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ESTUDO COMPARATIVO ENTRE


CERÂMICA E CONCRETO: TIJOLOS
E TELHAS P
28 out 2014, por Salema em Sem categoria
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Vitor Costa, engenheiro Cerâmico e do Vidro (Universidade de
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Aveiro, Portugal) e mestre em Engenharia de Materiais  
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(Universidade de Aveiro e Instituto Superior Técnico de Lisboa,
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Portugal)
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Objetivo m
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Com este trabalho pretende-se fazer uma comparação de propriedades, s
características e processos de fabricação dos tijolos e telhas cerâmicas com
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os respetivos produtos de concreto, usando inertes naturais de sílica. Este
trabalho pretende ilustrar prós e contras de aplicação destes materiais no ju
setor da Construção Civil. Finalmente em obra. ju
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Com este trabalho pretende-se fazer uma comparação de propriedades, a
características e processos de fabricação dos tijolos e telhas cerâmicas com o
os respetivos produtos de concreto, usando inertes naturais de sílica. Este
trabalho pretende ilustrar prós e contras de aplicação destes materiais no s
setor da Construção Civil. Finalmente concluir com alguns argumentos de a
beneficiação dos respetivos produtos com vista a uma mais eficaz ju
utilização em obra.
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Introdução

C
O conforto do lar é uma pretensão antiga da humanidade. Desde sempre o
homem tentou abrigar-se e refugiar-se das intempéries da atmosfera. Não A
é pois de estranhar que a investigação e o desenvolvimento procurem A
incessantemente produtos e técnicas de construção de abrigos com maior
qualidade e conforto. As crises energéticas fizeram com que os B
engenheiros trabalhas- sem no desenvolvimento de materiais e processos D
que racionalizem a construção com ganhos de características das S
edificações: isolamentos e durabilidades, bem como garantissem uma
melhor gestão energética das condições térmicas no seu interior. O
conforto higrotérmico dentro dos recintos habitados depende
fundamentalmente da manutenção de condições estáveis de temperatura e
umidade, pelo que todas as variações bruscas desses parâmetros
prejudicam a obtenção de tal conforto.

Dada a incidência que as propriedades de tais materiais têm nas


características mais importantes dos edifícios, particularmente sobre o
conforto que podem proporcionar, é interessante compará-los a partir do  
estudo das suas propriedades e processos de fabricação, de forma a
evidenciar que uma correta escolha e utilização dos materiais
habitualmente utilizados em envolventes e divisórias de edifícios permita a
concretização dos seguintes objetivos:
• Racionalização energética;
• Habitabilidade;
• Qualidade da Construção;
• Preservação ambiental.

A fim de evitar confusões entre os termos utilizados designar-se-á por


tijolos os produtos elementares de cerâmica e por blocos os produtos
elementares de concreto com inertes naturais (sílica). No que diz respeito
às telhas terá quê ser usado o termo; telha de cerâmica e telha de concreto.
Sem fazer apelo a normas e requisitos específicos de construção é do
senso comum que: • as exigências de conforto térmico de uma casa deve
ser concretizado sem excessiva dependência de energia; • os elementos de
construção devem ser devidamente protegidos quanto a efeitos patológicos
derivados de condensações. O grupo dos materiais cerâmicos de barro
vermelho apresentam uma característica especifica que é a plasticidade,
que lhes advém de serem constituídos por partículas microscópicas que ao
misturados com quantidades determinadas de água, são facilmente
conformados. No caso dos tijolos é usada a extrusão onde a pasta cerâmica
é obrigada a passar através de uma cavidade cujas paredes dão forma à
superfície exterior das peças e cujo interior pode ser perfurado, durante a
operação de extrusão, podendo estes orifícios ter dimensões e formatos
variados. Este processo é simples e facilmente automatizado. A
plasticidade das pastas cerâmicas permite ainda a prensagem (no caso das
telhas cerâmicas), fazendo com que estas adotem formas variadas, que
facilitam uma boa adaptação e uma cobertura eficaz. Pelo efeito do calor,
cozedura, as formas são consolidadas adquirindo as propriedades finais
dos ele- mentos de construção, particularmente características de reforço
mecânico.

No caso dos produtos á base de cimento Portland, a transformação que se


processa na sua produção é a hidratação do referido cimento. O
desenvolvimento de suas propriedades decorre fundamentalmente de
reações químicas dos componentes constituintes do ci- mento com a água,
com formação de fases geralmente hidratadas. O crescimento de tais fases
em geral em formato alongado (agulhas), é a responsável pelas
características apresentadas por estes materiais.

O processo de conformação dos blocos e telhas de concreto é a moldação,  


mais complexa para automatização. Por outro lado a largura dos septos
(paredes que separam os orifícios dos blocos) está condicionada pelo
granulometria dos inertes utilizados.
O ciclo de produção desenvolve-se à temperatura ambiente, sem
necessidade de grandes potências elétricas e criação de atmosferas
quentes. A chama- da “preza” do concreto dá-se ao longo do tempo com
um primeiro patamar até ao 3 dia após conformação.

O processo de produção cerâmico permite uma intervenção técnica sobre


as características intrínsecas a criar no material. Seja na preparação com
misturas granulométricas criteriosas, seja na conformação com a
otimização de parâmetros operacionais e de formatos exterior e furação
interiores seja sobretudo na cozedura onde se consegue modelar as
características físicas e químicas dos materiais a produzir, com vista a obter
um produto mais eficiente para os fins da construção. Nos blocos de
concreto os graus de liberdade são menos com enfase sobretudo para o
seu processamento apenas à temperatura ambiente com desenvolvimento
de estruturas em espinha que são controladas pelo conteúdo de unidade e
atmosfera de conformação e maturação. O ciclo de produção é curto, com
o material a ficar pronto para venda em apenas três dias e com sete já
podendo ser aplicado com segurança. A produção de blocos e telhas é
energeticamente mais favorável, mesmo tendo maiores quantidades de
rejeição. Para fazer a avaliação elementar de cada grupo de produtos
cerâmicos e de concreto, amostras foram recolhidas em diversas fontes de
produção e sub- metidos a diferentes ensaios e análises de modo que se
pudessem tirar valores comparativos bem como traçar paralelos de
características. Entre os vários ensaios que foram feitos podemos citar:
• Resistência mecânica;
• Resistência ao gelo;
• Unidade de equilíbrio;
• Resistência ao fogo;
• Absorção de água;
• Densidade aparente.

O acesso a estes dados foi feito através da consulta a trabalhos prévios e


respetivos resultados (1).

Discussão e resultados
1. Tijolos e blocos
1.1. Unidade de equilíbrio  

A unidade de equilíbrio define-se como sendo a que existe nos materiais


porosos em equilíbrio com a unidade do ar ambiente, para determinada
temperatura e humidade relativa deste, é muito importante no que diz
respeito ao conforto higrotérmico que os materiais de construção, e em
particular os blocos e tijolos para alvenaria, podem proporcionar aos
utentes dos edifícios onde são aplicados. Recorde-se que através da
humidade pode ser conduzido mais rapidamente o calor além de outros
fatores de ordem sanitária, como sejam a formação de fungos e micro-
organismos.

Esta análise está interligada com a dimensão e formato dos poros que
estão presentes nos tijolos e blocos, desenvolvendo as- sim diferentes
pressões de vapor no seu interior e em contacto com o meio ambiente. Da
análise de resultados pode concluir-se que os tijolos cerâmicos tem
menores teores de umidade de equilibrio e por isso um comportamento
melhor que os respetivos blocos de concreto.

1.2. Resistência ao fogo

Os materiais de construção devem, pelo menos durante um certo tempo,


resistir às temperaturas habituais em incêndios, (os quais são em geral
superiores a 600oC), quando projetados para serem usados em locais
estratégicos de um edifício.
O tijolo cerâmico pode ser considerado a melhor barreira térmica e ao fogo,
em situações de construção civil, no que se refere ao comportamento
estrutural em caso de incêndio.
Os materiais cerâmicos de barro vermelho (tijolo, telha) sendo cozidos em
geral a temperaturas que rondam os 900oC, se aquecidos a 1.000 a 1.100
oC, terão uma melhoria da sua resistência mecânica e não degradação.

Na construção moderna é usual a utilização de barreiras antifogo, usando


proteções cerâmicas nos pilares estruturais de edifícios. Estas barreiras são
 
feitas de placas perfuradas de barro vermelho e montadas em volta dos
pilares a envolvê-los deixando ainda uma caixa de ar como precaução a
dificultar a transmissão do calor ao pilar de concreto armado.
As argamassas/concretos, sendo produzidos a partir da reação quimica de
determinadas substâncias com a água, contém compostos hidratados, cuja
decomposição ocorre abaixo de 800oC, não oferecendo propriedades de
resistência, ao fogo, suficientemente credíveis pois numa situação de
exposição ao fogo sofrerão enfraquecimento das suas propriedades
mecânicas. O bloco de cimento à temperatura de 800oC fendilha em curto
espaço de tempo. Não são portanto aconselháveis em situação de
construção de barreiras térmicas ou corta fogos, onde se espera uma maior
resistência ao fogo.

O objetivo de proteger determinados locais da construção com materiais


resistentes ao fogo, cinge-se à retardação da degradação e colapso que a
edificação vai sofrer, permitindo uma possível evacuação mais eficaz.
A resistência ao choque térmico, naturalmente varia em função do
respetivo coeficiente de expansão térmica, que é função da constituição
morfológica dos materiais misturados seja no concreto seja nas massas
cerâmicas vermelhas. A sílica (areia), que tem uma variação alotrópica, com
uma enérgica expansão de volume, ao passar de uma fase alfa a beta por
volta dos 575oC, quando em aquecimento e inverso em arrefecimento
influência muito esta característica dos materiais. A granulometria também
influência a resistência ao choque térmico. Quanto maiores os grãos de
sílica mais notória esta anomalia. A análise do comportamento dos tijolos e
blocos ao choque térmico é também influenciada pelas fases e substâncias
que os constituem.
No caso do concreto com inertes dolomíticos, tem ainda que se contar com
a decomposição dos carbonatos a 700 – 800oC, o que pro- move elevados
danos na sua resistência mecânica.
Um exemplo de um bom comportamento de resistência ao fogo são as
panelas de barro usadas antigamente nas fornalhas domésticas. A pensar
num modo de quantificar um parâmetro que pudesse servir de referência
numérica e comparativa para a, resistência ao fogo, foi proposto por vários
investigadores do setor um ensaio simples mas que permite classificar os
materiais quanto à sua característica de resistir ao fogo. O corpo de prova é
colocado num forno a uma temperatura máxima de 800oC, com uma
velocidade de aquecimento de 10oC/min., com um patamar de 30 minutos,
à temperatura mais elevada. O arrefecimento deve ser natural para evitar o
risco de choque térmico. O corpo de prova deverá ser a seguir submetido a
um ensaio de resistência à compressão, que avalie a degradação provocada
pela exposição á temperatura. No caso de concretos à base de cimento
Portland, verifica-se uma degradação superior a 25%, já nos cerâmicos não
há degradação mas sim reforço de resistência mecânica. O ensaio de
compressão foi escolhido pois é à compressão que em geral os materiais  
ficam sujeitos em ambiente de incêndio.
Pode pois concluir-se que os produtos de cerâmica de barro verme- lho
são bastante mais resistentes ao fogo que os de concreto, tornando a sua
utilização mais interessante em edificações em particular em tuneis de
proteção contra incêndio.
1.3. Resietência à compressão
A resistência mecânica à compressão deum material, depende
particularmente da furação e formato dos tijolos e blocos. A possibilidade
de desenvolver formatos e furações otimizadas nos tijolos cerâmicos (face
ao seu processo produtivo: extrusão), permite a melhoria das suas
propriedades mecânicas, além de fatores ergonômicos que os blocos de
concreto não apresentam (manuseio em obra).

A resistência à compressão é uma propriedade importantíssima dos


matérias de construção no que diz respeito à estabilidade estrutural das
divisórias e envolventes dos edifícios.

Pela análise de resultados obtidos conclui-se que os tijolos cerâmicos tem


maior resistência que os seus congéneres em concreto.

1.4. Massa volumica aparente


A massa volumica aparente, é a relação entre a massa e o volume aparente ,
sendo este o que é limitado pela sua superfície. Esta característica varia
também em função da densidade aparente dos seus matérias constituintes
e da sua porosidade.
Tal como pode ser seguido pela tabela abaixo, os matérias cerâmicos
apresentam um valor mais baixo, que os de concreto. Os tijolos cerâmicos
apresentam por isso melhor ergonomia de aplicação uma vez que este
trabalho é essencialmente manual. Esta característica está diretamente
relacionada com isolamento térmico e também acústico.
 
1.5. Isolamento térmico
O conforto térmico nas edificações, pode ser traduzido na não ocorrência
de amplitudes térmicas elevadas no seu interior. Ainda que o aquecimento e
arrefecimento dos edifícios sejam prática comum, têm custos elevados que
importa racionalizar.
Um material é tanto mais isolador do calor, quanto mais poroso for. Isto
fica a dever-se à menor condutividade térmica no ar do que na matriz
sólida cujo material é constituído. O efeito da porosidade é especialmente
eficaz quando os poros são de pequena dimensão e fechados, uma vez que
se minimiza a transferência de calor por convecção no seu interior.
A condutividade térmica dos tijolos de barro vermelho pode ser modelada,
seja no processo de fabrico, na maromba, quer na preparação (distribuição
granulométrica). É possível produzir blocos de concreto e tijolos de
cerâmica, com furações internas variáveis. A densidade e disposição de tais
furações influenciará também a condutividade térmica respetiva.
A furação interna do tijlo/bloco influencia muito o seu desempenho em
termos de isolamento. Este aspecto é traduzido na maior riqueza da
furação mostrada pelos tijolos cerâmicos em relação aos blocos de
cimento:

No processo de produção cerâmica, é possível variar a forma e a dimensão


do poro, seja ao nível da cozedura seja ao nível do arranjo granulométrico
das várias matérias primas. A introdução de grãos combustíveis (serragem,
polímeros, carvão etc .) na sua massa, oferece imensas possibilidades de
intervenção sob a porosidade e consequentemente sobre a condutividade
térmicas dos tijolos cerâmicos enquanto que no caso da produção de  
blocos de concreto isso não é conseguido.
NOTA: K é o coeficiente de transmissão térmica de paredes de alvenaria
simples com 20 cm de espessura executadas com os materiais que se
indicam. Pode assim concluir-se que tijolos de barro vermelho de furação
normal apresentam melhor característica de isolamento térmico que os
seus congéneres de concreto.

1.6. Isolamento acústico


Um nível elevado de ruido constitui um dos aspetos que mais desvaloriza a
qualidade de vida, pelo que os sistemas de isolamento acústico dos
edifícios, particularmente das habitações, são de primordial importância.
Um tijolo deverá ter uma massa elevada, ser rígido, denso e não poroso,
além de apresentar uma superfície lisa e continua para possuir uma boa
capacidade de isolamento acústico. A transmissão das ondas sonoras varia
também com a frequência da onda emissora, porém o índice de redução
sonora varia com a densidade do material que será atravessado pela onda
sonora. A propagação do som em meio sólido não é percetível pelo ouvido
humano, o qual apenas reconhece o som no ar, este é devido às vibrações
das partículas do ar num determinado intervalo de frequências as quais o
ouvido humano é sensível. Quando uma determinada potência acústica
atinge uma parede, parte dela é refletida, causada pela vibração da parede,
outra parte é absorvida pela parede e outra atravessa-a, sendo transmitida
pela face oposta. No caso do bloco perfurado de concreto o isolamento é
superior, ainda que no tijolo maciço cerâmico a redução da onda sonora é
maior. Isto fica a dever-se a maior grossura das paredes dos tijolos de
concreto. Porém nos tijolos maciços de cerâmica o isolamento torna a ser
superior ao de concreto. Os septos dos blocos em comparação com os dos
tijolos cerâmicos é muito grande. Muito maior ainda caso os blocos sejam
fabricados com inertes mais grosseiros ou mesmo usando argila expandida
como inerte.  
NOTA: “e”, espessura do tijolo ou bloco a ser atravessado pela onda
sonora. Valores apresentados em dB (decibéis).

2. Telhas de cerâmica e de concreto

As telhas encontram-se entre os materiais de construção manufaturados


mais específicos uma vez cuja sua utilização é expressamente destinados
para aplicações concretas as quais consistem na proteção contra agentes
atmosféricos desfavoráveis. São fabricados com dimensões estáveis por
forma a constituírem um modo coerente de coberturas descontinuas de
edifícios. As telhas devem apresentar resistência mecânica à flexão,
resistência ao fogo, formato que garanta fácil colocação em obra e
aplicação, durabilidade impermeabilidade devendo ainda proporcionar
conforto térmico, para o que é decisiva a capacidade de rápida libertação de
umidade por parte dos produtos.

Glossário: P-Permeabilidade (I-Impermeável); R.F.-Resistência à Flexão


(Newtons); A.A.-Absorção de Água (%); R.G.-Resistência ao Gelo (S-
satisfatória); U.E.-Umidade de Equilíbrio (%); Da-Densidade aparente; M-
Massa (g).
As telhas devem apresentar boa resistência mecânica à flexão, assim como
elevada resistência ao fogo. Além disso devem ter estabilidade dimensional
para facilitar a sua montagem em obra, durabilidade e sobretudo
impermeabilidade. Uma vez que as coberturas são feitas para servirem de
barreiras térmicas, devem dar bom conforto térmico para o que é decisiva a  
capacidade de rápida libertação de umidade por parte destes componentes.
A resistência mecânica das telhas deve ser alta pois muitas vezes estão
sujeitas a esforços elevados (pisadas quando o telha- do está em
manutenção). Há muita disparidade de valores de resistência no que diz
respeito ás telhas cerâmicas em função da composição argilosa, porém os
valores obtidos são em geral superiores aos encontrados para as
congéneres de concreto. Também apresentam menor peso e por isso mais
fáceis de aplicar em obra. As telhas são materiais que estão sempre
expostos ao ar livre e às intempéries. Verificam-se frequentes penetrações
de água através dos seus poros abertos. A água contaminada com sais
solúveis pode provocar ataque químico, ou promover a cristalização dos
cristais dissolvidos nela, dentro dos poros abertos, desenvolvendo tensões
de tração, destrutivas, especialmente nas zonas de beira mar. Um outro
efeito nefasto, nas telhas é o gelo/degelo, nas zonas mais frias, que
promove a degradação da superfície da telha. A porosidade aberta nas
telhas é um fator importante a ter em conta. Ambos os tipos de telha
(cerâmica e concreto) apresentam boas características face a este tipo de
solicitações (ver tabela). Porém uma vez que o processo cerâmico, na
cozedura, permite intervenção nas características superficiais da telha
torna-se mais interessante este tipo de telha. A impermeabilidade é uma
característica essencial para as telhas. No geral os valores encontrados são
satisfatórios tanto para as telhas cerâmicas como para as de concreto. Para
a impermeabilidade jogam ainda outros fatores importantes; a possibilidade
de ventilação da face oposta á molhada e a inclinação do telhado, para
evitar refluxos com a ação combinada de vento e chuva.
No que diz respeito à resistência ao fogo a telha cerâmica é melhor uma
vez que a temperaturas que rondam os 700 -800oC há uma degradação da
estrutura do concreto (inicio da decomposição de carbonatos) enquanto
que as telhas a essa temperatura estão inertes pois foram cozidas a
temperaturas superiores. A densidade aparente das telhas cerâmicas é
menor do que as de concreto tornando-se uma vantagem para a montagem
dos telhados (ergonomia), além de não necessitar de estruturas tão fortes
para suportar o telhado. A unidade de equilíbrio das telhas cerâmicas é
muito menor que das telhas de concreto o que dificulta a procriação de
micro-organismos no seu seio. Fenômenos que no caso das telhas de
concreto são comuns em zonas de maior unidade. Esta potencial maior
atividade orgânica nas telhas de concreto provoca o seu envelhecimento
precoce.

A menor unidade de equilíbrio das telhas cerâmicas torna-as me- nos


permeáveis às perdas de calor pela cobertura dos edifícios. As telhas de
concreto além de terem uma maior condutividade térmica e por isso maior
facilidade em perder calor, necessitam de maior quantidade de calor para
que a umidade residual se evapore.  

Conclusões
Em função dos resultados apresentados e dos paralelos aqui traçados fica
demonstrada a maior eficácia dos produtos cerâmicos face aos congêneres
de concreto.
Na maioria dos pontos característicos analisados foram determina- dos
ganhos específicos dos artigos fabricados em barro vermelho.
Como desvantagem do processo cerâmico, pode citar-se o fator energético
uma vez que o concreto não necessita de um processo de cozedura para ter
os produtos consolidados, além de ser um processo produtivo
relativamente mais curto e rápido. No entanto, o processo cerâmico
proporciona um maior controle de características físicas ao longo da sua
produção.

Há ainda aspetos ambientais a utilizar uma vez que os desperdícios do


processo de fabrico bem como as quebras de produção de blocos e telhas
de concreto, são mais agressivas em termos ambientais que os respetivos
de barro vermelho (inertes à temperatura ambiente).

Podem ainda ser utilizados argumentos estéticos, onde os produtos


cerâmicos ao poderem ser modelados, durante o seu ciclo de produção,
podem facilmente apresentar várias cores, formas e modificações em
função do gosto arquitetónico.
Referências bibliográficas
(1)Estudo comparativo de materiais de construção, CTCV & APICC, Junho
1993 (2)Regulamento das características de comportamento térmico dos
edifícios, D.R. Fevereiro 1990; (3)Caracterização Térmica de Paredes de
Alvenaria; LNEC, 1986; (4)Coeficiente de Transmissão Térmica de
Elementos Opacos da Envolvente de Edifícios, LNEC, 1988; (5)Sigg J. Les
Produits de terre cuite, Ed. Septima, Paris (6)Bailey, J.E. & Stewart, H.R. –
Relationsships between micros- tructural development and physico-
chimical nature of OPC pas- tes, BCP, 1984 (7)Smidt H. –Relationships
between the equilibrium moisture content and the material properties of
masonry bricks. Ziegelin- dustrie International, no5, 1985; (8)Ravaglioli, A.
– Evaluation os frost resistance of pressed cera- mic products based on
dimentional distributiuon of pores. Tran- sactions of the British Ceramic
Society, 75, 1976; (9)Silva, P.M. – Acústica de Edificios, LNEC, 1987;
(10)Manuel Pratique du Génie Climatique, Recknagel, Sprenger, Honman,
PYC Édition; (11)Ângelo Farina, Roberto Pompoli – Considerazoni sui
resultati di prove di laboratório per la misura del potere fonoisolante di  
divi- sori e solai in laterizio. L’industria dei Laterizi, no15, 1992

Fonte: Revista Anicer, edição 82


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