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INVESTIGAÇÃO OPERACIONAL

CASO DE ESTUDO
Museu da Misericórdia do Porto

FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO


Dezembro de 2009
T6G6

Joana Maia ec07200


Joana Miranda ec07203
Vitor Rocha ec07153
Dezembro de 2009 [CASO DE ESTUDO – MUSEU DA MISERICÓRDIA DO PORTO ]

Índice

CASO DE ESTUDO.........................................................................................................................3
1ª Fase: Recolha de Informação...................................................................................................4
BREVE HISTÓRIA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DO PORTO............................................4
PATRIMÓNIO IMOBILIÁRIO......................................................................................................4
PATRIMÓNIO ARTÍSTICO E ARQUITECTÓNICO..........................................................................5
COLECÇÕES...............................................................................................................................6
Manuscritos..........................................................................................................................6
Pintura Sacra........................................................................................................................6
Retratos de Benfeitores........................................................................................................6
Escultura e Talha..................................................................................................................7
Ourivesaria...........................................................................................................................7
Paramentaria.......................................................................................................................8
QUINTA DA PRELADA...............................................................................................................9
GALERIA DOS BENFEITORES...................................................................................................11
ARQUITECTOS PORTUGUESES................................................................................................12
Alcino Soutinho...................................................................................................................12
Joaquim Massena...............................................................................................................13
Gonçalo Byrne....................................................................................................................13
MUSEUS DO PORTO...............................................................................................................14
2ª Fase: Resolução do Problema................................................................................................17
Bibliografia.................................................................................................................................21
LITERATURA............................................................................................................................21
IMAGENS................................................................................................................................21

Turma 6 Pá gina 2
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CASO DE ESTUDO

MUSEU DA MISERICÓRDIA DO PORTO


Suponha que a Misericórdia do Porto resolve construir um Museu de grandes
dimensões para expor o seu acervo.
Auxilie a decisão nos seus mais diversos aspectos desde onde localizar, que arquitecto
escolher, que obras expor, etc.
O trabalho não deverá ter mais do que 20 páginas e a duração da apresentação um
máximo de 15 minutos.

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1ª Fase: Recolha de Informação

Nesta fase do projecto procedemos à recolha de toda a informação que


consideramos importante para conseguir enquadrar o nosso trabalho e chegar a uma
resposta/conclusão para o caso que nos foi colocado.

BREVE HISTÓRIA DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DO PORTO

A Santa Casa de Misericórdia do Porto foi fundada a 14 de Março de 1499 como


consequência de uma carta que o Rei D. Manuel I escreveu aos “ Homens bons e
governantes do burgo portuense”. É uma instituição de caridade e assistência social, de
fins humanitários, constituída na Ordem Jurídica Canónica, e composta por uma
associação de fiéis de culto católico.

De entre todas as Misericórdias, a do Porto é não só das mais antigas, mas


também das mais importantes, pelos seus numerosos utentes e pelo seu património
vasto e valioso, sendo que neste trabalho se dá principal destaque ao Património
Artístico e ao Património Arquitectónico.

Hoje em dia, a actividade da Misericórdia do Porto estende-se a diversas áreas


de acção social: terceira-idade, saúde, deficiência, pobreza e exclusão social,
habitação, cultura, ensino e formação profissional, lazer, etc.

PATRIMÓNIO IMOBILIÁRIO

O Património Imobiliário da Misericórdia do Porto encontra-se localizado, na


sua maioria, no Porto e Grande Porto, podendo ser dividido em três grandes grupos:

 Imóveis onde se desenvolvem as actividades da Instituição (Lares,


Estabelecimentos de Ensino, Hospitais, Casas Abrigo, Sede, Igrejas, etc.);
 Imóveis de rendimento, dos quais se obtém alguns dos fundos que ajudam a
sustentar as acções sociais;
 Habitação Social.

Uma grande parte dos imóveis que se encontram na posse da Misericórdia do


Porto foram doados à Instituição.

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PATRIMÓNIO ARTÍSTICO E ARQUITECTÓNICO

O Património da Santa Casa da Misericórdia do Porto foi construído, ao longo


de cinco séculos, através de numerosas doações, legados e heranças, mas também
graças ao empenho demonstrado pelas Mesas Administrativas no que toca à sua
conservação, preservação e promoção. Este mesmo Património é constituído
essencialmente por obras de arte de cariz religioso, como é por exemplo o caso das
pinturas e esculturas expostas nos altares, mas nele encontramos também a grande
colecção de Retratos dos Benfeitores, personagens influentes da cidade do Porto que
de algum modo estiveram ligadas a esta instituição.

No que toca ao Património Arquitectónico é importante salientar cinco obras


de relevo que servem diversos fins:

 Quinta da Prelada
Imóvel de interesse público – Decreto nº 129/77, de 22.09
 Igreja Privativa da Santa Casa da Misericórdia do Porto
Imóvel de interesse público – Decreto nº 129/77, de 22.09
 Igreja do Colégio da Nossa Senhora da Esperança
Imóvel de interesse público – Decreto nº 22618/77, de 02.06.1913
 Hospital de St.º António
Monumento Nacional – Decreto de 16.06.1910
 Hospital Conde de Ferreira

Fig. 1 e 2 – Hospital de St.º António e Hospital Conde de Ferreira

Actualmente encontra-se em exposição permanente na Galeria dos Benfeitores


uma parte da colecção de obras que a Misericórdia do Porto possui, seleccionadas de
entre os séculos XVI e XX e com vertente de pintura e escultura. É possível observar e
apreciar obras de cariz religioso, como retábulos e esculturas para altares, e outras
profanas, como a grande colecção de Retratos de Benfeitores, já anteriormente
referida.

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COLECÇÕES

Uma vez que a Misericórdia do Porto possui uma colecção bastante vasta,
optamos por apresentar alguns exemplos de obras consoante a temática na qual se
inserem.

Manuscritos

 Tombo dos Irmãos de 1799 – 1854


 Tombo do Hospital de Sta Clara
 Compromisso da Misericórdia do Porto de 1646
 Cânticos Religiosos

Pintura Sacra

 Menino Jesus Peregrino


José Pereira da Costa
Século XVII
Óleo sobre tela
 Nª Senhora da Misericórdia
1957
Azulejos
 Ecce Homo
António Carneiro
Século XX
Óleo sobre tela Fig. 3 – Menino Jesus Peregrino
 Cristo crucificado
Século XIX
Óleo sobre tela

Retratos de Benfeitores

 Retrato do Conde de Samodães


José Resende
Século XIX
Óleo sobre tela

Fig. 4 – Retrato do Conde de Samodães

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 Retrato de D. Francisco de Noronha e Menezes


António Teixeira Carneiro
Século XX
Óleo sobre tela

Escultura e Talha

 Sta. Ana e a Virgem


Marfim, prata e ouro
Século XVIII
 Cristo Morto
Escultura Europeia
Marfim
Século XVIII
 Nossa Senhora da Piedade
Madeira Policromada Fig. 5 – Sta. Ana e a Virgem
Século XVIII
 Joaquim Ferreira dos Santos (Conde de Ferreira)
Gesso
1875

Ourivesaria

 Cálice e Patena (de Arouca)


Prata dourada
1511/1520
Dimensões: Patena 13x196x196 mm; Cálice 255x192x197 mm
Peso: Patena 256 g; Cálice 1267 g Fig. 6 – Cálice de Arouca
 Cálice e Patena (de Arouca)
Prata dourada
1520/1540
Dimensões: Patena 15x215x215 mm; Cálice 315x222x222 mm
Peso: Patena 377 g; Cálice 2239 g
 Custódia
Segunda metade do século XVIII
Sem marcas
Dimensões: 805x212x207 mm
 Cálice da Comunhão
Prata
1818/1836
Fig. 7 - Custódia

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 Caldeira e Hissope
Prata
1818/1836
 Coroa de Nossa Senhora da Misericórdia
Gemas: Quartzos hialinos forrados
Cronologia: cerca de 1800
Dimensões e peso: 365x267x260 mm e 1053 g
 Pendente e Par de brincos Fig. 8 – Coroa de Nossa Senhora
Cronologia: último quartel do séc. XVIII da Misericórdia
Diamantes em talhe rosa e lascas de diamantes
Dimensões: Pendente: 136x56x14 mm; Par de Brincos: 75x26x17 mm e
75x26x19 mm

Paramentaria

Na colecção de Paramentaria existem peças de ornamentação do espaço e


vestimentas para as cerimónias religiosas, de onde destacamos alguns exemplos:

 Manípulo
Última década do século XIX
Tecido base em fio de seda; bordado em fio de seda, fio laminado dourado
simples e crespo, lâmina de ouro, material de enchimento, lantejoulas e
vidrilho policromo.
Dimensões: 98 x 20 cm

 Véu de Cálice
Última década do século XIX
Tecido base em fio de seda; bordado em fio de seda, fio laminado dourado
simples e crespo, lâmina de ouro, materiais de enchimento, lantejoulas e
vidrilhos policromos.
Dimensões: 66 x 61 cm

 Casula
Última década do século XIX
Tecido base em seda; bordado em fio de seda, fio laminado dourado simples e
crespo, lâmina de ouro, material de enchimento, lantejoulas e vidrilhos
policromos.
Dimensões: 144 x 73 cm

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QUINTA DA PRELADA

“Obra de Nasoni na Prelada abandonada há ano e meio”

“A Casa da Prelada, situada na Quinta


da Prelada, em Ramalde, no Porto,
desenhada pelo famoso arquitecto
italiano Nicolau Nasoni e classificada
como imóvel de interesse público,
encontra-se bastante degradada e
aparentemente abandonada.”

Fig. 9 – Casa da Prelada

“A Quinta é considerada pelo historiador Joel Cleto "a maior obra de Nasoni em
termos de arquitectura paisagística"”. (…) “Nos finais do século XIX, o último
proprietário da Quinta, Francisco Noronha de Menezes, doou a propriedade à Santa
Casa da Misericórdia do Porto, com a condição de que fosse criado um serviço que
prestasse cuidados de saúde. Durante muitos anos funcionou na Casa da Prelada um
centro de reabilitação e de fisioterapia, que tratou, nos anos sessenta e setenta,
muitos dos deficientes das Forças Armadas Portuguesas. Nos anos oitenta e noventa, a
Casa transformou-se num lar de idosos, encerrado há cerca de um ano e meio.”

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Fig.10 – Pormenor do portal que dá


acesso à Quinta, do lado da Rua dos
Castelos (século XVII).

“(…) Actualmente, o espaço da Quinta, onde chegaram a funcionar, no início do século


XX, os famosos estúdios da Invicta Filmes, que realizaram, entre outros, "Os Fidalgos
da Casa Mourisca" e "Amor de Perdição", está bastante diferente. Foi dividido ao meio
pela Via de Cintura Interna e a mata que fazia parte da propriedade ficou separada,
situando-se aí o Parque de Campismo da Prelada. Também nos terrenos da Quinta foi
construído, nos anos oitenta, o Hospital da Prelada, propriedade da Misericórdia.”

In Jornal de Notícias, por Ângela Machado, 2005-01-22

O maior labirinto da Península

A construção da Casa da Prelada,


desenhada por Nicolau Nasoni, foi iniciada
em 1758, por ordem da família Noronha de
Menezes. A Casa, situada na Quinta da
Prelada, integra-se num conjunto com
bastantes elementos dispostos
harmoniosamente no terreno. A Rua dos
Castelos, alameda privada de acesso à
Quinta, encontra-se decorada com imensos
castelos, símbolos que fazem parte do
brasão da família Noronha de Menezes.
Fig. 11 – Labirinto de Buxo

Na entrada da Quinta encontravam-se dois


enormes obeliscos, que foram reimplantados no
Passeio Alegre, na Foz do Douro. Um enorme
labirinto em buxo, o maior da Península Ibérica,
juntamente com árvores seculares, esculturas e
fontes, decoravam os jardins, que se prolongavam
até uma mata, onde, no século XVIII, ainda se fazia
caça grossa. Na mata existe um lago, que tem no
centro um castelo e onde se encontra a fonte do
cágado.

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Fig. 12 - Obeliscos da Quinta da prelada situados no Passeio Alegre

GALERIA DOS BENFEITORES

A Galeria dos Benfeitores era, inicialmente, uma espécie de pátio interno à


volta do qual se foram organizando as dependências dos Departamentos Centrais da
Santa Casa, sendo que hoje se apresenta como um espaço agradável onde se expõem
algumas das obras da grande herança artística da Instituição.

Existe um registo de 1669 no qual o pátio é referenciado como um espaço onde


se organizavam representações teatrais, em parte devido à sua localização no centro
da cidade, e portanto acessível a todos os que o quisessem visitar.

No séc. XVIII concretizavam-se exposições temporárias dos quadros dos


Benfeitores aquando da festa da Visitação de Nossa Senhora.

A Galeria dos Benfeitores foi inaugurada como tal a 18 de Maio de 1980, obra
do Eng. António Maria Kopke de Carvalho e por sugestão do então Provedor Conde de
Samodães. Esta estrutura possuía dois pisos, onde o piso superior apresenta uma
varanda que circunda o recinto. A sua cobertura é elaborada por vidro e ferro tendo a
forma piramidal e apoiada em oito colunas. O acesso ao piso superior faz-se por dois
lances de escadas em granito, localizando-se estas, uma de cada lado da porta de
entrada no pátio.

Esta mesma galeria é um exemplar de


Arquitectura de Ferro, técnica associada à
utilização de novos materiais (como o ferro, aço,
vidro, pedra, etc.) que acabaram por impor novas
soluções arquitectónicas.

Actualmente encontra-se exposta neste


recinto a Exposição Permanente, uma colectânea
de algumas das vastíssimas obras que a Santa Casa
possui.
Fig. 13 – Galeria dos Benfeitores

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Fig. 14 – Localização da
Galeria dos Benfeitores na
cidade do Porto (imagem do
Google Maps)

ARQUITECTOS PORTUGUESES

Nesta parte do trabalho tentamos recolher informação sobre arquitectos


portugueses que pudessem vir a realizar o projecto do Museu em questão. Na selecção
tivemos em conta a divulgação do seu trabalho, os prémios recebidos e se realizaram
ou não projectos de reabilitação de Património Cultural, nomeadamente na área dos
museus.

Alcino Soutinho

Alcino Peixoto de Castro Soutinho nasceu em Vila Nova de Gaia em 1930, e


formou-se na Escola Superior de Belas-Artes do Porto em 1957. A partir de 1973 foi
docente da Escola Superior de Belas-Artes do Porto e, mais tarde, da Faculdade de
Arquitectura da Universidade do Porto.

Foi o seu projecto para reabilitação do Museu Amadeo de Souza-Cardoso, em


Amarante (início em 1978), que lhe trouxe reconhecimento internacional.

Além do Museu Amadeo de Souza-Cardoso, Alcino Soutinho fez também o


projecto de reabilitação do Museu de Aveiro (início 2000, conclusão 2009), do Museu
Guerra Junqueiro no Porto (início Setembro de 1993) e do Museu do Neo-Realismo em
Vila Franca de Xira (início 2001, conclusão 2007), além de diversas outras obras de
destaque que por serem tão numerosas e por não pertencerem à temática em
questão, não puderam ser aqui referenciadas.

Prémios recebidos:

 1982 - Prémio "Europa Nostra" - International Federation of the Protection of


Europe's Cultural and Natural Heritage, pela recuperação do Castelo de Vila
Nova de Cerveira e adaptação a pousada (Pousada de D. Dinis);
 1984 - Prémio da AICA - Associação Internacional dos Críticos de Arte;

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 1988 - Condecorado com a "Medalha de Mérito" da Câmara Municipal de


Matosinhos;
 1992 - Condecorado com a "Medalha de Mérito" da Câmara Municipal de Vila
Nova de Gaia;
 1993 - Condecorado com a Comenda da Ordem Militar de Santiago de Espada;

Página Web: http://www.asoutinho.pt/

Joaquim Massena

Joaquim Orlando Fonseca Massena nasceu no Porto em 1953, licenciando-se


em Arquitectura em 1986. Em 1997 tornou-se Mestre em Restauro e Reabilitação do
Património pela Universidade de Alcalá de Henares, Madrid, Espanha. É, desde 1992,
professor convidado no departamento de Arquitectura da Escola Superior Artística do
Porto e no departamento de Planeamento e Gestão Urbanística do ISPGaya.

Na área da Reabilitação de Património, Joaquim Massena destaca-se pelos


projectos de reabilitação feitos visando obras sonantes como o Mercado do Bolhão, a
Quinta Santa Cruz do Bispo e a Igreja da Lapa.

Página Web: http://www.joaquimmassena.com

Gonçalo Byrne

Gonçalo Sousa Byrne nasceu em Alcobaça em 1941 e diplomou-se em


Arquitectura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa em 1968. Foi professor
convidado em Itália, Áustria, Espanha, Suíça, Estados Unidos e Portugal. Desde 1992 é
Professor Catedrático convidado no Departamento de Arquitectura da Faculdade de
Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.

Autor de uma vasta obra que visa particularmente os planos patrimonial e


cultural, deixamos aqui enumerados alguns dos projectos de Renovação e
Remodelação Urbana por ele encabeçados:

 Castelo de Trancoso - Projecto de Consolidação e Valorização, Trancoso,


Portugal

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 Requalificação da Zona Envolvente à Abadia de Santa Maria de Alcobaça,


Alcobaça, Portugal
 Projecto de Remodelação e Ampliação do Museu Nacional Machado de Castro,
Coimbra, Portugal
 Projecto de fecho e remate do Palácio Nacional da Ajuda e áreas envolventes,
Lisboa, Portugal
 Remodelação do Teatro Nacional D.Maria II, Lisboa, Portugal

 Remodelação no Palácio Marquês de Abrantes, Embaixada de França, Lisboa,


Portugal

Prémios recebidos:

 1988 – Prémio Nacional de Arquitectura;


 1993 – Prémio Nacional de Arquitectura;
 2000 – Medalha de Ouro da Academia de Arquitectura de França;
 2001 – Prémio A Pedra na Arquitectura

 2002 – Prémio TECU Architecture Award


 2005 - Título Honoris Causa pela Faculdade de Arquitectura da Universidade
Técnica de Lisboa, e é condecorado pelo Presidente da Républica com a Grande
Ordem de Santiago da Espada e a Cruz de Grande-Oficial da Ordem do Infante
D. Henrique.

Página Web: http://www.byrnearq.com/

MUSEUS DO PORTO

O Museu da Cidade do Porto é um museu descentralizado constituído por


vários núcleos museológicos temáticos, sendo que tentamos reunir informação sobre
estes para conseguirmos verificar quais os que tinham acervo em exposição idêntico
ao da Santa Casa do Porto, por forma a analisar quais os cuidados, qual a organização e
qual o público a quem se destina.

Desta pesquisa resultou uma lista de museus que passamos desde já a


enumerar:

 Museu Militar do Porto (www.exercito.pt);


 Museu do Carro Eléctrico (www.museudocarroelectrico.pt);

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 Museu de Arte Contemporânea, onde são expostas obras desde os finais da


década de 60 até á actualidade (www.serralves.pt);
 Museu Gerra Junqueiro, onde é exposta uma colecção de arte sacra, cerâmicas
e mobiliário reunidos durante as numerosas viagens do escritor;
 Museu Nacional da Imprensa, onde é contada a história da imprensa e das
artes gráficas bem como a exposição de máquinas de impressão
(www.museudaimprensa.pt);

 Arqueossítio da Rua de D.Hugo, exposição e conservação da mais longa


sequência de ocupação humana que até hoje foi documentada no Porto;
 Casa do Infante (Torre Norte);
 Gabinete de Numismática – Casa Tait, colecção de moedas e medalhas;
 Museu do Vinho do Porto, história e importância do comércio do vinho do
Porto no desenvolvimento da cidade;
 Museu Romântico da Quinta da Macieirinha, reconstituição do interior de uma
casa da burguesia abastada oitocentista;
 Museu Marta Ortigão Sampaio, exposição de colecções privadas de pinturas
naturalistas de pintores que viveram no Porto bem como de ourivesaria e
mobiliário;
 Museu dos Transportes e Comunicações, onde é contada a história dos
transportes e meios de comunicação e que conta com uma exposição
permanente sobre o automóvel (www.amtc.pt);
 Museu Nacional de Soares dos Reis, onde, á parte da exposição de obras de
outros artistas, conseguimos encontrar os pertences do escultor Soares dos
Reis (www.mnsr-ipmuseus.pt);

Fig. 15 e 16 – Museu Nacional de Soares dos Reis e Museu de Arte Contemporânea

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Fig. 17 – Museu de Transportes e Comunicações (Alfândega Nova)

De entre estes foram identificados como museus homólogos os seguintes: Museu


de Arte Contemporânea, Museu Guerra Junqueiro e Museu Marta Ortigão Sampaio.
No entanto, nenhum destes museus faz parte do Instituto Nacional de Estatísticas, por
isso tentamos basearmo-nos num museu muito idêntico ao que a SCMP quer
“construir”, neste caso tendo sido adoptado o Museu Nacional de Arte Antiga como
base de estudo para o nosso caso.

Através da análise estatística verificou-se que existe uma maior afluência nos
meses de Julho a Outubro, havendo uma distribuição uniforme entre as faixas etárias,
pelo que devemos optar por preservar e restaurar, se necessário, nos meses de maior
humidade e menor afluência do público, nomeadamente em Novembro, mês seguinte
aos de maior afluência, já que as obras estiveram num estado prolongado de
exposição, devendo voltar a ser expostas num período posterior a esta mesma
conservação. Relativamente às promoções de entradas, verificou-se que tem um fraco
fluxo de adesão. Como a SCMP não visa como objectivo principal a obtenção de lucros
mas sim uma difusão mais ampla a todo o público, dever-se-ia optar pela criação de
promoções, campanhas, incentivos e descontos de bilhetes para cativar um público
heterogéneo, permitindo que este pudesse vislumbrar os magníficos acervos.

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Fig 18 – Pormenor da tabela usada na análise estatística e referente ao Museu Nacional de


Arte Antiga

2ª Fase: Resolução do Problema

Após a conclusão da primeira fase do projecto que nos foi colocado em mãos,
sendo essa a recolha de informações relacionadas com vários pontos importantes,
como locais onde situar o museu, arquitectos a escolher e quais as colecções
pertencentes à Santa Casa da Misericórdia Porto, partiremos para a segunda fase na
qual pretendemos dar uma resposta às três principais perguntas que se podem colocar
neste trabalho: “Que obras expor?”, “Que localização escolher para o Museu?” e “Qual
deverá ser o arquitecto responsável pelo projecto?”.

Desta forma iremos neste ponto referenciar as obras que merecem destaque
de todo o acervo da SCMP.

Como não poderia deixar de ser, devemos dar uma importância e um destaque
acrescido às três obras mais valiosas e mais imponentes que a Santa Casa possui,
sendo estas a obra FONS VITAE e os dois Cálices de Arouca.

 FONS VITAE
Cerca de 1520
Oficina de Bruxelas/Escola Flamenga
Óleo sobre madeira de carvalho
Dimensões: 267 x 210 cm

Fig. 19 – FONS VITAE

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Magnífica jóia da pintura quinhentista que representa um verdadeiro ex-líbris


da SCMP, maravilhando pela beleza, harmonia e misticismo do conjunto da
composição.

No quadro figuram os membros da família real no tempo de D. Manuel I e as


pessoas que mais influíram na criação das Misericórdias. A figura do rei encontra-se
em primeiro plano, ajoelhado e ao centro, tendo a seu lado a segunda mulher D.
Maria. De um e outro lado das figuras reais estão representados os seus oito filhos,
duas infantas e seis infantes.

Desconhece-se quem terá sido o autor da pintura mas, devido aos personagens
nele retratados, supõe-se que deverá ter sido executado entre 1518 a 1521. Pela
análise dos pormenores, revela-se que o pintor, ou era da Flandres ou recebera fortes
influências da arte flamenga – particularmente visíveis na arquitectura dos
monumentos, na paisagem e na pequena charrua.

 Cálice de Arouca
Cronologia:1511/1520
 Cálice de Arouca
Cronologia: 1520/1540

Da primeira metade do séc. XVI, os cálices são de prata dourada provenientes do


Mosteiro de Arouca. São peças cuja base, haste e copa, bem como a patena que
acompanha o cálice, se encontram profundamente decorados com relevos figurativos.

De seguida, e pertencentes também à colecção de ourivesaria, consideramos as


seguintes peças como merecedoras de destaque devido à sua beleza, valiosidade e
complexidade no que toca ao trabalho necessário para as concretizar:

 Pendente e par de brincos


Cronologia: último quartel do séc. XVIII
 Coroa de Nossa Senhora da Misericórdia
Cronologia: cerca de 1800

A padroeira desta instituição, Nossa Senhora da


Misericórdia, tem uma coroa em prata dourada com aplicações de
pedras preciosas exibida numa escultura com decorações em
volutas, concheados e elementos fitomórficos.

Fig. 20 – Pormenor da escultura de

Turma 6 Pá gina 18
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Nossa Senhora da Misericórdia

Na colecção de Paramentaria existem numerosas peças de ornamentação do


espaço e vestimentas para as cerimónias religiosas, sendo que já referimos alguns
exemplos anteriormente (1ª fase). São tecidos ricos, na maior parte dos casos
bordados com sumptuosidade que como tal merecem, no nosso entender, uma secção
do Museu dedicada somente a esta temática.

Um dos elementos que merecem também uma galeria de exposição própria


são os Retratos dos Benfeitores, continuando assim uma prática da SCMP de há muitos
anos, que tem como propósito a exposição dos retratos dos seus beneméritos.

O acervo deste género de pintura é abundante, reflectindo um hábito antigo da


SCMP. Alguns exemplos de retratos deste género foram já enumerados na primeira
fase deste trabalho.

Por fim terá de ser englobada no museu uma Biblioteca na qual pudesse ser
consultado todo o Arquivo Histórico da Santa Casa mas, que possuísse também uma
sala para exposição dos seus manuscritos.

De seguida tentamos dar uma resposta à questão: “Onde localizar o Museu da


Santa Casa da Misericórdia do Porto?”. Para isso começamos por investigar qual o
Património que a SCMP possui, tanto edificado como no que toca a terrenos, no
entanto as posses são variadas já que a mesma possui habitações arrendadas, casas de
abrigo, hospitais, lares, creches, Património Arquitectónico, entre outros, o que
compreende uma vastidão de imobiliário. Porém, optamos por nos focarmos em dois
grupos distintos: no Património Arquitectónico, que enaltece e dá uma maior
importância ao acervo da Santa Casa, tornando-o místico e cheio de vida; e nos
terrenos possíveis para a própria construção de um grande museu.

Para a correcta realização deste trabalho foi necessário primeiro compreender


o funcionamento da Santa Casa, tendo-nos por isso deslocado à sua Sede na Rua das
Flores para entrarmos em contacto com a Dr.ª. Mónica Moreira, directora do Arquivo
Histórico da SCMP, que nos encaminhou para a história daquela instituição, dos seus
pertences documentados e que nos fez uma pequena abordagem sobre as exposições.
A partir daí catalogamos o Património Artístico mais importante que a Santa Casa
possui.

Não completamente satisfeitos com a informação recolhida entramos em


contacto com a Dr.ª. Regina Santos, directora do Património Artístico, que nos fez uma
abordagem sobre o que tencionariam realmente expor se fosse possível construir um
museu.

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Dezembro de 2009 [CASO DE ESTUDO – MUSEU DA MISERICÓRDIA DO PORTO ]

Com todas as informações de que dispúnhamos, analisamos as várias


possibilidades para a localização do Museu, tendo em mente os ideais transmitidos
pela Dr.ª. Regina, de que a SCMP quer construir um museu onde possa expor todas as
obras mais emblemáticas, e que, segundo o Dr. Abel Cardoso, director do Património
Imobiliário, desejam privilegiar casas de valor histórico que com alguma reabilitação
serviriam como excelentes museus. Daí resultaram dois locais possíveis para essa
mesma localização, a Sé, onde opera o Arquivo Histórico e o Património Artístico
(Galeria dos Benfeitores) e a Quinta da Prelada, casa de grande valor arquitectónico e
artístico para a cidade do Porto.

Destas duas opções, e analisados os prós e os contras, chegamos à conclusão


que dever-se-ia optar por construir o museu nas instalações da SCMP na Rua das
Flores, e que todas as entidades que operam nessas instalações deveriam ser
transferidas para a própria Quinta da Prelada, uma vez que a Sé da SCMP se localiza na
zona histórica do Porto e, em paralelo com a história do Porto, dá-se uma
continuidade à visita feita ao museu através de uma ligação à própria cidade, onde o
visitante além de apreciar as obras expostas, ambienta-se numa construção cheia de
sensações históricas inserida na cidade histórica do Porto.

Caso não fosse possível construir no local indicado, optar-se-ia pela reabilitação
da Quinta da Prelada e as entidades gestoras da Santa Casa continuavam no local em
que se encontram, apesar de esta ser uma opção que se situa deslocada do centro
histórico e antigo da cidade do Porto, sendo necessária a criação de uma rede de
transportes que efectuasse esta ligação.

No que toca à escolha do arquitecto responsável pelo projecto deste possível


Museu, consideramos que o mais indicado seria o conceituado Arq. Alcino Soutinho
devido à sua considerável experiência no campo de projectos de reabilitação de
museus, visto que no nosso cenário idealizamos que o Museu da Santa Casa deveria
ser edificado na actual Galeria dos Benfeitores, na Rua das Flores, a qual teria de sofrer
um processo de restauração, reabilitação e ampliação.

Na impossibilidade de contratar o arquitecto em questão, sugerimos como


segunda opção o Arq. Gonçalo Byrne, uma vez que também este dedicou muitos dos
seus projectos à reabilitação e remodelação de diversos espaços urbanos, dos quais
devemos salientar o Projecto de Remodelação e Ampliação do Museu Nacional
Machado de Castro, em Coimbra.

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Dezembro de 2009 [CASO DE ESTUDO – MUSEU DA MISERICÓRDIA DO PORTO ]

Em conclusão, e resumindo tudo o que foi dito anteriormente, consideramos


como cenário ideal a restauração e conversão da Galeria dos Benfeitores no novo
Museu da SCMP, encarregando o Arquitecto Alcino Soutinho do projecto em questão,
e não esquecendo de incorporar no projecto uma biblioteca com sala de exposições, e
diversas salas de exposição consoante a temática: Pintura Sacra, Retratos de
Benfeitores, Ourivesaria, Escultura e Talha, e Paramentaria, dando especial destaque
às cinco obras referidas nesta segunda fase do trabalho: FONS VITAE, Cálice de
Arouca, Cálice de Arouca, Pendente e par de brincos e a Coroa de Nossa Senhora da
Misericórdia.

Bibliografia

LITERATURA

 http://www.scmp.pt/
 http://jn.sapo.pt/paginainicial/interior.aspx?content_id=490917
 http://pt.wikipedia.org/wiki/Alcino_soutinho
 http://pt.wikipedia.org/wiki/Joaquim_Massena
 http://pt.wikipedia.org/wiki/Gon%C3%A7alo_byrne
 http://www.asoutinho.pt/
 http://www.byrnearq.com/
 http://www.joaquimmassena.com
 http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_main

IMAGENS

 http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a2/Obeliscos_Quinta_Prel
ada.JPG

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 http://www.scmp.pt/
 http://www.empatiaarqueologia.pt/foto/foto_path/251/medium/Estado_actu
al_do_labirinto_em_buxo__junto_da_Casa_da_Prelada.jpg
 http://farm2.static.flickr.com/1377/1125053879_717185576e.jpg?v=0
 http://2.bp.blogspot.com/_SIaQ57qgaPM/Rvf0-
6ElkjI/AAAAAAAAAM8/0FA1QTvDP7Y/s400/qprelada002.jpg
 www.google.pt (imagens diversas)
 http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_main
 http://maps.google.pt/

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