Você está na página 1de 128
VLADIMIR Passos. DE FREITAS eae Coe yRo® _ JULGAMENTOS HISTORICOS DO DIREITO AMBIENTAL Ficha Catalogrifica elaborada pelo Sistema ce Bibliotecas da UNICAMP Diretoria de Tratamento da Informacio Libliotecirio: Helena Joana Flipsen ~ CRB-S* /5283 APRESENTAGIO Julgamentos histrios do direito ambiental /Ana Moreira Marciesan . etal ; coordenador:¥ Passos de Freitas, = Cam Cabe-me apresentar a obra coletiva Julgamentos Hist6ricos do Direito Am- an piental. Este nao é um livro a mais nesse novo ¢ cada vez mais importante ramo_ das Ciencias Juridicas, que € 0 Direito Ambiental, Nao, esta € uma obra histori 1 Direito ambiental - Brasil -Disposigbes penais 2, Grime ‘ga, uma tentativa de resgate das grandes decisoes judiciais. contra o meio ambiente - Brasil. 1. Marchesan, a ‘A tarefa nao foi facil. Somos um povo que nio preserva a sua hist6ria, E na Morera. I. Freitas, iadimir Passos de, 1945- M1 do Direito, menos ainda. Desconhecemos nosso pasado, nossas institui- DD - 34481046 Jes, nossos valores. ‘Tudo se perde na longa noite dos tempos, submissos que fis arefas e preocupacoes do dia a dia. 6 entanto, 2 Historia € que nos dé os elementos para sabermos onde € onde etramos, preparando-nos para trilhar, no futuro, o melhor 1) na hist6ria do Direito Ambiental, temos nesta obra a visto dos que 1. Direito ambiental -Brasil- Disposigdes penais 544,81046 i a relevincia do tema, aqueles que, muitas vezes incompreendidos, 2 Grime contra o meio ambiente - Brasil 344. 81086 Wecisbes judiciais que mais tarde se tornariam rotineiras, indise IN 978.85.7625.2061 indice para Catélogo Sistemtico: 4 comegar por um acérdio do Supremo Tribunal Federal, de 1942, {riménio hist6rico, que € também no Brasil considerado Direito ‘ea terminar por um Acérdio do Superior Tribunal de Justica, sobre We de protegio dos mangues, vemos, obedecendo-s 4 inna sequéncia de grandes julgamentos. Alguns, de Tribu jeri de juizes de primeira instincia, Mas todos de igual imp (© Copyright by Millennium Editora Lida. © Copyright by Vladimir Passos de Freitas ‘Supervisio de Editoracio / Capa “liane Ribeiro Palumbo Editoracio Alice Corbett ‘slo pessoas cle envolvimento pleno com a maréria. Magistraclos, Mininiério Paiblico, advogado e professores, de diferentes pontos do rane sido & Compor a mais ampla visto da matéria. decisées importantes ficaram fora, No entanto, as que lente relevantes, Seria impossivel colocar todas, por | Primeiro, porque nao ha como acessar os 91 Tribu- Us fulgados amblentais, além do qué, no pas- ‘Todos 08 direitos desta publicagio reservados: ietedyistuyideuriapritiéndia’ Segundo, soi tes fossem incluidos, teriamos muitos Vianna Passos br Fas - Cooanil Tema XX — Estapo ve Dinero Ampienrar € Dano Monat po Patrimonio HisTorico ‘Comnrinios 4 TRansacko Ceveprapa va Acko Civ Pépuica N° 023.07.141098-0, pa Uninape ps Fazenpa Péipiica, ‘DE Froranorouis, SC Rupens Monato Lerre © Mana Leonor Pars Cavatcatt FERRetna, po Supremo TRIBUNAL FEDERAL Comunranios ao AcoRDAO NA APELAGAO N° 7.377 | # Data po Juccawenro: 17.06.1942 © - ‘ANA Mania Moreira MARcHESAN! | | ns iho Nuts nasceu em 15.10.1982, na cidade de Campos, RJ. In- a nies ts homens ora rise ira em 1931, no Rio de Janeiro, como Juiz Federal Substi- 4.1.1, A visio antropocéntrica tradicional: ... 3 ym a extingdo da Justica Federal, passou a exercer as funcdes 4.1.2. A visto ecol6gica profunda. ........ccccccseeevseeey los Feitos da Fazenda Pablica do Distrito Federal. Em 1938 t 414, Visio antropocéntrica alargada 4.2. Oantropocer 43. Botado de Glews0 do tubario-martelo em Hloriandpolis... Federal. Casrro Nunes destacou-se no apenas como ma- ismo alargado no sistema juridico brasileiro... .., 2 yém como autor de obras juridicas, entre as quais Teoria e ito Ambiental, eats ry jdrto, pela Ed. Forense. Faleceu no Rio de Janeiro em 5 IE - SEU CONTEUDO E SEUS LINITES — PATRIMONIO HIS- NAGIONAL - TOMBAMENTO ~ DESAPROPRIAGAO ~ INTER 122, N? 14, & 164 DA CONSTITUIGAO - IDEM DOS DECRETOS- ‘© Estado 86 toma asi o dnus da conservagdo ~e a tanto equiva a obrigagdo de desapro- = quando ndo soja possivel conserva’ a coisa deixando-a em ma 3. Conrexto Histérico Em meio a Era Vargas sobrevcio 0 aresto ora comentado, Em 1942, 0 Bra- sil estava em pleno Estado Novo, um periodo ditatorial que perdurou de 1937 a 1945. Do ponto de vista econdmico, buscava Ii ndmica predominantemente agraria para ingressar no bloco das nac6es indus- ttializadas. De 1930 a 1956, os historiadores consideram que nosso pais vivenciou a sua Revolucio Industrial, ou Terceiro Periodo da Industrializagio. Marcado pela crise econdmica de 1920/30, decorrente da grande depressio norte-americana ‘com a quebra da Bolsa de Nova York e pela Revolucio de 193 Gerduo Varess, que operou uma mudanga decisiva no plano da afastando do poder do Estado oligarquias tra is que representavam os interesses agririo-comerciais, esse lapso temporal favoreceu o inchaco das nos- sas cidades. Tudo i ral decorrente da crise do café, do das edificagoes com a destrui- Gio reiterada de iméveis dotados de valor cultural. © crescimento urhano ocorreu principalmente em Sio Paulo, Rio de Janei- To, Minas Gerais ¢ Rio Grande do Sul, definindo a grande concentragio espacial da industria, que permanece até hoje. Nao era de se estranhar que os afortunados da época buscassem a mo- dificacio da arquitetura das edificagdes, incorporando modelos europeus. Essa pritica redundava em ostentar “riqueza, poder e modernidade” > Se de um lado a industrializacio conduzia a destruigio, de outro emergia no Pafs uma politica governamental voltada para a preservacio do patriménio cultural Gemiuio Vancas, com sua personalidade complexa ¢ contraditéria, perse- gui € censurou aproximou, sobretudo dos mo- femana de Arte Moderna de 1922. iacao da inteligéncia na- io pelo Ministério da Educacdo, 0 qual era 77 = Jane. Lixo na Cunt Soro Maion versus Unio Federal, Relator: 3 Nease sentido, Bo [twos is Fernando Cabal © controle oder Pablico no dever de protecio ao patsindnio Pera ene rn 0 M 5 “Aw Mon Moning Macs ‘au I~ Paorgio po ParawOnI0 HostOnICo Gosia 40 ACDanio nx ANCA N° 7.377 bo STE comandado por Francisco Cavos €, ap6s, por Gustavo Carne, esse tiltimo um dos grandes nomes associados 4 historia da preservacao do patrimonio cultural brasileiro.* No mesmo periodo, Minto pr ANpaADe ocupava 0 Departamento Cultural da Prefeitura de So Paulo e Lricto Costa e Oscar Niswevrr eram contratados para projetar © novo prédio do Mi jonalizacao do patriménio aflorou na Prime blica conduzida pelo Decreto n° 22.928, de 12 de julho de 1933, que elevou cidade de Ouro Preto a condicio de Monumento Nacional. Na exposicao de Imotivos dese ato normativo, Ié-se: ‘Considerando que é dever do Poder Ptiblico defender o patrimdnio ar da Nacio € que fazem parte das tradicbes de um povo os lugares em que se realizaram os grandes feitos da sua historia” Pela primeira vez aparece na legislacio brasileira a expressio patriménio iynilicancdo conjunto de bens culturais, Essa pioneira acto, restrta ao caso de Duro Preto, foi posteriormente ampliada até adqy A Carta Constitucional de 1934, afinada com o paradigma do Estado de rimeira a tratar da tutela de bens iio © aos Estat emvestar Social, foi a IIL, conferiu competéncia concorrente i belezas naturais ¢ os monumentos de valor histérico ou jedir a evasdo de obras de arte”. No Titulo ¥, voltado a fami | atribuiu competéncia & 10s Estados € aos Municipio favorecer ¢ animar o desenvolvimento ira em geral, proteger os objetos de ico do Pais, bem como prestar assistén- , educacao feresse hist6rico € o patriménio Hist previsio constitucional demandava um detalhamento no Ambi- Anfraconstitucional, motivando o entio Ministro da Fducacao, Gustwo His, a Iniciar tratativas junto a Camara de Deputados para inscris, em pro- ‘que tratava da reestruturacao daquele Ministério, emenda incluindo nal (SPHAN), 0 qual deveria, passar a funcionar em carter provisorio, o que ocorreu em 19 de ide 1936, im 13 de janeiro do ano seguinte, o SPHAN foi definitivamente , constituindo-se num. dos mais importantes {cones da cultura preser- ons nacional.’ do desenvolveu-se em dois eixos tematicos. © primeiro deles versou sobre a possibilidade ou nao de o Poder Judi adentrar no mérito do laudo técnico que determinou o tombamento!* da Michistoria do Brasil; ter excepcional valor arqueol6gico ou Retomando ao acordio, ¢ importante registrar que a d p | co ou Artistico, ou, por fim, tratarse de sitio ou paisagem n), Segundo esse renomado saber se um bem foi acertada ou ido como de valor hist6rico ou artistico nao constitui exa- sit 041 oportunidacle, mas precisamente uma indagagio de se sem a correspondente indenizagio ao proprietario, em funcio de a Co} sigho da lei.” E, glo entio vigente, a de 1937, assegurar o direito de propriedade. voto vencido, conduzido pelo Ministro Lavo ve C ser constitucional o tombamento compulsério sem pr Nobre as fungdes quase judiciais desempenhadas por 6r. io como, por exemplo, as do Conselho Consultivo do ex- Wo do Patrimdnio Historico e Artistico Nacional), Lrat. enten: Em que pese ao fato de a Constituigio de 1937, no seu art. 134, f pieeedentes norte-americanos, que esse tipo de Srgéo tende tit protecao ¢ cuidados especiais por parte de todos os entes federat Filo pela qual o Judiciério ha de interferir em suas decisoes. monumentos histéricos ¢ artisticos, seu texto faz lembrar que a conere! disericiondria ocorre no momento subsequente 2 atribu I desse reconhecimento nao prescinde do respeito a um outro dispositi (1 Hej, quitndo corre o tombamento em si, pela autoridadl \ein incumbe fazer juizo de conveniéncia ¢ oportunidade, ye de Liat. Segundo a especi ¢ lei trazer pa- Fee cya sles da ciaieae Perec taal | 0 @riquidramento em scu contetido tem cariter téenico, o que ovo perpen mca mmcosoncna dprdeteminade poses ou conenecentieo socal periddicos. Ww remaltar também que 0 ato administrativo do tombamento, como issecs <0. fatrativo que &, ndo deve ser classificado de discriciondrio ou vin- priest oque diz replies tn ae que deve ser vorificado nole é 0 poder discriciondrio contida no administrativo, ‘ents wentiido que 6 disericiondrio o poder da administracao de esco- Embora, no caso vertido no acérdio ter sido tomada por correta ‘s erldrla tdenteo pare determinacdo do que entende ser valor cultural lingo técnica que redundou no tombamento do iméyel, os yotos doi in hewn!” acabaram chancelando o seguinte: ‘erat do administrador uma absoluta liberdade no enquadramento Jian dentro dos requisitos conformadores de sua condicio de integrante ‘indnln Cultural brasileico, Para ela, devem ser afastados padréses sub) | wilwiidindo-se SOmente uma discricionariedade técnica, “cujos limites se ‘sua essénci direito, tribunai ‘Ao Judicidsio cabe decidir se o imével inscrito no Servico do Patrimonfo t6rico € Artstico Nacional tem ou nao valor hist6rico ou artstico, nfo tando a sua comperéncia em verificar, apenas, se foram observadas as fo dades legais no processo cle tombamento, erificada a procecléneia do valor histérico do imével de dominio partie como integrante dle um conjunto arquiterOnico, subsiste o tombamento Wiplemo Tibunal Federal, Acérda0 em Apelacio Civel a? 7.377. Relator Haatua Novin Revista de Diretto Administrative, Rio de Janeito, v2, n° 1, pp. 1¥, hh 1918, 1) Lee Mane Manes Atos discrictondtios © fungdes quase Perley tinenne Mo de Janeiro, v.98, 142, abe, 1944 hfe ON ally pA: | ee: Nani Habelia de: O Bstado na Preservagdo de Bens Culturais, Rio de Janeico 15 A casa est rogistrada no Livro das elas Artes, s0b 1 206, € no Livte Histdeico, sb 99, Disponivel em Acesso em 11 jt igio dle 1937, em vigor na époea da decisio comen vedando a0 Poder Judicittlo conhecer de q ° ANA Main Mons MARcHESAS co na Armiagio N°7.37 00 STF ei revestem os atos admi mento € uma presungao preservacio que desviar de suas caracteristicas ¢ final 4e em abuso de poder, franqueando a todo aquele que se si \1o ao segundo ponto debatido Jn(o ~ houve intenso debate entre os integrantes do Pret6rio Excelso, 1 ~ proprietirio do bem tombado ~ era no senti da aquiescéncia do proprietirio, c até contra a von- ‘smo, afrontaria o direito de propriedade cs ico mais especificamente em se ypriagio mediante prévia indenizacio, inclusive tratada em minticias Jlei n® 3.365, de 21.08.1941. yotos vencidos, do Mi jendlendo que nem todos os de 1937 deu guarida a tese 25/37 jeceu simples restricao a0 ‘propriedade, mas afetou-o em seu contetido essencial. Jyh pur Concretizar a protecao aos bens culturais ~ preconizada no art. suit Constituicio, esse Ministro considerou necess {novel quando inocorresse o tombamento vol Jo, Ho contexto desse voto vencido, restou reconhecida a inconsti- lidadle lo art, 6° do Decreto-lei n° 25/37, quando estabelece 0 tomba- Hipihiene wt enve entendimento o Ministro fll (POCA, via fensfo entre a visio ile propriedade ¢ uma perspectiva socializadora tende pa Whi coletividade, crescentes limitacécs 20 exercicio do ius utendt, fruen- ‘i luminares as palayras desse julgador ao dizer que: “sslinelta brasileiro ndo podia ser insensével a ésse movimento que, as vbzes, arene epecice ‘excossivos ¢ condendveis, mas que, em linha geral, tende 1) cov Haye Nina: Tuteta doe Intoresses Dyfiaos @ Golertvos, ea 4 fazer do diretto 0 que éle deve ser ~ um instrumento da felletdade buma- na’. Acompanhou-o 0 Ministro Varpmmar Faicio, anunciando que a proprieda: de regida, principalmente, por uma indigitada “norma da solidariedade so- da qual dimanam restric6es, inclusive aquelas vinculadas protecio do PatrimOnio histérico. Segundo 0 Ministro, o legislador brasileiro, cumprindo tradicio milenar entre os povos civilizados, “se preocupou em reservar deter minados bens para poupé-los ao olvido, ao esquecimento, ¢ enriquecer, © patrimdnio hist6rico do assim, ia de transcendéncia plantada no voto do Ministro Faicio é um dos pilares filos6ficos da protegao do patrimOnio cultural, A cultura humana é um Processo cumulativo. Necessitamos de uma heranga, de um legado para ser r construido, ressignificado para igualmente ser deixado aos nossos sucessores Entretanto, como a producio cultural € essen ceder a um proceso seletivo, detentores de algumas caracteristicas especiais, merecem transcender, Na atual Constituicao, sio dignos dessa condicio “os bens portadores de referéncia a acio, A meméria dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira” (art, 216). Partindo-se do pressuposto de que a propriedade tenha como uma das suas caract a elasticidade,® vale dizer, a possibilidade de ser comprimi- daa um certo minimo ou alcangar um sem deixar de ser propriedade, deve ela ser exercida de acordo com condicionantes que venham a garantir a observancia de suas fungées sociais, dentre elas, a preservacio e valorizagio do espanhéis Orozco Paxvo ¢ Paez Alonso também fazem refe- réncia a0 carater elistico do direito de propriedade, que Ihe permit novos fendmenos tanto em termos de objetos natureza da coisa ja comporta certas modul a0 que denominam a forca vineul amoldarse de contetidos. A propria loras do exercicio desse direito, ite da coisa (“la fuerza vinculante de la ‘Texei discorrendo a respeito da fungao soc dos bens culturais como fator de limitacio ao dircito de propriedade, enfatiza que tal regime instituido pelo ato de classificagéo (que corresponde, no Direito portugués, ao tomba- mento) no importa em um direito de indenizagio, por envolver mecanismo 23 Bisson, Darey.Direttos Reais. So Paulo: Saralva, 1996, p.77 24, Pawo, Guillermo Orozco; Aionso, Esteban Péter, La Historico, Cultural o Artistico, Madid: McGraw. itn o bem a-uma qualificagio da qual nito se pode deduzis, prima facte, 1a mais valia ou menos valia.** : rio de um bem de valor cultural deve estar sujeito n4o lole negativa (ex.: no promover qualquer alteragio nos évia e expressa autorizagio do Orgto incu jinagdes positivas (ex. restaurar izacio cultural), mas também a cominacdes pos oe Bias do imdvel), vinculadas 2 sua conformacio solidaria, capaz de oe tradicional dualismo entre os interesses meramente cae da coleti dude, historicamente atribuidos com exclusividade ao Estado. a i ina que, “pela funcio soci £0 tamos com Ficuemeno quando ensina q ose ae nse, © proprictiio torna-se um colaborador da acministragio ambiental seus bens passam a condi¢io de patrimOnio obrigado’ ; mamento do patrimonio vem sublinhado sea es wss0 Sob a rubrica de um dever de diligén Bic Piano c Pies Atorso sob arbre de um dver de diighott post Jimetros de uma ética social pectos externos do bem sem p1 ante Due cle Hoe fe nase rons Mee igen, ob 2 ere ton pres por eter a ere aor cone com terested fs faculdades-deveres de conservagio, manutencio, modificagio ¢ destinagao Airco ha de tratarse de um a nturezs da cosa, deta forma que hi de on io A sua esséncia e funcionalidade natural a cla meme quand se tte de ta comune,” aduco propria ‘um objeto vinculado a uma funcéo ou interes livre da autora)” Tintin Carlos Alek. Da protecio do patrimdnio cultura, Dispon Ares goxpe> Acesto em 09 jl 2008 ae ein Joe Purn de. A Proprledade no Directo wo pana, 2005. 138 no as ose pope sno Gu ch spoons, yee por dees, 0 poe dete Quen unto conecato con ener de com Gebers de conscrain, manteinient, moda fori dilgenia exile en cada cas0 on Tresamente vinci on I tr ge de felt fplonatad raul ala mis ey a ‘ame aang sented oetovinclado sna {i Alonko 1996, pp 21-22 i dl propriedade encontram guarida nos suce: em vigor A época do acére! idem, esti adstrita a esse principio. mntO sobre a fungio Ser ivos text 86 na tutela dos bens culturai lamente daqueles classi de 1988 é r iva quanto a funcio social, tanto a ‘ue sempre que ela afirma o direito de propriedade, ns 4 esse atributo. Tal afirmacio encontra respaldo no a © 170, ines. 11 IH, do ‘Texto poo chs pl I tiva inovacio quando em seu §1° orienta que o d Xereido em consondincia com suas final sociais e de especial, a flo- 6gico € © patriménio histérico ¢ itada a poluicao do ar e das Agu: $ NOSSO) Hesteira do preconizado por Pénez Luso, em relacao a Cons feconhece-se que a superacao do individ us bens de valor hist6rico-cultural encontra amparo nos diversos dispo. FRR ee oy on ae ales Gonstitucionais que reconduzem a funcao social da propriedade » fegg ae rd Mo dircito de propriedade, e que acabam por subordinar 3 Miers et Mls a8 formas de riqueza, seja quem for o seu W/pa_163R1G3-16 p «© funcdes quasc-judiciais da Ad io, Revista i abr 1944 > 152), dos quais fazem, ist6rico, 5# ed. Sto Paulo: Brasiliense, 198 bes de nosso tesouro histérico-artistico, Faulo: Damo ts lenes de dominio pic y oe cue incgran e ita ‘nie Nacional ah 13) de on sue fxman pa a Beetp Barts iDeresace uhm rue eure « cohatitictin: 600. Dorganizativay que los acomoden , Cultural o Artistico. Madrid: McGras Simoes. Da Protecao ao Patriménio Cultural, Belo Horizonte: Det Rey, , L, f ; Powuici "i ) 271 po Conico Pen Cownnrios a0 Aconoio No HTannas Conpes n° 44,710, Jusrica Ds Sio PauLo Gintanas Griminats CONJUNTAS DO ‘TRIBUNAL DE, © Dara 00 JULGAMENTO: 29.03.1955 * rvvciranb.gpepl/> Aces em 09a TOMASEVICIUS HINO, bard. © tombamnents oo dco a SEIS, a0 mbna di mins ea Revista cde Informagao Legislativa, 163, julset, 2004. as 4 EDSON Damas Da SIYEIRAY PREITAS: ‘DesemBarGabor HILDEBRANDO ‘Dantas DE lo pelo Desembargador Habeas corpus n° 44.710 restou relatad: aoe cne or Baars no Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo. to conclutor, fixando-se para decidir nos estreitos ‘pe nossos esforGos se fimitarao a comentar OS “Desembargador Costa Manso que veio para sos argumentos A denegacio da orem, cenfrentando 0 ‘scernimento ¢ fundamentos visionarios. “Mawort ps Costa Manso. OR: ‘Goria DA EMenta v0 AcoRDAO Por limitagao de espaco, apenas 2 cm dose aos interessados 0 acesso 2 intew mu vex que ele ndo esta exposto na inter f 1955. Fis a ementa SHABEAS CORPUS ‘OU POLUIGAO DE AGUA POTAVEL — Indust ‘aguas de fo, tornando-se impr centa do Acorddo é reproduzida, facul- ra através da Revista dos Tribunats,, yrnet em r2zi0 de tet sido prolatado rials que deapejam restlo ou jrias para o consumo ~ Pre i ‘rocurador de Justica no Batado de Roraima, onde fo procurador-Geral. Especialista em | Desenvolvimento Regional Sustentivel © Potties Puiblicas, Mestre € Doutorando em | Dieito Reondmico e Social la Pontifcia Universidade Catolica do Paran, ra do AcGrdto anal erin es aceasta ce consulta h Revista os ‘Mebural, vol: 2885 ps 7A iy HL ete a Boson Dons os Save 208 Do Dintro Ati Vian Passos bz Bs ~ Coormianox inexisténcia de justa causa para o processo conta sles instaurado, po ting a dade ata que no pode enegagao des aaa Denegegdo desie- Vols vercdos ~Inelgense © epleasao ovens ssa unidade da federagio, no alvorecer da década de 50, chegou a res- ando entre 1948- sboas corpus 271 do Céigo Penal ‘corrompida ~ Inadimissibiidase — Protecao a ne ocuidade bioquimica, mas, lambém, a todas aquelas de que serve s-popuisgee ee Cidades ~ Habeas corpus denegado ~ Vi Soca caret cof donegado Volos vercos— Delrapao de vot tle Const matéria de ta hhabeas corpus, a spulacio paulista daquela época ja comecava a desfrutar de um produto de [exes maior que 0 do restante do Brasil, com renda per capita 4,7 vezes alta que aquela auferida na regiio nordeste’. Jim decorréncia desse impressionante ritmo de crescimento na sua ativida- Estado de Sao Paulo iria a comegat a sentir fortes press fat, ae pole er oan no an da atop © muntcpe onde so cram instal os aaiae Sos ancl Sinn 0 nts dos pact FReerindo-se "agua potivel em seu at Jonais ¢ estaduais, principalmente em territ6rio paulista’. Neste cenrio de prosperidade econdmica do Estado de Sao Paulo, também NP44.710~ Pracicaba — impetrant: Ds ACORDIO Visto, relatados © discutisos est Pirecicaba, em que 6 impetranto 0 (Geis0 ANrowo Ouerro, Caetaso Gen, se destaca a decisdo tomada no habeas corpus n° 44.710, acordado em tes autos de habeas corpus n? 44.710, da cor da comarea Je Ee aa no se falava em ecologia politica, isto é, nao se discut ‘bacharel Dane Dew, Sendo pacienies: Li Sendo paciontes: Lo Moncane Orrivo Basserra, Ren.co Mencorern, Joo Vinow 05 Pi.on, Fico Nan, Avrowe Anno Bonn, Oscata ‘Auizom, Oureo Funvan, Lus Coasa e Jose Gustneits Acor 's Conjuntas do Tibunel de Justca, por maior piel conthiea a 2, por malora de votes, deno- gar acrdem, papas io das atividades urbano-industriais e isolamento de cet jr impacto sobre 0 meio ambiente ainda nao suscitavam debate piiblico™< Him plena efervescéncia industrial € a mingua de uma tradigdo ecoldgica 3. Contexto Hisrérico izadlo no dia 29 de marco ido que foi para trancamento por justa causa de acio penal Non hee as ea cen a Consta daquela deniincia, oferecida ao Juizo de da Comarca de Pe as ape ee eet ome de cana-de-acticar no rio Piracicaba, malferit eo reas » malferindo de morte o art, 271 do entio daquela decisto, auténtico icone de resistencia aos apelos econdmicos, jada ainda num periodo de transic ica no processo de her peutica e que somente agor «¢ novo século, vem sendo yntada como uma das pouc: para a crise instalada nao Ante nas hostes do estado liberal, mas principalmente nas entranhas do (ello contemporineo. ‘Comenrinios A Dcaracho dE Voto po Drsemparcabor Costs Manso deflagrada sem preocupaci see’ m preocupacio alguma com as repere sex abn ocoreu num momento de excepionalcrestimen dscone ia brasileira, fineada agora sob prospera base industrial ¢ : i com destaque 08 indices diferenciados apresentados pelo Estado de Sao Paulo? nS Como dito na fimbria do texto, o nosso centro de anélise se resume a de- fio de voto do Desembargador paulista Costs Mayso porque se detém com rigor numa escalada interpretativa que aproxima antigo texto legal com a 4 Indices © niimeros analisados por Caiso Futana, op. eit, p. 330, | Tengo deserita por Jost ALausTo le Ducxnoxd, fn:*A visio conseryacionista (1920-1970)", be desreve o sme de desenvemento da Primeira Guerra Mundial, como o mais acelerado da acne : emo oma acer de Amn lata de ereecimento na ordem de 5.39% durante odettnio de M797 Wrmaphodeega aaa07 eae do Brasil 34° ed. Sto Paulo: CIA. das Letras, Inauguragto de uma nova em nas relagbes socials, voltada a defesa das fucuras geragbes. 4 nn Costa Manso, mest . iniciando de forma poética os s¢ fundamentos,” rompe definitivamente com o pari eel ligma de que © Direita Jo numa outra € nobre irse para o futuro a fim de colmatar uma socie A preocupacio detsa de ser apenas 9 car no bem-estar de ae humanidade, interessada na tarefa messi vas no planeta terra.® fins sociais” da aplicagao do art. 271 do Cédigo Pen: nar com a tese de que as Aguas do Rio Piracicaba ja estavi corrompidas & época do lancamemto de restilo ou vinhaca de cana-deagtica por parte dos denunciados. Nalinka do estgio de “compreensio" lefendidc so de conhecimento,’ oe ‘nos remansos, todos esp Esereveu ain o mesm nada importa. A inércia de ontem niio justifica delesa dos interesses coletivos, Po estamos acordados” marge de pees mors, que pode Or, Contamine de tal forma, com rts, nha impurezas i perish no presente jos do seculo XI redescobricmse textos do Direlo £0 jo interpreter" & lz da realidade medieval 8 com pretensio Je somente se pode interpretar 0 mun dai se concluir que a compeeens ree Sa “ dos desdobramentos das Isequentes da mensagem extraida do text ea titarenvelvigo com ts cls do enorno de mex tro manta {dos em sua volta, situando-se primeiro no mundo | para depois, num segundo instante, poder interpretar dee coneretude a norma contida no art, 271, bem como to- Atos por ele apontados no voto ¢ atribuidos a Cartos MaxMiusxo, ‘86.0 sentido envolve, mas também o alcance das expressoes my agindo, ¢ na melhor concepeao gadameriat fsconheceu que as circunstancias descritas no art. 271 estavam em {uglo € que, bem por isso, exigia-se no momento da sua interpre- :co criativo de renovacio na sua funcio , atualizando-a em face do caso concreto € com respeito as futuras g as finais destinatarias dos beneficios perseguidos pela he no entendimento de que o Rio Piracicaba é como o “sangue da ter- im a “cada instante”, mas que se “redime a todo momento” ia infecta”, como, chega mesmo fae sugere i macdo de uma incipiente ft tiecessiria como contraponto ao desenfreado erescimento da ms Manso indagasse norma: ~ A agua potivel defendida ‘apenas para sc beber? ~ E 0 art. 271 responde: - Nao. O Io que o de simples bebida, No .cia humana. Sere Tempo. Paste L. 5* ed. Tradugao de Mancza De Vozes, 1995, pp. 199-205, centre compreensdo c interpreiacao, Sem emba inde o desapego pela manutencio ou permanéncia do passado, apregoando ura de reflexio e mediacio como forma de desvendar 0 verdadeito significado y atualizando-o pana as necessidades presentes © projetando-o téxprete com a intenclo iminaemente fincaclos cias hermenéuticas A melhor solu 1m aquilo que precisa ser ain 1. PetrOpolis: Vozes, 1997, pp. 498-500. autor da declarac4o de voto segue entao questionando ac comando nor: dlo art. 271: ~ Voce quer dizer com isso que atualmente, dado 0 avanco lentifico das pesquisas na drea da bioquimica, + varios graus, de potabilidade da aguas? — Exatamente isso ~ responde o texto ~ pois com as \éenicas cientificas do presente ragio desta norma) uma égua p apropriada como bel pelos homens. No entanto, a continuar poluindo ou corrompendo essas mesmas ‘guas (como querem os pacientes do babeas conus n° 44.710) & bem provivel ue ela se tome inservivel inclusive para se lavar roupa, louca ou calcadas da ci dade de Piracicaba, lidade a niveis que sequer permitem, p, €X; 0 contato fisico dos homens com elas sob pena de efetivamente debilitarem satide humana, debate imagindrio, que por certo ocorreu na subjetividade do intére aquilo que Ganauee chama de “hermenéutica cons sedimentada em razo de um contexto factual palpitant ma consciéncia que se situa no tempo presente ¢ inspi Pagio de acautelamento futuro. Por mais estranho que possa parec ‘método" (entenda-se io atual e eficaz da norma, também comprom tida com 0 seu desiderato futuro, qual sej aulistas um Rio Piracicaba menos pol {ase ndo muito distamte, a completa recuperacio daquelas Aguas como 4¢o Acesso em: 28 mar 2005 Frasano Pi | dove intemnalizar a idéia de que a preservacio ambiental integra 0 conceito da funcio la propriedade e de que a funcio social da propriedade 86 € ‘cumprida quando atendida a perspectiva ambiental, ¢ ainda que hé o aspecto lade e da sustentabilidade. O mundo € um s6. ‘Temos um pas: sado € queremos 0 futuro. ‘ou na exordial acusatéria os severos gravames ocasionados 4 meio ambiente em virtude das condutas empregadas pela administracto munis cipal, pugnando, deste modo, pela incursio dos acusados nas sangbes comi das no dispositivo legal ac \strucao criminal, 0 Desembargador Waurak Jonny Neto expos 0 seu voto no sentido de absol acusados das imputacées delitivas que Ihes foram feitas. Argumentou, para to, que a primeira conduta praticada estava respaldada por comando judi que a segunda carecia de elementos probatorios aptos a embasar a inflicio um decreto condenatério. Ressaltou, também, em relacio a primeira condutay a auséncia de provas efetivas da existéncia do dano ambiental e do perigo q tetia sido gerado. Na sembargador Revisor Viapiwix Giaconuza: divergiu dos fundamentos apresenta dos, aclarando a responsal imeiro fato. 0 julgador Reviso fragivel valor da protecao do ccos: ponderancia frente a entraves administrativos. lo de uma andlise teley sucedidos, 0 Douto Magistrado abordou o tema de forma : 's € conferir ampla vitalidade ¢ potenci 4 protecio ao meio ambiente, considerada, neste aspecto, sua qualidade co indispensavel a vida humana ¢ a sua prdpria existéncia.” Desta forma, por utar de demanda envolvendo a tutela do meio ambiente, procurou-se conte nento uma abordagem ampla ¢ finali ilo o devido proces \paz, assim, rio A preservacd ente inerme, Excelente se demonstra a este respeito a ligéo da Desembat gadora Federal Manoa Iv Jgne Desembargador registrou estar evidenciada, de for curso dos acusados no delito pelo qual foram denunciados do entendimento externado pelo Desembargador Watrex Joon, 0 Juiu que, a despeito da suspensio da liminar efetuada pelo Juiz da acio civil publica que foi intentada, a prova pericial jé havia incluido, de forma segura ¢ univoca, que o dano ambiental poderia ter sido Merrompido pela adocio de simples providéncias pelos réus. Assim, pautado fecipuamente nas diretrizes preconizadas pelo principio da prevencio am- al, assentou o Magistrado estar sobejamente provadas a autoria € materia- lesidia demonstrada pelos acusidos em estes como prefeitos do Mui Sob este prisma, impGe-se destacar que 0 sobrestamento da liminar no eonsiderado pelo Desembargaclor Visoix Gico» i wdlor dos atos praticados pelos acusados. Efetivamente, considerando-se 0 temporal em que a acio ilicita perdurou e a forma como foi realizada, cerpretar a liminar concedida na acio civil publica como subterfagio para isencdo criminal dos réus. Ao arrepio da substancialidade (essual estarse-ia postulando por um incoerente tecnicismo Pondere-se, neste viés, que a ituigdo Federal, em seu artigo 2: aquele que intentar a realizacio de lo not6rio que a disposigio de 10 6, de preservacio permanente, acarreta inexoravelmente sua degradacio, ‘dia caracterizada nas condutas praticadas pelos réus desrespeitou as dire- m ser 08 poderes do Juiz. O Juiz. igio, deve, na inércia das partes, ir aS provas necessirias ao seu wrecimento, Ser firme nas “crises de descumprimento” ¢ claro nas crises d certeza, Deve fazer com que todos os direitos, nio s6 0 “ter”, mas tam! 10s dizetos o-patsimonias, em especial 08 relativos vida, 40 ambiente © ao consumo seguro tenham wma . ara que a tutela ambiental seja efetiva, hi de mel Bvitag, assim, o discurso burocritico do." de dizer © decidie ¢ 0 Juiz, O Juiz scab dcar + 100% quer medidas de protecao. A situagio engendrada deveria ter sido inter- inipidia pelos réus, mormente apds os constantes protestos que se sucederam {tanscorrer dos respectivos mandatos. Neste plano, é imperioso esclarecer {jue no desempenho de atividades que impliquem impacto 20 meio ambiente ‘mero risco de dano 6 suficiente para que sejam tomadas todas as medidas as a ovitar sua conoretizacao".! Tia Pi ek ol eg WRASIL, TRE 4* R., 47, AE 2008,04,00,034672.9, Rel, Des, Luv Cantos nn Cavreo LUGO, J vértice, apos pedir vistas dos autos, weminente Vor, entio Juiza i ga uma atuacio preventiva de resultado ¢ niio de meio no que «liz res} a Substieuta Funk Avatrcina Nicottt Basros, acompanhou o voto externaclo realizacio de acoes que envolvam direta ou indiretamente 0 meio ambi smbargador Viabinix Giconuza, destacando, na espécie, o desmazelo Isso equivale a dizer que 0 Poder Pablico deve emprcender misximos esfo sem adonae providencias para sanar 0 problema do lixo, A Mi visando a adocdo de medidas acautelatérias para evitar a ocorréncia de dant . ipsis litters, que “faltou vontade, empenbo em buscar uma solucdo See ee ee que nao definitiva, Bastaria cobrir o lixo, estancar 0 chorumte, cercar ‘¢determinar a selecdo dos residuos que até a data eram nao s6 domés- como também industria ___Desta forma, o retardamento assumido pelos réus evidenciou-se in cvel, na medida em que, repita-se, 0 gravame poderia ter sido interrompl mediante a realizacio de simples providéncias. Paulo Arroyso Lexi Mac ‘com habitual propriedade, pontifica que “contraria a moralidade e a leg dade administrativas 0 adiamento de medidas de precaucéo que devam tomadas imediatamente”.® iti na comprova posado pelo Magistrado Relator, entendeu-se \das nos autos as lesbes a biota prod . de forma contundente, 0 dano ambiental wortuno, o importante magistério de Zeno BopNeR Outrossim, nas palavras de Ruy Cuane Lins, administrar consiste em se 06 par de “atividade de que ndo se é senbor absoluto”*, ou seja, éa neicadll 4 " Race aay Fora eens pertence, de modo que precisa empreg “na tutela ambiental nao precisa o jutz buscar a verdade material, tendo em oda a diligéncia para que o seu trabalho sejaeficiente. Neste pass r pista que esta 6 por demais ut6pica ¢inatingive, deverd lutar por uma verdade protecio ambiental deve o adm es s Ideal, suficiente,espectalmente em sede de cognicdo sumria, quando é instado i fa prestar a tutela de urgéncia. As ineitdvels crises de incertezas na avatiagio inestimavel. ida prova devem sempre colocar o rsco do lado oposto ao meto ambiente.”* Presente esta ampla moldura, a respons s inha, em face de todo 0 panorama fitico apresentado, concluiram, 4 ‘© a Vogal estar amplamente demonstrada a autoria ¢ materialidade ‘a lei pune o descaso para com 0 meio ambiente e nao a impossibilidade mal Tendo em vista os constantes clamores populares, bem como as adver rial de protegé-lo”. Logo, 0 quacro fitico-probat6rio carreado aos autos revela ‘autoridades ambientais que se sucederam no perfodo, cessar os danos que 1989 2 1996, extrapolando, portanto, om ‘io penal proposta apresentou-se como remédio id6ni fide criminosa que estava sendo realizada. A escotha de los deveria ter sido norteada por diversas cautelas; a (Abundans cautela non nove!) B certo que a diverge c os julgadores refletiu exatamente a ruptura Acentuou, ainda, o preclaro Magistrado Revisor a validade da prova empre Jparadigmatica que se avigorava no Brasil no que tange & la da aco civil publica como parte da mo lo que a condenacao dos prefeitos reforgou rigs, asseguradas as garantias constitucionais de defesa, em prol da tutela dos di reitos difusos. A propésito do tema asseveram Luv. Guitstseae Maxawont e SERo10 CRU rata-se de evitar, com isso, a repeticdo inttil de atos processuais, ‘as provas jd produzidas perante a jurisdicdo, perm tindo-se, por conseqiiéncia, seu aprovettamento em demanda pendente”.” ‘ado teria para cada diretto fundamental os deveres dle obse lar e de protegen”” Sob esta 6tica, quanto maior for a importincia do di fundamental, simetricamente deveré ser sua protecio, = -Maciaoo, Paulo Affonso Leme, Direlto Ambiental Bra pera ph ame 1 8 Tenildo, 0 Poder udicldrio ea Tutela do Meio Ambiente. Disponivel em: Revista 16. Cusse Lv, Ruy Prineipios de Direito Administratvo. 3 ed, Sto Paulo: KT, 1954, p. 63 > Acesso em: 28 mat. 2009, eConbe SE ints Geral dos Diets Pundamentais. Sio | v7 Guilherme; Arenhart, Sérgio Cruz. Manual do Pro c io Cruz. Manual do Proceso de Conbecimento, ' Paulo: RT, 2005, p. 286. " so AcouDAO No Fee Gan W695, 062.950/RS Taanaabo Procono Paazz0 ‘eriminalizagao das condutas ambientais 6 adequada a realidade br eee tne es ‘para tanto, reop coe eeaeeseL cone Nao tem cablmento, em nosso pats, deixar as infracbes apenas ue Ihe sejam agressoras blto administrativo, Explica-se. O Brasil é um pats de imonso territério e Neste enfoque, realcado 0 cariter de direito fundamental do ecossistem meena ecg ce teneat fragitizade pela ftta de estrus, ree, pois, a 4 a 4 start, as circunstincias do presente caso evidenciaram a imprescindibi- cao pele otal « imeeaae dg Site er on see da ture penal no meio ambien cdiicacdo de um concatenado plexo de direitos e garantias ambientais. relacio de causalidade entre acto praticada pelos réus ¢ o resultado les eens EN: vies 4 jo ¢ incontrastavel. A reprovabilidade dos acusados ¢ intensa na medi acho ei ae etna Sete a Bigue,-naicondigio de gestores da cidade de Rolante, tinham plena. (EHTS aoe TE ter ilcito do fato que praticavam, tendo sido, inclusive, advertidos p vezes a respe 8/81 corresponde a delito de perigo abstrato, de modo que, para sua agio, basta a comprovacio da agio que se pressupde perigosa. Assim, fe restou evicenciado nas provas cotejadas nos autos, o primeiro pref © fundamento dos que postulam 0 Direito Penal da intervengio m concentra em uma alegada dos meios administrativos e civis na sol de litigios ambientais, buscando-se, ass “io lesiva, tendo a pritica danog la penal. Em outras palavras, ¢ Glo dos prefeitos responsiiveis pelas gesties jOneos de prevencao geral da pena. Gabe rememorar, neste ponto, que o critério da prevencio geral da pena Or escopo prevenir a pritica de crimes por os ocorrem de forma apresentam um aspecto positivo € negativo. Quanto a nuanca liva, © objetivo é incutir nos demais cidadios a consciéncia de que a pri- ide infragoes penais sera passivel de resposta punitiva. Por sua vez, a feicao ou integradora almeja “infundir na consciéncia geral a necessidade de 0 a determinados valores, exercitando a fidelidadle ao direito: promoven- liltima andilise a integracéo social. Neste passo, registre-se, consoante a proficua lic: | fibem yerdade que os critérios de prevengio geral recebem fortes. que 0 Argumento de exercerem uma funcao simbolica ¢ atentatdria a ana. Entretanto, cumpre-se ponderar que sua aplicacio se revela v4 indo respeitadas as garantias individuais do cidadao e, sobretudo, pautada Joy prineipios da proporcionalidade € r: seguir (o que seria natural), send ‘i feito que a sancao penal possui®.® Essa visio € também compartilhada por Viabiik Passos oe Fitts © Gosh Passos nx Ferriss, 08 quais ainda elucidam que pao esate ties 1) Zorni0, Hagenio Rat PIERANGELY, José Henrique, Manual de 20. Manni, Eduardo Ortega. Os delitos contra a flora e fauna DI ‘ed Sto Paulo: RF 2004, p. 105: ‘apud Felts, Viadimit Passos de; Freitas, Gib : 4 Divs, Jone de Figueiredo. Questoes Fundamentals do Direito Penal Revistadas, Sto ‘Sho Pauloe RT, 2006, pia4, 1 Paulo RF, 1999, p, 102) Gmico, op eft, 498s _ Nesta toada, depreende-se de uma anilise global dos fatos que a cond naciio dos réus, ass que Ihes foi infligida, mostrou-se pertinem ve ato lesivo que estava sendo praticado, bem como confirmo Por meio de uma resposta efetiva a necessidade de respeito 20 meio ambie lerando-se a conjuntura nacion: imprescindibilidade da tutela penal do Registre-se, ademais, que a carga penal aplicada para os réus se apresenta efetivamente as diretrizes preconizi alternativas, subs @ pena privativa de liberdade por restritiva de d (08. Ademais, combinacao efetuada com a Lei n’ 605/98 para a fixacao da reprimenda mo: iridades do caso. A determinaga os transcendeu os limites objetivos da ac nna sociedade, mas também perant luestOes. Na proficua expressai Srande eficicia da pena estd nessa sua forca moral” conforme proclamagio da Conferéncia das Nagoes > Ambiente Humano reunida cm 1972, em Estocolmo, q Co bomiem é ao mesmo tempo obra e construtor do mieto ambiente que 6 4 ca’ Assim, para se alcancat uma efetiva protegio do meio ambiente € pre aces concretas por parte de todos. As constantes agressGes ao meio ambie multas vezes avalizadas por drgios publicos, necessitam de uma intecvencl EDESNvoIMiMENtO SesresTAvEL 5 Bomiesrisios 40 AcSanio No Processo Crit N? 695,062.950/RS Fenanno Procdno PAneZo Substancial do Poder Judiciiirio. O Judiciério ndo pode ser um etimp! frente a discursos burocriticos e politicas neoliberais desarrazoadas. O Estado, ssalte-Se, nao pode se exonerar de cumprir suas obrigaedes co ; indole ambiental, consideradas como vitais para 0 proprio potadament ‘ser amparado deve ser amplamente respeitado para que as futuras gera- es possam usufruir das idade de vida. FE certo que, a despeito de sua condigio de pais emergente, 0 Brasil, espe- Imente apés a promulgacio da Constituicio da Republica de 1988, passou demonstrat maturic em prol da protecao de direitos funda- ambiente. O presente acordao reuniu a melhor latando as peculiaridades do caso concreto com lém de ter satisfeito integralmente a acabou por fer sor para a icacdo da Lei n° 9.605,98 e, conscquentemente, agregar m: smentos assegurar a substancial preservacdo ambiental. Roreréncias Brauiocriricas em: Res Hi jus.br> Acesso em: 28 mar, 2009, 1, Des, Luiz Carlos de Castro Lagor José Rubens Morato, Diretto Constituctonal Paulo: Saraiva, 2007. ngrama de Direito Criminal: paste geral. Sio Paulo: Saraiva, 1957. ed. Sio Paulo: RF, 1954, Jorge de Figueiredo. Questées Fundamentais do Direito Penal Revisttadas. Sio Paulo: Wt, 1999, PLZ, Adriana; MOTA, Carlos Guilherme. Histéria do Brasil: Uma interpretacao. Sto Plo: SENAC, 2008. IMOULIS, Dimitri; MARTINS, Leonardo, Teoria Geral dos Direitos Fundamentais. Sto Yaulo: RT, 2007, (0, Rogério, Curso de Direito Penal: paste geral, 10% ed, Nitersi: Impetus, 2008. v1. IWINGRIA, Nelson. Comentarios ao Codigo Penal, Si0 Paulo: Forense, 1959. v. 9, INHTAS, Gilberto Passos de, Netto Penal Ambiental e Reparacdo do Dano, Sio Paulo: RT; = 0 Dar Ava sos bf Pars = Cooma MACHADO, Pauto Affonso tems Dient CHADO, Palo Alfonso Leme, Divito Amblental Brasileiro, MARINONI, Laz Guilherme; ARENHART bec ed She rane ARENHART, Sérgio Cruz. Manualdo Proceso de Gonbecl MUARE: Edi Direto do Ambiente. ed, So Paulo: RI 2008, | Flivia. Cécligo de Direito Int 5 8 Humano PaatN, Evin Citgo de Direito Inernactonal dos Diciios os Anotado s », Carlos Frederico Marés de. A. sto ambi (oe menses 4 a invent a Novo Proprierario 00 IMoveL Tn: LOVESAN, Have ena TnSQBSAN, Booed | Chg de Det narnecanr ae eet : : : TESSLER, Marga Inge Barth. O juz a tutta juni ComENrARios Ao AcoRDAO No Recurso EsprciaL n° 222.349/PR_ im Revit de Dosing da Repo 8.171/91, que ndo seria de aplicabilidade ime- normas que deveriam ser aprovadas | 42°. ile notmas que serio aprovadas pelo érgio gestor da mits essa solucio, que nio prevaleceu no julgamento do REsp n° ‘apresenta varios incoavenientes. O primeiro deles é que imputar ac 4 Niblleo a responsabilidade civil ambiental por danos causados por particu- ‘valde encontro a uma dlas diretrizes fundamentais das moderas solugdes materia, que é justamente a _ iiconcessio de sul indiretos a producao, em beneficio dos pol § «1h prejuizo dos contribuintes." Em semelhante situacio, o Estado assu ‘| jinsiglo de *seguractor universal’, socializando os Gnus econémico-ambientais 1 Newge sentido: Tiss, Marga Inge Barth, “Teoria geral da respor ‘i Kevlsta CH, Genito de Fstudos Judiciirios do Conselho da Justiga Veceral, Brasilia 1 Ano Xb, n° 38, fuser 2007) ps 7 de atividades que produzem lucro em benefi Mesmo 0 direito, Bresso contra o verdadelro causador do cano, de difiell eonfiguragio priticn A Ininimiza os inconvenientes da solugao apontada pelo-votowencifo,& que ddo dano ser muita vez de complexa investigacto, na lade, alids bastante plausivel, de a agdo regressiva jé es ou mesmo de o agente j ter deixado de existir sem detxar patrimon execucio. Acresce que essa solucio comprometene mm ide a dest © que também € contrério aos principios da responsabilidacle ¢ além de desconhecer que 0 novo a Poa rea clegradada, perpetua a lesio a0 meio ambiente, e, cadeia causal que conduz ao dano ambiental, conforme ace! u Nero no voto que proferiu no RESp n° 343.741-PR 70 lad de 1989, mediante plantio, cm cada ano, de pelo menos um <2 rea total para complementar a referida Reserva Florestal Legal (RF) Os demais votos dos Ministros da 1* Turma do STJ, no julgamento d n° 222.549/PR, seguiram caminho diverso ¢ deram provimento a0 recurso, lo pree [a reserva legal)", 0 Min, José por sis6, & uanto a reserva legal ~ bem entendido, fo como dlever de reflorestar -, dai a le Nu muito ben primeiro fundamento da solugio vencedora no REsp n° 222.349/PR ( acima, assimila os deveres ambientais a modalidades de obrigacoes =" proposito, 0 Min. Franci , no REsp n° 343,741-PR, ex- inte classifica a obrigaciio de manutencio da area destinada 4 preserva- manente como Uma obrigacio propter rem. E a pexplexidade que essa pode causat, a primeira vista, é que ela confrange o novo propri ¢, pelo simples fato de ser 0 dominus do bem. Mas os di wente a propriedade, segundo longa tradicfo que remont 0 podem teazer para se\ 6 lade ou os Onus reais, que sempre existiram, no méximo maum dever de suportar (patitur) atividade alheia sobre o bem ou de 1 algo (ron facere), mas jamais, a uma atividade a cargo do proprieté- no expressa de forma lapidar 0 brocardo sobre a sc Vfaciendo consistere nequit. \ razio Igica disso esté. em que © di lar uma coisa na pessoa, niio pode gerar vine ide que circunstancias histéricas ocorridas no medievo propuseram jnistas situacao na qual um direito pessoal aparentemente gerava um, @ entre pessoa € coisa, suscitando um problema que somente poderia ser do previsto nos textos antigos, capaz de aporia. Esse instituto foi precisamente 0 jus ad rem, que dis daria origem as obrigacées propter rem. O problema foi, em resumo, a todo oficio e correspondia, em direito candni 1m Conjunto de bens cujos rendimentos eram destina ‘© qual dispunha entdo de um direito real (jus in re) so Acervo de bens semelhante a propriedade, embora nio se confundisse jenie com esta, Mas a aquisicao desse direito real somente se dava com a 9 eclesidstico, que espé Acervo de bens que the caberia com a invest jus ad rem, ao admitic um di ‘que permitira » para a construgio de uma categoria reversa, ou seja, a das obtigacdes ons, Miguel Maria de, Curso de Direito Civtt; Obrigacdes em Geral, ed. Rio Preitas Bastos, 2000, vot, ue so impostas, em atencio gue so imports, cm ateneo cero «quem FOF lar des a (O jus ad rem faz nascer de um di i: f aszim que, para eseehtiy ih Asean ee s numa certa posicio juridica, reputada & |. reputada a mais adequada : o de certo dever, segundo o velho brocardo ubi bonus TDI 6 reser. int Prova de que consicerar os deveres decorrentes da ra legal como obrigagdes propter rem é uma solucé ses da preservac; igo formal da reserva legal = a ‘ pas L, rae pena ici da reserva legal seria uma condic: 0 vara. ercicio do dircito de proy aed sem observ: rine a ‘© mesmo que compelir |, proprietério de er rte para uso fora da residéncia”.® A é por razGes Gbvias, é de tal modo rigid sees lem do qué, o uso da arma fora da residéncia, que seri: can s restrigdes demonstra 0 caso oa eee s ra de ago ris de reserva legal € nfo somente possivel do pont de Het fintdiee Goma preservaca reservacdo ambiental; esperar 0 desmatamento, para depois responsal Anrunts Vatita, Joao de Matos rigagd Agee Hiei s Das Obrigagdes em Geral, 7 ed. Coimbra: Youn, Fernando Grella. “A reserva ; legal eo paiva": Doutrina Coo. Pls Reh ‘Naanuno Cis Monn Rts ompatibiliza com 0 espirito preventivo que deve animar toda ¢ qual ievise adefesado meio ambiente, Melhor €a solucao apontada pc 10 judicial a reserva legal pode seguinte mods civil publica e a pedindo 0 cumprimento da 10 Porter Jucicidrio obrigue 0 propr Juridica, a instituira reserva florestal legal, Jegistro cle iméveis, como tam! A cobertura arborea da reserva. Pedirse-i tio de nao fazer, quando se pretender invadir a ceserva fl spat 0 seu uso, por div desmatamento ou de ocupacio por a irucio de hidreletricas, por exemplo. civil piblica para impedir os proprietarios de re jamentos obrigagio de fazer, procura rével rural, pessoa fisica herem quaisquer | s¢ inlringirem as normas sobre a reserva flores © relator, como visto, ni fundamento (transmissio das obrigagoes am! ado na argumentagao do Mi impedir a regeneracdo natur: imei ‘lo iméyel desmatado). Accim: Jiderou, em adigio que, ‘ssi se fecha o cisculo sobre o propris Vivel pela preservacio da area da reserva into da érea desmatada, indep fesmatamento, tanto por tais obrigagdes decorrerem ipso iure do (0 porque a preservacio da reserva é€ um dever Jind claro que essa imputacdo de responsabilidade ao propri | antes recomenda o direito de regresso ‘amento, Justamente nesse sentido foi o vot {que inclusive ressaltou que seria in adada a tereeiso que ndo mais € dono judeiro cxusador do dano. A melhor solu imoyel, mesmo que fosse igo, segundo © Ministro em w Paulo Affonso Leme: Comentarios sobre a reserva florestat legal, p. 4 (hepsi saeweipet brlegisiaewoycomentarionteserva. asp) 89 ‘iabiar Passos Rigas = CORDIN Wo ACGNBAO RAO Hsin? 222.3190 ee mente impor 20 proprietiio atval la, sem prejuizo do direito de regres denunciagio a lide. ai Ja se vé que a solucio encontrac. arn Com as exigéncias atuais da protecio ambiental. Mes 9s com concepedes clissicas sobre o tema @ obrigagao de recups i claramente que 6 novo proprietério do imével rural j4 desmatado 80, até mesmo por meio iio podria ser responsabilizado pelo dano ambiental, nem obrigado ‘a reflorestar, pois era parte ilegitima para tanto, segundo o vetusto principio da responsabilidade civil aquiliana, que nos vinha do art. clando prinef 159 do Cédigo Civil de 1916; © Superior Tribunal de Justiga obter, neswe jal responsabilidade, As tltimas décadas do século XX ¢ o inicio do século XXI, tanto no ara o grave problema da preservacio da fora micoucl: ee elz80 ere rato no dcenéico, wearcart umimicmenvo de nies ter Sones GaiGgles rane Sifieacao crescente de medidas de prevencio € reparagio dos danos ae 'gica, mas obsoletas do ponto de vi ambientais, nas diversas esferas do governo € da sociedade civ itirio, portanto o verdadeiro benehiciiri dan ene Pat O fluenciando naturalmente a visio dos tribunais, que passaram a dar respostas cada vez mais rapidas ¢ adequadas as demandas ambient € foi nesse contexto que o julgamento do REsp n° 222.349/PR pode afastar-se do caminho tradicional; Nafimagio da legitimidade passiva do adquirente de terra desmatada cee ee para responder pelo reflorestamento, ocorrida no julgamento do REsp Gee Sa 1 222.349/FR, depois confimmada em virios julgacos do Supe eccrine ee bbunal de Justica (ST), abriu ampla perspectiva hermenéutica favorivel ao meio ambiente, que permitiu, por exemplo, que o Superior Tribu- nal de Justiea depois passasse a considerar também que a necessidade de averbagio da reserva legal existin mesmo naquelas propriedades onde jé nvio mais havia mata a ser preservada (e.g. Resp n° 821.863- MG, rel. Min. Lu Fux, DJ 09.04.2008, p. 1); AA discussio sobre quem seria o responsivel pelo reflorestamento se polarizou entre dois extremos no julgamento do REsp n° 222.349/ PR: por um lado, argumentou o Min, Garcia Vina que, em termos de responsabilidade civil, mesmo a objetiva, nao poderia 0 novo proptie- tiirio arcar com a recomposigao da flora extirpada, pela simples razio de que ele nao dera causa ao dano ambiental (falta nexo de causali- vr dade entre sua agao € 0 dano); por outro, o Min, José Descapo, relator 2 € autor do voto vencedor, sustentou que o dircto de propriedade no REsp 1° 2220 ‘exercido sobre certo bem atrairia um conjunto de deveres e onus que la no REsp n° 222.349/PR esta em pi Para a humanidade nos tempos que correm © contraproducente discutir agora c repari-lo. A esséncia do jul epari lo julgado € tum fato indiscutivel, que precisa de ag deve prevalecer sobre qualque no no passado, de modo que Sem embargo dessa sol idcntificado, evidentemente nao esta fivr vera reparar o dano ambiental Proprietirio, inclusive denunciando a lide, se for o c: Min. Hirer Gens 0 Desse modo, acerta-se, 0 Sigua arcir aquele que d © contra ele (poluidor) lari oe nto possivel, as contas do passade, com Somente podem ser atribuidos ao dominus da coisa, € 0 refloresta- vita-se 0 enriquecimento indevido do poluidor oe mento estara entre esses Onus (obrigicio propter rem); além do qué 5. Concuusies GiIlss40 em preservar a reserva legal scria jd. um dano ambiental; ; ‘A solucio encontrada no REsp n° 222.349/PR esti em plena sintonia inten a com as exigéncias atuais da protegao ambiental. Ao invés de compro- julgamento do REsp n° 222 349/PR, -guintes conclusoes sobre meterse com solugées de grande simetria légica, mas obsoletas do 1. Em marco do ano 2000, dat ponto de vista pritico, preferiu: o Tribunal, sem apagar 0 passado, eo , , , n° 222.349-PR, nao havia Tae sepa ublnenis do REsp transferir para 0 atual proprietario, portanto o verdadeiro benefici- releviincia pudesse mudar os Be rio dos proveitos econdmicos do bem imével, todo o peso de pre- se dado naquele caso, Os servana reserva florestal legal, considerando que a questio ambiental De tudo que foi dito, podem ser extraida colocousse efetivamente part a humanidade nos tempos que correm, rn ‘nao no pasado, de modo que seria initl ¢ eontraproducente d fr agora de quem é a culpa pelo dano: antes, 6 preciso repa esséncia do julgado € que, em qualquer caso, 0 dano é um fato im de acoes reparadoras inadiaveis, € é isso que lecer sobre qualquer investigagzo a respeito cle culpados; A situagio assemelha-se 2 das reformas previdencifrias, nas quais Hupexro Gout pp Yoto que proferiu no REsp n° 222,349/PR. Desse modo, acertas quanto pi ‘as do passado com o presente, e evita enriquecimento indevido do poluidor. 6, Rererincras Busniocr«rtess BENJAMN Direito brastleina e as lied em 1 ide civil ps 1s do Direito comparado [http,/balurs uel Maria de. Curso de Direito Civil: Obrigagdes Bastos, 2000, wo. 1, ANTUNES VARELA, Joao de Mat vol. I, p. 200, VIEIRA, Fernando Gret 108. Das Obrigacdes em Geral. 7 ed. INTARIOS AO ACORDAO NA APELaGio CiveL N° 2001.001.14586, a CiveL, Do Eorécio Trisunat pe Justis Do Estapo po Rio pe Janeiro © Data po Jurcamento: 06.03.2002 © ILA FeRRARESI! Rasen ‘Cam, Civ Ap. Cv. 14586/2001, Rel Des. Mani > onivel em [hitpy/ www fuse, Acesso em OX dex, 2008, SN TnBRiRTCERréncon0: de reposipao do amtionte ao estado anit Jestitam a condenagdo om dane m ‘degradagao ambiental prejudicial & coleti A ae lade. Provimento do recurso, 3. O Conrexro Historico O aresto em comento simboliza uma visio sisté ambiente, holisticamente, nio mais corresponde a revés, constitui reflexo das interagées d seu meio, entio c x assim como vem rio intern ha que se falar nos eventos ond Ne mostrava-se insuflada, como a Confet . Pealizada na cidade d io de Janeiro, ara. 0 Meio Ambiente eo vimento, quando foi elaboracla a Agenda 21; ce Cal quadro das Nacoes Unidas sobre Mudanga do. de Quioto, datado de 199 Passeando em panorama exterio de ior, Sconsiderar os event Ccoarrdos em 11 de Setembro dé 200%, én teatime © mundo, sem outra Opsao, mostrou-s c Vida, que até aquele momento revelava meio, posto que o visualizava através 4 Gory Feo a Tova da Yada So Pa 93 , experimentava grandes transformagoes, onal assumiu protagonismo quando, em 2002, 0 rasileiro. O referido -agrou um didlogo com o texto constitucional de 1988.” Na diceao principiolégica ambi ado ao patamar de dit atureza, confirmando, ainda, precei lacdo anterior, otimizando, em det ‘yor do Direito Ambiental brasileiro. Wensificacdo desta turela ocorre com o advento de leis que, apesar do da arte mostrarse ineipiente, abandonavam a vocac: ihém conhecida como ecologia rasa, para abracar uma re-sig ambiente em si mesmo e a vida como um © conservadora do iridicos que celebravam a sust Imente quando da A Teta da Vida (1996); e As Conesbes Ocultas le pais foi marcado por severas agressées a0 meio t flagrante 4 ordem internaci sfe figurou como importe defensor da cau ~ lingasse 0 interesse mi JMeate sentido, assevera Marc dos iibusnais, 2008. p. 18, ie por relaelonar, somente, diplomas que guardam estreita relacio coma decisio “ie se coment del constitindo em suport legal. Rortaneo, defuse do exposto -ANie Alo. seri mencionada qualquer inovagio legal langaca em momento posterior 40 julyamento do Acordio em questio, Ressalte-se, entretanto, que, no que se refere __Uintigo Civit de 2002; mostewse inevitivel comentilo, mesmo que sua vigencia tenha “nied ‘ i yrolitada, postas ws mudangas socials que o diplonya rere n° 4,771/1965 (Codigo Florestal); Lei n' ; Let n® 6.938/1981 slonal do Meio Ambiente); Lein® 7.347985 (Dis Pe ANS ca Telos Oe (Cine de Defesa do Consumidor); Lei n? 9,605/199h rim jientais); Lei n° 9.985/2000 (Sistema le ke Conservacio); € a Lei n° 10.257/2001 (1 rarer idensamento populacional (empret men ose fiveizaio) Aauséncla de reguariagao fundies sistema ~ pertencente ao bioma da Mata Atla maior floresta urbana 90 Bi parques urbanos do mundo. Face a importncia que do bioma a biental ¢ a propria satide ~ dade humana -, advoga-se pela mai les contrarias a este fim, e responsal oceans pon: indo-se aqueles que pertusbam No que concerne 8 atuaa N puacio judicial, ao lancarse a protecai decisio que neste easo se frmou,estruurada no etalon juss apresentado, validas sio as ponders nt tro ¢ fragmentado na avaliacd ‘caso, passando ao paradigma sistémico, consci € ore ee ieene ee - consciente de que tem um dever pry centralidade diretora do artigo 225 da 4. Comentintos so Acéxnio inciro acolh ji Avsvepo, © recurso perpetrado pelo Munici ne de cada um destes componentes desta pioneira dec no, em virtude de ‘te réu ter realizado a supressdo de vegetagio em Jocilizado préximo & Unidade de Conservagio, iniciando neste local wo sem a devida autorizagio do drgio responsavel. Atestou-se serem s preceitos legais dispostos no Codigo Florestal, no Decreto que agistre-se que, apesar do municipio possu blica desde a Lei n° 7.347, de 1985, raros 20 tais tipos fa da Procuradoria do Rio de sposto no artigo dal, obedecendo aos critérios de competé jes ambientais, ou seja, no foro do local do dano. liu pela parcial procedéncia da acio, condensando 225 da CREB, ¢ acatou, entio ~ € apenas ~ a tese de vo da esfera material do dano ao condenar o réu a recompor 0 meio ‘estado anterior, obrigando-lhe a desfazer a obra ali iniciada de modo lar €, por via de consequéns J, entulho, bem como 10 plantio de 2.800 mudas de exemplares nativas, concedendo-Ihe o ado prazo de 90 dias para tal realizacao. Em. considerada gcedente, o argumento apresentado versou sobre a auséncia de pedido \do exposicio genérica que ensejasse a reparagio pre- foi conduzida a Instancia Superior, em sede de apelacto, sendo ada pela Municipalidade, visando a que fosse reconsiderado o pleit \do procedente apenas em parte, posto nao ter sido aceita, pelo juizo mo~ tese pela qual se pugnava pela condenacio do réua titulo de danos \do, a2* Camara Ci com base no voto da Desembargadora Manis RaIMunps Tristan ‘apelante, cm favor da colet tal extrapatrimonial coletivo. Jo 08 aspectos que conferem a tonica inovadora a0 acérdao em ‘expondo uma ecologizacao dos valores juridicos. De- fe rememorat 0 desenvolvido nas linhas passadas, no sentido da indefinicao jurisprudéncia concernente a esta matéria, De: prossegue-se 20 ex ‘A narrativa inicial era acompanhada de documentos que atestavam 0 corte {rvores em um primeiro momento, sendo que 11 unidades foram extras posteriormente, configurando em supressio de sub-bosque, Esta reducio PF acopenun , ou em dano pelo abacim _ - Paisagistico ent — mee st -dano social nko pode ser confundido com dano dle indole indi- Multante do dano eausado a0 meio ambiente. Este dano social corres- des des ‘verdadey to carter extrapatrimonial da lesio a0 meio. rifled-se, pelos miotivos acima expostos, a perfeita possi atrairafauna, entre outeas ae ei fangs ain len lc mencio gue consi presen em que 0 bem ambiental € aS jentl € considera lade de vida humana, quea o €, para tanto, € que merese ser oh le de se um afa evidente um provada a coneretizagao Ano, Permanecemos, contu mentos da inédita has que se segue. 10 sob apreciacio envolve os cncadcamentos binarios das va, bem como os arranjos patrimonial/nao-pat tabelecer distingao entre os conc Neste interim, ambiente concede, do 0 desenvolvim examinar este aspecto, demonstrar além lo,oa de tudo, 0 alcance da dignidade humana, possi 4 personalida conse g beoralidade. Jost Hi coletivo. cendo-se um diilogo verticalizado, propde-se que o meio ambien- seja adeqruadamente compreendido quando ca identificago de seus elemen- penne apresentado-se, para tanto, sua ambi ar 0 meio ambiente a po do do microbem am- humana se desenvoh se desenvolve em formacoes soci a sobrevivén soos e «le de componentes. Inicrobem ambiental, portanto, agrega as importanci iduais e patrimo- considerado, Por outro Angulo, 0 macrobem amb 's imantados, insegregiveis, ede co hatureza como um todo. Fste concatena- Re invocando os ens} icdo entre o meio ambiente, 4 cxercicio integral da person: i es NO ocorrido nao pode © acon Dano Ambiental: do 10 Paulo: Revista diferentes aspectos do dano ambiental. C&L 15 Nesta tonda, concluise que ‘[..] 0 da toda lesao intolerdvel mmpreendiddo como Iquer acao bumana (culposa ou do) ao la coletividade, em uma fo em vista Nao obstante a finalidade econdmica do meio ambiente, que quer sigal ‘que truz desvalorizagio imaterial ao meio ambiente eco- 2 esfera patrimonial ¢ individual do bem ambiental, na presente demanda p jeamente eeu rc3 © concomitantemente a outros valores inter-relacio- bbemse gravames ocorridos em um plano supraindividinl enlovpa jos coma sitide € a qualidade de vida. A dor, referica a0 dano extrapatrimo- Be) SE ee ee beats cons PAO en? Deak aaa ambiental € predominantemente objetiva, pots se procura proteger o bem emergir a possibilidade de responsabilizacao moral pelo dano empret i ¢ objetivo) € 20 interesse particular subjetivo”.”” contra 0 meio ambiente, imbricados os valores afetos a coletividade, (cl Seat adel P a supediineo na opiniio emanada pelo representante ministerial, 0 Pro- dor de Justiga Luz Ori voto de lavra da Desembargadora Re- fi descreveu, como sis sofrimento coletivo, 0 lapso temporal ria do ambiente degradado. Conforme se coletividade estaria exposta a ae mnt pei lade de vida. Destarte, mesmo que para o dano concebé-to em tonal la comprobay i Pe eee eS aiosnete fei Baa do dano ambiental extrapatrimon {tos deletérios advindos do dano ambiental protraem-se no tempo. relacionado ao elemento imaterial do meio ambiente. Doutra not dano ambiental extrapatrimonial obj "i lidade civil por dano ambient do legislador. Portanto, denota-se que a responsabilidad civil estard fun- ‘A forma metodolégica que figura como paradigma do instituto da respon- do dano ambiental q ¢ € concebica sob contornos subjeti- cial em demandas atinentes jetiva, adotada apenas em casos dda ocorréncia de um dano, sob um viés individual. Ocorre que, no caso emt legraciacio ambiental originou uma perturbagiio de ordem col qualidade de vida desta geracio, bem como de outras que estio por vir, e que assegurado, em uma plataforma constitucional Em relacio ao contetido presente no dispositive acima transcrito, cleve-se Be -utilitiia bncluir que as acepcOes abarcadas confirmam a estrutura inaugurada pela Let Nacional do Meio Ambiente, assentada na teoria do risco integral, em um plano ambiental motive afetacio coletiva. : que todo e qualquer fato que venha entendlimento coniriirio de Rut S1oco, que assevera: ‘\ {eric um bem ambiental enseja a responsabilizacao do agente culpado por esta esio, afastando a verificacdo da culpa. Op. cit, p, 294-295, lestacarilagdo de Manca Ince Baer sm: Aresponsabilidade faz pela transposieao ‘Marga Inge Barth. Teoria geval ‘Ano XI, n° 38. pp. 412, jul,set. merece realce, por mais uma vez, que a decisio em apreco foi erigida sob a vigencia do Codigo rc 1s que guardavam relago com a responsabilizacio por anos correspondem aos artigos 159, 1.518 a 1.532 ¢ 1.537 a 1,553 daquele diploma. tionada. Neste sentido, expressa que 16 Sreco, Rui, Dano moral ambiental. Repertécio IOB de Jurisprudéncia, n° 7/2001, ¢3, p. 145. Apud, Fisis, Vlad inuicao Federal ea Kfetividade das Normas Ambientais. * ed, rev, atual. ¢ ampl, S20 Paulo: Revista dos Teibunais, 2005. p. 192. Independentemente da teoria preconizada pelo legislador, ua é prevenir a ocorrés le pel: do ambiente. 8 dizeres do eminente Procurador de Justica, “com relacdo @ prova do dano moral, a doutrina nao di ‘provado 0 dano.” Consideradas tais rare < prova, instrumento adotado na das relagdes de consumo, Para a plena efetividade da Fundamental, deve se fazer presente, pois, 0 dever de indenizagao agh a restauragio do dano ambiental causado. Aos termos do artigo 3 réu pode ser repressiva da lest consumada ou preventiva de consumacio i "0 0 ree endorse em vista o cariter de relevaneia que ‘adios a0 longo deste \cfio do dano ambiental extra- -mestres no artigo 225, §3° da la nova ordem constitucional.”" Em uma superfic jente est ancorada nos preceitos condensados ‘Na medida em que sc intenta pela reparacdo integral do dano perpetra- {nfere-se que, como no caso dos autos, o dano ambiental contempla duas ses, pelo que se mostra necessiria uma responsabilizacdo ambivalente, le pese a afetacio ao tcor valorativo pelo incontroverso evento danoso, ou ido intrinseco do meio ambiente degradado. corresponde n retorno integral As condigoes upcio das causas do dano. Jigdo Federal a se mostrar priitica pos- il e complexo o trabalho de snsurar e determinar a verdadeira dimensio do dano ambiental referindo-se a sua conotagio nao patrimonial. Apresenta-se complexa le designar alguma magnitude monetiria diante dos prejuizos reflexos deste Normas condenagio declarada no montante de acontecimento, salientando-se a coletividade aviltada, Nao obstante a dificuldace, hé meios para o magistrado alcancar uma clefinigio aproxim Com efeito, fixar 0 valor da condenagio depreca tecer avaliagoe: s. A solucio gravita em torno da prudéncia ju feita, 0 Municfpio do Rio de Janeiro opds embargos declaratérios istas a0 saneamento de tal contradicio oF assistir razio, ao final foi arbitrada a importincia de 300 saldrios ‘por unanimidade de votos, como valor final fixado pela Corte a izatorio compete a0 magistrado que dever See es eels dcolediniade to arbitrar, orientando-se por meio de um feixe de signos trazidos pelo pr i indo em verdadeiros parimetros para a correspond p Concrusdes pelo dano ocorrido; a repercussio do mesmo; ¢ a propria capacidade econdt ca do agente responsivel, entre outros que a carga probatoria do caso propi ‘ "a I ista predominante em lides que contemy e que o magistrado entender plausiveis. Na doutrina de Viapnur Passos De E Wlenizacoes de carter ‘Tal acontecimento revela o advento de uma ugestoes para a obtencio da mais proxima _ smovisio que sugere, por sua vez, um entendimento menos antropocéntrico plena di Jogico, tendo-se em vista que uma qualidade ambiental minima é necessiria alcancar tal desidera este meio ambient ado. titui parte, ou elemento, dessa ver a dignidade humana 0 carter de fencialidade ¢ a importincia do meio ambiente em sua autonomia, a0 que ropde designar direito fundamental a um meio ambiente ecologicamente libradto ¢ sadia ile de vida. Compondo estas tensbes entre as d aie elec atc eine alan No que toca a destinacdo ¢ posterior aplicacdo da importincia obtida, not eee anna ant ee enone ee ats nero Shea Reed bes Inbac cnc as conotagben eeondmicaseecologicas nas demandas ambientais, A guisa de conclusio, is n oc Julgado sob analise premia o conteido Bee cea a ged Ino fossa exitente no debate contemporineo sobre 0 assunto, pela dos ttecirtloas feces 6 tu pss Caaoecia dt ee Meare, ase meio ambiental areeeres dora Relatora, corroborando com a opiniao e1 23. Faun, Vladimir Passos de. Op. cit., pp. 182-190. 24 No que conceme a maleabilidade do pedido nas lies ambientis,revelsse interessant are be pas Ea © canite lizagio por dano moral extrapatrimonial coletivo permite cesencial do meio ambiente, Obtempera o autor no sentido que“. ém Sera esi att ake que, quando se pretenda levar izo a tutela jurisdictional do ambiente, 0 process eS embieuinllegeoas cxaencis\com una lents indo seja ferramenta que engesse a proteciio ambiental, isto é, € deveras importante © proceso, como técnica e método de realizacdo de direttos, seja capaz de se most Sobreleve-se, por oportuno, a convergéncia entre os Magistrados da 2* maledivel o suficiente — respeitados os limites do devido processo legal ~ para permitit vel do Tribunal de Justica di do do Rio de Janeiro, em que pese a a5, tit tela beta ato feta,” Rosie, Maelo Noa. Op sp. 88 Io travessias homogéneas dle pensamento em direcio 4 nova e er Nees ete neame aimee CaaS ao eee a 7 \sciéncia ambiental. Em uma controversa superficie onde as teses ecolégicas por substituicdo.” Ler, José Rubens Morato. Op. ct, p. 223, em rota de colisio com as teorias de cunho antropocéntrico (posto que, i pelo estranhamento reciproco dos entendimentos defendicios, te céntrica ainda esta por ganhar tecido na Grbita juridica),o julgado en corroborou para a efetivagio do Direito ambiental, derradeito, cumpre realear que, a0 enfrentar os aspectos na a Corte Est io antimajoritaria ao suplantar a di tradicionalista, sendo a decis4o convolada em verd a nda que paregam parcas as nossas reflexdes, ca do elemento aglutinador, ¢, foco da tutela ambiente como algo despiclo de dois extremos incomur como individuo insular. 6. Rereréncias Bisuiocrinicas io Federal ea Bfetividade das Normas Ambient dos Tribunais, 2005. idade, Racionalidacle, Complextd rato, Dano Ambiental: do Individual ao Coletoo Extrapa ampl. Sao Pat e HO, Ney de Barros. (orgs.) Diretto Ambiental Contempords ame a (orgs,) Direito Ambiental Contempordneo. Basu MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 14*ed. rev, atual. ¢ amp los Alberto. Direito Ambiental: peoibigao do retrocesso, ae icio Porto Alegre i Paso de Consiga dere Te aia empl Si aul: Reva dw nooo TRSSLBR. Ma Inge Barth Teo rl da responbldae sea Reis GY, ba OMENTARIOS Ao AGORDAO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO N° oy “4 24 Cintas Cives 90 TRBunar pe Justiea po Rio Granne De © Data po Juccamento: 20.06.2002 © ‘Tape Farias! RéLérora: Desemparcapors Juprre DE Miraxbs Monte Nunes wes € Desembargadora do Tribunal de Justi liga de carreira, foi promovida posteriormente ao cargo de Procur: (i¢a, ingressando na magistratuca pelo quinto constitucional em vaga reser ‘40 Ministério Puiblico. ‘Corts pA Ementa po AcéRpio __ Por limitacio de espago, apenas a ementa do Acérdao é repro ndo-se aos interessados 0 acesso através da internet? PROCESSUAL CIVIL AGRAVO DE INSTRUMENTO. STERIO PUBLICO ESTADUAL. ALEGAGAO DE POS: VIGLAGAO AO PRINGIPIO DA INDEPENDENCIA DOS PODERES. CONSTRUCAO DE [APARTAMENTOS E CASAS EM AREA DE PRESERVAGAO AMBIENTAL. OBRA PO. TENCIALMENTE LESIVA AO MEO AMBIENTE, NECESSIDADE DA ELABORACAO 00 “EIA E IMA, INTELIGENCIA DO ABTIGO 225, e UIGAO 00180 DO CONAMA. ROL MERAMENTE EXEMPLIFIGATIVO. SUSPENSAO = IMPEDIMENTO DE CONGESSAO DE LICENCAS PARA CONSTRUGAO DE UNIOADES RESIDENCIAIS (CASAS E APARTAMENTOS) NA AREA EM QUESTAO. INCIDENCIA DOS 'DA PREVENGAO E DA PRECAUIGAO, AGERTO DA DECISAO AGRAVADA. NCAO. ‘professor univer A integra do Acérdao analisado poder ser acessada através do site www.tira.jus br. cs Desemburgadores que comptern a Segura Cl do Estado do Rio Grande do “ ‘manurengéo da decis8o Impeditvos da liminar concedi 'A Procutadora do wustica, om parecer da lavra do Dr. Jose Auausro Pees Fuso, 24° Pro {opinou pelo conhecimento € Eo relatério. roferida nos autos de, ae Pca Gover no ONO. | pamorda plain Pa co Eel a i es.cso merece conhecinenia,stanisce que estha ce prowsupcaioa de sun acmisebt ie paler aoe iodo [Naini do posant ora de ramet cgeae 8 ocean o ae Pots se nose Anberia «Pola de mpacio Aneta EAE Fl Ha, no Gio gos Go Museo de Natal eat pede ce concede De inicio, cumpre registrar que a alegada impossibiidade ‘eferido na vecséo vergastada, a0 argumento de lependéncia entre 0s poderes, matéria de ménio na est Fai 0 qua nas amt. Alogou incidéncia da norma insculpida no artigo 5°, is ee ee ‘eu poder-dever de oxigir 0 Estudo quando fade ambiorial, cabo a0 Minsté- ols" tea onde se ree @ edicaco do enpoerdmerompugado coresponde& abroaamere S Foc arene ee a ee so mch anbiet, © que se atgua poste araves da elabovagao de previo ante do lengal reatico do 340 au ameaga de dielto 20 meio ambient. ses as quis esto ausertoe ra hipscoe sud jude! Roque 20 final, 0 provimento do recurso. vee seer q A realizaglo do Estudo do Impacto Amer incleo IV. que cispoe: 28, Tod ‘ camum do povo 6 essenclal coltvidado © dever de. anges s se Sia an ane es hermtn n i loos tae 3 soba o Esto de ep loss esti avalams teas ab obras oledas ae lvls cur possam degradacdo signiticativa ao meio ambiente. A palavra ee edt de ue oS iv, mo cao Rots ecco ro indvel que se use um ot ‘Sendo este provedinet con ode om Perrambusn,que2 Bie ‘© suficionte para subst f = brocedmanics no 6 pra Sonedace de ame ie"Drot Amour Sasa de see 8S Lose 9.965 9974, 000409. Ge SYHG A Caberia no agravanteo Crus de provar que a concessao e manuteneo das heengas am bari, spss ros oun de Nata coat cose casas © apartamentos) peta cuss aputinen idos na decisao atacada, estavar em Sena i a espe no tazens, om consosnan 0 due eltvameno, ao foe Vo qe pert algae do nto 80 erquadra nes nosesces em no mote apasalne, posal slencaee ne 6 meramenie exomptcativo er eee Soren a8 |. 0 Conrexto Histonico E sabido que o Rio Grande do Norte possui um dos litorais mais belos 14 alguns anos ainda era po: guar, verdadeiros paraisos naturais que praticamente nao tinham sofrido a feréncia humana. O motivo disso & que até a década de oitenta a densidade \ partir da clécada de oitenta, essa realidade comecou a se mo Intensa e até irrever Wdimento de ois Mize ecessérios & instinca, susten- ‘ada pelo agravante, porter a lcenga concedida caducado, no gecando a sua revalidacao {qualquer dano ao meio ambienta, de igual farma, nfo merece prosperar. Com efeto, ao requerer a atibuigio de efeto susponsivo ao agravo, 0 prdprio recorrente ido dacerita na petigao porigo da demora ‘Assim, hd de ser considerada acertada a deciso agravada, pois a Iiminar combatda fo! dda cone ‘do mencianado erpreencimento imobildrio, sondo razodvel a sua manuiengao até {que 86 plabore o Esiudo @ 0 Ralatri ce Impacto Ambiental (EIA e FMA) ‘consonancia com o parecer Minister 24 Promotor de Justiga em substiuicso ao 19° Procurador. Natal, 20 de unho de 2002. Desembargador Pera Goosro Presidente DDesemibargedora Jun Nunes Rolatora ‘Doutor Canvos AususTe Cao 00s Sanros FemoNDES 16" Proourador de Justoa sendo 0 mais belo de todos. Si mais de quatrocentos quilémetros de “praias de Agua quente com os mais variados atributos naturais, como barreiras estusrios, falésias, florestas de mata lagoas, man- piscinas naturais © praias fluviais. ‘Tratase realmente de um Estado jado sob o ponto de vista das riquezas ecolégicas. sssivel encontrar pralas virgens no litoral po- nal era pequena e a pressio imobiliaria pouco significativa. Contudo, ficar de forma ado de diversas maneiras, , fato que pode ser ju erida época, o Rio Grande d Passou a investir macigamente em turismo, eriando a infraestrutura ‘em termos de aeroporto ¢ estradas, ¢ incentivando a livre iniciativa hotel servicos de um modo geral. Essa iniciativa comegou em Natal, a capital p ‘mas depois abrangeu os lemais Muni ir Ou para passar fe em um curto peri fazendo com que um ni ais © horizontals fossem I desses empreendi ras de porte nacional ¢ at nesse contexto de intensa especulacio imo! deve ser ido. Trat ica forma de se resguardar verdadeiramente a qualidade de vida e 0 meio am biente e a dificil ou mesmo impossivel reversibi -m todas as medidas de precaucio possiveis, ion: aro ao determina que os interesses coletivos devem preval sobre os interesses individuais, Embora esse panorama de especulacio imobilidria intensa e de construt de grandes projetos hoteleiros também exista nos demais Estados nosdestino} (cujo litoral aparente ter sid do Norte e na Bahia tal proceso parece ocorrcr com maior assim, 0 acordao comentado é um precedente muito importante para a defesa dos ecossistemas litorineos no Nordeste e em todo o Pais. nessa lide. E preciso deixar claro que, em hio € propriamente o licenciamento ambiental ou a exigéneia de EIVRIMA, mas o direito 20 meio ambiente ecologicamente equilibrado. ntroyérsia da decisio objeto deste trabalho gira, a princi incia ou nao do BIA/RIMA para um empreendimento imo! fe sete) hectares, que na época seria instalado no bairro Pitimbu, em Capital do Rio Grande do Norte. Tratava-se de um empreendimento ha- mally cle casas € apartamentos, de pentivas Habitacionais do Rio Grande do Norte € da Parafba (INOCOOP) Sceretaria do Meio Ambiente 4 licenea jontal para a obra sem exigir 0 ELAVRIMA, tendo em vista que a legislagao ‘exige isso de forma expressa para 0 caso em questao. Realmen ‘ilo art. 2° da Resolugio n° 1/86 do Conselho Nacional do Meio Ami i) faz. essa exigéncia para os projetos urbanisticos a partir de 100 (cem) re relevantes de acordo com os ambiente, . esse fato foi contestado pelo Ministério Publico do Estado do Rio xle do Norte por meio da. fica n? 001.01.0188682, que defende 0 BIARIMA deveria ser feito em face da necessidade de verificar com maior ‘empreendimento era significativamente impactante sob 0 ponto Hivesse de conceder qualquer jnado a nao ser que 0 referico estudo fosse realizac A INOCOOP interpés o Agravo de Instrumento n° 02.000401 a decisio a quo interferia no mérito do ato administrativo, afro pio constitucional da harmonia e da independéncia entre os Poderes. No 2" Camara Civel wunal de Justica do Estado do Rio Grande do lecisio agravada, 20 a unanimidade 0 relat6rio da orm NUNES. 15 scus aspectos mais importantes, tendo-se em ‘io ambiente ecologicamente rado, especialmente no que d ranea. © primeiro ponto a ser destacado refere-se a0 b 9 um bem de uso co © meio ambiente foi ias fundamentais, também faz ‘uma referéncia direta a isso ao estabelecer no artigo 5° que a agio popu anifestou o entendimento constitucional de que o meio ambiente esta instrumento adequado para a defesa do meio ambiente. miximo do ordenamento juridico brasileiro’, Se a vida € 0 mais importante de todos os direitos, é indiscutivel undo ponto a set destacado diz respeito a relagio entre o licencia- equilibrio do meio ambiente ¢ ess ‘ac imbiental ¢ 0 EIA/RIMA, bem como o esclarecimento dos aspectos mais a propria continuidade da vida humana no planeta. Isso implica dizer qu es de cada um desses instrumentos. Tais entendimentos sio indispen- dignidace da pessoa humana — principio fundamental do ordenamento jul apa comprecnsio geral do acérdio. brasileiro ~ possui uma evidente dimensio ecolégica, que se impoe cad icenciamento ambiental é 0 proceso administrativo complexo que tri mais em face da crise ambiental existentc.> perante a instincia administrativa responsvel pela gestio ambiental, seja {hito federal, estadual ou municipal, ¢ que tem como objetivo assegurar a de uma escotha pela continuidade da vida humana, Por lade de vida da populagao por meio de um controle prévio ¢ de um con- ibptopese do acompanhamento das atividacles humanas capazes de gerar impactos Ler defende inatério i i pee ah een ee ee ‘meio ambiente . O fundamento constitucional direto desse mecanismo in i 0 Direito ambiental iso V do §1° do art, 225 da Carta Magna, que dispde ser incumbéncia do estabelecer um liame de solidariedade entre os seres humanos ¢ a naturezi, Fr “ A ee meet Pblico “controlar a producio, a comercializacao o emprego de téeni- Em vista disso, o licenciamento ambiental e 0 EIA/RIMA, bem como qj \étodos e substincias que comportem risco para a vida, a qualidade de ‘quer outro instrumento da Politica Nacional do Meio Ambiente, devem neces ©0 meio ambiente’ riamente funcionar como um mecanismo de efetivacao do direito fundamer O licenciamento € dividido em etapas que devem terminar com a conces- 20 meio ambiente ecologicamente equilibrado.§ Se esse resultado nao for a cena ambiental corresponcente, de maneira que as licencas ambien- «ado, o desrespeito ao mandamento constitucional restara evidente. fervem para formalizar que, até aquela etapa, 0 proponente da atividade De acordo com Anizio Pas Gavi Fino”, tais instrumentos sao simp ‘cumprindo o que determinam a legislagio ambiental ¢ a administracio mente um desdobramento do direito material atrelado, no podendo ser com lca. A licenca ambiental € uma espécie de outorga com prazo de validade preendidos como direitos ou mecanismos juridicos autdnomos. Logo, Mf jeedida pela Administracio Pablica para a realizacio de certas atividades hu- portante € saber se 0 licenciamento ambiental do empreendimento imobi Bpecsde cur acjam segusias deteeminddas tomas € tes uctce questionado foi conduzido da forma mais adequada pelo 6rgio ambiental Enquanto o licenciamento € 0 processo administrativo por meio do qual se nicipal tenclo-se em vista a defesa do meio ambiente e da qualidade de vida’ fleam as condicoes de concessio da licenca, esta € 0 ato administrative que coletividade. jncede € oficializa o direito de exercer toda e qualquer atividade utilizadora recursos ambientais ou efetiva ou potencialmente poluidora. Isso significa K¢ nfo existe licenca ambiental sem licenciamento, mas este pode existir sem Jeaquela, até porque € ao longo do licenciamento ambiental que se apura se eferida licenca pode ou nao ser concedida. © art. 19 do Decreto n° 99.274/90 dispoe que o licenciamento ambiental TewrmuareyTugB Desiree chins onetodol Antone: 4 Dai se desdobra em trés etapas, cada uma correspondend a um tipo especifico de feokiea da Dignidade thumana no Marco Jurdicoconttutonal do. tstad cenca, que so respectivamente a licenga prévia, a licenca de instalacio € a TFB ea ot ema ore ere. Lita de ronan, 20080 52 e ‘i Resolucia n° 237/97 do Conama regulamento tal Feondmico. 2 ed S80 Paulo: Max Limonad, 200% ‘Como afirma CrisraNe Denant,* a protecio ao meio ambiente é 0 result £ exatamente nesse sentido que o acérdao em comento caminha, ao pI legiar a questo ambiental deixando os aspectos procedimentais em um pl abaixo, Ao votar pela manutengio da decisio combatida enfatizando o problem do potencial lesivo do empreendimento proposto, a referida Desembargadon Jinar do planejamento do em- izacio € concepsao, atestando Licenca Prévia (LP) ~ concedida na fase pret 2008, 9. 89:90, preendimento ow atividadle aprovando sta loc en. Lieenclamonto Ambiental: aspectostebricos e prices Belo Horizon Férum, 2007, p. 26. e as ‘% 4 Gavio Fino, Aniio Pres Direito Fundamental ao Ambiente. Porto Alegre: Livracia dO Advogado, 2005, pp. 7677. 1 Direito Conatitucional Ambiental Brasileiro, Sio Paulo: Sa 10 do ambiente ¢ ecologizagio da rms, José Rubens Morato wa, 2007, p. 73,

Você também pode gostar