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Os Protestantes no Período Colonial

• Os Calvinistas Franceses;
• A “Invasão” Holandesa em Pernambuco.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Entender como se deram os primeiros contatos entre cristãos reforma-
dos e o Catolicismo no Período Colonial do Brasil e sua população.
UNIDADE Os Protestantes no Período Colonial

Introdução
Nesta Unidade, vamos abordar, de forma sucinta, como se deu o encontro dos
primeiros cristãos reformados com os nativos e os cristãos católicos no contexto do
Brasil Colonial, especificamente, os huguenotes franceses e sua intenção de fundar
na região fluminense a “França Antártica”, no século XVI, entre outros contatos
breves, até o século XVIII e, mais adiante, vamos abordar os protestantes holan-
deses em Pernambuco, no século XVII, em contato mais duradouro e marcante,
abordado em nossa historiografia.

As primeiras tentativas de instalar o Protestantismo na Colônia esbarraram na


aliança da Coroa portuguesa com a Igreja de Roma, que procurou defender sua
hegemonia sociopolítica apoiada na fé “católica” e, por esse motivo, tentou afastar
tudo que pudesse ameaçar essa hegemonia associativa entre Estado e Igreja.

Os Calvinistas Franceses
A história da colonização do Brasil é controversa e se lança com o modelo
de feitorias, adotado por Portugal, para comerciar com as nações africanas no
século XV.

Inicialmente, a Coroa portuguesa faz uma concessão para que Fernando de No-
ronha possa explorar comercialmente os “achados” do “novo mundo” no território
pertencente aos lusos, outorgado pelo Tratado de Tordesilhas que, desde 1494,
havia traçado uma linha imaginária dividindo “território e gente” que estivesse den-
tro daquele marco entre os reinos ibéricos.

Segundo Fausto, o Contrato terminou no ano de 1505 e não temos nenhum


registro que levantasse o interesse de Noronha de continuar explorando seu direito
de arrendamento, o que levou a Coroa a tomar a iniciativa de colonizar suas
possessões ultramarinas.

De acordo com o mesmo autor, até o ano de 1535, a atividade que moveu o
interesse dos portugueses por suas terras no novo mundo foi a atividade extrativista,
com foco no comércio do pau-brasil. Esse trabalho foi facilitado pelo contato com
os índios tupinambás que, segundo Fausto: “À medida que a madeira foi-se esgotan-
do no litoral, os europeus passaram a recorrer aos índios para obtê-la. O trabalho
coletivo, especialmente a derrubada de árvores, era uma tarefa comum à sociedade
tupinambá” (2002, p. 42).

Porém, o contato com os Tupinambás e outros grupos não fornecia apenas o


pau-brasil para ser enviado para a metrópole do Império português; outros produtos
também faziam parte desse comércio como, por exemplo, a farinha de mandioca;
em contrapartida, o pagamento aos nativos se dava por meio da entrega de vários
objetos: facas e canivetes e peças de tecido, entre outros.

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Figura 01 – Tratado de Tordesilhas
Fonte: Wikimedia Commons

Retomando a questão do Tratado de Tordesilhas, nome da cidade espanhola


na qual se realizou uma Conferência entre os Reinos ibéricos, o objetivo era que
fossem dirimidas as disputas por novos territórios “conquistados” por espanhóis e
portugueses em suas aventuras marítimas, que se acentuaram a partir do século XV
e que, teoricamente, deveriam ser resolvidas com esse Acordo; porém, a divisão
era de difícil aplicação, pois, somente no final do século XVII, os holandeses con-
seguiram desenvolver uma técnica capaz de medir longitudes.

Figura 02 – Meridiano de Tordesilhas (em roxo) demarcando os territórios


a explorar por Portugal e Espanha e o seu antimeridiano (em verde)
Fonte: Wikimedia Commons

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UNIDADE Os Protestantes no Período Colonial

Ainda de acordo com Fausto, quando os portugueses souberam da “descoberta”


de Colombo, que pensara estar descobrindo uma nova rota para as Índias, mas, na
realidade, encontrava-se no Caribe, às portas do “novo mundo”, bastou esse fato
novo para que as animosidades voltassem a se revelar.

Apesar de tudo isso ter resultado no Tratado acima mencionado, os problemas


dos portugueses não se resumiam às disputas com seu vizinho ibérico; havia outras
nações interessadas em expandir seus domínios e, assim, chegar a locais nos quais
pudessem lucrar com o comércio e a descoberta de novas terras.

Portugal esteve de olho, principalmente, nas descobertas de ouro e prata sobre


as quais a Espanha começava a dar notícias na Península, noticiando a descoberta
desses metais preciosos em seus “domínios”.

Poder tornar-se próspero com as aventuras marítimas aguçava o imaginário


popular dos peninsulares que, até então, estavam impossibilitados de ter qualquer
tipo de ascensão social; essa novidade – as navegações – fazia com que se lançassem
às aventuras incentivadas por seus reis e nobres.

Também dentro desse contexto de buscar o novo e a prosperidade, principalmente,


nos séculos XV e XVI e até o século XVII, havia casos em que a “fuga” se fazia
em ocasiões de perseguição política a determinados grupos; outros grupos de
pessoas de um país fugiam das disputas religiosas iniciadas em 1517, com a revolta
de Lutero contra o domínio do Papa e da Cúria Romana sobre grande parte do
território conhecido hoje como Alemanha.

Deve ficar claro que as disputas nesse contexto extrapolavam a causa religiosa
e atingiam os patamares político e econômico. Em relação ao aspecto religioso, a
Reforma atingiu outros países, entre eles a França, mas, dessa feita, a influência
reformista se dava pelas mãos de Calvino.

Nessa busca por um novo espaço geográfico no qual fosse possível se instalar e
viver a sua fé sem serem perseguidos, os huguenotes franceses, segundo Fausto,
instalaram-se no Brasil em duas ocasiões, entre 1555 e 1560, no Rio de Janeiro, e
de 1612 a 1615, no Maranhão, e depois novamente no Rio de Janeiro, em 1711.

Segundo o relato no livro de Fuga, a história huguenote na França foi tensa


desde seu início:
Os protestantes na França eram chamados huguenotes. O verdadeiro
significado deste nome não é bem conhecido, mas a palavra provavelmente
é derivada de outra que significa “os pactuantes”. O evangelho se espalhou
rapidamente depois do começo da Reforma na Alemanha em 1517.
Mas a poderosa Igreja Católica Romana, em cooperação com monarcas
franceses, lançou mão de todos os meios para impedir o progresso da
Reforma, usando forte e cruel perseguição. O primeiro mártir francês, um
monge agostiniano chamado Jean Valliers, foi queimado vivo na estaca
em Paris, no ano de 1523. Era o começo de uma severa perseguição
na qual milhares e milhares de cristãos, homens e mulheres, crianças
e velhos, leigos e clérigos, foram torturados e queimados vivos (FUGA,
2012, p. 8).

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De acordo com Bicalho, o comandante de navios Nicolas Durand de Villegagnon
chegou à Baía de Guanabara no crepúsculo do ano de 1555.

Não era novidade essa aproximação de franceses no litoral da Colônia portuguesa,


haja vista que franceses, segundo alguns estudos desse período, já “comerciavam”
com os nativos o nosso ouro vermelho, o pau-brasil, madeira bastante valorizada
naquele contexto devido a suas propriedades corantes. Em alta no Mercado europeu
do período, esse comércio se dava na forma de escambo.

Porém, havia também outra finalidade: a expedição comandada por Villegagnon


pretendia fundar por essas bandas o que ficou depois conhecido na nossa histo-
riografia como “França Antártica”, ou seja, uma Colônia protestante francesa no
“Novo Mundo”.

Mas as disputas político-econômicas do período com países europeus como, por


exemplo, França, Inglaterra e Holanda, capitaneadas por saqueadores conhecidos
como corsários, representavam constante ameaça para os colonizadores ibéricos,
tanto para os lusos, quanto para os castelhanos.

O problema maior não era apenas uma colônia protestante no mundo ibérico
ultramarino, mas a ameaça ao exclusivo comercial que habitava a prática econômica
exercida pelas nações europeias daquele contexto.

Segundo Bicalho:
Havia muito que embarcações francesas navegavam por estas bandas,
realizando escambo com populações indígenas, embarcando grandes
quantidades de pau-brasil. A expedição de Villegaignon e a criação da
França Antártica, embora possuíssem objetivos muito mais complexos e
duradouros (...) [havia] disputa lusofrancesas pelas riquezas, pelo comércio
e pelo domínio ultramarino. Em outras palavras, (...) as recorrentes
ameaças representadas pelo corso francês, no Atlântico Sul. A abordagem
da dinâmica do corso permite que se compreenda o movimento maior
de disputa europeia por mares e territórios coloniais. O sentimento de
medo dele decorrente, ao influenciar a tessitura do colonialismo moderno,
possibilita a interpretação das marcas e dos significados impressos no Rio
de Janeiro e nos séculos XVI, XVII e XVIII (BICALHO, 2008, p. 29).

Bicalho (2008, p. 30) nos informa ainda que:


Na carta que Tomé de Souza escrevera ao rei em junho de 1553 (...)
pode-se perceber uma profunda admiração pelas riquezas naturais (...)
somada à precaução e aos cuidados necessários diante do intenso assédio
dos franceses. A colonização estava em um estágio bastante incipiente,
havia iniciado de fato no ano de 1549 com a chegada do governador ge-
ral, Tomé de Souza e uma missão jesuítica comandada pelo padre Manoel
da Nóbrega, tudo estava por ser ordenado dentro de uma administração
efetiva de ocupação, diferente das feitorias, forma de contato comercial
que os lusos utilizavam, e que já mencionamos acima, agora era neces-
sário administrar de fato e colocar em prática seu acordo de converter os

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infiéis e, para isso, “as cartas e ordens régias, provisões, e toda sorte de
correspondência oficial, permitem uma apreensão específica da experiên-
cia e do contato com o novo espaço a ser desbravado e ordenado”.

Dentro da dinâmica da defesa patrimonial, ou seja, de seu espaço geográfico


na América recém descoberta, os portugueses começaram a conviver com
a possibilidade do cisma religioso no seio da Cristandade, que estava sendo
encaminhado a passos largos desde os conflitos de 1517 e houve a instalação do
Concílio de Trento, na cidade do mesmo nome, no ano de 1546, na região do
Tirol (Itália), convocado pelo Papa Paulo III.

O problema do encontro entre os calvinistas franceses e os cristãos portugueses


se deu num contexto em que a verdade de fé era excludente, ou seja, não se aceitava
outra forma de religiosidade que não fosse a ditada pelo centro de regulação, a
partir de Roma.

Segundo Matos: “A cristandade colonial procurou afastar qualquer ameaça à sua


integridade e hegemonia sociopolítica, seja no foro externo, seja no interno. Na con-
cepção católica da época não havia lugar para o diferente” (MATOS, 2001, p. 251).
Explor

Concílio de Trento: https://goo.gl/tCpNWP

A questão religiosa extrapola as questões de fé, engloba questões mais densas,


pois, dentro da cosmovisão ibérica, uma coisa que estava intrinsicamente ligada
à questão de pureza de sangue relacionava-se ao mundo religioso, e essa questão
estava no princípio da divisão da Sociedade.

No Brasil, ou em qualquer parte do mundo ocidental daquele contexto, os súditos


estavam por definição automaticamente ligados ao Cristianismo (reforçando, ainda
não havia se processado a divisão que determinaria outras formas de religiosidade
cristã no Ocidente europeu), ou seja, em sendo colono português, ou negro africano
e ou “índio”, habitantes do universo imperial luso, você seria católico; porém,
nem todos tinham os mesmos direitos, somente os puros de sangue ascendiam
socialmente ou no seio das ordens religiosas da época.

Segundo Fausto:
Um princípio básico de exclusão distinguia determinadas categorias
sociais, pelo menos até uma Carta-lei de 1773. Era o princípio de pureza
de sangue. Impuros eram os cristãos-novos, os negros, mesmo quando
livres, os índios em certa medida e as várias espécies de mestiços. Eles não
podiam ocupar cargos de governo, receber títulos de nobreza, participar
de irmandades de prestigio etc. A Carta-lei de 1773 acabou com a
distinção entre cristãos antigos e novos, o que não quer dizer que daí para
frente o preconceito tenha se extinguido (FAUSTO, 2002, p. 65).

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Os judeus enfrentaram muitos preconceitos; eram os mais ou menos católicos,
chamados de cristãos-novos, judeus ou seus descendentes, e foram obrigados a se
converter ao Cristianismo por decisão da Monarquia lusa (1497).

Sobre eles, pesava a suspeita adicional de praticar em segredo a religião judaica.


Os cristãos-novos tiveram papel relevante, desde os primeiros tempos da Colônia,
e veremos, ainda, que com a instalação dos holandeses em Pernambuco, no século
seguinte, houve inclusive a abertura da primeira sinagoga na América, devido à
tolerância religiosa que se implementou naquele contexto para que os objetivos de
exploração da produção açucareira fossem atingidos.

Mas, em grau de maior desconfiança, estava o europeu que abraçava uma nova
forma de confissão cristã apartada de Roma. Eles sofreriam todo tipo de repudio
da sociedade ibérica; eram os “protestantes ou cristãos reformados”.

Portugal se colocava como a nação escolhida para propagar a fé católica junto


aos povos infiéis de todo o mundo: “É visto como uma nação messiânica que de
Deus recebeu a missão de dilatar a fé e o império. A monarquia está a serviço desse
ideal, tendo assim um caráter sagrado. Semelhante mentalidade é transportada para
os territórios ultramarinos” (MATOS, 2001, p. 251). Portanto, seria inimaginável
receber um grupo de “hereges” nos domínios desse povo destinado a dilatar a fé e
a ortodoxia de que acreditavam ser portadores.

Todo cuidado para que a dimensão religiosa e moral dentro do projeto português
de colonização não fosse maculada vinha amparado por normas de instâncias
oficiais do Estado português, direto da metrópole, ou seja, a religião e o Estado
normatizavam suas ações por meio de Leis.

Entre o Esporádico e o Permanente


Após explanarmos de forma sucinta os conflitos políticos, econômicos e sociais
que envolviam os portugueses e outras nações europeias e a problemática de tomar
posse efetivamente de seu território ultramarino, houve a violação do direito de
Portugal administrar de forma exclusiva seu território, sem a intervenção de outra
nação, conforme era o entendimento da época.

Os franceses, como vimos, não se intimidavam em negociar com os índios na


costa brasileira e, para piorar a relação entre lusos e franceses, a tentativa de se
fixar na Baía de Guanabara provocou muita dor de cabeça ao Governador Geral
do Brasil.

A intenção do comandante Nicolas Durand de Villegaignon, em 1555, era a


de instalar na Baía de Guanabara um “império francês ultramarino”, com o apoio
do líder huguenote, o almirante Gaspard de Coligny, cansados da perseguição
religiosa que esse grupo estava sofrendo em seu país.

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As terras da costa brasileira eram extensas e pouquíssimo ocupadas por europeus;


a cidade do Rio de Janeiro seria fundada apenas no ano de 1565 por Estácio de
Sá, incumbido, justamente, de ocupar aquele espaço geográfico para tentar por fim
às disputas entre portugueses e franceses naquela região.

Mas, voltando à ocupação francesa daquele ano, foi construído, pelos franceses,
um forte no local, chamado de “Forte Coligny”, onde hoje está situado o Aeroporto
Santos Dumond, região central da cidade.

Dessa forma, era lançada a “pedra fundamental” do que seria chamado de


“França Antártica”.

A “Terra de Santa Cruz” estava, dessa maneira, na visão portuguesa, sendo


invadida por hereges estrangeiros, e ficou registrado na história dos huguenotes
franceses um grande feito por eles realizado, ou seja, o primeiro culto e a primeira
celebração da “Ceia do Senhor” protestante em solo americano:
No dia 10 de março, numa quarta-feira, após o desembarque, os Hu-
guenotes realizaram o primeiro culto Reformado onde pregou o ministro
Pierre Richier, expondo o versículo quarto do Salmo vinte e sete. O mi-
nistro Richier orou invocando a Deus. Em seguida foi cantado por todos
o Salmo 5, com a melodia de Genebra: “Ouve, Senhor, minhas palavras.
Acode os gemidos meus. Escuta-me, Deus meu e Rei! À minha voz que
clama, implora, vem dar ouvidos” (...) no domingo dia 21 a Igreja foi
instalada de perfeito acordo com as doutrinas, leis e regras de Genebra,
quando na ocasião foi celebrada pela primeira vez na América a Ceia do
Senhor (FUGA, 2012, p. 14).

Houve a ofensiva portuguesa contra o Forte instalado na Baía de Guanabara, no


ano de 1560, ordenada pelo terceiro Governador-geral do Brasil, Mem de Sá, que
governou nosso território entre os anos de 1558 e 1572.

De acordo com documento da época, o padre Anchieta atribuía a vitória dos


portugueses a um milagre divino. Pode-se ler, em alguns trechos, extraídos de
Matos: “Pela justiça foram ajudados do Senhor dos Exércitos (...) e é de crer que
muitos hereges fugiram com espanto que lhes pôs o Senhor contra as forças
humanas” (MATOS, 2001, p. 254).

Apesar da vitória anunciada por Anchieta, após a investida de Mem de Sá con-


tra o Forte de Coligny, os calvinistas franceses deixam totalmente o local no ano de
1567, ou seja, dois anos depois de ser fundada a cidade de São Sebastião do Rio
de Janeiro, pelo sobrinho do governador, Estácio de Sá.

Os puritanos tiveram seus sonhos realizados com a “França Antártica” na Baía


de Guanabara por quase uma década. Foi assim, portanto, a primeira experiência
protestante na América do Sul. Uma nota lamentável foi a morte de Coligny,
puritano que deu nome ao forte, morto na “Noite de São Bartolomeu”, em Paris,
no dia 24 de agosto de 1572.

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A “Ivasão” Holandesa em Pernambuco
Os holandeses eram conhecidos parceiros comerciais dos portugueses, e essa
relação está intrinsecamente ligada ao comércio de açúcar aclamado como o “ouro
português” das suas possessões ultramarinas.

O açúcar era um produto muito valorizado e, nesse contexto, da invasão holan-


desa, os portugueses estavam sob domínio espanhol, desde 1580, devido à vacân-
cia no trono luso, haja vista que, com a morte de D. Sebastião, no ano de 1578,
sem deixar sucessor, o representante mais próximo dele e que deveria assumir o
trono era o cardeal D. Henriques, um religioso de idade avançada que veio a falecer
no ano de 1580.

Vago o trono, coube um intrincado jogo sucessório que recaiu sobre a Dinas-
tia Filipina, ou seja, um monarca do império espanhol, inimigos viscerais dos
holandeses devido à perseguição religiosa imposta a eles desde o reinado de
Carlos V. A Dinastia Filipina substituiu a Dinastia de Avis e governou Portugal
durante seis décadas.

Esse episódio deixou os holandeses furiosos já que, com a “União Ibérica”, o


comércio deles com os portugueses encontrava-se sob séria ameaça, ou seja, na
prática, esse comércio seria extinto.

A Espanha tinha um império imenso e com isso não deu a devida atenção aos
problemas dos portugueses em relação à defesa de seu território. Os holandeses
eram difíceis de serem vencidos, e isso ficou provado, com o tempo de ocupação
que eles conseguiram realizar no território brasileiro.

Alguns historiadores acreditam que esse conflito foi o maior em território


brasileiro durante o Período Colonial e tomou dimensões muito maiores do que
se podia acreditar que tivesse naquele contexto, pois não foi um conflito apenas
regional; ele tomou dimensões muito maiores devido ao seu alcance político-
econômico, e a importância que esse comércio tinha com a Europa. Os espanhóis
tinham outras preocupações em seu Império e os portugueses tiveram de lidar com
a situação praticamente sozinhos.

Segundo Fausto (2002, p. 84), esses conflitos: “Fizeram parte do quadro das
relações internacionais entre os países europeus, revelando a dimensão da luta
pelo controle do açúcar e das fontes de suprimento de escravos”.

A religiosidade ibérica fundada em mitos messiânicos era/é tão importante


para esses povos que ao serem reintegrados ao Império espanhol, os portugueses
recorreram mais uma vez às “visões” milenaristas, pois essa volta aos domínios
espanhóis deveu-se à crise sucessória após a morte do rei Sebastião na batalha de
Alcácer-Quibir, lutando contra o imperador do Marrocos, considerado infiel diante
dos olhos do povo cristão e, diz uma lenda, que o povo português recusou-se

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UNIDADE Os Protestantes no Período Colonial

a aceitar a morte de seu rei e acreditavam que “D. Sebastião regressaria um


dia ao seu reino para o conduzir até uma época áurea, em que o mundo inteiro
seria unido numa monarquia universal sob a Coroa portuguesa” (WILLIAMSON,
2012, p. 81),

Como era uma crença popular, ela influenciou os povos sob o domínio por-
tuguês, que acreditava ser o povo eleito por Deus para salvar o mundo e deveria
combater os infiéis em seus domínios; apesar de não estar no controle, a cosmovi-
são ibérica se assemelhava e eram reinos católicos em combate contra o diferente.

A relação de Portugal e Holanda mudou, então, por causa do conflito existente


entre os países baixos e os espanhóis; ficava claro, nessas circunstâncias, que a
Espanha não iria manter o tipo de relação que Portugal mantinha com as Compa-
nhias de Navegação holandesa no comércio e transporte do açúcar.

Alguns historiadores dizem que “a guerra foi uma luta pelo açúcar”. Mas essa
guerra teve início em outras bandas. Os holandeses começaram atacando os
domínios lusos na Costa africana, no ano de 1595, e depois se voltaram para a
Costa brasileira, com o ataque a Salvador, no ano de 1604. Houve um período de
calmaria nessa relação, devido à paz provisória entre Espanha e Holanda, nos anos
de 1609 a 1621.

Foi uma trégua curta, de apenas doze anos; a partir daí, a Holanda criou
uma Companhia de Navegação chamada de “Companhia Holandesa das Índias
Ocidentais”. O alvo da criação dessa Empresa mista, formada por capitais do Estado
e investidores particulares, era o comércio do açúcar produzido nas possessões
lusas da América e, relativamente, descuidado pelo Império espanhol.

Os holandeses investiram contra Salvador no ano de 1624, e tomaram a cidade


com relativa facilidade; porém, houve resistência de parte da população rural,
chefiada pelo novo Governador, Matias de Albuquerque, e pelo bispo local, D.
Marcos Teixeira.

A resistência durou até a chegada da Europa de um reforço de combatentes


que vieram numa grande frota de navios, cerca de 52 naves. O combate durou até
meados do ano de 1625 e, não conseguindo se expandir para além dos limites da
cidade, os holandeses recuaram depois de um ano.

Depois de cinco anos de espera, os holandeses atacaram Pernambuco, em


1630, travando várias batalhas durante quase sete anos, até conseguirem dominar
a região, em 1637, num arco que compreendia do Ceará até o Rio São Francisco.

Segundo os portugueses, a vitória dos holandeses deveu-se à traição do alagoano


Domingos Fernandes Calabar, que aderiu às forças holandesas como informante e
traiu os luso-brasileiros; porém, o traidor foi preso e executado.

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Esse momento tenso foi substituído por um período de relativa paz, que corres-
pondeu ao período do governo do nobre holandês Maurício de Nassau, que com-
preendeu os anos de 1637 a 1644.

Os feitos políticos e administrativos de Nassau, durante o seu governo, são


lembrados com bastante afeição até os dias atuais.

Em primeiro lugar, em seu governo, a Economia açucareira voltou a ter destaque


internacional, ajudou a sociedade local a se desenvolver, trouxe melhorias urbanas
para o Recife, pressionou os proprietários de Engenho a produzirem mais açúcar,
ou seja, o rendimento da produção de açúcar aumentou durante um bom período
de sua administração. Mas, a preocupação de Nassau com a sociedade local ocupou
outros lugares que eram incomuns naquele contexto da América portuguesa. Ele
trouxe para o país artistas e intelectuais para documentar o que era visto por aqui.

Apesar de ser calvinista, Nassau esteve à frente de seu tempo, e demonstrou


relativa abertura para a tolerância religiosa. Ele foi tolerante com católicos em
seus domínios e autorizou a construção de sinagogas no Recife, “os chamados
cripto-judeus, isto é, os cristão-novos que praticavam o antigo culto às escondidas,
foram autorizados a professá-la abertamente. Duas sinagogas existiram no Recife
na década de 1640, e muitos judeus vieram da Holanda” (FAUSTO, 2002, p. 86).

Segundo alguns historiadores, ao se retirarem do país, os holandeses pediram


que os judeus fossem autorizados a deixar o país com eles; diz-se que muitos
migraram para o Suriname, para Nova Iorque e para a Jamaica, ou retornaram
para a Europa e foram viver na Holanda.

Em relação aos artistas trazidos pela missão de Nassau para o país, podemos
destacar alguns personagens que construíram fama posterior e que são nossos
conhecidos até a atualidade, como, por exemplo, o hoje famoso pintor de paisagens
e cenas do cotidiano brasileiro, Franz Post.

Outro destaque administrativo foi a construção da “Cidade Maurícia”, ao lado


da velha Recife. Nela, encontra-se presente um traçado geométrico e os canais
que imitavam nos trópicos os canais europeus da Amsterdã de Nassau. O período
de Nassau no país, segundo Fausto, chegou ao fim, “por causa de desavenças
com a Companhia das Índias Ocidentais. Nassau regressou à Europa em 1644”
(FAUSTO, 2002, p. 86).

Os Países Baixos pertenciam ao Império espanhol; seus nobres, que faziam


parte do Conselho, foram excluídos das decisões do Império; a quebra de acordo
partiu do Conselho de Regência de Felipe II, rei de Espanha, o que provocou
todo o conflito, que teve séria perseguição dos espanhóis contra os protestantes
da região que englobava a Holanda calvinista, mas, nem toda a região tinha se
tornado protestante.

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UNIDADE Os Protestantes no Período Colonial

Os holandeses formavam o maior contingente de adesão à “nova fé”. Os excessos


calvinistas provocaram um racha entre os Países Baixos. A Espanha esteve em
guerra contra os países baixos por aproximadamente oitenta anos.

Essa Guerra durou de 1568 a 1648, encerrando-se com o “Tratado de


Westfália”, em função da “fusão” da Guerra entre espanhóis e holandeses com
a Guerra europeia, conhecida como a “Guerra dos Trinta Anos”, que durou de
1618 a 1648 e que teve como motivação os conflitos religiosos, dinásticos e
comerciais entre várias nações europeias.

Em relação às atividades comerciais dos holandeses, como dissemos acima, o


açúcar era muito rentável e eles tinham um acordo comercial com os portugueses
e eram inimigos dos espanhóis, pois tentavam se desvincular do domínio espanhol
desde sua integração a esse império, por meio de Carlos V, imperador do sacro-
-império e de outras posições pertencentes à expansão do Império castelhano, que
ele herdou com a morte dos reis católicos Isabel e Fernando.

As Companhias das Índias Orientais (1602) e depois a Companhia das Índias


Ocidentais (1621) tinham como objetivo colonizar e comerciar os produtos das
regiões dominadas por eles, mediante a conquista de regiões economicamente
vantajosas, pois, “As autoridades holandesas asseguravam à nova companhia um
monopólio comercial de 24 anos. O Brasil era um alvo cobiçado da Companhia
das Índias Ocidentais” (MATOS, 2001, p. 258).

De acordo com Matos, a administração de João Mauricio de Nassau Siegen


(1604-1676) foi notável justamente porque, além de governar de forma eficiente
as regiões conquistadas dos portugueses na colônia do Brasil, ele se preocupava
não apenas com as terras e seu rico produto, o açúcar, mas dedicou especial
atenção a seus moradores, quando soube conciliar diversos interesses em jogo:
“Em relação às divergências religiosas mostrava-se prudente e de bom, logicamente
sempre condicionado pelo papel que exercia na Companhia, ávida de obter o lucro
máximo da empresa” (MATOS, 2001, p. 259), ou seja, como obter o máximo de
lucro lidando com um grupo de homens insatisfeitos!

O jeito foi ser conciliador até o limite do tolerável, dentro do contexto.

Seu jeito conciliador recebeu, inclusive, elogios dos jesuítas, pois não foi hostil
aos católicos na região sob seu domínio, haja vista que isso não era a norma a ser
praticada contra os povos conquistados, pois, “Representante de uma instituição
originada no espírito militante do Calvinismo, evitou as medidas extremas de
repressão pedidas pelos pastores protestantes, contra o que eles chamavam de
superstições e insolências dos papistas” (MATOS, 2001, p. 259).

Os calvinistas não toleravam as festas da Igreja Católica e seus cultos aos santos;
eram avessos as procissões e outras manifestações da celebração romana.

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A questão aqui, na realidade, vai muito além do espírito de fé que movia as
guerras religiosas na Europa daquele contexto; o que interessava era o lucro com
o comércio e tirar o máximo proveito da concessão de 24 anos para explorar o
comércio local concedido para as Companhias de Comércio.

Na realidade, documentos obtidos por essas companhias davam a entender que


se concedessem liberdade de culto aos povos conquistados, apesar de que “Os mi-
nistros calvinistas solicitavam continuamente providências contra os católicos que
saíam à rua a conduzir o ‘ídolo do Rosário’, que batizavam crianças negras e índias,
que abençoavam moendas dos engenhos nas botadas etc.” (MATOS, 2001, p. 259).

Nassau foi um governante e devia conciliar interesses; não podia se levar pelas
paixões; porém, no cotidiano, os conflitos nunca deixaram de existir, ou seja, ele
estava rodeado de outros atores nesse jogo intrincado entre Política e Economia
de que a Religião fazia parte; católicos e protestantes não deixaram de lado as
rivalidades durante o período de Governo holandês no nordeste.

“Em relatório ao Conselho dos Senhores XIX (colégio de dirigentes da Companhia


das Índias Ocidentais da Holanda, sobre o estado das capitanias conquistadas no
Brasil (...) se queixavam das dificuldades encontradas pelos predikanten” (MATOS,
2001, p. 261).

Os predikanten eram pastores missionários que estavam relatando as dificuldades


que tinham para evangelizar os povos do nordeste. Segundo eles, “Sobre o culto di-
vino e a religião, há pouca aparência de que os portugueses se convertam à religião
reformada, porque ali só há um ministro que prega na língua deles, mas nem um só
português compareceu às predicas, nem o procuram” (MATOS, 2001, p. 261).

Em relação às queixas dos predikanten, pastores reformados que missionavam


no nordeste holandês, fica claro que as dificuldades que eles encontraram naquele
contexto era a mesma dificuldade encontrada com os jesuítas e outras ordens
religiosas católicas que tentaram por décadas converter os indígenas, mas que,
séculos mais tarde, podemos afirmar, foi apenas parcialmente eficiente porque,
assim como os europeus, os indígenas tinham sua fé, sua Lei e seu rei, e não se
muda uma cultura com sua cosmovisão formada há séculos à força.

No caso da divisão cristã, a base estava formada; o Deus e a palavra eram os


mesmos, apesar das novas interpretações dadas por cada grupo cristão que estava
se dividindo.

No caso dos indígenas, a coisa se complica um pouco mais, pois impor a fé e a


cultura europeia era algo mais difícil.

Quem disse que eles não possuíam Fé, Lei e Rei?

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UNIDADE Os Protestantes no Período Colonial

Segundo Laima Mesgravis, o estereótipo repetido por Simão de Vasconcelos e


entre outros jesuítas era uma imagem retórica engenhosa que, na verdade era um
sofisma para impor a eles sua cultura, isto é, “Era um fecho para as longas descri-
ções da organização social, política e religiosa dos índios, procurando demostrar o
perigoso estado de anarquia moral de suas vidas e a necessidade de impor autori-
dade aos valores da civilização europeia” (MESGRAVIS, 2001, p. 39-40).

Apesar da proximidade cultural, os calvinistas holandeses estavam reclaman-


do da rejeição da comunidade luso-brasileira em aceitar seu chamamento à nova
ordem religiosa, recusando-se a escrutar os pastores que lá estavam, pois, eles
“Recusam-se a prestar ouvidos a isso com pertinácia, o que procede do que lhes
disseram os padres, isto é, que a nossa doutrina é uma doutrina herética e maldita,
da qual não poderiam ouvir falar sem incorrer no pecado da heresia, e coisas tais”
(MATOS, 2001, p. 261).

Os pastores tentaram recorrer ao mesmo método dos jesuítas, ou seja, pretendiam


ensinar a mocidade nos colégios; porém, diferente dos índios nas reduções
jesuíticas, os portugueses não mandavam seus filhos para os colégios protestantes,
os “curumins” foram aos colégios, mas os jesuítas também não conseguiam impor
a eles a cultura ibérica com a facilidade que se imaginava.

O período de Nassau chegou ao fim no ano de 1644 e, com sua saída, inten-
sificou-se a atuação dos pastores calvinistas. Uma das medidas foi a proibição da
entrada de missionários católicos na região ocupada pelos holandeses; outra ati-
tude dos ocupantes do território foi a proibição dos padres que lá estavam de se
comunicar com o bispo da Bahia. A tão divulgada tolerância religiosa dos tempos
de Nassau estava se esvaindo e o cerco a outras religiões estava se intensificando.

“O proselitismo calvinista estendia-se, igualmente, aos índios, especialmente os


potiguares, aliados dos holandeses. As figuras mais conhecidas de índios convertidos
à religião reformada são Pedro Poti e Antônio Paraopeba” (MATOS, 2001, p. 262).

O interessante é que Pedro Poti foi enviado à Holanda, mas seu primo, Antô-
nio Felipe Camarão, foi um dos líderes que resistiram à invasão dos holandeses
em seu território.

O destino de Pedro Poti foi a tortura e a morte em um navio português. Cap-


turado e julgado como traidor, morreu na viagem para Lisboa, no ano de 1652;
porém, foi irredutível às ameaças e se manteve fiel ao seu novo credo.

Quanto à perseguição dos calvinistas aos católicos, houve períodos de maior e


menor intensidade e um fato a ser registrado é que os primeiros santos brasileiros,
beatificados no ano de 2000, pelo Papa João Paulo II, foi justamente em relação
a um martírio coletivo infringido pelos calvinistas holandeses a um grupo de reli-
giosos e leigos do interior do Rio Grande do Norte, os chamados protomártires,
sacrificados na primeira metade do século XVII.

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Segundo Pereira:

O primeiro massacre ocorreu no dia 16 de junho de 1645, em Cunhaú, a


80 quilômetros de Natal, e o segundo numa localidade às margens do rio
Uruaçu. A brutalidade das cenas de tortura e a morte bárbara mancham
profundamente a história dos holandeses no Brasil, e atestam igualmente
a vitalidade católica dos moradores da região (PEREIRA, 1999, apud.
MATOS, 2001, p. 263).

De acordo com Matos, a revolta que pôs fim ao domínio holandês no Nordeste
teve, para além de motivos político-econômicos, um forte cunho religioso.

As forças lideradas por João Ferreira Vieira manifestavam, em documentos


deixados para a posteridade, um fervor religioso capaz de motivá-los a enfrentar o
inimigo do Estado e da religião.

Podemos notar essa motivação num escrito da época: “Prostrados aos pés de
Vossa Majestade, tornamos a pedir socorro e remédio com tal brevidade que nos
não obrigue a desesperação, pelo que toca ao culto divino, a buscar em outro
Príncipe católico o que vossa Majestade esperamos” (MATOS, 2001, p. 264).

O sentimento religioso da resistência aparece em vários documentos da época,


como mencionado. Esse fato contribuiu muito para a revolta da população dominada
no Nordeste brasileiro, além, é claro, das motivações políticas e econômicas.

Os holandeses foram derrotados no ano de 1654, mas o Tratado de Paz entre


Portugal e Holanda foi assinado apenas no ano de 1661.

Reformas e Reformadores
Ocorrido como um desdobramento da Reforma Luterana, o movimento Calvinista foi uma das principais
correntes surgidas da Reforma Protestante. A Suíça, criada após sua separação do Império Romano-
Germânico, em 1499, teve contato com as ideias de Martinho Lutero através da pregação feita pelo
padre Ulrich Zwinglio. Ao propagandear as doutrinas luteranas pela Suíça, Zwinglio desencadeou
uma série de revoltas civis que questionavam as bases do poder vigente. A prática do zwinglianismo
preparou terreno para a doutrina que seria mais tarde criada pelo francês João Calvino. Perseguido
em sua terra natal, João Calvino refugiou-se na Suíça com o intuito de disseminar outra compreensão
sobre as questões de fé levantadas por Martinho Lutero. Segundo Calvino, o princípio da predestinação
absoluta seria o responsável por explicar o destino dos homens na Terra. Tal princípio defendia a ideia
de que, segundo a vontade de Deus, alguns escolhidos teriam direito à salvação eterna. Os sinais
do favor de Deus estariam ligados à condução de uma vida materialmente próspera, ocupada pelo
trabalho e afastada das ostentações materiais. De acordo com alguns estudiosos, como o sociólogo Max
Weber, o elogio feito ao trabalho e à economia fizeram com que grande parte da burguesia europeia
simpatizasse com a doutrina calvinista. Contando com esses princípios, observamos que a doutrina
calvinista se expandiu mais rapidamente que o Luteranismo. Em outras regiões da Europa o calvinismo
ganhou diferentes nomes. Na Escócia, os calvinistas ficaram conhecidos como presbiterianos; na França,
como huguenotes; e na Inglaterra, foram chamados de puritanos.
SOUSA, Rainer Gonçalves. Calvinismo. Brasil Escola. Disponível em: https://goo.gl/YD9Nrr. Acesso em: 20 abr. 2018.

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UNIDADE Os Protestantes no Período Colonial

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

  Sites
Museu Ricardo Brennand
Visitar o museu Ricardo Brennand On.Line Tour Virtual.
https://goo.gl/rdPzn4
Museu Huguenote Daniel La Touche
Visitar o museu Huguenote Daniel La Touche On.Line Tour Virtual.
https://goo.gl/SBZkaU

 Vídeos
Henrique IV, Rei de Navarra – Os Huguenotes
https://youtu.be/5KZZFSj2lGM
Brasil dos Holandeses – Expedições
https://youtu.be/KBjAKZlMBOk

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