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CARGOS PÚBLICOS

Art. 3º, Lei 8.112/90 - Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades


previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.

Compõe a organização, apenas, das pessoas jurídicas de direito público (Administração Direta, Autarquias e
Fundações de Direito Público).
Os cargos públicos são criados por lei, tanto os cargos efetivos quanto os cargos em comissão. Como regra a
competência para criação, extinção ou transformação de cargos públicos é do Congresso Nacional. No entanto a
iniciativa da lei para criação de cargos, e sua remuneração, é privativa do chefe de cada Poder, que a fará mediante
decreto. Presidente da República no âmbito do Executivo e Presidente dos Tribunais no âmbito do Judiciário.
Há exceções a essa regra: os cargos de serviços auxiliares do Poder Legislativo são criados por meio de resolução
legislativa; a extinção de cargos vagos poderá ser feita por decreto presidencial.
Classificam-se os cargos quanto à posição no quadro estatal.
 Cargos de Carreira:
Consiste num agrupamento de cargos da mesma profissão organizados em classes, de forma hierarquizada,
propiciando a ascensão funcional do servidor. São cargos de carreira:
o Cargos de provimento efetivo: proporcionam ao servidor, cumpridos os requisitos do estágio
probatório, adquirir a estabilidade no cargo. Assim o servidor só perderá o cargo: (art. 41, §1, CF)
 Em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
 Mediante processo administrativo em que lhe seja assegurado ampla defesa;
 Mediante procedimento de avaliação periódico de desempenho, na forma da lei, em que lhe
seja assegurado ampla defesa;
 Caso a Administração exceder os limites estabelecidos com gasto de pessoal (art.169, §4 CF).
o Cargos vitalícios: esse cargo é concedido a agentes políticos (magistrados). Os agentes adquirem
cargo vitalício por concurso público ou mediante quinto constitucional. Se o ingresso for pela via do
concurso público, a vitaliciedade é adquirida após dois anos de efetivo exercício, já se for pelo quinto
constitucional, é imediata. Os agentes só perderão a vitaliciedade em virtude de sentença judicial
transitada em julgado.
 Cargos Isolados:
Pertence ao quadro funcional da Administração, mas não concede aos seus ocupantes possibilidade de
progressão na carreira. Cargo em comissão é caracterizado como cargo isolado.

Acumulação de Cargos
A constituição veda a acumulação de cargos tanto a Administração Direta quanto na Administração Indireta, mas
traz algumas exceções. Assim, é permitida a acumulação de cargos nas hipóteses:
 Dois cargos de professor;
 Um cargo de professor e outro técnico ou cientifico;
 Dois cargos ou empregos privativos de profissionais da saúde;
 Cargo, emprego ou função com um cargo de vereador;
 Cargo, emprego ou função com um cargo em comissão.
 É permitido ao ocupante de cargo em comissão que acumule, interinamente, outro cargo em comissão,
optando pela remuneração de um ou de outro.
Para todos os casos de exceção trazidos pela constituição, é exigida compatibilidade de horário entre os cargos.
Não é permitido acumular dois cargos remunerados de médico veterinário na administração pública.

Função Pública
Corresponde ao conjunto de atribuições e responsabilidades assinaladas ao servidor. Sua criação e extinção devem
ser feita por meio de lei.
Função pública pode ser permanente ou temporária. Funções permanentes têm essa denominação por fazerem
parte permanente do quadro da entidade, nada tem a ver com a permanência do servidor na função.
A todo o cargo é atribuída uma função e toda função é atribuída a um cargo.

Cargo em Comissão e Função de Confiança


Art. 37, V, CF - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores
ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por
servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei,
destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;

Cargo em comissão é de livre nomeação e exoneração e destina-se a direção, chefia e assessoramento. Pode ser
ocupado por qualquer pessoa, todavia, conforme previsão legal, uma parte desses cargos deverá obrigatoriamente
ser ocupado por servidores de carreira (75% dos cargos DAS 1, 2, 3 e 50% dos cargos DAS 4). Considera-se como
servidores de carreira, para esse efeito, os servidores, ativos ou inativos, de qualquer órgão e entidade da
Administração Direta e Indireta, inclusive empresas pública e sociedade de economia mista.
Esses cargos são regidos pela chamada relação estatutária mitigada, que confere a eles algumas prerrogativas dos
cargos efetivos, mas veda outras.
Quando um servidor de carreira for exonerado de um cargo em comissão, ele não será excluído do quadro da
Administração, e sim voltará ao seu cargo anterior, diferente do individuo que ingressou no quadro de servidores da
administração para assumir cargo em comissão.
A CF remeteu à lei ordinária a competência para regulamentar sobre a contratação de estrangeiros, e essa lei
regulamentou a entrada de estrangeiros em instituições públicas de ensino, mas se omitiu quando ao provimento de
estrangeiros em cargo em comissão. Dessa forma, é proibido a nomeação de estrangeiros para cargos em comissão
no país.

Função de confiança é atribuída, apenas, aos servidores titulares de cargo efetivo, para exercerem função de
direção, chefia e assessoramento. Esses servidores, além de suas atribuições e responsabilidades comuns ao cargo
efetivo que ocupa, terá mais as atribuições e responsabilidades referentes à função de confiança, em consequência
disso, receberá um acréscimo na sua remuneração.
A forma de ingresso em funções de confiança ocorre com a designação, já nos cargos em comissão ocorre por
nomeação.
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PROVIMENTO

Provimento é o ato administrativo pelo qual há preenchimento de cargo público, é atribuir um cargo a uma
determinada pessoa.
A solenidade do provimento (nomeação – posse – exercício) deve ser observada mesmo para os cargo em comissão
ocupados de forma interina. Bem como a exoneração do servidor ocupante do cargo ao final do prazo interino, pois
se a exoneração não geraria a vacância do cargo.
Varias são as formas de provimento: nomeação, reintegração, recondução, readaptação, reversão, aproveitamento e
promoção, divididas em provimento originário e derivado, sendo a nomeação a única forma de provimento
originário. As formas de provimento derivado são atribuídas aos servidores que já compõe a estrutura da
Administração, constituindo mudança de cargo dentro da mesma carreira.

NOMEAÇÃO
É a única forma de provimento originário, o momento em que o individuo será nomeado para o cargo público, tanto
cargo em comissão quanto cargo de carreira. A nomeação se consolidará com a publicação na imprensa oficial (Diário
Oficial).
Nomeação é prerrogativa exclusiva de ingresso em cargo público estatutário, portanto empregados públicos não são
nomeados quando ingressam no serviço público.
A nomeação é um ato discricionário da Administração, que escolherá o melhor momento para fazê-lo, sempre
respeitando o prazo de validade do concurso e a ordem de classificação dos candidatos. O individuo terá direito a
posse a partir do momento em que for nomeado.
 Posse:
É o momento em que ocorre a investidura do servidor no cargo público, formando a relação jurídica entre
Administração e servidor, portanto, é com a posse que o individuo se torna servidor público.
Art. 13, Lei 8.112/90 - A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual
deverão constar as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos ao cargo
ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes,
ressalvados os atos de ofício previstos em lei.
§ 1º A posse ocorrerá no prazo de 30 (trinta) dias contados da publicação do ato de
provimento.
§ 2º Em se tratando de servidor, que esteja na data de publicação do ato de provimento,
em licença prevista nos incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipóteses dos incisos I,
IV, VI, VIII, alíneas a, b, d, e e f, IX e X do art. 102, o prazo será contado do término do
impedimento.
§ 3º A posse poderá dar-se mediante procuração específica.
§ 4º Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação.
§5º No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que constituem
seu patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou
função pública.
§6º Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse não ocorrer no prazo
previsto no § 1º deste artigo.

Os pré-requisitos exigidos no edital deverão ser apresentados no momento da posse, juntamente com a
declaração de bens e valores e a declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo público.
O individuo nomeado terá um prazo de 30 dias para tomar posse e poderá fazê-lo pessoalmente ou por
terceiros (mediante procuração). Esse prazo é improrrogável, mas poderá ter o seu início adiado caso o
individuo nomeado seja um servidor público estatutário. As condições para o adiamento estão previstas no
art. 13, §2, da Lei 8.112/90, são elas:
o Licença para tratamento da própria saúde ou por motivo de doença de pessoa da família;
o Licença para serviço militar;
o Licença para capacitação;
o Férias;
o Participação de programa de treinamento regular;
o Afastamento em virtude de júri;
o Licença à gestante, à adotante e à paternidade;
o Deslocamento para nova sede;
o Participação desportiva representando o país.
O ato da posse tornar-se-á sem efeito, contanto que o individuo não a tome no prazo determinado.

 Exercício:
Art. 15, Lei 8.112/90 - Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público
ou da função de confiança.
§ 1º É de 15 (quinze) dias o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em
exercício, contados da data da posse.
§ 2º O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem efeito o ato de sua
designação para função de confiança, se não entrar em exercício nos prazos previstos
neste artigo, observado o disposto no art. 18.
§ 3º À autoridade competente do órgão ou entidade para onde for nomeado ou
designado o servidor compete dar-lhe exercício.
§ 4º O início do exercício de função de confiança coincidirá com a data de publicação do
ato de designação, salvo quando o servidor estiver em licença ou afastado por qualquer
outro motivo legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o término do
impedimento, que não poderá exceder a 30 (trinta) dias da publicação.

O servidor empossado em cargo (efetivo ou de confiança) terá 15 dias para entrar em exercício, findado o
prazo, caso o servidor não tenha assumido o cargo, será exonerado de oficio ou tornado sem efeito o ato de
designação para função de confiança.
A jornada de trabalho deverá ser cumprida em duração máxima de 40h/semanais, respeitando o limite
mínimo de 6 e máximo de 8/diárias.
Para o início do exercício de função de confiança, o servidor também terá 15 dias, salvo se estiver de licença
ou afastamento que não exceda 30 dias da data de publicação do ato de designação (art. 15, §4).

Art. 18, Lei 8.112/90 - O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de
ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório
terá, no mínimo, 10 (dez) e, no máximo, 30 (trinta) dias de prazo, contados da publicação
do ato, para a retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse
prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede.
§ 1º Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença ou afastado legalmente, o prazo
a que se refere este artigo será contado a partir do término do impedimento.

READAPTAÇÃO
Art. 24, Lei 8.112/90 - Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e
responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade
física ou mental verificada em inspeção médica.
§1º Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será aposentado.
§2º A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação
exigida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese de
inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a
ocorrência de vaga.

Deverão ser observados 3 os requisitos para que o servidor seja readaptado em outro cargo:
1. A habilitação exigida;
2. O nível de escolaridade;
3. A equivalência de vencimentos;
O servidor, independentemente de estável ou não, que sofrer perda da sua capacidade física ou mental, estará à
mercê de, apenas, três situações:
 Aposentadoria por invalidez;
 Readaptado em cargo de atribuições afins ao seu antigo cargo; ou
 Na hipótese de inexistência de cargo vago, exercerá como excedente as atribuições de cargo compatível.

REVERSÃO
Art. 25, Lei 8.112/90 - Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado:
I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da
aposentadoria; ou
II - no interesse da administração, desde que:
a) tenha solicitado a reversão;
b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
c) estável quando na atividade;
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação;
e) haja cargo vago.
§ 1 A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformação.
§ 2 O tempo em que o servidor estiver em exercício será considerado para concessão da
aposentadoria.
§ 3 No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo, o servidor exercerá suas
atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.
§ 4 O servidor que retornar à atividade por interesse da administração perceberá, em
substituição aos proventos da aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a
exercer, inclusive com as vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente à
aposentadoria.
§ 5 O servidor de que trata o inciso II somente terá os proventos calculados com base nas
regras atuais se permanecer pelo menos cinco anos no cargo.

Atualmente há duas formas de reversão no serviço público, e ambas trazem de volta ao quadro da Administração os
servidores aposentados; ou por invalidez ou por aposentadoria voluntária. Em qualquer das hipóteses o servidor
receberá, em substituição ao provento de aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer, inclusive
com as vantagens pessoais.
Os servidores oriundos de reversão deverão ser colocados no mesmo cargo que ocupavam quando se afastaram do
serviço.
Para o caso de reversão do aposentado por invalidez, é necessário a declaração por junta medica oficial da
insubsistência dos motivos da aposentadoria. Se o antigo cargo do servidor aposentado por invalidez estiver
ocupado, as atribuições serão exercidas como excedente, ate que surja uma vaga. Essa hipótese não é atribuída à
reversão de aposentado voluntário, pois este só retornará a atividade se houver cargo vago.
A reversão da aposentadoria voluntária deverá cumprir taxativamente os 5 requisitos previstos no art. 25, II, lei
8.112/90:
1. Tenha solicitado a reversão;
2. A aposentadoria tenha sido voluntária;
3. Estável quando na atividade;
4. A aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação;
5. Haja cargo vago.
Não poderá retornar voluntariamente o servidor que já completou 70 anos.

REINTEGRAÇÃO
Art. 28, Lei 8.112/90 - A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo
anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando
invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de
todas as vantagens.
§ 1º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade, com
remuneração proporcional ao tempo de serviço, observando o disposto nos arts. 30 e 31.
§ 2º Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo
de origem, sem direito a indenização ou aproveitamento em outro cargo, ou, ainda,
posto em disponibilidade.
Reintegração trata do retorno do servidor demitido, sendo ele estável ou não. A partir disto podem ocorrer três
situações:
 O cargo está vago, assim o servidor o reassumirá;
 O cargo foi extinto, assim o servidor ficará em disponibilidade;
 O cargo está preenchido, nesse caso o servido reingressado reassumirá e o atual ocupante da vaga será
reconduzido ao seu antigo cargo, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade; se este for um
servidor estável, senão será exonerado (art. 41, §2, CF).
Art. 41, § 2º, CF - Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será
ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de
origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em
disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.

RECONDUÇÃO
Art. 29, Lei 8.112/90 - Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo
anteriormente ocupado e decorrerá de:
I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
II - reintegração do anterior ocupante.
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado
em outro, observado o disposto no art. 30.

Recondução é a forma de provimento que trás de volta um servidor estável ao seu antigo cargo. Ocorre de duas
formas:
 Servidor já estável é inabilitado em estágio probatório referente a outro cargo, nesse caso o servidor será
reconduzido ao seu antigo cargo. Se, por ventura, o antigo cargo estiver ocupado, o servidor será
aproveitado em outro cargo ou colocado em disponibilidade.
 Servidor está atualmente ocupando o cargo de um servidor que foi reintegrado ao quadro da Administração.
Nesse caso, aquele, se estável, será reconduzido ao seu antigo cargo, como disposto no art. 41, CF.

Nos casos de recondução, o atual ocupante do cargo nunca será removido ou exonerado para que o antigo detentor
o retome, mesmo que aquele esteja em estágio probatório. A única forma de provimento que remove ou exonera o
servidor do cargo é a reintegração.
Por decisão do STJ, é possível que um servidor seja reconduzido ao seu antigo cargo a pedido, caso este servidor
estiver em estágio probatório de um novo cargo público e não se adapte ao cargo.

APROVEITAMENTO
Aproveitamento é o provimento com que o servidor, em disponibilidade, retornará ao cargo. O aproveitamento
tornar-se-á sem efeito e a disponibilidade será cassada, caso o servidor não entre em exercício num prazo de 15 dias.
Disponibilidade: servidor em disponibilidade será considerado inativo e receberá como
pagamento uma remuneração proporcional ao tempo de serviço. Apenas servidor
estável pode ser colocado em disponibilidade e, somente, nos casos estabelecidos na lei,
que são:
 Quando o cargo for extinto;
 Nas hipóteses de recondução.
PROMOÇÃO
É a forma de provimento que proporciona o crescimento vertical do servidor. Conforme este se desenvolve na
carreira abre vacância do cargo em que estava.
Apenas o provimento inicial se fará por concurso, os demais provimentos, oriundos da promoção, dar-se-ão por
critérios de antiguidade ou merecimento, estabelecidos na lei da carreira do servidor.
Não é mais aceita a ascensão funcional como forma de promoção. Ascensão funcional é a mudança de cargo dentro
da mesma carreira, por exemplo, passar em concurso para cargo de nível médio e com o passar do tempo ser
promovido para cargo de nível superior.
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CONCURSO PÚBLICO

Art. 12, Lei 8.112/90 - O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, podendo ser
prorrogada uma única vez, por igual período.
§ 1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em
edital, que será publicado no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande
circulação.
§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso
anterior com prazo de validade não expirado.

O resumo do edital do concurso público deverá, obrigatoriamente, ser publicado no diário oficial e,
facultativamente, publicado em jornal de grande circulação.
A efetividade do concurso público baseia-se nos princípios da impessoalidade e eficiência.

Enquanto houver candidatos aprovados em um concurso público que esteja com prazo de validade vigente, não
poderá ser aberto novo concurso. Porem, se o certame estiver no prazo de prorrogação, um novo concurso poderá
ser aberto, mas os candidatos aprovados nesse novo concurso não poderão ser chamados enquanto houver
candidatos aprovados no concurso anterior, conforme dispõe o art. 37, IV, CF.
A prorrogação do concurso de ser pelo mesmo período de validade descrito no edital.
Candidatos aprovados: tem-se como candidatos aprovados não apenas os classificados
dentro do numero de vagas dispostas no edital, mas sim todos os classificados no
concurso. Por exemplo, em concurso com 20 vagas no qual 40 sujeitos serão habilitados,
os 40 serão considerados aprovados no concurso.

Os candidatos aprovados em concurso dentro do numero de vagas disposto no edital tem direito liquido e certo de
serem nomeados ao cargo. Também tem direito a nomeação os candidatos que, fora do numero de vagas descritas
no edital, tiverem seu nome preterido por outro candidato pior colocado, mas nesse caso o direito será subjetivo.

Por entendimento do STJ, a publicação da nomeação do candidato no diário oficial não é suficiente para validar o
princípio da publicidade. Caso o tenha ocorrido um lapso temporal muito grande entre a aprovação e a nomeação
entende o órgão que o candidato deva ser comunicado pessoalmente.

É assegurado aos portadores de deficiência um mínimo de 5% e um máximo de 20% das vagas disponíveis em
concurso público. Por decisão do STF, um concurso não terá a obrigatoriedade de destinar mais de 20% das suas
vagas aos portadores de deficiência. Por exemplo; um ente administrativo que realize concurso para o
preenchimento de 4 vagas, não precisará disponibilizar nenhuma a deficientes.

Por entendimento do STJ, é possível adiar as etapas referente a exames médicos e testes físicos de mulheres
gestantes sem ferir o princípio da isonomia, pois a gestante não estaria em condição de igualdade com os outros
candidatos.

O concurso público é a regra para ingresso no serviço público, mas há exceções, previstas na CF: a) quinto
constitucional; b) cargos em comissão; c) membros dos Tribunais de Contas; d) servidores temporários; e) admissão
de agente de saúde e agente de controle de endemia por meio de processo seletivo público.
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ESTAGIO PROBATÓRIO

Art. 20, Lei 8.112/90 - Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para o cargo de
provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de 36 (trinta e seis)
meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o
desempenho do cargo, observados os seguintes fatores:
I - assiduidade;
II - disciplina;
III - capacidade de iniciativa;
IV - produtividade;
V - responsabilidade.
§ 1º Periodicamente será submetida à homologação da autoridade competente a
avaliação do desempenho do servidor, realizada de acordo com os critérios estabelecidos
em lei.
§ 2º O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável,
reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, observado o disposto no parágrafo único
do art. 29.
§ 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer cargos de provimento
em comissão ou funções de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de
lotação, e somente poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos de
Natureza Especial, cargos de provimento em comissão do Grupo-Direção e
Assessoramento Superiores – DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes.
§ 4º Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser concedidas as licenças e os
afastamentos previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento
para participar de curso de formação decorrente de aprovação em concurso para outro
cargo na Administração Pública Federal.
§ 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças e os afastamentos
previstos nos arts. 83, 84, § 1º, 86 e 96, bem assim na hipótese de participação em curso
de formação e será retomado a partir do término do impedimento.

A contagem para o prazo do estágio probatório começa com a entrada do servidor em exercício. O servidor em
estágio probatório poderá, na entidade a qual foi lotado, exercer, sem distinção, qualquer cargo ou função em
comissão. Porem, somente poderá ser cedido a outros entes ou Poderes da Administração para exercer cargos em
comissão de natureza especial.
O atual prazo do estágio probatório passou a ser, por entendimento do STF e do STJ, de 36 meses, para se equiparar
a modificação feita pela EC/19 ao texto do art. 40, caput.
Caso o servidor tenha seu cargo extinto enquanto estiver em estágio probatório, ele será exonerado.
Os servidores em estágio probatório terão direito, além das licenças previstas a todos os trabalhadores, a:
I. Licença por motivo de doença de pessoa na família; (estágio suspenso)
II. Licença por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro; (estágio suspenso)
III. Licença para prestar serviço militar obrigatório;
IV. Licença para atividade politica; (estágio suspenso)
V. Afastamento para mandado eletivo;
VI. Afastamento para estudo ou missão fora do país;
VII. Afastamento para servir organismo internacional; (estágio suspenso)
VIII. Afastamento para participar de curso de formação decorrente de aprovação em novo concurso. (estágio
suspenso)
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ESTABILIDADE

É a garantia de permanência do servidor no serviço público.


Art. 41, CF - São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para
cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.

Para adquirir a estabilidade são exigidos alguns requisitos:


 Nomeado para cargo de provimento efetivo mediante concurso público;
 Avaliação especial de desempenho (principio da eficiência);
 Habilitação em estágio probatório.

O servidor estável perderá o cargo em razão de (art. 41, §1):


I. Sentença judicial transitada em julgado (demissão);
II. Processo administrativo, onde será assegurado o contraditório e a ampla defesa (demissão);
III. Inabilitação na avaliação periódica de desempenho (exoneração, baseada no princípio da eficiência);
IV. Excesso de gastos com pessoal, art. 169, §4 (exoneração, baseada no princípio da eficiência).

Antes de ocorrer à exoneração do servidor estável por excesso de gastos com pessoal, deverão ser vencidos alguns
requisitos:
1. O art. 19, da lei 101/00, traz o valor percentual máximo, calculado sobre a receita corrente líquida que a
Administração poderá gastar com pessoal, não podendo, esses percentuais, serem ultrapassados – 50% para
União e 60% para os Estados, DF e Municípios;
2. A redução em pelo menos 20% das despesas com cargos em comissão e função de confiança (art. 169, §3, I);
3. A exoneração dos servidores não estáveis (art. 169, §3, II);
Conceito de servidor não estável:
Quem tinha mais de 5 anos de exercício e tinha entrado para o quadro funcional da
Administração Pública Direta, Autarquia ou Fundação sem concurso público, ganhou
estabilidade com a promulgação da CF/88, mas não efetividade. Já os servidores que
entraram para o serviço público sem prestar concurso público e que tinham menos de 5
anos de exercício quando a CF/88 foi promulgada, são classificados como servidores não
estáveis. São esses os servidores citados no art. 169, §3, II, assim especificado pelo art.
33, da EC 19/98.
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VACÂNCIA

Art. 33, lei 8.112/90 - A vacância do cargo público decorrerá de:


I - exoneração;
II - demissão;
III - promoção;
VI - readaptação;
VII - aposentadoria;
VIII - posse em outro cargo inacumulável;
IX - falecimento

Promoção e readaptação são formas de vacância que não geram o rompimento do vínculo com a Administração,
pois, simultaneamente, também são formas de provimento. As demais modalidades de vacância extinguem o vínculo
existente entre o servidor e a Administração.
EXONERAÇÃO
É a forma do servidor se desvincular de cargo efetivo ou em comissão, não tem caráter de punição.
Dispensa: é o afastamento do servidor da função de confiança, pode ser dado de ofício
ou a pedido.

O servidor poderá ser exonerado a pedido ou de oficio. Nos cargos em comissão ou função de confiança a
exoneração não necessita de motivação, podendo ocorrer a qualquer tempo, já para exonerar servidor de cargo
efetivo a Administração necessita motivar sua decisão, baseando-a em algum desses requisitos:
1. O servidor, nomeado e empossado, não entrou em exercício no prazo de 15 dias estabelecidos pela lei;
2. O servidor não cumpriu os requisitos do estágio probatório;
3. O servidor não foi habilitado na avaliação especial de desempenho composta por comissão própria para esta
finalidade (art. 41, §4);
4. O servidor, já estável, foi considerado insatisfatório na avaliação periódica de desempenho. Essa avaliação
deve ser regulamentada por lei complementar, ainda pendente (art. 41, §1, III);
5. A Administração excedeu seus gastos com pessoal, devendo exonerar o servidor estável conforme os
requisitos dispostos na constituição (art. 169, §§ 3, 4);
6. O servidor que estiver acumulando cargos de forma ilegal terá um prazo de 10 dias para exonerar-se de um
deles;
7. O servidor teve seu cargo extinto, enquanto estava no estágio probatório;

A Administração não pode negar o pedido de exoneração de um servidor, salvo se este estiver sofrendo processo
administrativo disciplinar. Nesse caso ele não poderá ser exonerado (art. 172, lei 8.112/90).

DEMISSÃO
É o desligamento do servidor, provido em cargo efetivo, do quadro da Administração em caráter punitivo. Ocorre
quando o servidor comete uma infração classificada como grave.
Os servidores ocupantes de cargo em comissão ou função de confiança que cometerem infrações passíveis de
suspensão ou demissão por servidores de cargo efetivo, serão punidos com a destituição do cargo. Ou seja,
destituição é, para os servidores de cargo em comissão, equivalente a demissão, para os servidores de cargo efetivo.
Os casos passíveis de demissão estão enumerados no art. 132, da lei 8.112/90. Previamente ao ato de demissão,
deverá ser aberto um processo administrativo disciplinar e nele garantido ao servidor o contraditório e a ampla
defesa.
Art. 132, lei 8.112/90 - A demissão será aplicada nos seguintes casos:
I - Crime contra a Administração Pública;
II - Abandono de cargo;
III - Inassiduidade habitual;
IV - Improbidade administrativa;

POSSE EM OUTRO CARGO INACUMULÁVEL


Quando o servidor acumula cargos públicos de forma ilegal, a Administração o concederá um prazo de 10 dias para
exonerar-se de algum deles, caso isso não ocorra o servidor será demitido. Em ambos os casos ocorrerá vacância de
cargo público.
A proibição de acumulação de cargos públicos comporta a Administração Direta e Indireta, de Direito Público e
Privado, bem como suas subsidiárias e sociedades controladas. A acumulação não é permitida ainda que os
servidores não estejam sendo remunerados no cargo. Por exemplo: quando o servidor está em licença para interesse
particular (consequentemente, sem remuneração) não poderá assumir um novo cargo público.
Fica proibido a acumular proventos com vencimentos de cargo ou emprego da Administração Pública, salvo nos
casos em que é possível acumula-los na atividade.
Exceções à proibição de acumular de cargos públicos:
1. Dois cargos de professor (art. 37, XVI, CF);
2. Um cargo de professor com outro técnico ou cientifico (art. 37, XVI, CF);
3. Dois cargos ou empregos privativos de profissional da saúde (art. 37, XVI, CF);
4. Acumular cargo ou emprego público com mandato de Vereador (art. 38, III, CF);
5. Magistrados ou Procuradores do MP com um cargo de magistério;
6. Cargo em comissão com um cargo efetivo (art. 120, lei 8.112/90).

Em todos os casos de exceção, é necessária que haja compatibilidade de horários entre os cargos e que seja
respeitado o teto remuneratório para a acumulação se lícita.
Aos aposentados, é permitido acumular dois proventos de aposentadoria nos casos previstos no art. 37, XVI, da CF.
também é permitido acumular um provento de aposentadoria com uma remuneração, desde que o servidor esteja
em atividade ocupando um cargo público compatível com alguma das exceções listadas acima.
Art. 37, XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando
houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas;

Para assumir outro cargo público o servidor pedirá “vacância para assumir outro cargo inacumulável”. Assim não terá
rompido seu vínculo com o antigo cargo, possibilitando uma recondução caso seja reprovado no estágio probatório.

APOSENTADORIA
Existem duas formas de um servidor estável se tornar inativo, são elas: disponibilidade e aposentadoria. Mas a única
que gera vacância é a aposentadoria.
Os servidores titulares de cargo efetivo ou vitalício são regidos pelo art. 40, da CF, que trata do RPPS. A regra atual
para os critérios de aposentadoria no RPPS são: idade e tempo de contribuição.
Os servidores não estáveis providos em cargos comissionado, apesar de terem regime estatutário, são regidos pelo
RGPS, conforme expressamente escrito na CF, art. 40, §13.
A remuneração recebida pelo servidor aposentado é denominada provento e é proporcional ao tempo de
contribuição.
A Administração não pode negar o pedido de aposentadoria voluntária do servidor, se este já cumpriu os requisitos
necessários, salvo se o servidor estiver sendo julgado em PAD.
Por força do princípio da reciprocidade, o servidor poderá incorporar o tempo de contribuição do RGPS no RPPS, ou
visse versa. Também será possível transferir o tempo em que se contribuiu no regime do Estado para o regime da
União ou do Município. O importante é que: o tempo de contribuição nunca será perdido.

Modalidades de Aposentadoria
Estão previstas na CF, desde a EC 20/98, quatro modalidades de aposentadoria para o RPPS:
1. Invalidez Permanente (art. 40, §1, I, CF): em regra, nessa modalidade o servidor se aposenta com proventos
proporcionais ao tempo de contribuição, a menos que o motivo da invalidez seja decorrente do serviço, de
moléstia profissional ou de doença grave, contagiosa ou incurável, nesse caso o servidor será aposentado
com proventos integrais.
2. Compulsória (art. 40, §1, II, CF): ocorre aos 70 anos, para homem e mulher, com proventos proporcionais ao
tempo de contribuição.
3. Voluntária (art. 40, §1, III, CF): tem como pré-requisito o cumprimento de 10 anos de efetivo exercício no
serviço público e cinco anos de exercício no cargo em que se dará a aposentadoria. A aposentadoria
voluntária ocorrerá de duas formas:
o Com proventos integrais, desde que atingidos os critérios de idade, 60 e 55 anos, e tempo de
contribuição, 35 e 30 anos, respectivamente, para homem e mulher.
o Com proventos proporcionais, contanto que atingido o critério de idade, 65 e 60 anos,
respectivamente para homem e mulher.
Lembre-se que o requisito de 10 anos de exercício e cinco anos no cargo é pré-requisito em ambos os casos.
4. Especial (art. 40, §§ 4 e 5, CF): é concedida aposentadoria especial para:
o Professores do ensino infantil, fundamental e médio;
o Portadores de deficiência;
o Servidores de exerçam atividades de risco;
o Servidores cujas atividades sejam exercidas sob condições que prejudiquem a saúde ou a integridade
física.
Dessas, a única regulamentada na CF é a aposentadoria especial para professores do ensino infantil, fundamental e
médio. O art. 40, §5, da CF, diz que essa classe de professores se aposentará, com proventos integrais, desde que
cumpridos o critério de idade, 55 e 50 anos, e tempo de contribuição, 30 e 25 anos, para homem e mulher,
respectivamente. Não é aceito critério especial para aposentadoria com proventos proporcionais para essa classe de
professores.
Não é mais necessária, para ter direito a essa modalidade de aposentadoria, a comprovação de exclusividade na
função de magistério, sendo aceito, hoje, o exercício de qualquer atividade em instituição de ensino infantil,
fundamental ou médio.
O disposto no art. 40, §4, da CF, é de eficácia limitada, condicionando seus preceitos a uma lei complementar, ainda
não criada. Portanto não estão definidos os critérios para aposentadoria especial dos casos previstos nesse artigo.
Com exceção das atividades que prejudiquem a saúde ou a integridade física do servidor, pois essas, conforme
entendimento do STF, estão regulamentadas pelo art. 57, de lei 8.213/91, até o legislador se pronunciar.

Acumulação de Proventos
Em regra, é proibida a acumulação de proventos, do mesmo ou de diferentes regimes previdenciários. Por exemplo,
servidor estatutário, aposentado pelo RPPS, não poderá assumir outro cargo na administração direta, autárquica e
fundacional, tão pouco em Sociedades de Economia Mista, Empresas Públicas (regidas pelo RGPS) ou serviço militar
(regido pelo regime próprio dos militares). Agora se o cargo é passível de acumulação, como: a) dois cargos de
professor; b) dois cargos de profissional da saúde; c) um cargo de professor com outro técnico ou cientifico; Nesses
casos é permitida acumulação, tanto dos proventos, quanto do provento com a remuneração do cargo ativo, desde
que respeito o teto remuneratório.
Não há impedimento para acumulação de proventos com a remuneração de cargo eletivo e cargo em comissão,
desde que respeito o teto remuneratório.

A Emenda Constitucional nº 41 de 2003 fez alterações importantes quanto à aposentadoria dos servidores públicos,
são elas:
 A substituição do princípio da integralidade pelo princípio da média da vida laboral;
A aposentadoria era regida pelo princípio da integralidade, o qual determinava que o provento do
aposentado fosse igual ao valor da ultima remuneração do servidor na ativa. Atualmente a regra aplicada é a
da média da vida laboral, na qual é feita a média de 80% das maiores remunerações do servidor ao longo do
tempo de contribuição. A formula para esse calculo está prevista na lei 10.887/04.
 A substituição do princípio da paridade pelo princípio da preservação do valor real de compra;
O princípio da paridade estabelecia que todos os reajustes e vantagens conferidos aos servidores na ativa
também deveriam ser destinados aos servidores inativos. Esse princípio foi revogado e substituído pelo
princípio da preservação do valor real de compra.
 Quanto ao teto de proventos;
O limite máximo de provento recebido por um servidor oriundo do RPPS passou, a partir da EC/41, a ser o
mesmo limite imposto no RGPS, mas com a ressalva de que a entidade empregadora deverá oferecer aos
seus servidores um plano de previdência complementar, instituído por lei (lei 12.618/12).
 Inseriu a exigibilidade de contribuição dos inativos e pensionistas;
Aposentados e pensionistas que recebem mais do que o teto do RGPS, deverão pagar tributos sobre o valor
excedente. Essa contribuição não poderá ser inferior a 11%, fixado para os servidores da União, podendo ser
alterado para os servidores estaduais e municipais, desde que não fique abaixo de 11%.
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REMOÇÃO

Art. 36, lei 8.112/90 - Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no


âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.
Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades de
remoção:
I - de ofício, no interesse da Administração;
II - a pedido, a critério da Administração;
III - a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administração:
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, servidor público ou militar, de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi
deslocado no interesse da Administração;
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às
suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação por
junta médica oficial;
c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de
interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas
pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados.

Remoção é o deslocamento do servidor, não gera provimento ou vacância. Pode-se dar com ou sem mudança de
sede. A remoção de ofício não confere discricionariedade ao servidor, caso não aceite a remoção, será exonerado. A
hipótese de remoção de ofício pode ser aplicada ao servidor celetista, estatutário ou militar de qualquer das esferas
de governo (federal, estadual ou municipal).
A remoção a pedido do servidor pode ocorrer em dois casos:
 A Administração tem a discricionariedade de aceitar ou não o pedido do servidor; ou
 A Administração é obrigada a aceitar o pedido do servidor que envolva mudança de sede, se este preencher
um dos três requisitos:
1. Acompanhar o cônjuge (servidor público) removido de ofício ou aprovado em concurso de remoção;
2. Motivo de saúde do servidor, cônjuge ou dependente;
3. Em virtude de cargo vago em outra sede.

REDISTRIBUIÇÃO

Art. 37, lei 8.112/90 - Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo,


ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade
do mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão central do SIPEC, observados os
seguintes preceitos:
I - interesse da administração;
II - equivalência de vencimentos;
III - manutenção da essência das atribuições do cargo;
IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades;
V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional;
VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão
ou entidade.
§ 1º A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento de lotação e da força de
trabalho às necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou
criação de órgão ou entidade.
§ 2º A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará mediante ato conjunto entre o
órgão central do SIPEC e os órgãos e entidades da Administração Pública Federal
envolvidos.
§ 3º Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, extinto o cargo ou
declarada sua desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor estável que não for
redistribuído será colocado em disponibilidade, até seu aproveitamento na forma dos
arts. 30 e 31.
§ 4º O servidor que não for redistribuído ou colocado em disponibilidade poderá ser
mantido sob responsabilidade do órgão central do SIPEC, e ter exercício provisório, em
outro órgão ou entidade, até seu adequado aproveitamento.

A redistribuição é o deslocamento do cargo efetivo (vago ou ocupado) e ocorrerá, exclusivamente, por interesse da
Administração (de ofício) e no âmbito do mesmo Poder. Tem como objetivo ajustar a lotação e a força de trabalho às
necessidades do serviço.
O servidor estável que tiver o seu cargo extinto e não for redistribuído, ficará em disponibilidade ou sob
responsabilidade do órgão central da SIPEC.
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VENCIMENTO E REMUNERAÇÃO

Art. 40, Lei 8.112/90 - Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo
público, com valor fixado em lei.
Parágrafo único. Nenhum servidor receberá, a título de vencimento, importância inferior
ao salário mínimo.
Art. 41 - Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens
pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.

A Lei 8.112/90 proíbe a prestação de serviços gratuitos à Administração, salvo nas hipóteses previstas em lei.
A remuneração do servidor somente poderá ser fixada ou alterada por lei ordinária, sendo vedada alterações feitas
mediante decreto ou resoluções, sendo, nesse caso, passíveis de inconstitucionalidade formal.
Nenhum servidor público poderá receber menos que um salário mínimo, caso a sua remuneração (mesmo após o
acréscimo das vantagens pecuniárias permanentes) seja inferior ao salário mínimo, será complementada até que
atinja esse valor.
Remuneração é composta pelo vencimento do cargo acrescido das vantagens pecuniárias permanentes. Entende-se
por “vantagens pecuniárias permanentes” como aquelas relacionadas ao exercício ordinário das atribuições do
cargo. É vedada a incidência de descontos sobre a remuneração, salvo os previstos em lei, decorrentes de mandado
judicial ou autorizados pelo servidor. Também é assegurado que não sofra arresto, sequestro ou penhora, exceto
nos casos de prestação alimentícia.
O valor do vencimento pago ao servidor é irredutível, mas a remuneração pode sofrer reduções; para se acomodar
ao teto remuneratório ou em função da estruturação da forma de pagamento da carreira.
Art. 46, Lei 8.112/90 - As reposições e indenizações ao erário, atualizadas até 30 de
junho de 1994, serão previamente comunicadas ao servidor ativo, aposentado ou ao
pensionista, para pagamento, no prazo máximo de trinta dias, podendo ser parceladas, a
pedido do interessado.
§ 1o O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao correspondente a dez por
cento da remuneração, provento ou pensão.
§ 2o Quando o pagamento indevido houver ocorrido no mês anterior ao do
processamento da folha, a reposição será feita imediatamente, em uma única parcela.
§ 3o Na hipótese de valores recebidos em decorrência de cumprimento a decisão
liminar, a tutela antecipada ou a sentença que venha a ser revogada ou rescindida, serão
eles atualizados até a data da reposição.
Art. 47 - O servidor em débito com o erário, que for demitido, exonerado ou que tiver sua
aposentadoria ou disponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta dias para quitar o
débito.
Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo previsto implicará sua inscrição em
dívida ativa.

O servidor poderá optar por repor o erário de forma parcelada, com parcelas não inferiores a 10% de sua
remuneração ou provento. Porem, se o pagamento indevido tiver ocorrido no mês anterior ao processamento da
folha de pagamento ou se ocorrer via decisão judicial, a reposição será feita no prazo de 30 dias e em uma única
parcela. O servidor demitido, exonerado ou que tiver a aposentadoria cassada deverá quitar seu debito com o erário
num prazo de 60 dias, caso não o faça dentro desse prazo será inscrito em dívida ativa.

TETO REMUNERATÓRIO

Art. 37, XI, CF - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e


empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos
detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou
outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as
vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio
mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como
limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o
subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados
Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores
do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento
do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito
do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos
Procuradores e aos Defensores Públicos;
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia
mista e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito
Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em
geral.
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso
XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos
Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas
Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores
do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos
por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se
aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais
e dos Vereadores.

O teto remuneratório geral é limitado pelo subsidio pago aos Ministros do Supremo Tribunal Federal. Este é o valor
máximo de remuneração que um servidor poderá receber no Brasil. Salvo se o servidor exercer mais de um cargo
legalmente acumulável, nesse caso sua remuneração total poderá ultrapassar o teto, mas a remuneração de cada
cargo ainda deverá respeita-lo.
A CF fixou ainda subtetos para as demais esferas federativas. Lembrando que os vencimentos dos cargos do Poder
Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.
 Nos Estados e DF: no âmbito do:
o Poder Executivo: o teto é o subsidio do Governador;
o Poder Legislativo: o teto é o subsidio dos Deputados Estaduais;
o Poder Judiciário: o teto é o subsidio dos Desembargadores (90,25% do subsidio dos Ministros do STF)
o Ministério Público, Promotorias e Defensorias: o teto é o subsidio dos Desembargadores.
 Nos Municípios: o subteto aplicado é o subsidio do Prefeito.

Os agentes limitados pelo teto remuneratório são:


 Os ocupantes de cargo, função ou emprego público da Administração Direta, autárquica e fundacional de
qualquer dos Poderes da União, Estados ou Municípios.
 Os agentes políticos;
 Os aposentados e pensionistas;
 Os empregados de Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista, quando estas receberem recursos do
Governo para pagamento de despesas com pessoal e custei em geral.

Exceções ao teto remuneratório:


São os valores recebidos pelo servidor que podem ultrapassar o teto previsto.
 Verbas indenizatórias;
 Remuneração decorrente de cargo público de magistério constitucionalmente acumulável;
 Benefícios previdenciários;
 Atuação como requisição de serviço pela Justiça Eleitoral;
 Exercício temporário de função cumulativa.
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VANTAGENS

Existem dois tipos de vantagens pecuniárias; as que podem ser incorporadas ao vencimento ou aos proventos
(gratificação e adicionais) e as que não podem (indenizações).
A lei 8.112/90 não permite que nenhuma vantagem seja incorporada à remuneração ou provento do servidor. Para
que a incorporação seja possível deve estar especificado na lei da carreira do servidor. Nem todas as gratificações e
adicionais tem essa prerrogativa.

 Indenização:
Não incide sobre ela qualquer dedução ou ônus fiscal, pois trata de restituição do patrimônio. Tem caráter
eventual e é composta de quatro espécies:
o Ajuda de custo (art. 53 a 57);
Destina-se a atender as despesas referentes ao transporte do servidor e de sua família que, no
interesse da Administração, passa a assumir exercício em nova sede. É vedado o duplo pagamento
desta vantagem, caso o cônjuge do servidor vier a exercer sua atividade na mesma sede ele não
receberá ajuda de custo.
Se o servidor vier a falecer na nova sede, sua família receberá ajuda de custo para transporta-lo à
localidade de origem.
Não será concedida ajuda de custo ao servidor que se afastou do cargo em virtude de mandato
eletivo.
Servidores indicados para cargo em comissão ou função de confiança em outra localidade terão
direito a ajuda de custo, mesmo se não forem servidores efetivos.
O servidor que não se apresentar a nova sede num prazo de 30 dias é obrigado a restituir a
Administração.
Características necessárias para o recebimento de ajuda de custo:
 Remoção de ofício (no interesse da Administração);
 Mudança de sede;
o Diária (art. 58 e 59);
Deslocamento de caráter eventual e transitório.
As diárias cobrem:
 Locomoção urbana;
 Hospedagem;
 Alimentação.
Será concedida meia diária ao servidor quando:
 Não pernoitar fora da sede;
 A Administração custear, por outros meios, algum dos itens cobertos pela diária.
Não será paga diária para deslocamento dentro de: (Salvo se pernoitar fora)
 Região metropolitana;
 Zona de fronteira;
 Microrregião;
 Aglomeração urbana.
Caso o deslocamento constituir exigência permanente do cargo, não será devida diária ao servidor,
salvo se pernoitar fora.
o Transporte (art. 60);
Será concedida indenização por transporte ao servidor que utilizar veículo próprio para atividades de
serviço da Administração.
o Auxilio moradia (art. 60-A a 60-E).
O servidor não receberá auxilio moradia no caso de redistribuição de cargo efetivo.
Não fará jus ao auxilio moradia o servidor que dispuser de imóvel na região metropolitana, zona de
fronteira, microrregião ou aglomeração urbana do município que for lotado.
O prazo para receber esse auxilio é de 8 anos a cada 12 anos.
Regras para o recebimento do auxilio moradia:
 o cargo deve ser DAS 4,5,6 ou de Natureza Especial ou de Ministro de Estado;
 deve haver mudança de domicilio;
 deve haver comprovação, mensal, da despesa com aluguel ou hospedagem;
Quanto ao valor do adicional:
 em regra, é 25% da remuneração do cargo que está sendo ocupado;
 tem como piso o valor de R$ 1.800,00;
 tem como teto 25% da remuneração do cargo de Ministro de Estado.
Condições para o servidor receber o auxilio moradia:
 não ter imóvel próprio no município ou em municípios limítrofes ao que foi designado;
 não ter imóvel funcional disponível;
 companheira não receba auxilio moradia ou ocupe imóvel funcional;
 o servidor não residiu no município nos últimos 12 meses;

 Gratificação:
o Retribuição por chefia, assessoramento e direção (art. 61 a 62-A);
O servidor que exerce função de chefia, assessoramento ou direção não receberá remuneração por
essa função extra, e sim uma retribuição que irá somar-se a sua remuneração.
o Gratificação natalina (art. 63 a 66);
A gratificação natalina será calculada usando como referencia a remuneração do servidor.
Corresponderá a 1/12 da remuneração mensal de cada servidor, desde que tenha sido cumprido,
pelo menos, 15 dias de exercício no mês.
O servidor exonerado receberá gratificação natalina proporcional ao tempo trabalhado.
o Gratificação por encargo de curso ou concurso (art. 76-A);
Essa gratificação será paga em quatro situações:
 Atuar como instrutor em curso de formação ou treinamento;
 Participar de banca examinadora para analise curricular ou correção de provas discursivas;
 Participar da logística de preparação e realização de concursos;
 Participar da aplicação, avaliação ou fiscalização de provas.
A gratificação só será paga se as atividades dela referentes não prejudicarem as funções do cargo do
servidor.
A retribuição não poderá ser superior a 120h de trabalhos anuais, salvo quando aprovada pela
autoridade máxima do órgão ou entidade, assim podendo ser concedido mais 120h.
O valor da hora trabalhada terá como base de calculo o maior vencimento da Administração Federal
e será de 2,2% para as duas primeiras hipóteses e de 1,2% para as outras duas.

 Adicionais:
o Atividade insalubre, perigosa ou penosa (art. 68);
Esse adicional tem como base de calculo o vencimento do cargo efetivo.
O servidor nunca poderá receber adicional de insalubridade e periculosidade simultaneamente,
devendo optar por um deles, mas ambos poderão ser somados ao adicional de penosidade.
Servidora gestante ou lactante não terá direito aos adicionais de insalubridade ou periculosidade,
pois, quando nessa condição, deverá exercer suas atividades em locais salubres.
Risco à saúde – insalubridade;
Risco à vida – periculosidade;
Zona de fronteira ou local inóspito – penosidade.
o Serviço extraordinário (art. 73 e 74);
O servidor receberá um acréscimo de 50% na hora normal. Não se poderá exercer mais do que 2h de
serviço extraordinário por jornada de trabalho.
o Noturno (art. 75);
O horário noturno é contado das 22h às 5h. Ao servidor que trabalhar nesse horário será concedido
um adicional de 25% no valor-hora.
O servidor poderá receber adicional por serviço extraordinário e adicional noturno simultaneamente.
O calculo, nesse caso, será feito multiplicando 50% sobre a hora normal (referente ao serviço
extraordinário) e somando a remuneração do dia, posteriormente, multiplicar-se-á 25% sobre o
valor-hora (referente ao adicional noturno). O valor-hora será a hora normal mais os 50% do
adicional por serviço extraordinário.
o Férias (art. 76 a 80).
Para o servidor público ter direito a férias ele deverá passar pelo período aquisitivo, que são os 12
primeiros meses de efetivo exercício.
O adicional de férias tem o valor referente a 1/3 da remuneração do servidor. Caso o servidor
parcele suas férias, esse valor adicional será pago, integralmente, dois dias antes do inicio da 1ª
parcela, independente da solicitação do servidor.
O servidor tem o direito de parcelar suas férias em até 3x e pode acumula-las em, no máximo, 2x.
O adicional de direção, chefia ou assessoramento será considerado para o calculo do adicional de
férias.
O servidor exonerado receberá o valor referente às férias proporcional ao tempo de exercício.
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LICENÇAS
A licença concedida dentro de 60 dias do termino de outra licença da mesma espécie será considerada como
prorrogação.
Não poderá o servidor licenciado assumir outro cargo ou emprego público

LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA DA FAMÍLIA

 Remunerada nos primeiros 60 dias, e não remunerada nos 90 dias subsequentes;


 Autorizada no estágio probatório;
 Conta como efetivo exercício nos primeiros 30 dias e como tempo de contribuição previdenciária nos 30 dias
seguintes. Quando não remunerada não conta para nenhum efeito;
São considerados como pessoas da família: pais, filhos, cônjuge, padrasto, madrasta, enteado ou dependente que
viva às suas extensas.
Os prazos dessa licença são referentes ao período de 12 meses, contados a partir do deferimento da primeira licença
concedida.
A licença e suas prorrogações serão deferidas após pericia médica oficial, salvo para prazos inferiores a 15 dias ao
ano. A licença somente será deferida caso seja indispensável a assistência do servidor e esta não puder ser prestada
simultaneamente ao exercício do cargo ou mediante compensação de horário.
O servidor, quando estiver de licença por motivo de doença em pessoa da família, não poderá exercer nenhuma
atividade remunerada, mesmo se de caráter particular.

LICENÇA POR MOTIVO DE AFASTAMENTO DO CÔNJUGE

 Sem remuneração;
 Autorizada no estágio probatório;
 Não conta como tempo de contribuição previdenciária;
Será concedida ao servidor caso o seu cônjuge, servidor ou não, for deslocado para outro município ou para o
exterior. Essa licença tem prazo indeterminado. Caso o cônjuge deslocado também seja servidor público, o servidor
licenciado poderá ocupar um cargo de forma provisória em algum órgão ou entidade da nova localidade, desde que
compatível com o cargo anterior.

LICENÇA POR SERVIÇO MILITAR

 Remunerada;
 Autorizada no estágio probatório, não suspende a contagem de tempo do estágio probatório.
 Conta como efetivo exercício;
Concluído o serviço militar, o servidor terá 30 dias, sem remuneração, para reassumir o efetivo exercício.

LICENÇA PARA ATIVIDADE POLITICA

 Sem remuneração, enquanto media a sua escolha em convenção partidária; remunerada a partir do registro
da candidatura;
 Autorizada no estágio probatório, este ficará suspenso;
 Conta como tempo de contribuição previdenciária, apenas quando remunerado;
Essa licença será remunerada desde o registro da candidatura até o 10º dia após a eleição, não podendo superar 3
meses. Caso supere esse prazo, o servidor continuará licenciado, mas perderá a remuneração.

LICENÇA PARA CAPACITAÇÃO

 Remunerada;
 Não pode ser retirada no estágio probatório;
 Conta como efetivo exercício;
Após cada 5 anos de efetivo exercício, não acumuláveis, o servidor poderá, no interesse da Administração, afastar-se
do cargo por até 3 meses, com remuneração integral, para participar de curso de capacitação profissional.

LICENÇA PARA TRATAMENTO DE INTERESSE PARTICULAR

 Sem remuneração;
 Não autorizada no estágio probatório;
 Não conta para nenhum efeito.
Essa licença poderá ser concedida, a critério da Administração, por até 3 anos consecutivos, podendo ser
interrompida a qualquer tempo a pedido do servidor ou por interesse da Administração.

LINCENÇA PARA O DESEMPENHO DE MANDATO CLASSISTA

 Sem remuneração;
 Não autorizada no estágio probatório;
 Conta como efetivo exercício, exceto para promoção por merecimento;
Licença concedida ao servidor para desempenho de mandato em associação de classe, sindicatos e entidades
fiscalizadoras. A licença terá duração igual a do mandato, podendo ser prorrogada uma única vez – o mandato pode
ser prorrogado a critério do servidor (quantas vezes quiser), mas a licença será prorrogada uma única vez.

TRATAMENTO DE SAÚDE DO SERVIDOR

 Remunerada;
 Autorizada no estágio probatório;
 Conta como efetivo exercício nos primeiros 24 meses, a partir disso, conta apenas como tempo de
contribuição previdenciária;
A licença que exceder o prazo de 120 dias no período de 12 meses, a contar pro primeiro afastamento, será
concedida mediante avaliação por junta médica oficial. Será dispensada de perícia oficial a licença inferior a 15 dias
no período de 12 meses.
O prazo máximo contínuo da licença será de 24 meses, findado esse prazo o servidor será aposentado por invalidez
permanente.

LICENÇA MATERNIDADE

 Remunerada;
 Autorizada no estágio probatório;
 Conta como efetivo exercício;
A licença é concedida por 120 dias, prorrogáveis por mais 60 dias, a pedido da servidora. Essa licença é ato vinculado,
não tendo a Administração direito de nega-lo ou valora-lo quanto a oportunidade.
É concedido a partir do primeiro dia do nono mês ou a partir do parto, se prematuro.
No caso de natimorto ou aborto espontâneo, a servidora terá direito a 30 dias de repouso remunerado.
LICENÇA PATERNIDADE

 Remunerada;
 Autorizada no estágio probatório;
 Conta como efetivo exercício;
O servidor terá direito a 5 dias de licença pelo nascimento ou adoção de seu filho.

LICENÇA ADOTANTE

 Remunerada;
 Autorizada no estágio probatório;
 Conta como efetivo exercício;
Em casos de adoção de crianças até um ano, são concedidos 90 dias de licença prorrogáveis por mais 45 dias, a
pedido da servidora. Para crianças com mais de 1 ano, são concedidos 30 dias de licença prorrogáveis por mais 15
dias.
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AFASTAMENTO

AFASTAMENTO PARA SERVIR OUTRO ÓRGÃO OU ENTIDADE

 Remunerada
 Autorizada no estágio probatório, o servidor em estágio probatório pode ser cedido a outro órgão ou
entidade apenas para ocupar cargos em comissão ou função de confiança dos níveis DAS 4, 5, 6 ou cargos de
natureza especial (art. 20, §3, lei 8.112/90).
 Conta como efetivo exercício;
O servidor poderá ser cedido para outro órgão ou entidade da Administração Direta ou Indireta de qualquer dos
Poderes da União, Estados ou Municípios, podendo optar pela remuneração do cargo em que exercia acrescida de
benefícios oriundo do novo cargo.
Servidores estáveis poderão ser cedidos a outro órgão ou entidade para ocupar qualquer cargo em comissão ou
função de confiança, e, em casos excepcionais, para ocupar cargos de carreira de determinado órgão.
Por entendimento do STF, esse afastamento não gera vacância do cargo, portanto o cargo anteriormente ocupado
pelo servidor cedido continuará em aberto.
O ônus do pagamento da remuneração do servidor cedido é do novo órgão em que ele se encontra.

AFASTAMENTO PARA EXERCÍCIO DE MANDATO ELETIVO

 Remunerada
 Autorizado no estágio probatório, não suspende a contagem de tempo do estágio probatório.
 Conta como efetivo exercício, exceto para promoção por merecimento;
A remuneração desse afastamento tem algumas peculiaridades, descritas no art. 38, da CF:
Art. 38, CF - Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no
exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de
seu cargo, emprego ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função,
sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários,
perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração
do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso
anterior;
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo,
seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção
por merecimento;
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão
determinados como se no exercício estivesse.

AFASTAMENTO PARA ESTUDO OU MISSÃO NO EXTERIOR

 Remunerada
 Autorizado no estágio probatório, não suspende a contagem de tempo do estágio probatório.
 Conta como efetivo exercício
Esse afastamento deve ser autorizado pelo chefe máximo do Poder no qual o servidor atua (Presidente da Republica,
Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo ou Presidente do STF).
O prazo máximo concedido para esse afastamento é de 4 anos.
Findada a missão no exterior, o servidor deverá atuar na Administração por um período igual ao que ficou afastado
antes de pedir: (a menos que o servidor ressarça a Administração)
o Novo afastamento para estudo ou missão no exterior;
o Exoneração;
o Licença para interesse particular;

AFASTAMENTO PARA SERVIR EM ORGANISMO INTERNACIONAL

 Sem remuneração;
 Autorizado no estágio probatório, não suspende a contagem de tempo do estágio probatório;
 Conta como efetivo exercício;

AFASTAMENTO PARA PÓS GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

 Remunerado;
 Não autorizado no estágio probatório;
 Conta como efetivo exercício;
Esse afastamento será concedido a servidor que quiser participar de pós-graduação em instituição de ensino superior
no país (para estudo fora do país deverá ser usado o afastamento para estudo ou missão no exterior).A concessão
desse afastamento é um ato discricionário da Administração e será concedido somente se não puder ocorrer
simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horários.
Os requisitos para concessão desse afastamento são:
a) No prazo de 2 anos; não ter solicitado:
 Licença para capacitação;
 Licença para interesse particular;
 Qualquer tipo de afastamento;
b) Ter 3 anos de efetivo exercício para solicitar um afastamento para cursar Mestrado;
c) Ter 4 anos de efetivo exercício para solicitar um afastamento para cursar Doutorado;
d) Ter 4 anos de efetivo exercício para solicitar um afastamento para cursar Pós-Doutorado. Os prazos
descritos no item ‘a’ serão de 4 anos para esse caso.
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CONCESSÃO
Ao servidor será concedido, sem prejuízo na remuneração ou no tempo de serviço:
 Um dia para doar sangue;
 Dois dias para se alistar como eleitor;
 Oito dias para casamento ou falecimento de cônjuge ou parente de 1º grau;

Concessões de horário especial:


 Ao servidor estudante, com compensação de horário;
 Ao servidor com deficiência, sem compensação de horário;
 Ao servidor que tenha dependente com deficiência, com compensação de horário;
 Ao servidor que atue como instrutor ou faça parte de banca examinadora, com compensação de horário;

No caso de servidor estudante removido de ofício, lhe será garantido a continuidade do estudo em instituição de
ensino congênere a que estudava. Essa concessão é estendida ao cônjuge e aos filhos/enteados sob a guarda do
servidor.
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REGIME DISCIPLINAR
DEVERES DO SERVIDOR
Art. 116, Lei 8.112/90 - São deveres do servidor:
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
II - ser leal às instituições a que servir;
III - observar as normas legais e regulamentares;
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
V - atender com presteza:
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as
protegidas por sigilo;
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de
situações de interesse pessoal;
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento
da autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao
conhecimento de outra autoridade competente para apuração;
VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
X - ser assíduo e pontual ao serviço;
XI - tratar com urbanidade as pessoas;
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela
via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada,
assegurando-se ao representando ampla defesa.

Ao servidor que receber uma ordem manifestadamente ilegal não basta deixar de cumpri-la, este tem a obrigação de
representar contra quem a emitiu. Caso a ordem tenha partido do superior imediato do servidor, este deverá levar o
fato ao conhecimento de outra autoridade competente para apuração.

PENALIDADES
Art. 127, Lei 8.112/90 – São penalidades disciplinares:
I - advertência;
II - suspensão;
III - demissão;
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V - destituição de cargo em comissão;
VI - destituição de função comissionada.

Antes da aplicação de qualquer penalidade deve ser garantido ao servidor o direito a contraditório e ampla defesa.
A Administração tem certa discricionariedade quanto à graduação da sanção a ser aplicada, mas essa
discricionariedade não é conferida ao dever de punir. A partir do momento em que a Administração toma
conhecimento de uma infração passível de punição administrativa, ela tem o dever de punir o infrator.

 Advertência
o Deverá ser aplicada por escrito;
o Ficará registrada no assentamento funcional do servidor por um prazo de 3 anos de efetivo exercício,
sendo cancelada automaticamente se o servidor não cometer outra infração disciplinar nesse
período.
o Aplicada pelo chefe da repartição.
o Será passível de advertência o servidor que agir na inobservância de dever funcional previsto em lei,
norma ou regulamento, e que não justifique imposição de pena mais grave.

Art. 117, lei 8.112/90 -


I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe
imediato;
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou
objeto da repartição;
III - recusar fé a documentos públicos;
IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou
execução de serviço;
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o
desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação
profissional ou sindical, ou a partido político.
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge,
companheiro ou parente até o segundo grau civil;
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.

 Suspenção
o Tem como prazo máximo 90 dias, sendo que, o período de suspenção não contará como tempo de
serviço;
o A critério da Administração, a pena de suspenção pode ser revertida em multa de 50% da
remuneração do dia trabalhado, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço (a multa não é
uma pena autônoma, ou seja, primeiro é aplicada a suspenção e posteriormente, se a Administração
assim quiser, a pena é revertida em multa).
o A pena de suspenção ficará no assentamento funcional do servidor por 5 anos, sendo cancelada se,
ao findado este prazo, o servidor não tivera cometido nenhuma outra infração.
o Quando inferior a 30 dias, é aplicada pelo chefe da repartição; quando superior, é aplicada pela
autoridade imediatamente abaixo da autoridade máxima do Poder no qual o servidor é vinculado.
o Será punido com suspenção o servidor que reincidir uma infração passível de advertência, não sendo
necessário que a segunda infração seja autuada no mesmo inciso da primeira.

Art. 117, lei 8.112/90 -


XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em
situações de emergência e transitórias;
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo
ou função e com o horário de trabalho;

Art. 130, § 1, Lei 8,112/90 - Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o
servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção médica
determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez
cumprida a determinação.

 Demissão
o Tem o caráter punitivo;
o As ações passíveis de serem punidas com demissão estão listadas no art. 117, IX ao XVI e art. 132,
fazendo destas um ato vinculado;
o Aplicada pela autoridade máxima do Poder a que o servidor é vinculado;
o Configura abandono de cargo quando o servidor ausentar-se por mais de 30 dias consecutivos;
o Configura Inassiduidade habitual quando o servidor ausentar-se do cargo por mais de 60 dias num
período de 12 meses.
o O servidor ficará impossibilitado de retornar ao serviço público por 5 anos quando:
I. Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da
função pública;
II. Atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se
tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de
cônjuge ou companheiro;
o Ao cometer alguma das infrações descritas no art. 132, I, IV, VIII, X ou XI, o servidor não mais poderá
retornar ao serviço público federal, essa pena não é classificada como de caráter perpétuo, pois se
refere apenas à esfera federal.
I. Crime contra a Administração Pública;
II. Improbidade Administrativa;
III. Aplicação irregular de dinheiro público;
IV. Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;
V. Corrupção;
o O servidor terá seus bens indisponíveis e será obrigado a ressarcir o erário quando cometer:
I. Improbidade Administrativa;
II. Aplicação irregular de dinheiro público;
III. Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;
IV. Corrupção;

 Cassação de Aposentadoria ou Disponibilidade


o Tem o sentido de punição.
o É aplicada ao servidor inativo (aposentado ou disponível) que, quando em atividade, cometeu
alguma infração passível de demissão.
o Acarreta a perda dos benefícios.
o Aplicada pela autoridade máxima do Poder a que o servidor é vinculado.

 Destituição de Cargo em Comissão ou Função de Confiança


o Tem sentido de punição.
o Aplicada pela autoridade que nomeou o servidor para o cargo.
o Será destituído o servidor que cometer infrações passiveis de suspenção ou demissão. Caso a
destituição se de sobre servidor em cargo comissionado, este será afastado do serviço público. O
mesmo não ocorrerá com servidor em função de confiança, caso a infração cometida seja passível de
suspenção. Nesse caso, o servidor será destituído da função, mas, após cumprir a pena imposta,
retornará ao seu cargo efetivo.

PRESCRIÇÃO
Art. 142, Lei 8.112/90 - A ação disciplinar prescreverá:
I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de
aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão;
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.
§ 1o O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido.
§ 2o Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações disciplinares
capituladas também como crime.
§ 3o A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a
prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente.
§ 4o Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir do dia em
que cessar a interrupção.

O prazo prescricional se iniciará apenas quando a Administração tomar conhecimento do fato. O prazo descrito do
art. 142 é aplicável apenas à responsabilidade administrativa da infração, portanto a responsabilidade civil de
ressarcir o erário não prescreverá.
No momento em que é instaurada a sindicância ou o PAD, para apurar o fato, o prazo prescricional é interrompido,
e, caso ultrapasse o prazo de apuração da sindicância ou do PAD, reiniciará do zero.
Se a infração disciplinar também for caracterizada como crime, o prazo prescricional será o da lei penal.

RESPONSABILIDADES
O servidor tem com a Administração uma responsabilidade subjetiva, cabendo à entidade pública provar que houve
culpa ou dolo do servidor, e assim buscar, de forma regressiva, o ressarcimento.
As infrações cometidas pelo servidor poderão ser julgadas nas esferas administrativa, civil e penal, de forma
independente e não cumulativa. Em regra, a condenação em uma das esferas não influi no julgamento da outra,
mas, se absolvido na esfera penal por inexistência de fato ou negativa de autoria, o servidor estará
automaticamente absolvido nas outras esferas de responsabilidade – que fique bem claro que não é qualquer
absolvição penal que afastará do servidor a condenação em outras esferas, isso ocorrerá, somente, se o servidor for
absolvido por inexistência do fato ou negativa de autoria.

SINDICÂNCIA E PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR


Quando uma autoridade tomar conhecimento de irregularidades no serviço público deverá, obrigatoriamente,
apurar a veracidade dos fatos. Isso é feito por meio de sindicância ou PAD.
As denúncias recebidas por escrito, em que consta o nome e o endereço do denunciante, deverão ser objeto de
apuração imediata. As denúncias anônimas deverão ser investigadas quanto a sua veracidade através de uma
sindicância investigativa.
Ambos os processos (sindicância e PAD), quando na faze de executar sentença, deverão assegurar ao servidor o
contraditório e ampla defesa.

SINDICÂNCIA
Art. 145, Lei 8.112/90 - Da sindicância poderá resultar:
I - arquivamento do processo;
II - aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até 30 (trinta) dias;
III - instauração de processo disciplinar.
Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicância não excederá 30
(trinta) dias, podendo ser prorrogado por igual período, a critério da autoridade superior.

Quando, após a abertura de uma sindicância para investigar uma infração, for constatado que a pena a ser aplicada
deverá ser superior a suspenção por 30 dias, ocorrerá à instauração de um PAD, que terá como base os dados
apurados pela sindicância. Caso a sindicância tenha constatado uma infração penal, além da abertura do PAD, uma
cópia desta deverá ser enviada ao Ministério Público.
A sindicância pode ser um procedimento meramente investigativo, nesse caso não irá conferir contraditório e ampla
defesa ao servidor.
O prazo para conclusão da sindicância é de 60 dias, 30 + 30.
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
Características
 Será conduzido por uma comissão investigadora, designada pela autoridade competente, composta por 3
servidores efetivos de cargo ou nível de escolaridade, no mínimo, igual ao do servidor investigado;
 O prazo total para conclusão do PAD será de 140 dias;
 O servidor investigado poderá ser afastado temporariamente, sem prejuízo em sua remuneração, por um
prazo de 60 dias prorrogáveis por mais 60.

Inquérito administrativo
Composto por três etapas:
 Instrução
o Fase investigativa do PAD, na qual serão colidas as provas e será tomada a decisão de indiciar ou não
o acusado;
o O parecer da sindicância deverá ser recebido nesta etapa, mas não vincula a decisão a ser tomada
pela comissão;
o Não é obrigatório o servidor ser acompanhado por advogado;
 Defesa
No PAD, sempre deverá ocorrer uma defesa por escrito, caso o indiciado não apresente a sua defesa (nem
pessoalmente nem via procuração), a Administração designará um servidor efetivo (que deve ser, no
mínimo, de mesmo cargo ou nível de escolaridade do indiciado) para apresenta-la.
 Relatório
Deverá ser sempre conclusivo, manifestando a opinião da comissão quanto à responsabilidade do servidor.

Julgamento
 O julgamento deverá ser feito pela autoridade competente ou pele autoridade delegada caso a autoridade
competente seja o Presidente da República e este delegue tal competência.
 O prazo para o julgamento é de 20 dias, mas o julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do
processo;
 A autoridade julgadora não tem sua decisão vinculada à conclusão do relatório entregue pela comissão, em
caso de decisão contrária, esta deverá ser motivada.
 Constatado vício em alguma etapa do processo, este deverá ser anulado, total ou parcialmente;
 O servidor que responde a processo disciplinar não poderá ser exonerado a pedido ou aposentado
voluntariamente antes da conclusão do PAD.

PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR SUMÁRIO


É utilizado para julgar apenas os crimes de:
 Acumulação ilegal de cargo;
 Abandono de cargo;
 Inassiduidade habitual;

Características
 O prazo para conclusão do PAD sumário é de 45 dias;
 A comissão que instaurará o PAD sumário será formada por dois servidores estáveis;

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