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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO/CAA

Núcleo de Design e Comunicação


Curso de Comunicação Social
Filosofia
Prof. Eduardo Cesar Maia
Grupo 2: Daniele Leite; Maria Bianca; Rauany Natércia; Gisomar de Melo; Heberton Cezar

Questionário de filosofia – Platão

1- Qual a importância do mito em Platão?


Inicialmente Platão pensava como Sócrates (Sócrates não apoiava o mito, ele usava a
dialética), porém após Gorgias começou a dar notória importância ao mito, ele reavalia o mito
a partir do momento em que reavalia também algumas teses fundamentais, e atribui ao mito
sentido de fé e crença, não necessariamente ligados a religião, para explicar o logos (que seria
o conjunto harmônico que rege o universo).
Platão usa o mito para clarear a ideia de logos pois esta não podia ser explicada por
meio da razão, já que a razão é limitada, se limitando apenas a uma verdade, enquanto o mito
se abre para diversas possibilidades de entendimento e explicações; “ o mito procura clarificar
no logos, e o logos busca complementação no mito” –pag 131-
Sintetizando, o mito consiste em admitir que o homem está na terra de passagem, e
que esta vida seria apenas uma prova para a real vida, o Hades (o invisível), no Hades há o
julgamento das almas com base na justiça sem serem levados em consideração os status da
vida na terra. Caso tivessem vivido uma vida justa iriam para o lugar bom, caso contrário
seriam castigados, se vivessem injustamente, porém depois se arrependessem iriam ser
castigados por um período determinado.
2 – Qual o papel da dialética e o que a diferencia da retórica sofista na visão platônica?
Enquanto os sofistas, a exemplo de Anaxágoras que defende a fala de uma
inteligência que rege todas as coisas. Para Platão, essa inteligência só poderia ser adquirida
através do nóesis, conseguida apenas pelo filósofo. Os homens comuns atingiriam o plano da
opinião (doxa), enquanto os matemáticos à diánoia. Dessa forma, o intelecto ao superar
sensações do mundo sensível, capta um discurso intuitivo - ideias puras - que por sua vez
teria pontos positivos e negativo até chegar a ideia suprema, caracterizando a dialética.
Outra dialética é a descendente que, inversamente, pauta-se da ideia suprema, além
do processo de divisão (diairético). Obtém-se a posição que a ideia ocupa no campo das
ideias. Essa sistematização que cada ideia ocupa é onde está contida a "verdade".
Já para a visão sofista, busca-se a eloquência da palavra para poder atingir um
determinado cargo, e nesse sentido ser falacioso, aquilo que parece verdade, mas não é.
3- Explique a teoria das ideias e sua estrutura no pensamento de Platão.
Platão, com essa proposta reflexiva, une as ideias de Heráclito e Parmênides, pois ele
compreende que existam dois planos que são distintos, um deles é estável, o outro instável.
No mundo das ideias -mundo estável- nós teríamos a essência de cada coisa, onde elas têm
formas perfeitas, são eternas, são verdadeiras -ou seja, imutáveis- e válidas em todas as
épocas. O meio para alcançar esse mundo ideal seria através da razão.
O que nós temos nesse mundo sensível -mundo instável- são apenas sombras de objetos
imperfeitos e mutáveis encontrados no mundo das ideias. Um mundo de aparências traçado
pela doxa, através da qual, não é possível chegar à verdade/razão. Por exemplo, o cachorro
que eu vejo no mundo material seria uma versão menor de um cachorro ideal.
A alegoria da caverna ilustra bem isso. Onde os homens no interior da caverna veem apenas
as sombras (seria a opinião, o mundo material) do que realmente é real e está no lado de fora
da caverna (para sair dessa caverna só pela razão, assim alcançando o mundo das ideias).
Outro ponto que Platão destaca é a questão da alma. Essa alma teve contato com essas ideias
em no mundo das ideias, e quando essa alma se prende a um corpo, e nó vemos as sombras
dos objetos no mundo material, não estamos conhecendo e sim reconhecendo.
4 – No livro X da república, Platão demonstra o desejo de expulsar os poetas de sua
cidade ideal. Diante disso, explique como é encarada a problemática da arte no
pensamento platônico
Segundo Platão, a arte não mostra o verdadeiro, consequentemente sendo inútil pois
não ajuda, deseduca e corrompe o homem. Esse ponto de vista platônico é originado a partir
do momento que a arte, especificamente a poesia, é considerada a parte irracional ou, como
Platão disse, a parte menos nobre da nossa alma.
O poeta, portanto, não é o poeta da verdade, da ciência e do conhecimento. O poeta é
poeta por destino divino, pois ocorre a ausência da razão no que faz sendo de zero
ensinamento para a população e para si mesmo. Levando isso em consideração, Platão afirma
que a poesia é uma imitação da imagem da ideia do paradigma, sendo uma imitação da
imitação, se distanciando cada vez mais do verdadeiro que era tanto prezado pelo filósofo.
Para a situação inverter, seria necessário a submissão da arte à filosofia e do poeta ao
filósofo, pois somente a filosofia seria capaz de encontrar a única e tão aclamada “verdade”.
5 – Platão sintetizou as nuances do seu pensamento no “Mito da Caverna”. Explique o
mito e interprete seus significados
De acordo com G. Reale - D. Antiseri (Pag. 163) existem quatro níveis possíveis de
interpretação para compreender “Mito da Caverna”.
I-Ontológico o que está dentro o mundo material – o que está fora mundo
suprassensível;
II-Gnosiológico “Interno conhecimento sensível (opinião); exterior, ideias.
III-Místico- Teológico tanto interior quanto o exterior representa a esfera mundana
material e espiritual;
IV-Político – implica um retorno à caverna “que tinha sua conquistando liberdade,
por solidariedade com os companheiros ainda prisioneiros, e com a finalidade de difundir a
verdade.
No contexto, onde o mito poderia não ter representatividade, ou por ventura poderia
ser considerado mentira, pode-se compreender que os indivíduos precisam acreditar em algo
ou mesmo poder criar suas próprias dúvidas, em todos os níveis encontra-se os
questionamentos da humanidade como colocar-se diante dos acontecimentos, quem poderia
ficar estático diante da realidade ou do que se acreditava em ser real, o homem passa por
transformações e essas transformações muitas vezes os amedrontam, o desejo do
conhecimento pode-se ser relacionado ao desejo de liberdade, o ser humano ao menos tempo
é divino e profano, mas existe uma consciência de mudar a realidade, seu ambiente, retornar
à caverna pode-se entender como difundir conhecimentos, sendo o ser político e sociável , ao
encontrar com realidade ou sabedoria como pode ser compreendida no “Mito da Caverna”
compreende-se que os indivíduos não estão ilesos aos acontecimentos e o senso de justiça e
a lealdade poderia explicar o Mito, no contexto social poderá representar a difusão do
conhecimento, o caminho para se libertar e trazer uma consciência individual sobre a
importância da coletividade, o ser humano é antes de tudo um ser sociável, e o Mito da
Caverna, traz essa sociabilidade diante do “retorno à caverna”.

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