Você está na página 1de 17

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA 1

Relatório da aula prática Nº 01


Calor de neutralização e calor de mistura

Aluna: Vaniller Duarte da Conceição


Professora Eliane Medeiros
Turma: QC

14 de agosto de 2017
Recife – PE
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 3
1.1 CALOR DE MISTURA ...................................................................................... 3
1.2 CALOR DE NEUTRALIZAÇÃO ........................................................................... 4
2. OBJETIVOS ................................................................................................... 5
3. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................. 5
3.1 CALOR DE MISTURA ...................................................................................... 5
3.1.1 Materiais ............................................................................................. 5
3.1.2 Método ................................................................................................ 5
3.2 CALOR DE NEUTRALIZAÇÃO ........................................................................... 6
3.2.1 Materiais ............................................................................................. 6
3.2.2 Método ................................................................................................ 6
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................... 7
4.1 CALOR DE MISTURA ...................................................................................... 7
4.2 CALOR DE NEUTRALIZAÇÃO ......................................................................... 10
5. CONCLUSÕES ............................................................................................ 13
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 13
QUESTÕES - CALOR DE NEUTRALIZAÇÃO ................................................ 14
QUESTÕES - CALOR DE MISTURA .............................................................. 16
Calor de neutralização e calor de mistura

1. INTRODUÇÃO

Nos processos químicos e físicos ocorrem efeitos térmicos devido à


ocorrência ou não de reação química, que podem ser mensurados por métodos
e técnicas, como a calorimetria. A calorimetria permite medir a variação de
entalpia associada a uma mistura de compostos que não reagem entre si (calor
de mistura) e as variações de energia que ocorrem quando há uma reação
química, pela liberação ou absorção de calor.

Nas reações entre ácidos e bases podemos medir o calor de


neutralização. Para ser possível a mediação dos calores de mistura e
neutralização a calorimetria se utiliza do calorímetro, que é um aparelho isolado
termicamente do meio ambiente, evitando assim a troca de calor com o
ambiente. Dentro de um calorímetro ocorrerá a troca de calor entre os
compostos, sendo o calor cedido igual ao calor recebido. Utiliza-se os
calorímetros para monitorar as mudanças de temperatura e, conhecendo a
propriedade denominada capacidade calorífica do calorímetro, pode-se
converter as variações de temperatura em quantidade de calor.

1.1 Calor de mistura

No experimento para determinação do calor de mistura entre a acetona e


o clorofórmio, buscou-se calcular o calor integral e o calor diferencial de solução.
Ao misturar esses componentes ocorrerá uma liberação de calor, devido aos
efeitos da diluição e também pela formação de ligações de hidrogênio.

Para realizar esses cálculos, utiliza-se as equações a seguir:

- Para calor integral: ∆H = Cmist∆T (1)

- Para calor diferencial: ∆h2 = ∆H – x1[d(∆H)/dx1] (2)

Onde x1 é a fração molar do soluto.

Para o cálculo do Cmist utilizou-se a seguinte equação:

Cmist = xACPA + xbCPB (3)

3
Onde xA e CPA são a fração molar e calor específico molar de acetona e xb e CPB
é a fração molar e calor específico molar de clorofórmio.

1.2 Calor de neutralização

Com a reação entre o ácido e a base ocorrerá um aumento na temperatura


devido à liberação de calor pela reação. Quanto maior a força do ácido, maior
será o calor de neutralização. Ácidos e bases fortes se encontram dissociados
completamente em água e o calor de neutralização vai ser numericamente igual
ao calor de dissociação da água.

Para realização dos cálculos, é necessário o conhecimento da capacidade


calorifica do calorímetro e da solução (C).

Fazendo um balanço térmico obtemos:

𝑑𝐸
= 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 − 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑒 𝑠𝑎𝑖
𝑑𝑡
𝑑𝐸
No estado estacionário tem-se: =0
𝑑𝑡

Fazendo-se as substituições obtém-se:

C = mH2OcH2O(T1 – TF) / (TF – T2) (4)

Sendo:

T1 - temperatura inicial da água aquecida;


T2 - temperatura inicial da água à temperatura ambiente no calorímetro;
TF - temperatura de equilíbrio.
Com a capacidade calorífica do calorímetro e da água utilizada encontra-se a
variação de entalpia pela equação: ∆H = - Csistema∆T/ n (5)
Onde: n – número de mols neutralizados.

C = Cáguamáguatotal + Ccal (6)

4
2. OBJETIVOS

 Determinar a capacidade calorífica de um calorímetro;


 Determinar calor de neutralização dos ácidos fosfórico, sulfúrico,
clorídrico e acético;
 Determinar os calores integral e diferencial de misturas entre soluções de
acetona e clorofórmio.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Calor de mistura

3.1.1 Materiais

 Acetona  Becker
 Clorofórmio  Calorímetro
 Termômetros  Provetas 100 mL
 Cronômetro

3.1.2 Método

- Fez-se 09 soluções de acetona com frações molares variando de 0,1 a 0,9 e


soluções de clorofórmio com frações molares variando de 0,9 a 0,1. Cada par de
solução acetona-clorofórmio foi preparado para que a massa total fosse de 200g.

- As massas de acetona foram calculadas pela equação:

mA = 189,4xA / (1 – 0,527xA) (7)

- Transformou-se as massas calculadas em volumes, utilizando as densidades,


sendo a densidade do clorofórmio 1,483 g.mL-1 e a da acetona 0,79 g.mL-1,
ambas a 20°C.

- Colocou-se a primeira fração de acetona no calorímetro e se mediu a


temperatura, também se mediu a temperatura da fração de clorofórmio
correspondente.

- Adicionou-se a solução de clorofórmio no calorímetro e fez-se medições da


variação de temperatura até a mesma se estabilizar.

5
- Com os valores de temperatura inicial e final, calculou-se o calor de mistura do
par.

- Repetiu-se o processo para os pares restantes.

3.2 Calor de neutralização

3.2.1 Materiais

 Termômetro  Ácido sulfúrico, fosfórico,


 Becker acético, clorídrico
 Provetas  Hidróxido de sódio 0,2M
 Calorímetro  Cronômetro

3.2.2 Método

1ª parte: determinação da capacidade calorífica do calorímetro

- Colocou-se 150 mL de água destilada à temperatura ambiente no calorímetro


e mediu-se a temperatura.

- Aqueceu-se água e com uma proveta foi medido 50 mL da mesma. Mediu-se a


temperatura da água quente.

- Imediatamente após a medição de temperatura da água quente, adicionou-a


ao calorímetro e fez-se as leituras de temperatura de 10 em 10 segundos, até a
mesma se manter estável.

2ª parte: determinação do calor de neutralização

- Mediu-se 150 mL de hidróxido de sódio 0,2M e o colocou no calorímetro. Mediu-


se a temperatura até que ficasse constante.

- Tomou-se 50 mL de ácido fosfórico 0,8M, mediu-se sua temperatura e o


colocou rapidamente no calorímetro.

- Anotou-se a variação de temperatura a cada 5 segundos até a temperatura se


manter constante.

- Repetiu-se o processo para os ácidos clorídrico, sulfúrico e acético.

6
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Calor de mistura

Para efetuar o procedimento do experimento foi necessário calcular as


massas de acetona, e com isso calcular os volumes que seriam utilizados para
o preparo das misturas. As massas foram calculadas utilizando a equação (6) e
convertidas em volume. Os volumes de acetona e clorofórmio podem ser
observados na Tabela 1.

Tabela 1 – Frações molares e volumes


Volume clorofórmio
Fração acetona Volume acetona (mL) Fração clorofórmio
(mL)
0,1 12,5 0,9 128,1
0,2 26,8 0,8 122,6
0,3 42,7 0,7 112,5
0,4 60,8 0,6 102,5
0,5 81,4 0,5 91,5
0,6 105,2 0,4 78,5
0,7 133 0,3 64
0,8 165,8 0,2 46,6
0,9 205,2 0,1 25,5

Os calores específicos da acetona e do clorofórmio são respectivamente


0,53 e 0,24 cal/g.K. Para utilizar a equação (3), dividiu-se os calores específicos
pelas massas molares respectivas e obtemos os calores específicos molares que
são CPA = 30,74 e CPB = 28,68 cal/mol.K. O cálculo dos calores de mistura foi
assim efetuado para evitar o gasto excessivo de reagentes. O calor de mistura
calculado pela equação (3) é uma boa aproximação por levar em conta os dois
componentes que estão sendo misturados.

Efetuando os cálculos dos calores de mistura para cada par (acetona +


clorofórmio), e utilizando os dados de temperatura que foram coletados na
prática, e utilizando a equação (1) obtemos o calor de mistura integral. Os
resultados podem ser observados na Tabela 2, onde temos o calor de mistura
integral em módulo.

7
Tabela 2 – Calor integral da mistura acetona + clorofórmio para cada par
x(acet x(clorofó Capacidade Tinicia Tfinal Delta Calor de Mistura
ona) rmio) Calorífica (cal/mol.K) l(oC) (oC) T(oC) Integral (cal/mol.K)
0,1 0,9 28,886 27 34 7 202,20
0,2 0,8 29,092 - - - -
0,3 0,7 29,298 - - - -
0,4 0,6 29,504 - - - -
0,5 0,5 29,71 30 36 6 178,26
0,6 0,4 29,916 34 39 5 149,58
0,7 0,3 30,122 31 37 6 180,73
0,8 0,2 30,328 30 34,5 4,5 136,48
0,9 0,1 30,534 28 30,5 2,5 76,34

Com os dados da Tabela 2 foi possível construir o gráfico do calor de


mistura integral versus fração molar de acetona, que pode ser observado na
Figura 1.

Calor de Mistura versus fração molar da Acetona


250
Calor de Mistura (cal/mol)

200

150

100 y = -255.1x2 + 122.08x + 189.53


R² = 0.8086

50

0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Fração Molar da Acetona

Figura 1 – Gráfico calor de mistura integral versus fração molar de acetona

Na Tabela 2 e na Figura 1 podemos observar a falta de 3 pares de frações


molares; essas frações não puderam ser calculadas pela equipe.
Podemos observar que ao fazer a mistura a temperatura aumenta,
indicando que ocorre uma liberação de calor. Esse efeito não ocorre somente
pela diluição, mas também devido ao calor envolvido na formação das ligações
de hidrogênio entre a acetona e o clorofórmio. Segundo:

(CH3)2C=O + HCCl3  (CH3)2C=O...HCCl3

8
Observando o gráfico exposto na Figura 1, observa-se que a função
quadrática obtida através do mesmo se ajusta de uma forma não tão boa quanto
esperado (R2 = 0,8086), mas ainda de forma aceitável. Nota-se que na mistura
com frações equimolares o calor integral foi alto, isso nos mostra que há uma
associação entre os componentes da mistura, e seria o esperado para as
misturas mais próximas de frações equimolares.

As misturas dos pares 0,1 e 0,9 e 0,3 e 0,7 apresentam comportamentos


não esperados, pois os seus calores de mistura deveriam ser mais baixos que
os da mistura equimolar. As outras frações apresentadas têm o comportamento
desejado. Esse comportamento pode ser explicado por um erro no preparo das
misturas, e erros na medição da temperatura.

Para o cálculo do calor diferencial, utilizou-se a equação (2). Para achar


d(∆H)/dx1, derivou-se a equação da curva do gráfico calor integral versus fração
molar e se calculou a derivada em cada ponto. Os valores dos calores
diferenciais de mistura encontram-se na Tabela 3.

Tabela 3 – Calor Diferencial da Mistura


x(acetona) Calor Diferencial da Mistura (cal/mol)
0,1 195,1
- -
- -
- -
0,5 244,77
0,6 260,0
0,7 345,27
0,8 365,34
0,9 379,725

Com esses dados, foi possível construir um gráfico do calor diferencial


versus fração molar de acetona que pode ser observado na Figura 2. Não foi
possível o cálculo das frações molares 0,2, 0,3, 0,4 pois eram necessários os
valores de calor de mistura integral, como pode ser observado na equação (2).

9
Calor diferencial da mistura versus Fração Molar da
acetona
Calor diferencial da mistura (cal/mol) 400
350
300
250
200
150
100
50
0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Fração molar da acetona

Figura 2 - Gráfico do calor de mistura diferencial versus fração molar de acetona

Na Figura 2, nota-se o comportamento crescente do calor diferencial de


mistura com o aumento da concentração de acetona, isso se deve devido à
definição do calor diferencial, que mede o calor liberado ou absorvido, quando 1
mol do soluto é dissolvido numa quantidade infinita de solução de concentração
não variável.

4.2 Calor de neutralização

Para fazer o experimento do calor de neutralização era necessário o


conhecimento da capacidade calorífica do calorímetro e da solução. Fez-se três
repetições para o cálculo da capacidade calorífica do calorímetro, a mesma foi
calculada utilizando a equação (4), e os resultados se encontram na Tabela 4.

Tabela 4 – Calibração do Calorímetro


o o
T1( C) T2( C) TF(oC) Capacidade Calorífica do Calorímetro (J/mol)
1 65,5 28 38 575,3
2 75 27 38 703,67
3 77 26 38 679,9
Média 652,95

Para os cálculos seguintes, utilizou-se o valor médio, Ccal = 652,95 J/mol.


O valor da capacidade calorífica por se considerado alto, afirmando a finalidade
do mesmo em não perder calor e consequentemente não variar a temperatura
dos corpos nele inseridos.

10
Com a capacidade calorífica do calorímetro, é possível, utilizando a
equação (5), calcular a variação de entalpia das reações de neutralização. O
sinal negativo da equação 5, é convencionado pois a reação é exotérmica.

O valor para C da equação 5, é calculado pela equação 6, obtendo-se o


valor de Csistema = 1489,75 J/mol.

O valor para n foi igual a 0,03 para todos os casos. Foi utilizado esse valor
de n, pois a base é o reagente limitante da reação, e como foi utilizado 150 mL
com a base 0,2M, obtém-se esse número de mols.

Foi realizada apenas uma medição para cada reação de neutralizado,


devido o gasto de reagente. Os valores de calor de neutralização estão
mostrados na Tabela 5.

Tabela 5 – Determinação dos calores de neutralização


PRIMEIRA MEDIÇÃO
Reação de Calor de Neutralização
o o o
Neutralização Tinicial( C) Tfinal( C) ΔT( C) (J/mol)
NaOH + HCl 27 27,8 0,8 - 39646,67
NaOH + H2SO4 29 30 1 - 49658,33
NaOH + CH3COOH 28,5 29,1 0,6 - 29795,0
NaOH + H3PO4 27 29 2 - 99316,67

Os ácidos são compostos moleculares que são ionizados na água


formando íons H3O+ e o ânion correspondente, que são dispersados na solução.
Quanto mais íons o ácido produz, maior será o calor de neutralização. Nota-se
que o experimento confirma a teoria de que quanto maior a força do ácido, maior
será o calor de neutralização do mesmo.

Nota-se que o valor do calor de neutralização do H3PO4 foi maior que o


do H2SO4. Isso não é esperado, pois o ácido fosfórico é mais fraco que o ácido
sulfúrico. Esse valor para o calor de neutralização do ácido fosfórico não é o
esperado, indicando que pode ter ocorrido um erro na hora da medição.

Espera-se que o calor de neutralização de ácidos fortes seja igual ao calor


de dissociação da água, porém, com o sinal trocado (-55,9 kJ/mol). Vemos que
os ácidos fortes obtiveram valores distantes do esperado, isso pode ter ocorrido
devido ao fato de os ácidos inicialmente não estarem na temperatura de 25°C,
na qual está determinada a entalpia de dissociação da água.

11
O erro também pode ter sido ocasionado pelos ácidos não serem o
reagente limitante da reação. Se utilizássemos os ácidos como reagente
limitantes, se teria um n = 0,04 e mantendo as temperaturas e a capacidade
calorífica do sistema igual a utilizada para os cálculos da tabela 5, obteríamos
os valores mostrados na Tabela 6.

Tabela 6 – Determinação dos calores de neutralização na situação hipotética.


PRIMEIRA MEDIÇÃO
Reação de Calor de Neutralização
o o o
Neutralização Tinicial( C) Tfinal( C) ΔT( C) (J/mol)
NaOH + HCl 27 27,8 0,8 - 29759,5
NaOH + H2SO4 29 30 1 - 37243,75
NaOH + CH3COOH 28,5 29,1 0,6 - 22346,25
NaOH + H3PO4 27 29 2 - 74487,5

Percebe-se que os valores também não se aproximaram do calor de


dissociação da água. Vemos pela equação 5 (∆H = - Csistema∆T/ n) que o ∆T
influência diretamente no valor de ∆H, como o Csistema teve um valor aproximado
bom, e o n é um valor fixo, pode-se assumir que o baixo valor na variação da
temperatura é o fator que mais influência para os resultados diferirem do
esperado.

12
5. CONCLUSÕES

Com o experimento foi possível verificar que para se analisar a variação


de energia de processos é necessário calibrar o calorímetro, ou seja, calcular
sua capacidade calorífica.

Na prática, sobre calor de neutralização foi possível avaliar que o seu valor
está associado a força dos eletrólitos. Foi verificado que os ácidos mais fortes
produzem os maiores calores, mas não foi possível verificar que o calor de
neutralização é numericamente igual ao calor de dissociação da água, em
módulo, como era esperado.

Na análise do calor de mistura integral entre acetona e clorofórmio, pode-


se notar a tendência de apresentar um comportamento parabólico, apresentando
um máximo que indica a maior associação desses componentes. No calor de
mistura diferencial, verificou-se a relação entre as frações de acetona (soluto) e
o valor do calor diferencial, notando-se que ao aumentar as frações o calor de
diferencial também sofria aumento.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BUENO, W.A.; DEGREVE, L. Manual de Laboratório de Físico-Química. São Paulo:


McGraw-Hill do Brasil, 1980.
GUERCHON José – Calor de neutralização - < http://web.ccead.puc-
rio.br/condigital/mvsl/museu%20virtual/visualizacoes/calor/pdf_vis/Vis_calor_de_neutr
alizacao.pdf > Acesso em: 19 de agosto de 2017.

13
Questões - Calor de neutralização

1º) Deduza as Equações 1 e 2, considerando que a quantidade de água do


sistema não é constante e que a capacidade calorífica do calorímetro, sem
água, é igual a C.
Fazendo um balanço térmico do calorímetro temos:

Energia acumulada = energia cedida – energia absorvida

𝑑𝐸
= 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 − 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑒 𝑠𝑎𝑖
𝑑𝑡
𝑑𝐸
Em estado estacionário: =0
𝑑𝑡

m H 2O c H 2O (T1  TF )  m cal c cal (TF  T2 )



C

m H 2O c H 2O (T1  TF )  C(TF  T2 )
Chegamos na equação 1:
𝑚𝐻2𝑂 𝑐𝐻2𝑂 (𝑇1 − 𝑇𝐹 )
𝐶=
(𝑇𝐹 − 𝑇2 )

Para equação 2 utilizamos a primeira lei da termodinâmica na forma diferencial:

d (nU )  dQ  dW

d(nU )  dQ  Pd(nV )
dQ  d(nU )  Pd(nV )

Para uma mudança de estado a pressão constante:


dQ  d(nU )  d(nPV )  dn(U  PV)

dQ  d(nH )

A integração fornece:
Q  nH

Q
H 
n
∆H = C∆T/n

14
2º) Explique a natureza do calor de neutralização

O calor de neutralização é a denominação dada a variação de entalpia nas


reações entre ácidos e bases, reações de neutralização.

3º) Discuta os fatores que influenciam a determinação do calor de


neutralização dos ácidos pouco dissociados.
O calor de neutralização está ligado a quantidade de íons que estão no meio
reacional. Quando o ácido é fraco ele não se encontra completamente dissociado
e isso influencia para que o calor de neutralização seja menor.

4º) Discuta a influência da solvatação sobre o calor de neutralização.


Como o calor de neutralização é influenciado pela presença de íons, ao ocorrer
a dissociação as moléculas de água rodeiam os íons e impedem a sua reação e
isso faz com que o calor de neutralização diminua.

5º) Explique os diferentes calores de neutralização encontrados no


experimento.
Os calores encontrados no experimento para os ácidos fortes (ácido clorídrico e
ácido sulfúrico) foram altos como se era esperado, mas não foram tão próximos
em módulo ao calor de dissociação da água, o que deveria acontecer pela teoria.
O ácido acético sendo fraco, teve um calor de neutralização mais baixo que o
dos ácidos fortes por não se encontrar totalmente dissociado. O fosfórico teve o
calor de neutralização mais alto, mas isso não deveria ter ocorrido por ser um
ácido mais fraco, indicando assim um erro na realização da sua medição.

6º) Em solução diluída e a 25°C, quando um ácido forte é neutralizado por


uma base forte, cerca de 55.892 J são liberados por mol de água formada.
A partir do hidrogênio e do oxigênio gasosos cerca de 285.838 J são
liberados na formação de 1 mol de água. Usando esses dados, calcule a
soma dos calores de formação dos íons H +(aq) e OH-(aq).
Aplicando a lei de Hess com as equações mencionadas obtemos:
H2(g) + ½O2(g)  H2O(l) ΔHo = –285.838 J
H2O(l)  H+(aq) + OH-(aq) ΔHo = +55.892 J
------------------------------------------------------------------------------------

15
H2(g) + ½O2(g)  H+(aq) + OH-(aq) ΔHro = –229.946 J
E como: H or  nH of (produtos )  nH of (reagentes )
Temos então:
  
H or  1  H of (H  , aq)  1  H of (OH  , aq)  H of (H 2 , g)  0,5  H of (O 2 , g) 
 
 229.946 J  1  H of (H  , aq)  1  H of (OH  , aq)  0  0

H of (H  , aq)  H of (OH  , aq)  229.946 J

Questões - Calor de mistura

1º) Substituindo os reagentes pela água e o dimetilsulfóxido, água e


dimetilformamida, água e acetona, água e dioxano, em quais casos existiria
a formação do composto de adição?
Em todas as misturas, pois se tem compostos polares e assim formação de
ligações de hidrogênio.

2º) Que conclusões pode-se tirar comparando as misturas clorofórmio-


tetracloreto de carbono, acetona-clorofórmio e acetona–tetracloreto de
carbono na proporção molar 1:1?
Fazendo a análise pela polaridade dos compostos obtemos as seguintes
conclusões:
CHCl3-CCl4 - a energia das interações soluto-soluto e solvente-solvente são mais
favorecidas do que as interações soluto-solvente, pois o clorofórmio é polar e o
tetracloreto de carbono é extremamente apolar. A mistura tende a ser
endotérmica.
Acetona-CHCl3 - as energias das interações soluto-solvente são mais
favorecidas do que as interações soluto-soluto e solvente-solvente, pois o
clorofórmio e a acetona são polares, ocorre ainda a formação de ligações de
hidrogênio entre os dois compostos, aumentando, assim, o calor de mistura.
Acetona-CCl4 - a energia das interações soluto-soluto e solvente-solvente são
mais favorecidas do que as interações soluto-solvente, pois a acetona é polar e
o tetracloreto de carbono é extremamente apolar. A mistura tende a ser
endotérmica.

16
3º) Compare os valores obtidos no gráfico ΔH = f(x) e os valores obtidos
nas misturas acima. Que conclusões pode-se tirar?
As misturas que tem interações soluto-soluto maiores que as interações
solvente-solvente tendem a ser endotérmicas, ou seja, as misturas tetracloreto
de carbono – clorofórmio e tetracloreto de carbono-acetona. A mistura
clorofórmio-acetona tende a ser exotérmica pois as interações soluto-solvente
são maiores que as interações soluto-soluto e solvente-solvente.

4º) Quais os possíveis erros do experimento?


Pode-se ter erros devido a má operação dos instrumentos, erro por conta do
operador, as condições do ambiente em que se realizou a prática, e perda de
massa por evaporação das substâncias mais voláteis.

5º) Como se poderia provar se o solvente tem influência ou não nos calores
da mistura?
Ao se realizar experimentos em que os solventes têm diferenças de propriedades
e manter o soluto nas mesmas condições, e assim realizar os cálculos para os
calores de mistura de cada par soluto-solvente.

6º) Os calores de mistura seriam idênticos aos calores de dissociação em


casos como a dissolução do KNO3 em água?
Os valores seriam diferentes devido a diferença nas interações que ocorrem
entre o KNO3 – água. Comparando com o caso da mistura acetona-clorofórmio,
o calor de mistura do KNO3 seria maior devido as interações serem mais fortes
que a da mistura do experimento.

17

Você também pode gostar