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Zoantos : Pequenas maravilhas da natureza .

Seja iniciante ou um experiente, na maioria dos aquário reefs existe um


espaço reservados para os zoantos. Pequenos corais que apresentam em
muitos casos, fácil manutenção e rápida reprodução, aliada a uma grande
combinação de cores, tamanhos e formatos.
Presente em todos os oceanos tropicais e subtropicais, os Zoantos fazem
parte do imaginario de aquaristas do mundo inteiro.

São classificados atualmente como membros da Classe Anthozoa ,


Subclasse Hexacorallia , Ordem Zoanthidea com diversas gêneros
representados.

Apesar de difícil identificação, temos os seguintes gêneros de maior


interesse aos aquaristas :

Palythoa - Animais coloniais com fusão de pólipos por tecido da base até
próximo ao topo dos pólipos formando colônias massivas, os baba de boi
pertence a essa família.
Protopalythoa - Animais de pólipos grandes na altura e diâmetro, com cor
predominante marrom, os “palitoa” pertencem a essa família.
Zoanthus – Animais de pólipo pequeno, com tentáculos pequenos a médios,
indivíduos unidos por tecido de ligamento na base do pólipo. Apresentam
diversas cores e tamanhos, mas sempre com contraste entre a base e o
centro do pólipo.
Parazoanthus - Animais coloniais pequenos com tentáculos longos com
base e centro do pólipo com cor similar, os yellow polips pertencem a essa
família.

Os zoantos podem ser vistos biologicamente como miniaturas de anêmonas.


Normalmente vivem em colônias cobrindo o substrato no qual estão fixados.
Apesar de algumas espécies terem vida independente, a grande maioria
possui uma ligação com os outros da colônia através de um tecido, o
mesênquima, que é um tecido de ligação com poucas células e material
gelatinoso.
Nos oceanos, podem ser encontrados em diversos habitats, de ambientes
de costão, a recifes de profundidade. A maioria das espécies mais coloridas
e desejadas vive entre a faixa de marés e nos recifes até 20 metros de
profundidade.
Com essa diversidade de ambientes, os zoantos são extremamente diversos
em suas necessidades, porém quase sempre apresentam grande resistência
e capacidade de adaptação.
Na sua maioria, os zoantos vivem em zonas de maior concentração de
nutrientes, em canais, regiões de costões próximos a estuários inclusive
próximos a aglomerações humanas. Sendo possuidores de zooxanthelas, os
zoantos necessitam de compostos orgânicos para sua sobrevivência. Por
isso muitas vezes é difícil manter uma colônia de zoantos em aquários com
filtragem por skimmer intensa, encontrada geralmente em aquários de SPS
que tem uma água mais pobre em nutrientes.
Habitam frestas e cantos nos locais que ocorrem, cobrindo pedras, corais e
outros substratos em áreas com uma correnteza que vai de suave a forte,
com preferência por uma movimentação contínua, mas suave nos aquários.
Podem ser encontrados em ambientes expostos ao sol direto (inclusive na
maré baixe), mas a maioria das espécies encontradas preferem uma
iluminação mais suave, como Pl’s e T5’s em proporção de 1 a 4 W/litro.
HQI’s podem ser usadas, mas os aquários com maior desenvolvimento e
fixação de cores são nos sistemas de iluminação fluorescente. Sob luz azul
de lâmpadas actinicas, muitos padrões de cores dadas pelas zooxanthelas e
outros pigmentos protetores surgem, tornando ainda mais interessante a
colônia no aquário.

Existem espécies que ocorrem no litoral brasileiro e sua taxonomia é muito


imprecisa. Apesar de relativamente baratos, os zoantos nacionais são
verdadeiros enigmas nos aquários. A grande maioria das colônias vive
alguns meses, definhando até desaparecer por completo. Quais as seriam
as condições para sua manutenção? São espécies impossíveis de serem
criadas? Muitas espécies que ocorrem no Brasil, estão sendo multiplicadas
lá fora, sob nomes exóticos como Red People Eater –REP (nosso zoantos
marrom com cílios verdes ou vermelhos) , Giant palithoa – (nossa palitoa
comum) entre diversos outros. Mas nenhuma menção de serem difíceis de
criar ou reproduzir.
Porém ao observamos as praticas de coletas e transporte dos zoanthus
nacionais, muitas vezes temos pedras com grande população sendo
transportada com pouca ou nenhuma água. Submetidos a calor e frio
diversos no transporte.
Apesar de resistentes, muitas vezes esse estresse, vai somente se
manifestar na forma de queda de resistência, perda de reservas nutricionais
com conseqüências a médio prazo, como observamos em colônias que
encolhem e perdem pólipos entre outras.
Seria interessante estudar uma melhor forma de transporte desses corais
que temos por aqui, primeiro para evitar coleta excessiva (apesar de muito
abundantes em algumas áreas do nordeste) e para que possamos oferecer
as melhores condições de perpetuar as espécies em nossos aquários.
Alguns pólipos remanescentes de baterias de lojistas, formam colônias
belíssimas, mostrando que é possível criar as espécies nacionais com
sucesso.

Propagando os zoanthus.

Muitas vezes tidos como difíceis de multiplicar, os zoanthus podem ser


multiplicados a partir de um ou dois pólipos, podendo gerar colônias
significativas em poucos meses. Para isso é necessário colocar os pólipos
em locais com correnteza suave no aquário, de preferência primeiramente
sobre o substrato (para aqueles que o tenham), após iniciarem sua
multiplicação, podem ser retirados com cuidados e fixados em rochas com
cola de corais gel (Cianoacrilato). A colagem de poucos pólipos em rochas é
possível, mas terá um resultado mais lento quando comparado a
multiplicação sobre um substrato.
Para acelerar o processo, é indicado alimentar os zoanthus. Algumas
espécies como o yellow polips pegam alimento ativamente (inclusive é
possível vê-los capturar artêmias e flocos nos aquários) outras dependem
de suplementos líquidos, que contenham aminoácidos e vitaminas já
encontrados em nosso mercado (Seachem, RedSea entre outros).
Manutenção :
São rústicos e com baixa demanda de luz. Precisam de corrente suave e
substrato para se multiplicar. Diversas espécies podem ser mantidas juntas
lado a lado, porém em longo prazo uma espécie poderá crescer sobre a
outra. Mas não são observadas reações químicas entre as espécies. Podem
queimar outros corais, mas a principal arma de defesa nos reefs é o rápido
crescimento, devendo ser controlado por meio de remoção mecânica ou por
meio de sombreamento com novas pedras.

Colônias selvagens adquiridas de importação ou de captura nacional devem


ser inspecionados quanto a algumas pragas, caramujo Heliacus areola , que
se alimenta de zoantos, apresenta concha em espiral achatada, bem branca
com detalhes coloridos. Colônias com apodrecimento, tecido cinza ou
branco mal-cheiroso devem ser descartadas.
É possível tentar salvar com uma lavagem em água salgada e banho em
antibióticos e iodo, mas mesmo assim após o tratamento manter em
quarentena para não contaminar o aquário principal.

Atenção : Muitas pesquisas indicam que os zoantos fabricam compostos


químicos que potencialmente serão medicamentos no futuro, essas
substâncias chamadas genericamente de Palitoxinas, podem afetar
aquaristas sensíveis a antibióticos, sendo expelidos principalmente quando
manuseamos uma colônia, seja pela “baba” produzida ou por liquidos
expelidos no sistema, assim ao fazer mudas ou limpar colônias de zoanthus,
use luvas, use óculos de proteção e sempre lave as mãos após a
manipulação.

Com suas cores e padrões muito interessantes, os zoanthus são uma ótima
opção para os nanos e picos por sua menor demanda por luz, ao mesmo
tempo oferecendo cores, crescimento e rusticidade como poucos nos
aquários de reef.

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