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UMA FÉ CONQUISTADORA

(Texto 2 Co 2:12-17)

Para o povo da Ásia, parecia que os planos de Paulo se


desintegravam. Onde estava Tito? O que estava acontecendo em Corinto?
Paulo tinha portas abertas para ministrar em Trôade, mas não sentia paz
no coração para usar essas oportunidades. Em termos humanos, parecia
que a batalha havia chegado ao fim e que Satanás havia vencido. Exceto
por uma coisa: Paulo possuía uma fé conquistadora! Foi capaz de irromper
em louvor e escrever: "Graças, porém, a Deus" (2 Co 2:14). Este cântico de
louvor nasceu da certeza de Paulo, pois confiava no Senhor.

I Paulo tinha certeza de que Deus o conduzia (v. 14a).


As circunstâncias não eram agradáveis, e Paulo não poderia explicar os
desvios e decepções ao longo do caminho, mas tinha certeza de que Deus
estava no controle. O cristão pode sempre ter certeza de que Deus age de
modo que tudo coopere para o bem, desde que o amemos e que sejamos
obedientes a sua vontade (Rm 8:28). Essa promessa não é uma desculpa
para a indiferença, mas sim um estímulo para a confiança.

II Paulo tinha certeza de que Deus o conduzia em triunfo (v. 14b).


Vemos aqui o retrato do "triunfo romano", o tributo especial que Roma
oferecia a seus generais conquistadores. Se um comandante conquistasse
vitória absoluta sobre o inimigo em solo estrangeiro e matasse pelo
menos cinco mil soldados inimigos, apropriando-se do território em nome
do imperador, tinha direito, então, a um "triunfo romano". Durante esse
desfile, o comandante andava em uma carruagem de ouro cercado de
seus oficiais. O desfile incluía, ainda, uma exibição dos espólios da batalha
bem como dos soldados inimigos cativos. Os sacerdotes romanos também
participavam queimando incenso para prestar tributo ao exército
vitorioso. O cortejo seguia determinado percurso pela cidade e terminava
no Círculo Máximo, onde cativos indefesos entretinham o povo lutando
contra animais selvagens. Para os cidadãos de Roma, um triunfo romano
completo era sempre uma ocasião especial. De que maneira essa parte da
história aplica-se aos cristãos aflitos de hoje? Jesus Cristo, nosso grande
comandante supremo, veio a um território estrangeiro (este mundo) e
derrotou completamente o inimigo (Satanás). Em vez de matar cinco mil
pessoas, deu vida a mais de cinco mil - mais de três mil em Pentecostes e
mais de dois mil logo depois de Pentecostes (At 2:41; 4:4). Jesus Cristo
tomou para si os espólios da batalha - as almas perdidas sob a escravidão
do pecado e de Satanás (Lc 11 :14-22;Ef 4:8; CI 2:15). Que vitória
magnífica! Os filhos do general vitorioso caminhariam atrás da carruagem
do pai compartilhando a alegria da vitória; lutamos para vencer. Nem na
Ásia nem em Corinto a situação parecia vitoriosa para Paulo, mas ele
acreditava em Deus, e o Senhor transformou a derrota em vitória.

III Paulo tinha certeza de que, à medida que Deus o conduz Ele
também o usava (vv. 14c-17).
O perfume do incenso que os sacerdotes romanos queimavam durante o
desfile tinha conotação diferente para cada pessoa. Para os soldados
triunfantes, significava vida e vitória; mas para os inimigos conquistados,
significava derrota e morte. Estavam a caminho do lugar onde seriam
mortos pelas feras. Usando a imagem do incenso, Paulo apresenta um
retrato do ministério cristão. Vêem os cristãos como incenso, exalando a
fragrância de Jesus Cristo com sua vida e seu trabalho. Para Deus, somos o
bom perfume de Cristo. Para os outros santos, somos uma fragrância de
vida; mas, para os incrédulos, somos cheiro de morte. Em outras palavras,
a vida e o ministério cristão são questões de vida ou morte. Nossa
maneira de viver e de trabalhar pode significar vida ou morte para o
mundo perdido.

Conclusão: Não é de se admirar que Paulo perguntasse: "Quem, porém, é


suficiente para estas coisas?" (2 Co 2:16). Ele próprio responde no capítulo
seguinte: nossa suficiência vem de Deus (2 Co 3:5). O apóstolo lembra os
coríntios de que seu coração era puro, sua motivação, sincera. Afinal, não
havia necessidade de ser astuto para "mercadejar" a Palavra de Deus, pois
seguia o cortejo do Salvador vitorioso! Os outros poderiam não entendê-
lo, mas Deus conhecia seu coração. As circunstâncias podem nos
desanimar, e as pessoas podem opor-se a nós e nos entender mal; no
entanto, temos em Cristo os recursos espirituais para vencer a batalha:
uma consciência limpa, um coração compassivo e uma fé conquistadora.
"Se Deus é por nós, quem será contra nós? [...] Em todas estas coisas,
porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou"
(Rm 8 :31, 37).

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