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RESUMO
ABSTRACT
This study deals with the phenomenon of domestic violence against women
and the factors that influence the persistence of women victims of domestic violence
in the marital relationship. It is known that women victims of violence tends to have
psychological consequences, such as depression, posttraumatic stress disorder,
among other conditions. Thus, we sought in this study to define and classify the
types of domestic violence, identifying the psychological consequences of domestic
violence and to investigate the profile of the perpetrator versus victim profile in order
to understand what leads a woman to stay in the relationship marriage. Also
emphasized the role of the multidisciplinary team that aims to provide the necessary
support women victims of domestic violence support. This study was based on a
literary approach, which is grounded through books, journal articles, dissertations,
pamphlets and laws. The results of this study indicate that factors related to the
permanence of women in the cycle of violence involving the fear of divorce, fear of
losing custody of the children, emotional and / or financial ties to the abusive partner,
among other aspects.
INTRODUÇÃO
nomeada como violência doméstica e nos anos 90 por violência de gênero (BRASIL,
2011).
Neste contexto, a violência de gênero pode ser compreendida como violência
contra a mulher, manifestação trazida à tona pelo movimento feminista nos anos 70,
sendo o alvo principal da violência de gênero. De um modo geral, a violência de
gênero é cometida pelo homem mais para controlar a mulher, e menos com a
finalidade de aniquila-lá fisicamente. O propósito masculino é tê-la como sua
propriedade, estabelecer o que ela deve almejar, pensar e vestir (TELES; MELO,
2012).
Para Sacramento e Rezende (2006), o termo violência contra a mulher é
empregado para reportar-se a ação e conduta praticada, tais como: violência física,
homicídios, violência sexual e violência psicológica, realizada pelo companheiro
íntimo. A violência contra a mulher está relacionada ao ambiente doméstico, sendo
caracterizada por injúrias, ofensas, vetado o direito de estudar e trabalhar e
intimidações, como modo de punir o comportamento da parceira.
Portanto, o presente estudo busca investigar os fatores que influenciam a
permanência da mulher vítima de violência doméstica na relação conjugal através da
pesquisa bibliográfica, definindo e classificando os tipos de violência doméstica,
identificando as conseqüências psicológicas da violência doméstica e os
profissionais envolvidos na situação de violência, e verificando o perfil do agressor
versus o perfil da vítima.
A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Tipos de violência
6% 12% Psicológica
3% 21%
Física
Moral
16%
21% Patrimonial
Sexual
21%
Não Houve
Não informou
1
CHAME-RR (Centro Humanitário de Apoio à Mulher).
2
O Centro Humanitário de Apoio á mulher – CHAME- RR é um programa da Assembléia Legislativa
de Roraima, vinculado á presidência e a comissão de defesa dos direitos da mulher. Tem como
missão promover gratuitamente o acompanhamento jurídico, psicológico e social a mulher vítima de
violência doméstica e familiar, garantindo assim, seus direitos através da lei Nº 11.340/2006, Lei
Maria da Penha. Este programa conta uma equipe técnica composta por psicólogo que realiza
triagem e acolhimento, atendimento de urgência, estudo de caso, palestras e oficinas e
encaminhamentos para a rede; assistente social que realiza triagem e acolhimento identifica
problemáticas sociais, estudo de caso e encaminhamentos para rede e advogado, que presta
consultoria jurídica, mediação, participa das homologações e encaminhamento para a rede.
7% Ciúmes
18% Drogas
10%
2% Infedelidade
9% 14% Separação conjugal
Outros
Não informado
Gráfico 2. Motivos que levam o homem a ter atitudes agressivas com a mulher. Dados
estatísticos de atendimentos realizados no CHAME/RR em 2013. Fonte: CHAME/RR (2013).
Caderno de Ciências Biológicas e da Boa Vista, n. 04, 2014
Saúdewww.cathedral.edu.br
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mudanças psíquicas que podem ser subseqüentes ao trauma, entre eles o estado
de choque após a agressão. Outro sinal contínuo é a crise de pânico que pode
repetir-se por longos períodos, podendo ainda despontar ansiedade, medo e
confusão, fobias, insônia, pesadelo, fracasso, sentimento de insegurança,
depressão, tentativa de suicídio e consumação, comportamentos autodestrutivos e
baixa auto-estima.
A noção do que são comportamentos aceitáveis e inaceitáveis, ou do que
constitui um dano, está influenciada pela cultura e submetida a uma contínua revisão
à medida que os valores e as normas sociais evoluem. Diante do grande número de
mulheres que acreditam no arrependimento de seus parceiros e desistem de sua
representação, o plenário do Supremo Tribunal Federal decidiu que, o ministério
público pode denunciar o agressor nos casos de violência doméstica, mesmo que a
vitima não apresente queixa contra quem a agrediu (LIMA, 2013).
equipe esteja sensibilizada para as questões de violência contra a mulher. Esse tipo
de violência pode ser considerada uma doença social, ocasionada por uma
sociedade que beneficia as relações patriarcais, designadas pela dominação do
sexo masculino sobre o feminino (TELES; MELO, 2012; BRASIL, 2005).
Para Trindade et al. (2009), o atendimento preliminar nas instituições e a triagem
são constantemente praticados por assistentes sociais, ou em alguns casos, por
psicólogos associados com outros profissionais no campo assistencial ou jurídico.
Geralmente, o exercício do psicólogo evidencia o atendimento individual ou grupal,
buscando quando necessário a assistência de outros profissionais.
Segundo o Conselho Federal de Psicologia (2011), a violência contra a mulher é
um fato multifacetado, pois demanda do intermédio multidisciplinar. Os profissionais
que atuam no setor estão familiarizados com a combinação das práticas de equipes
multidisciplinares, sendo o campo da Psicologia, Serviço Social e do Judiciário os
mais presentes. Logo, é importante salientar que o trabalho com mulheres vítimas
de violência deve estar voltado à equipe.
O contexto da Psicologia em relação à violência doméstica contra a mulher é
essencial dentro do conjunto de intervenções para o enfrentamento desse
fenômeno. Deste modo, a atuação do profissional de psicologia é percebida como
vital nos casos de violência e na baixa auto-estima da mulher que sofre a violência.
Em contraste, deve-se estabelecer o papel do psicólogo e quais as relações que se
fazem essenciais com as instâncias que norteiam a política de saúde mental na
ligação com a violência contra a mulher, problema grave de saúde pública e que tem
na imagem da psicologia o elemento determinante para garantir a resolubilidade dos
casos (PORTO, 2006).
Ricci (2006) por sua vez, salienta que a atuação com indivíduos vítimas de
violência exige do profissional uma formação sólida com o fenômeno de trabalho e
com o próprio contexto no qual está trabalhando. Logo, a ausência dessa
compreensão pode dificultar a atuação, adoecê-lo, tornando-o repetidor de violência
no campo pessoal e profissional. Hanada, Oliveira e Schraiber (2010), enfatizam que
a participação de diversas especialidades profissionais não garante, em virtude dos
diferentes entendimentos teóricos que ocorra a relação na equipe multiprofissional.
Cesca (2004) ratifica que a atuação neste campo lida com frustrações
constantes, além de sentimentos diversos e confusos. Isso conseqüentemente exige
do profissional uma maior abertura e compreensão de aspectos da violência sofrida
no contexto doméstico. Portanto, o papel do psicólogo é o de intervir
terapeuticamente, o que exige um entendimento vasto do contexto da violência
(SILVA, 2009). Além de auxiliar no desenvolvimento de condições para prevenir ou
solucionar o estado de violência, propiciando na vítima, a consciência do
acontecimento (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2011).
Portanto, a condição da violência exige, incessantemente, uma rede de suporte e
amparo que contribuam nesse processo. Logo, a vítima de violência doméstica deve
ser amparada de modo estruturado entre os profissionais de diversos campos, além
de fomentar é necessário ajuda-lá, para que assim se fortifique e isso reflita em uma
melhor auto-estima (MIZUNO, FRAID; CASSAB, 2010).
MATERIAL E MÉTODO
O presente trabalho foi produzido através de uma revisão literária, sendo esta
necessária para o entendimento da temática proposta sobre os fatores que
influenciam a permanência da mulher vítima de violência doméstica na relação
conjugal. Vários instrumentos foram utilizados para a realização deste estudo, tais
como: livros, artigos científicos e dissertações, cartilhas e leis referentes à proposta
do estudo, utilizando-se de termos chaves como violência doméstica, relação
conjugal, mulher
DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em virtude, disso foi criada a Lei Maria da Penha que visa coibir a violência
tanto no seu aspecto físico, psicológico e sexual praticada pelo companheiro. Em
relação às conseqüências psicológicas, evidenciou-se neste estudo que a violência
física e psicológica são as mais freqüentes. A física devido a sua visibilidade
marcada por agressões, enquanto a psicológica é de difícil diagnóstico, pois acarreta
na vítima danos emocionais graves, tais como: depressão, estresse pós-traumático,
ausência de apetite, tentativas de suicídios, abuso de álcool ou drogas e isolamento
social.
Portanto, se faz imprescindível o papel desempenhado pela equipe
multiprofissional composta por médicos, psicólogos, enfermeiros e assistentes
sociais. Pois, por se tratar de um fenômeno multifacetado é necessário entender as
especificidades que permeiam toda a magnitude da violência. Logo, é primordial
oferecer as vítimas de violência doméstica, o apoio tanto no aspecto jurídico,
assistencial e psicológico, a fim de consolidar a auto-estima e o poder de decisão da
mulher para o enfrentamento da violência conjugal.
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