Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
James Ussher, um arcebispo irlandês que viveu entre 1581 e 1656, ao se manifestar sobre qual seria a idade da Terra, calculou o ano da criação em
4004 a.C., no dia 23 de outubro. Assim, a Terra teria cerca de 6 mil anos e a humanidade, que desde o início já estava no planeta, corresponderia a 116
gerações.
Essa visão de uma Terra tão jovem perdurou até o início do século XIX. Entendia-se que o planeta não mudava e era habitado por seres vivos
imutáveis. E, se assim o era, o futuro repetiria essa mesma realidade. Porém, a essa altura, esse entendimento já era objeto de dúvida.
Georges-Louis Leclerc, o conde de Buffon (1707-1788), foi um naturalista francês que, em sua época, realizou pesquisas revolucionárias no campo
da Biologia (seres vivos) e da Geologia. Para que suas ideias fizessem sentido, a idade da Terra deveria ser de ao menos 35 mil anos.
No que se baseava Buffon para defender que o planeta e seus habitantes eram mutáveis? Já se sabia de alguns achados intrigantes na superfície
terrestre. Por exemplo: em 560 a.C., o filósofo grego Xenófanes de Cólofon encontrou conchas marinhas incrustadas em estratos rochosos no alto de
montanhas da Grécia. Como esse material de origem marinha teria chegado ali? Já no tempo de Buffon, muitos fósseis haviam sido encontrados,
inclusive alguns ossos humanos que eram diferentes dos ossos humanos da época, assim como objetos feitos pelos homens que os povos atuais não
conheciam. Buffon concluíra que a Terra, tida como estável, fora diferente e que o próprio ser humano não tinha sido o mesmo no passado. Logo, havia
mudança, o que demandaria um tempo maior do que 6 mil anos.
As comprovações sobre a condição mutante da Terra e dos seres vivos vieram posteriormente, justamente por intermédio de uma nova concepção
revolucionária a respeito do tempo, desenvolvida por uma ciência dependente do tempo da natureza, que é a Geologia.
O escocês James Hutton (1726-1797), depois de muitas pesquisas, apresentou à Royal Society of Edinburgh, em 1785, a primeira análise bem
documentada sobre a idade da Terra. Seu trabalho se chamava “Teoria da Terra”. O que Hutton apresentou alterava radicalmente o que se pensava na
época. Era uma descrição de uma dinâmica até então negada:
● solos são formados pelo desgaste lento, muito lento, das rochas;
● as águas marítimas, por meio das marés e de suas ondas em choque com as costas litorâneas, desgastam rochas; desse desgaste surgem as areias, os
sedimentos;
● no fundo do mar e nas terras baixas acumulam-se camadas e camadas de sedimentos;
● o desgaste das rochas e a acumulação das camadas de sedimentos podiam ser vistos por toda parte.
E, se isso era verdade, quanto tempo seria necessário para se formar uma praia com sedimentos produzidos pelo desgaste das rochas? Muito, mas
muito tempo. Nada disso caberia nos 6 mil anos calculados por James Ussher nem nos 35 mil anos calculados por Buffon. Assim, Hutton descobriu que
a Terra era bem mais velha (pelo menos centenas de milhares de anos): ele tinha descoberto um tempo longo. “O presente é a chave para o passado”,
afirmou Hutton.
Na década de 1820, as novas possibilidades de entendimento da Terra vislumbradas na janela aberta por Hutton não haviam sido aproveitadas, e a
ideia de uma Terra muito antiga era ainda muito mal aceita. As coisas mudaram definitivamente quando Charles Lyell (1797-1875), um geólogo inglês,
conseguiu examinar as rochas de forma muito mais detalhada do que havia sido feito antes. Ele adotou ideias de Hutton, reuniu muitos exemplos em
viagens pelo mundo e produziu provas esmagadoras sobre a antiguidade do planeta, estabelecendo a ideia de um processo geológico lento e uniforme,
expressão pela qual ficou conhecida essa visão teórica da formação da litosfera.
Elaborado por Jaime Oliva para o São Paulo faz escola. Caderno do Aluno 1º ano.
Com base na leitura do texto, acabe de preencher os significados dos termos-chave a seguir.
Termos-chave (esclarecimentos)
Geologia - Ciência que estuda a formação estrutural da Terra; uma ciência do tempo da natureza. Se continuássemos admitindo que a Terra tem apenas 6
mil anos, não haveria a Geologia.
Dinâmica – A lógica dos movimentos de uma realidade qualquer. No caso da Terra, reconhecer sua dinâmica é admitir que o planeta não é estático, mas
que está em constante transformação.
Rocha – ___________________________________________________________________________________________________________________
Estratos rochosos – _________________________________________________________________________________________________________
Observe a imagem e defina:
Fósseis – ____________________________________________________________________
Conchas marinhas – ________________________________________________________________________________________________________
Sedimentos – _______________________________________________________________________________________________________________
Camadas de sedimentos – ____________________________________________________________________________________________________
Processo geológico lento e uniforme – __________________________________________________________________________________________
Geografia – 1º ano – Formação da Terra e as Eras Geológicas
Apesar de não haver um consenso entre a comunidade científica, a maioria crê que a Terra surgiu há cerca de 4,5 bilhões de anos após uma série de
complexos eventos ocorridos no espaço sideral. Essa idade da Terra é calculada por meio de análises químicas realizadas em rochas e fósseis e, por isso,
não são dados 100% precisos. Acredita-se que uma gigantesca estrela explodiu em algum local do universo, espalhando fragmentos de rochas e fumaça
pelo espaço. A força da gravidade teria começado a atrair vários desses fragmentos em pedaços cada vez maiores, dando origem aos planetas que
conhecemos, inclusive ao nosso belíssimo planeta Terra.
No início da formação da Terra, as temperaturas eram altíssimas, a superfície era formada somente por rocha derretida e as atividades vulcânicas
eram intensas. Naquele período, nosso planeta era constantemente atingido por meteoros, e não havia a mínima condição de se desenvolver qualquer tipo
de vida.
Os primeiros sinais de vida em nosso planeta só iriam aparecer cerca de um bilhão de anos após a sua formação. Ainda assim, eram formas de vida
muito simples, constituídas basicamente por células microscópicas que se espalhavam aos poucos. Naquela época, a Terra ainda estava muito quente, e a
crosta terrestre ainda não havia se constituído em sua totalidade.
À medida que as temperaturas do planeta diminuíam, acontecia também a solidificação das rochas superficiais, dando origem à crosta terrestre.
Aos poucos, as condições para um adequado desenvolvimento da vida se tornavam mais favoráveis. Os gases emitidos pelos vulcões contribuíam para a
constituição da atmosfera e o vapor d’água condensava, constituindo os oceanos. Isso tudo por volta de 3,5 a 4 bilhões de anos.
A vida só ganhou grande impulso para seu desenvolvimento há cerca de 600 milhões de anos. A partir daquele período, as condições para tal
desenvolvimento eram bastante favoráveis em comparação ao início da formação do planeta. Naquela época surgiram os seres invertebrados, e algumas
plantas marinhas evoluíram para peixes, anfíbios, répteis e insetos.
Os dinossauros, maiores animais que já habitaram este planeta, teriam surgido por volta de 220 milhões de anos atrás e foram extintos, ao que tudo
indica em consequência de um grande asteroide que
atingiu a Terra, por volta de 150 milhões de anos atrás.
Para muitos cientistas, foi somente após a
extinção dos dinossauros que os mamíferos puderam se
desenvolver melhor no planeta, surgindo inclusive a
espécie humana.
A espécie humana teria surgido somente entre
100 mil e 250 mil anos atrás a partir de espécies
primitivas muito parecidas com os macacos, até chegar
à espécie atual: o homem moderno ou homo sapiens
sapiens, cientificamente falando.
As Eras Geológicas
Com o intuito de organizar melhor os inúmeros
eventos que ocorreram e continuam acontecendo em
nosso planeta desde a sua formação, foram criadas as
eras geológicas. Elas compreendem períodos de
milhares ou milhões de anos e são caracterizadas por
apresentarem os eventos mais significativos que
ocorreram em cada um desses períodos. O quadro ao
lado apresenta o tempo geológico (tempo de vida da
Terra) e a sua divisão em eras e períodos.
Fonte: http://www.universiaenem.com.br/sistema/faces/pagina/publica/conteudo/texto-html.xhtml?redirect=65699048227965519125161195617 - acesso: 23/07/2018.
Qual é o significado dos nomes da escala de tempo geológico?
Como vimos anteriormente, a Geologia teve o seu desenvolvimento como ciência no questionamento da idade do planeta Terra. As evidências
fósseis indicavam um mundo muito mais dinâmico que o aceito como dogma no século XVIII.
A escala de tempo geológico foi estabelecida a partir da ideia de que cada camada teria sido depositada durante um período específico, por meio da
descrição dos diferentes depósitos de fósseis e uma
referência ao lugar onde foi encontrado.
O período Cambriano tem sua origem na descoberta de
um contato entre rochas sedimentares (fossilíferas) com
rochas ígneas e metamórficas, que não possuem fósseis, no
País de Gales, Inglaterra, que era chamada pelos romanos de
Cambria.
Os nomes dos outros períodos também seguiram essa
lógica: Devoniano (Devonshire, na Inglaterra), Jurássico
(montes Jura, no Norte dos Alpes), Permiano (cidade de
Perm, Rússia). Outros nomes têm como referência de
origem as tribos que ocupavam a região do País de Gales, é
o caso dos Períodos Ordoviciano e Siluriano (Ordovices e
Silures).
Com o avanço dos estudos dos fósseis, os Períodos
foram agrupados em Eras: Paleozoica, que significa “vida
antiga”; Mesozoica, “vida intermediária”; e Cenozoica,
“vida recente”. Estas, por sua vez, foram agrupadas em
divisões de tempo maiores conhecidas como Éons:
Arqueano, que tem a sua origem do grego Archaios, que
significa antigo; Proterozoico, que significa vida precoce;
Fanerozoico, “vida visível”; e Hadeano, uma referência ao
submundo dos gregos, uma vez que não há registros geológicos deste momento.
Referência TEIXEIRA, W. (Org.); FAIRCHILD, T. R. (Org.); TOLEDO, M. C. M. (Org.); TAIOLI, F. (Org.). Decifrando a Terra. 2.ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional - IBEP, 2009.
Elaborado por Sergio Damiati especialmente para o São Paulo faz escola.