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FACULDADE EVANGÉLICA RAÍZES

DIREITO
10º PERÍODO

ELIZAMARA PARREIRA LIMA


JOÃO VICTOR MOREIRA DE CARVALHO
LILIAN TAKAKO ENDO
WELISON MARQUES DE ARAÚJO

DA APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

ANÁPOLIS-GO
2018
DA APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Trata-se, pois, de um benefício previdenciário aos segurados da mesma, regido


pelo art. 201, §1º, I e §8º, CF; e ainda pelos artigos 52 a 56 da Lei 8.213/1991 e 56 a 63 da
RPS, tendo sido formulada pela emenda constitucional 20/1998.

1. REQUISITOS

Em resumo, o tempo de contribuição, que nada mais é do que “o tempo contado


de data a data, desde o início até a data do requerimento ou do desligamento de atividade
abrangida pela previdência social, descontados os períodos legalmente estabelecidos como de
suspensão de contrato de trabalho, de interrupção de exercício e de desligamento da
atividade” (HUBACK, Kerlly, 2012, pág. 168); que não deve se confundir com o tempo que
perfaz o consequente envelhecimento natural do corpo humano, uma vez que pode resultar na
diminuição da pujança laborativa, porém,faz-se mister ressaltar que a incapacidade não é
pressuposto da prestação. Sendo, inclusive, diferente o tempo de contribuição para homens e
mulheres para que se aposentem com salário integral, sendo 35 e 30 anos respectivamente
(art. 201, §7º, I, CF)1.
A aposentadoria por tempo de contribuição não arrola, entre seus requisitos, a
exigência de idade mínima. Basta reunir tempo de contribuição e carência 2. A idade do
segurado é relevante para a determinação do valor do benefício, uma vez que incidirá o fator
previdenciário3, mas não para o deferimento da prestação.

2. CARÊNCIA

1
Há ainda outro caso de diminuição que é o caso do professor, tendo reduzido em cinco anos o período de
contribuição para aquele que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na
educação infantil e no ensino fundamental e médio (art. 201, § 8º, CF). Assim, o professor deve cumprir 30 anos
de magistério, ao passo que a professora, 25; estando inclusive sumulado pelo pretório excelsoque: “Para efeito
de aposentadoria especial de professores, não se computa o tempo de serviço prestado fora da sala de aula
(Súmula 726, DJ 09.12.2003).”. Não se aplica a professores de nível superior.
2
Carência é o número mínimo de meses (competências) pagos ao INSS para que o cidadão, ou em alguns casos o
seu dependente, possa ter direito de receber um benefício.A carência começa a ser contada conforme o tipo de
atividade exercida bem como a época em que aconteceu a filiação, a inscrição ou a contribuição.
3
Fator previdenciário é um número, resultado de uma fórmula, que é usado para evitar que a pessoa se aposente
muito cedo. Se parar de trabalhar mais jovem, ganha menos aposentadoria. A fórmula usada para chegar ao fator
leva em conta o tempo de contribuição até o momento da aposentadoria, a idade do trabalhador na hora da
aposentadoria e a expectativa de anos que ele ainda tem de vida, além da alíquota, que é fixa e atualmente é de
0,31 (os valores são definidos em uma tabela).
Além do tempo de contribuição, a Lei 8.213/1991 exige o cumprimento de 180
contribuições mensais para efeito de carência (art. 25, II, Lei 8.213/1991); tal exigência existe
por conta da possibilidade do segurado completar o tempo de contribuição mínimo sem
atingir a carência, como Huback cita em exemplo (Ibidem, pág. 171):

a)Segurado exerce atividade autônoma, o que o filia à previdência social como


contribuinte individual. Após dez anos de trabalho, mas sem se inscrever e recolher
as contribuições correspondentes, inscreve-se no RGPS e passa a contribuir
regularmente. Provando que exercia atividade remunerada naquela década, poderá
recolher tal período. Assim o fazendo, o decênio será contado para tempo de
contribuição, mas não para carência (...), o termo inicial da contagem do período de
carência para o contribuinte individual que trabalha por conta própria se dá da
primeira contribuição em dia (art. 27, II, Lei 8.213/1991).
b) Após trabalhar por 12 anos, segurada é acometida por doença que a leva a
aposentar-se por invalidez. Vinte anos depois, recupera a capacidade laborativa e
retorna ao trabalho e às contribuições. Embora não tenha contribuído no período em
que estava jubilada, já que os proventos são imunes à contribuição previdenciária,
esses 20 anos serão contados como tempo de contribuição (art. 55, II, Lei
8.213/1991), mas não para carência. Então, contará 32 anos de tempo de
contribuição, mas apenas 144 contribuições mensais (12 anos) para carência. Dessa
forma, ainda não poderá se aposentar por tempo de contribuição.

3. BENEFICIÁRIOS

Alcança-se qualquer dos segurados, obrigatórios ou facultativos, exceto aos


segurados especiais típicos4, pelos contribuintes individuais e facultativos que optarem pelo
Plano Simplificado de Previdência Social5 (art. 21, § 2º, da Lei 8.212/91).
Porém, é imperioso observar que o segurado especial pode contribuir,
facultativamente, na forma como fazem os contribuintes individuais e segurados facultativos
(art. 21 da Lei 8.212/91), além da contribuição obrigatória sobre a produção, para que
somente assim, contribuindo facultativamente, haverá expectativa de aposentar-se por tempo
de contribuição;visados os 35 anos, se homem, ou 30, se mulher. Bem como os demais
segurados excepcionais a tal regime, se complementarem a contribuição mensal mediante o
recolhimento de mais 9% ou 15% sobre o valor correspondente ao salário mínimo, conforme
o caso, acrescido dos juros moratórios (art. 21, § 3º, Lei 8.212/91), poder-se-á contar como
tempo de contribuição, para fins de obtenção de aposentadoria por tempo de contribuição.

4
Segurados especiais são os trabalhadores rurais que produzem em regime de economia familiar, sem utilização
de mão de obra assalariada. Estão incluídos nessa categoria os cônjuges, os companheiros e os filhos maiores de
16 anos que trabalham com a família em atividade rural (art. 12, VII, Lei 8.212/91).
5
O Plano Simplificado é uma forma de inclusão previdenciária com percentual de contribuição reduzido de 20%
para 11%, desde que o valor pago seja igual à alíquota multiplicada pelo valor do salário mínimo vigente; e se
aplica exclusivamente à categoria de Contribuinte Individual, que trabalha por conta própria e não sejaprestador
de serviço à empresa ou equiparada, e também ao Facultativo, que é aquele que não exerce atividade.
4. RENDA MENSAL

Tratada pelo artigo 33 e ss. da Lei 8.213/91. Justamente por se tratar de benefício
que visa substituir os rendimentos do segurado, a renda não será inferior ao valor do salário
mínimo, sendo assim, de 100% do salário de benefício, com a incidência obrigatória do fator
previdenciário.

5. DATA DE INÍCIO E CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO

Conforme preconiza o art. 54 da Lei 8.213/91, a data de início do benefício se


dará da mesma forma que a aposentadoria por idade (regrada no artigo 49 da mesma lei):

Art. 49. A aposentadoria por idade será devida:


I - ao segurado empregado, inclusive o doméstico, a partir:
a) da data do desligamento do emprego, quando requerida até essa data ou até 90
(noventa) dias depois dela; ou
b) da data do requerimento, quando não houver desligamento do emprego ou quando
for requerida após o prazo previsto na alínea "a";
II - para os demais segurados, da data da entrada do requerimento.

Por fim, a aposentadoria por tempo de contribuição é irreversiv́ el e irrenunciável a


partir do momento em que o segurado recebe o primeiro pagamento (art. 181-B, RPS);
entretanto, o segurado pode desistir do seu pedido de aposentadoria desde que manifeste esta
intençaõ e requeira o arquivamento definitivo do pedido, desde que seja antes da ocorrência
do recebimento do primeiro pagamento do benefício; ou do saque do respectivo FGTS ou do
PIS (art. 181-B, parágrafo único, RPS).

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