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Dosagem de Concreto método ABCP/ACI

Centro Universitário Luterano de Palmas – TO


CEULP/ULBRA

Curso: Engenharia Civil


Disciplina: Tecnologia do Concreto
Prof. Dênis Cardoso Parente
DEFINIÇÃO
Concreto é um material de construção proveniente da
mistura, em proporção adequada, de: aglomerantes,
agregados e água.
TRAÇO
• DEFINIÇÃO:
É a indicação de quantidade dos materiais que constituem o concreto:

• TV - Traço em volume de todos os materiais do concreto;


• TMV- Traço em volume só dos agregados, sendo o cimento dado em
peso;
• TM - Traço em peso de todos os materiais que constituem o
concreto.
TRAÇO
O traço em volume de todos os materiais que constituem o concreto é o
mais usado na prática, mas o mais correto ainda é o traço em peso.

Os traços são indicados da seguinte maneira: 1:3:3, 1:3:4, 1:3:6, sendo


que o 1º algarismo indica a quantidade de cimento a ser usado;

O 2º algarismo indica a quantidade de areia e o 3º algarismo a quantidade


de pedra. Assim temos para o traço 1:3:3, um volume de cimento por três
volumes da areia.
TRAÇO
A quantidade de água depende da umidade da areia, devendo-se lembras que as
argamassas e concretos com uma dosagem excessiva de água diminuem sua
resistência.
De acordo com o traço temos diferentes resistências para os concretos: 150
kg/cm2, 250 kg/ cm2, etc.
Caso ocorra algum engano na forma de expressar o traço, o concreto produzido
apresentará propriedades diferentes daquelas previstas na dosagem. A dosagem do
concreto sempre é feita com os materiais secos e medidos em massa, no entanto,
para enviar o traço para a obra, este deve ser convertido adequadamente.
OBJETIVOS

Encontrar a mistura mais econômica para a obtenção de


um concreto com características adequadas às condições de
serviço, empregando os materiais disponíveis.
DOSAGEM DE CONCRETOS
• Dosagem não experimental: traço é fixado em bases arbitrárias, definidas
pela experiência ou tradição. Geralmente esse procedimento é utilizado em
obras de pequeno porte.

• Dosagem experimental: traço é fixado através de um estudo teórico-prático,


para obtenção da mistura mais econômica a ser feita com os materiais
disponíveis e que forneça um concreto com características adequadas às
condições de serviço.
DOSAGEM DE CONCRETOS – MÉTODO
ACI
1º Passo - escolha do abatimento.

• No momento da dosagem, o abatimento deve ter sido determinado pelas


exigências da construção. Deve-se observar que o abatimento deve ser
especificado não por um valor mínimo, mas também ser fixado um limite
máximo.
• A escolha desse parâmetro é necessário para evitar processo de segregação em
misturas sem um valor máximo especificado de abatimento e que apresenta
excesso de água.
DOSAGEM DE CONCRETOS – MÉTODO
ACI
• Fatores condicionantes da trabalhabilidade:
Equipamentos e procedimentos de concretagem
• Mistura; Transporte;
• Lançamento; Adensamento;
• Tempo de uso do concreto;
• Condições ambientes.
DOSAGEM DE CONCRETOS – MÉTODO
ACI
DOSAGEM DE CONCRETOS – MÉTODO
ACI
• 2º Passo - escolha do diâmetro máximo do agregado graúdo.

• Parâmetro especificado pelo projetista estrutural, considerando as características


geométricas das peças da estrutura e o espaçamento entre armaduras, ou
alternativamente, por razões de disponibilidade.
DOSAGEM DE CONCRETOS – MÉTODO
ACI
• Aspectos gerais:

• D máximo deve ser o maior possível - diminui a quantidade de pasta necessária


por unidade de volume de concreto;
• D máximo - menor dimensão entre as faces das fôrmas;
• D máximo - espessura das lajes;
• D máximo = ¾ menor espaço livre entre armaduras.
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ACI
• 3º Passo - estimativa dos teores de água e ar incorporado.

• O teor de água necessário para se obter um determinado abatimento depende de


diversos fatores:
• do tamanho máximo, da forma, da textura e da granulometria dos agregados;
• do uso de aditivos com propriedades plastificantes ou de redução de água;
• da temperatura do concreto.
DOSAGEM DE CONCRETOS – MÉTODO
ACI
DOSAGEM DE CONCRETOS – MÉTODO
ACI

• A tabela anterior apresenta os quantitativos recomendados pelo método,


considerando que os agregados sejam angulosos e bem conformados.
• Com agregado graúdo arredondado (seixo), pode-se esperar uma redução do
teor de água em cerca de 18kg/m3, no caso de concreto sem ar incorporado, e
de 15kg/m3 em concretos com ar incorporado.
• Os aditivos redutores de água e os superplastificantes reduzem
significativamente os teores de água recomendados.
DOSAGEM DE CONCRETOS – MÉTODO
ACI
• 4º Passo - estimativa da relação água/cimento
• Há dois critérios para a fixação da relação água/cimento: resistência e
durabilidade.
Quanto à resistência, deve haver uma diferença apropriada entre o valor médio
pretendido e o valor “mínimo” especificado (depende do tipo de cimento).
Quanto à durabilidade, a relação a/c pode ser estabelecida pelo projetista
estrutural ou por uma norma de projeto. É fundamental que a relação
água/cimento escolhida seja a menor dos dois valores obtidos a partir de
considerações de resistência e de durabilidade.
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ACI
• A Tabela a seguir apresenta uma estimativa da relação a/c, em função da
resistência de dosagem do concreto.

• A partir do fck (resistência definida em projeto), calcula-se o fcj (resistência de


dosagem) pela expressão:

fcj = fck + 1.65 x SD


DOSAGEM DE CONCRETOS – MÉTODO
ACI

• Onde SD = desvio padrão, determinado experimentalmente ou adotado segundo a


norma brasileira, que pode ser:
a) Controle rigoroso - SD = 4,0 MPa
• engenheiro residente na obra;
• materiais medidos em massa;
• determinar umidade dos agregados
• periodicamente.
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ACI
• Onde SD = desvio padrão, determinado experimentalmente ou adotado segundo a
norma brasileira, que pode ser:
b) Controle razoável - SD = 5,5MPa
• não se obriga engenheiro residente;
• o cimento é medido em massa;
• os agregados medidos em volume;
• umidade determinada periodicamente.
DOSAGEM DE CONCRETOS – MÉTODO
ACI
• Onde SD = desvio padrão, determinado experimentalmente ou adotado segundo a
norma brasileira, que pode ser:
c) Controle regular - SD = 7MPa
• não se obriga engenheiro residente;
• o cimento é medido em massa;
• os agregados medidos em volume;
• umidade estimada
DOSAGEM DE CONCRETOS – MÉTODO
ACI
DOSAGEM DE CONCRETOS – MÉTODO
ACI

• 5º Passo - cálculo do teor de cimento.

• Estimativa realizada a partir do consumo de água (passo 3) e da relação


água/cimento (passo 4). No entanto se, devido à questão da durabilidade, houver
um requisito de um valor limite de relação a/c, deve ser considerado o maior dos
dois teores de cimento obtidos.
DOSAGEM DE CONCRETOS – MÉTODO
ACI
• 6º Passo - cálculo do teor de agregado graúdo

• Neste ponto se admite que o valor ótimo da relação entre o volume solto do agregado
graúdo e o volume total do concreto depende somente do tamanho máximo e da
granulometria do agregado. A forma das partículas do agregado graúdo não entra
diretamente nessa relação porque, por exemplo, um agregado graúdo britado tem um
volume solto maior para uma mesma massa quando comparado com um agregado
graúdo arredondado (seixo).
DOSAGEM DE CONCRETOS – MÉTODO
ACI
• O volume de agregado graúdo é automaticamente transformado em massa de
agregado por metro cúbico de concreto multiplicando-se o valor da Tabela 4 pela
massa unitária de agregado seco compactado, em kg/m³.
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ACI
• 7o Passo - cálculo do teor de agregado miúdo

• Neste passo, a massa de agregado miúdo é a única quantidade desconhecida. O


volume absoluto dessa massa pode ser obtido subtraindo o total dos volumes
absolutos da água, do cimento, do ar incorporado e do agregado graúdo do volume
do concreto, ou seja, 1,0m³.
• Para cada material constituinte, o volume absoluto é igual à massa dividida pela
massa específica do material (em kg/m³).
DOSAGEM DE CONCRETOS – MÉTODO
ACI
• Multiplicando-se o volume absoluto do agregado miúdo pela respectiva massa
específica, se tem a quantidade desse material em massa. Como alternativa, a
massa do agregado miúdo pode ser obtida diretamente subtraindo-se a massa
total dos demais constituintes da massa da unidade de volume de concreto, se
esta pode ser avaliada por experiência anterior. Na ausência de uma estimativa
confiável da massa específica do concreto fresco, a primeira estimativa para um
concreto médio, pode ser obtida da Tabela 5. Este procedimento é um pouco
menos preciso do que o método dos volumes absolutos.
DOSAGEM DE CONCRETOS – MÉTODO
ACI
DOSAGEM DE CONCRETOS – MÉTODO
ACI

• Ajuste das proporções da mistura (experimental)

• Devido às inúmeras hipóteses básicas expressas anteriormente nas


considerações teóricas, as proporções reais dos materiais que serão efetivamente
usados necessitam ser confirmadas e ajustadas através de misturas experimentais
em betoneira de laboratório.
DOSAGEM DE CONCRETOS – MÉTODO
ACI
• O concreto fresco obtido necessita ser ensaiado medindo-se a trabalhabilidade
através do slump teste, observando-se a ausência de segregação e exsudação.
Corpos-de-prova, moldados e curados de acordo com as condições normalizadas
também devem ser confeccionados para serem rompidos na idade especificada.

• Quando uma das misturas satisfizer os critérios estabelecidos de trabalhabilidade


e resistência, em geral após as misturas experimentais, a proporção ideal obtida no
laboratório deve ser transformada nas quantidades compatíveis com a capacidade
de produção da betoneira do canteiro de obras.
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ACI
• Expressão do Traço

Os traços são indicados da seguinte maneira: 1:a:b, sendo que o 1º algarismo indica a
quantidade de cimento a ser usado;

O 2º algarismo indica a quantidade de areia e o 3º algarismo a quantidade de


agregado graúdo. Assim temos para o traço 1:3:3, um volume de cimento por três
volumes da areia e 3 volumes de agregado graúdo.
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ACI
• Transformar o traço em massa (Tm) de materiais secos para traço em volume (Tv)
de materiais secos
• Tm = a ; b ; c : água/cimento (ex. 1 : 2,8 : 3,2 ; 0,45)
, , ,
: : ;
b á
, , ,
: : ; logo: Tv = 0,71 : 1,85 : 1,94 ; 0,45
, , , ,

No entanto, é comum apresentar o traço unitário, ou seja, referido a unidade de


cimento, assim:
DOSAGEM DE CONCRETOS – MÉTODO
ACI
• Transformar o traço em massa (Tm) de materiais secos para traço em volume (Tv)
de materiais secos

, , , ,
• Tv = ,
:
,
:
,

,
logo: Tv = 1 : 2,61 : 2,73 ; 0,63

Onde , e b são as massas unitárias do cimento, areia e brita respectivamente


(Kg/dm³).
DOSAGEM DE CONCRETOS – MÉTODO
ACI
• Exemplo Numérico: Dosar um concreto de forma atingir Fck = 25 Mpa aos 28 dias de cura,
abatimento de 100 mm, com Brita 1 de Dmax = 19mm. OBS. Obra com engenheiro residente.

Areia Brita 1 Brita 2 Cimento

Mf = 2,60 d = 2700 kg/m3 d = 2700 kg/m3 CP II - 32 Mpa

Inch = 30% g comp = 1500 kg/m3 g comp = 1500 kg/m3 d = 3100 kg/m3

H = 6% g solta = 1430 kg/m3 g solta = 1400 kg/m3 d = 2900 kg/m3

d = 2650 kg/m3 Dmax = 19mm Dmáx = 25 mm

g = 1460 kg/m3
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ACI
1º Passo - escolha do abatimento.
Slump = 100mm (dados de projeto)
2º Passo – Dmax do agregado
Dmax = 19mm (dados de projeto)
3º Passo - estimativa dos teores de água e ar incorporado.
V. Água = 205 l (tabela 02)
Ar = 2,0% (tabela 02)
DOSAGEM DE CONCRETOS – MÉTODO
ACI
4º Passo - estimativa da relação água/cimento

fcj = fck + 1.65 x SD


fc28 = 25 + 1.65 x 4.0

fc28 = 31,60MPa

Conforme a tabela 03 obtemos o valor a/c = 0,50.


DOSAGEM DE CONCRETOS – MÉTODO
ACI
5º Passo – teor de cimento

Conforme a tabela 03 obtemos o valor a/c = 0,50.


Conforme tabela 02 obtemos a quantidade de água = 205kg

Logo: = 0,50 ; c = 410kg


DOSAGEM DE CONCRETOS – MÉTODO
ACI
6º Passo – Volume de agregado graúdo
MF areia = 2,6
Dmax = 19mm
V brita = 0,64m³
DOSAGEM DE CONCRETOS – MÉTODO
ACI
6º Passo – Volume de agregado graúdo
MF areia = 2,6
Dmax = 19mm
V brita = 0,64m³
O volume de agregado graúdo está simplesmente conformado, havendo portanto, a
necessidade de correção do volume.

1500 kg/m³ = :. M = 960Kg (com vazios) :. 2700 kg/m³ = :.V=0,355m³


,
(sem vazios)
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ACI
7º Passo – Volume de agregado miúdo
• Para calcular a massa do agregado miúdo, é necessário calcular antes o volume dos demais materiais.
Os volumes são obtidos como segue:
• V água = 205 / 1000 = 0,205m³;
• V cimento = 410 / 3150 = 0,130m³;
• V brita = 960 / 2700 = 0,355m³;
• V ar = 0,02m³
• Vt = 1,0m³
• 0,205 + 0,130 + 0,355 + 0,02 + V areia = 1,0 .: V areia = 0,290m³
DOSAGEM DE CONCRETOS – MÉTODO
ACI
• Traço em massa:
! "#$% &"! '&!$ á()
• ! "#$%
:
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:
! "#$%
;
! "#$%

* + ,,- . -
• *
:
*
:
*
;
*

• 1 : 1,87 : 2,34 : 0,50 (traço em massa)


DOSAGEM DE CONCRETOS – MÉTODO
ACI
• Traço em Volume:
• Para conversão do traço em massa para o traço em volume divide-se os valores do traço em
massa pelas respectivas massas unitárias de cada material em kg/dm³.
*, *,,+ .,/ ,-
• : : ;
., *, *,- *,

• 0,34 : 1,28 : 1,56 : 0,50


,/ *,,+ .,/ ,-
• : : ;
,/ ,/ ,/ ,/

• 1 : 5,50 : 6,88 : 1,47 (traço em volume)


DOSAGEM DE CONCRETOS – MÉTODO
ACI
• Traço Misto ou Traço massa combinado com volume:
• Para conversão do traço em massa para o traço em massa combinado com volume divide-se
os valores do traço em massa, com exceção do cimento, que permanece em massa, pelas
respectivas massas unitárias de cada material em kg/dm³.
*,,+ .,/ ,-
• 1: *, : *,- ; *,
• 1 : 1,28 : 1,56 : 0,50
• 1 : 2,28 : 1,56 : 0,50 (traço combinado)
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Curso: Engenharia Civil


Disciplina: Tecnologia do Concreto
Prof. Dênis Cardoso Parente

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