flexibilidade
necessária para acompanhar o andamento das transformações sociais livres de preconceitos.
Os alunos não são iguais e, da mesma forma, a ação pedagógica não pode ser única e homo-
gênea. Ao trabalhar a diversidade, são respeitadas as diferenças e busca-se atender às caracterís-
ticas e necessidades de cada um.
[...]
[...]
Atividades
1. De que maneira a Educação a Distância pode contribuir para a democratização da educa-
ção em nosso país?
Referências
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 23 dez. 1996. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares
nacionais. Brasília, DF: MEC/SEF, 1998a. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/
introducao.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Portaria n. 301,
de 7 de abril de 1998. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 9 abr. 1998b. Disponível em: <http://portal.
mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/port301.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial
Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998c. Disponível em: <http://por-
tal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Lei n. 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que es-
tabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino
a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências. Diário
Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 10 jan. 2003. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.639.htm>. Acesso em: 6 mar. 2018.
BRASIL. Lei n. 11.741, de 16 de julho de 2008. Altera dispositivos da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de
1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para redimensionar, institucionalizar
e integrar as ações da educação profissional técnica de nível médio, da educação de jovens e adultos
Resolução
1. A Educação a Distância pode constituir o mais potente instrumento de difusão do
conhecimento de qualidade. Em um país de dimensões continentais como o Brasil,
com enormes desigualdades inter-regionais e sociais, a Educação a Distância pode
cumprir o importante papel de levar conhecimento atualizado e de qualidade a to-
dos os rincões do país, sem barreiras territoriais. Professores e alunos podem es-
tar geograficamente afastados, mas pedagogicamente estarão muito próximos, por
meio de sistemas de comunicação que possibilitem a interatividade professor/aluno
e aluno/aluno. Bibliotecas virtuais, no momento em plena expansão, possibilitarão
a todos o acesso às informações indispensáveis a um ensino de qualidade. Na Edu-
cação Superior, principalmente, as novas tecnologias da comunicação e informação
abriram um largo horizonte de possibilidades, em qualquer de seus níveis.
Vários são os cursos técnicos oferecidos e a maioria deles volta-se para as áreas
de saúde, administração, informática, educação, turismo, meio ambiente e produ-
ção. Neste capítulo, estudaremos a Educação Técnica de nível médio, a Educação
Profissional e Técnica e a abrangência dos cursos diante da demanda do mercado
de trabalho.
voltadas para as classes desprovidas, que deram origem aos Centros Federais de
Educação Profissional e Tecnológica (Cefet).
profissional no país.
A Reforma Capanema remodela todo o ensino no país e tem como um dos princi-
1941
pais pontos o ensino profissional, que passa a ser considerado de nível médio.
Pela Lei n. 6.545, três Escolas Técnicas Federais (Paraná, Minas Gerais e Rio de
1978
Profissional e Tecnológica.
A Educação Profissional tem como papel principal apresentar aos alunos as conquistas
científicas e tecnológicas da sociedade contemporânea. Com isso, são ampliadas para os alu-
nos as possibilidades de atuação no mercado de trabalho. Dessa forma, não é suficiente um
ensino centrado em uma formação específica em determinada área, principalmente quando
se pensa em diversidade. É preciso dominar a inteligência do trabalho, conhecer globalmen-
te o processo produtivo, reconhecer o saber tecnológico que lhe dá suporte e ter subsídios
necessários para tomadas de decisões.
Temos também uma dualidade que não pode passar despercebida: o mercado de traba-
lho e o mercado educacional. O primeiro exige atributos específicos do aluno trabalhador e
o segundo promove, muitas vezes de maneira precária, uma formação equivocada.
Vamos começar a refletir sobre a formação educacional. O Ensino Médio, segundo a
LDB, é a consolidação da Educação Básica e está direcionado para a autonomia intelectual e
o pensamento crítico. Quando isso acontece, as compreensões dos fundamentos científicos e
tecnológicos dos processos produtivos se tornam evidentes para os alunos. E, desse modo,
há uma preparação básica para o trabalho e consequentemente à condição de cidadão –
como afirma a LDB quando explana sobre a capacidade de o aluno continuar aprendendo
para adaptar-se com flexibilidade às novas condições de trabalho e às exigências de aperfei-
çoamentos posteriores.
Portanto, a concretização da Educação Profissional de qualidade é elemento fundamen-
tal do ensino profissionalizante. Seus resultados é que formarão a equipe trabalhadora da so-
ciedade, contribuindo para seu avanço.
Em se tratando do mercado de trabalho, ele exige profissionais específicos, mas também
é influenciado e modificado pelo preparo deles. São os trabalhadores que, por conhecerem
sua área de atuação, promovem inovações, criam tecnologia, superam as dificuldades, mes-
mo no chão de fábrica. O profissional bem formado coloca em ação os conhecimentos neces-
sários para resolver problemas de maneira nova, criativa e autônoma. O mercado de trabalho
Educação profissional
(CAMPELLO; FILHO, 2009)
[...]
[...]
[...]
[...]
Atividades
1. Realize uma pesquisa sobre o Ensino Médio integrado à Educação Profissional Téc-
nica de nível médio e o Ensino Médio sem essa integração. Quais diferenças podem
ser percebidas nos cursos?
a. Científicos.
b. Tecnológicos.
c. Filosóficos.
d. Psicológicos.
e. Trabalhistas.
Referências
BRASIL. Constituição (1988). Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 5 out. 1988.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 13
mar. 2018.
_____. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 23 dez. 1996. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares
Nacionais. Brasília, DF: MEC/SEF, 1998. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/
introducao.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CEB n. 16, de 5 de
outubro de 1999. Trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de Nível
Técnico. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 nov. 1999a. Disponível em: <http://portal.mec.gov.
br/setec/arquivos/pdf_legislacao/tecnico/legisla_tecnico_parecer1699.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Ministério da Educação. Resolução CNE/CEB n. 4/99. Institui as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Profissional de Nível Técnico. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26
nov. 1999b. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/RCNE_CEB04_99.pdf>.
Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Decreto n. 5.154, de 23 de julho de 2004. Regulamenta o § 2º do art. 36 e os arts. 39 a 41 da Lei
n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e dá
outras providências. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 26 jul. 2004. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Decreto/D5154.htm#art9>. Acesso em:
13 mar. 2018.
_____. Ministério da Educação. O Plano de Desenvolvimento da Educação: razões, princípios e pro-
gramas. Brasília, DF: MEC, 2007. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/livro/livro.pdf>.
Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Ministério da Educação. Centenário da rede federal de educação profissional e tecnologia.
Brasília, DF, 23 set. 2009. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/centenario/historico_
educacao_profissional.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2018.
CAMPELLO, A. M. M. B.; FILHO, D. L. L. Educação Profissional. Dicionário da educação profissio-
nal em saúde. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz, 2009. Disponível em: <http://www.sites.epsjv.
fiocruz.br/dicionario/verbetes/edupro.html>. Acesso em: 13 mar. 2018.
FONSECA, C. S. História do ensino industrial no Brasil. Rio de Janeiro: Escola Técnica, 1961.
GARCIA, S. R. O. O fio da história: a gênese da formação profissional no Brasil. In: Trabalho e Crítica.
São Leopoldo: Unisinos, 2000.
PACHECO, E. Perspectivas da educação profissional técnica de nível médio: proposta de diretrizes
curriculares. Brasília, DF: SETEC/MEC. Brasília, 2012.
PEREIRA, L. A. C. A Rede Federal de Educação Tecnológica e o desenvolvimento local. 2003. 114 f.
Dissertação (Mestrado em Planejamento Regional e Gestão de Cidades) – Universidade Candido
Mendes, Campos dos Goytacazes, 2003. Disponível em: <https://cidades.ucam-campos.br/wp-content/
uploads/2012/10/luiz_augusto_caldas_pereira.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2018.
Resolução
1. Resposta pessoal. É importante perceber que o Ensino Médio sem ser profissionali-
zante está voltado para a formação mais propedêutica, preparando, assim, o aluno
para a continuação dos estudos em nível superior. O Ensino Profissional, por sua
vez, tem característica mais técnica.
2. B.
A Educação em Tempo Integral tem como princípio um projeto de educação que insti-
gue o respeito aos direitos humanos e o exercício pleno da democracia. Ao valorizar o tempo
para trabalhar a pluralidade de saberes, ampliam-se as possibilidades de conhecimento e
transformações sociais. Desse modo, crianças, jovens e adolescentes estariam munidos de
distintas ferramentas para enfrentar as diferentes situações sociais.
Ao conviver um tempo maior juntos, os alunos e professores estreitam relações e convi-
vem com diferenças básicas dos seres humanos. Aprender a transitar sobre essas diferenças
é inquietante, mas reafirma os direitos fundamentais a todos. Na escola integral, abre-se
igualmente um espaço para o debate sobre os diretos humanos e o reconhecimento das di-
ferenças raciais, de gênero, de orientação sexual e identidade.
Nessa perspectiva, entende-se que a Educação em Tempo Integral não oferece somente
um período educativo maior, mas formação articulada entre os campos da educação, do
desenvolvimento social, da saúde, do esporte, da inclusão digital e da cultura. Não basta
somente estender o tempo de permanência dos alunos nas escolas, é preciso garantir uma
educação nas dimensões psicológica, afetiva e política, entre outras possíveis. Dessa forma,
é necessário ir além do currículo tradicional.
Para que a escola integral atenda ao real significado de integral, admite-se que o ensino
então praticado dentro das quatro horas exigidas por lei não está dando conta do mínimo
necessário para a formação dos alunos. Fica entendido, nesse sentido, que a educação sofre
diminuição e restrições. Isso pode até ser justificado principalmente diante das crises no
campo educacional, dos equívocos das políticas governamentais e das negligências em re-
lação aos investimentos educacionais. Assim, não se pode confundir educação integral com
Educação em Tempo Integral. Se considerarmos que a educação atual não é boa, dobrar seu
tempo de ensino simplesmente não resolveria o problema.
Pode-se pensar também na superação da educação disciplinar fragmentada, em tem-
pos estanques. O saber fragmentado, dissociado da realidade, não satisfaz às necessida-
des fundamentais dos membros ativos da sociedade. O trabalho deve ir além das divisões
[...]
Em 1964, a obra contava com quatro Escolas Classe e uma Escola Parque
totalizando 11 prédios no bairro da Liberdade. Esse bairro foi escolhido,
intencionalmente, por conter muitas crianças em idade escolar e ser cons-
tituído de proletários de nível econômico baixo. As Escolas Classe 1, 2 e
3 atendiam crianças de 7 a 13 anos, separadas por faixa etária, e a Escola-
-Classe 4 oferecia a educação complementar e a educação ginasial corres-
pondendo, respectivamente, à 1ª e 2ª séries e à 3ª e 4ª séries do ginásio. Ao
completar 15 anos, o aluno era encaminhado a um curso noturno.
[...]
Atividades
1. Faça uma pesquisa sobre as escolas que promovem a Educação em Tempo Integral e
analise qualidades e problemas que elas apresentam.
d. Trazendo a necessidade de todos ficarem nas escolas por até sete horas diárias.
Referências
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 23 dez. 1996. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Lei n. 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras provi-
dências. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 10 jan. 2001. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10172.htm>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Decreto n. 6.094, de 24 de abril de 2007. Dispõe sobre a implementação do Plano de Metas
Compromisso Todos pela Educação, pela União Federal, em regime de colaboração com Municípios,
Distrito Federal e Estados, e a participação das famílias e da comunidade, mediante programas e
ações de assistência técnica e financeira, visando a mobilização social pela melhoria da qualidade da
educação básica. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 25 abr. 2007a. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6094.htm>. Acesso em: 13 mar.
2018.
_____. Ministério da Educação. Portaria Normativa Interministerial n. 17, de 24 de abril de 2007.
Institui o Programa Mais Educação, que visa fomentar a educação integral de crianças, adolescentes
e jovens, por meio do apoio a atividades socioeducativas no contraturno escolar. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, 26 abr. 2007b. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_
docman&view=download&alias=12985-portaria-19041317-pdf&category_slug=abril-2013-
pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Lei n. 11.494, de 20 de junho de 2007. Regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento
da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB, de que trata o art.
60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias; altera a Lei n. 10.195, de 14 de fevereiro de
2001; revoga dispositivos das Leis n. 9.424, de 24 de dezembro de 1996, 10.880, de 9 de junho de 2004,
e 10.845, de 5 de março de 2004; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Executivo,
Brasília, DF, 21 jun. 2007c. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/
lei/l11494.htm>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Decreto n. 6.253, de 13 de novembro de 2007. Dispõe sobre o Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB,
regulamenta a Lei n. 11.494, de 20 de junho de 2007, e dá outras providências. Diário Oficial da União,
Poder Executivo, Brasília, DF, 14 nov. 2007d. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2007-2010/2007/decreto/d6253.htm>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Ministério da Educação. Educação integral: texto referência para o debate nacional. Brasília, DF:
MEC; Secad, 2009a. (Coleção Mais Educação). Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/
cadfinal_educ_integral.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Ministério da Educação. Programa mais educação: gestão intersetorial no território. Brasília:
MEC; Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2009b. (Coleção Mais
Educação). Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/cader_maiseducacao.pdf>.
Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Ministério da Educação. Portaria n. 1.144, de 10 de outubro de 2016. Institui o Programa Novo
Mais Educação, que visa melhorar a aprendizagem em língua portuguesa e matemática no ensino
fundamental. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11 out. 2016a. Disponível em: <http://portal.mec.
gov.br/docman/outubro-2016-pdf/49121-port-1145-11out-pdf/file>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Ministério da Educação. Resolução n. 5, de 25 de outubro de 2016. Destina recursos financeiros,
nos moldes operacionais e regulamentares do Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE, a escolas
públicas municipais, estaduais e do Distrito Federal, a fim de contribuir para que estas realizem ati-
vidades complementares de acompanhamento pedagógico, em conformidade com o Programa Novo
Mais Educação. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 out. 2016b. Disponível em: <https://www.
Resolução
1. Resposta pessoal. Várias escolas aplicam a Educação em Tempo Integral, sendo a
maioria delas privadas. Então pode-se considerar isso como desvantagem para a
população em geral.
3. A.
Muitos brasileiros não tiveram acesso aos bancos escolares ou precisariam abandoná-
-los por diversos motivos, como pela necessidade de trabalhar, baixa renda familiar, difi-
culdade de locomoção, insatisfação, reprovação, entre outros. Mas essa problemática não
é atual, ela vem se arrastando há muito tempo. Para tratá-la, surge a Educação de Jovens e
Adultos (EJA).
Vamos situar historicamente a EJA no Brasil.
Período colonial – eram os religiosos que educavam os adultos com uma conotação
1530
missionária.
adultos e adolescentes.
1808
e incompetente.
Rui Barbosa postula que os analfabetos são considerados como crianças, incapazes
1882
A Reforma João Alves estabelece o ensino noturno para jovens e adultos atendendo
1925
É criado o Plano Nacional de Educação, que prevê o ensino primário integral obri-
1934
todos.
em Belém do Pará.
A Constituição Federal (BRASIL, 1988) garante em seu artigo 208, inciso I, acesso e gra-
tuidade ao Ensino Fundamental àqueles que não usufruíram dessa educação na idade pró-
pria. O acesso, a obrigatoriedade e gratuidade são retomados no inciso VII do mesmo artigo:
VII – atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio
de programas suplementares de material didático escolar, transporte, alimenta-
ção e assistência à saúde.
§ 1o O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2o O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta
irregular, importa responsabilidade da autoridade competente. (BRASIL, 1988)
Temos, assim, toda uma legislação que fundamenta a EJA e consolida essa modalidade
de ensino. Entretanto, a EJA deve ser diferenciada da educação de crianças e adolescentes,
visto que seus alunos já possuem experiência de vida, muitos participam do mundo do tra-
balho e precisam ter tais conhecimentos considerados.
Reforçando essa ideia, a Resolução n. 1 (BRASIL, 2000) do Conselho Nacional de
Educação (CNE) esclarece em seu artigo 5° (parágrafo único) que a EJA deve levar em consi-
deração os perfis dos estudantes, com suas diferentes faixas etárias, pautando-se pela equi-
dade e contextualização das Diretrizes Curriculares Nacionais, propondo assim um modelo
pedagógico próprio, de modo a assegurar:
I – quanto à equidade, a distribuição específica dos componentes curriculares a
fim de propiciar um patamar igualitário de formação e restabelecer a igualdade
de direitos e de oportunidades face ao direito à educação;
II – quanto à diferença, a identificação e o reconhecimento da alteridade própria
e inseparável dos jovens e dos adultos em seu processo formativo, da valorização
do mérito de cada qual e do desenvolvimento de seus conhecimentos e valores;
III – quanto à proporcionalidade, a disposição e alocação adequadas dos componen-
tes curriculares face às necessidades próprias da Educação de Jovens e Adultos com
espaços e tempos nos quais as práticas pedagógicas assegurem aos seus estudantes
identidade formativa comum aos demais participantes da escolarização básica.
A EJA pode ser oferecida em cursos presenciais, semipresenciais e a distância e ser or-
ganizada semestral e anualmente ou em períodos, ciclos e módulos distintos, desde que eles
sejam definidos pelos sistemas de ensino e respeitem as normas da legislação educacional.
Em qualquer uma das formas de oferta, os alunos são avaliados no processo. O artigo 10
(BRASIL, 2000) define que
no caso de cursos semipresenciais e a distância, os alunos só poderão ser ava-
liados, para fins de certificados de conclusão, em exames supletivos presenciais
oferecidos por instituições especificamente autorizadas, credenciadas e avaliadas
pelo poder público, dentro das competências dos respectivos sistemas, conforme
a norma própria sobre o assunto e sob o princípio do regime de colaboração.
Meta 2
Universalizar o Ensino Fundamental de nove anos para a população de 6 a 14 anos.
Meta 3
Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para a população de 15 a 17 anos e elevar, até 2020,
a taxa líquida de matrículas no Ensino Médio para 85% nessa faixa etária.
Para a Meta 3, ainda conforme dados da PNAD (IBGE, 2011), há uma distorção entre a
idade e a série: de 80% dos alunos que frequentam as escolas, apenas 52,25% estão no Ensino
Meta 8
Elevar a escolaridade média da população de 18 a 24 anos de modo a alcançar mínimo de 12 anos
de estudo para as populações do campo, da região de menor escolaridade no país e dos 25% mais
pobres, bem como igualar a escolaridade média entre negros e não negros, com vistas à redução da
desigualdade educacional.
Meta 9
Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais para 93,5% até 2015 e erra-
dicar, até o final da vigência do PNE, o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% a taxa de
analfabetismo funcional.
Meta 10
Oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) na forma integra-
da à Educação Profissional nos anos finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio.
A oferta da Meta 10 pode até ter sido feita, no entanto não foi cumprida em termos
de qualidade. Percebe-se, com esses dados, que a EJA, mesmo com todo suporte legal, é
relegada ao segundo plano governamental e social. Os recursos do Fundo de Manutenção
e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação
(Fundeb), destinados a ela, são os menores do sistema. Podemos perceber tal fato quando
constatamos que a maioria dos currículos da EJA é adaptação do ensino regular; os profes-
sores não têm valorização especial nesse segmento de trabalho e, muitas vezes, são volun-
tários que alfabetizam os jovens e adultos, não possuem preparo pedagógico para tal. Além
disso, geralmente os espaços destinados à EJA nas escolas são improvisados, sem recursos
e precários.
[...]
Atividades
1. A Educação de Jovens e Adultos é oferecida por ser uma necessidade atual ou antiga?
Referências
BRASIL. Constituição (1988). Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 5 out. 1988.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 13
mar. 2018.
_____. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases para a educação na-
cional. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 23 dez. 1996. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Ministério da Educação. Resolução CNE/CEB n. 1, de 5 de julho de 2000. Estabelece as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação e Jovens e Adultos. Brasília, 5 jul. 2000. Disponível em: <http://
portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB012000.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Proposta curricular para
Educação de Jovens e Adultos: segundo segmento do ensino fundamental, 5ª a 8ª série. Brasília, DF:
MEC, 2002. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/eja_livro_01.pdf>. Acesso
em: 13 mar. 2018.
_____. Lei n. 11.741, de 16 de julho de 2008. Altera dispositivos da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de
1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para redimensionar, institucionalizar
e integrar as ações da educação profissional técnica de nível médio, da educação de jovens e adultos
e da educação profissional e tecnológica. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 17
jul. 2008. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11741.htm>.
Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade.
Documento nacional preparatório à VI Conferência Internacional de Educação de Adultos (VI
CONFINTEA). Brasília, DF: MEC; Goiânia: FUNAPE/UFG, 2009. Disponível em: <http://portal.
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mid=30192>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Ministério da Educação. INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira. Mapa do analfabetismo no Brasil. Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/docu-
ments/186968/485745/Mapa+do+analfabetismo+no+Brasil/a53ac9ee-c0c0-4727-b216-035c65c45e1b?-
version=1.3>. Acesso em: 13 mar. 2018.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1975.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa nacional por amostra de domicílios
(2011). Disponível em: <https://ww2.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/
pnad2011/default.shtm>. Acesso em: 13 mar. 2018.
PILETTI, C. Filosofia da educação. São Paulo: Ática, 1997.
ROCHA, F. A.; REIS, S. M. Alfabetizar-se através das escritas de si: possibilidade potencializadora de
diálogos. Revista Brasileira de Educação de Jovens e Adultos, Salvador, v. 1, n. 2, 2013. Disponível
em: <https://www.revistas.uneb.br/index.php/educajovenseadultos/article/view/581/454>. Acesso em:
13 mar. 2018.
Resolução
1. Muitos brasileiros não tiveram acesso aos bancos escolares ou precisaram abandoná-
-los por diversos motivos, como pela necessidade de trabalhar, baixa renda familiar,
dificuldade de locomoção, insatisfação, reprovação, entre outros. Mas essa proble-
mática não é atual, ela vem se arrastando há muito tempo. Para tratá-la, surge a
Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Neste capítulo vamos estudar a definição da lei para Educação Especial, as neces-
sárias adaptações para o atendimento aos alunos e os desafios para essa educação ser
realmente inclusiva.
O termo especial é um adjetivo que qualifica o que não é geral ou comum, diz respeito
ao particular, exclusivo, peculiar, típico. De tal modo, a Educação Especial volta-se para alu-
nos com essas características e seu objetivo deve ser o mesmo da educação geral, diferindo
apenas quanto às formas de atendimento. Segundo o art. 58 da LDB n. 9.394 (BRASIL, 1996):
“entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de Educação
escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores
de necessidades especiais”.
O espaço escolar para alunos especiais foi conseguido com muita luta e comprometi-
mento. Vamos conhecer um pouco do percurso da legislação da Educação Especial.
LDB n. 5.692 (revogada) – “Os alunos que apresentem deficiências físicas ou mentais,
1971
Lei n. 7.853 (BRASIL, 1989) – sobre a integração social das pessoas com deficiência.
O poder público deve se responsabilizar pela “matrícula compulsória em cursos regu-
lares de estabelecimentos públicos e particulares de pessoas portadoras de deficiência
1989
Lei n. 10.098 (BRASIL, 2000b) – estabelece normas gerais e critérios básicos para a
promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida
2000 e dá outras providências.
Portaria n. 554 (BRASIL, 2000a) – aprova o Regulamento Interno da Comissão
Brasileira do Braille.
“portadoras” de defiência).
Lei n. 10.172 (BRASIL, 2001a) – aprova o Plano Nacional de Educação e dá ou-
tras providências. Destaca que “o grande avanço que a década da educação deveria
produzir seria a construção de uma escola inclusiva que garanta o atendimento à
diversidade humana”.
Resolução CNE/CP n. 1 (BRASIL, 2002c) – estabelece “diretrizes curriculares nacio-
nais para a formação de professores da Educação Básica, em nível superior, curso de
licenciatura, de graduação plena”. Assegura que a formação deve incluir “conheci-
2002
Portaria n. 2.678 (BRASIL, 2002b) – aprova diretrizes e normas para uso, ensino, pro-
dução e difusão do Sistema Braille em todas as modalidades de ensino, compreen-
dendo o projeto da Grafia Braille para a Língua Portuguesa e a recomendação para
2003
(art. 5°). A resolução do CNE serve de orientação para os sistemas de ensino cumpri-
rem o Decreto n. 6.571.
Decreto n. 6.949 (BRASIL, 2009a) – promulga a Convenção Internacional sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova
Iorque, em 30 de março de 2007. Esse decreto dá ao texto da convenção (que afirma
que os países são responsáveis por garantir um sistema de Educação Inclusiva em
todas as etapas de ensino) caráter de norma constitucional brasileira.
Lei n. 12.764 (BRASIL, 2012) – a lei institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos
2012
Denominação Característica
Transtorno
Invasivo do Trata-se de outra denominação de transtorno global do desenvolvi-
Desenvolvimento mento. Ele aparece como: autismo infantil, Síndrome de Asperger,
Síndrome de Rett e Transtorno Desintegrativo da Infância.
(TID)
O diagnóstico de uma doença ou transtorno deve ser determinado sempre por um es-
pecialista da área. Os pais e professores precisam conhecer os problemas e buscar ajuda,
mas sempre com profissionais competentes. A escola é um lugar privilegiado para ajudar as
crianças com dificuldades, é onde se ensina e se aprende a inclusão.
A Educação Especial, para ser inclusiva, deve acontecer dentro da escola regular,
diferente do que acontecia até o início do século XXI, quando havia duas escolas: uma
regular e outra especial, a qual atendia exclusivamente alunos com algum tipo de neces-
sidade especial.
Mesmo sem se dar conta, a escola regular é inclusiva, ela atende uma heterogeneidade
incalculável de alunos, pois recebe a diversidade existente na sociedade em que está inse-
rida. Não podemos, no entanto, confundir inclusão com interação. Incluir e integrar fazem
parte do mesmo processo, porém não são iguais.
A integração visa a colocar o aluno na escola, isto é, aquele que tem alguma necessidade
especial adequa-se ao meio escolar e sua educação se dará conforme esse aluno se adaptar
ao que a escola regular oferecer. Assim, a integração pressupõe um esforço somente de um
lado: o do aluno. Esse processo é muito comum nas escolas sem as devidas preparações e
os recursos para atender esse público específico. Nesse molde, nega-se a condição do aluno
especial, ele é apenas inserido no contexto escolar, que não se adéqua às suas necessidades.
Nesse caso, não acontece realmente a inclusão, pois, se o aluno não se adaptar ao ensino
regular oferecido, ele não se desenvolverá cognitivamente. A integração defende a ideia de
que o aluno especial deve se adaptar aos padrões da sociedade. Esse processo é válido se
levarmos em conta a importância da relação entre pares, porém somente isso não basta.
Já a inclusão considera a independência da pessoa, isto é, seu poder de tomar decisões
sem interferências. Nesse caso, a sociedade deve adaptar-se para atender à diversidade nela
existente, de modo natural. Ela precisa promover e garantir a autonomia e a independência
de todos, daí a equiparação de oportunidades é efetivada. A inclusão não cria um grupo de
pessoas especiais que precisam de tratamento diferenciado, ela vê todas com características
próprias e necessidades também únicas.
Assim, considerando que todos são diferentes e apresentam necessidades próprias –
algumas mais proeminentes que outras – a inclusão acontece em todas as escolas. O impor-
tante é refletir sobre esse papel social.
Nesse sentido, a atenção ao professor é fundamental. Para atender inclusivamente os
alunos especiais, ele precisa de preparação contínua e preferencialmente no próprio local
de trabalho. Para isso, é preciso haver uma rede de apoio efetivo, tanto no atendimento
educacional especializado (AEE) como por profissionais da Educação Especial (intérprete,
professor de braille, assistentes, acompanhantes etc.).
A escola inclusiva é aquela que oferece reuniões com alunos, professores, funcionários
e comunidade para discutir as dificuldades e buscar soluções. Promove palestras com espe-
cialistas, agencia encontro entre pais de alunos especiais e regulares, professores e profissio-
nais na área da Educação Especial. Ela é uma escola ativa que busca constantemente encarar
seus problemas coletivamente.
[...]
[...]
Referências
BRASIL. Lei n. 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Fixa as diretrizes e bases da educação nacional,
Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 27 dez. 1961. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L4024.htm>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Constituição (1988). Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 5 out. 1988.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 13
mar. 2018.
_____. Lei n. 7.853, de 24 de outubro de 1989. Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de defi-
ciência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora
de Deficiência Corde, institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas,
disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes, e dá outras providências. Diário Oficial
da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 25 out. 1989. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/Leis/L7853.htm>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá
outras providências. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 16 jul. 1990. Disponível
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_____. Ministério da Educação. Portaria n. 1.793, de 27 de dezembro de 1994. Brasília, DF, 27 dez.
1994a. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/port1793.pdf>. Acesso em: 13
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_____. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial (SEESP). Declaração de Salamanca.
Brasília, DF: MEC, 1994b. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.
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_____. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 23 dez. 1996. Disponível em: <www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Ministério da Educação. Portaria n. 319, de 26 de fevereiro de 1999. Brasília, DF, 26 fev. 1999a.
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/port319.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Decreto n. 3.298, de 20 de dezembro de 1999. Regulamenta a Lei n. 7.853, de 24 de outubro de
1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida
as normas de proteção, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília,
DF, 21 dez. 1999b. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3298.htm>. Acesso
em: 13 mar. 2018.
_____. Ministério da Educação. Portaria n. 554, de 26 de abril de 2000. Brasília, DF, 26 abr. 2000a.
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/portaria554.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2018.
BRASIL. Lei n. 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e critérios básicos para a
promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá
outras providências. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 20 dez. 2000b. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L10098.htm>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Lei n. 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras provi-
dências. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 10 jan. 2001a. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10172.htm>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Decreto n. 3.956, de 8 de outubro de 2001. Promulga a Convenção Interamericana para a
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência. Diário
Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 9 out. 2001b. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/decreto/2001/d3956.htm>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Lei n. 10.436 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 25 abr. 2002a. Disponível em:
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UrlPublicasAction.php?acao=abrirAtoPublico&sgl_tipo=POR&num_ato=00002678&seq_ato=000&-
vlr_ano=2002&sgl_orgao=MEC>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Ministério da Educação. Resolução CNE/CP n. 1, de 18 de fevereiro de 2002. Institui Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso
de licenciatura, de graduação plena. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 18 fev. 2002c. Disponível
em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rcp01_02.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Ministério da Educação. Portaria n. 3.284, de 7 de novembro de 2003. Dispõe sobre requisitos
de acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências, para instruir os processos de autorização e de
reconhecimento de cursos, e de credenciamento de instituições. Diário Oficial da União, Brasília, DF,
11 nov. 2003. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/port3284.pdf>. Acesso em:
13 mar. 2018.
_____. Ministério Público Federal. O acesso de alunos com deficiência às escolas e classes comuns da
rede regular. Fundação Procurador Pedro Jorge de Melo e Silva (Orgs.). 2 ed. Brasília: Procuradoria
Federal dos Direitos do Cidadão, set. 2004a. Disponível em: <http://pfdc.pgr.mpf.mp.br/atuacao-e-
-conteudos-de-apoio/publicacoes/pessoa-com-deficiencia/acesso_alunos_ensino_publico_2004>.
Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Decreto n. 5.296, de 2 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis n. 10.048, de 8 de novembro
de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de
2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. Diário Oficial da
União, Poder Executivo, Brasília, DF, 3 dez. 2004b. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5296.htm>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Decreto n. 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei n. 10.436, de 24 de abril de 2002,
que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras, e o art. 18 da Lei n. 10.098, de 19 de dezembro
de 2000. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 23 dez. 2005. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos. Plano Nacional de Educação em Direitos
Humanos. Brasília: 2007a. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_do-
cman&view=download&alias=2191-plano-nacional-pdf&category_slug=dezembro-2009-pdf&Ite-
mid=30192>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Decreto n. 6.094, de 24 de abril de 2007. Dispõe sobre a implementação do Plano de Metas
Compromisso Todos pela Educação, pela União Federal, em regime de colaboração com Municípios,
Resolução
1. Considerando que nossa legislação é boa no que diz respeito à Educação Especial,
porém não conhecida e nem sempre bem executada, o ideal é ter atitude inclusiva
perante todos.
A Educação a Distância já foi conhecida por Ensino a Distância, cuja ênfase era dada
ao professor. Atualmente, o processo progrediu muito diante dos avanços tecnológicos,
que permitem ao aluno prosseguir em seus estudos de maneira mais independente.
Afinal, essa é a verdadeira intenção dessa modalidade: fazer com que os alunos tenham
autonomia, interação e interlocução com o conhecimento, principalmente aqueles que
por diversos motivos não conseguem frequentar a escola regular.
De acordo com o Decreto n. 9.057 (BRASIL, 2017), art. 2o: “A educação básica e a
educação superior poderão ser ofertadas na modalidade a distância nos termos deste
Decreto, observadas as condições de acessibilidade que devem ser asseguradas nos
espaços e meios utilizados”.
Assim, pode-se cursar na modalidade EaD a Educação Básica, a EJA, a Educação
Especial, a Educação Profissional e a Educação Superior. Vejamos as orientações do decreto
para situações consideradas especiais.
Art. 9o A oferta de ensino fundamental na modalidade a distância em situações
emergenciais, previstas no § 4o do art. 32 da Lei n. 9.394, de 1996, se refere a pes-
soas que:
I – estejam impedidas, por motivo de saúde, de acompanhar o ensino presencial;
II – se encontrem no exterior, por qualquer motivo;
III – vivam em localidades que não possuam rede regular de atendimento
escolar presencial;
Cabe destacar que as Instituições de Ensino Superior presencial, de acordo com a Portaria
n. 4.059, de 10 de dezembro de 2004 (BRASIL, 2004), poderão ofertar até 20% da carga horária
total do curso na modalidade semipresencial, porém realizando a avaliação somente no for-
mato presencial.
As bases legais para a modalidade de Educação a Distância atual foram instituídas pela
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996). A LDB integra, dessa for-
ma, a EaD ao sistema de ensino. Fica estabelecido na lei que o governo federal por meio do
Ministério da Educação (MEC) credenciará instituições e definirá requisitos para a reali-
zação de exames e de registro de diplomas relativos a cursos de Educação a Distância. De
acordo com o artigo 80: “O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de
programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação
continuada”. O mesmo artigo determina, ainda, em seu § 1o que a Educação a Distância, or-
ganizada com abertura e regimes especiais, será oferecida por instituições especificamente
credenciadas pela União.
A Resolução CNE/CES n. 1 (BRASIL, 2001b) estabelece normas para o funcionamento
de cursos de pós-graduação. Em nível stricto sensu, serão autorizados, reconhecidos ou reno-
vados de acordo com solicitações e relatórios encaminhados à Capes. Em nível lato sensu, só
poderão ser oferecidos por instituições credenciadas pela União.
Mesmo sendo um curso a distância, a lei deixa claro que há obrigatoriedade de momen-
tos presenciais para: avaliações de estudantes, estágios obrigatórios, defesa de trabalhos de
conclusão de curso, quando previstos na legislação pertinente; e atividades relacionadas a
laboratórios de ensino, quando for o caso.
Os polos para atendimento dos alunos da Instituição de Ensino Superior na mo-
dalidade de Educação a Distância foram regulamentados pela Portaria Normativa n. 2
(BRASIL, 2007a). Conforme a legislação, a avaliação do desempenho do estudante para
fins de promoção, conclusão de estudos e obtenção de diplomas ou certificados deve se
dar no processo, mediante cumprimento das atividades programadas e realização de
exames presenciais.
A Portaria do MEC n. 1.152, de 22 de dezembro de 2015 (BRASIL, 2015), dispõe a Rede
e-Tec Brasil e sobre a oferta de cursos a distância por meio da Bolsa-Formação, no âmbito do
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), de que trata a Lei n.
12.513 (BRASIL, 2011), de 26 de outubro de 2011. O artigo 3o esclarece os objetivos da Rede
e-Tec Brasil:
I estimular a oferta da Educação Profissional e Tecnológica (EPT) na modalidade
a distância;
II expandir e democratizar a oferta da EPT, especialmente para o interior do país
e para a periferia das áreas metropolitanas;
III permitir a formação profissional inicial e continuada, preferencialmente para
estudantes matriculados e para egressos do Ensino Médio, bem como para es-
tudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA);
As instituições de ensino que têm interesse em credenciar a oferta dos cursos de gra-
duação ou profissionais tecnológicos a distância deverão fazê-lo junto ao Ministério da
Educação e do Desporto na seção de Protocolo Geral do MEC ou na Demec do Estado.
A Portaria n. 301, de 7 de abril de 1998 (BRASIL, 1998a), normatiza os procedimentos para
a realização desse credenciamento. É necessário que a instituição apresente um projeto com
informações sobre experiência anterior com cursos a distância, o curso pretendido, a infraes-
trutura em função do projeto a ser desenvolvido, os professores, o processo seletivo para o
ingresso no curso e as parcerias com outras instituições. Com base nesse projeto, a comissão
do MEC elabora um relatório com a recomendação ou não do credenciamento.
A criação, organização e oferta de cursos e programas da EaD devem seguir o estabeleci-
do na legislação em vigor, sempre com a mesma duração definida para os respectivos cursos
na modalidade presencial. Conforme previsto na Portaria Normativa n. 2, de 10 de janeiro de
2007, “Os processos de credenciamento de EaD, novos e em tramitação, devem ser comple-
mentados, junto ao Inep, com a lista de endereços dos polos em que a IES pretende realizar
atendimentos presenciais” (BRASIL, 2007a).
A avaliação do desempenho dos alunos – tanto para promoção quanto conclusão de
estudos e obtenção de diploma ou certificado – acontece mediante cumprimento das ativi-
dades programadas e realização de exames presenciais, que serão elaborados pela institui-
ção de ensino credenciada. Os exames presenciais prevalecem sobre os demais resultados
obtidos em quaisquer outras formas de avaliação a distância.
Quanto à certificação dos cursos de EaD, a LDB n. 9.394 (BRASIL, 1996), art. 80, § 2o,
determina que a União regulamentará os requisitos para realização de exames e registro
de diploma.
E esse processo de aprender, que podemos classificar como vivo, uma vez
que instiga educandos e educadores, é algo a ser possibilitado pela educa-
ção a distância dentro dos ambientes virtuais de aprendizagem.
[...]
Atividades
1. Que impacto as tecnologias digitais causam na EaD?
3. O Ensino Superior presencial pode fazer uso da EaD em sua grade regular?
Referências
BRASIL. Decreto-Lei n. 236, de 28 de fevereiro de 1967. Complementa e modifica a Lei n. 4.117, de 27
de agosto de 1962. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 28 fev. 1967. Disponível em:
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BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 23 dez. 1996. Disponível em: <http://www.
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da União, Brasília, DF, 9 abr. 1998a. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/
tvescola/leis/port301.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Decreto n. 2.561, de 27 de abril de 1998. Altera a redação dos arts. 11 e 12 do Decreto 2.494, de
10 de fevereiro de 1998, que regulamenta o disposto no art. 80 da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de
1996. Brasília, DF, 27 abr. 1998b. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/
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cursos de graduação a distância. Brasília, maio 2000. Disponível em: <http://www.unirio.br/cead/
arquivos-da-cead/indicadores-de-qualidade-para-cursos-de-graduacao-a-distancia>. Acesso em: 13
mar. 2018.
_____. Lei n. 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras provi-
dências. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 10 jan. 2001a. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10172.htm>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES n. 1, de 3
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_____. Ministério da Educação. Portaria n. 4.059, de 10 de dezembro de 2004. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 13 dez. 2004. Disponível em: <http:// portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/nova/acs_
portaria4059.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Lei n. 11.273, de 6 de fevereiro de 2006. Autoriza a concessão de bolsas de estudo e de pesquisa
a participantes de programas de formação inicial e continuada de professores para a educação básica.
Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 7 fev. 2006. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11273.htm>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Ministério da Educação. Portaria Normativa n. 2, de 10 de janeiro de 2007. Dispõe sobre os
procedimentos de regulação e avaliação da educação superior na modalidade a distância. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 11 jan. 2007a. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/
pdf/legislacao/portaria2.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Lei n. 11.502, de 11 de julho de 2007. Modifica as competências e a estrutura organizacional
da fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, de que trata
a Lei n. 8.405, de 9 de janeiro de 1992; e altera as Leis n. 8.405, de 9 de janeiro de 1992, e 11.273, de 6
de fevereiro de 2006, que autoriza a concessão de bolsas de estudo e de pesquisa a participantes de
programas de formação inicial e continuada de professores para a educação básica. Diário Oficial
da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 12 jul. 2007b. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2007-2010/2007/Lei/L11502.htm>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Lei n. 12.513, de 26 de outubro de 2011. Institui o Programa Nacional de Acesso ao Ensino
Técnico e Emprego (Pronatec); altera as Leis n. 7.998, de 11 de janeiro de 1990, que regula o Programa
do Seguro-Desemprego, o Abono Salarial e institui o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), n.
8.212, de 24 de julho de 1991, que dispõe sobre a organização da Seguridade Social e institui Plano de
Custeio, n. 10.260, de 12 de julho de 2001, que dispõe sobre o Fundo de Financiamento ao Estudante
do Ensino Superior, e n. 11.129, de 30 de junho de 2005, que institui o Programa Nacional de Inclusão
de Jovens (ProJovem); e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília,
DF, 27 out. 2011. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12513.
htm>. Acesso em: 13 mar. 2018.
Resolução
1. As tecnologias deram impulso aos cursos da EaD, pois facilitaram o acesso às aulas
e aos materiais didáticos. Elas ajudam nos avanços da Educação a Distância, pois
facilitam o acesso a lugares mais remotos e de forma cada vez mais fácil. O grande
número de alunos também ajuda a baratear cursos e materiais.
Atendia aos interesses das oligarquias ru- Surge a partir da luta de movimentos so-
rais, que moldavam a sociedade campone- ciais para colocar como ponto central de
sa de acordo com suas necessidades. debate a identidade do homem do campo.
Escola rural sob modelo urbano, tendo Escola que tem no campo, e principalmen-
como ponto de partida que o campo era te no homem do campo, a questão central
local inferior às cidades. para elaboração das práticas pedagógicas.
Cope
Iniciativas de garantia
Apoio a processos de
Apoio à discussão e Monitoramento das de acesso e perma-
discussão e implemen-
elaboração de projetos políticas de Educação nência dos povos
tação de projetos de
político-pedagógicos. Indígena. indígenas no Ensino
Educação Profissional.
Superior.
A legislação nacional entende que os povos indígenas devem ter uma educação espe-
cífica, já que é necessário considerar prioritariamente suas diferenças culturais e sociais,
a interculturalidade, o estudo bilíngue e multilíngue. É da competência do Ministério da
Educação (MEC) a coordenação nacional das políticas de Educação Indígena, cabendo aos
Estados e Municípios a execução para garantia desse direito dos povos indígenas. Dentro
da lei maior brasileira, a Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988), merecem destaque
os artigos 210, 231 e 232.
O artigo 210 fixa os conteúdos mínimos para o Ensino Fundamental. Há uma preo-
cupação em assegurar os conteúdos básicos para formação comum, porém respeitando os
valores culturais e artísticos nacionais e regionais. Vejamos os parágrafos que se referem ao
ensino religioso e de língua:
§ 1o O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horá-
rios normais das escolas públicas de ensino fundamental.
§ 2o O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, asse-
gurada às comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas
e processos próprios de aprendizagem.
[...]
Desta forma, Borsatto (2010), Luciano (2006), Markus (2006) e Mota (2012),
apresentam a implantação da educação escolar indígena em momen-
tos historicamente distintos, iniciando a parti r do século VI até os dias
atuais, com a Promulgação da Constituição Federal. Entretanto, Markus
(2006) destaca que os modos introdutórios da educação escolar indígena,
reforçaram a violência cultural promovida pelo exercício da negação do
modo de viver do índio e pela injunção de valores da sociedade e, é nesta
perspectiva que as TIC podem ser utilizadas, não com o intuito de tentar
apagar a injunção histórica cometida aos povos indígenas, mas como pos-
sibilidade da visibilidade das populações indígenas, por meio do regis-
tro e compartilhamento do seu modo de viver e de seus pleitos culturais,
dando visibilidade a sua cultura, que é o centro dos processos educacio-
nais, pautados no ensino diferenciado, específico, bilíngue e intercultural.
[...] Nesta perspectiva, as TIC nas comunidades indígenas devem ser utili-
zadas como ferramentas de apoio e de socialização de seu modo de vida e
não para desconstrução da identidade do índio, como menciona Renesse
(2015) em que as comunidades indígenas visualizam o uso da internet,
como uma possibilidade indispensável para a transmissão de suas ideias
e processos culturais, tornando-se um dispositivo de comunicação funda-
mental para os que antes não tinha voz e nem evidência nas mídias.
Atividades
1. Quais são as adaptações necessárias para a Educação do Campo?
3. De acordo com nossa legislação vigente, em qual língua os professores devem minis-
trar as aulas para os alunos indígenas?
Referências
BRASIL. Lei n. 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 27 dez. 1961. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L4024.htm>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Lei n. 5.371, de 5 de dezembro de 1967. Autoriza a instituição da “Fundação Nacional do
Índio” e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 6 dez. 1967.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/L5371.htm>. Acesso em: 13 mar.
2018.
_____. Constituição (1988). Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 5 out. 1988.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 13
mar. 2018.
_____. Ministério da Educação. Decreto n. 26, de 4 de fevereiro de 1991. Dispõe sobre a Educação
Indígena no Brasil. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 5 fev. 1991. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/D0026.htm>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 23 dez. 1996. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Ministério da Educação. Resolução CNE/CEB n. 1, de 3 de abril de 2002. Institui
Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 9 abr. 2002. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_
docman&view=download&alias=13800-rceb001-02-pdf&category_slug=agosto-2013-
pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Lei n. 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que es-
tabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino
a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências. Diário
Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 10 jan. 2003. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.639.htm>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Lei n. 11.645, de 10 de março de 2008. Altera a Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, mo-
dificada pela Lei n. 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História
e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 11
mar. 2008. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm>.
Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Decreto n. 6.861, de 27 de maio de 2009. Dispõe sobre a Educação Escolar Indígena, define
sua organização em territórios etnoeducacionais, e dá outras providências. Diário Oficial da União,
Poder Executivo, Brasília, DF, 28 maio 2009a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2007-2010/2009/decreto/d6861.htm>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Ministério da Educação. Resolução n. 5, de 17 de dezembro de 2009. Fixa as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 18 dez. 2009b.
Disponível em: <http://www.seduc.ro.gov.br/portal/legislacao/RESCNE005_2009.pdf>. Acesso em: 13
mar. 2018.
_____. Decreto n. 7.747, de 5 de junho de 2012. Institui a Política Nacional de Gestão Territorial e
Ambiental de Terras Indígenas – PNGATI, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder
Executivo, Brasília, DF, 6 jun. 2012a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2012/decreto/d7747.htm>. Acesso em: 13 mar. 2018.
Resolução
1.
I – conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e
interesses dos alunos da zona rural;
II – organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar às
fases do ciclo agrícola e às condições climáticas;
III – adequação à natureza do trabalho na zona rural.
Criado pela Portaria MEC n. 1.144/2016 e regido pela Resolução FNDE n. 5/2016, o
Programa Novo Mais Educação tem por objetivo melhorar a aprendizagem e o desempenho
dos alunos em Língua Portuguesa e Matemática, por meio da ampliação da jornada escolar
das crianças e dos adolescentes.
A finalidade do programa é contribuir para:
I – alfabetização, ampliação do letramento e melhoria do desempenho em língua
portuguesa e matemática das crianças e dos adolescentes, por meio de acompa-
nhamento pedagógico específico;
II – redução do abandono, da reprovação, da distorção idade/ano, mediante a
implementação de ações pedagógicas para melhoria do rendimento e desempe-
nho escolar;
III – melhoria dos resultados de aprendizagem do ensino fundamental, nos anos
iniciais e finais;
IV – ampliação do período de permanência dos alunos na escola. (BRASIL, 2018a).
O processo de adesão acontece em cooperação com as secretarias estaduais, distrital e
municipais de educação, por meio do módulo PAR do Sistema Integrado de Monitoramento,
Execução e Controle (Simec), com a devida indicação das escolas que estão habilitadas para
a adesão.
O principal protagonista da educação é, sem dúvida alguma, o aluno, pois ele é o centro
de todo o processo, é para ele que a escola foi construída. Junto dele trabalha o professor,
que tem um papel primordial, pois gerencia o processo de ensino-aprendizagem. Mas a
função do docente vai além, ele ajuda ainda a formar cidadãos que vão atuar na sociedade
e, consequentemente, torna-se assim um agente de mudança social.
A educação é um processo natural que acontece o tempo todo, com todo mundo e em
todo lugar. Nós estamos sempre aprendendo. No entanto, a educação formal tem o objetivo
de, muito mais que transmitir saberes historicamente construídos, atuar na formação inte-
gral das pessoas.
Por esse ser um processo tão denso, não cabe apenas ao professor toda essa carga, a
própria Constituição Brasileira de 1988 estabelece que educação é “um direito para todos,
um dever do Estado e da família”(BRASIL, 1988). Somos, assim, todos responsáveis pela
educação de nossos jovens.
No espaço escolar, no entanto, há uma especificidade clara, definida: dar subsídios aos
estudantes para conhecer o lugar em que estão e poder tomar decisões críticas e conscien-
tes do que querem fazer. Para isso, deve-se formar um currículo voltado para o interesse
da população em geral, além de contar com conteúdos mínimos estabelecidos por lei. Ele
deve ainda ser subsidiado por princípios de convivência mínimos: a formação de indivíduos
como cidadãos conscientes de seus direitos e deveres inseridos em determinado meio social.
Esses desafios e tensões são apontados por Candau (2008) a partir da aná-
lise dos artigos publicados na Revista Brasileira de Educação, nos anos de
2008 a 2012. A autora ressalta, em suas análises, as principais discussões
sobre essa temática à luz das diferentes abordagens do multiculturalismo
e da interculturalidade e, embora constate o pequeno número de textos
que abordam a diferença cultural, encontra questões significativas e desa-
fiadoras, tanto para as sociedades, quanto para a escola atual e, em par-
ticular, para os processos educacionais e as práticas pedagógicas. Dentre
eles se destacam: questões de gênero, sexualidade, relações étnico-raciais,
tensões entre igualdade e diferenças e direitos humanos. A maior parte
dos textos analisados por Candau (2008) são de reflexão teórica e analí-
tica a respeito da interculturalidade e do multiculturalismo, e um número
bem menor de pesquisas voltadas para o “chão da escola”.
[...]
Atividades
1. Qual é a intenção do Plano Nacional de Educação (PNE 2014/2024)?
Referências
BRASIL. Constituição (1988). Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 5 out. 1988.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 13
mar. 2018.
_____. Lei n. 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 23 dez. 1996. Disponível em: <www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 13 mar. 2018.
_____. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacio-
nais: pluralidade cultural, orientação sexual. Brasília, DF: MEC/SEF, 1997.
_____. Ministério da Educação. Resolução/CD/FNDE n. 006, de 24 de abril de 2007. Estabelece as
orientações e diretrizes para execução e assistência financeira suplementar ao Programa Nacional
de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede Escolar Pública de Educação Infantil –
PROINFÂNCIA. Brasília, DF, 24 abr. 2007a. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/
resolucao_n6_240407_proinfancia_medida18.pdf.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2018.
Resolução
1. A intenção do PNE é garantir o direito à Educação Básica com qualidade, promo-
vendo assim o acesso, a universalização do ensino obrigatório e a ampliação das
oportunidades educacionais.
3. O Proinfo foi criado com a finalidade de promover o uso das tecnologias como ferramen-
ta de enriquecimento pedagógico no Ensino Fundamental e no Ensino Médio público.
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