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Nº 3, Abril de 2018

Documento Científico
Departamento Científico
de Neonatologia

Nascimento seguro

Departamento Científico de Neonatologia


Presidente: José Maria Andrade Lopes
Secretária: Maria Albertina Santiago Rego
Conselho Científico: Alexandre Lopes Miralha, Hans Walter Ferreira Greve,
Maria Candida Ferrarez Bouzada Viana, Paulo Roberto Pachi,
Raimunda Izabel Pira Mendes, Remaclo Fischer Junior, Silvana Salgado Nader
Colaboradores: Sergio Tadeu Martins Marba, Ruth Guinsburg, Maria Fernanda B de Almeida,
Leila Denise Cesareo Pereira, Lissandra Mafra Andujar, Simone Fontes,
Lilian Sadeck, Dirceu Solé, Luciana Rodrigues Silva

“Visão sem ação não passa de um sonho.


Ação sem visão é só um passatempo.
Visão com ação pode mudar o mundo.”
Joel Barker

Objetivo Conceito

Esse documento tem como objetivo alinhar A Organização Mundial da Saúde (OMS) pre-
conceitos de organização e sistematização da as- vê um mundo em que “todas as mulheres grávidas
sistência perinatal e traçar diretrizes que resultem e recém-nascidos recebam cuidados de qualidade
em práticas clínicas potencialmente melhores na durante a gravidez, o parto e o período pós-natal
atenção neonatal. Trata-se de um documento fun- imediato”. Esta afirmação está alinhada com duas
damentado em argumentos científicos, experiên- agendas de ação global complementares: “Estra-
cias e expertises clínicas e atitude ética, comparti- tégias para acabar com a mortalidade materna
lhado com pediatras que atuam na assistência ao evitável” e “Para todo recém-nascido: um plano
recém-nascido (RN) e suas famílias. Implementar de ação para acabar com óbitos evitáveis”.
paradigmas sólidos no cuidado perinatal, de for-
ma colaborativa e reflexiva, é uma estratégia de Fundamentada na literatura disponível, a OMS
grande impacto na redução dos óbitos neonatais define qualidade da assistência prestada nos es-
e maternos por causas potencialmente evitáveis. tabelecimentos de saúde, como a capacidade de

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Nascimento seguro

resposta às demandas clínicas de um indivíduo ou • regulação de leitos obstétricos e neonatais no


população, medidos como resultados alcançados nível pré-hospitalar para garantia de assistên-
em saúde em relação ao almejado. Para o alcance cia ao parto e nascimento na maternidade de
desses objetivos, os cuidados em saúde devem ser referência da gestante;
seguros, eficazes, oportunos, eficientes, equitati-
• sistema de transporte em saúde para gestantes
vos e centrados nas pessoas. Esta definição impli-
e recém-nascidos com acesso regulado;
ca em dois componentes importantes da assistên-
cia perinatal: a qualidade dos cuidados oferecidos • sistema de informação integrado, para comu-
e a qualidade dos cuidados experimentados pelas nicação e monitoramento da assistência, em
mulheres, recém-nascidos e suas famílias. rede.

Os nós críticos da assistência neonatal devem Em todo o trajeto do cuidado, o RN precisa ser
ser delineados e abordados, tendo como elemento protegido pelos direitos universais e pela legisla-
central o percurso clínico da gestante e de seu RN. ção vigente no Brasil, interpretados à luz do con-
texto familiar e social da criança.
A continuidade do cuidado pós-natal precisa
ser fortalecida antes do nascimento, no pré-natal
e, no decorrer do período neonatal, para manter
Epidemiologia
os ganhos alcançados com o programa de reani-
mação neonatal, que reduziu substancialmente as “Urgency in transforming hospitals into place
mortes por complicações de eventos intraparto.
where each patient receives the best quality care,
As taxas de sobrevida vinculadas às complicações
every single time”, Institute of Medicine - The Health
decorrentes da prematuridade, das infecções,
and Medicine Division of the National Academies of
anomalias congênitas e outras causas não se alte-
Sciences and Engineering, and Medicine - “Urgente-
ram de maneira significativa sem a integração do
mente, os hospitais precisam ser transformados em
cuidado nas várias etapas da atenção perinatal.
locais onde o melhor cuidado é oferecido a cada uma
O NASCIMENTO SEGURO prevê componentes das pessoas, durante todo e a qualquer momento”.
integrados de estrutura, processos e resultados,
A maior parte dos óbitos nos primeiros cinco
no contínuo do cuidado perinatal, com:
anos de vida concentra-se no primeiro ano, sobre-
• identificação evolutiva do risco gestacional tudo no primeiro mês de vida pós-natal. Há uma
materno-fetal e neonatal; elevada participação das causas perinatais sendo
a prematuridade a principal delas, o que eviden-
• pontos de atenção ambulatorial e hospitalar,
cia a importância dos fatores ligados à gestação,
de risco habitual e alto risco gestacional e ou
ao parto e ao período neonatal, em geral prevení-
feto-neonatal, integrados em rede, para asse-
veis por meio da assistência ao parto e ao nasci-
gurar continuidade e abrangência do cuidado;
mento, de qualidade. No Brasil, a prematuridade
• processos assistenciais organizados em am- e suas complicações são seguidas pela asfixia, in-
biente com estrutura e recursos tecnológicos fecções e anomalias congênitas, com proporções
capazes de responder às demandas clínicas que diferem entre as regiões, com riscos menores
risco-dependentes, das mulheres e recém- de mortes e sequelas onde as premissas do cuida-
-nascidos, nos pontos de atenção ambulatorial do são implementadas.
e hospitalar;
A grande maioria dos nascimentos no Brasil,
• prontuário clínico eletrônico com registro siste-
em torno de 99%, ocorrem em hospitais dis-
matizado da informação relevante e essencial
tribuídos irregularmente pelo país, com vazios
para melhores práticas no período neonatal;
assistenciais nas áreas mais pobres e distantes
• sistemas de apoio: diagnóstico, terapêutico e dos grandes centros, com problemas no acesso
assistência farmacêutica; principalmente para assistir aos partos e nasci-

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mentos de alto risco gestacional e obstétrico. A criança, ao estabelecer um diálogo com os pais
maioria dos estabelecimentos tem volume obs- para discorrer sobre conceitos e estratégias para
tétrico baixo e equipes assistenciais incompletas potencializar a inserção da criança na família.
para garantir práticas clínicas efetivas. Os leitos
É nesse momento que o pediatra tem a opor-
de terapia intensiva neonatal, à semelhança dos
tunidade de esclarecer sobre condições ao nascer
leitos obstétricos em hospitais de alto risco, não
que favorecem o bem-estar da criança e ao seu
seguem uma distribuição regional, e com exceção
desenvolvimento futuro. O pai deve ser sempre
das regiões mais desenvolvidas, são insuficientes
encorajado a participar da consulta. A presença
em estrutura, recursos tecnológicos, composição
de outros familiares depende do desejo da mãe
de equipes assistenciais e organização de proces-
ou dos pais. O esclarecimento à família dos fato-
sos clínicos.
res ambientes e sociais além dos biológicos que
Os hospitais-maternidades são instituições influenciam o desenvolvimento físico e emocio-
complexas, com densidade tecnológica especí- nal da criança potencializa o cuidado à criança.
fica, cuja missão e perfil assistencial de atenção A mãe deve ser informada do seu direito (Lei
materna e neonatal precisam ser definidos de n° 1108, de 07 de abril de 2005) de livre escolha
acordo com o desenho da rede no nível regional. de um acompanhante durante todo o período do
parto e no puerpério imediato.

A mãe, o pai e os familiares que os acompa-


Nascimento seguro nham devem ser informados da importância do
aleitamento materno sendo este o momento
apropriado para iniciar a discussão sobre as suas
Nascimento seguro - Papel do pediatra vantagens, da importância da amamentação por
livre demanda, e das técnicas e dificuldades que
podem aparecer principalmente nos primeiros
dias de vida da criança. Orientar o casal em rela-
Cuidados Cuidados
ção à importância da participação do pai e da ne-
pré-natais pós-natais
cessidade de apoio da família no estabelecimento
da lactação e manutenção do aleitamento. É fun-
Nascimento damental desfazer conceitos pré-estabelecidos e
equivocados como, por exemplo, modificação da
estética da mama pela amamentação e impossibi-
lidade em conciliar amamentação com trabalho e
O Pediatra é o profissional que deve estar presente e outras atividades maternas. É fundamental refor-
participar de todas as etapas do cuidado perinatal. çar a capacidade inata que a mulher possui para o
sucesso da amamentação. A indicação de literatu-
• A participação do pediatra no pré-natal ra apropriada pode ser estimulada.

Além da história médica da mãe, antes e du-


A assistência ao nascimento se inicia com o
rante a gestação, saúde do pai e dados relevantes
preparo da gestante já no pré-natal, quando todos
da família, é importante discorrer sobre experi-
os cuidados dirigidos à promoção de saúde, pre-
ências gestacionais prévias e expectativas com o
venção e abordagem terapêutica das morbidades
nascimento da criança, com possíveis mudanças
devem ser instituídos.
no estilo de vida e na estrutura econômica fami-
Uma das mais complexas e gratificantes fun- liar. Esse é o momento adequado para se pergun-
ções do pediatra é a de auxiliar os pais a serem tar e orientar sobre os hábitos de vida, tais como
competentes cuidadores de seus filhos. Esse tabagismo, uso de álcool ou drogas ilícitas. Fato-
processo deve começar antes do nascimento da res que possam interferir na estabilidade emocio-

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Nascimento seguro

nal da família devem ser discutidos tais como o • Definir abordagem de promoção, prevenção e
relacionamento do casal, cuidados com os irmãos, tratamento, fundamentados na avaliação da
estabilidade no emprego e moradia. Questões história perinatal;
adicionais a serem consideradas é o suporte fa- • Promoção à amamentação;
miliar e de amigos e a estrutura que utilizarão
• Esclarecimento de dúvidas;
quando retornarem ao trabalho.
• Apoio aos sentimentos dos pais em relação à
A consulta pré-natal com o pediatra deve ser gestação e ao parto.
recomendada a cada nova gestação. Além de do-
Nessa consulta, o pediatra deve informar a im-
enças anteriores ou instaladas na gestação, fato-
portância de sua presença na sala de parto, sobre
res de risco, biológicos ou sociais, como história
sua habilidade nos preceitos da reanimação neona-
anterior de morte perinatal, gestações múltiplas,
tal, a importância do clampeamento oportuno do
história familiar de doenças genéticas ou meta-
cordão umbilical, o contato pele a pele, mesmo nos
bólicas, uso de drogas, mães sem apoio familiar
partos cirúrgicos, e o aleitamento materno na pri-
e ou não participação do pai ou do companheiro,
meira hora de vida. Com essas orientações e infor-
pais adolescentes, história ou risco de violência
mações o casal pode reivindicar essas atitudes por
doméstica, são situações que devem ser aborda-
parte da equipe de cuidados no local do nascimento.
das. Para pais que planejam adotar uma criança, a
consulta pediátrica, adquire especial importância.
Em situações de condições adversas, o vínculo de
confiança desenvolvido com o pediatra, facilita Sistemas de organização da
processos complexos de cuidados como, encami- atenção perinatal: um componente
nhamento para centros de maior complexidade importante do nascimento seguro
assistencial ou diagnóstico de doenças raras ou
malformações congênitas graves com indicação
O conceito de organização da atenção peri-
de tratamentos invasivos.
natal dentro de uma área geograficamente dis-
O plano de cuidados de acordo com a estra- tribuída, nos países de renda alta, vem sendo
tificação de risco gestacional deve ser definido e desenvolvida desde a década de 1970 para maxi-
conduzido. mizar o acesso e a capacidade de oferecer assis-
tência efetiva à mãe e ao RN, principalmente aos
É essencial coletar dados sobre a saúde ma- de risco. A integração do cuidado materno-feto-
terna e o resultado dos principais exames como, -neonatal, com critérios clínicos da perinatologia,
por exemplo: Anti-HIV (anticorpos Anti-HIV), vem se mostrando como a forma mais efetiva de
VDRL, HbsAg, susceptibilidade à Toxoplasmose, organizar o cuidado ao redor do nascimento. Em
hemograma, exame de urina e triagem para o es- 2015, o American College of Obstetric Gynecology,
treptococo do grupo B. por meio do Obstetric Care Consensus, atualizou
O pediatra deve atuar na gestação, acompa- as recomendações com definição de níveis e or-
nhar o parto, apoiar e orientar cuidados com a ganização de cuidados maternos integrados aos
mãe e o RN. Desta forma, desempenha o impor- neonatais. Também se verificou que a mortalida-
tante papel de “cuidador”, procurando orientar de e morbidade são significativamente reduzidas
questões de saúde e nutrição, além de diminuir para RN de alto risco que nascem em hospitais
os estresses familiares. com grande volume de partos, de nível de com-
plexidade assistencial obstétrico terciário e com
Os objetivos que devem ser atingidos com a unidades neonatais com densidade tecnológica
consulta pré-natal incluem: apropriada e processos clínicos organizados.
• Estabelecer o vínculo entre o pediatra e os pais; Os perfis desses hospitais-maternidades pro-
• Identificar situações de risco; piciam às equipes assistenciais maiores oportu-

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nidades para aquisição de competências clínicas • Regionalização da assistência


na assistência aos RN de muito baixo peso ao
1. Definição do risco gestacional: estratificação
nascer e prematuros. Essas crianças representam
de risco no pré-natal
uma pequena parcela dos nascidos vivos, mas
contribuem em mais de 50% dos óbitos neona- a. Abordagem dos fatores de risco e ou doen-
tais. Outra estratégia para melhorar a qualidade e ça instalada na atenção primária à saúde, no
segurança é a integração das unidades em redes modelo da Estratégia Saúde da Família, com
de cuidado neonatal, com o objetivo de reduzir a presença do Pediatra
variações indesejáveis nas práticas clínicas e de b. Integração da atenção primária à saúde à
gestão, implementando programas coordenados atenção ambulatorial secundária, para as
de pesquisa, educação e qualidade. gestantes de risco e acompanhamento dos
RN pré-termo.

• Regulamentação da atenção perinatal 2. Vinculação da gestante à maternidade que


melhor responde às demandas clínicas, priori-
No Brasil, o processo de organização do cui-
zando a região geográfica de acordo com a re-
dado perinatal em rede para a gestão do SUS foi
sidência da gestante: regulação pré-hospitalar
iniciado com a Portaria MS/GM n° 569, 1°de junho
dos leitos obstétricos e neonatais
de 2000, que instituiu o programa de humaniza-
ção no pré-natal e nascimento, com integração 3. Tipologia da Maternidade e Unidade Neonatal
dos processos clínicos por meio do sistema de in-
a. Perfil assistencial: definição de níveis de
formação, o SIS-PRENATAL. O modelo de atenção resposta às demandas clínicas maternas e
à saúde, estruturado em redes temáticas, foi regu- neonatais
lamentado pela Portaria MS/GM n° 4279, de 30 de
b. Porte da maternidade: resultados neona-
dezembro de 2010, para se conseguir princípios
tais e perinatais satisfatórios são mais bem
da qualidade: equidade, integração e abrangência
alcançados em maternidades com maior
do cuidado, efetividade e eficiência. A Portaria
volume de partos
MS/GM n° 1459, de 24 de junho de 2011, que ins-
tituiu a rede cegonha, regulamenta o modelo da c. Transferência antenatal de gestantes de alto
risco aos hospitais: transferência da gestan-
rede perinatal com normatização dos fluxos assis-
te por questões clínicas maternas ou fetais
tenciais da gestante e do neonato e a organização
reduz a mortalidade materna e perinatal
dos pontos de atenção ambulatorial e hospitalar.
A organização do cuidado neonatal hospitalar d. Transferência pós-natal: transporte segu-
integrado foi regulamentada pela Portaria MS/ ro e coordenado pela Regulação Estadual e
GM n° 930, de 10 de maio de 2012, que define Municipal de Leitos, de maneira integrada
as diretrizes para a organização da assistência em
4. Sistematização da atenção aos RN, utilizando
unidade neonatal de cuidados progressivos e de-
diretrizes clínicas, por critérios de risco:
fine critérios de classificação e habilitação de lei-
a. RN potencialmente saudável;
tos neonatais hospitalares. A Portaria MS/GM n°
1130, de 15 de agosto 2015, regulamenta e siste- b. RN pré-termo tardio;
matiza a política nacional de integração de ações c. RN de muito baixo peso ao nascer ou extre-
que promovam a saúde da criança. mamente prematuro;

Para implementação das normas técnicas d. RN com malformações congênitas;


para o cuidado perinatal efetivo são necessários e. RN termos com condições específicas: asfi-
investimentos no número e na distribuição de lei- xia intraparto, fatores de risco para sepse,
tos obstétricos e neonatais, principalmente nos infecções crônicas perinatais, e filhos de
de risco, e na estrutura dos serviços ambulato- mães com doenças com repercussão feto-
riais e hospitalares. -neonatal.

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Nascimento seguro

A respeito da escolha do local de nascimen-


Onde nascer
to, os resultados diferem entre os estudos. Duas
publicações europeias não encontraram diferen-
• As unidades perinatais ças significativas quanto à mortalidade e morbi-
dade em RN de gestações de risco habitual, ao
Recomendamos utilizar o termo Unidade Pe-
comparar parto domiciliar e hospitalar. Estas
rinatal porque a tipologia e perfil das materni-
publicações retratam a realidade de países de-
dades devem responder às demandas clínicas da
senvolvidos com uma intensa integração entre
gestante-parturiente-puérpera-RN em um alinha-
os locais de ocorrência do parto e os hospitais
mento de conceito voltado para redução de mor-
de referência, o que facilita a transferência de
tes maternas e neonatais, por causas potencial-
gestantes quando o trabalho de parto apresenta
mente evitáveis.
alguma situação que representa risco, diferente
Cuidado perinatal hospitalar deve ser funda- da realidade dos países em desenvolvimento. No
mentado no cuidado centrado na família e na se- entanto, a maioria das publicações faz restrições
gurança da parturiente, puérpera e RN, durante o ao nascimento domiciliar, mesmo em países
percurso clínico, em todos os componentes críti- desenvolvidos, com mais condições de prestar
cos da assistência. suporte aos partos domiciliares, alertando para
os fatores que contraindicam o nascimento do-
A adequação da ambiência dos serviços de
miciliar: primeira gestação, idade gestacional
atenção obstétrica e neonatal, proposta pela re-
acima de 41 semanas, cesárea prévia, apresen-
solução da diretoria colegiada - RDC n° 36/2008
tação anômala e idade materna superior a 35
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (AN-
anos. A mortalidade neonatal é três a quatro ve-
VISA), é uma das estratégias para a qualificação
zes maior em partos domiciliares planejados e
da assistência obstétrica e neonatal e para a im-
não planejados quando comparada à que ocorre
plementação das práticas assistenciais poten-
em partos hospitalares, além dos riscos de se-
cialmente melhores. A organização dos espaços
quelas neurológicas também ser superior. Estes
acolhedores e saudáveis em todos os setores das
achados corroboram a necessidade de local ade-
Unidades Perinatais é um processo em constante
quadamente equipado e de equipe treinada para
construção que envolve a participação de gesto-
todos os nascimentos.
res, profissionais de saúde e das mulheres.
A SBP recomenda que o nascimento ocorra em
As instalações físicas para o atendimento pe-
ambiente hospitalar.
rinatal devem ser condizentes com o atendimen-
to das necessidades fisiológicas únicas das par- O protagonismo do Pediatra é fundamental
turientes, puérperas, dos RN e de suas famílias. em todos os componentes da qualificação da as-
Instalações especiais devem estar disponíveis sistência e segurança da criança, sua mãe e a fa-
quando as condições clínicas exigirem observa- mília.
ção fisiológica e clínica contínuas durante o pe-
ríodo de permanência hospitalar. Os locais onde
• Pontos de atenção do cuidado perinatal
ocorrem os partos e nascimentos e as unidades
hospitalar: o percurso clínico da gestante,
neonatais e de apoio devem estar em locais adja-
parturiente, puérpera e RN
centes. Quando estas instalações estão distantes
umas das outras, devem ser previstas disposições 1. Acolhimento com classificação de risco obs-
para áreas transitórias apropriadas. tétrico da parturiente.

2. Assistência à parturiente no pré-parto com


As recomendações podem ser adaptadas às
identificação de riscos obstétrico e neonatal.
condições locais desde que não interfiram com os
resultados a serem alcançados para responder às 3. Assistência ao parto e nascimento, de baixo
diretrizes da qualidade e segurança. risco:

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a. Instituir um plano organizado de ação que 10. Plano de Alta Hospitalar, para integração do
inclua pessoal e equipamentos para iden- cuidado hospitalar aos cuidados ambulato-
tificação e reanimação imediata de RN, no riais da atenção secundária, dos RN com al-
nível da intervenção necessária, quando gum risco perinatal e ao longo dos primeiros
indicada; anos de vida.

b. Reanimação materna e estabilização, 11. Em todo o percurso, a comunicação é um


quando necessárias; componente crítico da integração e continui-
c. Transferência da mãe para a UTI de adul- dade do cuidado efetivo.
to, no próprio hospital ou UTI externa, em 12. Todos os hospitais, de todos os níveis de com-
tempo adequado com transporte regulado plexidade assistencial, devem ter práticas de
e seguro. cuidado voltadas para o desenvolvimento.

4. Transporte seguro intra-hospitalar da mãe e 13. Em todo o percurso, as normativas técnicas


do RN potencialmente saudáveis para Aloja- deverão ser seguidas
mento Conjunto.

5. RN em maternidades de risco habitual, que


Práticas clínicas
necessitam de cuidados intensivos ou inter-
potencialmente melhores
mediários, devem ser assistidos em unidade
de apoio, até a transferência para unidade de
A assistência pré-natal, intraparto e pós-natal
maior complexidade.
de alta qualidade deve ser abrangente e integrada
6. Programação da assistência em Alojamento a qualquer estratégia de melhoria da qualidade. As
Conjunto, conforme Portaria MS/GM n° 2068 normas de direitos humanos, a ética médica e os
de 21 de outubro de 2016, que institui dire- padrões técnicos fortalecem o conceito integrador
trizes para a organização da atenção integral da assistência, como elemento fundamental da
e humanizada à mulher e ao recém-nascido qualidade do cuidado perinatal.
no Alojamento Conjunto.
• Cuidado centrado na mulher, RN e sua família
7. Alta hospitalar, em média, com 48 horas, para – Toda mulher tem a opção de experimentar
RN potencialmente saudáveis, tempo neces- trabalho de parto com o companheiro (a) de
sário para atender às normas da Portaria MS/ sua escolha.
GM n° 2068, de 21 de outubro de 2016, que – Todas as mulheres devem ser informadas das
regula Alojamento Conjunto. escolhas feitas pela equipe na abordagem
8. Programação de cuidados à alta, para o RN preventiva ou terapêutica e as razões de de-
potencialmente saudável para integração do finições tomadas com os resultados possí-
cuidado hospitalar aos cuidados ambulato- veis, pela equipe assistencial.
riais, de acordo com as demandas clínicas da – Toda mulher deve receber apoio para forta-
criança e família. lecer sua capacidade durante o parto.
– Para cada mulher e RN, pessoal competen-
9. Para os RN que permaneceram em Unidade
te e motivado deve estar consistentemente
Neonatal de Cuidados Progressivos, garantir
disponível para fornecer cuidados de rotina
o cuidado de acordo com a Portaria MS/GM n°
e gerenciar complicações.
930, 10 de maio de 2012, de organização do
cuidado neonatal hospitalar, e Portaria MS/ • Privacidade e dignidade: Todas as mulheres e
GM n° 1683, de 12 de julho de 2007, que ins- RN precisam ter privacidade durante o período
titui normas de orientação para implantação do parto e nascimento, e sua confidencialidade
do Método Canguru. deve ser respeitada;

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Nascimento seguro

• Estrutura física, ambiência, equipamentos e • Estabelecimento do plano de alta hospitalar


composição do corpo técnico de profissionais para a puérpera e o RN;
das Unidades Perinatais coerentes com o mo- • Programas de melhoria contínua da qualidade
delo e complexidade assistenciais; da assistência e segurança do usuário com re-
• Garantia de assistência por equipe multipro- gistro da informação e monitoramento de todo
fissional, com competências definidas, durante o processo assistencial;
todo o percurso da mãe e do RN; • Desenvolvimento de atividades de educação
• Assistência fundamentada em protocolos clíni- permanente para as equipes multiprofissionais
cos validados; por iniciativa da instituição ou por meio de co-
• Acolhimento da gestante com classificação de operação;
risco obstétrico na maternidade; • Realização de ações e serviços de vigilância e
• Garantia de atenção ao parto e nascimento na investigação do óbito materno, fetal e infantil;
maternidade de referência, com regulação pré- • Pesquisa de satisfação do usuário.
-hospitalar dos leitos obstétricos e neonatais;
• Garantia de atendimentos às situações de emer-
gência com estabilização clínica, em todos os Cuidados perinatais
pontos de atenção, até transferência para uni-
dades de complexidade adequada à demanda Em todos os partos de baixo risco e logo após
clínica, com garantia de transporte seguro; o nascimento, em todos os RN, deve-se verificar
• Atendimento às emergências obstétricas; a história perinatal para excluir condições de ris-
co que demandam intervenções imediatas: pre-
• Organização das salas de parto, com estrutu-
maturidade tardia, baixo peso ao nascer, RN com
ra adequada, processos organizados e equipe
fatores de risco para desenvolverem sepse (febre
competente para pronta reanimação neonatal,
materna, bolsa rota, prematuridade, corioamnio-
quando necessária;
nite, infecção do trato urinário, cultura positiva de
• Transporte intra-hospitalar planejado, com tro- material reto-vaginal para Estreptococos do gru-
ca de informações entre equipes, de crianças po B), exames sorológicos ausentes ou sugestivos
instáveis logo após o nascimento ou em deslo- de infecções crônicas perinatais, incompatibilida-
camento para exames ou procedimentos; de sanguínea materno-fetal e diabetes materno.
• Sistema de informação que favoreça práticas
Os RN pré-termo moderados e extremos e
clínicas efetivas com feedback de ações no per-
aqueles com algum problema detectado antes ou
curso contínuo e integrado do cuidado neona-
durante o nascimento devem receber cuidados
tal hospitalar e monitoramento dos processos
específicos: reanimação, quando indicada, estabi-
clínicos e resultados;
lização e transporte à Unidade Neonatal e assis-
• Implementação dos dez passos para a promo- tência intensiva ou intermediária, de acordo com
ção do aleitamento materno, segundo a UNI- protocolos clínicos em Unidades Especializadas.
CEF/OMS, regulamentado pelo MS-Brasil;
• Adesão à Iniciativa Hospital Amigo da Criança e • A reanimação neonatal
da Mulher – OMS/UNICEF, segundo normas do MS-
O Programa de Reanimação Neonatal da So-
-Brasil (Portaria n° 1153 de 22 de maio de 2014);
ciedade Brasileira de Pediatria vem atuando,
• Implementação do Método Canguru de assis-
desde 1994, na capacitação teórico-prática de
tência ao RN de baixo peso ao nascer (Portaria
profissionais de saúde com base nos documentos
MS/GM n° 1683 de 12 de junho de 2007);
publicados, a cada cinco anos, pelo International
• Comunicação efetiva entre equipe de saúde, Liaison Committee on Resuscitation (ILCOR), com
gestante e família, de forma direta e verdadeira; a finalidade de reduzir a mortalidade associada à

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asfixia perinatal. Acredita-se que o treinamento No Brasil, de 2005 a 2010, as causas associa-
em reanimação neonatal seja um importante fa- das à asfixia perinatal foram responsáveis por 5
tor contribuinte para diminuir a mortalidade neo- a 6 mortes neonatais precoces por dia em RN de
natal precoce no Brasil. baixo risco, com peso ao nascer maior ou igual a
2.500 gramas e sem malformações congênitas, e
A Sociedade Brasileira de Pediatria recomen-
por 10 a 12% das mortes neonatais precoces na-
da a presença do pediatra em todo nascimento
queles com 400 a 1499 gramas ao nascer.
por ser o profissional médico com a melhor for-
mação técnica para a assistência neonatal. O RN precisa começar a respirar, espontane-
amente ou com auxílio, no primeiro minuto de
Todo RN a termo, respirando ou chorando e
vida, considerado o “Minuto de Ouro”. Um em
com tônus muscular em flexão, independente-
cada 10 recém-nascidos necessita ajuda para ini-
mente do aspecto do líquido amniótico, deve ser
ciar a respiração ao nascer. Sabe-se que o risco
colocado junto à sua mãe, em contato pele a pele.
de morte aumenta 16% a cada 30 segundos de
O cordão umbilical deve ser clampeado após 1 a
demora para iniciar a respiração, nos primeiros 6
3 minutos e, deve-se estimular o aleitamento ma-
minutos de vida.
terno na primeira hora de vida.
A equipe de profissionais responsável pelo
O RN que apresente respiração irregular ou
atendimento do RN em sala de parto deve possuir
apneia e /ou hipotonia, deve ser encaminhado à
competência em reanimação neonatal. Pelo me-
mesa de reanimação para que sejam realizados os
nos um profissional capacitado a realizar os pas-
passos iniciais da reanimação preconizados pelo
sos iniciais e a ventilação com pressão positiva
Programa de Reanimação Neonatal da Sociedade
com máscara facial deve estar presente e disponí-
Brasileira de Pediatria. O clampeamento tardio do
vel para atender exclusivamente o RN. Na presen-
cordão pode ser realizado nos RN pré-termo tar-
ça de fatores de risco perinatais são necessários 2
dios com idade gestacional (IG) entre 34 e 36 se-
a 3 profissionais treinados e capacitados a reani-
manas, e nos RN pós-termo com IG igual ou maior
mar o recém-nascido de maneira rápida e efetiva.
que 42 semanas, que se apresentarem ao nascer
com boa vitalidade. Em seguida, devem ser leva- Para assegurar qualidade ao atendimento e
dos à mesa de reanimação para avaliação deta- segurança ao paciente, a equipe treinada deve
lhada das suas condições clinicas. atuar de forma coordenada, com comunicação
efetiva entre os membros, e contar com um líder,
O nascimento é o momento em que acontece que defina a função de cada profissional antes do
o início da respiração e a transição da circulação nascimento.
fetal para a neonatal. Quando a sequência fisioló-
gica da transição é interrompida ocorre prejuízo É essencial que as salas de parto tenham ma-
da perfusão sanguínea e da oxigenação tecidual teriais e equipamentos adequados para o atendi-
em diversos órgãos, principalmente cérebro, co- mento do RN, checados e testados de modo siste-
ração, pulmões e rins, com consequentes danos, mático antes de cada nascimento.
muitas vezes irreversíveis, que podem levar a se-
quelas neurológicas e à morte. • Os primeiros minutos de vida de um recém-
nascido termo
Mesmo em gestações de risco habitual podem
ocorrer situações de emergência, como prolap- Durante o nascimento, o controle da tempera-
so ou rotura de cordão, nó verdadeiro de cordão, tura do ambiente, que deverá ser entre 23 e 26°C,
descolamento prematuro de placenta, hiperto- é um dos fatores mais importantes para a manu-
nia uterina, entre outras, que podem resultar em tenção da temperatura corporal do RN. Não pode-
graus variáveis de hipóxia fetal e levar à necessi- mos esquecer que a parturiente também deverá
dade inesperada de procedimentos de reanima- estar em normotermia, visto que se houver um
ção neonatal. descontrole térmico, este pode repercutir no RN.

9
Nascimento seguro

A aquisição da microbiota do RN tem no par- • O cumprimento da legislação brasileira de nor-


to vaginal, diferentemente do parto cesáreo, um matização de apoio e promoção ao aleitamen-
grande aliado, pois ela se instala no RN durante o to materno: Lei n° 11.265, de 03 de janeiro de
processo do nascimento. 2006, que regulamenta a comercialização de
alimentos para lactentes e crianças de primeira
O contato pele a pele logo após o nascimen-
infância e também a de produtos de puericultu-
to facilita a colonização do RN pela flora da pele
ra correlatos; Portaria nº 1.153, de 22 de maio
de sua mãe, somando-se aos fatores protetores
de 2014, que redefine critérios de habilitação
do aleitamento materno, que também oferece
dos hospitais na Iniciativa Hospital Amigo da
componentes da microbiota da mãe e substrato
Criança (IHAC);
para o crescimento da microbiota intestinal do
RN. Em casos nos quais as mães não estejam em • As recomendações da UNICEF/OMS de que to-
condições de fazê-lo, uma opção é realizá-lo pele dos os envolvidos no cuidado neonatal e ma-
a pele com o pai. terno devem ter um curso de no mínimo 20
horas de treinamento no apoio e abordagem
Recomenda-se o contato pele a pele por pelo
ao aleitamento materno, segundo a Iniciativa
menos uma hora, para manter a normotermia, ini-
Hospital Amigo da Criança-UNICEF/OMS- IHAC;
ciar o estabelecimento da lactação, favorecer o
aleitamento materno, prevenir o desmame preco- • A implementação das estratégias da IHAC que
ce, e fortalecer o vínculo mãe-filho integram ações de promoção e apoio ao aleita-
mento materno de recém-nascidos pré-termo
• O contato pele a pele na primeira hora de vida e/ou internados nas unidades neonatais e se-
não deve ser interrompido para os cuidados de parados de suas mães;
rotina com o RN. • Toda a equipe da assistência perinatal deve
RN de baixo peso ao nascer (RNBP) e/ou pré- ser capaz de fazer as orientações básicas e ter
-termos precisam receber cuidados adicionais competência nos processos envolvidos com o
conforme protocolos clínicos específicos. A vi- aleitamento materno.
tamina K, a prevenção da oftalmia neonatal e as
vacinas são administradas segundo as diretrizes
• Classificação do RN e exame clínico pediátrico
nacionais. A temperatura do RN é monitorada e
as complicações são identificadas e gerenciadas. 1. Classificação adequada do RN - desafio da es-
O banho deverá ser dado oportunamente no alo- timativa obstétrica da idade gestacional: US
jamento conjunto, exceto nos RN com história de precoce, considerado padrão-ouro quando re-
exposição vertical. alizado entre 7 e 13 semanas de IG;

Todo RN deve ser cuidado em Alojamento 2. A IG é o indicador mais próximo da avaliação de


Conjunto juntamente com sua mãe. risco de morbidade, mortalidade e sequelas;

3. Classificação do risco neonatal de acordo com


• Aleitamento materno o peso ao nascer deve ser realizada levando
em conta a maturidade e desnutrição fetal;
O MELHOR ALIMENTO PARA O RN TERMO
E PRÉ-TERMO É O LEITE MATERNO 4. A avaliação clínica do RN pelo pediatra, ali-
nhada à história perinatal, deve abranger o
Ações que o Pediatra deve participar e acom-
exame físico sistematizado e não fragmen-
panhar:
tado, integrado aos resultados dos testes de
• Todas as maternidades devem implementar triagem de deficiência visual (reflexo verme-
práticas evidenciadas que apoiem o estabele- lho) e presença de malformações cardíacas
cimento do aleitamento materno; graves (oximetria);

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Departamento Científico de Neonatologia • Sociedade Brasileira de Pediatria

5. Os testes de triagem auditiva e de doenças do corpo técnico pautado no risco da população


metabólicas e genéticas, em crianças sem his- perinatal assistida e no grau de complexidade da
tória de risco aumentado, podem ser realiza- assistência da instituição.
dos em nível ambulatorial;
O modelo preconizado para sua organização é
6. Os exames dos demais órgãos fazem parte da o colaborativo e em time, com trabalho compar-
integralidade do exame pediátrico; tilhado entre médico obstetra, pediatra, enfer-
meiros e profissionais de apoio que compõem a
7. A escuta à mãe e à família é parte fundamen-
equipe interdisciplinar do cuidado obstétrico e
tal da avaliação integral do RN para tomada
neonatal.
de decisões no contexto familiar e social da
criança; É papel do Pediatra assumir a função de coor-
8. Cuidado e decisões clínicas que respeitem e denação da Equipe que assiste aos RN, com garan-
respondam às preferências, necessidades e tia da integração do cuidado neonatal em todo o
valores individuais da criança, representados trajeto clínico.
nesse momento de vida pela mãe e pai, e as- Um dos desafios para o estabelecimento des-
segurem os valores da família e comunidade. se modelo é a comunicação entre os profissionais
e entre a equipe multiprofissional e a população
assistida. Uma comunicação efetiva, clara, preci-
O registro da informação sa, completa, reduz a ocorrência de erros e resulta
na melhoria da segurança da criança e mãe e na
A história clínica perinatal é o suporte clínico promoção de saúde.
mais importante e mais decisivo para a tomada de
Várias são as formas de comunicação e a pri-
decisões no cotidiano da assistência, pelo Pedia-
meira delas é a interconexão de programas de for-
tra e sua Equipe Assistencial.
ma que as ações interpostas sejam uma oportuni-
A história clínica deve garantir o registro e a dade para a comunicação efetiva.
utilização das variáveis assistenciais, de consenso
Estratégias sugeridas para o estabelecimento
universal, que mapeiam o percurso clínico da ges-
de uma boa comunicação:
tante e do RN, para garantir a informação mínima
essencial para a assistência perinatal efetiva. • Oferta de informações completas e detalhadas
sobre os cuidados;
O registro clínico tem também funções epi-
demiológicas, permitindo ao analisar dados agre- • Especial atenção à linguagem empregada;
gados, conhecer as características da população • Comunicação entre todos os membros da equi-
assistida, monitorar os resultados da assistência e pe de informações objetivas relacionadas à
identificar problemas clínicos prioritários. gestão da unidade e à assistência como subsí-
dios para o planejamento do trabalho e tomada
Para que isso se concretize é essencial a ga-
de decisão;
rantia do registro clínico confiável e de armaze-
namento rápido de dados para que possam ser • Troca de turnos com comunicação estruturada
utilizados no tempo necessário e no local onde a entre os membros da equipe multidisciplinar:
informação é gerada. identificação de pacientes sob cuidados, diag-
nósticos, intercorrências, plano terapêutico,
dados clínicos e laboratoriais;
Integração interdisciplinar • Organização do trabalho com responsabilidade
partilhada por todos os membros da equipe, di-
O trabalho na Unidade Perinatal é essencial- minuindo a distância entre os níveis hierárqui-
mente interdisciplinar com o dimensionamento cos e valorizando as diversas competências.

11
Nascimento seguro

8. Investimentos para melhoria dos processos as-


Conclusão
sistenciais em maternidades de risco habitual;
“Um Nascimento Seguro” precisa ocorrer em 9. Investimentos em maternidades de alto risco
um sistema de saúde organizado, com uma assis- com fluxos especiais, não habilitadas ou cre-
tência pré-natal de qualidade, com um cuidado denciadas;
realizado em local com infraestrutura e material 10. Definir e regulamentar o papel dos Centros
apropriados, com a presença de profissionais ade- Perinatais na coordenação do cuidado em
quadamente capacitados e fundamentalmente rede, gerenciando processos clínicos de hos-
com a participação do PEDIATRA em todas as eta- pitais com diferentes níveis de complexidade
pas deste processo. assistencial
11. Implementar estratégia de revisão por pares
DESAFIOS: estratégias a serem implementadas para monitorar e classificar as Unidades Peri-
ou aperfeiçoadas natais;
12. Telemedicina para disseminar conhecimen-
Reduzindo as sequelas e mortes neonatais por
tos e recursos, melhorar a disseminação de
causas evitáveis
recursos;
1. Aumentar o número de mulheres que rece-
13. Discutir a distribuição de medicamentos para
bem assistência de qualidade no período da
RN pré-termo em maternidades não credencia-
gestação, parto e puerpério;
das, tais como surfactante incluindo nos SAMU,
2. Adequar e definir novos critérios da estrati-
prostaglandina (cardiopatas), CPAP nasal, jun-
ficação de risco gestacional para responder
tamente com a implementação de leitos de
às demandas clínicas da gestação, de acordo
cuidados neonatais de apoio ou intermediários
com recomendações da OMS;
em maternidades de risco habitual, até a trans-
3. Regular a vinculação da gestante de risco à ferência para um centro especializado;
maternidade de referência (regulação pré-hos-
14. Aumentar o número de leitos neonatais em
pitalar de leitos obstétricos e neonatais) para
centros perinatais de maior complexidade
garantir o transporte in utero nos casos de: ris-
assistencial: maior volume de casos acarreta
co de nascimento prematuro; diagnóstico de
melhoria do desempenho das Unidades rela-
malformações maiores, gravidez múltipla e do-
cionado à experiência clínica
enças maternas graves com IG < 34 semanas;
15. Sistema de transporte seguro segundo nor-
doença hemolítica grave; hidropsia fetal;
mas assistenciais com coordenação do centro
4. Organizar a atenção secundária nas várias re-
que receberá a criança, ambulâncias especifi-
giões do país: pré-natal de alto risco e segui-
cas para RN, com assistência por médico neo-
mento ambulatorial do RN pré-termo;
natologista e enfermeira neonatal;
5. Melhorar a estrutura das nossas maternidades
16. Equipe assistencial com competências defi-
e unidades perinatais: validar um instrumento
nidas;
de diagnóstico das Unidades Perinatais;
17. Mobilização social: educação do usuário e
6. Implementar modelo assistencial em mater-
consciência pública;
nidades localizadas em vazios assistenciais
18. Definir sistema de informação e registro de
condizente com a necessidade regional;
coleta e análise de dados;
7. Promover amplo debate de como enfrentar as
19. Definir medidas de indicadores de gestão e
diferenças regionais na assistência perinatal
assistenciais; e
com a implementação de novas tecnologias,
como telemonitoramento para maternidades 20. Discutir e consensuar as metas a serem alcan-
localizadas em vazios assistenciais; çadas

12
Departamento Científico de Neonatologia • Sociedade Brasileira de Pediatria

LEITURA SUGERIDA

1. American Academy of Pediatrics/ American 12. Brasil. Presidência da República. Decreto nº


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saúde, a assistência à saúde ... estabelecendo
2. American Academy of Pediatrics. as diretrizes para a organização do componente
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Define the Child Health Care System and/
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Ministro. Portaria GM N. 2.436, de 21 de 21. Grünebaum A, McCullough LB, Sapra KJ, Brent
setembro de 2017. Aprova a Política Nacional RL, Levene MI, Arabin B, et al. Apgar score of 0
de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de at 5 minutes and neonatal seizures or serious
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Nascimento seguro

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Departamento Científico de Neonatologia • Sociedade Brasileira de Pediatria

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15
Diretoria
Triênio 2016/2018

PRESIDENTE: Adriana Seber (SP) Paulo Cesar Pinho Pinheiro (MG)


Luciana Rodrigues Silva (BA) Paulo Cesar Koch Nogueira (SP) Flávio Diniz Capanema (MG)
1º VICE-PRESIDENTE: Fabianne Altruda de M. Costa Carlesse (SP) EDITOR DO JORNAL DE PEDIATRIA
Clóvis Francisco Constantino (SP) Renato Procianoy (RS)
2º VICE-PRESIDENTE: DIRETORIA E COORDENAÇÕES:
EDITOR REVISTA RESIDÊNCIA PEDIÁTRICA
Edson Ferreira Liberal (RJ) DIRETORIA DE QUALIFICAÇÃO E CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL Clémax Couto Sant’Anna (RJ)
SECRETÁRIO GERAL: Maria Marluce dos Santos Vilela (SP)
EDITOR ADJUNTO REVISTA RESIDÊNCIA PEDIÁTRICA
Sidnei Ferreira (RJ) COORDENAÇÃO DO CEXTEP: Marilene Augusta Rocha Crispino Santos (RJ)
1º SECRETÁRIO: Hélcio Villaça Simões (RJ) Márcia Garcia Alves Galvão (RJ)
Cláudio Hoineff (RJ) COORDENAÇÃO DE ÁREA DE ATUAÇÃO CONSELHO EDITORIAL EXECUTIVO
2º SECRETÁRIO: Mauro Batista de Morais (SP) Gil Simões Batista (RJ)
Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS) COORDENAÇÃO DE CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL Sidnei Ferreira (RJ)
3º SECRETÁRIO: José Hugo de Lins Pessoa (SP) Isabel Rey Madeira (RJ)
Virgínia Resende Silva Weffort (MG) DIRETORIA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS Sandra Mara Amaral (RJ)
Nelson Augusto Rosário Filho (PR) Bianca Carareto Alves Verardino (RJ)
DIRETORIA FINANCEIRA: Maria de Fátima B. Pombo March (RJ)
Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) REPRESENTANTE NO GPEC (Global Pediatric Education
Consortium) Sílvio Rocha Carvalho (RJ)
2ª DIRETORIA FINANCEIRA: Rafaela Baroni Aurilio (RJ)
Ricardo do Rego Barros (RJ)
Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) COORDENAÇÃO DO PRONAP
REPRESENTANTE NA ACADEMIA AMERICANA DE PEDIATRIA (AAP)
3ª DIRETORIA FINANCEIRA: Sérgio Augusto Cabral (RJ) Carlos Alberto Nogueira-de-Almeida (SP)
Fátima Maria Lindoso da Silva Lima (GO) Fernanda Luísa Ceragioli Oliveira (SP)
REPRESENTANTE NA AMÉRICA LATINA
DIRETORIA DE INTEGRAÇÃO REGIONAL: Francisco José Penna (MG) COORDENAÇÃO DO TRATADO DE PEDIATRIA
Fernando Antônio Castro Barreiro (BA) Luciana Rodrigues Silva (BA)
DIRETORIA DE DEFESA PROFISSIONAL, BENEFÍCIOS E PREVIDÊNCIA Fábio Ancona Lopez (SP)
Membros: Marun David Cury (SP)
Hans Walter Ferreira Greve (BA) DIRETORIA DE ENSINO E PESQUISA
Eveline Campos Monteiro de Castro (CE) DIRETORIA-ADJUNTA DE DEFESA PROFISSIONAL Joel Alves Lamounier (MG)
Alberto Jorge Félix Costa (MS) Sidnei Ferreira (RJ)
Cláudio Barsanti (SP) COORDENAÇÃO DE PESQUISA
Analíria Moraes Pimentel (PE) Cláudio Leone (SP)
Corina Maria Nina Viana Batista (AM) Paulo Tadeu Falanghe (SP)
Cláudio Orestes Britto Filho (PB) COORDENAÇÃO DE PESQUISA-ADJUNTA
Adelma Alves de Figueiredo (RR) Gisélia Alves Pontes da Silva (PE)
Mário Roberto Hirschheimer (SP)
COORDENADORES REGIONAIS: João Cândido de Souza Borges (CE) COORDENAÇÃO DE GRADUAÇÃO
Norte: COORDENAÇÃO VIGILASUS Rosana Fiorini Puccini (SP)
Bruno Acatauassu Paes Barreto (PA) Anamaria Cavalcante e Silva (CE) COORDENAÇÃO ADJUNTA DE GRADUAÇÃO
Nordeste: Fábio Elíseo Fernandes Álvares Leite (SP) Rosana Alves (ES)
Anamaria Cavalcante e Silva (CE) Jussara Melo de Cerqueira Maia (RN) Suzy Santana Cavalcante (BA)
Sudeste: Edson Ferreira Liberal (RJ) Angélica Maria Bicudo-Zeferino (SP)
Luciano Amedée Péret Filho (MG) Célia Maria Stolze Silvany ((BA) Silvia Wanick Sarinho (PE)
Sul: Kátia Galeão Brandt (PE) COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO
Darci Vieira Silva Bonetto (PR) Elizete Aparecida Lomazi (SP) Victor Horácio da Costa Junior (PR)
Centro-oeste: Maria Albertina Santiago Rego (MG) Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE)
Regina Maria Santos Marques (GO) Isabel Rey Madeira (RJ) Fátima Maria Lindoso da Silva Lima (GO)
Jocileide Sales Campos (CE) Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP)
ASSESSORES DA PRESIDÊNCIA: COORDENAÇÃO DE SAÚDE SUPLEMENTAR Jefferson Pedro Piva (RS)
Assessoria para Assuntos Parlamentares: Maria Nazareth Ramos Silva (RJ) COORDENAÇÃO DE RESIDÊNCIA E ESTÁGIOS EM PEDIATRIA
Marun David Cury (SP) Corina Maria Nina Viana Batista (AM) Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS)
Assessoria de Relações Institucionais: Álvaro Machado Neto (AL) Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP)
Clóvis Francisco Constantino (SP) Joana Angélica Paiva Maciel (CE) Victor Horácio da Costa Junior (PR)
Cecim El Achkar (SC) Clóvis Francisco Constantino (SP)
Assessoria de Políticas Públicas: Maria Helena Simões Freitas e Silva (MA)
Mário Roberto Hirschheimer (SP) Silvio da Rocha Carvalho (RJ)
Rubens Feferbaum (SP) COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE GESTÃO DE CONSULTÓRIO Tânia Denise Resener (RS)
Maria Albertina Santiago Rego (MG) Normeide Pedreira dos Santos (BA) Delia Maria de Moura Lima Herrmann (AL)
Sérgio Tadeu Martins Marba (SP) DIRETORIA DOS DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS E COORDENAÇÃO Helita Regina F. Cardoso de Azevedo (BA)
DE DOCUMENTOS CIENTÍFICOS Jefferson Pedro Piva (RS)
Assessoria de Políticas Públicas – Crianças e Sérgio Luís Amantéa (RS)
Adolescentes com Deficiência: Dirceu Solé (SP)
Gil Simões Batista (RJ)
Alda Elizabeth Boehler Iglesias Azevedo (MT) DIRETORIA-ADJUNTA DOS DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS Susana Maciel Wuillaume (RJ)
Eduardo Jorge Custódio da Silva (RJ) Lícia Maria Oliveira Moreira (BA) Aurimery Gomes Chermont (PA)
Assessoria de Acompanhamento da Licença DIRETORIA DE CURSOS, EVENTOS E PROMOÇÕES COORDENAÇÃO DE DOUTRINA PEDIÁTRICA
Maternidade e Paternidade: Lilian dos Santos Rodrigues Sadeck (SP) Luciana Rodrigues Silva (BA)
João Coriolano Rego Barros (SP) COORDENAÇÃO DE CONGRESSOS E SIMPÓSIOS Hélcio Maranhão (RN)
Alexandre Lopes Miralha (AM) Ricardo Queiroz Gurgel (SE) COORDENAÇÃO DAS LIGAS DOS ESTUDANTES
Ana Luiza Velloso da Paz Matos (BA) Paulo César Guimarães (RJ) Edson Ferreira Liberal (RJ)
Assessoria para Campanhas: Cléa Rodrigues Leone (SP) Luciano Abreu de Miranda Pinto (RJ)
Conceição Aparecida de Mattos Segre (SP) COORDENAÇÃO GERAL DOS PROGRAMAS DE ATUALIZAÇÃO COORDENAÇÃO DE INTERCÂMBIO EM RESIDÊNCIA NACIONAL
GRUPOS DE TRABALHO: Ricardo Queiroz Gurgel (SE) Susana Maciel Wuillaume (RJ)
Drogas e Violência na Adolescência: COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE REANIMAÇÃO NEONATAL: COORDENAÇÃO DE INTERCÂMBIO EM RESIDÊNCIA INTERNACIONAL
Evelyn Eisenstein (RJ) Maria Fernanda Branco de Almeida (SP) Herberto José Chong Neto (PR)
Doenças Raras: Ruth Guinsburg (SP)
DIRETOR DE PATRIMÔNIO
Magda Maria Sales Carneiro Sampaio (SP) COORDENAÇÃO PALS – REANIMAÇÃO PEDIÁTRICA Cláudio Barsanti (SP)
Atividade Física Alexandre Rodrigues Ferreira (MG)
Kátia Laureano dos Santos (PB) COMISSÃO DE SINDICÂNCIA
Coordenadores: Gilberto Pascolat (PR)
Ricardo do Rêgo Barros (RJ) COORDENAÇÃO BLS – SUPORTE BÁSICO DE VIDA Aníbal Augusto Gaudêncio de Melo (PE)
Luciana Rodrigues Silva (BA) Valéria Maria Bezerra Silva (PE) Isabel Rey Madeira (RJ)
Membros: COORDENAÇÃO DO CURSO DE APRIMORAMENTO EM NUTROLOGIA Joaquim João Caetano Menezes (SP)
Helita Regina F. Cardoso de Azevedo (BA) PEDIÁTRICA (CANP) Valmin Ramos da Silva (ES)
Patrícia Guedes de Souza (BA) Virgínia Resende S. Weffort (MG) Paulo Tadeu Falanghe (SP)
Profissionais de Educação Física: PEDIATRIA PARA FAMÍLIAS Tânia Denise Resener (RS)
Teresa Maria Bianchini de Quadros (BA) Victor Horácio da Costa Júnior (PR) João Coriolano Rego Barros (SP)
Alex Pinheiro Gordia (BA) PORTAL SBP Maria Sidneuma de Melo Ventura (CE)
Isabel Guimarães (BA) Flávio Diniz Capanema (MG) Marisa Lopes Miranda (SP)
Jorge Mota (Portugal) COORDENAÇÃO DO CENTRO DE INFORMAÇÃO CIENTÍFICA CONSELHO FISCAL
Mauro Virgílio Gomes de Barros (PE) José Maria Lopes (RJ) Titulares:
Colaborador: Núbia Mendonça (SE)
PROGRAMA DE ATUALIZAÇÃO CONTINUADA À DISTÂNCIA Nélson Grisard (SC)
Dirceu Solé (SP) Altacílio Aparecido Nunes (SP)
Metodologia Científica: Antônio Márcio Junqueira Lisboa (DF)
João Joaquim Freitas do Amaral (CE) Suplentes:
Gisélia Alves Pontes da Silva (PE) DOCUMENTOS CIENTÍFICOS Adelma Alves de Figueiredo (RR)
Cláudio Leone (SP) Luciana Rodrigues Silva (BA) João de Melo Régis Filho (PE)
Pediatria e Humanidade: Dirceu Solé (SP) Darci Vieira da Silva Bonetto (PR)
Álvaro Jorge Madeiro Leite (CE) Emanuel Sávio Cavalcanti Sarinho (PE) ACADEMIA BRASILEIRA DE PEDIATRIA
Luciana Rodrigues Silva (BA) Joel Alves Lamounier (MG) Presidente:
João de Melo Régis Filho (PE) DIRETORIA DE PUBLICAÇÕES Mario Santoro Júnior (SP)
Transplante em Pediatria: Fábio Ancona Lopez (SP) Vice-presidente:
Themis Reverbel da Silveira (RS) EDITORES DA REVISTA SBP CIÊNCIA Luiz Eduardo Vaz Miranda (RJ)
Irene Kazue Miura (SP) Joel Alves Lamounier (MG) Secretário Geral:
Carmen Lúcia Bonnet (PR) Altacílio Aparecido Nunes (SP) Jefferson Pedro Piva (RS)

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