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Obs2: Teoria dos motivos determinantes: o motivo da conduta

RESUMÃO – DIREITO ADMINISTRATIVO I


vincula a validade do ato administrativo. Assim, havendo
CONCEITO: Conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem comprovação de que o motivo é falso, o ato será nulo.
os órgãos, os agentes e as atividades administrativas tendentes a Continuidade: em regra, a atividade administrativa não pode parar.
realizar concreta (específica), direta (independe de provocação) e Exceções: A interrupção é permitida por razões de ordem
imediatamente os fins desejados pelo Estado (definidos pela CF). técnica/segurança das instalações/inadimplemento do usuário.
Contraditório e Ampla Defesa: direito de saber o que acontece no
Adm. Pública Direta: União, Estados, DF e Municípios, Ministérios e processo e de se manifestar na relação processual. Tem-se:
Secretarias. Defesa prévia: o direito de se manifestar antes de uma decisão
Adm Pública Indireta: Autarquias, Fundações Públicas, Empresas administrativa.
Públicas e Sociedades de Economia Mista. Defesa técnica: é obrigatória a presença de advogado em todas as
fases do processo administrativo disciplinar. Súm 343 STJ
Centralização: o Estado presta os serviços de forma direta através Contudo, “a falta de defesa técnica por advogado no processo
de seus órgãos. administrativo disciplinar não ofende a Constituição” Súm Vin 5
Descentralização: o Estado transfere o exercício de atividades Direito ao duplo grau: É inconstitucional a exigência de depósito ou
administrativas para outras pessoas jurídicas (entidades). Não há arrolamento prévios de dinheiro/bens para admissibilidade de
hierarquia e subordinação. Há controle/fiscalização. Ex: Autarquia. recurso administrativo.
Ocorre de 2 formas: Presunção de Legitimidade: Os atos administrativos presumem-se
a) Por outorga: lei atribui a outra pessoa de direito público a legítimos, já que estão escudados na lei.
titularidade e execução do serviço. Ex: autarquia. Segurança jurídica: visa evitar que regras supervenientes criem
b) Por delegação: atribui a outra pessoa só a execução do instabilidade à vida em sociedade. Obs: Ocorrendo um ato ilegal, em
serviço. Pode ser: razão do princípio da legalidade, a consequência natural é a sua
→Contratual: por contrato atribui a outra pessoa de direito anulação, entretanto, quando tal conduta comprometer o princípio
privado. Concessionários e Permissionários. da segurança jurídica ou qualquer outro princípio, causando tal
→Legal: por lei, atribui a empresas públicas ou Sociedade de retirada mais prejuízos que sua manutenção, o ato em tese deve ser
economia mista. mantido, ainda que ilegal, estabilizando com isso os seus efeitos.
Desconcentração: a entidade (pessoa jurídica) se organiza Proteção à confiança legítima: exige do Estado uma atuação leal,
internamente criando órgãos. Há hierarquia e subordinação entre os coerente e pautada na boa-fé, para que no final das contas,
órgãos internos em relação à entidade. comportamentos contraditórios e conflitantes sejam evitados.

PODERES DA ADM. PÚBLICA


Órgão público: Compartimento na estrutura estatal a que são
cometidas funções determinadas, sendo integrado por agentes que, O regime jurídico administrativo é caracterizado por prerrogativas
quando as executam, manifestam a vontade do Estado. (privilégios) e sujeições (limites) impostos à Adm. Pública. Dentre as
Agentes Públicos: aqueles que, a qualquer título, executam uma prerrogativas da Adm., encontram-se os poderes administrativos.
função pública como prepostos do Estado.
CARACTERÍSTICAS:
•Caráter instrumental: poderes da Adm. são os instrumentos pelos
PRINCÍPIOS DO DIREITO ADM. (L-I-M-P-E)
quais a mesma busca atingir seu fim.
LEGALIDADE: Todo ato praticado pela Adm Pública precisa estar •Poder-dever: Princípio da indisponibilidade do interesse público.
previsto em lei, se não é ato ilegítimo. Os poderes da Adm. são irrenunciáveis!
IMPESSOALIDADE: impõe tratamento isonômico aos administrados. •Limites definidos em lei: os poderes têm seu
Os agentes públicos representam a vontade do Estado e não sua exercício condicionado ao disposto em lei.
vontade pessoal.
MORALIDADE: o agente público precisa ter uma conduta ética-moral ESPÉCIES:
do ponto de vista administrativo. Probidade, decoro, boa-fé. VINCULADO: o adm se encontra inteiramente preso à lei. Ela
Instrumentos de proteção à moralidade: Ação Popular, ACP de estabelece um único comportamento. Ex: aposentadoria por idade.
Improbidade Adm., Controle Externo exercido pelos Tribunais de DISCRICIONÁRIO: o adm. não se encontra inteiramente preso à lei.
Contas e CPIs. Ela não estabelece um único comportamento possível. O adm.
PUBLICIDADE: Os atos administrativos devem ser públicos. poderá optar por uma delas, escolhendo a que, em seu
Exceções: investigações policiais, etc. O indivíduo tem direito de entendimento, preserve melhor o interesse público. Há juízo de
petição e direito de certidão. Caso seja resistido, cabe Mandado de valores. Ex: Pedido de porte de arma junto à Adm.
Segurança ou Habeas Data. •HIERÁRQUICO: poder de se auto-organizar. Coordenação,
EFICIÊNCIA: impõe à Adm. a melhor atuação possível diante dos subordinação e distribuição de competência. Fiscalizar.
recursos disponíveis. Exige do serviço público resultados positivos e •DISCIPLINAR: poder p/ aplicar sanções aos seus agentes pela
satisfatórios. Avaliação periódica de desempenho e contrato de prática de infrações funcionais.
gestão. •DE POLÍCIA: poder p/ restringir/ limitar o uso e gozo de bens
atividades e direitos individuais, preservando os interesses da
OUTROS PRINCÍPIOS coletividade.
Supremacia do Interesse Público: a atuação do Estado deve sempre Competência: O ato administrativo que veicula o poder de polícia
estar voltada para o interesse coletivo e não o individual. Exs: deve ser editado pelo ente federativo que possui competência para
desapropriação, poder de polícia, etc. (2º da Lei 9784/99). a regulação da matéria no plano legislativo.
Indisponibilidade do Interesse Público: o administrador não pode Delegação: Quando o poder é exercido diretamente pelos entes
deixar de atuar quando o interesse público assim o exigir. federados (União/Estados/DF/Municípios) será “originário”. Quando
Autotutela: A Adm. Pública deve fazer o controle de seus próprios os entes federados outorgam por lei poder de polícia a entidades de
atos, através das seguintes formas: direito público integrantes de sua administração indireta, o poder é
•REVOGAÇÃO: extinção de ato válido por oportunidade e “delegado”.
conveniência. Efeito ex nunc = Não retroage. Obs: O poder de polícia não pode ser delegado à pessoa de direito
•ANULAÇÃO/INVALIDAÇÃO: extinção devida à ilegalidade ou abuso privado! Ele provem privativamente da autoridade pública, não
do poder. Feita pela Adm ou Judiciário. Efeito ex tunc = retroage sendo permitida a delegação aos prestadores de serviço público nem
até o surgimento do ato. particulares. O particular só poderá ser credenciado para contribuir
Razoabilidade e Proporcionalidade: O ato é razoável quando está materialmente com o poder de polícia. Ex: Empresas que controlam
dentro daquilo que é aceitável, sem excessos. E proporcional quando radares de trânsito, a declaração de vontade será, ao final, da
os meios utilizados são proporcionais aos fins objetivados. autoridade pública, a qual, com base nesses elementos materiais,
Observação do binômio: adequação X necessidade. Ex: punir com poderá aplicar multa ou não.
demissão um agente público que chegou atrasado ao trabalho viola •REGULAMENTAR: poder p/ expedição de decretos e regulamentos.
este princípio. Atenção: Regulamento ≠ Decreto!
Finalidade: o administrador deve cumprir a finalidade pública Regulamento é um ato normativo que é veiculado por um decreto.
definida em lei, sob pena de ilegalidade do ato. Ex: O presidente regulamenta uma lei, explicando como ela deve ser
Motivação: a Adm Pública deve indicar (justificativa escrita) os aplicada, e o faz por meio de um decreto. “Decreto X” do
fundamentos de fato e de direito que sustentam determinada “Regulamento Y”.
decisão/ato administrativo. Obs1: Existem atos que dispensam Obs1: É possível apenas a regulamentação das leis, não sendo
motivação escrita. Ex: nomeação/exoneração de comissionados. possível invadir a competência do Legislativo.
Obs2: Este poder fundamenta a “deslegalização”: Fenômeno pelo Validade: adequação do ato às exigências legais. Compatibilidade
qual a competência para regulamentar determinados temas estaria entre o ato e o disposto na norma legal.
afetada a agências reguladoras. Contudo, agências reguladoras têm Eficácia: aptidão para produzir efeitos conferida ao ato.
competência restrita para editar normas técnicas Ex: ANEEL e
ANATEL. CLASSIFICAÇÃO:

ABUSO DE PODER QUANTO AO GRAU DE LIBERDADE:


Utilização do poder em desacordo com a lei. Ultrapassar os limites Vinculados: Possui todos seus elementos determinados em lei. Exs:
do exercício dos poderes. Afastar-se do interesse público. licença para construir; aposentadoria compulsória.
Espécies: Obs: Não podem ser revogados, mas anulados por vício de
1. Excesso de poder: o adm. atua além dos limites de sua legalidade.
competência estabelecida em lei Ex: Agente interdita Discricionários: a Adm. dispõe de liberdade para decidir, diante do
estabelecimentos comerciais sem possuir competência para tanto. caso concreto, qual melhor maneira de atingir o interesse público.
2. Desvio de poder: o agente atua nos limites da competência, mas Exs: decreto expropriatório; outorga de permissão de banca de
visando finalidade diversa do interesse público. Ex: autoridade adm. jornal. Recai sobre o motivo e objeto do ato.
diante de suposta “ineficiência” de servidor “X” decide removê-lo Obs: O poder judiciário não pode reapreciar as razões de
ex ofício com o objetivo de puni-lo. Contudo, a remoção não é conveniência e oportunidade (mérito) a não ser que o ato venha a
punição, mas um meio que dispõe a Adm. para suprir a carência de transbordar os limites deste e fique configurada ilegalidade.
servidores em determinadas localidades.
QUANTO À FORMAÇÃO:
Abuso de poder por omissão: Simples: Resultam da vontade de um único órgão, seja singular ou
•Omissão genérica: está relacionada ao momento mais oportuno colegiado. Ex: licença de habilitação para dirigir.
para a implementação das políticas públicas, que dependem de Compostos: vontade de um único órgão, mas dependem da
recursos financeiros quase sempre escassos (doutrina moderna fala verificação/aprovação de outro para ser exequível. Ex: ato de
em “reserva do possível”) e não possuem prazo determinado. autorização sujeito a outro ato confirmatório.
•Omissão específica: ausência de manifestação de vontade da Complexos: conjugação de vontades de mais de um órgão. Ex: a
Administração quando ela está obrigada a agir. aposentadoria de servidor público, haja vista depender da atuação
do órgão que o agente é subordinado e da aprovação do Tribunal de
DEVERES DO ADM. PÚBLICO Contas (que é uma vontade independente da primeira).
Probidade: O administrador público deve gerenciar os bens e
interesses coletivos com ética, honestidade e moralidade. QUANTO AOS DESTINATÁRIOS:
Eficiência: tornar cada vez mais qualitativa a atividade adm. Pessoal Gerais: dirigidos a uma quantidade indeterminável de destinatários.
qualificado, técnica, especialização, economia, celeridade, Ex: edital de um concurso; circulares de serviço.
desempenho, resultado, etc. Fatores que qualificam a própria Individuais: dirigidos a um destinatário determinado. Ex: promoção
atividade pública e traduzem maior eficiência. de um servidor público. Obs: O ato individual pode se referir a vários
Prestar contas: Como é encargo dos administradores públicos a indivíduos determináveis. Ex: a nomeação de setenta candidatos
gestão de bens e interesses da coletividade, decorre daí o natural para assunção de determinado cargo público.
dever, a eles cometido, de prestar contas de sua atividade (dever
de transparência). QUANTO À EXEQUIBILIDADE:
Perfeito: completou seu processo de formação, estando apto a
ATO ADMINISTRATIVO
produzir seus efeitos.
FATO ADM: é o fato jurídico que possui especial relevância para o Imperfeito: não completou seu processo de formação, não estando
direito administrativo. Ex: morte de um servidor gera a vacância do apto a produzir seus efeitos. Faltando, por ex, a homologação,
cargo. publicação, ou outro requisito apontado pela lei.
ATO ADM: o ato administrativo é a exteriorização da vontade de Pendente: já completou sua formação, mas para produzir efeitos,
agentes da Administração Pública ou de seus delegatários que, sob sujeita-se a condição/termo. Lembrando: Condição: evento futuro e
regime de direito público, visa à produção de efeitos jurídicos, com incerto. Termo: evento futuro e certo.
o fim de atender ao interesse público Consumado: já produziu todos os seus efeitos, nada
mais havendo para realizar. Ex: exoneração.
ELEMENTOS:
Competência: poder do agente p/ o desempenho de suas QUANTO À VALIDADE (EFICÁCIA)
atribuições. Resulta da lei. É imprescritível, irrenunciável, Válidos: praticados por por autoridades competentes e que atendem
inderrogável, improrrogáveis. todos os requisitos exigidos pela ordem jurídica.
Finalidade: genérica: interesse público. Específica: de acordo com Nulos: nascem com um vício insanável. Não produz qualquer efeito
o caso concreto. Exceção: Na desapropriação, se houver desvio da entre as partes. No entanto, ele deve ser observado até que haja
finalidade específica, se mantendo a finalidade genérica, por decisão (administrativa/judicial) declarando sua nulidade, que terá
exemplo, ao invés de construir uma escola como previsto no ato, o efeito retroativo. Por outro lado, deverão ser respeitados os direitos
agente constrói um hospital. Nesse caso, desde que atendido o de terceiros de boa-fé atingidos. Ex: nomeação de um candidato sem
interesse público, não há problema (tredestinação lícita). nível superior para um cargo que o exija. Reconhecido o erro, o ato
Forma: modo de exteriorização. Em regra, é a forma escrita. é anulado desde sua origem. Porém, as ações legais eventualmente
Exceções: gestos, ato verbal ou expedidos por máquinas praticadas por ele durante o período em que atuou permanecerão
(semáforos). válidas.
Motivo: a situação fática que exige/autoriza a realização do ato Anuláveis: contém defeitos, porém sanáveis. Se mantido o defeito,
adm. o ato será nulo. Se corrigido, poderá passar a ser válido.
Objeto: conteúdo do ato. Resultado prático do ato. Inexistentes: possuem um vício gravíssimo no ciclo de sua formação,
que impede a produção de qualquer efeito jurídico. Ex: multa
ATRIBUTOS: emitida por falso policial.
Presunção de legitimidade: o ato, até prova em contrário, é
considerado válido para o Direito. ESPÉCIES:
Imperatividade: os atos serão impostos a terceiros, 1. NORMATIVOS: contêm comandos, em regra, gerais e abstratos.
independentemente da concordância destes. •Decretos/Regulamentos: Editados pelos Chefes do Poder Executivo
Exigibilidade: Caso a obrigação que o ato impoe não seja cumprida, para fiel execução das leis (84, IV CF). Obs: Parte da doutrina
o poder público terá que executar indiretamente o ato. diferencia: decreto= forma; regulamento=conteúdo.
Auto-executoriedade: permite que o ato seja executado sem a •Resoluções: atos inferiores aos decretos expedidos por Ministros de
necessidade da Administração se socorrer do Judiciário. Estado, presidentes de tribunais, de casas legislativas e de órgãos
Tipicidade: O ato administrativo deve corresponder a tipos colegiados.
previamente definidos pela lei para produzir os efeitos desejados. •Instruções Normativas: atos de competência dos ministros
praticados para viabilizar a execução de leis e outros atos
PERFEIÇÃO, VALIDADE E EFICÁCIA: normativos.
Perfeição: quando o ato cumpre todos os trâmites previstos em lei •Regimentos: visam disciplinar o funcionamento interno dos órgãos
necessários a sua constituição/existência. colegiados e de corporações legislativas.
•Deliberações: atos normativos ou decisórios de órgãos colegiados. →O ato revocatório deve ser fundamentado, apresentado-se qual foi
o ato superveniente justificador da revogação.
2. ORDINATÓRIOS: disciplinam o funcionamento de órgãos e a →É prerrogativa da Adm. não podendo ser invocada pela via judicial.
conduta de agentes públicos. →Impossível a revogação de atos consumados pois já exauriram
•Instruções: expedidas pelo superior hierárquico e destinadas aos todos os seus efeitos, bem como, impossível a revogação de atos
seus subordinados, ordens gerais para disciplina e execução de vinculados.
determinado serviço público.
•Circulares: autoridades superiores transmitem ordens uniformes a •ANULAÇÃO/INVALIDAÇÃO: extinção de ato ilegal, determinada
servidores subordinados. Não veicula regras de caráter abstrato pela Adm. ou pelo Judiciário (mediante provocação). Tem efeito ex
como as instruções, mas concretas, ainda que gerais, por abranger tunc, protegidos os terceiros de boa-fé.
uma categoria de subalternos encarregados de determinadas Decai em 5 anos, contados da data em que foram praticados, salvo
atividades. comprovada má-fé.
•Avisos: exclusivos de Ministros de Estados para regramento de → Limites ao dever de anular: ultrapassado o prazo legal;
temas da competência interna do Ministério. consolidação dos efeitos produzidos; for mais conveniente para o
•Portarias: atos internos que iniciam sindicâncias, processos adm. interesse público manter a situação fática já consolidada do que
ou promovem designações de servidores. São expedidas por chefes determinar a anulação (teoria do fato consumado); houver
de órgãos e repartições públicas, não podendo ser baixadas pelos possibilidade de convalidação.
chefes do executivo. Nulidade relativa: quando o vício é sanável, o ato é anulável e não
•Ordens de serviço: determinações específicas dirigidas aos nulo. Se o interesse público exigir, este ato pode ser convalidado,
responsáveis por obras e serviços governamentais. desde que não prejudique terceiros. Nestes casos, consertado o vício
•Ofícios: utilizados pelas autoridades adm. para comunicarem-se o ato produz efeitos efeitos licitamente, desde sua origem. Ex:
entre si ou com terceiros. “Cartas” oficiais, por meio das quais nomeação feita por autoridade incompetente pode ser convalidada
encaminham-se papéis, documentos e informações em geral. pela autoridade competente, por meio de ratificação do ato viciado.
•Despachos: decisões de autoridades públicas manifestadas por
escrito em documentos ou processos sob sua responsabilidade. •CASSAÇÃO: o beneficiário de determinado ato descumpre
condições que permitem a manutenção do ato e seus efeitos. É
3. NEGOCIAIS: manifestam a vontade da Adm. em concordância com ilegalidade superveniente por culpa do beneficiário. Ex: uma pessoa
o interesse de particulares. obteve a licença para o funcionamento de um hotel e, depois de um
•Licença: ato unilateral, declaratório e vinculado que libera, a tempo, modifica a finalidade para um motel, sem qualquer
todos que preencham os requisitos legais, o desempenho de certas comunicação ao poder Público = O beneficiário descumpriu os
atividades. Ex: licença para construir. Exceção: licença ambiental. requisitos do ato (licença).
•Autorização: ato unilateral, discricionário, constitutivo e precário
expedido para o exercício de atividades fiscalizadas pelo Estado ou •CADUCIDADE: a perda de efeitos jurídicos em virtude de norma
a utilização de bens públicos no interesse predominante do jurídica superveniente contrária àquela que respaldava a prática do
particular. Ex: porte de arma; abertura de uma clínica. ato. Ex: autorização de uso de bem público que permite o
•Permissão: ato unilateral, discricionário e precário que faculta o funcionamento de um circo em determinda área pública. Por lei
exercício de serviço de interesse coletivo ou a utilização de bem nova, altera-se o plano diretor da cidade, tornando a área
público no interesse predominante da coletividade (do Estado). Exs: residencial, não sendo possível a manutenção do ato de autorização,
permissão para taxista; banca de jornal. Obs: Quanto à permissão inicialmente lícito.
de serviço público segundo o 175 CF deve ser precedida de licitação.
•Admissão: ato unilateral e vinculado pelo qual a Adm. faculta a •CONTRAPOSIÇÃO: (DERRUBADA): Ocorre nas situações em que um
alguém a inclusão em estabelecimento governamental para o gozo ato administrativo novo se contrapõe a um ato anterior extinguindo
de um serviço público. Ex: ingresso em estabelecimento oficial de seus efeitos. Ex: nomeação X exoneração. O ato de exoneração tem
ensino na qualidade de aluno; admissão de usuário de uma biblioteca como efeito principal extinguir os efeitos da nomeação.
pública.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA
4. ENUNCIATIVOS: traduzem opiniões e conclusões dos entes Conjunto de pessoas jurídicas que desempenham atividades
estatais. administrativas de forma descentralizada. São elas: Autarquias,
•Certidões: verdadeiros espelhos de um registro público. Certificam Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedades de Economia
algo que já está registrado. Ex: certidão de regularidade fiscal. Mista. (A-F-E-S)
•Atestados: comprovam fatos e situações que não constem de
arquivos públicos. Utilizados quando o Estado tem de verificar PRINCÍPIOS DA ADM. PÚBLICA INDIRETA:
determinada situação de fato, para depois proferir um ato que •Tutela: controle que, a Adm. Pública Direta realiza sobre as
ateste aquele. Ex: perícia médica. entidades da Adm. Pública Indireta (Art 19 Decreto-Lei 200/67).
•Pareceres: ato pelo qual se emite opinião. Não é vinculante, salvo
disposição legal em contrário. Obs: Tutela ≠ Autotutela:
•Apostilas/Averbações: quando o particular precisa que conste algo Na Autotutela a Adm. faz o controle de seus próprios atos. Na Tutela
no registro público, ele providencia uma averbação. Ex: averbação a Adm Direta faz o controle na Indireta. Não há subordinação e
de tempo de serviço no âmbito privado junto ao serviço público com hierarquia. Ex: No plano federal, a tutela chama-se supervisão
a posse em cargo público. ministerial: Ex: O ministro da previdência (Adm Direta) realiza tutela
(controle) sobre o INSS (Adm Indireta).
5. PUNITIVOS: aplicam sanções a particulares ou servidores que Especialidade: O objetivo da criação de pessoas descentralizadas é
pratiquem condutas irregulares. Ex: demissão; suspensão; multas. prestar a atividade com maior grau de especialização.
EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
•Legalidade: a criação de qualquer pessoa da Adm. Indireta
1. NATURAL: o ato administrativo produz todos os efeitos. Poderá depende de lei autorizativa. Lei específica » ordinária.
ser por: esgotamento do conteúdo (licença para construir se Autarquias → nascem diretamente da lei.
extingue ao fim da construção) execução material, (ordem de Fundação Pública → criação autorizada por lei, através de decreto.
guinchamento de veículo após sua execução) implemento de Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista → criação
condição resolutiva ou termo final (término do prazo de validade da autorizada por lei, e arquivamento dos seus Atos Constitutivos na
carteira de habilitação). Junta Comercial ou Cartório de Pessoas Jurídicas.
2.DESAPARECIMENTO DO SUJEITO/OBJETO: promoção do servidor OUTRAS CARACTERÍSTICAS:
é extinta com o seu falecimento.
•Personalidade jurídica própria. Capacidade processual é da própria
pessoa jurídica e não do ente federativo.
3.RENÚNCIA: exoneração de cargo a pedido do próprio ocupante.
•Patrimônio próprio.
•Autonomia administrativa, mas não têm competência legislativa.
4. RETIRADA DO ATO: forma precoce de extinção do ato. Hipóteses:
•REVOGAÇÃO: O ato válido perde oportunidade e conveniência. Não
há mais interesse na Adm. Pública. Efeito ex nunc (pro ativo). Vide 1. AUTARQUIAS
Súm 473 STF. - Pessoas jurídicas de direito público interno;
- Criadas por lei específica (lei ordinária do Chefe do Executivo);
- União, Estados, DF e Municípios podem criá-las. - Ambas são pessoas jurídicas de direito privado.
- Atuam em atividade típica da Adm Pública. - Ambas têm sua criação autorizada por lei.
- Pagam através de precatório. - A criação das EP e SEM deriva da necessidade de o Estado atuar no
- Precisam fazer licitação. papel de empresário.
Exs de Autarquias: INSS, INCRA, IBAMA, CADE, UFRJ, - O Estado não pode criar EP/SEM para atividades próprias do Estado,
CRM, INMETRO, ANATEL. tais como: segurança pública, prestação da justiça, defesa da
soberania nacional, etc.
PRERROGATIVAS:
1. Imunidade tributária recíproca (150, VI, a0, §2º CF). EP: Criadas sob qualquer forma jurídica adequada a sua natureza,
2. Créditos são cobrados por execução fiscal. para que o Governo exerça atividades gerais de caráter econômico
3. Seus bens são públicos (98 CC). Impenhoráveis, imprescritíveis e ou prestação de serviços públicos. Ex: Casa da Moeda; ECT; BNDES;
inalienáveis. CEF.
4. Débitos judiciais são pagos por meio de precatórios. SEM: Criadas sob a forma de sociedade anônima, cujo controle
5. Privilégios processuais: Prazos dilatados (188 CPC), isenção de acionário pertença ao Poder Público, tendo por objetivo a
custas, intimação pessoal dos seus procuradores, foro privativo: Vara exploração de atividades gerais de caráter econômico ou a prestação
Federal (109, I CF), ressalvadas a Justiça Eleitoral e do Trabalho. de serviços públicos. Ex: Petrobras; Banco do Brasil; Eletrobrás.
6. Responsabilidade objetiva (37, §6º da CF).
Criação e Extinção: As EP e as SEM necessitam ter seus atos
LIMITAÇÕES: constitutivos registrados junto aos órgãos competentes. A extinção
1. Concurso público. Obs: o regime normal de contratação é também deve se dar através de lei.
estatutário, vez que, em regra, os agentes públicos pertencentes às
Autarquias ocupam cargos públicos. Regime Jurídico: As empresas estatais apesar de terem
2. Dever de Licitar. personalidade jurídica de direito privado tem um regime
3. Controle dos respectivos Tribunais de Contas. híbrido/misto, porque mistura regras de direito público com as de
direito privado.
1.1 AUTARQUIAS ESPECIAIS: →Atenção! A aplicação do regime de direito público é exceção!
A. AGÊNCIAS REGULADORAS: Obs: Situação excepcional é a dos Correios que presta serviço
Possuem todas as características jurídicas das autarquias comuns, exclusivo de Estado – serviço postal (21 CF) o que justificaria
porém com algumas particularidades: aplicação de regras do regime público e mais o direito a imunidade
- Dirigentes estáveis: não podem ser exonerados ad nutum; tributária própria dos entes da Adm. Direta.
- Mandatos fixos;
- Investidura especial: São nomeados pelo presidente com aprovação Patrimônio: deriva da transferência do patrimônio da pessoa
prévia do Senado; federativa que institui estas entidades. Após a criação das
- Poder normativo: editam resoluções que obrigam os prestadores de entidades, o patrimônio passa a ser caracterizado como bens
serviços. privados, passíveis de penhora. Exceção: Sob o princípio da
Principais aspectos: continuidade dos serviços públicos, podemos entender a
Normatização técnica (regulamentam impossibilidade de penhorar um bem de uma EP prestadora de
uma lei primária) e o controle sobre os prestadores de serviço serviço público, por exemplo.
público (poder de polícia). Ex: ANEEL, ANATEL, ANTT, ANAC, ANS,
ANVISA, ANCINE... Pessoal: regime contratual celetista (173, § 1º CF) e concurso
público (Súm 685 STF). Os empregados são caracterizados como
B. AGÊNCIA EXECUTIVA: agentes públicos para fins penais e improbidade adm.
Autarquia que em virtude de ineficiência celebra um contrato de
gestão com o Ministério Supervisor. Ao celebrar o contrato de Falência e Execução:
gestão, a autarquia se torna agência executiva, ficando obrigada a → Às EP/SEM de atividade econômica = aplica-se a Lei de Falência.
cumprir um plano de reestruturação definido no próprio → Às EP/SEM prestadoras de serviço = é vedado a aplicação da lei.
contrato de gestão. Ex: INMETRO.
Responsabilidade Civil:
C. UNIVERSIDADES PÚBLICAS → EP/SEM de atividade econômica = responsabilidade patrimonial
A escolha de seus dirigentes é feita por seus próprios membros subjetiva (depende de dolo ou culpa).
(autonomia). Gozam também de autonomia pedagógica. → EP/SEM prestadoras de serviço = responsabilidade objetiva (37,
§6º CF)
D. CONSELHOS PROFISSIONAIS:
Pessoas jurídicas de direito público. Exercem poder de polícia. Licitação:
Obs: A OAB apesar de ser um Conselho Profissional (Lei 8.906/94), é → EP e SEM prestadoras de serviço = normas gerais para licitação.
pessoa jurídica de natureza privada. → EP/SEM de atividade econômica = divergência doutrinária.
Obs2: Especificamente, as Fundações Públicas de Direito Público
como veremos adiante têm natureza jurídica de Distinções entre as EP e as SEM:
autarquia. •Constituição do capital:
Obs3: Consórcios públicos podem adotar natureza SEM = capital formado pela conjugação de recursos oriundos das
pública ou privada. Se pública, serão Autarquia. pessoas de direito público e de recursos da iniciativa privada.
(6º Lei 11.107/05; 41, IV CC). EP = Não possuem parcela de capital privado.
•Forma jurídica:
2. FUNDAÇÕES PÚBLICAS SEM = obrigatoriamente sociedades anônimas
- Pessoas jurídicas formadas pela destinação de um patrimônio para EP = podem revestir-se de qualquer forma jurídica
um fim específico. Fiscalizadas pelo MP. •Foro Processual:
- Quando a fundação é formada pela destinação de um SEM = Justiça estadual
patrimônio público para atividades sociais, então será EP = Justiça federal. Esta regra aplica-se apenas às EP federais.
uma fundação pública. Ex: FUNAI, Fundação IBGE,
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Fundação Nacional de Saúde.

Elas podem ser de direito público ou privado: RESPONSABILIDADE DO ESTADO


O que vai definir é a lei específica que autoriza sua criação. É OBJETIVA (em regra). Independe de dolo/culpa. Para existir, basta
→ Se criada com o regime de direito público, terá natureza jurídica haver: conduta + dano + nexo causal. 37,§ 6º, CF
de Autarquia (Autarquia fundacional).
→ Se criada com o regime de direito privado, serão fundações Quanto à Conduta: Pode ser ato lícito ou ilícito.
governamentais. Se ato ilícito a responsabilidade decorre do princípio da legalidade.
Obs: As fundações públicas possuem bens públicos como acervo, que Se ato lícito a responsabilidade decorre do princípio da isonomia, ou
são, portanto, inalienáveis e impenhoráveis. seja, se um terceiro é prejudicado no benefício de toda a
coletividade gera o direito de ser indenizado. Mas depende da
3. EMPRESAS PÚBLICAS e SOC. DE ECONOMIA MISTA demonstração de um dano anormal/específico.
- Possuem estreita conexão.
(Ex.: Zezinho abre um hotel em frente à pracinha de certa cidade, cai dentro do ônibus em razão de freada brusca. Poderá acionar a
e o hotel faz muito sucesso. No entanto, o município resolve empresa.
transformar essa pracinha em um cemitério. É lícito? Sim. É uma Obs1: Independe se a vítima é usuária ou não do serviço público.
conduta que visa benefício coletivo. No entanto, prejudicou Ex.: A idosa está atravessando a rua e o ônibus passa por cima dela
demasiadamente Zezinho, de modo que, uma vez provado o seu e matando-a. A vítima não é usuária do serviço público. A
prejuízo em relação ao resto da coletividade e isso o dá o direito de responsabilidade da empresa de ônibus e do Estado é objetiva.
indenização.) Obs2: Empresas que atuam na exploração de atividade econômica a
responsabilidade é regida pela relação privada. Ex: Banco do Brasil.
Quanto ao Dano: dano jurídico/bem protegido pelo direito.
RESPONSABILIDADE POR ATO JUDICIAL
Quanto ao Nexo de causalidade: Teoria da Causalidade Adequada Em regra, o Estado é irresponsável por ato judicial. O art. 5º, LXXV,
significa que a responsabilidade do Estado dependente somente da CF/88, estabelece que o Estado indenizará aquele que ficar preso
demonstração que a conduta do agente foi suficiente por si só para por erro judiciário ou aquele que ficar preso além do prazo fixado
ensejar o dano. em sentença. A responsabilidade será objetiva, pois o Estado
assumiu o risco de privar as pessoas da liberdade.
Excludentes da Responsabilidade objetiva do Estado: Obs: Inaplicável à prisão cautelar, em flagrante, temporária,
Caso fortuito; Força maior; Culpa exclusiva da vítima. preventiva, etc.

Obs: Há algumas situações específicas em que o direito brasileiro RESPONSABILIDADE DECORRENTE DE OBRA
adota a “Teoria do Risco integral”, segundo a qual não se admite as
A existência da obra em si causa o dano. Responsabilidade objetiva,
excludentes de responsabilidade. São as seguintes situações: Dano
sendo irrelevante saber quem a executou.
decorrente de atividade nuclear, dano ambiental, Crimes ocorridos
Não se trata do dano causado pela má execução da obra. Neste caso
a bordo de aeronaves que estejam sobrevoando o espaço aéreo
quem responde é o executor da obra com base no direito privado. A
brasileiro / atos terroristas.
responsabilidade estatal na má execução da obra será sempre
subjetiva, pois decorre da omissão deste no dever de fiscalizar a
Exceções à Responsabilidade Objetiva: Casos em que a obra.
responsabilidade do Estado será subjetiva: (mesmo assim não
necessitará da demonstração de dolo/culpa de um agente). Teoria
RESPONSAB. DO ESTADO POR ATO LEGISLATIVO
da “culpa do serviço”. Quando o serviço pode não ter sido prestado
ou foi, mas de forma ineficiente, precária. Ex.: se uma pessoa cai Regra: Não enseja a responsabilidade civil do estado. A lei é geral e
em um bueiro completamente aberto, eu não preciso saber qual foi abstrata. O estado é irresponsável por atos legislativos típicos.
o agente público deixou o bueiro aberto ou não providenciou seu Exceção: Se a lei for inconstitucional e causar um dano a alguém
conserto, o fato é que o serviço se apresentou precário ineficiente (requisitos cumulativos), aí o Estado será responsável. Ex.: lei
e o Estado será responsabilizado. diminui a remuneração dos servidores públicos. Ela é
inconstitucional, pois a remuneração é irredutível, e causa um dano
Teoria do Risco Criado/Risco Suscitado: quando o risco decorre de a esses servidores. A responsabilidade pelo ato legislativo será
uma situação em que se cria o risco para alguém a responsabilidade objetiva.
se torna objetiva, mesmo que não decorra de uma conduta direta do
agente. Ex.: um preso mata o outro na prisão ou então um preso DA AÇÃO REGRESSIVA
foge do presídio e assalta a casa ao lado. Houve conduta de agente? Poderá ser proposta pelo Estado em face do agente com
Não, mas a situação presídio é uma situação de risco criado pelo demonstração de dolo ou culpa. É garantia da vítima de ser
Estado mesmo que seja lícito. indenizada sem a discussão de elementos subjetivos.
Atenção: Não é possível que a vítima cobre diretamente do agente!
Teoria da Condicio Sine Qua: Nas situações de custódia por parte
do Estado, para que haja responsabilização do Estado em situações DA DENUNCIAÇÃO À LIDE
de custódia deve ser demonstrado que se não fosse à situação de É possível a denunciação nas ações de regresso? Discussão.
custódia criada, o risco não iria ocorrer. Pelo CPC, sim. Art. 125, II
Pelos princípios do Dto Adm, não.
Fortuito interno/Caso Fortuito: decorre da situação de custódia Para a doutrina, não.
gerando ao Estado responsabilidade objetiva. (Ex: mulher feita Pelo STJ, existem alguns casos que eles disseram sim.
refém em uma rebelião em um presídio. Se não houvesse presídio
não haveria rebelião, então apesar de situação fortuita o Estado LICITAÇÃO (Lei 8.666/93)
responde objetivamente). Procedimento obrigatório que antecede a celebração de contratos
pela Administração Pública.
Fortuito externo/Força Maior: situação fortuita alheia à situação Fundamento Constitucional: 37, XXI e 175 CF/88
de custódia, o que exclui a responsabilidade do Estado. (Ex.: um raio Competência p/ Legislar sobre: Privativa da União. 22, XXVII.
cai na cabeça de um preso e o mata).
FINALIDADES
RESPONSABILIDADE DO ESTADO POR OMISSÃO •Busca pela proposta mais vantajosa ao poder público.
Há bastante controvérsia. •Garantir a isonomia das contratações públicas.
3ª Corrente: afirma que temos Responsabilidade Subjetiva nos casos •Desenvolvimento nacional.
de omissão genérica e Objetiva nos casos de omissão específica.
Na jurisprudência de nossos Tribunais Superiores são comuns PRINCÍPIOS
decisões que responsabilizam o Estado objetivamente nos casos de 1. “LIMPE”
omissão específica propriamente dita, nos casos de risco criado, 2. Isonomia
como vimos acima em que o estado tem alguém ou alguma coisa sob 3. Vinculação ao instrumento convocatório.
sua custódia, nos casos de culpa do serviço. Por outro lado, nos casos 4. Julgamento objetivo.
de omissão genérica acaba que o Estado muita das vezes não vem 5. Sigilo das propostas.
sendo responsabilizado por não ser considerado garantidor universal TIPOS DE LICITAÇÃO 45
e não ter como evitar sempre o tempo todo danos ocorram.
É dado de acordo com os critérios de julgamento das propostas. São
eles:
PRESCRIÇÃO
•Menor preço;
5 anos - reparação contra atos de pessoa jurídica de direito público •Melhor técnica;
3 anos - reparação contra atos de pessoa jurídica de direito privado •Técnica e preço;
•Maior lance.
RESPONSABILIDADE DO AGENTE PÚBLICO MODALIDADES LICITATÓRIAS 22
SUBJETIVA. Depende de dolo ou culpa. •Concorrência;
•Tomada de preços;
•Empresas públicas que prestam serviços públicos: OBJETIVA •Convite;
(PRIMÁRIA) e DO ESTADO OBJETIVA (SUBSIDIÁRIA). Ex: A senhora que •Concurso;
•Leilão.
FASE EXTERNA: Inicia-se normalmente com o edital ou a carta-
CONCORRÊNCIA: os interessados, na fase inicial de habilitação convite. Em algumas situações é necessária audiência pública (39).
preliminar, comprovam ter os requisitos do edital para execução de A fase externa tem 5 etapas (subfases), quais sejam:
seu objeto.
TOMADA DE PREÇOS: participam da competição apenas os licitantes 1ª Fase: Do Edital/Convocatória:
que forem cadastrados no órgão ou aqueles que se cadastrarem até Edital: instrumento pelo qual são convocados os interessados e no
3 dias antes da data marcada para abertura de envelopes. qual são estabelecidas as condições que regerão a licitação. É a
CONVITE: participam certame apenas os convidados, cadastrados ou regra de todas as modalidades, exceto o convite (que é a carta-
não, devendo ter no mínimo 3 convidados, ou 2 quando comprovada convite).
restrição de mercado. Mesmo não sendo convidado, o interessado Prazos mínimos para o recebimento das propostas ou a realização do
poderá participar da licitação, comprovando seu cadastro no órgão certame, a partir da última publicação do edital resumido ou da
e manifestando interesse em até 24h antes da abertura dos expedição do convite.
envelopes. Nesta modalidade, não há edital. O instrumento 45 dias: modalidades concurso e concorrência, quando o contrato
convocatório é simplificado e denomina-se carta-convite. A Adm. for regido pelo regime de empreitada integral ou quando a licitação
deverá enviar a carta-convite aos convidados e afixar no átrio da for do tipo melhor técnica ou técnica e preço.
repartição, em local visível ao público. 30 dias: modalidades concorrência, nos casos diferentes dos trazidos
CONCURSO: entre quaisquer interessados para escolha de trabalho no item acima, e tomada de preços do tipo melhor técnica ou
técnico/científico/artístico, mediante a instituição de prêmios ou técnica e preço.
remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de 15 dias: modalidades tomada de preços, nos casos diferentes dos
edital publicado na imprensa oficial com antecedência de 45 dias. trazidos no item acima, e leilão.
Ex: concurso para escolha do melhor projeto arquitetônico para 5 dias úteis: modalidade convite.
revitalização do centro histórico de uma cidade. O vencedor da 8 dias úteis: modalidade pregão.
licitação recebe um prêmio/remuneração pelo trabalho adquirido
pelo ente estatal.
Obs1: Se houver alguma modificação no edital será necessária nova
LEILÃO: ocorre entre quaisquer interessados para a venda de bens
divulgação, reabrindo-se os prazos para apresentação das propostas.
móveis inservíveis/apreendidos/penhorados, ou para a alienação de
Obs2: qualquer cidadão poderá impugnar administrativamente o
bens imóveis a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao
edital, devendo protocolar o pedido até 5 dias úteis antes da data
valor da avaliação.
fixada para abertura dos envelopes, devendo a Adm. julgar em até
3 dias úteis. 41, §1º
Acrescenta-se ainda a modalidade PREGÃO (Lei 10.520/02). Presta- Obs3: Decairá do direito de impugnar os termos do edital perante a
se à aquisição, pela Adm., de “bens e serviços comuns” (aqueles Adm. o licitante que não o fizer até o 2º dia útil que anteceder a
cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente abertura dos envelopes.
definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no
mercado). Será do tipo menor preço. 2ª Fase: Da Habilitação
Obs: CONSULTA é uma modalidade de licitação exclusiva da Agência
A comissão analisará a documentação e os requisitos pessoais dos
Nacional de Telecomunicações – ANATEL (Lei 9.472/97).
interessados, determinando se os mesmos estão ou não aptos.
Analisa-se qualificação jurídica, regularidade fiscal, situação
DISPENSA DE LICITAÇÃO 17 e 24 econômica e financeira, qualificação técnica.
Regra: exigência de licitação nas contratações da Adm. Pública.
Exceções: Hipóteses de dispensa de licitação. As hipóteses de 3ª Fase: Do julgamento e classificação das propostas
dispensa estão divididas em 2: Os licitantes habilitados passarão a fase correspondente à abertura
dos envelopes contendo suas propostas, que serão julgadas e
A) Licitação dispensada: quando a lei proíbe a realização de ordenadas na ordem de classificação.
licitação. Hipóteses taxativas: Art. 17, Lei 8666/93. Tratam
especialmente da alienação de bens públicos, exceto venda para 4ªFase: Da Homologação
particulares. Atuação vinculada.
Se examina a regularidade do desenvolvimento do procedimento
Obs: Conforme Lei dos Consórcios Públicos (11.107/2005) Art. 2º,
anterior realizado pela comissão licitante. É a ratificação do
§1º, III, o consórcio público também poderá ser contratado sem
julgamento realizada pela autoridade competente.mEx: O
licitação.
Secretário municipal de Educação homologa a licitação para compra
de material escolar feita e julgada por comissão de servidores da
B) Licitação dispensável: quando o gestor pode escolher entre
secretaria.
licitar ou não, utilizando-se critérios de conveniência e
oportunidade. Atuação discricionária. Hipóteses taxativas: Art. 24,
5ª Fase: Da Adjudicação
Lei 8.666/93.
Se atribui ao vencedor o objeto da licitação.
Obs: A adjudicação não confere direito do vencedor à contratação,
Obs: Licitação deserta (24, V): quando não aparece ninguém
mas apenas o direito de não ser preterido por outro classificado,
interessado em participar do procedimento licitatório.
caso a Adm. resolva contratar (50). A contratação ou não é ato
Licitação fracassada (48, §3º): aparecem licitantes, mas estes não
discricionário, que ocorrerá conforme a conveniência e
são habilitados ou não são classificados. Abre-se, então, prazo de 8
oportunidade. A contratação pode não ser realizada em razão do
dias úteis como nova tentativa. Não dando certo, a licitação é
desfazimento da licitação, que pode ser efetivado pela anulação ou
declarada fracassada. Consequentemente, a Adm. deverá realizar
pela revogação.
novo certame licitatório.
ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO DE LICITAÇÃO
Algumas hipóteses de licitação dispensável:
Formas de extinção da licitação.
•Contratos de até 10% do valor do convite;
Anulação: Ocorre por uma ilegalidade. Pode ser declarada pelo
•Situações de guerra e grave perturbação da ordem;
Judiciário ou pela própria Adm.
•Situações de urgência/contratações emergenciais;
Revogação: ocorre por motivo de inconveniência ou inoportunidade
•Em casos de licitação deserta.
(mérito). Somente pode ser realizada pela própria Adm. Pressupõe
a ocorrência de um fato superveniente devidamente comprovado
INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO 25
(justificado/motivado) e suficiente para o desfazimento do processo
Ocorrerá quando houver inviabilidade de competição. licitatório (49).
Rol exemplificativo: 25, pois sempre que houver uma
impossibilidade de competição nós teremos uma hipótese de SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS 15, §3º
inexigibilidade.
Procedimento que a Adm. pode adotar para compras e serviços
rotineiros, no qual a mesma licita para que os preços simplesmente
FASES DA LICITAÇÃO
fiquem registrados no órgão.
FASE INTERNA: O procedimento da licitação será iniciado com a
abertura de processo administrativo, contendo a autorização REGIME DIFERENCIADO DE CONTRATAÇÕES PÚBLICAS – RDC – Lei
respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio 12.462/2011
para a despesa.
Originou-se com a Copa 2014 e Olimpíadas 2016 no Brasil. A Lei para a utilização do bem (ex.: restaurante em uma universidade
12.462/2011, instituiu o RDC, com o objetivo de viabilizar as obras pública).
e contrações necessárias para atender os 2 eventos.
Quanto ao procedimento do RDC, merecem destaque algumas D) Concessão de direito real de uso: contrato administrativo por
características especiais: meio do qual o particular passa a ser titular de um direito real de
a) possibilidade da Adm. contratar mais de uma empresa ou utilização de determinado bem público. Pode ser feito, por exemplo,
instituição para executar o mesmo serviço; quando a Adm. visa à urbanização de determinada área, cultivo da
b) inversão de etapas – julgamento das propostas antes da terra, preservação de comunidades tradicionais. Faz-se necessária
verificação da habilitação; licitação na modalidade concorrência.
c) sistema de disputa aberto com lances públicos ou fechado em que Obs: Formas privadas para utilização de bens públicos também
as propostas devem ser sigilosas até o momento de serem podem ser utilizadas, ou seja, os bens públicos podem ser entregues
divulgadas; em locação, enfiteuse, etc.
d) sigilo dos orçamentos até o fim da licitação;
e) contrato de eficiência (remuneração com base no percentual da GARANTIAS DOS BENS PÚBLICOS
economia gerada). Imprescritibilidade: não sofrem de usucapião (prescrição aquisitiva).
A posse mansa e pacífica sobre determinado bem público não gera
BENS PÚBLICOS aquisição de propriedade, seja o bem afetado ou não. O STF ainda
“São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas diz que, a utilização de um bem público por um particular sequer
jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, induz posse, trata-se de mera detenção. 102, CC e art. 182, §3º, CF.
seja qual for a pessoa a que pertencerem.” 98, CC/02
Quanto aos bens de pessoas de direito privado prestadoras de serviço Impenhorabilidade: os bens públicos não podem ser penhorados para
público podemos dizer que são bens privados, mas terão um a garantia em juízo.
tratamento diferenciado, pois estão afetados a prestação de
serviços públicos, em regra, não podendo assim serem penhorados. Não-onerabilidade: significa dizer que sobre bens públicos não
podem incidir direitos reais de garantia (penhor, hipoteca,
CLASSIFICAÇÃO DOS BENS: anticrese, etc.). Existe a incidência de direitos reais nos bens
públicos, o que não poderá incidir são os direitos reais de garantia.
Quanto à destinação: Alienabilidade condicionada: é possível alienar bem público deste
Bens de uso comum do povo: aqueles que o Estado conserva com a que respeitadas às condições definidas pelo art. 17 da lei 8666/93.
finalidade de serem utilizados pelas pessoas em geral. Ex.: praças, São elas:
ruas, praias, calçadas, etc. A utilização normal desses bens não Desafetação: os bens públicos devem estar desafetados do interesse
depende de autorização do poder público. público. Só se admite alienação dos bens dominicais.
Declaração de interesse público: deve-se declarar que a alienação
Bens de uso especial: são utilizados para a prestação do serviço ou daquele bem é interesse da coletividade.
funcionamento da Adm. São aqueles conservados com finalidade Obs: Se tratando de bens imóveis também se faz necessária a
específica. Ex: prédio de uma repartição, carro oficial, etc. Poderão autorização legal, a avaliação prévia e licitação na modalidade de
ser: concorrência, salvo se adquiridos por dação em pagamento ou
Bens de uso especial direto: são utilizados diretamente pela decisão judicial onde será possível também o leilão.
Adm.
Bens de uso especial indireto: não são utilizados diretamente BENS EM ESPÉCIE
pelo Estado, mas são conservados por ele com uma finalidade Os arts 20 e 26, da CF e o DL 9760/46 definem a quem pertence
específica. Ex: terras indígenas, bens de conservação do meio determinados bens, vejamos:
ambiente, etc. 1- O Mar Territorial é bem da União.
2- A CF/88 diz que todos os recursos naturais encontrados na
Bens dominicais/dominiais: não possuem nenhuma destinação plataforma continental e zona econômica exclusiva pertencem a
pública, mas pertencente a uma pessoa jurídica de direito público. União.
3- 33 contados da linha de maré alta é o chamado terreno de marinha
Quanto à finalidade: e é bem da União. Todos os que residem nesta área são enfiteutas.
Afetados: estão atrelados a uma destinação de interesse público. O terreno de marinha pode possuir acrescidos.
Desafetados: não possuem nenhuma espécie de destinação pública. 4- 150 km contados da fronteira com outros países é a chamada faixa
Obs: A desafetação não pode se dar pelo simples desuso, devendo de fronteira. É indispensável a garantia da segurança nacional pela
então ser formal dependendo de lei ou de um ato administrativo CF, mas não pertence a ninguém. Aqui há bens públicos e bens
específico e concreto. privados. Os públicos estão afetados para a garantia da segurança
USO DE BENS PÚBLICOS POR PARTICULARES nacional e os privados se sujeitarão a algumas restrições também
Utilização dos bens de uso comum do povo de forma anormal. O para garantir a segurança nacional.
Estado deverá verificar se a sua utilização anormal não afetará a 5- Terras tradicionalmente ocupadas pelos índios são terras
utilização normal do bem pelas outras pessoas. Esta utilização de pertencentes à União. São bens de uso especial indireto.
forma anormal poderá acontecer por intermédio de: 6- Terras devolutas pertencem aos Estados-membros, segundo art.
20, II, CF. No entanto, segundo o mesmo artigo as terras devolutas
A) Autorização de uso: ato discricionário e precário (não gera necessárias à fortificação das fronteiras, construções militares,
direito adquirido). Pode ser desfeito a qualquer tempo sem gerar ao comunicação das vias federais e proteção ao meio ambiente são da
particular direito à indenização. Há interesse somente do particular. União.
Ex: casamento na praia. 7- Rios que venham de outro país, que vão para outro país ou que
Obs: Em alguns casos, há uma contratualização da autorização de banham mais de um estado da federação são da União. Rios e
uso, ante a imposição de direitos e obrigações para o Poder Público correntes de águas pertencem aos Estados onde estão localizados.
(ex: prazo a ser respeitado). Trata-se de uma autorização de uso Os rios potências de energia elétrica são da União mesmo que
qualificada, na qual deve-se observar o princípio da impessoalidade, estejam localizados em estados. A possibilidade de extração de
bem como, eventual descumprimento poderá gerar indenização. energia elétrica é da União.
Conforme súmula 479 do STF as margens dos rios navegáveis
B) Permissão de uso: ato discricionário e precário (não gera direito pertencem à União.
adquirido). Pode ser desfeito a qualquer tempo sem gerar ao
particular direito à indenização. Há interesse público. (ex.: banca “Como o teu nome, ó Deus, o teu louvor alcança os confins da terra; a
de revista na rua). tua mão direita está cheia de justiça.” Sl 48:10
Obs: Em alguns casos, há também uma contratualização da
permissão de uso, idem à “Obs” acima.

C) Concessão de uso: não é precária. Consiste num “contrato


administrativo”. É assegurado ao particular garantias de
cumprimento de certas condições e prazo. É feita mediante
procedimento licitatório regular, onde a utilização tem um caráter
mais permanente. Normalmente, há um investimento do particular

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