H1 SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010

%HermesFileInfo:H-1:20101004:

estadão.com.br

Veja no site do ‘Estado’

a repercussão dos
resultados pelo Brasil
http://estadão.com.br

SERGIO NEVES/AE

Congresso Pernambuco São Paulo

Governistas conquistam maioria Campos obtém reeleição Alckmin é eleito por
na Câmara e no Senado com votação recorde margem estreita de votos
Pág. H10 Pág. H20 Pág. H15

FOTOS: CLAYTON DE SOUZA/AE, TIAGO QUEIROZ/AE E MARCIO LIMA / AFP

A decisão ficou para o dia 31 – e para os eleitores de Marina

Silva. Dilma Rousseff, com 47%,
acabou abaixo da margem de erro das pesquisas.
José Serra, com 33%, disputará o segundo
turno com a candidata do governo. O ex-governador de São
Paulo ficou no limite superior da margem de erro;
Marina Silva, com 19%, também.
Durante a campanha, Marina, ex-ministra do Meio
Ambiente de Lula, criticou tanto Dilma quanto Serra.
Em discurso ontem à noite, ela não revelou quem apoiará no segundo
turno. O assédio à senadora acreana começou ontem mesmo, por
enviados de Dilma e de Serra. O candidato tucano, que enfrentava a
ameaça de não haver segundo turno, fez discurso eufórico, por volta
de meia-noite. Pela manhã, Dilma procurou não esmorecer: “A
militância que eu represento é melhor diante de obstáculos do que
diante da facilidade.” À noite, ela disse que suas propostas ficarão
mais claras a partir de agora. As campanhas de ambos serão
redesenhadas. O resultado frustra a expectativa do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, cujo engajamento na campanha foi sem
precedentes nesses 21 anos de eleições diretas. Lula apostou sua
popularidade e colocou o peso de seu cargo na candidatura de sua
ministra-chefe da Casa Civil, que nunca disputara eleição e era
desconhecida da maioria dos brasileiros até a campanha deste ano.

Os eleitores pedem mais tempo

7 8 9 10 11 12
H2 Eleições 2010
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SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010 O ESTADO DE S. PAULO

MARINA SILVA

Candidata do PV vira fiel da balança no

2º turno e já sofre assédio de PT e PSDB
Com mais de 19 milhões
de votos, Marina venceu
no DF, ficou em 2º em
5 Estados e sai da
disputa fortalecida
Roldão Arruda
O PV fechou o primeiro turno
das eleições em clima de festa
e com um tremendo dilema pe-
la frente. A festa é pelos sur-
preendentes 19,6 milhões de
votos dados à candidata Mari-
na Silva. O dilema é sobre o
que fazer no segundo turno.
O assédio do PT e do PSDB pe-
la fatia de quase 20% do eleitora-
do brasileiro, que pode ser o fiel
da balança no segundo turno, te-
rá fogo pesado. Na verdade, co-
meçou bem antes do fechamen-
to das urnas. Há quase duas se-
manas que José Serra, do PSDB,
vem mantendo discretíssimos
contatos com representantes da
direção nacional do PV.
A definição verde não será fá-
cil. Ontem, na entrevista coleti-
va que deu logo após as urnas
anunciarem o segundo turno,
Marina declarou que o partido
sóvaitomarposiçãoapósconsul-
tas e debates internos – um pro-
cesso que pode se estender por
vários dias. Ela também disse
que a discussão ocorrerá sempre
a partir do programa de governo
que apresentou na campanha.
Umaparte dosassessorespró-
ximos de Marina, recém-filiados
ao partido, defende a ideia de
que ela se mantenha neutra, sem
declarar apoio a nenhum dos
dois candidatos. Por outro lado,
integrantes da direção nacional
do partido querem o alinhamen-
● Para pensar
MARINA SILVA
CANDIDATA DERROTADA DO PV
“Ainda que não tenhamos ido
para o 2º turno, o Brasil tem um
2º turno para pensar duas vezes”
LEONARDO SOARES/AE
to com Serra. Um deles é o presi-
dente da legenda, José Luiz Pen-
na. Essa atitude seria natural, do
ponto de vista dela, consideran-
do que em alguns Estados, como
São Paulo e Rio, PV e PSDB já são
aliados.
Para se ter uma ideia do con-
fronto entre os dois grupos, é in-
teressante observar que Penna
não compareceu à comemora-
ção de Marina, ontem à noite, no
salão de um cineclube, na Vila
Madalena, na zona oeste, em São
Paulo. A candidata apresentou-
se à imprensa e aos militantes
verdes cercada por familiares e
pelo grupo que trouxe para o PV,
quando se filiou à legenda, no
ano passado.
Marina não tem pressa. Quer
ouvir,entreoutrosgrupos,oson-
ze políticos que concorreram a
cargos majoritários nos Esta-
dos.Alguns abandonaramcandi-
daturas próprias para garantir
tempodeexposição paraacandi-
data no palanque eletrônico de
seus Estados. Os candidatos de
Minas Gerais e da Bahia estavam
praticamente eleitos para a Câ-
mara,massesacrificaramemno-
me do projeto nacional.
Também nesse grupo, porém,
não há unanimidade. Se os ver-
des do Rio e de São Paulo tem
mais afinidade com o PSDB, na
BahiapendemparaoPT.Valeob-
servar também que, se a decisão
fossetomada apenas pela cúpula
do partido, prevaleceria a posi-
ção de Penna, que tem maioria
dos votos.
Internamente, comenta-se
queMarina não querficar ausen-
ta dos debates do segundo tur-
no.Masque issonãosignificane-
cessariamente subir no palan-
que de Dilma ou de Serra. Fala-
se que poderia dialogar com os Dilema. Terceira colocada na disputa presidencial, Marina diz que o PV só vai tomar posição após realizar debates internos
dois, como uma espécie de críti-
ca dos programas, uma ombuds- candidatos.Sobreisso,valemen- “arecusaao caminhopersonalis- ambiental”. tem o empresário Ricardo
man dos eleitores verdes. cionar o artigo publicado ontem ta e autoritário”. Mais adiante, A equaçãosobre o que fazer no Young, que também teve uma
Fala-se também que Marina, no Estado pelo ex-presidente para delícia dos ambientalistas segundo turno também levará performance surpreendente na
satisfeita por ter levado a eleição Fernando Henrique Cardoso. que assessoraram a campanha em conta que Marina já é candi- disputa para o Senado, em São
para o segundo, ficaria contente Numa espécie de namoro com verde, afirmou que o PSDB “sa- data potencial à sucessão presi- Paulo.Saiucom4,1 milhãode vo-
se suas propostas fossem incor- a possível aliada, escreveu que be que não há desenvolvimento dencial, em 2014. “Não há dúvi- tos,oequivalentea11%do eleito-
poradas explicitamente pelos Serra e Marina têm em comum de longo prazo sem sustentação da de que ela estará lá”, disse on- rado.

Resultado é festejado
como vitória pela
senadora e aliados
Depois de começar
campanha com 3% e
terminar com mais de
19%, Marina se emociona
ao falar com partidários
A candidata do PV à Presidência
da República, Marina Silva, co-
memorouo resultado obtido on-
tem nas urnas em clima de fes-
ta. Como se tivesse vencido a
eleição, a senadora do Acre exi-
bia uma descontração que não
se viu em nenhum momento da
campanha.
Na avaliação de Marina e de
dirigentes do PV, para uma can-
didatura que começou com ape-
nas 3% das intenções de voto
nas pesquisas, o resultado final
foi muito além do que se espera-
va – no início da madrugada,
com 99,87% dos votos apurados
pelo Tribunal Superior Eleito-
ral (TSE), Marina tinha 19,34%.
Ovacionada. Marina foi ovacio-
nada por partidários ao chegar
por volta das 21 horas ao salão
de um cineclube da Vila Mada-
lena, em São Paulo, para cele-
brar o fim da campanha e con-
Festa. Para partido, resultado final da campanha foi muito além do que se esperava
ceder entrevista coletiva.
Recém-chegada de Rio Bran-
co (AC), onde havia votado, a
candidata do PV estava quase
totalmente sem voz, mas não
demonstrava cansaço.
Antes de fazer um discurso
de agradecimento aos que par-
ticiparam da campanha, cum-
primentou um a um os partidá-
PAULO WHITAKER/REUTERS-1/10/2010
rios, com beijos e abraços.
Alegria. “O coração do Guilher-
me Leal está transbordando de
alegria,comoomeu”,disseMari-
na, com a voz rouca, referindo-
se ao seu vice na chapa.
A euforia contaminava o am-
biente. Os verdes comemora-
vam o total de votos e o fato de
terem empurrado a eleição para
o segundo turno. Ciente de que a
votação obtida mudou o rumo
da eleição presidencial, Marina
não adiantou quem vai apoiar –
preferiu valorizar o feito obtido
nas urnas.
Celebração. “O mais importan-
te é que teremos o segundo tur-
no, e isso é motivo de celebra-
ção”, disse Marina. “As pessoas
terão mais tempo de refletir me-
lhor, conhecer os projetos dos
dois candidatos à Presidência”,
prosseguiu.
“É fundamental que o Partido
Verde faça uma discussão inter-
na e também que esses núcleos
vivos sejam ouvidos, os intelec-
tuais que nos ajudaram e os seg-
mentos independentes.”

puta política a convite da pró-

Dono da Natura diz que tomou gosto pela política
mas quero continuar discutindo
Vice da chapa verde, o País”, afirmou após votar na
Leal afirma que não pensa capital paulista.
Vestido com malha verde e
em nova candidatura, mas acompanhadodocandidatoase-
quer seguir ‘discutindo nador Ricardo Young, Leal che-
novos caminhos’ do País gou ao Colégio Santa Cruz – on-
de votaram os presidenciáveis
Renée Pereira Plínio de Arruda Sampaio, do
PSOL, e José Serra, do PSDB –,
OempresárioGuilhermeLeal,vi- na zona oeste de São Paulo, por
ce-presidentenachapada candi- volta das 11 horas.
data Marina Silva, do Partido Leal demorou cerca de 20 mi-
Verde, parece ter tomado gosto nutos no colégio. Na saída, cum-
pela política. Ele quer se manter primentou alguns eleitores e foi
na vida pública. “Por enquanto, embora para casa, onde ficaria
não penso em me candidatar, até se encontrar com Marina Sil-
va, à tarde. Na saída, disse que
sua primeira campanha foi “en-
tusiasmante”,especialmentede-
pois da arrancada na reta final da
campanha.
Futuro. “Apostamos numa pro-
posta nova que liga o presente e
o futuro, que levanta uma pers-
pectiva de renovação da política
brasileira e dos caminhos de de-
senvolvimento”, disse o empre-
sário, que é dono da empresa de
cosméticos Natura, uma das
maiores do País.
Sem experiência no setor pú-
blico, Leal aceitou entrar na dis-
pria Marina Silva, que anunciou
o empresário como vice de sua
chapa em maio deste ano. “En-
LEONARDO SOARES/AE
trar num universo novo e obter o
resultado que estamos conse-
guindo é, para mim, um motivo
de grande satisfação”, afirmou.
Desafio. Embora reconheça os
desafios de uma campanha elei-
toral, ele garantiu que, em qual-
quer circunstância, quer discu-
tir“novoscaminhos eformaspa-
ra construir um Brasil mais jus-
to, próspero e menos desigual”.
O vice se esquivou, porém, de
falar sobre possíveis apoios do
partido para o segundo turno.
“Somos Marina”, disse. “Nosso
Leal. ‘Apostamos numa proposta que liga o presente e o futuro’ apoio é para a Marina.”
 Eleições 2010 H3
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O ESTADO DE S. PAULO SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010

“É preciso abrir a campanha, as deci- ganhar de primeira?

DORA sões não podem ser solitárias”, acres-
centava o agora senador eleito que
“Paciência, vamos tocar exata-
mente como fizemos até agora, está

KRAMER dois dias antes havia dado entrevista

falando longamente sobre a necessida-
de de um “freio de arrumação” na seara
●
✽ dora.kramer@grupoestado.com.br
oposicionista para enfrentar um segun-
do turno.
Mesmo assim, é raríssimo o tucano
tudo perfeito e funcionando bem”,
respondia.
Mais resistente a pensar alto so-
bre o segundo turno, o PV oficial-
mente prefere assistir de camarote
por alguns dias. “Só há uma decisão

De novo o inesperado que manifesta esperança de vitória na

etapa final. Entre eles a unanimidade
são as críticas ao marqueteiro Luiz
É a quinta eleição que
Lula não consegue ganhar
Gonzalez, mas todos concordam que
no primeiro turno

P
ara o PT o segundo turno
tem um travo de derrota,
por dois motivos: primeiro
porque a vitória no primei-
ro começou a ser cantada antes mes-
mo de a candidata Dilma Rousseff
ultrapassar o adversário José Serra
nas pesquisas e a realidade não foi
tão generosa.
Além disso, é a quinta eleição que
Luiz Inácio da Silva não consegue
ganhar no primeiro turno. Duas ele ga-
nhou no segundo, duas perdeu no pri-
meiro e o desempate será visto em 31
de outubro.
Apesar do baque, não convém imagi-
nar que o PT se deixará abater. Ao con-
trário. Em 2006 houve também o ines-
perado – o segundo turno entre Lula e
Alckmin – e o partido já no primeiro dia
foi à luta com entusiasmo redobrado, a
campanha rapidamente reformulada e
adaptada à emergência.
O PSDB agora não quer repetir o erro
da época e anuncia que a campanha
recomeça hoje e totalmente mudada.
E Serra vai aceitar?
“Ele não está mais em condição de
querer nada: precisa aceitar o que preci-
sa ser feito e ponto”, dizia Aécio Neves
na noite de quinta-feira no intervalo
do debate da TV Globo.
Qual a mudança crucial?
tentar mudar agora seria pior.
Já o PT por motivos óbvios não quer
mudança alguma. Nos bastidores os pe-
tistas tratavam o segundo turno como
uma possibilidade muito mais real do
que diziam em público.
“Espero estar exausto de tanto come-
morar”, respondia José Eduardo Mar-
tins Cardozo no estúdio da TV Globo a
quem lhe perguntava onde estaria na
segunda-feira (hoje). E se não der para
tomada: não tomaremos uma deci-
são de imediato”, dizia Alfredo Si-
rkis.
A aposta geral, no entanto, é que
Marina Silva optará pela neutralida-
de e o PV apoie Serra. A questão é
para onde irá o eleitorado que deu a
ela um resultado surpreendente-
mente positivo.

FATOR DECISIVO

Polêmica sobre aborto foi um dos

fatores que provocaram segundo turno
ANDRE LESSA/AE – 20/3/2010
encontros já a partir de hoje para
Questão colocada no articular as novas ações de cam-
fim da campanha panhaeaproveitar essebommo-
mobilizou evangélicos e mento.
impulsionou candidatura Do lado de Dilma, a intenção é
mostrarqueoadiamentodavitó-
de Marina Silva ria no primeiro turno foi um me-
ro acidente de percurso. Para is-
Marcelo de Moraes so, consideram fundamental
que a petista apareça liderando
Integrantes do comando de com folga na primeira pesquisa
campanha da petista Dilma de intenção de votos que for fei-
Rousseff reconhecem que não ta já para o segundo turno. Um
conseguiram dar resposta elei- resultado mais apertado, com
toral eficiente para temas reli- menos de dez pontos de diferen-
giosos, como a legalização do ça seria considerado extrema-
aborto. Para eles, essa foi a mente perigoso e motivador pa-
principal razão que fez os vo- ra a campanha dos partidos de
tos de Dilma, especialmente oposição.
entre as classes mais baixas, Um interlocutor direto de Dil-
migrar para a candidatura de ma admite que a disputa em se-
Marina Silva, do PV, impedin- gundo turno se tornou perigosa.
do sua eleição imediata já no “Disputaemsegundo turnoéou-
primeiro turno. trojogocompletamentediferen-
Durante a reta final da campa- te. Temos vantagem boa, mas
nha, Dilma passou a perder vo- existem muitas outras variáveis
tos entre eleitores evangélicos e que passam a pesar nesse jogo”,
católicos porque seria favorável afirma.
àpropostaquelegalizariao abor- Por conta disso, os governis-
to no País. Marina, que é evangé- taspretendemcolocarnovamen-
lica, pertencente à Assembleia te no centro das ações o presi-
de Deus, passou a ser apontada dente Lua, justamente o princi-
porpastoresepadrescomoame- pal cabo eleitoral de Dilma e res-
lhor candidata a apoiar, uma vez ponsável por seu excelente de-
que tem posição histórica con- sempenho no primeiro turno.
tra essa questão. A ideia é intensificar a estraté-
Aliados de Dilma, incluindo o gia de colar Lula mais ainda na
próprio presidente Luiz Inácio Marcha. Dilma passou a perder votos entre católicos e evangélicos por conta da polêmica sobre sua posição a respeito do aborto campanha de Dilma. Nesse pro-
Lula da Silva, intensificaram a cesso, o presidente deve pratica-
quantidadedemensagensemde- Além disso, lembram que a ca- com a presença de suas princi- regrasda eleiçãodosegundo tur- evento acabava diluindo con- mente deixar de lado a rotina da
fesa da “religiosidade” da candi- pilaridade regional da aliança paisestrelaslocais,ospetistassa- no, os dois candidatos que che- frontos já que existiam outros Presidência da República para
data, mas isso não impediu que em torno de Dilma é muito bemqueessamobilizaçãonãose- gam a essa disputa passam a ter candidatos, como Marina Silva e participar o máximo possível de
Marina continuasse capturando maior que a de Serra. Os gover- rá igual a uma campanha onde o direito ao mesmo tempo no rá- Plínio de Arruda Sampaio eventos ao lado de sua candida-
votos da campanha petista. nistas venceram em mais Esta- principalcandidatolocalestáen- dio e na televisão. Com isso, (PSOL), para ocupar espaço. ta,aproveitando sua altapopula-
Na avaliação da coordenação dos, especialmente na regiões volvidodiretamente.Comocon- acham que precisarão afiar ain- Desta vez, todas as perguntas se- ridade com o eleitor.
de campanha, apesar de Dilma Nordeste e Norte. solo, lembram que Serra enfren- da mais o conteúdo dos progra- rão feitas apenas entre Serra e Lula deverá também pedir
não ter conseguido liquidar a Mas existe uma preocupação tará o mesmo tipo de problema. mas para impedir o crescimento Dilma, sem intermediários. apoio dos principais governado-
eleição no primeiro turno, ainda com a natural desmobilização Outra preocupação é com a de José Serra. A primeira preocupação das res eleitos pela base aliada para
existe muita vantagem política dascampanhas regionais nosEs- perda de vantagem no horário Além disso, os debates do tur- duas campanhas é com a primei- que tentem multiplicar seu
em relação ao tucano José Serra. tados onde a eleição já foi decidi- de propaganda eleitoral. Ao con- no final passam também a ter ca- ra semana da nova campanha. apoio à candidata petista, espe-
Para eles, a petista construiu da no primeiro turno, como é o trário do primeiro turno, quan- racterísticas diferente. Dilma e Serra quer capitalizar a ida ao se- cialmente em Estados onde con-
uma vantagem significativa e só casode RioGrande doSul,Rio de do Dilma tinha muito mais tem- Serra passarão, a partir de agora, gundoturno,consideradaimpro- seguiram resultados abaixo da
perderánonovoconfrontoseco- Janeiro, Bahia e Pernambuco. po do que seus adversários, essa a se enfrentar diretamente nes- vável pela maioria dos seus pró- expectativa, como Minas Gerais
meter erros graves. Mesmo organizando comícios vantagem não se repetirá. Pelas ses debates. Antes, esse tipo de prios aliados. A ideia é organizar e Paraná.

CLAYTON DE SOUZA/AE

Horário eleitoral Agenda do segundo turno

recomeça com ● Dia 10: Primeiro debate

dos candidatos na televisão.
Promovido pela TV
tempos iguais Bandeirantes, terá início
às 22 horas

encerrada ontem, terão o mes- ● Dia 29: Último dia da

Dilma e Serra terão mo tempo para apresentar suas
20 minutos diários; propostas. O horário eleitoral
acaba no dia 29 de outubro, dois
propaganda na TV e diasantesdaeleição, queaconte-
no rádio vai até ce no dia 31.
29 de outubro A legislação eleitoral determi-
naque,nosegundoturno,oscan-
O calendário eleitoral do segun- didatos dividam o tempo de 20
do turno começa com a volta da minutosdiáriosemcadaumadas
propagandagratuita,48horasde- edições que vão ao ar, na televi-
pois de o Tribunal Superior Elei- são–às13heàs20h30.Norádio,a
toral (TSE) proclamar o resulta- propagandaeleitoraltambémse-
do da disputa. Dilma Rousseff rá veiculada em dois blocos diá-
(PT) e José Serra (PSDB), assim rios de 20 minutos nos horários
como os candidatos ao governo das 7h e das 12h.
de Estados onde a eleição não foi O primeiro debate entre os
Resultado. Ministro Ricardo Lewandovski, do TSE: início da campanha após resultado oficial
presidenciáveis acontece já no
próximo domingo, dia 10, às
22h. O encontro será transmiti-
do pela TV Bandeirantes, que
também realizou o primeiro
confrontono 1.º turno.Oscandi-
datos já haviam se comprometi-
do, em caso de segundo turno, a
seenfrentarlogo noprimeirodo-
mingo depois da eleição. O Gru-
po Estado também promoverá
novas sabatinascom os candida-
tos e negocia mais um debate
com a TV Gazeta.
Ainda amanhã os comícios já
propaganda gratuita no rádio e
na televisão
● Dia 30: Último dia para
carreatas e campanha nas ruas
● Dia 31: Votação do segundo
turno das eleições, entre
8 e 17 horas
estarão liberados e assim se-
guem até dia 28. Carreatas e dis-
tribuição de material de propa-
ganda serão permitidas até o
dia 30.
H4 Eleições 2010
%HermesFileInfo:H-4:20101004:
SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010
DIA DE DECISÃO
Cúpula petista faz mea culpa e vê erro
de avaliação sobre ascensão de Marina
Comando da campanha
acredita que polêmica
sobre aborto reforçou
migração de votos de
Dilma para adversária
Vera Rosa
Tânia Monteiro
BRASÍLIA
O comando da campanha de
Dilma Rousseff à Presidência
vai procurar nesta semana a
candidata derrotada do PV,
Marina Silva, para lhe pedir
apoio à petista, que enfrenta-
rá José Serra (PSDB) no segun-
do turno da disputa. O sur-
preendente índice de inten-
ção de voto de Marina foi anali-
sado ontem em reunião no Pa-
lácio da Alvorada entre o presi-
dente Luiz Inácio Lula da Sil-
va, Dilma, ministros e coorde-
nadores da campanha.
Convocado para acompanhar
aapuraçãodosvotos, o encontro
tambémserviupara ummea-cul-
pa. No diagnóstico dos petistas,
aequipecometeuumerrodeava-
liação ao considerar que Marina
tirava votos de Serra, e não de
Dilma. Além disso, Lula obser-
vou que Dilma demorou muito
para reagir quando surgiram ru-
mores de que ela defendia a lega-
lização do aborto.
Na avaliação do governo e da
cúpula da campanha, votos de
evangélicos e católicos migra-
ram para Marina por causa da
questão do aborto. No último
dia 29, preocupada com a san-
gria,Dilma se reuniu com líderes
religiosos, em Brasília, e garan-
tiu que nunca defendeu a inter-
rupção da gravidez.
“Nós deveríamos ter feito es-
sa reunião antes”, admitiu Gil-
berto Carvalho, chefe de gabine-
te de Lula. “Subestimamos os
boatos.” Além da polêmica so-
bre o aborto, coordenadores da
campanhaobservaramqueasde-
núncias de tráfico de influência
na Casa Civil, que culminaram
‘Nós somos guerreiros e
acostumados a desafios’
Lu Aiko Otta / BRASÍLIA
Umavezestabelecidoqueaselei-
ções presidenciais irão para o se-
gundo turno, a candidata do PT,
DilmaRousseff,fezumacenopa-
ra quem pode ser o fiel da balan-
ça no dia 31 de outubro: a candi-
ENTREVISTA
Michel Temer, candidato a vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff
‘Faltou muito pouco. Agora, é mostrar
as propostas e aprofundar os temas’
Patrícia Campos Mello
O deputado federal Michel Te-
mer (PMDB-SP), candidato a vi-
ce na chapa de Dilma Rousseff
(PT), não transpareceu decep-
ção diante do resultado de on-
tem, que frustrou as expectati-
vas do governo de resolver a
eleição já no primeiro turno da
eleição. Temer limitou-se a di-
zer: “Faltou muito pouco para
ganharmos no primeiro turno.
A partir de agora, a estratégia é
aprofundar os temas.”
● O que deu errado? Por que vo-
cês não ganharam no primeiro
turno, como esperavam?
Olha, faltou muito pouco para
ganharmos no primeiro turno.
com a queda da ministra Erenice
Guerra, também contribuíram
para desidratar Dilma.
Lula ficou surpreso com o re-
sultado das urnas, mas procurou
tranquilizar Dilma. “Eu também
jápasseiporváriossegundostur-
nos. É da vida”, disse ele, segun-
do relato de dois ministros pre-
sentes à reunião no Alvorada.
Pesquisas em poder do comitê
petista, no entanto, indicavam
que Dilma venceria a disputa no
primeiroturnocomumadiferen-
çade14milhõesdevotosemrela-
ção a Serra.
O assédio a Marina será feito
data do PV, Marina Silva.
Rouca, com aparência cansa-
da, a petista fez um pronuncia-
mento pouco antes das 23h, no
qual agradeceu os mais de 46 mi-
lhões de votos recebidos e cum-
primentou os concorrentes. Ao
citar nominalmente Marina Sil-
Campanha. ‘Foi muito bem conduzida, feita de forma correta’
A campanha foi muito bem con-
duzida, foi feita de forma corre-
ta, eleição é assim.
● Qual a estratégia daqui para
pelo presidente do PT, José
Eduardo Dutra, amigo da sena-
dora há longa data. O governa-
dor eleito do Acre, Tião Viana, e
osenadoreleito,JorgeViana,am-
bosdoPT,tambémforamescala-
dos para convencê-la a apoiar
● Festa frustrada
Animados com a perspectiva de
vitória no 1º turno, petistas orga-
nizaram festa para 5 mil pessoas
no DF. À noite, com o resultado
das urnas, ninguém quis assumir
a autoria do evento frustrado.
va, ela acrescentou: “Cumpri-
mento ela (sic) pelo desempe-
nho que ela teve nessas elei-
ções.” Dilma procurou animar a
militância.“Nós somos bastante
guerreiros. Nós somos acostu-
madosadesafios esomosde che-
gada. Tradicionalmente, a gente
tem desempenhado bem no se-
gundo turno.”
Acandidataagradeceu aosmi-
litantesdospartidosdabase alia-
da e afirmou que a campanha foi
um “momento especial” em sua
vida.“Paramim,foimuitoimpor-
PATRICIA CRUZ/AE
frente? Como vocês pretendem
ganhar no segundo turno?
Nossa estratégia é mostrar as
propostas, aprofundar os te-
mas e colocar muito bem nos-
Dilma. Por enquanto não será
oferecido qualquer ministério
para a candidata do PV.
“Precisamos ver o que ela
quer. Não acreditamos que seja
ministério”, afirmou umauxiliar
de Lula. Embora o presidente do
PV, José Luiz Penna, tenha dito
que os verdes devem avalizar a
candidatura de Serra, Dutra não
acredita em posição unificada
do partido e fará um apelo pes-
soal a Marina, que foi filiada ao
PT durante 30 anos e comandou
o Ministério do Meio Ambiente
de janeiro de 2003 a maio de
2008.
tante ter participado e ter conse-
guido chegar até aqui.”
Em busca do maior raio de
alianças partidárias possível, ela
cumprimentou os senadores e
deputados eleitos “da base e da
oposição”. Ressaltou o fato de a
eleição haver ocorrido na mais
absoluta normalidade. “Somos
uma das maiores democracias
domundo e temos demonstrado
enorme capacidade de conviver
com o contraditório”, disse.
Em sua avaliação, as institui-
ções brasileiras são estáveis e
sa posição.
● Agora começa tudo do zero?
Temos a partir deste momento
uma eleição nova?
Os votos do primeiro turno fo-
ram muito significativos, mos-
traram uma opção muito clara
da população. Um grande eleito-
rado mostrou que apoia nossas
propostas. Precisamos traba-
lhar para reforçar esses votos.
● Se vocês conseguirem vencer
no segundo turno, quais serão os
passos imediatos?
Teremos um tempo de reflexão
e, logo depois, começamos a tra-
balhar na transição de governo.
● Em um eventual governo Dil-
ma, qual será o papel do PMDB?
O PMDB vai esperar o chama-
mento da presidente e vai cola-
borar da maneira que for me-
lhor. Trata-se de um regime pre-
sidencialista, vamos discutir
com a presidente Dilma como
nosso partido pode colaborar
da melhor maneira.
Dutra quer acertar uma con-
versa entre Marina e Dilma, mas,
antes, pretende fazer o meio de
campo da aproximação. No go-
verno Lula, as duas protagoniza-
ramvárioscontenciosos. Geren-
tedo Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC), Dilma de-
fendia agilidade na concessão de
licenciamentos ambientais, mas
Marina pregava cautela nesses
procedimentos. Não foram ra-
ras as ocasiões em que a chefe da
Casa Civil perdeu a paciência
com a então ministra Marina.
O PV é aliado ao PSDB de Ser-
ra nos três maiores colégios elei-
permitem uma convivência har-
mônica, “mesmo que baseada na
divergência”. Destacou como
“importantíssimo” o papel da
imprensa, num gesto de disten-
são após os ataques desferidos
nas últimas semanas pelo presi-
dente Lula. A candidata disse
que estava fazendo o pronuncia-
mento também em considera-
çãoaosjornalistas queaacompa-
nharam durante todo o dia.
As poucas declarações foram
dadas no Hotel Golden Tulip, a
poucos metros do Palácio da Al-
‘São mais 30 dias de luta’,
diz Lula para animar PT
Ao votar pela manhã em
São Bernardo, presidente
antecipou discurso caso
houvesse novo round e
lembrou 2002 e 2006
Leonencio Nossa
Logo pela manhã, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva se ante-
cipou às pesquisas de boca de ur-
naquesinalizariamapossibilida-
de de segundo turno e preparou
um discurso para animar a mili-
tânciapetistaaretomaracampa-
nha de Dilma Rousseff (PT).
“Não ganhei no primeiro tur-
no nenhuma eleição”, disse,
após votar em São Bernardo do
Campo, por volta das 10 horas.
Lula lembrou as disputas de
2002 e 2006 e enfatizou: “Ape-
nas vai demorar 30 dias a mais de
luta e vamos para a disputa.”
O presidente gastou 15 minu-
O ESTADO DE S. PAULO
CELSO JUNIOR/AE
Votação. Dilma fez
pronunciamento
após resultado
torais do País (São Paulo, Minas
Gerais e Rio de Janeiro). Mesmo
assim, as declarações de Penna,
antecipando apoio ao tucano,
provocaram mal-estar no parti-
do.Na prática, o PV está dividido
e há posição para todos os gos-
tos, desde a neutralidade até a
liberação do voto.
Na tentativa de mostrar apoio
a Dilma, governadores, senado-
res e deputados da base aliada
eleitos ontem devem se reunir
hojecomLula ecom acandidata.
A intenção é montar um movi-
mento pró-Dilma para angariar
novas adesões.
vorada,ondeelaestiveraboapar-
te da noite reunida com o presi-
dente Lula, a cúpula do governo
e o comando da campanha.
Acompanhada pelo candidato
a vice, Michel Temer (PMDB), o
presidente do PT, José Eduardo
Dutra,umdosprincipais coorde-
nadores da campanha, Antonio
Palocci e o ministro da Fazenda,
Guido Mantega, a candidata dis-
se que enfrentará o segundo tur-
no com muita energia. “É uma
oportunidade para detalhar
mais minhas propostas.”
tos dentro da sala onde votou.
Depois, foi assediado por uma
multidão que se acotovelou nos
corredores e no pátio da Escola
Firmino Correia de Araújo.
“O que é importante é que a
Dilma tem uma performance
muito grande. Não é fácil obter
50% dos votos do povo brasilei-
ro no primeiro turno”, afirmou
Lula. Em seguida, o presidente
disse que a candidata “está nu-
ma situação muito privilegiada”.
Desde o início da campanha,
Lulanãoescondiaodesejodeele-
ger Dilma no primeiro turno. A
uma pergunta de um dos humo-
ristas do programa CQC, da TV
Bandeirantes,se iria pedir Bolsa-
Família ao ficar desempregado,
emjaneiro,Lularespondeu,con-
fundindo o nome do programa:
“Vou trabalhar lá no CQQ.” Ao
sair, foi saudado por uma multi-
dão que enfrentou a chuva para
vê-lo. Um segurança o acompa-
nhou com um guarda-chuva.

%HermesFileInfo:H-5:20101004:
O ESTADO DE S. PAULO
DIA DE DECISÃO
Corrida de Serra e aliados por apoio do
Partido Verde começou há dez dias
Um dos interlocutores
é Alfredo Sirkis, que
coordenou a campanha
de Marina Silva,
o outro é Gabeira
Julia Duailibi
Ana Paula Scinocca
Os tucanos começaram on-
tem mesmo uma investida no
PV para conseguir uma decla-
ração de apoio de Marina Sil-
va. Segundo aliados de José
Serra, foi tentado ainda à noi-
te um contato com a candida-
ta verde, mas até o fechamen-
to da edição não tinham conse-
guido falar com ela. Marina te-
ve votação expressiva e ficou
em terceiro lugar com quase
20% das intenções de voto.
Dezdiasantesdoprimeiro tur-
no,Serrajáhaviaentradoemcon-
tato com lideranças do PV, prin-
cipalmente deputados do parti-
do, pedindo alinhamento das
duas legendas em eventual se-
gundo turno. Também chegou a
conversar com os verdes sobre o
tom do discurso da Marina, que
considerava muito agressivo
contra sua candidatura.
Um dos interlocutores de Ser-
ra no PV é Alfredo Sirkis, que
coordenou a campanha de Mari-
na. Outro importante aliado é o
deputado Fernando Gabeira,
que disputou o governo do Rio
de Janeiro.
Uma das pessoas que vão ope-
rar é o governador eleito por São
Paulo, Geraldo Alckmin, que
tem boa relação com o candida-
to derrotado do PV ao Palácio
dos Bandeirantes, Fábio Feld-
mann.
Os tucanos estão otimistas
com o apoio do partido, já que o
PV é aliado ou marcha junto em
vários Estados, como São Paulo,
Rio e Minas.
Ontem, ao chegar ao evento
de comemoração da passagem
de Serra para o segundo turno e
davitória de Alckmin,o governa-
‘Ela contribuiu para o
jogo democrático no País’
André Mascarenhas
ESTADÃO.COM.BR
Emocionado, admitindo ESTAR
“muito feliz” com o resultado
que o levou ao segundo turno, o
candidato tucano à Presidência,
JoséSerra,começouontem mes-
FHC critica Lula e chama Dilma de ‘fantoche’
Ex-presidente condena
estilo de governo de seu
sucessor, que classificou
de ‘rolo compressor’, e vê
petista sem liderança
Fausto Macedo
O ex-presidente Fernando Hen-
rique Cardoso (PSDB) disse on-
tem que o Brasil precisa de “polí-
ticos reais” e chamou de fanto-
cheacandidatadoPTàPresidên-
cia, Dilma Rousseff. Ele conde-
nou o estilo de seu sucessor, o
presidente Lula, que classificou
de “rolo compressor”.
FHC votou no tradicional Co-
légio Sion, na Avenida Higienó-
polis, a duas quadras de sua casa,
distância que percorreu a pé, es-
coltado por três seguranças e na
companhiadoempresárioeami-
go Angelo Andréa Matarazzo.
Ao comentar sobre a possibili-
dade de transferência massiva
de votos de Lula para Dilma, ele
Recomeço. Serra acredita que deputados tucanos em São Paulo podem ajudar a articular a disputada aliança com o PV; ‘Nós todos vamos fazer esse trabalho’
dor Alberto Goldman (PSDB)
disse que os deputados do parti-
do em São Paulo podem ajudar
na articulação. “Nós todos va-
mos fazer esse trabalho com to-
da a base do PV”, disse Goldman.
Ele ainda destacou que os verdes
nãosecoligaram como PSDBem
São Paulo apenas pelo fato de ter
de dar palanque para Marina no
maior colégio eleitoral do País.
Cautela. No início da tarde, mi-
nutos depois de votar, no Colé-
gio Santa Cruz, na zona oeste
paulista, Serra não quis comen-
tar sobre um eventual apoio do
mo a costurar sua aliança para o
segundo turno. No discurso de
festa do PSDB, em São Paulo,
congratulou-secom arival Mari-
na Silva (PV) e afirmou que ela
“contribuiuparaojogodemocrá-
tico no País”.
Na mesma fala, pediu ainda
foitaxativo.“Sefossetransferên-
cia, ela (Dilma) teria 80% (de vo-
tos)”, declarou, em alusão à
aprovação do governo do petis-
ta, segundo institutos de pesqui-
sa. “Há alguma transferência,
masprecisaverseisso ésuficien-
te. A despeito da aprovação do
presidente Lula, a candidata não
conseguiu a mesma coisa.”
Para FHC, “o importante não
é ter transferência de voto, é ter
vontade política própria, capaci-
dade de liderança”. O ex-presi-
dente enfatizou: “A minha obje-
ção é a isso, tem que ter políticos
reais e não fantoches.”
Antes de subir a rampa que o
levou à urna no Sion, ele ouviu
provocações. “Presidente, não
esquecedeavisaroSerraparaco-
locar o pijama na segunda-fei-
ra”,gritouumrapaz.Outroocha-
mou de fascista. FHC fez que
não ouviu, estendeu a mão a um
eleitor. Às 10h32, o ex-mandatá-
rio(1995-2002)chegouà395.ªse-
ção eleitoral, na sala C20.
Ele e José Serra se encontra-
● Confiante
JOSÉ SERRA
PRESIDENCIÁVEL DO PSDB
“Hoje é um dia de
comemoração
democrática. Estamos
num País multicolorido.
Não é onda verde nem azul.
É onda verde e amarela.
Brasileiros que querem
um governo honesto,
que sabem que o Brasil
não tem dono,
que o dono é o
nosso povo”
“um minuto de silêncio” em ho-
menagem a Aécio Ferreira da
Cunha, pai do ex-governador e
senador eleito por Minas Gerais,
Aécio Neves, que morreu no fi-
nal da tarde, em Belo Horizonte
Interrompido várias vezes por
aplausos da plateia, Serra disse
que “sabia da força que o povo ia
dar”. Resumindo os últimos três
meses de campanha, afirmou:
“Emalgunsmeseseupercorrito-
do o Brasil, muitos e muitos mu-
nicípios.Em todosos lugares en-
contrei carinho, compreensão,
● Avaliação
FERNANDO HENRIQUE
CARDOSO
EX-PRESIDENTE DA REPÚBLICA
“Nunca neste país
nenhum presidente fez
tanta pressão para
ganhar uma eleição, e não
obstante, está aí gemendo,
chorando, vendo se vai, não vai”
“Quem sabe ela (Dilma)
se torne alguma coisa
por ela própria, ganhando
ou perdendo”
ram na noite de sexta. Jantaram
juntos.No sábado, falaramaote-
lefone. As urnas, confia FHC, se-
rão generosas com seu partido.
“Vamos para o segundo turno,
provavelmente, e nos Estados o
PSDB está dando um banho.”
Falou sobre o futuro de Dilma.
“Vamos ver como é que vai se
desempenhar a ministra, ganhe
ou perca. Quem sabe ela se torne
PV.“Vamosesperar”, disse,após
conceder entrevista na frente do
local de votação.
Serra demorou 1 minuto e 23
segundos para pressionar todos
os números da urna eletrônica.
Tirouumacolinhadobolso,colo-
cou os óculos e começou a digi-
tar. Depois, posou para fotos fa-
zendo o número 45, o do seu par-
tido, com as duas mãos.
“Hoje é um dia de comemora-
ção democrática. Estamos num
País multicolorido. Não é onda
verde, nem azul. É onda verde e
amarela. Brasileiros que querem
um governo honesto, que sabem
um abraço, uma palavra, um
olhar. Na verdade foi o que nos
trouxe até aqui.”
Tendoaoladosuamulher,Mo-
nica, o governador eleito Alck-
min e o vice Índio da Costa, Ser-
ra afirmou: “Não foram as pes-
quisas. Foi a população brasilei-
ra que nos trouxe até aqui. Eu
sempre disse que, em nove elei-
ções que disputei, nunca tinha
encontrado uma acolhida como
nessa eleição”. Depois destacou,
já numa linha de crítica à rival
petista Dilma Rousseff, que ofe-
alguma coisa por ela própria, ga-
nhando ou perdendo. Vamos es-
perar. Tomara que se torne algu-
ma coisa por ela própria, pelo
bem dela.” O ex-presidente ava-
lia que a candidata do PT “não
tem liderança própria, está sem-
pre grudada no presidente”.
Admitiu erros na trajetória do
PSDB, que nas últimas três elei-
ções presidenciais chegou ao dia
decisivoafastadodoprimeirolu-
gar nas pesquisas. “A gente tem
que reconhecer que se tivesse ti-
do mais correção nas propostas
teria sido mais fácil.” FHC prega
mudanças para o bem do parti-
do. “Tem que ser realista, apren-
der com o que fez.”
Fez críticas a Lula. “Não é fácil
o rolo compressor do governo.
Nunca houve igual na história da
República. Como o Lula gosta de
dizer, nunca antes nesse país.
Nunca neste país nenhum presi-
dente fez tanta pressão para ga-
nhar uma eleição, e não obstan-
te, está aí gemendo, chorando,
vendo se vai, não vai.”
SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010
que o Brasil não tem dono, que o
donoé o nosso povo”, declarou o
candidato, citando, mais uma
vez, a expressão “onda verde”,
usada por Marina.
Imprensa. Ao “cumprimentar”
a imprensa que o acompanhou
durante a campanha, disse que
defenderáaliberdadedeimpren-
sa, “aconteça o que acontecer no
Brasil”. “Tudo o que ela souber
que está acontecendo no Brasil,
essa é a garantia que nós temos
para a democracia e para o futu-
ro de melhor ética, de melhor
qualidade moral dos governos
recesuavidaesua“biografialim-
pa”. E emendou: “E também a
minhacapacidade de tirar as coi-
sas do papel e fazer acontecer.”
‘Chamado’. Também de olho
nacampanhaparaosegundo tur-
no da eleição, no dia 31 de outu-
bro, Serra fez ainda “um chama-
do aos partidos, ao políticos, aos
brasileiros e brasileiras de bem:
vamos juntos construir um país
melhor, porque o Brasil pode
mais.” O tucano disse ainda que
assumia o compromisso de me-
Depois do voto. FHC apontou erros na trajetória do PSDB
FHC atribuiu ao petista “com-
portamento de chefe de facção”.
“Claro, o que é chefe de facção?
O presidente representa o país,
ele tem um partido. Ele pode e
deve expressar o seu partido,
mas não pode se transformar em
um instrumento de pressão con-
tra o outro que é o seu adversário
e transformá-lo em inimigo, fa-
laratéemeliminar oinimigo.Vo-
Eleições 2010 H5
RROBSON FERNANDJES/AE
no Brasil nas suas três esferas.”
Serra ainda conversou com os
programas humorísticos Pânico,
da RedeTV, e CQC brasileiro, da
Band, e o argentino. Do Pânico,
recebeu algumas bolsas, numa
alusão ao Bolsa-Família. Ainda
mostrouseudocumentodevota-
ção para a integrante do progra-
ma Sabrina Sato.
DoCQC,ouviuquepoderiadis-
putar a presidência do Palmei-
ras, já que estava indo “mal” na
eleição. “Não vou disputar com
o Belluzzo”,afirmou Serracitan-
do o presidente do clube, seu
amigo Luiz Gonzaga Belluzzo.
lhorar as condições do povo e
prometeu lutar pela liberdade
de imprensa e respeitar as insti-
tuições.Antesdele, Alckminpro-
meteuarregaçar as mangas evia-
jar pelo País para ajudar Serra no
segundo turrno.
Já Aloysio Ferreira, alegre
com a grande votação recebida –
próxima dos 11,2 milhões de vo-
tos – foi bastante aplaudido ao
mencionar o ex-presidente Fer-
nando Henrique Cardoso, que
ele mostrou em sua campanha
no radio e na TV.
FELIPE RAU/AE
cê deixa de ser chefe da nação
paraserchefedeumpedaço.Fac-
ção é um pedaço.”
Ainda assim, se disse disposto
a sentar com Lula para discutir o
melhor para o País. “Se Lula ti-
ver grandeza eu estou disposto.”
Mas a hipótese de uma parceria
com o petista lhe parece remota.
“O presidente Lula nunca me
convidou para tomar um café.”
H6 Eleições 2010
%HermesFileInfo:H-6:20101004:

SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010 O ESTADO DE S. PAULO

APURAÇÃO

Votação
GEOGRAFIA DO VOTO em 2010 Quem ganhou Abstenções por municípios
em cada MAIOR ENTRE MENOR
QUE 25% 8% E 25% QUE 8%
Estado
O mapa da eleição presidencial no Distrito Federal e nos 5.565 municípios dos 26 Estados TOTAL
18,11%
Votos válidos
Não são considerados votos ESTADO COM MENOR
nulos e brancos NÚMERO DE
MUNICÍPIOS, 15

VITÓRIA VITÓRIA
COM MENOS
DE 50%
COM MAIS
DE 50%
Norte Boa
Vista
RR AP Trairão
DILMA
0,94%
SERRA Macapá

MARINA Belém

MA
Manaus São Luís Calumbi
MUNICÍPIO MUNICÍPIO PI 93,35%
COM MENOR COM MAIOR Fortaleza
VOTAÇÃO VOTAÇÃO AM CE Fernando
de Noronha
PA RN
Teresina Natal

PB
João Pessoa
*Dados não disponíveis para os municípios
em branco, até a hora do fechamento
Recife
AC PE
PE
Porto
Velho Palmas Maceió
Rio Branco AL
15,94% Aracaju
TO SE
Nordeste
RO
Resultado dos Rio Branco
Marina recebeu MT
votos válidos 35,61% dos Salvador
votos na cidade GO BA
onde votou Sabará
Cuiabá 42,47%
Manaquiri Brasília
2,69% Goiânia
DF
Comparação do 1º turno
46,88%
Dilma (PT)

47.570.048 Em 2006
Centro- MS
ES
Serra (PSDB)
32,62% Oeste Campo
Grande
Belo Horizonte
MG
Vitória

33.101.642 Sudeste
ESTADO COM MAIOR

Rio
RJ NÚMERO DE
MUNICÍPIOS, 853

19,34%
Marina (PV)
São Paulo
SP Serra recebeu LULA
19.628.445 PR 40,33% dos votos (48,61%)
Curitiba na cidade onde votou ALCKMIN
Plínio (PSOL) 0,87% (41,64%)
Marcelândia
Eymael (PSDC) 0,09% Florianópolis
75,05%
Zé Maria (PSTU) 0,08% SC
Levy Fidelix (PRTB) 0,06%
Ivan Pinheiro (PCB) 0,04% Porto Alegre Em 2010
Rui Costa Pimenta (PCO) 0,01%
RS Dilma recebeu Apenas municípios que mudaram de cor
39,39% dos votos em relação a 2006
na cidade onde
3,13%
3.477.155
5,50%
5.612.868
18,11%
24.564.073
Sul votou

Brancos Nulos Abstenções

Dados disponíveis até a meia-noite

estadão.com.br
Resultado por Estado VEJA A VERSÃO COMPLETA
EM PORCENTAGEM
DILMA
AC AL AM AP BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO
SERRA

Dilma (PT) 23,69 50,94 64,82 47,28 62,56 66,29 31,74 37,25 42,23 70,61 46,97 39,86 42,93 47,80 53,21 61,71 67,02 38,94 43,76 51,73 40,73 28,68 46,95 38,71 47,67 37,71 50,98

Serra (PSDB) 52,19 36,44 8,48 21,36 20,97 16,36 24,30 35,44 39,48 15,09 30,76 42,35 44,17 37,69 28,43 17,38 20,93 43,94 22,53 28,15 45,40 51,05 40,59 45,77 38,05 40,66 27,99

Marina (PV) 23,61 11,50 25,87 29,82 15,82 16,36 41,96 26,26 17,18 13,62 21,25 16,88 12,00 13,51 17,64 20,32 11,47 15,91 31,52 19,18 12,71 18,78 11,33 13,99 13,26 20,77 20,56
FONTE: TSE

Marina tira eleitores de Dilma, que

perde em mais Estados do que se previa
Pesquisa de boca de urna feita respectivamente), mas ainda as- alémdoDistritoFederal,ela ven-
Com base nas pesquisas, ontem pelo Ibope, apenas com sim em Estados onde a previsão ceu em poucas cidades do Rio e
pode-se dizer que quadro eleitores que já haviam votado, era de desvantagem em relação a Eleição tem recorde De acordo com o TSE, o au- de Minas, entre elas Belo Hori-
se inverteu em SP, por indicava que Dilma teria 51% dos Dilma. mento expressivo deve-se à de- zonte–eperdeuatéemRio Bran-
exemplo, em apenas votos válidos – levando-se em Na mesma região foi registra- de observadores manda dos participantes “interes- co, sua base eleitoral.
conta a margem de erro, de 49% da a única vitória da candidata internacionais sados em conhecer o processo Em 2006, a terceira força na
uma semana a 53%. Serra chegou a 32,6% dos do PV em uma unidade da Fede- eleitoral e, em especial, a urna eleiçãoerarepresentadapelaala-
votosválidos.EMarina,asurpre- ração: o Distrito Federal deu a eletrônica brasileira”. Colômbia, goana Heloísa Helena, do PSOL,
Daniel Bramatti sa da eleição, a 19,3%. Marinaquase 42%dosvotosváli- ● Estas eleições foram acompa- França, Rússia, Itália, três Esta- que definhou na reta final do pri-
José Roberto de Toledo dos, uma vantagem de pouco nhadas por uma quantidade re- dos mexicanos e Córdoba (na meiro turno e acabou com me-
ESPECIAL PARA O ESTADO Viradas. O candidato do PSDB mais de dez pontos em relação a corde de observadores interna- Argentina) teriam demonstrado nos de 7% dos votos válidos.
venceu em Estados onde Dilma Dilma, tida como favorita até cionais. Segundo levantamento vontade de conhecer o sistema.
Os candidatos do PT, Dilma era tida como favorita ainda na poucos dias antes da votação. do Tribunal Superior Eleitoral A rapidez na apuração dos vo- Evolução. Na divisão do eleito-
Rousseff, e do PSDB, José Ser- véspera da votação. Em São Pau- (TSE), o número chegou a cerca tos impressiona o presidente da rado por Estados, Dilma teve de-
ra, disputarão o segundo tur- lo, por exemplo, abocanhou Redutos. Enquanto Serra vira- de 150 pessoas, média superior Comissão Nacional de Eleições sempenho inferior ao de Lula na
no da eleição presidencial no 40,7% do eleitorado, contra va o jogo em Estados-chave do à de disputas anteriores, quando de Moçambique, João Leopoldo maioria deles. Em Minas Gerais,
dia 31 de outubro. Marina Sil- 37,3% para a adversária. Sudeste,do Suledo Centro-Oes- não passavam de 20. Argentinos da Costa. “Lá, precisamos de 10 o presidente venceu com 51% há
va, do PV, cresceu na reta final Uma semana antes da eleição, te, Dilma obteve vitórias signifi- e mexicanos foram os mais inte- dias para a contagem dos votos quatro anos, enquanto a ex-mi-
e teve papel decisivo para evi- o Ibope indicava um quadro in- cativasno Nordeste, mas não su- ressados na votação, seguidos de 10 milhões de eleitores.” / nistra da Casa Civil obteve 46%.
tar quea disputa fosseencerra- versoemSãoPaulo:apetistalide- ficientes para compensar o qua- por haitianos, colombianos, ira- RAFAEL MORAES MOURA e CÉLIA No Amazonas, onde Lula teve
da ontem. rava com 45% dos votos válidos, dro no restante do País. nianos e paraguaios. FROUFE seu melhor resultado em 2006
À meia-noite de ontem, quan- seguida pelo tucano, com 39%. NaBahia,maior colégioeleito- (78%), Dilma ficou com 13 pon-
do haviam sido apuradas 99,84% Marina aparecia com 14% no Es- ral do Nordeste, a petista obteve tos porcentuais a menos (65%).
das urnas, Dilma tinha cerca de tado, e acabou com quase 21% – 62,5%, quase o triplo do obtido teve pouco menos de 47% dos tanto PT quanto PSDB perde- Assim como Alckmin em 2006,
46,9% dos votos válidos, três seu eleitorado, portanto, cres- por Serra. Em Pernambuco, ter- votos – o suficiente para ficar ram eleitores na comparação Serrateve entre osamazonenses
pontos porcentuais a menos do ceu 50% em sete dias no maior ra do presidente Luiz Inácio Lu- seis pontos à frente de Serra. com o resultado de 2006. seu pior desempenho – menos
queomínimonecessárioparaen- colégio eleitoral do País. la da Silva, ela chegou a 61,7%. Mas a presidenciável teve, entre Na maioria das áreas onde ga- de 8,5% dos votos.
cerrar a disputa no primeiro tur- Na Região Sul, Serra perdeu No Rio Grande do Norte, na Pa- os gaúchos, proporcionalmente nhouháquatroanos,oentãocan- Na comparação com Lula, Dil-
no. Faltaram pouco menos de 3 no Rio Grande do Sul, mas co- raíba,em Alagoas e em Sergipe, o menos votos que o candidato de didato Lula teve margens maio- ma conseguiu ir melhor no Rio
milhões de votos. No primeiro lheu duas vitórias imprevistas desempenho ficou abaixo dos seu partido ao governo. Tarso res do que Dilma. Da mesma for- Grande do Sul, em Alagoas e em
turno de 2006, o então candida- pelos institutos de pesquisa no 54%.OsEstadosnordestinos on- Genro venceu no primeiro tur- ma, Geraldo Alckmin, candidato três Estados do Centro-Oeste:
to Luiz Inácio Lula da Silva teve Paraná (44% a 39%) e em Santa de Dilma foi melhor foram o Ma- no, com mais de 54% dos votos. na época pelo PSDB, venceu Mato Grosso, Mato Grosso do
48,6% do eleitorado. Catarina (46% a 39%). ranhão (70%), o Ceará (65%) e o com mais folga do que Serra nas Sul e Goiás.
O desempenho da petista fi- Na Região Centro-Oeste, o tu- Piauí (67%). Votação nas cidades. O mapa áreas “tucanas” do País. A maior votação proporcional
cou abaixo do que previam, na cano venceu em Mato Grosso e No Rio Grande do Sul, Estado da votação dos candidatos à Pre- Aresponsávelporessamudan- de Serra foi registrada no Acre
véspera da eleição, os institutos em Mato Grosso do Sul, por pe- onde desenvolveu sua carreira sidência nos municípios, publi- ça é Marina, embora ela seja pra- (52,2%) – Estado governado há
de pesquisa Ibope e Datafolha. quena margem (1,2 e 2,5 pontos, política, a candidata governista cado nesta página, mostra que ticamente invisível no mapa – 12 anos pelo PT.
 Eleições 2010 H7
%HermesFileInfo:H-7:20101004:

O ESTADO DE S. PAULO SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010

NO ESTADO SÃO PAULO Araçatuba São José do Rio Preto

Itapura
VITÓRIA COM VITÓRIA COM 67,82%
MENOS DE 50% MAIS DE 50% Itapura
19,76%
DILMA
SERRA Castilho Ribeirão Preto
MARINA
Em 2006
LULA
(37,77%)
Monte Castelo ALCKMIN
(54,20%)
Votos válidos

37,31%
Dilma (PT) Sumaré
Piquete
8.735.073
Campinas 35,72%

Serra (PSDB)
40,66% Presidente
9.519.427
Prudente
Marília

20,77%
Marina (PV) Saltinho
18,66%
4.862.648
São Paulo
MUNICÍPIO MUNICÍPIO Brancos 3,38% (855.921) Gabriel Monteiro
COM MENOR COM MAIOR Santos
Nulos 4,06% (1.026.887) 68,49%
VOTAÇÃO VOTAÇÃO *Dados não disponíveis para
Abstenções 16,44% (4.976.690) os municípios em branco, até
a hora do fechamento
Bom Sucesso de Itararé São Bernardo do Campo
3,03% (Onde Lula votou)
46,13%
votos para Dilma
NA CIDADE DE SÃO PAULO

389
Resultado dos votos válidos
3,08%
256
403 422

38,14%
376
Dilma (PT) 220.966
349
325
397
Brancos
420 2.531.879
327 255 249 326

4,41%
247 352
390 398
254
250 252 392
316.457 Em 2006*
40,33%
2 3
253 347
248
353 Serra (PSDB) Nulos LULA
1 4 (35,70%)
251
2.677.142 ALCKMIN
15,37%
374 348 405
417 (53,87%)
6
5 404
346
260
257 421 1.302.955 *Em 2006 havia 52
zonas eleitorais.
259
350 Abstenções Seis a menos do

20,09%
258 375 Marina (PV) que em 2010
413
328

408 246 320 1.333.973

20
373 351
Número de votos válidos
372 280
418 Onde Serra ZONA REGIÃO DILMA SERRA MARINA DILMA SERRA MARINA DILMA SERRA MARINA
votou ele recebeu 1ª Bela Vista 38.516 61.743 24.814 259ª Saúde 19.891 70.711 23.998 375ª São Mateus 98.652 42.845 33.244
61,28% de votos
2ª Perdizes 26.206 76.733 26.302 260ª Ipiranga 44.808 67.065 25.573 376ª Brasilândia 80.988 52.703 36.218
371 3ª Santa Ifigênia 21.969 27.470 10.976 280ª Capela do Socorro 57.632 46.180 27.294 381ª Parelheiros 91.768 24.153 22.787
4ª Mooca 27.347 72.002 21.480 320ª Jabaquara 47.909 61.383 28.349 389ª Perus 61.781 29.436 23.380
5ª Jardim Paulista 13.264 67.321 17.506 325ª Pirituba 27.392 35.059 18.444 390ª Cangaíba 30.778 35.302 18.716
6ª Vila Mariana 20.344 73.436 23.804 326ª Ermelino Matarazzo 37.491 28.039 17.660 392ª Ponte Rasa 34.389 36.254 21.713
20ª Valo Velho 54.512 22.012 18.088 327ª Nossa Senhora do Ó 29.230 39.532 19.769 397ª Jardim Helena 60.017 27.516 21.752
246ª Santo Amaro 20.294 54.694 18.178 328ª Campo Limpo 55.239 34.614 24.367 398ª Vila Jacuí 35.998 22.836 15.962
247ª São Miguel Paulista 41.635 27.677 19.899 346ª Butantã 26.211 54.953 19.541 403ª Jaraguá 30.882 19.969 14.405
248ª Itaquera 52.393 36.539 25.205 347ª Vila Matilde 43.461 55.689 28.838 404ª Cidade Tiradentes 73.938 23.005 21.111
381
249ª Santana 17.492 56.888 20.657 348ª Vila Formosa 22.355 40.936 16.750 405ª Conj. José Bonifácio 34.099 22.073 17.728
250ª Lapa 29.568 70.659 26.133 349ª Jaçanã 28.100 43.407 20.834 408ª Jardim São Luís 48.388 33.142 18.805
251ª Pinheiros 14.980 57.179 19.237 350ª Sapopemba 42.541 39.041 20.831 413ª Cursino 32.832 43.793 20.864
252ª Penha de França 25.456 46.098 19.465 351ª Cidade Ademar 42.415 38.260 18.597 417ª Parque do Carmo 36.413 28.450 19.266
253ª Tatuapé 41.830 92.757 33.932 352ª Itaim Paulista 79.795 37.436 29.502 418ª Pedreira 60.930 38.415 23.781
254ª Vila Maria 35.319 60.797 24.556 353ª Guaianases 69.050 25.238 22.408 420ª Vila Sabrina 29.578 42.436 21.766
255ª Casa Verde 44.823 70.910 31.933 371ª Grajaú 87.803 23.305 22.948 421ª Teotônio Vilela 52.707 26.271 19.631
256ª Tucuruvi 39.202 61.860 29.507 372ª Piraporinha 103.111 37.875 31.101 422ª Lauzane Paulista 30.492 40.708 22.532
257ª Vila Prudente 39.819 75.246 25.695 373ª Capão Redondo 52.200 27.138 19.811
258ª Indianópolis 22.211 100.479 27.509 374ª Rio Pequeno 61.874 68.942 38.445
INFOGRÁFICO: EDITORIA DE ARTE/AE E PORTAL ESTADÃO.COM.BR

✽ fluenciadospelapregaçãodepadresebisposcon- uma preocupação dos eleitores. ● Abstenção

Análise: José Roberto de Toledo tra a legalização do aborto, também deixaram de Acampanha deDilma reagiu organizandouma 2,5 milhões de
votar em Dilma. reunião de última hora com líderes religiosos eleitores pau- Na capital,
EnquantoMarinacresceuem praticamenteto- evangélicos e católicos. O movimento não foi listas optaram
Aborto e internet do o País, a reação do tucano foi concentrada em suficiente para estancar a perda de votos, ao me- ontem por vo- PSDB vence
Estados como São Paulo. Serra conseguiu virar a nos não na quantidade suficiente para garantir a tar em branco
superam ‘bolso’ eleição no Estado onde foi governador. vitória no primeiro turno. ou anular (o por 40% a 38%
A polêmica em torno do aborto foi potenciali- Marina acabou sendo a maior depositária des- equivalente a
na hora da decisão zada por uma campanha “viral” na internet. Ví- ses votos, chegando a quase 20% dos válidos. 10% de todo o
deos de pastores evangélicos pregando contra o Essa votação da candidata do PV abriga dois ti- eleitorado). As Como em 2006, o candidato tu-

E
m uma campanha despolitizada, na voto no PT por causa da posição do partido em pos de eleitores, muito diferentes. abstenções cano à Presidência da República
qual a maior parte dos eleitores votou favor da descriminalização viraram hits. Um de- De um lado, votam nela jovens de alta escolari- registradas venceu o primeiro turno na cida-
com o bolso, um tema relacionado a les foi visto mais de 3 milhões de vezes nas últi- dade desencantados com PT e PSDB e que se pelo TSE che- de de São Paulo. A diferença é
valores morais e religiosos levou a elei- mas semanas. identificamcomapropostaambientalistade Ma- garam a que, neste ano, a dianteira foi
ção para o segundo turno. A internet foi vital Outrovídeomuitopropagado nainternetmos- rina. De outro, mulheres de classe média baixa e 16,44%. bemmenor. Quatro anosatrás, o
para acelerar e multiplicar esse processo. tra a contradição de Dilma sobre a legalização do pobres que votam na candidata verde porque ela entãocandidatodo PSDB,Geral-
O migração de votos de Dilma Rousseff (PT) aborto. Contém trecho dela defendendo a mu- é evangélica e contra a legalização do aborto. do Alckmin, teve 53,9% dos vo-
para Marina Silva (PV) na reta final da corrida dança da legislação em entrevista feita no fim de O destino do voto desses dois contingentes tos válidos, ante 35,7% do então
presidencialseexplica,principalmente, pela gui- 2007,edepoisexibiaimagem recentedacandida- em maior ou menor peso para Dilma ou para candidato à reeleição, Luiz Iná-
nada de parte do eleitorado evangélico da petista ta dizendo ser contra a descriminalização. Serra determinaráo resultado dosegundo turno. cio Lula da Silva (PT).
paraumacandidataquecompartilhasuafé.Moti- As buscas pelo binômio “Dilma + aborto” no Conforme a apuração, até a
vo: a descriminalização do aborto. Google cresceram 1.500% em setembro – o que ✽ meia-noite (com 99,99% dos vo-
No momento seguinte, eleitores católicos, in- dá uma indicação de como o tema passou a ser É JORNALISTA ESPECIALIZADO EM PESQUISAS tosapurados),otucano JoséSer-
ra ficou com 40,33% dos votos
válidos, ante 38,14% da governis-
ta Dilma Rousseff. Em 2006, a
terceiracolocada nadisputa,He-
42,95%, Serra, 30,9%, Marina, Lula. Em São José do Rio Preto loísa Helena (PSOL), teve 8,4%
No Estado que governou, 24,71%. E em Mauá, foram
47,71% para Dilma, 30,01% para
foi a mesma coisa: Serra ganhou
com 48,28%, diante de 32% de
dos votos, ante 20,09% de Mari-
na Silva (PV) neste ano.
Serra e 20,99% para Marina. Em Dilma e 18,31% de Marina. Em O PSDB também não conse-
Serra teve vantagem pequena Guarulhos, o resultado foi aper-
tado: 39,44% para Dilma, 35,03%
2006, Alckmin teve 64,19%, ante
24,63% de Lula.
guiu “colar” as votações para go-
verno e presidência. Geraldo Al-
para Serra e 24,08% para Marina. Em Campinas, Dilma venceu ckmin alcançou quase 13 pontos
votos, diante de 37,31% para Dil- Paulocom54,19%dosvotos,con- Em redutos tradicionais dos apertado, com 37,46%, diante de porcentuaisamaisnadisputapa-
Em São Paulo, Serra ma Rousseff (PT) e 20,77% para tra 36,76% de Luiz Inácio Lula da tucanos, Serra ganhou de Dilma, 35,56% de Serra e 25,28% de Mari- ra o governo do Estado entre os
obteve 40,66% dos votos, Marina Silva (PV), com 99,94% Silva. Marina Silva foi quem ti- mas não conseguiu ter o mesmo na.Em2006,Alckminvenceupor eleitores da capital, chegando a
das urnas apuradas. Na última rou a vitória de Dilma no Estado desempenho de Alckmin em 46,85%, contra 42,22% de Lula. 48,76%. Aloizio Mercadante fi-
ante 37,31% para pesquisa Ibope, de 25 de setem- de São Paulo, já que ficou bem 2006. Em Araçatuba, Serra teve Marina Silva teve votação bas- cou mais próximo do porcentual
Dilma e 20,77% para bro, Dilma aparecia na liderança, acima das últimas pesquisas. 46,62%, diante de 29,85% para tante expressiva em algumas ci- de Dilma, com 35,82% na luta pe-
Marina Silva com41%dosvotos,enquantoSer- No cinturão petista, Dilma Dilma e 22,61% para Marina. Em dades. Em Ferraz de Vasconce- lo Palácio dos Bandeirantes.
ra tinha 36% e Marina, 13%. manteve a liderança. Em Diade- 2006, Alckmin levou 66,56% do los, ela ganhou do candidato Jo-
Patrícia Campos Mello Apesar de ter derrotado a pe- ma, ela teve 56,10% dos votos, votos, contra 25,83% de Lula. Em sé Serra, com 24,40% dos votos, Projeção. Há quatro anos, no
tistaem SãoPaulo,Serrateve de- contra 23,24% de Serra e 19,6% Franca, Serra teve 49,76%, Dil- diante de 23,65% de Serra (Dil- segundo turno, Alckmin conse-
Contrariando os resultados das sempenhobeminferioraodeGe- de Marina. Em São Bernardo, fo- ma, 33,01% e Marina, 16,41%. Já ma teve 50,81%). Ela teve mais guiu 54,4% dos votos válidos na
últimaspesquisas,ocandidatoJo- raldo Alckmin (PSDB) na elei- ram46,13%para Dilma,32,5%pa- Alckmin,naúltima eleiçãopresi- de 25% dos votos em algumas ci- capital e Lula, 45,6%. A vanta-
sé Serra (PSDB) venceu no Esta- çãopresidencialde2006.Naque- ra Serra e 19,19% para Marina. dencial, teve 67,87% dos votos dades, como Campinas gem foi de quase 570 mil votos
do de São Paulo, com 40,66% dos le ano, Alckmin venceu em São Em Osasco, a petista levou na cidade, diante de 25,38% de (25,28%) e Agudos (26,36%). para o tucano.
H8 Eleições 2010
%HermesFileInfo:H-8:20101004:

SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010 O ESTADO DE S. PAULO

PRÓXIMOS PASSOS
ERNESTO RODRIGUES/AE

Nostalgia. Pela
1ª vez, Lula não
se viu na urna
eletrônica

DO OLIMPO PARA SÃO

BERNARDO DO CAMPO?
Presidente tem reafirmado
laços com a cidade, mas o
futuro de Lula deve reservar
uma atuação internacional
além dos limites do ABC
Malu Delgado
u estou vendo aqui
se instalado em seu cérebro. “Estamos
há seis meses e 18 dias do final do nosso
mandato”, disse na convenção que lan-
çou Dilma Rousseff, em junho.
“Daqui a quatro meses e alguns dias,
eu estarei passando a faixa para essa
companheira”, afirmou, frisando nova-
mente a data, durante o primeiro comí-
cio da campanha eleitoral, no ABC pau-
lista. Ao seu lado estava Dilma Rousseff,
a petista que escolheu para sucedê-lo.
ções para presidente, em 1989, é a pri-
● Sonho meira vez que meu nome não vai estar
na urna”. “Só lamentei porque fui votar
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA e é a primeira vez que não tem minha
PRESIDENTE DA REPÚBLICA cara lá no telão”, disse ao sair da seção
“Parecia um sonho eleitoral, ontem, com uma mistura de
impossível, porque a melancolia e galhardia no tom de voz.
política no Brasil era Lula anda assim. Saudoso, voraz por
feita para doutores, inaugurações, e com o orgulho à flor da
para engenheiros, pele. Sempre que pode, cita o que consi-
deraserem êxitos de seu governo, como
não ambiciona voltar em 2014 por-
que quer “sossego na vida”.
Osaliadosmaispróximos dopresi-
dentesãoclaros:seLula quiser,volta-
rá em quatro anos. Se não, vai se esta-
belecer no cenário político de outra
forma. Claro que muita água pode
passar por debaixo da ponte, como a
emergência de um novo líder popu-
lar no campo de centro-esquerda.
Nomes como o do governador de

“E
a doutora Nébia.
Quando eu che-
guei no sindicato
para fazer a minha
ficha de filiação, a doutora Nébia já
era dentista, em 1969. Euestou falan-
do de 40 anos. E a Nébia está aqui
mais apaixonada pelo Lulinha que
nunca (...) A Zélia eu conheço desde
os anos 70, ela trabalhava na limpeza
do Sindicato dos Metalúrgicos (de
SãoBernardodoCampo). Namoradei-
ra que vocês não queiram saber! Não
vou dizer tudo que eu sei da Zélia
porque seria uma loucura aqui neste
plenário.”
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva está mergulhado em recorda-
ções que fazem o elo entre seu passa-
do de sindicalista e seu futuro políti-
co. Um cronômetro veloz parece ter
Na sexta-feira, em cerimônia oficial
com o presidente, o prefeito de São Ber-
nardo do Campo, Luiz Marinho (PT),
avisouque“Lula fazquestão”de partici-
par de uma solenidade em dezembro
para entrega deapartamentos construí-
dos pelo programa Minha Casa, Minha
Vida. Na ocasião, Marinho ainda anun-
ciouaospresentesqueuma novaUnida-
de de Pronto Atendimento (UPA) será
inaugurada em breve. “Antes de janei-
ro”, pediu Lula, que também prometeu
comparecer no evento.
Luiz Marinho, aliás, tem contado
com excessivo prestígio junto a Lula no
fim do mandato presidencial, sinalizan-
do que o presidente tem planos mais
ambiciosos para o prefeito de São Ber-
nardo nos próximos quatro anos. Lula
dissequevai“fazerpolítica”emSãoBer-
nardo. Fortalecer o nome de Marinho
para empresários,
para advogados. a redução do desemprego e a retirada de
Não era feita milhões da miséria. Reforça as ligações
para torneiro com São Bernardo, para onde promete
mecânico. Só voltaraodeixar oPlanalto.“Quandoter-
tínhamos direito minar meu mandato, eu não vou para
de bater palma Harvard, não vou para Sorbonne. Eu
para a elite que vou voltar para minha casa, a 800 me-
governava esse tros do sindicato”, disse, há dois meses,
País” em Osasco.
SERGIO CASTRO/AE
Retorno. É difícil imaginar que o presi-
para disputas futuras no Estado de São dente descerá do Olimpo a São Bernar-
Paulo provavelmente será uma das do para lá permanecer. Ainda que opte
ações políticas do presidente. por voltar a morar na cidade que o aco-
lheu quando sindicalista, Lula faz de tu-
Olê, Olá. Nos comícios no Estado de doparaterminar o mandato como altís-
SãoPaulonosúltimosdoismeses,opre- simo índice de aprovação em torno de
sidente Lula estimulou ovações histéri- 80%. É assim que pretende ser catapul-
cas e emocionadas, embaladas pelo ve- tado a uma missão para além do ABC.
lho jingle “olê, olê, olá”: “Podem gritar, Ontem, depois de não ter visto o pró-
porque desde que começaram as elei- prio rosto na urna, Lula afirmou que
Pernambuco, Eduardo Campos
(PSB), do ex-ministro Ciro Gomes
(PSB) e o da própria Dilma aparecem
como possibilidades reais para a pró-
xima eleição. O difícil é imaginar al-
gum deles num duelo com Lula, caso
o presidente emita sinais de que gos-
taria de voltar ao Planalto.
Por ora, quem o conhece sabe que
o presidente arquiteta planos para
uma inserção internacional, prova-
velmente por intermédio do institu-
to que ainda pretende criar. Segundo
umdirigente e amigo, a alta populari-
dade de Lula no Brasil e no exterior
fará com que ele tenha facilidade em
manteruminstituto comdoações in-
ternacionais para promover políti-
caspúblicaspara ÁfricaeAméricaLa-
tina. Algo bem distante “da querida
São Bernardo do Campo” de Lula.

O MUNDO DE OLHO NO BRASIL PÓS-LULA

● O principal diário argentino
destacou a queda da candidata
petista Dilma Rousseff nas pes-
quisas mais recentes de intenção
de voto e mostrou como a chan-
ce de um segundo turno sur-
preendeu eleitores e analistas
brasileiros e estrangeiros. O Cla-
rínlembraque,noBrasil,“aspes-
quisas sempre foram certeiras”.
A correspondente do jornal ar-
gentino em Brasília, Eleonora
Gosman, contou como foi o dia
dos candidatos em visita aos lo-
caisdevotação.Elatambémmos-
trou declarações do presidente
LuizInácioLuladaSilva,quedis-
se que “não é qualquer país que
dá este espetáculo de democra-
cia”. Além de texto, o material é
acompanhado por áudios.
● Apesar de algumas prisões e
das fortes chuvas que caíram on-
tem sobre boa parte do Brasil, as
eleições ocorreram em “absolu-
ta tranquilidade” no “país conti-
nental”,disseoEl Mercurio,prin-
cipal jornal de Santiago do Chile
eum dosmaisantigosdas Améri-
cas. A surpresa ficou por conta
do rendimento da candidata pe-
tista, Dilma Rousseff, que mos-
trou desempenho pouco abaixo
do previsto pelas principais pes-
quisasdeintençãodevotonavés-
pera. Destaque também para a
internação do senador José Sar-
ney (PMDB-AP) e da candidatu-
ra do ex-jogador de futebol Ro-
mário de Souza Faria (PSB), que
concorre a uma vaga de deputa-
do federal pelo Rio.
● “Dilma Rousseff, a protegida
do líder brasileiro, deve vencer
hoje as eleições no Brasil, ainda
que seja novata na política e não
tenha o carisma do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva”, noti-
ciava ontem a edição impressa
do jornal The New York Times,
um dos principais nos Estados
Unidos. De acordo com o jornal,
Dilma conseguiu tirar proveito
da popularidade de Lula, fazen-
do da eleição um referendo dos
oito anos dele no poder, período
marcado por prosperidade e as-
censão do País no cenário inter-
nacional. O texto ressalta que
ela lidera as pesquisas de opi-
nião e não foi afetada por escân-
dalos recentes envolvendo sua
sucessora na Casa Civil.
● O jornal parisiense Le Monde
visitou comunidades pobres do
Rio de Janeiro para contar histó-
riasdeeleitores brasileirosbene-
ficiadospelas políticas econômi-
cas do governo Luiz Inácio Lula
da Silva. “De Cidade de Deus a
Jacarepaguá: os olhares dos bra-
sileiros sobre os anos Lula” foi o
título da reportagem assinada
pela jornalista Anne-Gaëlle, que
conta histórias representativas
dos “25 milhões de pobres que
passaram a fazer parte da classe
média brasileira”, segundo o Le
Monde. O material do jornal
francês é acompanhado de uma
análise sobre “a consagração de
Lula, um homem do povo” e a
atuação do presidente brasileiro
na política latino-americana.
● Na avaliação do jornal britâni-
co Financial Times, com ou sem
segundo turno, o resultado da
eleição brasileira será uma vitó-
ria “confortável” da candidata
Dilma Rousseff. Na edição do
fim de semana, o Financial Ti-
mes descreve a candidata petista
comouma“tecnocrata,compou-
co carisma, quase sem populari-
dade e sem base política que pos-
sa chamar de sua”, alçada de uma
relativa obscuridade pelo apoio
do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva. O jornal britânico tam-
bémavaliaqueocandidatodoPS-
DB, José Serra, não conseguiu
apresentar alternativa à “mistu-
rapoderosa”deLula,formadape-
la“ortodoxiaeconômicaeporge-
nerosos gastos sociais”.
● OTheObserver,publicaçãodo-
minical do jornal britânico The
Guardian, traz artigo de seu cor-
respondente no Rio de Janeiro,
que analisa as alterações econô-
micas no Brasil ao tratar do am-
biente requintado do Bar Lon-
dra, no luxuoso hotel Fasano, e
de mudanças vistas em diversas
favelas da cidade. Segundo o jor-
nal londrino, alguns brasileiros
dizem que os resultados positi-
vos obtidos na era Lula são fruto
do boom das commodities ou
das reformas que, na verdade,
adotadas pelo seu antecessor,
Fernando Henrique Cardoso
(PSDB). “Mas ninguém pode ar-
gumentarcomosnúmerosdapo-
pularidade (de Lula)”, diz o The
Observer.
 Eleições 2010 H9
%HermesFileInfo:H-9:20101004:

O ESTADO DE S. PAULO SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010

DIRETO DE BRASÍLIA Como em 2006, nesta campanha o

eleitor usou Marina Silva para punir a
Usina de Belo Monte, duas obras da
lista de promessas de infraestrutura

JOÃO BOSCO RABELLO candidata Dilma, ex-ministra-chefe da

Casa Civil, umbilicalmente próxima
dos escândalos do tráfico de influência.
●
✽ joao.bosco@grupoestado.com.br
Essa estratégia do eleitor que aplica o
voto punitivo para mandar um recado
aocandidatogovernistatambémembu-
da “mãe do PAC”. Marina gostaria de
ver o projeto e o negócio da Hidrelé-
trica de Belo Monte revistos. Serra,
que é da oposição, não tem nada a ver
com a obra. O tucano tem uma pro-
posta concreta para dizer à candida-

Dilma e Lula foram te uma mensagem para o tucano José

Serra. Esse eleitor é ideologicamente
mais próximo de Dilma e Lula e precisa,
portanto, ser conquistado no segundo
ta do PV o que deve ser feito em um
eventual governo tucano com essa
usina, mesmo já tendo sido licitada?
O raciocínio vale para o negócio

os alvos do ‘voto punitivo’ turno. Não é um eleitor garantido por-

que, como mostrou a campanha de
2006,nosegundo turno,depoisdoreca-
do dado, ele voltou para Lula e ajudou a
açodado do trem-bala. Mas para este
caso a solução é mais fácil, porque
não há nem licitação nem contrato
realizados.

A
comparação dos últimos
númerosdeintenção devo-
to das pesquisas de domin-
go e o resultado do primei-
ro turno mostra que uma porcenta-
gem considerável do eleitorado usou
a candidata Marina Silva (PV) para
aplicar em Dilma Rousseff (PT) e no
própriogovernoLulaochamado“vo-
to punitivo”. Em números arredon-
dados – para entender esse voto que
o eleitor usou também em 2006 –, a
síntese do primeiro turno é esta: o
que Dilma perdeu Marina ganhou.
Serra, a rigor, oscilou dentro das
margens de erro das pesquisas e fi-
cou do tamanho previsto. O Ibope
que o Estado apresentou aos leito-
res no domingo dava 31% das inten-
ções de voto para o tucano. Até o fecha-
mento desta edição, Serra estava na ca-
sados 33%. A candidata do PV, que tinha
17% das intenções de voto no levanta-
mento, pode chegar ao final da apura-
ção com até 4 pontos porcentuais a
mais – tanto quanto Dilma, em porcen-
tagens arredondadas, deve perder.
Paraentendero “votopunitivo”,olei-
tor deve lembrar do que aconteceu na
campanha da reeleição de Lula, depois
dos escândalos do mensalão (junho de
2005) e dos aloprados (setembro de
2006). O presidente esforçou-se para
vencer no primeiro turno (49%) contra
o tucano Geraldo Alckmin (42%), mas
uma porcentagem considerável de elei-
tores que tinham Lula como “primeira
preferência” de voto recuou e fez da na-
nica deHeloísa Helena (PSOL) um mis-
todecandidatura deprotestoecandida-
tura alternativa.
O “voto punitivo” de 2006 foi estuda-
do e descrito pelos cientistas políticos
Lúcio Rennó e Bruno Hoepers, da Uni-
versidade de Brasília (UnB). “O eleitor
deixa de votar em um dos seus preferi-
dosparapuni-lo”.Masatendência,aler-
tam os professores, é dar o voto a um
candidato alternativo, mas ideologica-
mente mais próximo do preferido.
Como em 2006, a campanha de 2010
foi trespassada por dois escândalos de
repercussão nacional, o caso da viola-
ção dos sigilos fiscais dos tucanos e o
tráfico de influência e cobrança de pro-
pinas envolvendo a Casa Civil da minis-
tra Erenice Guerra e seus familiares.
consolidar o placar final contra Alck-
min: 61% a 39%.
A rigor, Lula passou em 2006 melhor
do que Dilma para o segundo turno,
mas o tucano Alckmin também teve
maisvotos doqueSerranaquelacampa-
nha pela reeleição do presidente petis-
ta. Portanto, Serra tem que fazer mais
do que conquistar Marina Silva para o
palanqueda nova campanha. Ele tem de
convencer o eleitor da candidata do PV
de que Dilma não é Lula e de que ele
pode ser a sua primeira preferência.
Conquistar os “marinas” não será fei-
to com a solene declaração de apoio a
um programa genérico da candidata do
PV. Há pontos específicos a debater, co-
mo nestes exemplos envolvendo dois
negócios caros a Dilma, o trem-bala e a
HáoutrospontoscitadosporMari-
na e que foram tratados como “pro-
grama de governo”. A candidata do
PV falou, por exemplo, em aumentar
consideravelmente o gasto com a
educação, dos atuais 5% do PIB para
algo em torno de 7%.O que Serra tem
concretamenteapropor,ele queafir-
ma ser bom de contas? São essas e
outras pontes que vão dizer o quanto
o PSDB está disposto a conquistar
Marina e os seus eleitores.
estadão.com.br
Blog. Balanço do
primeiro turno
blogs.estadao.com.br/joao-bosco/

VOTO SUB JUDICE

MARCIO FERNANDES/AE

Ficha-suja,
Maluf é o 3º
mais votado
em S. Paulo
ram documentação em ordem à
Candidatos que só Justiça Eleitoral.
concorreram graças a Os condenados concorreram,
recurso na Justiça mesmo diante do futuro incerto.
têm boa votação e já Com a candidatura impugnada
pelo Tribunal Regional Eleitoral
contam com mandato (TRE) por 4 votos a 2, Maluf não
desistiu da campanha. Ontem,
Fausto Macedo ele alegou ser inocente e afir-
mou que o caso de improbidade Na boca da urna. Deputado disse não aceitar pecha de ficha-suja e estimou que terá ‘620 mil votos de reconhecimento’
Comosvotoscontados emsepa- no qual o Ministério Público o
rado por determinação da Justi- enquadrou está sob análise do eu tive 67 mil votos, creio que Na Paraíba, o TRE também
çaEleitoral,algunscandidatosfi- TribunaldeJustiça deSãoPaulo. vou ter mais agora. Estou tran- não divulgou os votos do ex-go-
cha-sujativeramvotaçãoexpres- “Calculo que vou ter uns 620 quilo porque não há contra mim vernador Cássio Cunha Lima Para TSE, Lei “Em alguns Estados verifica-
siva e já contam com o mandato. mil votos”, disse Maluf, que em nenhuma ação de improbida- (PSDB), barrado pela Lei Ficha mos que os candidatos barrados
“Euvouserdiplomado, sim, por- 2006 recebeu 739 mil votos. Ele de”, afirmou Mansur. “Quem Limpa. A expectativa no Estado, da Ficha Limpa pela lei foram repudiados”, disse
quenão tenhocondenação”,dis- afirmou que não aceita a pecha provocou a impugnação foi um porém, é de que Cunha Lima te- cumpriu seu papel o presidente do TSE. “A primeira
se o ex-prefeito paulistano Pau- de ficha-suja. “Minha ficha é de adversário meu de Santos. Que- nha mais de 900 mil votos. avaliação é de que estamos con-
lo Maluf (PP), que disputa vaga construção, não fiz minha ima- ria que isso fosse julgado antes. EmMato Grossodo Sul, o can- vencidos de que a lei prestou um
na Câmara dos Deputados. Com gem falando mal, agredindo ou Sofri desgaste muito grande, didatoaoSenadoDagoberto No- ● Com 96,83% dos votos apura- serviço importante.”
495.193 votos apurados até as fazendo gracinhas. Meu voto é o três meses de campanha com a gueira (PDT) afirmou que o en- dos, o presidente do Tribunal Su- Lewandowski observou que
23h15, que lhe dariam a terceira do reconhecimento. Mas não é o espada na cabeça é terrível.” quadramento na Lei da Ficha perior Eleitoral (TSE), Ricardo ocorreu um fenômeno de renova-
colocação entre os mais votados voto que me dá a certeza de que Ao contrário do que ocorreu Limpa não impedirá sua vitória. Lewandowski, afirmou à noite ção da bancada da Câmara Distri-
do Estado, Maluf disse que esta- vou ser reconduzido à Câmara. em São Paulo, o TRE do Pará não Segundopesquisas,Nogueiraes- que a Lei da Ficha Limpa cum- tal de Brasília, abalada por escân-
va “na maior alegria”. Não tenho condenação, meu jul- divulgou separadamente os vo- tá 3 pontos à frente do deputado priu seu papel. Ele disse que os dalos no ano passado. “Há um
Segundo o Tribunal Superior gamento não terminou.” tos de Jader Barbalho (PMDB)e Waldemir Moka (PMDB). “Fi- sites dos TREs informarão hoje fenômeno interessante que se
Eleitoral (TSE), tiveram regis- “Defendo que o voto de quem Paulo Rocha (PT) na corrida pa- chasuja nãotemprocedênciapa- os votos dados aos candidatos concentra no Distrito Federal que
tro negado 1.248 políticos de um estáimpugnado pertenceao par- ra o Senado. Declarados inelegí- ramim.Nãohouvedolo, sãoape- ficha-suja nos Estados e prome- é a renovação de políticos, sobre-
totalde22.555–considerando to- tido, o mandato pertence ao par- veis com base na Lei da Ficha nas questões políticas”, afir- teu que o tribunal fará um esfor- tudo na Câmara Distrital. Talvez
dos os cargos em disputa. Nem tido”, disse o deputado Beto Limpa porquerenunciaram para mou. / COLABORARAM CARLOS ço “com sessões extraordiná- possa representar uma resposta
todos os impugnados têm pro- Mansur (PP-SP), ex-prefeito de escapardacassação,elesrecorre- MENDES, JOÃO NAVES DE OLIVEIRA E rias” para votar até o segundo do eleitorado aos últimos aconte-
blemas nos tribunais. Muitos fo- Santos, que já tinha 64.131 votos ram ao Supremo Tribunal Fede- ADELSON BARBOSA, ESPECIAL PARA turno recursos de políticos. cimentos.” / LEONARDO GOY
ram barrados porque não exibi- até as 23h15. “Na eleição passada ral para se manter na disputa. O ESTADO

À francesa
JF DIORIO/AE-23/2/2010
que trabalha ao lado da universi-
O ‘VOTO SECRETO’ dade, as pessoas chamaram Dir-
ceude “ladrão”, “bandido” e “sa-
fado” e até chegaram a arremes-
DE JOSÉ DIRCEU sar um sabugo de milho na dire-
ção do petista. “Ele havia entra-
do pela porta da frente e teve to-
Ex-ministro pede e TRE autoriza sua entrada do o rebuliço”, contou.
por porta lateral, longe do público e da imprensa Aparato. Ontem, por volta das
8 horas, Dirceu chegou à univer-
Eduardo Reina daUniversidade Ibirapuerapou- sidadeem Moemanumcarro im-
co depois das 8 horas, subiu até a portado,conduzidopormotoris-
ex-ministro da seção, votou rapidamente e foi Eleitor diferenciado. Escolta de Dirceu teve três veículos ta particular. Foi seguido por
prédiodauniversidade. Opró-
prio Silva escoltou Dirceu ao
primeiroandaredepoisretor-
nou até a saída. “Foi o pessoal
da universidade que pediu pa-
ra ele entrar pela lateral, para
evitar problemas”, disse.
EnquantoDirceuvotava,as-
sessores mantinham a im-
prensa com as atenções volta-
das para a entrada principal
da universidade. Depois que o
ex-ministro foi embora, um
dos seguranças agradeceu a

O Casa Civil José

Dirceu fugiu dos
eleitoresedaim-
prensa ao votar
na manhã de ontem, na 258.ª
ZonaEleitoral,emMoema,zo-
na sul de São Paulo. Conse-
guiupermissãodaJustiçaElei-
toral para ir escondido ao lo-
cal. Cercado por seguranças,
entrou por uma porta lateral
embora pelo mesmo local, en-
quantooutros eleitoresaguarda-
vam nas filas sob forte garoa.
A juíza responsável pela 258.ª
ZonaEleitoral, LéaMariaBarrei-
ros Duarte, informou, por meio
da chefe do cartório eleitoral,
Cláudia Cistolo Pereira Pinto,
que o esquema que permitiu a
Dirceu votar sem ser incomoda-
dofoiumamedidapreventivapa-
ra evitar tumultos e transtornos
no fluxo da votação.
“Apenas tomamos algumas
atitudes para evitar problemas e
nãoprejudicaravotaçãonumco-
légio com muitos eleitores”, ar-
gumentou Cláudia. “Não há pri-
vilégio para ninguém. A gente
quer evitar confusão.” Segundo
a Assessoria de Imprensa do Tri-
bunal Regional Eleitoral, a juíza
tem autonomia para tomar deci-
sões que evitem problemas e tu-
multo nos locais de votação.
Um dos principais acusados
no escândalo do mensalão, o ex-
ministro foi hostilizado por elei-
tores em 2008 na mesma zona
eleitoral.De acordo como jorna-
leiro Eduardo Ferraro Américo,
três outros carros com seguran-
ças, segundo o funcionário de
uma obra em frente, Alberto Be-
larmino Lima. Estacionou num
posto de gasolina, atrás da banca
de jornal de Américo, para não
ser identificado.
O esquema já estava acertado.
O funcionário da Justiça Eleito-
ral João Pereira da Silva abriu
uma pequena porta lateral do
Silva pela “forcinha”.
Não é só na hora de votar
que Dirceu tem sido hostiliza-
do. Em novembro de 2005, foi
agredido a golpes de bengala
no Congresso pelo escritor
Ysis Hublet, então com 67
anos. Hublet desferiu duas
bengaladasnacabeçadopetis-
tadepoisdeum“surtopsicóti-
co”, na definição do escritor.
H10 Eleições 2010
%HermesFileInfo:H-10:20101004:

SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010 O ESTADO DE S. PAULO

SENADO

PT e PMDB obtêm as maiores bancadas

Os dois partidos ganham
cadeiras na Casa que
mais deu trabalho
nos dois mandatos
do presidente Lula
Marcelo de Moraes
A ala governista conseguiu
cumprir sua missão de eleger
uma imponente bancada de
parlamentares aliados no Se-
nado, somando pelo menos 57
parlamentares aliados. Com
esse número, se a petista Dil-
ma Rousseff for eleita, conta-
rá com o apoio de mais de três
quintos da Casa, fração neces-
sária para aprovar, por exem-
PMDB
19*
2011
* PMDB pode ganhar dois senadores (uma vaga do PSDB e outra do PSOL)
plo, mudanças constitucio-
nais.
PMDB e PT passam a ser os
donos das duas maiores banca-
das da Casa, com uma soma que
pode chegar até a 36 senadores.
Isso vai depender da análise da
Justiça Eleitoral de casos de can-
didatos sub judice por conta da
Lei da Ficha Limpa no Pará e na
Paraíba.
Somadosos54candidatoselei-
tos ontem com os 27 que têm di-
reito a cumprir ainda quatro
anosde mandato, o PMDB pode-
ráter19ou21senadores,enquan-
to o PT passará a ter 15.
No caso dos peemedebistas,
elesdependemdadecisãodoTri-
bunal Superior Eleitoral (TSE),
para os casos de Jader Barbalho
DEM
PSDB
7 PT
11*
16 13
8 4
17
Como fica
a bancada
do Senado
Dados disponíveis até a meia-noite
HOJE
(PA), que pode ter sido o mais
votado no Estado. Se ele conti-
nuar impugnado, a vaga ficaria
comMarinorBrito,doPsol.Aou-
tra pendência é o caso do tucano
Cássio Cunha Lima, na Paraíba,
outro a não ter os votos divulga-
dos. Se Cunha Lima, que tam-
bém pode ter sido o campeão de
votos entre os paraibanos, for
barrado, Wilson Santiago
(PMDB) ficaria com a vaga. Já o
PT passará a ter 15 senadores.
Durante os oito anos de man-
dato do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, o Senado foi justa-
mente o centro das maiores re-
sistências dos parlamentares ao
governo federal, especialmente
quando a oposição derrubou a
cobrançada ContribuiçãoProvi-
15
PTB
6 emrelaçãoaoseucomportamen-
PDT
PR
7 4
6 4
14 11*
INFOGRÁFICO/AE
sória sobre Movimentação Fi-
nanceira (CPMF).
Além das bancadas de PMDB e
PT, o governo sabe que se Dilma
for eleita terá ainda o apoio de
outros partidos governistas. O
PTB passa a ter seis senadores,
PDT, PP e PR contarão com qua-
tro cada um. PSB terá três e o PC
do B outros dois. Legendas pe-
quenas como PRB, PSC e PMN
contribuirão para essa base de
apoio com um senador cada.
Nesse bloco, o PMDB terá que
descontar dois senadores. Com
mandato de quatro anos ainda
para cumprir, Pedro Simon
(PMDB-RS) e Jarbas Vascon-
cellos (PMDB-PE) nunca se-
guemas orientaçõespemedebis-
tas alinhadas com o Palácio do
Planalto. Outra dúvida será a po-
sição do catarinense Luiz Henri-
que da Silveira (PMDB).
A novata Ana Amélia Lemos
(PP-RS),muitoamiga do ex-pre-
sidenteFernando HenriqueCar-
doso, também é uma incógnita
to no Senado.
Para a oposição, a construção
da maioria governista no Senado
não foi a única má notícia de on-
tem. As urnas também elimina-
ram políticos importantes para
PP
PSDB e DEM dentro da Casa. De
uma só vez, a oposição viu a der-
rota de líderes como Tasso Je-
reissati (PSDB-CE), Arthur Vir-
gílio (PSDB-AM), Marco Maciel
OUTROS
(DEM-PE) e Heráclito Fortes
(DEM-PI).
Os tucanos passam a ter 10 ou
Governistas vão
tentar manter
comando da Casa
● O PMDB tentará a todo custo
manter a presidência do Senado,
hoje ocupada por José Sarney
(PMDB). Ele próprio pode tentar
a reeleição, mas, com problemas
de saúde, poderá acabar abrindo
mão do posto. Nesse caso, há
outros candidatos dentro da le-
genda, como Renan Calheiros
(PMDB-AL) e Garibaldi Alves
(PMDB-RN), ambos ex-presiden-
tes do Senado.
11 senadores, dependendo da si-
tuação da Paraíba. Podem per-
der ainda a senadora Níura De-
marchi, que ocupa a vaga de Ray-
mundo Colombo (DEM), eleito
governador de Santa Catarina
ontem. Ela é apenas a segunda
suplente e poderá ser substituí-
da pelo pemedebista Casildo
Maldaner, primeiro suplente.
Em compensação, a oposição
garantiu duas vitórias extrema-
mente estratégicas. Em Minas
Gerais, o ex-governador de Mi-
nas Gerais Aécio Neves (PSDB)
seelegeuechegamuitofortaleci-
do para ocupar uma cadeira na
Casa. Além disso, Aloysio Nunes
Ferreira (PSDB) se tornou a
grande surpresa da eleição em
São Paulo, conquistando uma
Com o aumento de sua banca-
da, o PT também pode lançar um
nome entre seus senadores – até
como forma de negociar abrir
mão da disputa para garantir a
presidência da Câmara dos Depu-
tados.
Quem pode ameaçar os planos
dos dois principais partidos da
Casa é o tucano Aécio Neves. Ex-
presidente da Câmara, tem força
política e pode começar desde já
seu projeto político para as elei-
ções presidenciais de 2014. Pre-
cisará, entretanto, organizar uma
articulação que atraia senadores
hoje alinhados com o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
das vagas e resistindo à campa-
nha de Netinho de Paula, do PC
do B, que teve o próprio Lula pe-
dindo votos a seu favor.
Outra novidade será a presen-
ça simultânea de três ex-presi-
dentes. Itamar Franco (PPS-
MG) se junta a Fernando Collor,
que não chegou ao segundo tur-
no na eleição pelo governo de
Alagoas, e volta a reocupar sua
vaga, e ao presidente do Senado,
José Sarney (PMDB-AP).
estadão.com.br
Corrida estadual. Acompanhe
a eleição nos Estados
estadão.com.br/e/eleicoesestaduais

A BATALHA POR 54 VAGAS NO SENADO

l Quem foi eleito em cada Estado

VOTOS VÁLIDOS (%) VOTOS VÁLIDOS (%) VOTOS VÁLIDOS (%)

31,73 32,72 28,65

MA

RJ

JORGE VIANA (PT) EDISON LOBÃO (PMDB) LINDBERG FARIAS (PT)

AC

SÉRGIO PETECÃO (PMN) 30,99 JOÃO ALBERTO (PMDB) 29,72 MARCELO CRIVELLA (PRB) 22,66

35,93 39,48 35,01

MG

BENEDITO DE LIRA (PP)

RN

AÉCIO NEVES (PSDB) GARIBALDI ALVES FILHO (PMDB)

AL

RENAN CALHEIROS (PMDB) 33,41 ITAMAR FRANCO (PPS) 26,74 JOSÉ AGRIPINO (DEM) 32,24

EDUARDO BRAGA (PMDB) 42,04 34,90 50,68

AM

MS

DELCÍDIO AMARAL (PT) VALDIR RAUPP (PMDB)

RO

VANESSA GRAZZIOTIM (PC DO B) 22,84 WALDEMIR MOKA (PMDB) 23,00 FÁTIMA CLEIDE (PT) 27,71

RANDOLFE RODRIGUES (PSOL) 39,00 37,07 27,92

AP

MT

BLAIRO MAGGI (PR) ROMERO JUCÁ (PMDB)

RR

GILVAM BORGES (PMDB) 23,16 PEDRO TAQUES (PDT) 24,51 ÂNGELA PORTELA (PT) 26,15

WALTER PINHEIRO (PT) 31.02 FLEXA RIBEIRO (PSDB) 67,61 PAULO PAIM (PT) 33,83
BA

PA

RS

LÍDICE DA MATTA (PSB) 28,91 MARINOR BRITO (PSOL) 27,19 ANA AMÉLIA LEMOS (PP) 29,54

JOSÉ PIMENTEL (PT) 36,32 VITAL DO REGO FILHO (PMDB) 35,37 LUIZ HENRIQUE DA SILVEIRA (PMDB) 28,44
CE

PB

SC

EUNÍCIO OLIVEIRA (PMDB) 32,40 WILSON SANTIAGO (PMDB) 33,39 PAULO BAUER (PSDB) 25,32

CRISTOVAM BUARQUE (PDT) 37,27 ARMANDO MONTEIRO (PTB) 39,87 EDUARDO AMORIM (PSC) 33,65
DF

PE

SE

RODRIGO ROLLEMBERG (PSB) 33,03 HUMBERTO COSTA (PT) 38,81 ANTONIO CARLOS VALADARES (PSB) 25,62

RICARDO FERRAÇO (PMDB) 44,55 WELLINGTON DIAS (PT) 32,54 ALOYSIO NUNES FERREIRA (PSDB) 30,43
SP
ES

PI

MAGNO MALTA (PR) 36,76 CIRO NOGUEIRA (PP) 22,25 MARTA SUPLICY (PT) 22,60

DEMÓSTENES TORRES (DEM) 44,09 GLEISI HOFFMAN (PT) 29,50 JOÃO RIBEIRO (PR) 27,96
GO

PR

TO

LÚCIA VÂNIA (PSDB) 30,56 ROBERTO REQUIÃO (PMDB) 24,84 MARCELO MIRANDA (PMDB) 25,41

INFOGRÁFICO/AE

SERGIO MENEZES/DIARIO DA REGIAO

Aloysio, que não Netinho já dava como certa

escondeu FHC,
supera favoritos
Aloysio fez campanha sem rene-
Colocado pelas gar o passado. Foi um dos pou-
pesquisas atrás de costucanosafazertambém críti-
cas contundentes ao presidente
Marta e Netinho de Paula, LuizInácioLuladaSilva,queexi-
tucano surpreende e be alto índice de popularidade.
tira a vaga do cantor NasandançaspelointeriordoEs-
tado,oex-homemfortedogover-
Ana Paula Scinocca no Serra focou no ex-governa-
dor e candidato ao Palácio dos
Aloysio Nunes Ferreira fez cam- Bandeirantes, Geraldo Alckmin.
panha como tucano legítimo. Usou depoimentos de prefeitos
Foi o único que não escondeu paulistas em seu favor e, sem so-
FernandoHenrique Cardoso,fa- bressaltos, foi subindo nas pes-
zendodo ex-presidenteesímbo- quisas. Seu crescimento tam-
lo maior do PSDB seu principal bém pode ser atribuído à saída
cabo eleitoral na campanha ao de cena de Orestes Quércia
Senado. Em votação surpreen- (PMDB) da disputa ao Senado.
dente, foi eleito ontem senador Ao deixar a campanha, por moti-
com quase 11 milhões de votos, vo de saúde, o peemedebista re-
apesar de ele aparecer apenas comendou voto em Aloysio.
em terceiro lugar nas pesquisas Outro fator que contribuiu para
de véspera. a vitória de Aloysio foi a “caro-
Ex-secretário da Casa Civil de na” que o tucano pegou nas cam-
José Serra, ex-vice-governador panhas de deputados não ape-
de São Paulo na gestão de Luiz nas do PSDB como do PMDB.
Antônio Fleury Filho, ex-minis- Seu nome apareceu em vários
tro da Justiça no governo FHC, santinhosde postulantes a vagas
À frente. Aloysio vota em Rio Preto: 11 milhões de votos
na Câmara e na Assembleia Le- Aloysio acompanhou a apura-
gislativa. A mesma estratégia, ção em casa, no bairro de Higie-
em2006, quase fezcomqueGui- nópolis, acompanhado da mu-
lherme Afif Domingos (DEM) lher,filhasenetos.Recebiaosnú-
roubasseavagadosenadorpetis- meros com euforia. Segundo re-
ta Eduardo Suplicy. latode pessoas próximas, o tuca-
no enxergava a vitória, mas não
em primeiro lugar. Ao confirmar
● O senador Romeu Tuma quesuavagaestava, defato,asse-
(PTB-SP) permanecia internado gurada,Aloysiofezquestãodete-
até ontem à noite. Pela manhã, lefonar para Quércia e FHC, a
havia expectativa de que Tuma, quem agradeceu o apoio e as de-
que concorria à reeleição, tives- clarações de voto. O tucano foi
se alta para votar, mas a saída um dos primeiros a votar na Fa-
não foi autorizada pelos médicos. culdade D. Pedro, em São José
do Rio Preto, sua terra natal.
eleição ao lado de Marta
Antes da abertura das
urnas, cantor atenuou
sinais do avanço
de Aloysio Nunes
nas pesquisas
Netinhode Paula(PC do B)esta-
va confiante quando votou no
início da tarde em Campo Lim-
po, na zona sul da capital. Embo-
ra tenha dito que era preciso es-
perar a apuração, em determina-
dos momentos o candidato che-
gouafalar comosetivesse venci-
do as eleições e minimizou o
crescimento de seu rival tucano
nas últimas pesquisas.
“Nãovichegadanenhuma.Te-
nho acompanhado as pesquisas
e, pelo que eu acompanho, estou
numa posição muito estável”,
disse ocandidato quechegou pa-
ravotarcom Aloizio Mercadante
(PT). Um grande tumulto se for-
mou no prédio, com fãs em bus-
ca de fotos e tentando abraçá-lo.
Netinho chegou a sugerir que
poderianão completar o manda-
to para se candidatar a outro car-
go. “Quero tentar cumprir o
meu mandato. Sair, deixar de
cumprir meu mandato, quem
vai optar por isso não sou eu; é a
sociedade. Se a sociedade achar
que eu possa ser candidato a ou-
tra coisa nesse ínterim, assim eu
farei”, disse ainda pela manhã,
quando acompanhou o voto de
Mercadante.
Pouco antes, Netinho esteve
com Lula em São Bernardo do
Campo. O cantor e apresenta-
dor também disse que interrom-
peria sua carreira artística para
investir na vida pública.
Marta Suplicy (PT) também
atacou os levantamentos que in-
dicavam Aloysio Nunes (PSDB)
em primeiro. “Algumas pesqui-
sas deram a disputa como embo-
lada, mas não acreditei. Acredito
que Netinho e eu seremos os pri-
meiros”, disse após votar no Jar-
dim Paulistano.
“Vai ser uma votação um pou-
quinho mais distante do que a
pesquisa tem mostrado. Espero
uma votação tranquila e acredi-
to que nós dois vamos ser elei-
tos”, completou a candidata do
PT. / FERNANDA YONEYA e RENATO
MACHADO
 Eleições 2010 H11
%HermesFileInfo:H-11:20101004:

O ESTADO DE S. PAULO SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010

CÂMARA FEDERAL

Base aliada petista terá PT

PSDB

54
DEM

43 40
PP
PSB

34 PDT

60% dos deputados 88

66 65
41
26

40
PR
PPS

Somadas, as nove siglas que história do País – em 2002, foi 83 27 14

24 PTB
PSDB e DEM perdem, compõeabase deapoiodacandi- eleito com 1,57 milhão de votos. PMDB 20
data do PT à Presidência, Dilma Para efeito de comparação, Tiri- 23 PCdoB
juntos 34 cadeiras na
Rousseff (PT), detém 309 das rica teve cerca de 414 mil votos a
79 15
22 PV
Câmara; votação de 513 cadeiras da Câmara – 60%. mais do que o candidato do 89 Distribuição 14
Tiririca ajuda a ampliar de 22
23 para 40 a bancada PR
Na legislatura atual o porcentual
atinge 58%. Além do PT e do
PSOLàPresidência,PlíniodeAr-
ruda Sampaio. Garotinho foi o
das cadeiras 13
16 PSC

PMDB, integram a coligação dil- deputadofederalcommelhorde- na Câmara 13

Bruno Tavares mista o PR, PSB, PDT, PSC, PC
do B, PTC e PRB.
O PT conseguiu superar o O PR foi uma das agremiações
PMDB e se tornou o partido que tiveram maior crescimento
com maior número de cadei- emrelaçãoàeleição passada.Sal-
ras na Câmara dos Deputados tou das atuais 23 cadeiras para
– 88 ante as 83 obtidas das elei- 40.Ocrescimentode73%éresul-
ções de 2006. Os dois princi- tadodasvotações obtidasprinci-
pais partidos de oposição ao palmente pelo palhaço Tiririca
presidente Luiz Inácio Lula da (PR-SP) e por Anthony Garoti-
Silva, PSDB e DEM, perderam, nho (PR-SP).
juntos, 34 deputados. Tiririca sagrou-se ontem o de-
A configuração indicada pelas putado federal mais votado do
urnasainda pode mudar,confor- País, com pouco mais de 1,3 mi-
me os resultados dos julgamen- lhão de votos. Enéas Carneiro,
tos de candidatos barrados pela do Prona, continua sendo o de-
Lei da Ficha Limpa. putado federal mais votado da
sempenho no Rio – teve 694 mil
votos (8,69% do total).
Com sua expressiva votação,
Tiririca arrasta pelo menos mais
trêsdeputados da coligação. Nas
vagas“abertas” por ele entraram
Otoniel Lima (PRB), Vanderlei
Siraque(PT) e o delegadoProtó-
genes Queiroz (PC do B).
Os três partidos que dão sus-
tentação ao presidenciável tuca-
no, José Serra, ficaram com 111
cadeiras. Na legislatura atual, a
PSDB, DEM e PPS têm 153 vagas.
Confirmandoasprojeções,acan-
didata Bruna Furlan (PSDB), fi-
lha do prefeito de Barueri, Ru-
2011 HOJE
bens Furlan, foi a oposicionista
mais votada, com pouco mais de
270 mil votos. Aos 27 anos, ela
desbancou veteranos puxadores
de voto, como José Aníbal (PS-
DB), que teve 170 mil votos.
Proporcionalmente, o candi-
dato Reguffe (PDT-DF) foi o que
teve o melhor desempenho, com
19,15% (cerca de 248 mil votos).
ACM Neto (DEM-BA) obteve
quase 7% dos votos na Bahia. No
Rio Grande do Sul, a deputada
dos Deputados
Dados disponíveis até a meia-noite
Manuela D’Ávila (PC do B-RS)
conseguiu 8,26%.
Novatos e medalhões . Nomes
tradicionais da política nacional
conseguiram se reeleger. Fazem
parte desse grupo, por exemplo,
a ex-prefeita de São Paulo Luiza
Erundina (PSB), o ex-presiden-
te da Câmara Arlindo Chinaglia
(PT), Arnaldo Faria de Sá (PTB),
Ivan Valente (PSOL), José Aní-
bal (PSDB), Jilmar Tatto (PT),
25 30 OUTROS
INFOGRÁFICO/AE
Valdemar Costa Neto (PR) e Ga-
briel Chalita (PSB).
Mas a Câmara terá novatos a
partirde2011.Umasdasquetive-
rammaiorvotaçãofoiaempresá-
ria Iolanda Ota (PSB-SP). Mãe
do garoto Ives Ota, assassinado
por sequestradores em 1997, ela
obteve pouco mais de 212 mil vo-
tos.Notimedosdeputados“ilus-
tres” entraram os ex-jogadores
Romário (PSB-RJ) e Danrlei
(PTB-RS).

Sem graça
PAULO LIEBERT/AE
tas. Ele estava acompanhado de
seu filho Everson Tirulipa, sua
mulher, Nana Magalhães, e seu
produtor, Joãozito.
A busca por discrição fez o hu-
morista trocar o característico
bonezinho colorido, a peruca
loura e as roupas espalhafatosas
‘De concreto, só o
cimento’, diz artista
ao ser questionado
sobre suas propostas
por uma camiseta azul e calça
jeans. Tiririca disse a jornalistas
queé“humilde”,garantiuquesa-
bia ler – na sexta-feira o Ministé-
rioPúblicovoltouapediracassa-
ção de sua candidatura, sob ale-
gaçãodequeoFranciscoéanalfa-
beto – e avisou que só falaria co-
mo deputado depois de todos os
votos serem apurados.
Morte anunciada. Questiona-
Mais discreto. Tiririca antes de votar, em faculdade de São Paulo: peruca e chapéu colorido deram lugar à camiseta e jeans dosobresuas“propostasconcre-
tas”, caçoou: “De concreto, só o
Gilberto Amendola deve arrastar vários candidatos cimento.”
O PALHAÇO QUE JORNAL DA TARDE de sua coligação à Câmara dos
Deputados.
Ontem,umboatosobreamor-
te de Tiririca correu redes so-
carro e os dois foram embora.
Tirulipa garantiu que seu
pai estudou até a “2.ª ou 3.ª
série”.Amulherde Tiririca fa-
lou que as denúncias sobre o
analfabetismo do marido
eram “inveja da oposição” e
Joãozito anunciou um DVD
para os próximos meses.
Após a votação Tiririca foi a
um flat, no bairro dos Jardins.
“Eu preciso descansar. Estou
muito esperançoso. Mas não
querocomemorarantesdaho-
ra. Preciso mesmo descansar,
vou viajar ainda hoje. Vou pra
Fortaleza ver a família”, disse
o humorista eleito deputado.
Seguranças e recepcionis-
tasdo flatdisseram queTiriri-
ca é um hóspede discreto, que
pouco sai de casa e quase não
conversa com ninguém. Se-
gundo vizinhos, o artista mo-
ra na cobertura.
Às 18h20, a reportagem li-
gou para o produtor de Tiriri-
ca, Joãozito, e informou que,
àquela altura, o candidato já
havia alcançado 200 mil vo-
tos.“Estamoschegandonoae-
roporto. A última vez que a

C
om quase 1,4 milhão de
VIROU CAMPEÃO votos, o palhaço Tiriri-
ca, ou Francisco Eve-
rardo Oliveira Silva, do
DE VOTOS PR, tornou-se o deputado fede-
ral mais votado das eleições de
ontem. Ao todo, Tiririca teve
Apesar de ameaça do MP e de boatos sobre sua mais que o dobro de eleitores
que o segundo colocado em São
morte, Tiririca torna-se o deputado mais votado Paulo, Gabriel Chalita (PSB), e
Orientado pelo PR a evitar ex-
por sua imagem antes da vota-
ção, o candidato tentou, inutil-
mente, driblar o assédio da im-
prensa. Tiririca, ou Francisco,
chegou às 8h54 em sua zona elei-
toral, Universidade Paulista
(Unip) da Aclimação, em meio a
um tumulto de câmeras, grava-
dores e microfones de jornalis-
ciaisda internet. “Eumorriiiiiii”,
disse o candidato enquanto dei-
xava a Unip, 12 minutos após en-
trarnauniversidade.“Canta,Flo-
rentina, canta!”, pediam os que
cercavam Tiririca, em referência
à música que tornou famoso o
palhaço de circo. E Tiririca can-
tou. Em seguida, sua assessora
de imprensa colocou-o em um
gente viu no site, ele tinha 60
mil votos. Me ligue depois”,
respondeu Joãozito.
O segundo telefonema foi
feito20minutosdepois,quan-
do Tiririca ultrapassou os 500
mil votos. “Olha, o Tiririca es-
tá muito ‘adrenalinado’ (sic).
Ele não está acreditando”, co-
memora o produtor.

* OS DEPUTADOS FEDERAIS MAIS VOTADOS EM SP

O MAIS VOTADO NO ESTADO

Tiririca (PR-SP)
19,15%
foi a votação de Reguffe, do
● Ivan
Valente
Deputado
federal eleito
1,57
milhão de votos continua

1.353.073
votos
PDT-DF. A cifra o converte no
candidato a deputado federal
que obteve, proporcionalmente,
o melhor desempenho ontem
pelo PSOL foi o
15º mais vota-
do em SP
sendo o recorde nacional de
votação para deputado federal
obtido por Eneas Carneiro, do
Prona, em 2002
EDU MORAES /DIVULGAÇÃO

Nome Partido Nº de votos % válidos Pr Paulo Freire PR - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 161.031 0,76% Roberto Freire PPS - PPS / DEM / PSDB 121.448 0,57%
Tiririca PR - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 1.353.073 6,35% Missionário José Olimpio PP 160.736 0,75% Nelson Marquezelli PTB 117.631 0,55%
Gabriel Chalita PSB - PSL / PSB 559.841 2,63% Vicente Candido PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 160.214 0,75% Jefferson Campos PSB - PSL / PSB 116.310 0,55%
Bruna Furlan PSDB - PPS / DEM / PSDB 270.609 1,27% Mara Gabrilli PSDB - PPS / DEM / PSDB 160.098 0,75% Dib PSDB - PPS / DEM / PSDB 113.802 0,53%
Paulinho da Força PDT 267.052 1,25% Filippi PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 149.495 0,70% Julio Semeghini PSDB - PPS / DEM / PSDB 113.329 0,53%
João Paulo Cunha PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 255.417 1,20% Carlos Sampaio PSDB - PPS / DEM / PSDB 145.580 0,68% Junji Abe DEM - PPS / DEM / PSDB 113.147 0,53%
Jilmar Tatto PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 250.334 1,17% Janete Pietá PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 144.001 0,68% Alexandre Leite DEM - PPS / DEM / PSDB 112.947 0,53%
Rodrigo Garcia DEM - PPS / DEM / PSDB 226.016 1,06% Guilherme Campos DEM - PPS / DEM / PSDB 112.851 0,53%
Vicentinho PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 140.999 0,66%
Emanuel Fernandes PSDB - PPS / DEM / PSDB 218.785 1,03% Newton Lima Neto PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 110.193 0,52%
Arnaldo Jardim PPS - PPS / DEM / PSDB 140.619 0,66%
Zarattini PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 216.321 1,02% Edinho Araujo PMDB 100.194 0,47%
Ricardo Berzoini PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 140.489 0,66%
Luiza Erundina PSB - PSL / PSB 214.077 1,00% Marcelo Aguiar PSC - PSC / PHS 98.764 0,46%
Thame PSDB - PPS / DEM / PSDB 139.718 0,66%
Ota PSB - PSL / PSB 212.959 1,00% Guilherme Mussi PV 98.700 0,46%
José Mentor PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 139.650 0,66%
Marco Feliciano PSC - PSC / PHS 211.724 0,99% Otoniel Lima PRB - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 95.954 0,45%
Dimas Ramalho PPS - PPS / DEM / PSDB 139.632 0,66%
Arlindo Chinaglia PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 207.413 0,97% Delegado Protógenes PC do B - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 94.871 0,45%
Tripoli PSDB - PPS / DEM / PSDB 134.855 0,63%
Arnaldo Faria de Sá PTB 192.294 0,90% Vanderlei Siraque PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 93.292 0,44%
Paulo Teixeira PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 134.410 0,63%
Ivan Valente PSOL 188.964 0,89% Ricardo Izar PV 87.340 0,41%
Carlinhos Almeida PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 134.172 0,63%
Edson Aparecido PSDB - PPS / DEM / PSDB 184.308 0,86% Aline Correa PP 78.289 0,37%
Valdemar Costa Neto PR - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 174.748 0,82% Aldo Rebelo PC do B - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 132.081 0,62% Penna PV 78.279 0,37%
Márcio França PSB - PSL / PSB 171.894 0,81% Vaccarezza PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 131.660 0,62% Abelardo Camarinha PSB - PSL / PSB 71.637 0,34%
José Anibal PSDB - PPS / DEM / PSDB 170.934 0,80% Milton Monti PR - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 131.638 0,62% Roberto de Lucena PV 70.586 0,33%
Vaz de Lima PSDB - PPS / DEM / PSDB 170.727 0,80% Luiz Fernando Machado PSDB - PPS / DEM / PSDB 129.598 0,61% João Dado PDT 70.467 0,33%
Jorge Tadeu DEM - PPS / DEM / PSDB 164.539 0,77% Devanir Ribeiro PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 127.933 0,60% Roberto Santiago PV 60.165 0,28%
Antonio Bulhões PRB - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 162.539 0,76% Duarte Nogueira PSDB - PPS / DEM / PSDB 124.707 0,59% Dr. Sinval Malheiros PV 59.208 0,28%
Jonas Donizette PSB - PSL / PSB 162.143 0,76% Eli Correa Filho DEM - PPS / DEM / PSDB 124.559 0,58% * APURADOS 99,99% DOS VOTOS
H12 Eleições 2010
%HermesFileInfo:H-12:20101004:

SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010 O ESTADO DE S. PAULO

PELO BRASIL
CELSO JUNI

1.

SP VAI ÀS URNAS

HORA A HORA, A ELEIÇÃO

NA MAIOR CIDADE DO PAÍS
Ontem o domingo foi diferente
para 8,4 milhões de eleitores
paulistanos. Confira momentos
protagonizados por alguns
deles, de norte a sul da capital
teclas dos candidatos escolhidos e sair.
“Não acho que exagerei. É para não ter
chance de acontecer algo errado”, disse
o segurança, que saiu de casa, em Artur
Alvim, na zona leste, às 5h10.
para votar. No total, além dos 1.865 de-
tentos, 2.615 adolescentes da Funda-
ção Casa garantiram esse direito. Um
dos problemas que restringiram o voto
nos presídios foi a segurança. Unida-
des que abrigam criminosos perigosos,
11h15 “Me ajuda, me fala qual-
quer número aí!” Lidija
estava muito aflita. Já fazia uns 3 minutos
que ela estava diante da urna, no Colégio
Rio Branco, em Higienópolis, região cen-
tral, e não conseguia concluir seu voto. A

o Jardim Paulista, na zo-

8h As celas se abriram às 8 horas.
Os primeiros eleitores foram
algemados e, sob escolta, caminharam
por exemplo, ficaram de fora da elei-
ção.
presidentedaseçãopacientementeexpli-
cava que não podia dar orientações sobre
os números de candidatos. “A média dos

D 10h15
na sul, ao Jardim Roma-
no, na leste. Da eleição
no maior local de vota-
ção de São Paulo – o Ma-
ckenzie, na região cen-
tral – aos votos dos presos no cadeião
de Pinheiros, na zona oeste. Do mesá-
rio mais antigo aos eleitores de outras
cidades que votaram em trânsito, nu-
ma estação de metrô. Por todo o dia,
em diferentes regiões da capital, o Esta-
do flagrou conversas, situações e perso-
nagens deste 3 de outubro, dia em que
8,4 milhões de paulistanos foram às ur-
nas.
em fila até a seção eleitoral. Começou
assim o dia de votação do Centro de
Detenção Provisória 3 (CDP-3), em Pi-
nheiros, na zona oeste de São Paulo.
Pela primeira vez, os presos tiveram o
direito de votar no País. Em São Paulo,
1.865 foram às urnas espalhadas em 31
dos 148 presídios do Estado. Em quatro
grupos de dez, os presos foram retira-
dos de suas celas. Cada dezena de de-
tentos ia para uma das quatro seções
eleitorais instaladas no CDP-3. A maio-
ria levava cola com os números dos can-
didatos e gastava cerca de 30 a 40 segun-
dos para votar. De acordo com o juiz-
corregedor dos presídios, Ulysses Gon-
Quatro jovens foram
abordados por poli-
ciais militares na entrada de uma seção
eleitoral no Brooklin, zona sul, por esta-
rem usando nariz de palhaço. Os poli-
ciais pediram para eles tirarem o adere-
ço de plástico antes de votar e nenhum
incidente foi registrado.
10h30 Na Escola Estadual
Professor Laerte Ra-
mos de Carvalho, em Cidade Dutra, na
zona sul, um exemplo claro da vontade
de votar. Dois lances de escada entre o
térreo e as cabines de votação torna-
vam impossível o percurso até as cabi-
outros eleitores tem sido um minuto e
meio, mas temos de ser pacientes”, disse
a mesária. A professora Lidija finalmente
terminou de votar e saiu lamentando: “É
muito cargo. E eu não queria errar e votar
em algum bandido ou sequestrador.”
11h45 Diz o ditado que polí-
tica, futebol e reli-
gião não se discutem. Mas pelo menos
ontem o padre, acostumado a tratar
de religião diariamente, sentiu-se à
vontade também para falar de políti-
ca. Na missa da Igreja São Luís, na
Avenida Paulista, o pároco Emma- Correria. Eleitores se aglomeram dian
nuel Araújo orientou os fiéis no ser-

6h10 Duas horas antes de os

portões se abrirem no
Instituto Mackenzie – maior local de
votação do Estado, com 19.704 eleito-
res –, o segurança José Roberto Drudi,
de 57 anos, já estava plantado na frente
da universidade, sem se incomodar
com o vento forte ou a garoa fria. “Che-
guei cedo para terminar cedo. Ainda
vou trabalhar o dia inteiro, não quis me
atrasar”, justificou. Ele levou 45 segun-
dos para entrar na cabine, apertar as 25
çalves Junior, a votação dos presos ter-
minou às 11h30. Ao todo, 137 pessoas
votaram nas quatro urnas do CDP.
Nem todos os presos provisórios – os
que ainda não têm condenação definiti-
va – puderam votar. “Conseguimos ga-
rantir esses direitos a cerca de 10% dos
presos e adolescentes internados. Fize-
mos o que era possível”, afirmou o de-
sembargador Walter de Almeida Gui-
lherme. No Estado existiam 52 mil pes-
soas que poderiam ter sido cadastradas
nes de votação para a cozinheira Neoci
Silva Paiva, de 57 anos, cadeirante há 11
meses. “Quando viram que tinha uma
escada, os mesários sugeriram que eu
justificasse o voto”, ela contou. “Mas
eu é que não ia perder o voto. Acordei
cedo, no frio, para chegar ao colégio e
justificar?” Tanto insistiu que dois me-
sários carregaram seus 60 quilos esca-
da abaixo e esperaram até que ela termi-
nasse. “Meu voto é luminoso, nunca er-
rei o candidato.”
mão: “Somos convocados a definir o
futuro do País. Rezemos para que as
eleições sejam tranquilas e os resulta-
dos, promissores para a nação.”
11h50 Na estreia do voto
em trânsito, muitos
eleitores tiveram dificuldade para con-
firmar suas escolhas. Vários deles che-
garam às zonas eleitorais especiais sem
o cadastramento obrigatório e acaba-
ram frustrados. Outros, por falta de in-
formação ou atenção, acabaram erran-
do o local em que deveriam votar. Foi o
caso da bancária Tereza Aguiar, de 44
anos, que foi à Estação Paraíso do Me-
trô, um dos três locais de votação em
trânsito da capital paulista. Em sua re-
quisição, constava o direcionamento
para a Estação República. “Vi o nome
(da estação), mas achei que poderia ir a
qualquer outro lugar”, afirmou a bancá-
ria. Segundo o Tribunal Superior Eleito-
ral (TSE), 80.494 pessoas solicitaram o
 O ESTADO DE S. PAULO
IOR/AE
2.
3.
4.
nte da Escola Estadual Cidade de Hiroshima, em Itaquera, zona leste de SP
voto fora de seus domicílios de origem
– delas, 12.750 foram às urnas na cidade
de São Paulo.
12h Marcelo (nome fictício), de 18
anos, votou ontem pela pri-
meira vez. Usava uniforme azul e chine-
los de dedo. Decidiu ir às urnas porque
crê que as coisas precisam mudar. Há
um ano está internado na Unidade
Abaeté da Fundação Casa, na Vila Ma-
ria, zona norte. Foi apreendido por rou-
PAULO SANTOS/REUTERS
HELIA SCHEPPA/JC IMAGEM
WILSON PEDROSA/AE
HÉLVIO ROMERO/AE
bo. “Não quero mais ver ladrão toman-
do decisões importantes.” Era meio-
dia quando a urna soou o sinal de confir-
mação do último voto de Marcelo. “Mi-
nha parte eu fiz”, disse. A Fundação Ca-
sa tem cerca de 6,8 mil internos. Des-
tes, 2.231 decidiram votar.
12h15 Em51anosdeexperiên-
cia,omesáriomaisanti-
go de São Paulo, Arthur Victor Brennei-
sen, de 81, continua querendo saber.
estadão.com.br
5.
6.
“Não entendo como tem gente que acor-
da às 5 horas para chegar logo na zona
eleitoral e votar em branco.” Corretor de
imóveis aposentado, seu Arthur foi con-
vocado para ser mesário em 1959 e gos-
tou. Nas outras 50 vezes, ele se ofereceu
para trabalhar. Hoje é presidente da Se-
ção 49, da Zona Eleitoral 248, em Itaque-
ra,zonaleste.Consideradoaliumaverda-
deirainstituição,eleéobservadoorgulho-
samente pela filha e pelo neto dentro da
seção. “A gente não poderia estar aqui,
mas eu sempre trago o almoço dele”, ex-
plica Sandra.
12h30 Boca de urna é um
conceito um tanto
elástico no Jardim Romano, na zona
leste. O bairro ficou conhecido em São
Paulo depois das enchentes que o dei-
xaram alagado por dois meses entre o
fim de 2009 e o começo deste ano. Mes-
mo com a presença da Polícia Militar,
dezenas de crianças distribuíam santi-
nhos e pediam votos para candidatos.
João Henrique, um garoto magrinho,
jogava bola no meio da rua com dois
amigos. Cada vez que a bola corria pa-
ra mais longe e o jogo precisava ser
interrompido, ele tirava do bolso um
bolo de santinhos de um candidato a
deputado estadual e entregava para
quem passava. “Com o dinheiro que
meu pai ganhou para distribuir esses
papéis, ele prometeu me dar um pre-
sente”, contou. Na Rua Capachós, lo-
cal que ficou famoso depois de ficar
submerso por dias a fio, ninguém se-
quer falava em eleição. “Pra quê? Não
vai mudar nada...”, dizia Augusta Lou-
renço, de 19 anos, mãe de duas crian-
ças. Na época das enchentes, Augusta
foi obrigada a abandonar sua casa e
dormir por uma semana e meia no alo-
jamento provisório montado na Esco-
la Municipal Armando Cridey Righetti
– mesmo lugar utilizado ontem para a
votação. “Foi só aparecer algum outro
problema por aí que esqueceram da
gente. As chuvas vão voltar e aí? De que
adianta votar se sempre se esquecem
do povo?”
SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010
Fotos. Confira a cobertura fotográfica do 1º turno. estadao.com.br/eleicoesfoto
MARCOS DE PAULA/AE
13h40 Em pleno shopping
Pátio Higienópolis,
um cidadão chamava a atenção ao cami-
nhar calmamente ostentando uma es-
trela do PT no peito. “Não sou filiado,
sou simpatizante. Mas o Lula convocou
a militância e eu não tenho vergonha de
usar a estrela”, disse Eduardo Paes, de
29 anos, que dá palestras e treinamen-
tos motivacionais em empresas.
14h Aos 45 do segundo tempo, o
Supremo Tribunal Federal
(STF) decidiu que, para votar, o cida-
dão não precisava levar o título de elei-
tor, apenas um documento oficial com
foto. Mas nem todos os mesários enten-
deram a regra do jogo... Várias pessoas
conseguiram chegar até a urna eletrôni-
ca apenas com o título de eleitor na
mão. Esse foi o caso do gerente de ven-
das Adriano Belo Ramos, que votou na
Escola Estadual Visconde de Taunay,
no bairro do Limão, zona norte. Apre-
sentou apenas o título de eleitor, sem
que ninguém lhe pedisse outro docu-
mento.
14h30 Sem lei seca no Esta-
do, os bares de São
Paulo não precisaram se importar em
disfarçar os copos de cerveja pelas mesi-
nhas, como virou costume em outras
eleições. “Depois de votar, já estamos
no bar para afogar as mágoas”, dizia o
estudante de Direito Paulo Roberto Me-
deiros, que bebia com dois amigos na
Vila Madalena, zona oeste
15h Uma guerra é travada entre
os bravos garis e a sujeirada
que forra as ruas de São Paulo no dia da
eleição. Ontem, as 31 subprefeituras re-
crutaram 2.639 soldados da vassoura e
249 caminhões-tanque nas trincheiras
imundas nos arredores das escolas on-
de havia votação. Francisco Pereira,
que lutaria contra o lixo montado em
um dos caminhões, estava triste. “Não
consegui votar, estava muita fila”, la-
mentou. “Tomara que tenha segundo
turno.” A guerreira Josefa, por sua vez,
Eleições 2010 H13
DIDA SAMPAIO/AE
1. Santinhos e panfletos forram o
chão na frente de uma escola no
Núcleo Bandeirante, cidade
satélite de Brasília
2. Urnas são levadas em um barco
da Marinha pelo Rio Amazonas para
comunidades ribeirinhas isoladas
no Pará
3. Detentos esperam para votar no
presídio Aníbal Bruno, no Recife:
pela primeira vez, presos
cadastrados em todo o País
ganharam o direito de eleger seus
candidatos
4. Índia krahô vota em uma urna
eletrônica instalada dentro da
Aldeia Manuel Alves, na cidade
de Itacajá, no Tocantins
5. Eleitor demonstra dificuldade
para usar a urna eletrônica
em uma escola na periferia
de São Luís, no Maranhão
6. Jovens fazem boca de urna perto
de uma zona eleitoral na Passarela
da Rocinha, cartão postal projetado
por Oscar Niemeyer em São
Conrado, bairro da zona sul do Rio
estava orgulhosa de ter votado cons-
cientemente e tranquila para enfrentar
a batalha. “Estamos acostumados e
prontos para a luta”, afirmou a varredo-
ra de Garanhuns, cidade do presidente
Lula. Os dois sairiam do posto que fica
atrás do Museu de Arte de São Paulo
(Masp), na região da Avenida Paulista.
Só ali foram convocados 50 garis a mais
e cinco caminhões.
15h50 Com sujeira no ros-
to e nos braços, es-
condidos em meio a papelões e coberto-
res sujos, até os jovens da cracolândia
se tornaram alvo de promessa dos can-
didatos nessas eleições, de deputados
estaduais a presidente. Para os usuá-
rios que dormem na Rua Dino Bueno,
no entanto, o dia de ontem passou incó-
lume, como qualquer outro domingo.
“Eu não tenho nem RG, ficou na casa da
minha mãe em Araraquara”, dizia um
jovem franzino. “E nem sei quem tem
para votar.”
16h30 O delegado da Polí-
cia Federal Nelson
Régis Júnior rodou, com mais três cole-
gas, mais de 250 quilômetros pela zona
oeste da cidade. “Não registramos uma
ocorrência sequer”, comemorava. Bem
diferente dos dias em que patrulhava as
eleições no Amapá. A cena que mais o
impressionou foi a de uma moto que
passou na frente de uma fila, em uma
seção eleitoral, e atirou dinheiro nos
eleitores.
17h02 Silvia Stela Negrete
estava convicta de
que faltava um minuto. Estava errada.
A porta da PUC se fechou e a psicóloga
de 48 anos perdeu a chance de votar.
Lamentou muito. O atraso foi por cau-
sa de problemas de saúde. “Estava inter-
nada e ainda tive de levar meu filho ao
Aeroporto de Cumbica.”
/ FLÁVIA TAVARES, RODRIGO BRANCATELLI,
VITOR HUGO BRANDALISE, MARCELO GODOY,
ISADORA PERON, PAULO SAMPAIO e
CRISTIANE BOMFIM
H14 Eleições 2010
%HermesFileInfo:H-14:20101004:

SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010 O ESTADO DE S. PAULO

RESULTADO EM SP

NO ESTADO SÃO PAULO

São José do Rio Preto

Araçatuba

Resultado dos votos válidos* Itapura

61,15%
Ribeirão Preto
50,63%
Alckmin (PSDB)
Castilho
11.513.338
Monte Castelo Hortolândia
Em 2006
MERCADANTE
29,45% (31,68%)
Mercadante (PT)
35,23%
SERRA
(57,93%)
Lindóia
8.011.500 14,09% VITÓRIA COM VITÓRIA COM
MENOS DE 50% MAIS DE 50%

São Paulo

5,42%
Russomano (PP)
Presidente
1.232.960 Prudente
Marília

4,86% 5,24% 16,44%

1.229.334 1.325.748 4.976.690
Brancos Nulos Abstenções
Santos MUNICÍPIO MUNICÍPIO
Taquarivarí COM MENOR COM MAIOR
VOTAÇÃO VOTAÇÃO
*Dados disponíveis até a meia-noite. 99,94% das urnas apuradas 79,86%

Obs.: Dados não disponíveis para os municípios

NA CIDADE DE SÃO PAULO em branco, até a hora do fechamento

Resultado dos votos válidos**

389

403 422
256
4,11%
48,76%
376 Alckmin (PSDB)
349
295.257
325 Brancos
420 397 3.163.327
327 255 249 326

250
254
390 398
247 352
5,47%
252 392 392.598
Mercadante (PT)
35,82%
2 3 248
253 347 353 Nulos
251
1 4 Em 2006
2.323.804
15,37%
374 348 405 MERCADANTE
417 (34,24%)
6
5 404 SERRA
346 257 421
1.302.955 (53,08%)
260
Abstenções
6,68%
258
259 350
375
Russomano (PP)
328 413
408 246 433.436 *Em 2006 havia 52 zonas
320
20
Onde Mercadante eleitorais. Seis a menos
do que em 2010
373 351 votou ele recebeu
17,07% de votos
418
280
EM NÚMERO DE VOTOS
372
ZONA REGIÃO ALCKMIN MERCADANTE ALCKMIN MERCADANTE ALCKMIN MERCADANTE
Onde Alckmin
1ª Bela Vista 72.468 35.071 260ª Ipiranga 78.836 19.099 376ª Brasilândia 55.462 91.853
votou ele recebeu
371
63,24% de votos 2ª Perdizes 86.624 25.449 280ª Capela do Socorro 75.399 40.985 381ª Parelheiros 66.470 73.747
3ª Santa Ifigênia 32.262 19.308 320ª Jabaquara 56.485 53.439 389ª Perus 35.576 83.931
4ª Moóca 78.248 25.004 325ª Pirituba 70.910 43.564 390ª Cangaíba 39.381 57.326
5ª Jardim Paulista 75.193 12.599 326ª Ermelino Matarazzo 40.806 25.278 392ª Ponte Rasa 41.546 27.561
6ª Vila Mariana 82.269 19.635 327ª Nossa Senhora do Ó 35.244 33.684 397ª Jardim Helena 42.851 31.441
246ª Santo Amaro 30.444 49.451 328ª Campo Limpo 45.885 26.744 398ª Vila Jacuí 36.184 55.419
247ª São Miguel Paulista 61.771 18.787 346ª Butantã 44.420 50.070 403ª Jaraguá 28.998 32.432
381 248ª Itaquera 34.433 38.428 347ª Vila Matilde 63.338 24.322 404ª Cidade Tiradentes 25.921 28.167
249ª Santana 45.255 47.537 348ª Vila Formosa 63.874 40.027 405ª Conj. José Bonifácio 31.678 67.506
250ª Lapa 63.820 17.145 349ª Jaçanã 45.439 20.145 408ª Jardim São Luís 27.318 30.965
251ª Pinheiros 79.307 27.870 350ª Sapopemba 49.742 26.142 413ª Cursino 41.726 43.748
252ª Penha de França 64.454 15.541 351ª Cidade Ademar 45.534 38.405 417ª Parque do Carmo 49.722 30.218
253ª Tatuapé 51.044 23.334 352ª Itaim Paulista 45.434 38.224 418ª Pedreira 34.430 33.322
254ª Vila Maria 102.587 38.464 353ª Guaianases 49.868 73.230 420ª Vila Sabrina 48.257 55.001
255ª Casa verde 69.134 31.017 371ª Grajaú 34.471 64.090 421ª Teotônio Vilela 49.101 27.345
256ª Tucuruvi 81.078 41.208 372ª Piraporinha 34.354 80.609 422ª Lauzane Paulista 33.262 48.416
257ª Vila Prudente 71.368 37.034 373ª Capão Redondo 53.616 92.592 423ª Campinas 47.750 28.249
258ª Indianópolis 82.467 36.300 374ª Rio Pequeno 35.831 46.857
**Dados disponíveis até a meia-noite. 99,98% das urnas apuradas 259ª Saúde 111.722 21.218 375ª São Mateus 81.517 57.847
INFOGRÁFICO: EDITORIA DE ARTE/AE E PORTAL ESTADÃO.COM.BR

ELCIO ALVES/AAN
ção de baixa renda, a expansão

Em SP, contagem das Fatecs e Etecs, concessão

de bolsas para alunos do ensino
médio estudarem idiomas e a ur-
banização de favelas. Recente-
mente, atacado pelos adversá-

voto a voto rios por conta dos altos custos,

prometeu rever os contratos
com as concessionárias para re-
duzir o preço dos pedágios.

manteve suspense Hegemonia. Com a eleição de

Alckmin, o PSDB deve ampliar
para 20 anos sua hegemonia em
São Paulo. O domínio tucano co-
meçou com o governador Má-
rio Covas, em 1994. O resultado
Grabois, do PCB, não tiveram campanha estava a expansão de ontem, porém, foi mais aper-
votos computados pelo Tribu- das Faculdades de Tecnologia tado do que a eleição de 2006,
Geraldo Alckmin nal Superior Eleitoral (TSE) (Fatec) e Escolas Técnicas quando José Serra elegeu-se no
vence disputa pelo por estarem com as candidatu- (Etec). Ele juntou sua campa- primeiro turno com 57,9% dos
governo paulista ras indeferidas. A votação obti- nha à do candidato à Presidên- votos.
em 1º turno com da pelos três candidatos, de me- cia, José Serra, que vai disputar No cômputo geral, o PSDB
margem apertada nos de 0,50%, porém, não altera- o segundo turno. Já Mercadan- perdeu eleitores e o PT arreba-
ria o resultado do pleito. te teve o apoio do presidente nhou parte deles. Alckmin ven-
Alckminvolta ao governo pau- Luiz Inácio Lula da Silva, que ceu em todas as regiões do Esta-
José Maria Tomazela
lista depois de não ter passado veio a São Paulo para participar do, mas os petistas cresceram
do primeiro turno na última de comícios do petista, mas não na Grande São Paulo. O tucano
O tucano Geraldo Alckmin vol- eleição que disputou, para a Pre- conseguiu reverter o resultado. repetiu as vitórias do pleito an-
ta ao Governo de São Paulo de- feitura de São Paulo, em 2006. terior em Santo André, Osasco,
pois de quatro anos. O candida- Ele ficou em terceiro lugar, com Trajetória. O médico Geraldo São Bernardo e Guarulhos, mas
to do PSDB venceu a disputa pe- 22,48% dos votos, e viu o prefei- José Rodrigues Alckmin Filho Mercadante venceu em um nú-
lo Palácio dos Bandeirantes no to Gilberto Kassab (DEM) se nasceu na cidade paulista de mero maior de cidades, entre
primeiro turno com 50,6% dos reeleger. Pindamonhangaba, em 7 de no- elas Diadema, Mauá e Itapevi.
votos válidos. Ele derrotou o se- Desta vez, manteve-se à fren- vembro de 1952. Iniciou a carrei- Na capital, a vitória de Alck-
nador petista Aloizio Mercadan- te da disputa desde o início. En- ra política como vereador em min foi mais apertada do que a
te, que atingiu 35,2%. A conta- tre suas principais bandeiras de 1972, aos 19 anos, pelo antigo Fiel da balança. Bufalo vota acompanhado do filho, Antônio de Serra há quatro anos, mas o
gem foi encerrada no início da MDB. Quatro anos mais tarde, tucano reeditou o desempenho
madrugada de hoje. foi eleito prefeito de Pindamo- dupla tucana reelegeu-se. Com derrota para a prefeitura, foi de Serra em Campinas.
O candidato do PP, Celso Rus- ● Margem nhangaba. amorte de Covas,em 2001, assu- convidado pelo governador Jo- O candidato do PSDB confir-
somanno, conseguiu 5,4% e fi- Em 1982, foi eleito deputado miu o governo e se reelegeu co- sé Serra e assumiu a Secretaria mou o bom desempenho em tra-
cou à frente do empresário Pau-
lo Skaf (PSB), que teve 4,5%. O
50,63%
dos votos válidos
estadual pelo PMDB e, em 1986,
deputado federal. Em 1988, in-
mo governador em 2002.
Indicado candidato à Presi-
de Desenvolvimento do gover-
no do Estado.
dicionais redutos tucanos, co-
mo Ribeirão Preto, Sorocaba, Pi-
ambientalista Fábio Feldmann recebeu Geraldo Alckmin, gressou no PSDB e, dois anos dência da República pelo PSDB Entre as propostas do tucano racicaba e São José dos Cam-
recebeu 4,1% dos votos e Anaí do PSDB,enquanto Aloizio depois, foi reeleito deputado fe- para concorrer às eleições de estão o investimento de R$ 1 bi- pos, e manteve a liderança da
Caproni, do PCO, teve 0,02%. Mercadante,candidato deral. 2006, acabou perdendo a dispu- lhão para a construção de cre- sigla em Campinas. O PT cres-
Os outros candidatos, Paulo Bu- do PT, ficou com 35,23% Em 1994, foi eleito vice-gover- ta no segundo turno para o pre- ches, com um total de 200 mil ceu em municípios de regiões
falo, do PSOL, Luis Carlos Pra- dos votos válidos nador na chapa de Mário Covas sidente Luiz Inácio Lula da Sil- vagas, o subsídio para o financia- mais próximas da Grande São
tes, o Mancha, do PSTU, e Igor (PSDB). Quatro anos depois, a va, que foi reeleito. Depois da mento de casas para a popula- Paulo.
 Eleições 2010 H15
%HermesFileInfo:H-15:20101004:

O ESTADO DE S. PAULO SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010

SÃO PAULO

Alckmin é eleito no primeiro turno e

promete percorrer o País com Serra
ALEX SILVA/AE
decimentos,emespecialaoscan-
Depois de tensão com didatos a deputado, eleitos ou
relação a votos de não, e ressaltou o apoio que dará
adversários, candidato a Serra no 2.º turno.
tucano comemora e “Vamos rodar a geografia do
Brasil. Vamos suar a camisa. O
agradece apoio recebido máximo que podemos fazer pelo
Brasil é José Serra presidente”,
Roberto Almeida exaltou o tucano para uma pla-
teia de centenas de militantes.
Por volta das 22h30 de ontem, Serra, ao final do evento, agrade-
SãoPauloconheceuseunovogo- ceu, em discurso, a “lealdade” de
vernador. Geraldo Alckmin (PS- Alckmin durante a campanha.
DB) foi escolhido, com 99,9%
das urnas apuradas, por Novo mandato. Esta deve ser a
11.512.375 eleitores paulistas pa- segunda gestão completa de Al-
ra gerir o Estado pelos próximos ckmin à frente do Palácio dos
quatro anos. Bandeirantes. O tucano foi vice-
Alckminacompanhouaapura- governador de Mário Covas (PS-
ção de casa, um apartamento no DB), morto em 2001. Assumiu o
Morumbi, zona sul de São Paulo. governo paulista de 2001 até
Estevecom famíliaeamigospró- 2006, quando concorreu à Presi-
ximos. Manteve o silêncio, sob o dência contra Lula – e perdeu no
imbróglio da apuração de votos segundoturno.Alckminteveain-
da soma de seus adversários, no da uma segunda derrota, quan-
Tribunal Regional Eleitoral de do concorreu à Prefeitura de São
São Paulo. Não sairia até que a Paulo em 2008, com um PSDB
corte confirmasse sua vitória. divididoe,emgrandemedida,jo-
Quando a margem de votos gando contra seu nome. Desta
era suficiente, vizinhos de vez, gostava de exaltar na
Alckmin passaram a campanha, que estava
gritar, em comemo- com a sigla unida em
ração, das janelas FILHO VEIO torno de seu nome.
dosprédiosnoMo- DO MÉXICO PARA
rumbi. O tucano AJUDAR Confiança. Pela ma-
recebeu uma liga- O PAI nhã, Alckmin manti-
ção de seu princi- nha um discurso de
pal adversário, Aloi- confiançaemumavitó-
zio Mercadante (PT), ria no primeiro turno, e
para cumprimentá-lo pe- afirmou que iria “arregaçar”
la vitória. Era o momento para as mangas para entrar na campa-
descer para um rápido depoi- nhadeJoséSerranosegundotur-
mento para jornalistas. noparaapresidênciadaRepúbli-
Alckmin agradeceu aos “com- ca. Alckmin votou por volta das
panheiros de São Paulo e do Bra- 11h30 no Colégio Santo Améri-
sil”, em reverência à militância co, no Morumbi, zona sul de São
do PSDB. “É uma grande honra Paulo, acompanhado de sua mu-
servir a população de São Pau- lher, Lu Alckmin, e de seus três
lo”, disse Alckmin. “Vamos fazer filhos: Sophia, Geraldo e Tomás.
um governo que vai avançar ain- Este último veio do México, on-
da mais São Paulo.” de trabalha, para ajudar o pai.
Edissequevaipercorrero Bra- “Precisamos de todos os votos
silaoladodopresidenciáveltuca- possíveis. Eu não podia faltar.”
no José Serra durante o 2.º tur- Estiveram também com o tu-
no.“E queria agradecer,feliz, pe- cano o governador de São Paulo
lo Serra, que foi para o 2.º turno e Alberto Goldman(PSDB), o pre-
nós vamos, a partir de hoje, aju- feito de São Paulo Gilberto Kas-
dá-lo a percorrer o Brasil, ajudá- sab (DEM) e os candidatos Gui-
lo nesse 2.º turno. Estamos uni- lherme Afif Domingos (DEM),
dos por São Paulo e pelo Brasil.” seu vice, e Aloysio Nunes (PS-
Ao todo, Alckmin somou pou- DB), que garantiria mais tarde
co mais de 50% dos votos váli- uma das vagas de São Paulo ao
dos. Superou Mercadante, que Senado.
atingiu 35,2%, em 3,5 milhões de
votos.
estadão.com.br
Festa. À noite, emocionado, Al-
ckmin discursou na festa do PS- Corrida estadual. Acompanhe
DB em uma casa de eventos na a eleição nos Estados
Barra Funda, zona oeste de São http://politica.estadao.com.br
Paulo. O tucano repetiu os agra- Alegria. Tucano votou bem humorado: ‘Vou fazer um governo bom para chuchu, alface, milho, para toda a agricultura paulista’

Mercadante diz que volta agora

JOSE PATRICIO/AE

a ser um ‘militante’ do PT
Apesar da derrota,
petista diz que votação
expressiva e aumento da
bancada podem ser
consideradas vitórias
Adriana Carranca
Eram 22h43 quando a coordena-
ção de campanha do candidato
petista ao governo de São Paulo,
Aloizio Mercadante, desistiu de
brigarno TribunalRegionalElei-
toral (TRE-SP) por uma defini-
ção sobre os votos dos adversá-
rios impugnados e reconheceu a
vitória do tucano Geraldo Alck-
min (PSDB) - até então, a equipe
ainda acreditava que os votos de
Mancha, do PSTU, Igor Grabois
(PCB)ePauloBufalo(PSOL),so-
mados, poderiam reduzir a van-
tagem do PSDB e levar a eleição
ao segundo turno. Foi quando,
com olhos marejados, o coorde-
nador da campanha, Emídio de
Souza, reuniu o presidente do
PT, Edinho Silva, o candidato a
vice, Coca Ferraz, e o marquetei-
rodacampanha, Augusto Fonse-
ca,para dara mánotícia aMerca-
dante.
Minutos depois, por telefone,
Mercadante parabenizou o ad-
versário pela vitória. “Desejei a
eleum bomgoverno”, disse ope-
tista.Emseguida,falouajornalis-
tas. “Considero que nossa cam-
panhafezumtrabalhoextraordi-
nário. Reconheço a vitória de Al-
ckmin, mas quero também agra-
decer aos mais de 8 milhões de
eleitores que me deram seu vo-
to”, disse Mercadante, visivel-
mente abalado, ao lado da mu-
lher, Regina, e do filho, Pedro.
Mercadante disse que, a partir
de hoje, voltará a ser um militan-
te do PT e vai às ruas pela candi-
daturadeDilmaRousseffàPresi-
dência. “Amanhã (segunda-fei-
ra)vouacordarmilitante,voupa-
ra a rua para eleger a Dilma, por-
que esse é o meu compromisso
com o nosso projeto, o projeto
Mercadante. Candidato do PT reconhece derrota para tucano
do presidente Lula. no qual eu
sempre acreditei”, disse.
Apesar da derrota, Mercadan-
te avaliou a campanha do PT em
SãoPaulocomo“vitoriosa”.“Au-
mentamos expressivamente a
bancada. Foi a maior votação
que o PT já teve em São Paulo,
portanto acho que saímos vito-
riosos”, disse. Em um balanço da
campanha ao governo paulista,
se disse “satisfeito”. “Fico satis-
● Página virada
ALOIZIO
MERCADANTE
CANDIDATO DERROTADO DO PT AO
GOVERNO DE SÃO PAULO
“Reconheço a vitória de Alckmin,
mas quero também agradecer os
mais de 8 milhões de eleitores
que me deram seu voto.”
“Amanhã eu vou acordar
militante, vou para a rua para
eleger a Dilma, porque esse é o
meu compromisso com o nosso
projeto, com o projeto do
presidente Lula, no qual eu
sempre acreditei.”
feito por colocar na agenda as-
suntos importantes como a ne-
cessidade de renegociar o valor
dos pedágios, investir em educa-
ção, transporte coletivo, valori-
zar professores e policiais.”

Kassab indica que seu sucessor
em 2012 pode sair do PSDB
Diego Zanchetta
Semterdefinidoumsucessorpa-
ra disputar seu cargo daqui a
dois anos, o prefeito Gilberto
Kassab (DEM) sinalizou ontem
que o candidato à Prefeitura de
São Paulo em 2012 poderá sair
doPSDB.“Nãoprecisaserneces-
sariamente do DEM, pode ser da
nossa aliança, um tucano. Por
quenão?”, afirmou Kassabao Es-
tado, pouco antes de acompa-
nhar Afif Domingos na Escola
Morumbi, no Jd. Europa, onde o
candidato a vice-governador na
chapa de Geraldo Alckmin (PS-
DB) votou, por volta das 9h30.
Declarou também que não está
desaídaparaoPMDB.“Nãoexis-
te isso.”
Até junho, porém, Kassab ten-
tava viabilizar como sucessor
seu então secretário de Trans-
portes e de Serviços, Alexandre
de Moraes, filiado ao DEM. Mo-
raes deixou o governo em atrito
com o prefeito, após anunciar
que poderia vetar o estaciona-
mento de carros no centro ex-
pandido.
Ontem, Kassab esteve ao lado
de Alckmin e de seus aliados tu-
canos. O prefeito vai ficar dois
anos sem disputar eleições, en-
tre 2012 e 2014, e precisa, nesse
período,tercomo aliadoogover-
nador do Estado, na avaliação da
cúpulakassabista.“Eleterádees-
tar próximo de Geraldo Alckmin
enquanto estiver sem cargo, até
para tentar o governo do Estado
em 2014”, avalia uma liderança
do DEM.
H16 Eleições 2010
%HermesFileInfo:H-16:20101004:

SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010 O ESTADO DE S. PAULO

SANTISTAS BOCA DE URNA Tecnologia

Pelé e Neymar
votam em Santos
Muito assediado por fãs e jorna-
listas, Pelé votou no colégio
Leão 13, no bairo de Embaré, em
Santos. Aos 69 anos, o cidadão
EdsonArantesdoNascimentoti-
rou fotos e distribuiu autógra-
fos. Quando encontrou sua se-
ção, chegou a seguir para o final
75
dafila,masfoiorientadopelame-
sária a passar na frente, por ser Em SP, 12 são presos Problemas levam à
maiorde 60anos. Pelénãodecla- por irregularidades troca de 265 urnas
rouseuvoto,mascriticouaatitu-
de de alguns candidatos que No Estado de São Paulo, a elei- Das81.521urnaseletrônicasutili-
“aproveitaram o horário políti- ção terminou com registro de casos de boca de urna foram zadas nas eleições no Estado de
co para fazer palhaçada”. Horas 141 ocorrências e 12 prisões. Fo- registrados no Guarujá, São Paulo, 265 tiveram de ser
antes foi a vez de Neymar votar. ram 99 casos de boca de urna, o recordista nessa irregularidade. substituídas,porapresentarpro-
É a primeira eleição de que o ata- com 11 prisões, 41 casos de divul- O maior número de prisões por blemas. Em apenas um local, o
cante do Santos participa. O as- gação de propaganda, com uma boca de urna, sete, ocorreu em município de Cotia, a urna ele-
tro de 18 anos votou em dez mi- prisão, e mais um caso de trans- Porto Feliz trônica teve de ser substituída
nutos e foi pouco assediado. porte ilegal de eleitores. por votação manual.

LUIZ FERNANDO MENEZES/FOTO ARENA

LEGISLATIVO
EVELSON DE FREITAS/AE

PT cresce e
tem maior
bancada na
Assembleia
Partido sobe de 20 para
24 deputados; PSDB fica
com 23 cadeiras, mas
não deve ter problemas
para formar maioria
Lucas de Abreu Maia
A oposição ao governo de Geral-
do Alckmin (PSDB) ficará maior
a partir de janeiro, em compara-
ção à encarada por José Serra
(PSDB) em 2007. Com 99,9%
das urnas apuradas, o PT elegeu
a maior bancada na Assembleia
Legislativa de São Paulo. O nú-
meroderepresentantesdoparti-
do passou para 24 – quatro a
mais do que na atual legislatura.
O PSDB, com a segunda maior
bancada, manteve igual número
de parlamentares: 23 deputados.
A bancadado DEM foia que mais
diminuiu. O partido perdeu qua-
troassentos naAssembleia eele-
geu oito parlamentares.
Depois do PT, o PV foi a legen-
da que mais cresceu – passou de
agora, quatro deputados. O PSB
também encolheu – foi de cinco
para três representantes. Embo-
ra em campos ideológicos opos-
tos,PP ePSOL tiveram suas ban-
cadasdiminuídas namesmapro-
porção: ambos passaram a ter
apenas um representante.
O PC do B, que não conquis-
tou nenhum assento em 2006,
agora elegeu dois deputados: a
sambista Leci Brandão e Pedro
Bigardi. Ele, que recebeu pouco Bem cotados. Dos 5 mais votados à Assembleia, quatro são tucanos: Covas, Capez, Pedro Tobias e Paulo Alexandre Barbosa
mais de 21 mil votos, foi puxado
por ela, eleita com o apoio de Covas (PSDB) – neto do ex-go-
mais de 60 mil eleitores. vernador Mário Covas. Ele foi
reeleitocomquase240 milsufrá- PT DEM
Evangélicos. Ligado à bancada gios. Dos cinco parlamentares
evangélica, o PSC dobrou de ta- mais bem colocados, quatro são 24 8 PV
manhoepassoudedoisparaqua- tucanos: além de Bruno, Paulo 9 PDT
tro deputados. PRB e PR, tam- Alexandre Barbosa, Fernando
bém ligados a igrejas evangéli- CapezePedroTobiasconquista- 4 PTB
cas, mantiveram seus assentos: ram um lugar na Assembleia. PSDB 20 12 4
6 PPS
dois e um, respectivamente. PeloPT,odeputadomaisvota- 23 5 4
O campeão de votos foi Bruno do foi o atual presidente esta- 5 PSB
dual da legenda, Edinho Silva, 3
que conquistou o apoio de 184 23 5 PMDB
● ● Mais verde. O PT elegeu mil eleitores – ficou em sexto lu- Como fica 5
4
mais 4 deputados na Assembleia
(passou de 20 para 24). Depois
gar na lista dos mais bem coloca-
dos.O deputado Rui Falcão (PT)
a Assembleia 4 4 PPS

seis para nove deputados. O dele, o PV foi o partido que mais – coordenador de comunicação Legislativa
PMDB, por sua vez, manteve os
quatro assentos na Assembleia.
cresceu no Legislativo do Esta-
do. Elegeu nove deputados, três
da campanha de Dilma Rousseff
(PT) à presidência – é o nono da de São Paulo 9 7 OUTROS
PDT, PTB e PPS perderam uma a mais do que em 2006 lista e foi reeleito com 174 mil Dados disponíveis até a meia-noite
cadeira cada. Todos eles têm, votos. 2011 HOJE INFOGRÁFICO/AE

VOTO A VOTO

O MAIS VOTADO MAIORES BANCADAS

Bruno Covas (PSDB)
264 PT
PSDB
PV
24 deputados
23 deputados
9 deputados 99,9%
239.066 votos
com 99,97% das urnas apuradas
candidatos que aparecem
com zero voto podem não ter
votação ou estar com a
candidatura indeferida por
recurso ou falecimento
DEM
PSC
PPS
PMDB
PDT
8 deputados
4 deputados
4 deputados
4 deputados
4 deputados
de votos apurados
no Estado de São Paulo,
que totaliza 78.972 seções,
às 00h50
(dados do TSE)
DENISE ANDRADE/AE

Nome Partido Nº de votos % válidos Roberto Morais PPS 107.141 0,50% Hamilton Pereira PT - PRB / PT / PR / PT do B 80.963 0,38%
Bruno Covas PSDB - DEM / PSDB 239.049 1,13% Milton Leite Filho DEM - DEM / PSDB 106.531 0,50% Heroilma Soares Tavares PTB 80.805 0,38%
Paulo Alexandre Barbosa PSDB - DEM / PSDB 214.957 1,01% Donisete Braga PT - PRB / PT / PR / PT do B 105.115 0,50% Ana do Carmo PT - PRB / PT / PR / PT do B 80.435 0,38%
Fernando Capez PSDB - DEM / PSDB 214.520 1,01% Luiz Moura PT - PRB / PT / PR / PT do B 104.686 0,49% Marcos Martins PT - PRB / PT / PR / PT do B 80.117 0,38%
Campos Machado PTB 214.472 1,01% Gondim PPS 104.660 0,49% Itamar Borges PMDB 79.195 0,37%
Pedro Tobias PSDB - DEM / PSDB 198.374 0,93% Edmir Chedid DEM - DEM / PSDB 104.601 0,49% Reinaldo Alguz PV 78.945 0,37%
Edinho Silva PT - PRB / PT / PR / PT do B 184.394 0,87% Estevam Galvao DEM - DEM / PSDB 101.872 0,48% Helio Nishimoto PSDB - DEM / PSDB 78.903 0,37%
Barros Munhoz PSDB - DEM / PSDB 183.852 0,87% Carlos Giannazi PSOL 100.788 0,47% Adriano Diogo PT - PRB / PT / PR / PT do B 77.920 0,37%
Baleia Rossi PMDB 176.717 0,83% Isac Reis PT - PRB / PT / PR / PT do B 100.608 0,47% Gilson de Souza DEM - DEM / PSDB 77.664 0,37%

Rui Falcão PT - PRB / PT / PR / PT do B 174.647 0,82% Rafael Silva PDT 97.171 0,46% Ary Fossen PSDB - DEM / PSDB 76.406 0,36%

Enio Tatto PT - PRB / PT / PR / PT do B 161.077 0,76% Vinicius Camarinha PSB 97.020 0,46% Sebastião Santos PRB - PRB / PT / PR / PT do B 73.783 0,35%
Gilmaci Santos PRB - PRB / PT / PR / PT do B 96.884 0,46% Milton Vieira DEM - DEM / PSDB 71.502 0,34%
Rita Passos PV 154.318 0,73%
Luiz Claudio Marcolino PT - PRB / PT / PR / PT do B 96.574 0,46% Zico PT - PRB / PT / PR / PT do B 71.492 0,34%
Alencar PT - PRB / PT / PR / PT do B 153.691 0,72%
Roberto Engler PSDB - DEM / PSDB 95.277 0,45% Carlão Pignatari PSDB - DEM / PSDB 70.337 0,33%
Gil Arantes DEM - DEM / PSDB 145.072 0,68%
Caruso PMDB 94.870 0,45% Marco Aurélio de Souza PT - PRB / PT / PR / PT do B 69.462 0,33%
Orlando Morando PSDB - DEM / PSDB 138.600 0,65%
Antonio Mentor PT - PRB / PT / PR / PT do B 94.165 0,44% Chico Sardelli PV 68.721 0,32%
Feliciano PV 137.558 0,65%
Célia Leão PSDB - DEM / PSDB 93.315 0,44% Davi Zaia PPS 68.641 0,32%
Andre Soares DEM - DEM / PSDB 136.859 0,64%
Giriboni PV 93.121 0,44% José Candido PT - PRB / PT / PR / PT do B 68.186 0,32%
Major Olimpio PDT 135.349 0,64%
Celso Giglio PSDB - DEM / PSDB 91.274 0,43% Maria Lúcia Amary PSDB - DEM / PSDB 67.802 0,32%
Geraldo Cruz PT - PRB / PT / PR / PT do B 131.151 0,62%
Pastor Dilmo dos Santos PV 90.896 0,43% Pedro Bigardi PC do B 67.750 0,32%
Samuel Moreira PSDB - DEM / PSDB 130.841 0,62%
Coronel Edson Ferrarini PTB 90.455 0,43% Pr. Carlos Cezar PSC - PSC / PHS 67.181 0,32%
Carlos Grana PT - PRB / PT / PR / PT do B 126.896 0,60%
Telma de Souza PT - PRB / PT / PR / PT do B 90.284 0,43% Cauê Macris PSDB - DEM / PSDB 66.408 0,31%
Analice Fernandes PSDB - DEM / PSDB 125.114 0,59%
Gerson Bittencourt PT - PRB / PT / PR / PT do B 89.900 0,42% Adilson Rossi PSC - PSC / PHS 64.617 0,30%
Rodrigo Moraes PSC - PSC / PHS 124.223 0,59% Padre Afonso PV 87.657 0,41% Welson Gasparini PSDB - DEM / PSDB 62.648 0,30%
Celino PSDB - DEM / PSDB 123.656 0,58% Rogerio Nogueira PDT 86.983 0,41% Geraldo Vinholi PSDB - DEM / PSDB 62.579 0,29%
Mauro Bragato PSDB - DEM / PSDB 123.218 0,58% Aldo Demarchi DEM - DEM / PSDB 86.668 0,41% Jose Bittencourt PDT 58.930 0,28%
Simão Pedro PT - PRB / PT / PR / PT do B 118.347 0,56% Andre do Prado PR - PRB / PT / PR / PT do B 86.334 0,41% Ed Thomas PSB 57.846 0,27%
Ana Perugini PT - PRB / PT / PR / PT do B 115.317 0,54% Leci Brandão PC do B 86.283 0,41% Curiati PP 57.715 0,27%
Alex Manente PPS 114.689 0,54% Marcos Zerbini PSDB - DEM / PSDB 85.660 0,40% Marcos Neves PSC - PSC / PHS 54.749 0,26%
João Paulo Rillo PT - PRB / PT / PR / PT do B 111.821 0,53% Roque Barbiere - Roquinho PTB 84.010 0,40% Dr. Ulysses PV 41.621 0,20%
João Antonio PT - PRB / PT / PR / PT do B 110.662 0,52% Jooji Hato PMDB 83.849 0,40% Regina Gonçalves PV 37.596 0,18%
Carlos Bezerra Jr. PSDB - DEM / PSDB 107.802 0,51% Roberto Massafera PSDB - DEM / PSDB 81.379 0,38% Bolçone PSB 31.274 0,15%
 Eleições 2010 H17
%HermesFileInfo:H-17:20101004:

O ESTADO DE S. PAULO SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010

DISPUTA REGIONAL

Em 18 Estados, disputa foi liquidada

já no primeiro turno da eleição
Capiberibe (PSB) era o provável
Campanhas continuam adversárioaté1 hora. Em Rondô- RESULTADOS PELO BRASIL
em AL, PB, PI, AP, PR, nia, disputarão Confúcio Moura
RO, RR, GO e DF; houve (PMDB) e João Cahulla (PPS).
E, em Roraima, Neudo Campos
surpresas no Norte e (PP) e Anchieta Júnior (PSDB)
no Centro-Oeste protagonizarão a nova rodada. RR
AP
Houve surpresa também nas
Wilson Tosta duas unidades da Federação do
Centro-Oeste onde, até a véspe-
Dezoito das 27 unidades da Fe- ra,esperava-sevitóriaemprimei-
deração – onde vivem 85,65% ro turno. No Distrito Federal, o
AM
dos eleitores brasileiros, se- petista Agnelo Queiroz terá de PA MA CE
RN
gundo o Tribunal Superior disputar o novo turno com Wes-
PI PB
Eleitoral (TSE) – encerraram lian Roriz (PSC), mulher do ex-
PE
a disputa por seus governos governador Joaquim Roriz, que, AC TO
ontem. Apenas em oito Esta- por problemas com a Lei da Fi- AL
RO
dos e no Distrito Federal, on- chaLimpa, renunciou à candida- SE
de estão 14,35% dos votantes tura e lançou a mulher em seu
BA EM 2006
MT GOVERNISTAS 9 estados
do Brasil, os cidadãos precisa- lugar. Outra surpresa se deu em DF
rão voltar às urnas em 31 de ou- Goiás,ondeMarconiPerillo(PS- OPOSIÇÃO 8
EM 2010 2º TURNO 10

11
tubro para eleger seus gover- DB) terá de disputar nova roda- GO
nadores. Todos os Estados do da com Íris Rezende (PMDB), ALIADOS DE DILMA
MG
COLIGAÇÃO:
Sul e Sudeste decidiram a dis- apesar de pesquisas terem apon- PT, PMDB, PC do B, PDT, PRB, PR, ESTADOS
PSB, PSC, PTC e PTN MS ES
puta ontem. As campanhas tado vitória do tucano.
eleitorais estaduais continua- SP
RO
7
rão em três Estados do Nor- Primeiro turno. Com vitórias RJ
ALIADOS DE SERRA 99,97% URNAS
deste (Alagoas, Paraíba e emprimeiroturno deseuscandi- COLIGAÇÃO: PR
APURADAS

Piauí), quatro do Norte (Ama- datos a governador no Rio, Rio PSDB, DEM, PTB, PPS, PMN E PT do B ESTADOS

pá, Pará, Rondônia e Roraima) Grande do Sul, Bahia e Pernam- SC

e em dois do Centro-Oeste buco, os partidos que for- R
(Goiás e Brasília). mam a base parlamen- ESTADOS QUE TERÃO 2º TURNO
44,01% 37,13%
RS
Um dos Estados tar do governo federal R CANDIDATO À REELEIÇÃO
mais pobres do País, TODOS OS 7 garantiram ontem o Confucio Moura João Cahulla
Alagoas será cená- ESTADOS DO SUL controle da admi- Obs.: dados disponíveis até a meia-noite
(PMDB) (PPS)
rio de disputa entre E DO SUDESTE nistração de quatro
o governador Teo- DECIDIRAM dosseismaiores co-
tônio Vilela (PSDB) légios eleitorais do
eoex-governadorRo-
A ELEIÇÃO EM
1º TURNO País. As legendas go- GO PB RR
naldo Lessa (PDT). O
senador Fernando Collor
vernistastambém con-
quistaram ou mantive-
2º
100% URNAS
APURADAS 2º
100% URNAS
APURADAS 2º
99,89% URNAS
APURADAS

(PTB) ficou de fora. Na Paraíba, ram o governo em sete dos nove

a briga será entre dois membros Estados do Nordeste. A oposi-
dabasegovernista: Ricardo Cou- ção, porém, conseguiu manter R R

46,33% 36,38% 49,74% 49,30% 47,62% 45,02%

tinho (PSB) e José Maranhão asadministrações de São Paulo e
(PMDB). Os dois encerraram a Minas Gerais – somados, os dois
campanha com votações próxi- Estados têm um terço do eleito- Marconi Perillo Iris Rezende Ricardo Zé Maranhão Neudo Campos Anchieta
mas ( 49,74% e 49,30%). Já os rado brasileiro, informa o TSE – (PSDB) (PMDB) Coutinho (PMDB) (PP) Júnior (PSDB)
piauiensesescolherão entreWil- e Paraná, além de outros Esta- (PSB)
sonMartinse(PSB)eSilvioMen- dos, o que pode dar ao PSDB e
des (PSDB). aliados condições de rearticula- MA PE RS
No Norte, uma das surpresas ção para disputar 2014.
foi a realização de segundo tur- Também decidiram as elei- 2º
99,45% URNAS
APURADAS 2º
99,86% URNAS
APURADAS 2º
100% URNAS
APURADAS
no no Pará, onde era esperada a ções para governador ontem em
vitória de Simão Jatene (PSDB) primeiro turno os Estados de ITO ITO
ontem. Ele precisará disputar Acre, Amazonas, Ceará, Espírito ELE ELE
R R
uma nova votação com a gover- Santo, Maranhão, Mato Grosso
nadora Ana Júlia Carepa (PT). doSul, MatoGrosso, Rio Grande
No Amapá, Lucas Barreto (PTB) do Norte, Santa Catarina, Sergi- 50,04% 29,51% 82,83% 14,06% 54,35% 24,74%
terá uma nova corrida – Camilo pe e Tocantins. Roseana Flavio Dino Eduardo Jarbas Tarso Genro José Fogaça
Sarney (PMDB) (PC do B) Campos (PSB) Vasconcelos (PT) (PMDB)
(PMDB)

AC BA MG PI SC
APURADAS2º
97,80% URNAS
2º
99,05% URNAS
APURADAS 2º
99,92% URNAS
APURADAS 2º
99,12% URNAS
APURADAS 2º
100% URNAS
APURADAS

ITO ITO ITO ITO

ELE ELE R ELE R R ELE

50,38% 49,31% 63,83% 16,07% 62,72% 34,17% 46,37% 30,11% 52,72% 24,91%
Tião Viana Tião Bocalom Jaques Paulo Souto Antonio Hélio Costa Wilson Martins Silvio Mendes Raimundo Angela Amin
(PT) (PSDB) Wagner (PT) (DEM) Anastasia (PMDB) (PSB) (PSDB) Colombo (DEM) (PP)
(PSDB)

AL CE MS PR SE
APURADAS 2º
99,72% URNAS
2º
99,92% URNAS
APURADAS 2º
100% URNAS
APURADAS 2º
100% URNAS
APURADAS 2º
100% URNAS
APURADAS

LEITO LEITO LEITO LEITO

R
E R E R E E R

39,60% 29,18% 61,28% 19,50% 56,00% 42,50% 52,44% 45,63% 52,08% 45,19%
Teotonio Vilela Ronaldo Lessa Cid Gomes Marcos Cals André Zeca do PT Beto Richa Osmar Dias Marcelo Déda João Alves
(PSDB) (PDT) (PSB) (PSDB) Puccinelli (PT) (PSDB) (PDT) (PT) (DEM)
(PMDB)

AM DF MT RJ SP
2º
98,90% URNAS
APURADAS 2º
100% URNAS
APURADAS
100% URNAS
APURADAS 2º
99,99% URNAS
APURADAS 2º
99,94% URNAS
APURADAS

ITO ITO ITO

ELE ELE ELE
R R R

63,80% 25,91% 48,41% 31,50% 51,17% 31,89% 66,08% 20,68% 50,63% 35,23%
Omar Aziz Alfredo Agnelo Queiroz Weslian Roriz Silval Barbosa Mauro Mendes Sérgio Cabral Fernando Geraldo Alckmin Aloizio
(PMN) Nascimento (PR) (PT) (PSC) (PMDB) (PSB) (PMDB) Gabeira (PV) (PSDB) Mercadante (PT)

AP ES PA RN TO
APURADAS2º
99,25% URNAS
2º
100% URNAS
APURADAS 2º
98,66% URNAS
APURADAS 2º
99,82% URNAS
APURADAS
100% URNAS
APURADAS

ITO ITA ITO

ELE
R ELE R ELE
R

28,95% 28,71% 82,30% 15,50% 49,03% 35,96% 52,46% 36,24% 50,52% 49,48%
Lucas Barreto Camilo Capiberibe Renato Casagrande Luiz Paulo Simão Jatene Ana Júlia Rosalba Ciarlini Iberê (PSB) Siqueira Campos Carlos Gaguim
(PTB) (PSB) (PSB) (PSDB) (PSDB) (PT) (DEM) (PSDB) (PMDB)
H18 Eleições 2010
%HermesFileInfo:H-18:20101004:

SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010 O ESTADO DE S. PAULO

tes ainda. Precisam ser analisados com O relatório dos pesquisadores

JAIRO cuidado.
Este erro coletivo dos resultados foi o
apontou uma série de fatores: desde
o “voto envergonhado”, que não se

NICOLAU maior já cometido pelos institutos no

Brasil. A partir de hoje, vamos ouvir
uma série de possíveis responsáveis: as
●
✽ Autor do blog Eleições em Dados (http://eleicoesemdados.blogspot.com)
chuvas, a taxa de abstenção, as ondas de
opinião nunca captadas, os erros na ho-
ra de votar.
declarava sinceramente ao entrevis-
tador, aos efeitos da abstenção. Uma
dascausasapontadasfoiousodapes-
quisa por quota (usada por todos os
institutos no Brasil). Desde então, os
ingleses abandonaram a pesquisa

As eleições presidenciais Este erro coletivo dos

resultados foi o maior
por quota.
Minha sugestão é que os institutos
brasileiros façam o mesmo. Convo-

saíram da margem já cometido no Brasil

Em 1992, todos os institutos da Ingla-

terra erraram o resultado das eleições.
quem pesquisadores, estudiosos da
opinião pública e estatísticos para
um estudo detalhado sobre as razões
dos erros deste ano. Imprecisões de
outras eleições sempre são justifica-

O
s resultados das eleições Todososinstitutos erraramo resulta- margemdeerro anunciada édenomáxi- Apontaram vitória dos trabalhistas, dos com a frase: “Tivemos mais acer-
presidenciais de hoje fo- do final. Erraram no que eles conside- mo de 2 pontos porcentuais); todos os mas John Major, do Partido Conserva- tos do que erros”. E a vida segue.
ram surpreendentes. So- ram como erro máximo das pesquisas candidatos chegaram fora dos limites dor, venceu por larga margem. Após as A propósito, ouvi a seguinte per-
bretudoparaquem,dema- (margem de erro). O Ibope errou mes- definidos. eleições, os institutos montaram uma gunta de um amigo: “se os institutos
neiraequivocada,interpretaosresul- mo a pesquisa de boca de urna, que en- Osresultados quecircularamdaspes- força-tarefa de sociólogos, cientistas erram as pesquisas na véspera e no
tados das pesquisas como se fossem trevista os eleitores no dia das eleições. quisas presidenciais nos Estados mos- políticoseestatísticospara analisarcui- dia das eleições, quem pode assegu-
um instrumento de precisão suíça. A pesquisa ouviu 4,3 mil eleitores (a tram resultados muito mais discrepan- dadosamente o que tinha acontecido. rar que eles acertem durante ?”.

MINAS GERAIS
ANDRE DUSEK/AE

Aécio se
consagra
com vitória
tripla
do pai do ex-governador. No dia
Tucano consegue não só em que o filho foi eleito senador,
fazer seu sucessor como Aécio Ferreira da Cunha, de 83
ajuda Itamar Franco anos, faleceu em Belo Horizon-
a conquistar a segunda te,emdecorrência deinsuficiên-
cia hepática (mais informações
vaga para o Senado nesta página).
Diante do resultado em Mi-
Christiane Samarco nas,restouaopresidenteLulaco-
ENVIADA ESPECIAL memorar a vitória de sua candi-
Eduardo Kattah data a presidente Dilma Rousse-
Marcelo Portela ff, que teve o dobro de votos do
BELO HORIZONTE tucano José Serra no Estado.

O ex-governador de Minas Ge- Derrota. Ao se eleger senador,

rais Aécio Neves (PSDB) con- Itamar derrotou a mais jovem e
quistou uma vitória tripla nas promissora liderança petista no
eleições: foi o mais votado pa- Estado – o ex-prefeito de Belo
ra o Senado no Estado; elegeu Horizonte Fernando Pimentel,
o seu vice, Antonio Anastasia; que disputava a segunda vaga ao Os eleitos. O governador Antonio Anastasia entre Itamar Franco (à esq.) e Aécio: ‘Ele (Aécio) será um grande presidente’
e apoiou Itamar Franco (PPS), Senado. Também fica sem man-
que conseguiu a segunda vaga dato o primeiro suplente Virgí- pelo governo mineiro, que tam- questão de agradecer ao compa- ‘Dimensão pedagógica.’ O ex- ca e cidadania do povo de Minas
de senador. À noite, foi lança- lio Guimarães, que foi o deputa- bém perdeu em 1990 e 1994. nheiro”Patrus.NãocitouPimen- ministro petista, por sua vez, de- Gerais.” Apesar da derrota tri-
do por Anastasia para 2014: do mais votado da bancada fede- Tampouco escondeu o des- tel, que segundo o grupo próxi- monstrou resignação com o re- pla, o PT mineiro não se queixou
“Ele será um grande presiden- ral do PT em 2006. contentamentocomoapoio par- mo de Costa, entrou tarde de- véseressaltoua“dimensãopeda- de Lula. Pimentel avaliou nos
te, tem os requisitos de um es- Foi Lula quem patrocinou o cial dos petistas. Embora tenha maisnacampanhaenãoseempe- gógica” da campanha. “Levamos bastidores que o presidente fez
tadista: liderança política, ca- acordo entre o PMDB e o PT de afirmado que confiava na ocor- nhou porque não se conformava nossa contribuição para elevar o o que precisava para minimizar
risma, preocupação social e Minas para assegurar a aliança rência do segundo turno, fez de não ser ele o candidato. nívelpolítico,consciênciapolíti- o risco da eleição nacional.
responsabilidade gerencial.” nacional entre os dois partidos “O preço pago pelo PT de Mi-
Anastasia, de 49 anos, venceu e,assim, facilitar a eleição deDil- nas não foi alto nem baixo: foi o
a disputa contra o ex-ministro ma. Em sua derrota, Hélio Costa necessário. Dilma precisava da
das Comunicações, Hélio Costa arrastou também o ex-ministro Morre pai de do ex-deputado será velado a pela primeira vez uma vaga na aliança com o PMDB a qualquer
(PMDB) e praticamente dizi- doBolsa Família, Patrus Ananias partir das 8 horas de hoje, no sa- Câmara dos Deputados, onde custo”,dissePimentelauminter-
mou a cúpula do PT mineiro que (PT),que,apedidode Lula,assu- ex-governador; lão nobre da Assembleia Legisla- permaneceu até 1987, pelo PR e locutor. Um de seus aliados lem-
disputouaseleições, alémdeim- mirao postodevice- governador velório será hoje tiva de Minas Gerais. O governa- pela Arena. brou que, na hora em que o petis-
pôsumaderrotapessoalaopresi- na chapa peemedebista. dor reeleito Antonio Anastasia Filho de Tristão com Julia Mat- ta abriu mão da candidatura ao
dente Luiz Inácio Lula da Silva. A derrota do time de Lula não (PSDB) vai decretar luto oficial ta Machado Versiani Ferreira da governo e aceitou disputar o Se-
Já Aécio chega ao Senado co- surpreendeu petistas nem pee- ● O ex-deputado Aécio Ferreira de três dias no Estado. Cunha, Aécio Cunha nasceu em nado, era “voz corrente no Esta-
mo força hegemônica no segun- medebistas mineiros. Quando da Cunha, pai de Aécio Neves, Aécio Cunha iniciou sua trajetó- Teófilo Otoni (MG), em 4 de janei- do” que ele seria um candidato
do maior colégio eleitoral do votouontemdemanhã,acompa- morreu na tarde de ontem. Ele ria parlamentar em 1954, ao se ro de 1927. Ele se formou em mais competitivo do que Costa
País e maior estrela da oposição nhado de Patrus Ananias e Pi- estava internado no Hospital Life eleger deputado estadual. Foi Ciências Jurídicas e Sociais em para enfrentar Aécio e Anastasia.
no Congresso. O resultado ex- mentel,Costamal conseguiadis- Center, na capital mineira, com reeleito para um novo mandato 1950. Também era formado pela “Paciência”, devolveu Pimentel.
pressivo,porém,nãopodeserco- farçar o desânimo com a derrota quadro de pancreatite. O corpo em 1958. Em 1962, conquistou Escola Superior de Guerra (ESG). “Fizemos uma boa campanha e
memorado em razão da morte iminente – a terceira na disputa demos vitória a Dilma.”

intenção de voto, em que Hélio Reconhecidocomoamaispro-

A volta ao Congresso, após oito anos
principal liderança da oposição
Eleito para o Senado, no Congresso, com a vantagem
tucano faz sucessor que lhe confere o perfil de políti-
co agregador, capaz de seduzir
em Minas Gerais e será até aliados do líder nacional
a principal liderança maispopulardo País,opresiden-
da oposição te Luiz Inácio Lula da Silva.
A tendência é de que ele não
BELO HORIZONTE entreemconfronto comogover-
no federal em uma eventual ad-
Oito anos e oito vitórias sucessi- ministração Dilma Rousseff,
vas depois, o ex-governador de mantendo o estilo que ele mes-
Minas Gerais Aécio Neves (PS- modefine comode“oposição se-
DB)voltaaoCongresso.Assumi- rena”. “Aécio não é doido de me-
rá uma cadeira no Senado em dir força direto com o Planalto.
2011, levandona bagagem o capi- Oembateseráem2014enãoago-
talpolítico de quem venceu duas ra”, avalia um dirigente tucano.
vezes a batalha eleitoral pelo go- EmplacarAnastasianocoman-
verno mineiro e fez de um qua- do do Palácio Tiradentes contra
drotécnico,ovice AntonioAnas- Hélio Costa (PMDB), candidato
tasia(PSDB),seusucessornoPa- de Lula, já seria uma “vitória su-
lácio Tiradentes. perlativa”, por conta do alto des-
Aécio sai das urnas como a conhecimento do afilhado no
eleitorado mineiro. Sobretudo,
depoisdeterfeitodeoutrotécni-
codesconhecido –MárcioLacer-
da (PSB) – o prefeito da capital
Belo Horizonte até 2012.
Além de desempenhar papel
decisivo na eleição do senador
Eliseu Resende (DEM) em 2006
e obter a terceira vitória pessoal
seguida, agora, ao conquistar
uma cadeira no Senado, Aécio
foi bem sucedido em outras em-
preitadas. Primeiro, conseguiu
chegar ao Senado em compa-
● Conciliador
AÉCIO NEVES
SENADOR ELEITO
“Será necessário ter uma
articulação no campo da
oposição ou seremos dizimados.”
nhia do ex-presidente Itamar
Franco (PPS). Em seguida, con-
tabilizou a eleição de um grupo
de parlamentares para acompa-
nhá-lo na Câmara dos Deputa-
dos, Casa que já presidiu, e na
Assembleia Legislativa, onde
quer manter influência.
Vitória suada. O perfil de “polí-
tico conciliador”, que lhe permi-
tiu reunir 12 partidos na coliga-
ção Somos Minas Gerais, tam-
bém foi útil para chegar ao Sena-
docom a força política reforçada
por um “time” próprio, que o
tem como líder. A vitória foi plu-
ral, mas precedida de alguns te-
mores. A mais de um interlocu-
tor, Aécio admitiu que tinha re-
ceio do “efeito Lula” em Minas.
Defato,Anastasiademorou mui-
to para reagir nas pesquisas de
Costa (PMDB) se mantinha dis-
paradoàfrente, provocandoner-
vosismo no tucanato.
“Eu sabia que não podia ser vi-
ce do Serra. Não sendo candida-
to a presidente, eu tinha de arre-
gaçar as mangas e sujar as botas
para vencer a eleição”, confessa
o novo senador, destacando que
não tinha como “terceirizar” a
campanha mineira. “Para a gen-
te vencer, tinha que ser eu aqui,
pessoalmente, falando com as
pessoas e pedindo votos.”
A 20 dias da eleição, boa parte
do tucanato mineiro avaliava
queAécio nãoconseguiria seele-
ger em dobradinha com Itamar.
Os aliados diziam que “levar tu-
do” não seria possível, apesar da
expectativa geral de uma vota-
ção “estrondosa” de Aécio. Afi-
nal, isso implicava derrotar o ex-
prefeito da capital Fernando Pi-
mentel (PT), que deixara o pos-
to com alta aprovação.
missora liderança do PT minei-
ro, Pimentel era apontado como
forte opositor de Itamar na briga
pelasegundavaganoSenado.Afi-
nal, os institutos de pesquisa já
davam como certo que Aécio se-
ria dono de uma cadeira. Cons-
ciente das dificuldades, o ex-go-
vernador reforçou a campanha
do companheiro do PPS. Passou
a usar o programa eleitoral para
pedir aos mineiros que também
o ajudassem a eleger Itamar.
Na mobilização de prefeitos,
lideranças locais e militantes
aliados, Aécio sempre alertava
que era preciso trabalhar muito.
Diante do favoritismo da candi-
datadoPTapresidentenadispu-
ta nacional, não faltaram alertas
aos companheiros. “Se a Dilma
(Rousseff) ganhar esta eleição,
temos que estar reforçados na
oposição.”Aofinal, abancada fe-
deral do PSDB subiu de seis para
nove deputados. /C.S.

%HermesFileInfo:H-19:20101004:
O ESTADO DE S. PAULO
GOIÁS
Disputa será entre
ex-governadores
A disputa pelo governo de Goiás
será decidida em segundo turno,
entre dois ex-governadores.
OtucanoMarconiPerilloobte-
ve 46,33% dos votos válidos, en-
quanto o peemedebista Iris Re-
zende somou 36,38%. Em tercei-
ro ficou Vanderlan Cardoso, do
RIO DE JANEIRO
Cabral é reeleito com votação recorde
Foi o mais expressivo
resultado da história
política do Rio, com mais
de 66% dos votos e
vitória no 1º turno
Alfredo Junqueira
Glauber Gonçalves / RIO
O governador Sérgio Cabral
Filho (PMDB) foi reeleito on-
tem com a maior votação já re-
cebida por um candidato ao
governo do Rio em primeiro
turno. O peemedebista somou
cerca de 66% dos votos váli-
dos. Seu principal concorren-
te, o deputado federal Fernan-
do Gabeira (PV), ficou com
20,6%. Fernando Peregrino
(PR) teve por volta de 10,8%.
Votos nulos e brancos soma-
ram 17,5%.
A reeleição de Cabral repre-
senta a mais expressiva vitória
dospartidosdabasedopresiden-
te Luiz Inácio Lula da Silva nas
disputas estaduais. O terceiro
maior colégio eleitoral do País
vai continuar sob domínio do
PMDB, que, dessa vez, disputou
a eleição coligado ao PT. A vitó-
ria de Cabral confirma o sucesso
de sua estratégia política.
Desde sua vitória em 2006, o
peemedebistaadotou o discurso
de pacificação com as demais es-
feras de poder, aproximou-se de
Lula, a quem passou a chamar de
“amigodeinfância”, e conseguiu
eleger o prefeito da capital em
2008, Eduardo Paes (PMDB). O
mote “Estamos Juntos” foi usa-
do ao longo da campanha e, se-
gundo os marqueteiros do pee-
medebista,era ainiciativapolíti-
ca mais bem avaliada pela popu-
lação nas pesquisas qualitativas.
“Agrademosao presidenteLu-
laaparceriacomoRio,pararecu-
perar a força do Estado e por
compreenderaimportânciades-
sa força”, disse Cabral, logo após
sua vitória ser confirmada. Ele
ainda disse acreditar que o Esta-
estadão.com.br
Eleições. Veja resultados com-
pletos no portal do Estadão
http://estadão.com.br
ESPÍRITO SANTO
Renato Casagrande
é eleito governador
com 82,3% dos votos
Senador superou recorde
do antecessor e aliado,
Paulo Hartung; ele vai
herdar Estado que
cresceu acima da média
Alexandre Rodrigues
RIO
Fechando o mandato com sua
alta popularidade intacta, o go-
vernador do Espírito Santo,
Paulo Hartung (PMDB), vai
passar a cadeira para um alia-
do. O senador Renato Casa-
grande (PSB) foi eleito gover-
nador com 82,3% dos votos váli-
dos dos capixabas, superando
o recorde do próprio Hartung,
PR, com 16,62% dos votos.
Os votos brancos e nulos so-
maram 9,22% e abstenção foi de
17,97%.
A corrida ao Senado reelegeu
Demóstenes Torres (DEM), que
rompeu a barreira dos dois mi-
lhões de votos (44,09%). Lúcia
Vânia (PSDB), com 30,56% dos
votos, garantiu a segunda vaga.
O ex-deputado e ex-prefeito de
Goiânia, Pedro Wilson (PT) fi-
cou em terceiro, com 17,95%.
do vai votar em peso na candida-
ta do PT à Presidência da Repú-
blica, Dilma Rousseff, no segun-
doturno.“ORiojá deuuma vota-
ção importante para Dilma no
primeiro turno. Tenho certeza
de que essa participação será
maior ainda agora no segundo
turno”, afirmou.
Cabraltambémanunciouaim-
plantação de novas Unidades de
Polícia Pacificadora (UPPs).
Principal iniciativa de sua admi-
nistração na área de segurança
pública, as UPPs são apontadas
como outro fator importante no
desempenho eleitoral do gover-
nador – principalmente por ter
atraído o voto da classe média da
Zona Sul da capital do Rio. Se-
gundo ele, extensas comunida-
des que vivem sob o domínio de
quadrilhas de tráfico de droga,
como a Rocinha e os Complexos
do Alemão e de Manguinhos, se-
rão pacificadas ainda no ano que
vem.
Cabral obtevevotação expres-
siva até na capital do Rio. A ex-
pectativaeraque Gabeirapudes-
se vir a fazer frente na região,
pois, em 2008, durante a disputa
pela Prefeitura, o verde se classi-
ficoupara osegundoturno eper-
deu o pleito para Paes por ape-
nas 1,66% dos votos. Deste vez,
Cabral se impôs na cidade com
facilidade.Obteve63,43%dosvo-
tos válidos contra 27,04% de Ga-
beira.
Com o total de votos recebi-
do, Cabral conseguiu superar o
desempenho do ex-governador
Leonel Brizola (PDT), que, em
1990, foi eleito com 61% dos vo-
tosválidos. Alémde CabraleBri-
zola, apenas Rosinha Garotinho,
na época no PSB, também se ele-
geunoprimeiro turno. Em2002,
ela ganhou com 51,3%.
Garotinho. O ex-governador do
Rio Anthony Garotinho (PR),
que desistiu de disputar o gover-
no do Rio depoisde ser condena-
doemaçõesemvaras eleitoraise
criminais, foi o deputado federal
mais votado. Recebeu mais de
655 mil votos e conseguiu a ele-
ger mais seis deputados para a
Câmara. Na Assembleia Legisla-
tiva, o apresentador de TV Wag-
ner Montes (PDT) foi reeleito
com a maior votação, com mais
de 513 mil votos.
que foi o governante reeleito
com o maior porcentual em
2006: 77,2% dos votos.
O ex-prefeito de Vitória,
Luiz Paulo Vellozo Lucas (PS-
DB), que foi aliado de Hartung,
teve a adesão de 15,5% do eleito-
rado. Brice Brigato (PSOL) te-
ve 2,09%.
Com mais de 1,5 milhão de
votos, Renato Casagrande qua-
se se tornou o candidato a go-
vernador com o maior porcen-
tual de votos, posto que coube
ao governador pernambucano
Eduardo Campos, presidente
do PSB, reeleito com cerca de
82,8% dos votos.
Problemas. Casagrande herda
um Estado cuja economia cres-
Eleições 2010 H19
SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010
MATO GROSSO MATO GROSSO DO SUL
37%
Sinval Barbosa André Puccinelli
consegue reeleição vence no 1º turno
O candidato Silval Barbosa O resultado da apuração confir-
foi o porcentual de votos que (PMDB) se reelegeu governador mou a reeleição do governador
levou Blairo Maggi (PR) ao Senado doMatoGrossono primeiro tur- André Puccinelli (PMDB) com
por Mato Grosso. O segundo no, com cerca de 51% dos votos 56% dos votos válidos, compara-
candidato a senador mais votado válidos. Em segundo lugar, ficou dos a 42,5% de José Orcírio Mi-
foi Pedro Taques (PDT), com cer- Mauro Mendes (PSB), próximo randa dos Santos, o Zeca do PT.
ca de 24% dos votos de 32%, e, em terceiro, Wilson Nei Braga, do PSOL, alcançou
Santos (PSDB). 1,51% da votação.
WILDES BARBOSA/JORNAL O POPULAR
MARCOS ARCOVERDE/AE
Festa. Sérgio Cabral comemora a reeleição ao governo do Rio com o vice, Luiz Fernando Pezão, e o prefeito Eduardo Paes
✽ apoioeengajamento docandidato derrotado ao
Cenário: Luciana Nunes Leal governo Fernando Gabeira (PV), que teve
apoio duplo de Marina e do tucano no primeiro
turno. Como em outras disputas, o Rio garantiu
Votos dos cariocas boa votação aos candidatos a presidente que
● Garotinho não figuravam entre os favoritos. Em 2006, foi
O ex-governa- serão decisivos para Heloísa Helena (PSOL) quem ganhou a simpa-
dor foi o depu- tia de boa parte do eleitorado fluminense, che-
tado federal os dois candidatos gando a 17,1% dos votos no Estado (na votação
mais votado, nacional, teve apenas 6,8%).
● Gabeira
O
com 655 mil Rio de Janeiro, terceiro maior colé- Dilma pretende, se eleita, fazer do Rio uma
votos, e elegeu Na capital, on- gio eleitoral do País, será decisivo no vitrine de sua administração e terá em Cabral
mais seis depu- de se esperava segundo turno da disputa presiden- um de seus principais aliados no Sudeste.
tados que Gabeira cial, por causa dos 31,48% de votos Independente do resultado da disputa presi-
tivesse vota- fluminensesem Marina Silva (PV), agora dispu- dencial, Cabral tentará, nos próximos quatro
ção expressi- tados pela petista Dilma Rousseff e pelo tucano anos, ampliar a visibilidade no plano nacional e
va, ele recebeu José Serra . Dilma conta com o governador ree- ganhar espaço no PMDB. O governador reapro-
27,04% dos leito Sérgio Cabral (PMDB) não apenas para ximou-se do comando do partido, em especial
votos atuar como seu principal cabo eleitoral no Esta- do candidato a vice de Dilma, Michel Temer.
do, mas também para disseminar pelo País a Acomodadoentreoslíderespeemedebistas, Ca-
promessa da candidata de replicar as Unidades bral, no caso de vitória de Dilma, se torna uma
de Polícia Pacificadora (UPPs), iniciativa bem dasopçõesdopartido paradisputaravice-Presi-
sucedida do governo do Rio. dência da República em 2014, se for mantida a
No caso de José Serra, a expectativa é de aliança PT-PMDB.
BIANCA PIMENTA/FUTURA PRESS
● Vitória
RENATO
CASAGRANDE
GOVERNADOR ELEITO NO
ESPÍRITO SANTO
“É uma sensação de alegria em
saber que a minha história e
as minhas propostas foram
reconhecidas pela população
do Espírito Santo”
“Estou muito satisfeito e
agradecido pelo carinho da
Vitória. população durante a campanha.”
Casagrande
terá de “Esse é resultado muito
enfrentar importante para a minha vida
problemas e para o povo capixaba,
como o é claro! Quanto maior a
aumento da vitória maior é a
violência no responsabilidade”
Estado
ceu acima da média nacional. mente o herdeiro que o gover- te da costura da entrada do PSB ro Gomes (PSB-CE).
Mas terá pela frente os proble- nador havia planejado. Har- na aliança nacional com o PT Ferraço terminou eleito se-
mas sociais provocados pelo tung preparava o vice-governa- em torno da candidata à Presi- nador. O prefeito de Vitória,
crescimento acelerado, como a dor Ricardo Ferraço (PMDB) dência da República Dilma João Coser (PT), foi um dos
alta criminalidade. para a missão, mas acabou Rousseff, que sepultou a candi- principais articuladores da so-
Casagrande não era exata- apoiando o socialista como par- datura do deputado federal Ci- lução.
H20 Eleições 2010
%HermesFileInfo:H-20:20101004:
SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010
PERNAMBUCO
Campos
é reeleito
com 82%
dos votos
Governador tem a maior
votação do Estado e
atinge maior porcentual
de votos entre todos
os candidatos do País
Angela Lacerda / RECIFE
Com a maior votação já regis-
trada no Estado, Eduardo
Campos (PSB) foi reeleito on-
tem governador de Pernam-
buco. Campos alcançou
82,83% dos votos – ante 14,06
% do segundo colocado, o se-
nador Jarbas Vasconcelos
(PMDB). Eduardo também
elegeu os dois senadores da
sua coligação, o ex-ministro
Humberto Costa (PT) e o de-
putado federal Armando
Monteiro Neto (PTB).
Com vitória tão expressiva,
Eduardoseconsolidacomooho-
mem fortede Lula no Nordestee
se fortalece como uma liderança
nacional com cacife para vir a
conquistar sua meta, a Presidên-
ciada República,a partirde 2014.
De quebra, vingou o avô Mi-
guel Arraes, falecido em 2005 e
● Prisão
77
pessoas foram presas ontem
em Pernambuco por propaganda
irregular, boca de urna e compra
de votos, informou o Tribunal
Regional Eleitoral
BAHIA
Jacques Wagner celebra
vitória tripla de coligação
Tiago Décimo / SALVADOR
O governador da Bahia, Jaques
Wagner (PT), conseguiu uma vi-
tória tripla na eleição. Além de
conquistar a reeleição com mar-
gem mais ampla do que a revela-
da em todas as pesquisas ao lon-
go da campanha – alcançou cer-
ca de 63,8% dos votos válidos –,
conseguiu eleger os dois candi-
datos ao Senado de sua chapa,
Walter Pinheiro (PT) e Lídice
da Mata (PSB). E também de for-
ma mais tranquila do que pre-
viam as pesquisas.
Segundo as pesquisas Ibope e
Datafolha divulgadas na noite
anterior ao pleito, Wagner teria,
respectivamente, 61% e 58% dos
votos válidos – e, logo depois de
votar, ainda durante a manhã,
ele disse que deveria ter uma “li-
derança mais folgada” por causa
do trabalho de boca de urna da
militância de seu partido. “Nos-
sa militância é muito forte.”
SERGIPE
Festa para reeleição
de Marcelo Déda
Ogovernadorde Sergipe,Marce-
lo Déda (PT), foi reeleito com
52,08% dos votos válidos, supe-
rando o ex-governador João Al-
ves Filho (DEM), que obteve
45,19%. Enquanto seus correli-
gionários faziam festa na aveni-
da Barão de Maruim, uma das
considerado um mito político
em Pernambuco, ao impor uma
diferença de 2,5 milhões de vo-
tos sobre o ex-governador Jar-
bas Vasconcelos.
Em 1988, Arraes teve 26,3% na
disputa pelo governo do Esta-
do, sendo derrotado por mais
de 1 milhão de votos pelo mes-
mo Jarbas, que conquistou
64,1% da votação.
Campeãode votostambém no
Brasil, Eduardo atribuiu o suces-
so ao seu trabalho à frente do go-
verno do Estado, dividindo os
louros com todos os 15 partidos
coligados da Frente Popular. Em
entrevista, disse que vai manter
essa unidade.
Maciel. Isolado, Jarbas consi-
derou “previsível” a vitória do
adversário, mas lamentou a ex-
clusão do senador e ex-vice-
presidente da República Mar-
co Maciel (DEM), que, segun-
do ele, só tentou a reeleição a
seu pedido. “Me sinto culpa-
do”, disse ele. Aos 70 anos e
com uma carreira política de
quase 50 anos, é a primeira vez
que Marco Maciel perde uma
eleição.
Pela manhã, o presidente na-
cional do PSDB e candidato a
deputado federal, Sérgio Guer-
ra, colocou uma pá de cal na
aliança com Jarbas no Estado.
“A aliança está exaurida”,
afirmou, sem assumir responsa-
bilidade pela adesão da maioria
de prefeitos tucanos à candida-
tura de Eduardo, de quem é ami-
go e com quem fez dobradinha
Festa. Wagner, reeleito governador: aliados ganham no Senado
O segundo colocado foi Paulo
Souto (DEM), com aproximada-
mente 16%.
Fenômeno semelhante ocor-
reu com Pinheiro e Lídice. De-
pois de passar a campanha toda
pregando o “voto casado” – a te-
principaisdeAracaju,o governa-
dor preferiu acompanhar a apu-
ração de sua residência, ao lado
da família. Durante o dia, a polí-
ciarealizouprisõestantonacapi-
tal Aracaju quanto no interior do
Estado. Os detidos eram, em sua
maioria, suspeitos de fazer boca
de urna. As duas vagas no Sena-
doforampreenchidasporEduar-
do Amorim (PSC), que teve
33,65% dos votos, e Valadares
(PSB), que conseguiu 25,62%.
em vários municípios.
Protesto. Num dia sem emo-
ção e marcado pela aparente
apatia do eleitor, chamou a aten-
ção o protesto do engenheiro
João da Cunha Cavalcanti Neto,
que foi votar vestido de palhaço
na primeira zona eleitoral, no
bairro de Boa Viagem, zona sul
LÚCIO TÁVORA/AGÊNCIA A TARDE
se foi seguida até ontem, quan-
do os candidatos estiveram ao
lado de Wagner, na votação do
governador, e depois seguiram,
em dupla, para os locais de vota-
ção de cada um –, eles tiveram
votações muito próximas (cer-
RIO GRANDE DO NORTE
Rosalba Ciarlini é
eleita governadora
A senadora Rosalba Ciarlini
(DEM) venceu no primeiro tur-
no a eleição para o governo do
Rio Grande do Norte, com cerca
de 52% dos votos válidos. O go-
vernador Iberê Ferreira ficou
próximo de 36%.
A senadora fez uma campanha
do Recife.
Ele protestou contra a decisão
do Supremo Tribunal Federal
(STF) de revogar a obrigatorie-
dade do título de eleitor, a qua-
tro dias da eleição.
Com peruca e nariz vermelho,
pendurou o título no pescoço e
desabafou: “Fiquei muito irrita-
do com a falta de respeito com
ca de 31% para o petista e 29%
para Lídice).
Ao fim, conseguiram desban-
car o senador César Borges
(PR), que concorria à reeleição
e liderou as pesquisas durante
praticamente toda a campanha.
Ele alcançou cerca de 13% dos
votos. “Não é uma vitória dos
candidatos, mas de um projeto
político”, avalia Lídice.
Hegemonia. Segundo Wagner,
a eleição representa a conquista
de uma “hegemonia” no Estado.
“Sempre haverá oposição e é
bom que seja assim, mas minha
alegria é que a gente conseguiu
uma hegemonia de pensamen-
to”, afirma.
“Essa hegemonia é maior do
que a simples maioria, de meta-
de mais um. E envolve pessoas
de todas as áreas, que ouvimos
ao longo de nosso governo.”
O presidente do PT na Bahia,
Jonas Paulo, comemorou os re-
sultados. “Ele mostra que a po-
pulação entendeu e apoia o pro-
jeto de governo que temos, em
uma parceria de sintonia fina
com o governo federal”, diz. “A
conquista das vagas para o Sena-
do faz com que a Bahia tenha
trêssenadores trabalhando inte-
grados ao governo federal, com
a possível vitória de Dilma.”
descolada da do presidenciável
JoséSerra e não pediuvotos para
ele em seus programas eleito-
rais.
Rosalba Ciarlini Rosado é mé-
dica pediatra e foi prefeita da ci-
dade de Mossoró por três vezes.
Elaestánoprimeiromandatoco-
mo senadora da República.
Em terceiro lugar, ficou Car-
los Eduardo (PDT), com aproxi-
madamente 10% dos votos váli-
dos.
que o cidadão é tratado no Bra-
sil,Fomostransformadosem pa-
lhaços”.
De acordo com o Tribunal Re-
gional Eleitoral de Pernambuco,
77 pessoas foram presas no Esta-
do durante o dia de ontem por
propagandairregular,bocadeur-
na e compra de voto, entre ou-
tras irregularidades.
CEARÁ
Cid Gomes é reeleito
governador; Tasso
perde vaga no Senado
Carmen Pompeu
ESPECIAL PARA O ESTADO
FORTALEZA
O governador do Ceará, Cid Go-
mes (PSB), foi reeleito ontem,
com mais de 61% dos votos váli-
dos. De quebra, ele também ele-
geuosdoissenadoresaliados:Eu-
nício Oliveira (PMDB), com cer-
ca36%dos votos,eJoséPimentel
(PT),com32%.Ambosdesbanca-
ram o senador Tasso Jereissati
(PSDB), que estava em terceiro
com apenas 23% dos votos. Foi a
primeiraderrota deTassonas ur-
nasdesdequeentrouparaapolíti-
ca, em 1986.
Cid Gomes disse que o mo-
mento mais difícil da campanha
foi ter de responder às acusa-
ções dedesvio dedinheiro públi-
co. “Sem nenhuma preocupa-
ção, eu perdia dez, vinte eleições
de cabeça erguida, e isso não me
traria nenhuma angústia. Agora,
quando começa a mexer com a
PARAÍBA
Coutinho surpreende PSB e PSDB
e disputará 2º turno se mantêm na briga
Contrariando as pesquisas, o
candidato do PSB ao governo da
Paraíba, Ricardo Coutinho, le-
vou as eleições ao 2.º turno. Apu-
radas todas as urnas, Coutinho
teve 49,74% dos votos e o gover-
nador José Maranhão, que lide-
rou as pesquisas, 49,3%.
O ESTADO DE S. PAULO
ARNALDO CARVALHO/JC IMAGEM
Campos comemora
reeleição: vingança
contra Jarbas
estadão.com.br
Números finais. Confira o
resultado final da votação em
Pernambuco para governador,
Senado, Câmara dos Deputa-
dos e Assembleia Legislativa
http://estadão.com.br
honra da gente, isso machuca
muito”, queixou-se.
No início da tarde, ainda no
local de votação, na Faculdade
Farias Brito, Tasso Jereissati
não quis falar sobre seu futuro
político em caso de derrota. Li-
mitou-se a se queixar da campa-
nha orquestrada por seus adver-
sários,classificando-ade “rastei-
ra”.
Ele também acusou a família
Gomes, liderada pelos irmãos
Cid e Ciro Gomes, de “oligarca”
e alertou para o risco que a falta
de oposição pode causar ao Cea-
rá e ao País.
Tasso descartou qualquer ti-
podealiança políticacom os Go-
mes. “Eu não acredito mais nes-
se governo”, justificou.
A ex-mulher de Ciro Gomes,
Patrícia Saboya (PDT), e o irmão
caçula dos Gomes, Ivo (PSB),
tambémtiveramvotaçãoexpres-
siva para a Assembleia Legislati-
va.
PIAUÍ
A eleição do Piauí será decidida
no segundo turno, entre o gover-
nador Wilson Martins (PSB),
candidato à reeleição, e o ex-pre-
feito de Teresina Silvio Mendes
(PSDB). Para o Senado, elege-
ram-se Wellington Dias (PT) e
Ciro Nogueira (PP).
 Eleições 2010 H21
%HermesFileInfo:H-21:20101004:

O ESTADO DE S. PAULO SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010

PARÁ
Ana Julia e Simão
Jatene no 2º turno
Os números do TRE do Pará, até
o fechamento desta edição,
apontavam um segundo turno
entre os candidatos Simão Jate-
ne (PSDB) e Ana Júlia Carepa
(PT), candidata à reeleição.
Com 99,34% dos votos apura-
dos, a diferença era de 18 mil
votos. Jatene tinha 48,97% dos RORAIMA nio Araújo (PHS) teve por volta RONDÔNIA
votos válidos e Ana Júlia, de 6,4% dos votos. As duas vagas
36,01%, mas os votos de Domin- PP e PSDB se para o Senado foram preenchi- Confucio e Cahulla
gos Juvenil (PMDB), Fernando mantêm na disputa das pelo atual líder do governo, disputam 2º turno
Carneiro (Psol) e Cleber Rabe- Romero Jucá (PMDB) e pela de-
lo (PSTU), juntos, alcançavam O governador de Roraima vai ser putada federal Ângela Portela Confúcio Moura (PMDB), ex-
15,03%, o que torna possível o definidoemsegundoturno.Oex- (PT). O peemedebista recebeu prefeito de Ariquemes, recebeu
segundo turno. Numa nova elei- governador Neudo Campos quase 28% dosvotos, enquantoa cerca de 45% de votos e disputa-
ção, a governadora e seu adver- (PP) obteve 47,6% dos votos e petistateveporvoltade26%,dei- rá o segundo turno com o atual
sário vão disputar o apoio do seuprincipaladversário,ogover- xando de fora a atual senadora governador João Cahulla (PPS),
mais cortejado aliado, o PMDB nador Anchieta Júnior (PSDB), Marluce Pinto (PSDB), que fi- que teve mais de 35%. Em tercei-
do deputado federal Jader Bar- ficou com 45%, com 99,89% das cou com pouco mais de 21% dos ro lugar ficou Eduardo Valverde
balho. urnasapuradas.OmédicoPetrô- votos. (PT), com 18%.

TARSO SARRAF

MARANHÃO

Roseana Sarney ganha no primeiro

turno por pequena margem de votos
DIDA SAMPAIO/AE

A candidata do PMDB
obteve pouco mais de
50% dos votos válidos,
superando Flávio Dino
(PC do B), que teve 29%

Eugênia Lopes
ENVIADA ESPECIAL
SÃO LUÍS

Por uma margem pequena de

votos, a governadora do Mara-
nhão e candidata à reeleição,
Roseana Sarney (PMDB), ven-
ceu ontem as eleições em pri-
meiro turno. Roseana obteve
pouco mais de 50% dos votos
válidos. Sua reeleição repre-
senta a manutenção no Esta-
do da oligarquia Sarney pelos
próximos quatro anos. Esta é
a quarta vez que a peemedebis-
ta vai governar o Maranhão.
O suspense da vitória de Ro-
seana em primeiro turno foi
mantido praticamente até o fim
da apuração das urnas do Esta-
do. Havia uma possibilidade de
que ela fosse para o segundo tur-
no com o candidato do PC do B,
odeputadoFlávioDino.Ocomu-
nista obteve 29% dos votos. O
ex-governador cassado Jackson
Lago, do PDT, ficou em terceiro
lugar, com 19% dos votos.
“Não temo nada. Já fui para o
segundoturnooutrasvezes”,dis-
se Roseana, ao votar ontem pela
manhã num colégio no centro de
SãoLuís.Achapa encabeçadape-
la governadora também elegeu
dois senadores: o ex-ministro Vitória apertada. Candidata à reeleição, Roseana Sarney chega ao local de votação em São Luís: eleição transcorreu sem incidentes graves
Edison Lobão (PMDB), que dis-
putou a reeleição, e o atual vice- só tem dois partidos grandes: é o cabos eleitorais de sua campa- vio Dino. Inconformados, Sar- OseuviceéopetistaWashing- mantinha as esperanças de que
governador do Maranhão, João Sarney e o anti-Sarney”, resu- nha. “A Roseana privatizou a fi- ney e Roseana pediram a interfe- tonLuiz, identificadocomo “ho- Roseana fosse eleita no primeiro
Alberto (PMDB). A coligação de miu o pedetista. gura do Lula e da Dilma”, recla- rência do presidente Lula para mem” do ex-ministro José Dir- turno. O deputado Sarney Filho
Roseana também conseguiu ele- Para ganhar a eleição deste mou o deputado Domingos Du- que o PT no Estado apoiasse a ceu no Estado. Depois de fazer (PV-MA), conhecido como Ze-
ger a maioria da bancada federal ano em primeiro turno, Roseana tra (PT-MA), ferrenho adversá- reeleição da peemedebista. Fo- greve de fome no plenário da Câ- quinha Sarney, reconheceu que
da Câmara. Sarney transformou o presiden- rio da família Sarney. rambemsucedidosna empreita- mara,o deputado Domingos Du- uma vitória dependia dos votos
A perspectiva de segundo tur- te Luiz Inácio Lula da Silva e a Antes das convenções de ju- da:adireçãonacional doPTobri- tra foi liberado pela direção do do interior do Estado. “Ela (Ro-
no assustou o comando da cam- candidata do PT à Presidência, nho, o PT do Maranhão oficiali- gou o partido no Maranhão a fe- partido para apoiar o comunista. seana) é muito forte no inte-
panha de Roseana. Havia um te- Dilma Rousseff, nos principais zou o apoio à candidatura de Flá- char aliança com Roseana. Desde cedo, a família Sarney rior”, disse o deputado.
mor da repetição da eleição pas-
sada. Em 2006, ela liderou a cor-
rida pelo governo durante a
maior parte da campanha, mas técnicas e hospitais. E minimi- Na coluna, o ex-presidente da Lula da Silva e a candidata do
obteve pouco mais de 47% dos
votosválidos no primeiro turno.
Em editorial, Sarney zouosíndicesdoIBGE,quecolo-
cam o Estado como um dos mais
República argumentou que o
Maranhão não vai “perder mais
PT à Presidência, Dilma Rousse-
ff. “É hora de aproveitar nossos
Na época, os oposicionistas à
famíliaSarneysealiaram,impon- pede votos para a filha pobres do Brasil. “O IBGE tem
cerca de 3 mil índices, o Mara-
uma vez o bonde da História”.
Para convencer os eleitores a vo-
prestígios.”
Na coluna, Sarney dá uma
do uma derrota à Roseana. Lago nhão tem dois ou três, que são tar em Roseana, o senador lem- cutucada nos dois principais ad-
foi eleito governador, mas aca- na capa, assinado pelo presiden- ruins, mas iguais aos das regiões brou a parceria da governadora versáriosdeRoseana:oex-gover-
bou cassado no ano passado sob Senador e ex-presidente te do Congresso, senador José de Registro, em São Paulo, e da com o presidente Luiz Inácio nador cassado Jackson Lago
a acusação de abuso de poder da República conclamou Sarney(PMDB-AP),pedindo vo- Baixada Fluminense”, escreveu (PDT) e o deputado Flávio Dino,
econômico e compra de votos. tos para sua filha, a governadora osenador.“Roseanafezumexce- do PCdoB. “Roseana está entro-
Em abril de 2009, Roseana assu- o povo do Maranhão e candidata à reeleição, Roseana lente trabalho”, afirmou. ● Abuso sada com Dilma, já trabalharam
miu no lugar do pedetista o co- a reeleger Roseana: Sarney. “Isso pode configurar abuso CAROLINA DA HORA juntas e vão fazer um grande go-
mando do Estado. ‘Ela merece ficar’ “Elamereceficar, comsuaaju- do uso dos meios de comunica- MESQUITA verno. Não éhora deadministra-
da, seu voto, seu apoio”, concla- ção. Vamos analisar isso depois PROCURADORA ELEITORAL ções ideológicas, já anacrônicas,
Anti-Sarney. Este ano, Lago já Eugênia Lopes mou o patriarca do clã. “O nosso das eleições”, afirmou ontem a DO MARANHÃO nem do socialismo bolivariano
havia selado um acordo com Di- ENVIADA ESPECIAL / SÃO LUÍS povo deve nos ajudar com uma procuradora eleitoral do Mara- “Isso pode configurar que trouxe Chávez ao Mara-
no, reafirmado no inicio da noite grandevotação.” Emtom ufanis- nhão, Carolina da Hora Mesqui- abuso do uso dos meios nhão”, disse Sarney. O presiden-
de ontem, de apoio mútuo em Com o título “Ela merece ficar”, ta, Sarney listou as realizações ta. O Ministério Público vai ava- de comunicação. Vamos te da Venezuela, Hugo Chávez,
um eventual segundo turno. o jornal O Estado do Maranhão, de Roseana à frente do Mara- liarseacolunadopresidenteSar- analisar isso depois foi ao Maranhão, em 2008, para
Lago é adversário histórico da de propriedade da família Sar- nhão nos últimos 18 meses, com ney pode ser configurada como das eleições” apoiar o ex-governador Jackson
família Sarney. “No Maranhão ney, exibiu ontem um editorial, a construção de fábricas, escolas campanha ilegal. Lago (PDT).

ALAGOAS
Teotônio e Lessa disputam 2º turno; Collor fica fora
Ricardo Rodrigues / MACEIÓ
O governador Teotônio Vilela Fi-
lho(PSDB)liderouavotaçãopara
o governo de Alagoas, e disputará
o segundo turno com o ex-gover-
nador Ronaldo Lessa (PDT). Em
terceiro lugar, o ex-presidente
Fernando Collor de Mello ficou
fora da disputa.
Os dados divulgados pelo Tri-
bunal Superior Eleitoral (TSE)
apontaram Teotônio Vilela em
primeiro, com cerca de 39% dos
votos válidos; Ronaldo Lessa em
segundo,commaisde29%;segui-
do de Fernando Collor, com me-
nos de 29%.
Os demais candidatos juntos
tiveram pouco mais de 2% dos
votos válidos: Mário Agra
(PSOL) teve cerca de 1%, en-
quanto Tony Cloves (PCB) e Je-
ferson Piones ficaram próximos
de 0,5% cada um.
Cercade 22% doseleitores ala-
goanosnãocompareceram àsur-
nas. Os votos brancos somaram
quase 5% e os nulos ficaram pró-
ximos de 10%.
O deputado federal Benedito
de Lira (PP) liderou a disputa pe-
lo Senado com quase 36%, e o se-
nador Renan Calheiros (PMDB)
ficou com segunda colocação,
com aproximadamente 33%.
Na terceira colocação, Heloí-
sa Helena (PSOL), ex-senadora
e vereadora por Maceió, alcan-
çou 16%, ficando sem a vaga no
ED FERREIRA/AE
Senado.
O deputado federal mais vota-
dofoiRenan Filho (PMDB), com
mais de 140 mil votos válidos, se-
guido de Celia Rocha (PTB),
com 124 mil votos, e de Rui Pal-
meira (PSDB), com 118 mil vo-
tos.
ParaaCâmara Estadual,o can-
didato com mais votos válidos
foi Joãozinho Pereira (PSDB).
Em segundo lugar, ficou Isnaldo
Bulhões (PDT) e, em terceiro, Excluído. Acompanhado de
Antonio Albuquerque (PT doB). uma das filhas, Collor vota
H22 Eleições 2010
%HermesFileInfo:H-22:20101004:
SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010
AMAPÁ
Capiberibe e Barreto
disputam 2º turno
Com a presença de 200 agentes
da Polícia Federal nas ruas do
Amapá, a votação no Estado foi
tranquila e reprovou nas urnas o
nome dos políticos envolvidos
nas investigações da Operação
Mãos Limpas, desencadeada pe-
la PF no dia 10 de setembro. A
DISTRITO FEDERAL
Agnelo e Weslian
Roriz vão para
o segundo turno
Candidato do PT ficou
com 48,41% dos votos e
mulher do ex-governador
Roriz, barrado pela Lei do
Ficha Limpa, teve 31,5%
BRASÍLIA
Depois de uma campanha tu-
multuada e ainda sob os refle-
xos da crise política deflagra-
da no ano passado, a definição
para governador do Distrito
Federal ficou para o segundo
turno. Os eleitores voltarão às
urnas para escolher entre um
neopetista aliado a antigos
personagens dos escândalos
de pagamento de propinas e a
candidatura “laranja” da mu-
lher do ex-governador Joa-
quim Roriz (PSC), barrado pe-
la Lei do Ficha Limpa.
Agnelo Queiroz, do PT, obte-
ve 48,41% dos votos válidos e
Weslian Roriz, do PSC, recebeu
31,5%. O crescimento da candi-
datura de Toninho (PSOL),
com 14,25%, provocou o segun-
do turno. Houve 6,13% votos nu-
los e 3,76% brancos.
Agnelo Queiroz, que migrou
do PCdoB para o PT, teve sua
imagem colada à do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva e se
preparou para uma vitória no
primeiro turno. A expectativa
foi frustrada pelos votos cati-
vos de Roriz, capturados pela
neófita Weslian, sinal de que o
eleitor do DF relativizou o im-
pacto das denúncias de corrup-
ção e a exclusão de Roriz por ter
sido enquadrado na Lei do Fi-
cha Limpa.
A liderança de Agnelo Quei-
roz representa a possibilidade
de o PT voltar ao poder na capi-
TOCANTINS
Em disputa acirrada, Siqueira Campos vence eleição
João Domingos
ENVIADO ESPECIAL
PALMAS
Não foi nenhuma novidade para
quem nasceu lá. O ex-governa-
dor Siqueira Campos (PSDB)
venceu a eleição para governa-
dor do Tocantins, com 50,52%
dos votos, contra os 49,84%con-
seguidos pelo governador Car-
los Gaguim (PMDB), que dispu-
tava a reeleição.
Siqueira Campos baseou sua
campanhano combate à corrup-
ção e na volta de um projeto que,
na definição dele mesmo, repre-
● No photochart
50,52%
foi o porcentual dos
votos válidos recebido
por Siqueira Campos
49,84%
foi o porcentual
dos votos válidos recebido
por Carlos Gaguim
disputa para o governo foi
apertada e, com 99,42%
dosvotos apurados, Lucas
Barreto (PTB) estava em
primeiro lugar, com
28,93% dos votos. Em se-
gundo lugar estava Ca-
milo Capiberibe
(PSB), com 28,71%,
superandooex-pre-
sidente da Assem-
bleia Jorge Amana-
jás (PSDB).
● Compromisso
TADEU FILIPELLI
CANDIDATO A VICE-GOVERNADOR
NA CHAPA DE AGNELO QUEIROZ,
PEEMEDEBISTA FOI HOMEM FORTE
DE RORIZ DURANTE 20 ANOS
“Houve um reposicionamento
da política do Distrito Federal.
Um grande esforço, que se
expressa na distância entre uma
aliança por conveniência e uma
aliança por compromisso”
“Haverá uma
renovação profunda”
tal do País depois de mais de 11
anos. Mas o retorno do partido
inimigo de Roriz e Arruda está
longe de representar uma gran-
de renovação na política local.
Isso fica evidente já na esco-
lha do vice na chapa de Agnelo,
Tadeu Fillipeli. Integrante do
PMDB, adversário histórico do
PT na região, Fillipeli foi ho-
mem forte de Joaquim Roriz du-
rante 20 anos. Rompidos, o can-
didato a vice aproximou-se de
José Roberto Arruda até o início
dos escândalos de corrupção.
“Houve um reposicionamen-
to da política do DF, um grande
esforço, que se expressa na dis-
tância entre uma aliança por
conveniência e uma aliança por
compromisso”, alega o vice.
“Haverá uma renovação pro-
funda.”
Agnelo e Filipelli lideram a co-
ligação Um novo caminho, inte-
grada por 11 partidos, aos quais
estão filiados outros ex-aliados
deRoriz e Arruda, além depolíti-
cos investigados pela Operação
Caixa de Pandora, da Polícia Fe-
deral, que apurou a distribuição
de dinheiro entre aliados do ex-
senta o crescimento de um Esta-
do investidor. Ao final da apura-
ção, os partidários da eleição de
Siqueira Campos fizeram uma
grande manifestação pelas ruas
de Palmas, sem se envolver em
nenhuma confusão.
Gaguim buscou sempre se
identificar com o funcionalismo
publico, para o qual prometeu
aumentos substanciais de salá-
rios na tentativa de permanecer
à frente do governo, cargo que
ocupa há 11 meses, em substitui-
ção a Marcelo Miranda
(PMDB), cassado pelo Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) por
abusodo poder econômico. Ape-
sarde retirado do governodoEs-
tado, Miranda se candidatou ao
Senado e conseguiu se eleger,
com 25,41% dos votos. A outra
vaga para o Senado ficou com
João Ribeiro (PR), que conse-
guiu 27,96% dos votos.
Sem emprego. As promessas
feitas por Gaguim não foram à
toa. Afinal, 21 mil servidores pú-
blicos do Tocantins são comis-
sionados, que temem perder o
emprego. Em junho, o Supremo
JF DIORIO/AE
governador.
O grande trunfo de Agnelo na
campanha foi a proximidade
com Lula, de quem foi ministro
dos Esportes, no primeiro man-
dato do presidente. Ele deixou
o cargo para disputar uma vaga
ao Senado. Derrotado, foi con-
templado com um cargo de dire-
tor da Agência Nacional de Vigi-
lância Sanitária (Anvisa).
Agnelo contava com a Lei do
Ficha Limpa para derrotar seu
principal adversário, que re-
nunciara em 2007 para não per-
der o mandato de senador.
Mas, à última hora, Roriz impro-
visou a candidatura da mulher,
Weslian. A falta de intimidade
com a política ficou evidente
nos debates e até mesmo na ho-
ra de votar. Weslian se atrapa-
lhou com a urna eletrônica e
teve de voltar à cabine para con-
firmar o voto.
Em poucos dias de campa-
nha, Weslian repetiu que conta-
rá com a ajuda de Deus e de as-
sessores técnicos para enfren-
taros problemas doDF. Semres-
postas às perguntas que lhe fa-
ziam, quando não pode recor-
rer ao marido, prometeu sim-
plesmente “amor e carinho” se
for eleita.
Agnelo avisou que, se eleito,
pretende acumular o governo
no DF com o cargo de secretário
de Saúde. Mas os problemas na
área, abalada por denúncias de
desvio de dinheiro, são apenas
parte do desafio do novo gover-
nador. Auditoria recente da
Controladoria Geral da União
mostra que desorganização ad-
ministrativa é mais ampla e tal-
vez mais complicada de admi-
nistrar do que uma suposta re-
novação política. / EDNA SIMÃO,
LÍGIA FORMENTI E MARTA SALOMON
De volta. Aos 82 anos, Siqueira Campos chega pela quarta vez ao governo de Tocantins
Tribunal Federal (STF) decidiu
que o governo tem um ano para
substituir todos os cargos co-
missionadospor servidores con-
cursados.
AMAZONAS
Aziz vence com mais
de 60% dos votos
O atual governador Omar Aziz
(PMN) foi reeleito em primeiro
turno no Amazonas com 63,8%
dos votos válidos, com 98,88%
das urnas apuradas. A vantagem
foi de quase 40 pontos porcen-
tuaisemrelaçãoaosegundocolo-
cado, o senador Alfredo Nasci-
Frente ampla. Agnelo Queiroz foi candidato numa coligação de 11 partidos
Improvisação. Weslian Roriz mostrou falta de intimidade com a política
Ex-governador Arruda
diz que votou contra Roriz
Rafael Moraes Moura
BRASÍLIA
Em 2006, o então candidato ao
governo do Distrito Federal José
Roberto Arruda (ex-DEM, sem
partido) chegou à Escola Classe
n.º 8, no Octogonal, cercado de
aliados e com a expectativa de
Favorito até 15 dias antes das
eleições, Gaguim começou a
perder força depois da revela-
ção, pelo Estado, do envolvi-
mento dele com um grupo de
mento(PR),com 25,91%.dos vo-
tos. “Fizemos campanha propo-
sitiva, sem baixarias. E amanhã é
acordar e dar continuidade ao
trabalho”, disse.
Paulista, Aziz tem 52 anos e é
engenheiro civil. Começou co-
mo líder estudantil, foi secretá-
rio de governo e deputado esta-
dual. Foi duas vezes vice-prefei-
to de Manaus e duas vezes vice-
governador de Eduardo Braga,
de quem herdou a vaga em abril.
vencer já no primeiro turno. Li-
quidou a disputa com 50,38%
dos votos válidos – e até um ano
atrás, quando mantinha altas ta-
xas de aprovação, tudo indicava
que conseguiria sem dificulda-
des um segundo mandato.
Ontem,Arrudaretornouaolo-
cal em situação oposta: recluso
ADILVAN NOGUEIRA/JORNAL DO TOCANTINS
empresários suspeitos de des-
viar dinheiro de contratos com
prefeituras de São Paulo e To-
cantins.
Um relatório do Ministério
O ESTADO DE S. PAULO
ACRE
Tião Viana na frente
em disputa apertada
Com 99,02% dos votos apura-
dos,asituaçãoaindaeraindefini-
da no Acre. Com 50,44% dos vo-
tos, Tião Viana (PT), que tinha
49,25%. O resultado apertado
não foi detectado por nenhuma
pesquisa. Na apuração, Bocalom
chegou a ultrapassar Viana.
PABLO VALADARES/AE
CELSO JUNIOR/AE
após as investigações da Opera-
ção Caixa de Pandora, chegou,
votou e saiu em dez minutos.
Ao lado da mulher, Flávia, en-
frentou hostilidade de eleitores,
como uma senhora que esbrave-
jou “Ai meu Deus do céu, ô des-
graça”. “Ele não disse nem ‘Bom
dia’. Da outra vez, estava todo
sorridente”, disse um mesário.
“MeuvotoécontraRoriz”,afir-
mouArruda, sem explicar se isso
significavaapoio aolíder daspes-
quisas, o ex-ministro do Esporte
Agnelo Queiroz (PT).
Público de São Paulo sobre o es-
quema apontou fraudes em lici-
tações que atingem R$ 615 mi-
lhões. Na ocasião, oito suspei-
tos foram presos, entre eles o
empresário José Carlos Cepera
e o lobista Maurício Manduca,
amigos e aliados do então gover-
nador.
Gaguim negou, mas o eleitor
não o perdoou. Principalmente
por ter recorrido à Justiça – e
conseguido por quatro dias – a
censura ao Estado e a outros 83
veículos de comunicação do To-
cantins, impedindo-os de publi-
car informações sobre o esque-
ma de desvio de dinheiro de pre-
feituras.
Com tudo isso, Siqueira Cam-
pos acabou conseguindo trocar
de lugar com Carlos Gaguim.
De zebra, Campos se tornou o
favorito nas duas últimas sema-
nas de campanha.
Será o quarto mandato de Si-
queira Campos, que lutou por
isso e, na Assembleia Nacional
Constituinte, conseguiu fazer
do norte de Goiás o Estado do
Tocantins. Siqueira está com 82
anos.

%HermesFileInfo:H-23:20101004:
O ESTADO DE S. PAULO
SANTA CATARINA
Silveira e Bauer são
eleitos senadores
O ex-governador de Santa Cata-
rina Luiz Henrique da Silveira
(PMDB) e o ex-secretário de
Educação do Estado, Paulo
Bauer (PSDB), foram eleitos se-
nadores ontem. Apuradas todas
as urnas, Silveira tinha 1.784.019
votos (28,44%) e Bauer,
RIO GRANDE DO SUL
Tarso Genro é
eleito governador
com 54% dos votos
Em sua terceira
tentativa, ex-ministro
da Justiça do governo
Lula obtém vitória
inédita no Estado
Elder Ogliari / PORTO ALEGRE
O ex-ministro da Justiça Tar-
so Genro (PT) venceu ontem a
eleição para o governo do Rio
Grande do Sul no primeiro tur-
no. O fato é inédito na história
política do Estado, acostuma-
do a disputas acirradas, sem-
pre decididas na segunda roda-
da, por pequena margem.
Com todas as urnas apuradas,
o candidato da coligação Unida-
de Popular Pelo Rio Grande (PT,
PR, PSB e PC do B) teve 3.416.335
votos, correspondentes a
54,35% dos votos válidos, e não
podia mais ser alcançado pelos
adversários. O ex-prefeito de
Porto Alegre, José Fogaça
(PMDB), teve 1.554.783 votos
(24,74%) e a governadora Yeda
Crusius(PSDB), candidataàree-
leição, ficou em terceiro lugar,
com 1.156.350 votos (18,4%).
Pouco depois de saber que a
vitória estava assegurada, Tarso
seguiu para o comitê de campa-
nha. Ao sair, declarou que quer
unir o Estado em torno de um
programa, que não considera
neutro. “Ele tem visão de desen-
volvimento regional, de comba-
te às desigualdades sociais, e
queremosconvocar todas asfor-
ças políticas que tenham simpa-
tia por esse projeto.”
Advogado, 63 anos, nascido
em São Borja, Tarso conquistou
o governo do Rio Grande do Sul
depoisde duas tentativas malsu-
PARANÁ
Após proibir pesquisas, Beto Richa vence no 1º turno
Evandro Fadel / CURITIBA
Após ver a candidatura do sena-
dor pedetista Osmar Dias ga-
nhar força nas últimas semanas
e conseguir a proibição de pes-
quisas nos dias que antecede-
ram ao pleito, o tucano Beto Ri-
cha, ex-prefeito de Curitiba, tor-
nou-se governador do Paraná,
vencendo a eleição no primeiro
turno,com52,44%dosvotosváli-
dos. Dias ficou em segundo lu-
gar, com 45,63%.
Essafoiasegundaderrotacon-
secutiva de Osmar Dias na corri-
SANTA CATARINA
Raimundo Colombo, do DEM, é
eleito com 52,73% dos votos
Júlio Castro
FLORIANÓPOLIS
Contrariando os índices de pes-
quisas que apontavam uma dis-
puta em segundo turno para go-
vernador em Santa Catarina, o
candidato democrata Raimun-
1.588.403(25,32%).Desde adéca-
da de 70, Silveira já disputou 12
eleições, entre mandatos para a
Câmara Federal, prefeitura de
Joinville e governo do Estado.
Uma de suas principais bandei-
ras é o fortalecimento dos muni-
cípios catarinenses. Bauer já foi
vice de Esperidião Amin no go-
verno do Estado, deputado esta-
dual e secretário do governo de
LuizHenriquedaSilveira.Defen-
de um novo pacto federativo.
cedidas. Em 1990, quando ficou
em quarto lugar, concorreu so-
mente para marcar espaços para
o PT, à época um pequeno emer-
gente,no território político esta-
dual. Em 2002 largou a prefeitu-
ra de Porto Alegre e provocou
uma prévia que alijou da disputa
o então governador Olívio Du-
tra, candidato natural à reelei-
ção. Como perdeu a eleição, no
segundo turno, para Germano
Rigotto (PMDB), foi criticado
pela sucessão de erros.
Planejamento. Desta vez, Tar-
so e o PT gaúcho fizeram uma
campanhameticulosamentepla-
nejada para dar certo. Ainda na
metade do ano passado, lança-
ram a candidatura por consenso
e anteciparam-se a um possível
pedido de apoio ao PMDB, de
correntes do diretório nacional
do PT, em troca da ampliação do
palanque para a candidata à Pre-
sidência Dilma Rousseff.
Noinício deste ano, Tarso dei-
xouo Ministérioda Justiça epas-
sou a percorrer o Estado colhen-
do subsídios da sociedade para o
plano de governo. Também ne-
gociou as adesões do PSB, do
PCdoB e do PR e atraiu a simpa-
tia de setores do PDT e até de
algumas lideranças do PTB, do
DEM e do PP, rompendo com o
isolamento do PT no Estado.
Quando a campanha come-
● Inédito
A decisão no primeiro turno foi
um fato inédito na história políti-
ca do governo do Estado, habitua-
do a disputas acirradas sempre
decididas na segunda rodada,
por pequena margem
da para o governo do Paraná: em
2006, com o apoio de Beto Ri-
cha, perdeu para Roberto Re-
quião por uma diferença de
0,01%.Desta vez, porém,o pede-
tista teve o apoio do ex-governa-
dor e também do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
Uma das armas para o cresci-
mento da candidatura do sena-
dor do PDT na reta final do plei-
to foi o apoio do presidente Lula,
que veio três vezes ao Estado ao
longo da campanha. Entretanto,
a transferência de popularidade
do presidente para Dias esbar-
do Colombo, 55 anos, venceu a
eleição em primeiro turno. Ele
conquistou 52,72% dos votos vá-
lidos – num universo de
4.536.718 eleitores. Ângela Amin
(PP) terminou a disputa com
24,91% e Ideli Salvatti (PT) com
21,9% dos votos.
DIVULGAÇÃO
çou, no entanto, é que veio a
maiorforça:o apoiodo presiden-
te Luiz Inácio Lula da Silva. Tar-
so se apresentou como o candi-
datoquepoderiacasaros progra-
mas do Estado com os do gover-
nofederal. “Pelofato deterparti-
cipado sete anos do governo Lu-
lame credenciei comorepresen-
tante do projeto do presidente”,
reconhece o governador eleito,
que também admite que sua
campanha e a de Dilma à Presi-
dência ajudaram-se mutuamen-
te. Se observados os números
das pesquisas do Ibope, a curva
dos dois foi semelhante no Esta-
do. Tarso largou com 39% no iní-
cio de julho e tinha 48% no fim
de setembro. Dilma oscilou de
37% para 47%.
Desde o amanhecer, a coliga-
ção de Tarso demonstrava con-
vicção de que venceria a eleição.
Quando chegou ao Hotel Plaza
São Rafael, no centro de Porto
Alegre, para o café da manhã
comacandidatadopartidoàPre-
sidência, Dilma Rousseff, e cer-
ca de 250 líderes políticos de sua
aliança, o candidato não escon-
deu seu otimismo ao dizer que
nunca havia participado de uma
campanha que desse tão certo
como a deste ano.
Apesar da tendência detecta-
das nas pesquisas, os concorren-
tes mais próximos de Tarso pas-
saram o dia falando em rever-
são da expectativa. Em sua pri-
meira atividade, Fogaça falou a
cerca de 150 militantes na sede
do PMDB afirmando que as ur-
nas iriam surpreender e decep-
cionar os pessimistas. À noite,
reconheceu a derrota e agrade-
ceu o esforço da militância. Ye-
da visitou emissoras de rádio e
televisão.
rou na aprovação de Richa como
prefeito, na casa de 80%.
Negociação. Apesar da derrota
de Dias, as duas vagas para o Se-
nado ficaram nas mãos de alia-
dos do presidente Lula: a petista
Gleisi Hoffmann e o ex-governa-
dor Roberto Requião, do PMDB.
Richa afirma que não vê proble-
mas na divisão de poder promo-
vida pelos eleitores: “Sempre ti-
ve relações republicanas respei-
tosas.Passamaseleições,eu des-
ço do palanque”.
O tucano governou a capital
Senador licenciado, ex-depu-
tado federal e estadual, Raimun-
do Colombo ganhou destaque
porsuaadministraçãocomopre-
feito de Lages, a maior cidade da
região serrana do Estado, por
três mandatos. Ao comemorar a
vitória, na cidade serrana, Co-
lombo demonstrou surpresa
com a vitória obtida no primeiro
turno quando questionado so-
bre a composição de seu gover-
no. “Eu estava me preparando
para o segundo turno. Ficou
bom, pois terei mais tempo para
32
pessoas foram presas durante o
dia da eleição no Paraná, segundo
dados oficiais. Entre os detidos
figurou o candidato a deputado
federal Zeca Dirceu, filho do
ex-minsitro José Dirceu
● Paim
O senador do
PT foi reeleito,
com uma cam-
panha focada
na defesa dos
aposentados
● Yeda
A governadora
do PSDB, can-
didata à reelei-
ção, ficou em
terceiro lugar
no resultado
das urnas
Eleito, Após duas tentativas malsucedidas, Tarso Genro venceu no 1ºturno
de2004 atémarçode2010, quan-
do deixou o cargo para concor-
rer a governador. Richa buscou
usar um discurso positivo na
campanha, enfocando os bons
projetos que desenvolveu como
prefeito. As críticas ao modelo
petista de governar – e principal-
mente a Lula – foram feitas de
forma discreta.
Em posição confortável, o tu-
cano repetiu durante a campa-
nhanão temerainfluênciadapo-
pularidade de Lula em favor da
candidaturade OsmarDias. “Te-
mos todo o respeito pelo presi-
refazer meus planos nesta ques- cou com destino a Florianópo-
tão, inclusive trabalhar com lis, onde se encontraria com os
bom senso e equilíbrio den-
tro de nossa composi-
dois novos senadores eleitos
ção partidária para
apoiar José Serra na 24,89%
eleição para presi- DOS VOTOS
dente”, afirmou.
FOI O ÍNDICE
Colombo disse
DA SEGUNDA
que das nove elei-
ções que partici- COLOCADA
pou, a de governador
foi a mais desafiadora.
Colombofez uma breve co-
memoração em Lages e embar- mesmo antes da totalização dos
SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010
RIO GRANDE DO SUL
Paim e Ana Amélia
eleitos para o Senado
Estreante na política, a jornalis-
ta Ana Amélia Lemos (PP) con-
quistou a segunda vaga do Rio
Grande do Sul ao Senado. A ou-
tra permanece com Paulo Paim
(PT), que foi o mais votado pa-
ra o Senado e conseguiu a reelei-
ção. Pedro Simon (PMDB), elei-
dente,ele estácomgrandepopu-
laridade, mas acredito que isso
não terá reflexo”, disse Richa no
início de setembro. “Eu não pre-
ciso de bengala. Meu adversário
estáo tempotodofalandodaDil-
ma”,frisou, referindo-seàcandi-
data do PT à Presidência.
Beto Richa, 45 anos, é filho do
ex-governadorJoséRicha,faleci-
do em 2003. Começou a carreira
política como deputado esta-
dual. Foi vice-prefeito de Cassio
Taniguchi entre 2000 e 2004,
ano em foi eleito prefeito de
Curitiba.Hádoisanos,foi reelei-
to.Em relação às suas aspirações
como governador, Richa afir-
mouquepretendefazer“ogover-
no mais competente do País”.
porSantaCatarina,oex-
governadorLuizHen-
rique da Silveira
(PMDB), e o Paulo
Bauer (PSDB),
Visivelmente
emocionada, a de-
putada federal pro-
gressista Ângela
Amin afirmou, em visi-
ta ao prédio do TRE-SC,
Eleições 2010 H23
to em 2006, tem mais quatro
anos de mandato.
O ex-governador Germano
Rigotto (PMDB) chegou em ter-
ceiro lugar ficou de fora. Apura-
das todas as urnas, Paim rece-
beu 3,89 milhões de votos
(33,83% do total), Ana Amélia
tinha 3,4 milhões de votos
(29,54%) e Rigotto tinha 2,44
milhões de votos (21,24%). Ab-
gail Pereira, do PCdoB, recebeu
1,55 milhão de votos (13,47%).
PAULO PINTO/AE
RODOLFO BUHRER/FOTO ARENA
Pacífico. Richa: tom ‘light’ de
críticas ao presidente Lula
votos,que vairespeitaroresulta-
do das urnas. “Não vai faltar
oportunidade para continuar no
cenário político de Santa Catari-
na”, disse, agradecendo os votos
recebidos ao lado do marido, o
ex-governador Esperidião Amin
(PP), eleito deputado federal
comasegundamaior votaçãoen-
tre os candidatos catarinenses à
câmara federal.
Dos293municípioscatarinen-
ses, 114 são governados por pre-
feitos do PMDB. O DEM gover-
na 44 e o PSDB, 35.
H24 Eleições 2010
%HermesFileInfo:H-24:20101004:
SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010
DIRETO DA FONTE
SONIA RACY
estadão.com.br/diretodafonte
Lulão...
Lula, autoconfiante, ordenou
no sábado ao brigadeiro Joseli
Camelo, chefe de sua assesso-
ria militar: “ Você tem de pedir
outro avião. Neste não vai ca-
ber mais o meu... ego.”
Dupla eterna
E nem tudo é tormenta entre
Serra e FHC – que mais se
assemelham àqueles casais
que divergem, discutem e
nunca se divorciam.
Na sexta à noite, depois de
uma visita a Luiz Gonzaga
Belluzzo, no Sírio-Libanês,
ambos entraram no carro de
Andrea Matarazzo e ruma-
ram, os três, até o bairro da
Mooca, onde o candidato tu-
cano nasceu. Sem seguranças
ou comitivas, atacaram algu-
mas pizzas. Foram recebidos
com aplausos na Dom Pedro.
Dia D
Dilma, logo depois de colocar
seu voto na urna, em Porto
Alegre, passou na casa de sua
filha Paula, onde brincou, du-
rante mais de uma hora, com
seu único neto, Gabriel.
Visita feita, embarcou para
Brasília para assistir à apura-
ção ao lado de Lula.
Dia D 2
Depois de votar no Colégio
SantaCruz,Serrafoi paracasa
de Sonia e Andrea Matara-
zzo,ondealmoçouvitelaeriso-
to.Comocandidatotucanoes-
tavam a mulher, Monica, a fi-
lha, Verônica, e seus netos.
Dos aliados, levou somente
Indio da Costa.
Dia D 3
Marinacumpriuseudireitocí-
vicoeviuaapuraçãonoaparta-
mentodeseuvice,Guilherme
Leal, na Vila Nova Conceição.
Exemplo
Casa de ferreiro, espeto de
pau. Se Serra esperou para vo-
tar como todos, dois fiscais da
Justiça Eleitoral furaram a fila
da Zona 68 do Santa Cruz.
Estranha, a vida
Sábado à noite, Serra foi ao tea-
tro ver a peça... Ensina-me a Vi-
ver,estreladaporGlóriaMene-
zes.Paraaprenderemtambém,
convidou Goldman, Alckmin
e Andrea Matarazzo, com
suas respectivas mulheres.
Ombro amigo
Dilma preferiu passar o sába-
do em Porto Alegre. Saiu ape-
nas à noite, para uma conversa
com seu ex-marido, Carlos
Araujo. Na casa dele.
PRIMEIRA EM SP
Nuporanga inaugura votação biométrica
Brás Henrique / NUPORANGA
Os eleitores da pacata Nuporan-
ga,cidadede7.004 habitantesna
região de Ribeirão Preto, estrea-
ram ontem a votação biométri-
ca,queidentificaoeleitorporim-
pressão digital, no Estado de São
Paulo.“Foirápidoeseguro”,afir-
mou a dona de casa Maria Apare-
cida Alves de Oliveira Dias, de 60
anos, uma das primeiras a votar
na 23.ª seção da Escola Estadual
Maria Carolina de Lima.
A votação digital transcorreu
normalmente nas duas zonas
eleitorais (22 urnas eletrônicas)
da cidade. Estavam aptos a votar
4.928 eleitores, segundo o chefe
O ESTADO DE S. PAULO
Colaboração
Débora Bergamasco debora.bergamasco@grupoestado.com.br
Gilberto de Almeida gilberto.almeida@grupoestado.com.br
Marilia Neustein marilia.neustein@grupoestado.com.br
Paula Bonelli paula.bonelli@grupoestado.com.br
JUAN GUERRA/AE
DENISE ANDRADE/AE
Primário
A declaração supostamente es-
crita à mão por Tiririca, entre-
gue à Justiça Eleitoral como pro-
va de que o candidato não é anal-
fabeto, passou por perícia sexta-
feiranoInstitutodeCriminalísti-
ca.FrutodedesconfiançadaPro-
motoria Eleitoral de que quem
redigiu a declaração não seria a
mesma pessoa que a assinou. Filha
de Franco
Resultado da análise? “O autor Montoro,
dosmanuscritosexaminadospos- Malu Mon-
sui uma habilidade gráfica maior toro, com
do que aquela que ele objetivou o neto
registrar ao longo do texto.” Tra- Luka, es-
duzindo: o redator fez garran- perou a
chos de maneira proposital. chegada
de Serra
E agora, Francisco? ao Colé-
Eleonora e Ivo Rosset – ela e ele, petistas desde a primeira eleição gio Santa
de Lula – foram às urnas no Colégio Madre Alix. Cruz.
Reconhecimento
PAULO GIANDALIA/AE PAULO GIANDALIA/AE
Surpresa desta eleição – apesar Fernanda Suplicy, sobrinha de Eduar-
do Suplicy, e Sergio Morrison votaram
de alguns, como Guilherme Afif, no Sacre Coeur. E aproveitarpara
protestar.
terem previsto –, Aloysio Nunes
reconheceu. Assim que soube que
haviasidoeleitosenador, ligoupa-
ra FHC agradecendo seu apoio.
Azul + Verde
Da série fair-play. José Gregori e
famíliacercaramRicardoYoung
e Guilherme Leal, no Colégio
Santa Cruz. Entre apertos de
mãos e elogios mútuos, acerta- Fernanda
ram que, caso houvesse segundo Suplicy, so-
turno,aprimeirareuniãodeestra- brinha de
tégia seria na casa de... Gregori. Eduardo Su-
plicy, e Ser-
Barraco chique gio Morrison Zeco Auriemo também votou de manhã nos Jardins. Discreto, quan-
votaram no do questionado sobre eleições, pediu : “Ihhh me deixa fora dessa”.
Enquanto duas “peruas” briga- Sacré JANETE LONGO/AE
vam por vaga de carro na frente Coeur. E
de colégio eleitoral na Vila Nova aproveita-
Conceição, um PM cochichou ram para
com outro: “Adoro essas baixa- protestar.
rias. Ô gente metida. Moram PAULO GIANDALIA/AE JUAN GUERRA/AE
aqui ao lado e vêm de carro.” Sérgio
Finger-
E assim sendo, assistiu à cena se mann não
recusando a sair do lugar. fugiu de
polêmica:
“As op-
Boca de risos ções para
governo
O CQC divertiu as ruas. Ao ser eram trá-
indagada por Ricardo Young se gicas”. Na
poderia beijá-la, Monica Iozzi Vila Nova
atirou: “Para quem já foi beijada Paulo von Poser em colégio Sabrina Sato chamou aten- Concei-
pelo Serra...” na Av. 9 de Julho. Confirma. ção no Alto de Pinheiros. ção.
DENISE ANDRADE/AE PAULO GIANDALIA/AE DENISE ANDRADE/AE
E Danilo Gentili resolveu alfi- De Luiz Felipe d'Ávila, depois de
votar no Colégio Madre Alix: “
netar Marta: “Quer dizer que Escolhi pensando na defesa das
instituições democráticas”.
no Senado agora estarão a vo-
vó, o vovô e o... ‘netinho’”?
DENISE ANDRADE/AE
De Luiz
Felipe
d´Avila,
após votar
na Gabriel
Monteiro da
Silva: “Esco-
lhi pensan-
do na defe-
sa das insti-
Cada um leva o apoio que tuições de- Com a filha Marjorie, Marcos Arbaitman Depois de correr no parque, De-
precisa na hora de votar. mocráticas”. nos Jardins. “Estou rezando por Serra.” nise Steagall cumpriu dever cívico.
CÉLIO MESSIAS/AE
do cartório de Nuporanga, Ed- tarde, o juiz informou que, em
mir Pereira. ● Em teste algunscasos–nãosoubeonúme-
A cidade tem a economia vol- ro com exatidão –, as digitais não
tada à agropecuária e uma popu-
lação simples, modesta. O muni-
1 milhão
de eleitores de 43 municípios do
foram reconhecidas. Apesar dis-
so, os eleitores foram liberados
cípio passou, obrigatoriamente, País foram recadastrados para para votar.
por recadastramento entre de- usar a leitura biométrica A dona de casa Carla Morete,
zembro e maio deste ano, pois de27anos,aprovouonovométo-
tinha mais de 65% da população do. “Acho bom, pois muitas pes-
como eleitores (5.545). Assim, o
Tribunal Regional Eleitoral
226
pessoas participaram de um simu-
soasnãoconseguemassinarede-
moram”, comentou ela. A apo-
(TRE) escolheu a cidade para in- lado em agosto. Não foi registra- sentada Sismonda de Figueire-
troduzir a votação biométrica do nenhum problema do Martins, de 84 anos, foi uma
no Estado. Pelo novo sistema, das primeiras a votar em sua se-
documentos com fotos ou títu- ção. “É ótimo, e fica bem certi-
los eleitorais são dispensáveis. trutura e à operação, aumentan- nho que o eleitor é mesmo a pró-
Basta o eleitor ser reconhecido do a confiabilidade do sistema”, pria pessoa.” A Justiça Eleitoral
pela digital. garantiuo juizeleitorallocal, Ce- pretendeestenderosistemabio-
“Isso dá maior segurança à es- sar Antonio Coscrato. No fim da métrico em todo País até 2016. Digital. Eleitores de Nuporanga tiveram de se recadastrar