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N° 2, Juthe de 2017 Guia Pratico de Atualizagao Departamento Cientifico de Endocrinologia Novas orienta¢des sobre o jejum para determinacao laboratorial do perfil lipidico* Departamento Cientifico de Endocrinologia Presidente: Secretaria: Kassie Regina Neves Cargnin Consetho Cientifico: Leila Cristina Pedroso de Paula, Lena Stiliacni Crésio de Aragio Dantas Alves arcia, Paulo Ferrez Collet-Solberg, Raphael Del Roio Liberatore Jr, Renata Machado Pinto, Ricardo Fernando Arrais Colaboradora: No final de 2016, cinco sociedades médi- as brasileiras (Sociedade Brasileira de Endocri- nologia e Metabologia, Sociedade Brasileira de Diabetes, Sociedade Brasileira de Andlises Cli- nicas, Sociedade Brasileire de Patologia Clinica e Medicina Laboratorial e Sociedade Brasileira de Cardiologia) publicaram um Consenso sobre “Normatizagao da Determinacao Laboratorial do Perfil Lipidico"s, objetivando dispensar a neces- sidade de jejum de 12 horas para avaliacdo labo- ratorial do perfil ipidico. Entretanto, os conceitos, motivos e opera cionalizac3o dessa pratica, que tiveram inicio em 2017, ainda no foram adequadamente in- formados para os Pediatras. Por esse motivo, a Sociedade Brasileira de Pediatria, por meio do Departamento Cientifico de Endocrinologia, de- verso etuoizade em: 13/082017 Patricia Guedes de Souza (Departamento Cientifico de Cardiologia) cidiu publicar esse documento a fim de melhor esclarecer aos Pediatras sobre essa nova rotina laboratorial ferret foeeteceled Todos os dias, milhares de amostras de san- gue s8o coletadas para dosagem do perfil lipici- co, com a recomendagao desse exame ser reali- zado apés um jejum de 8-12 horas, exceto se a dosagem for do colesterol total e do HDL-C, os quais ndo necessitam de jejum?. A razéo de se obter o perfil lipidico, em jejum, esta relaciona- da 8 dosagem dos triglicerideos, que pode sofrer variagies, a depender do tempo de jejum e do contetido de gordura da dltima refeigo e conse- quentemente interferir na estimativa do LDL-C. Novas orientagSes sobre ojejum para determinaciolaboratrial do perf lipdico Por isso, até hé pouco tempo, acreditava-se que 0 jejum era necessério para a dosagem de lipideos ser “configvel” o suficiente para usé-los na prediga0 e avaliagdo do risco cardiovascular. Entretanto, estudos recentes mostraram que a dosagem de lipideos no estado alimentado é equivalente e, em alguns casos, até mesmo su- perior 8 dosagem em jejum, no que se refere & predigao € avaliacdo do risco de eventos cardio- vasculares adversos‘, Esses estudos mostraram que no existe beneficio da dosagem lipidica em jejum sobre aquela feita no estado alimentado. Na majoria das pessoas, a dosagem do LDL-C (principat marcador lipfdico de risco cardiovas- cular), N8o-HDL-C [Nao-HDL-C = (Colesterol to- tal ~ HDL-C] e trigticerideos apresenta pouca variag3o quando dosados em jejum ou no esta- do pés-prandial (2% para o LDL-C e 15% para os triglicerideos, 0 que representa em média & mg/dl para o colesterol total e 15 mg/dl para os triglicerideos)*", Portanto, esses novos dados, inclusive com estudos em criancas, indicam que a determina- 0 do perfil lipfdico no estado alimentado é um bom indicador do perfil metabélico e um bom preditor de risco cardiovascular*?. Geese oe al nie Bere eee Avctelderonsecsoletetstdererm asco laboratorial do perfil tipidico, reatizada em jejum ou no estado alimentado, nao interfere na ava- liagao do risco cardiovascular (medidas do LOL- -C€ triglicerideos), varias sociedades médicas nacionais e internacionais passaram a recomen- dar a flexibilizago do jejum para a dosagem do perfil lipidico com base nos seguintes principais argumentos**: 1-05 valores do perfil lipidico no estado ali- mentado s80 iguais ou até mesmo methores indicadores de risco cardiovascular do que os valores em jejum, 2- Como nés passamos a maior parte do tempo no estado alimentado, portanto expostos a niveis lipidicos encontrados nessa condicao € no no estado de jejum, a dosagem com 0 individuo alimentado pode reftetir methor a exposigao a esses niveis, 3-A dosagem dos lipfdeos no estado atimen- tado € mais pratica (ex: coleta em qualquer horério do dia), mais segura (ex: evita hipo- glicemias em diabéticos), mais conveniente (ex: pode coletar sangue logo apés a consulta médica), mais econdmica (no ha necessida- de de agendar dosagem em jejum em dias subsequentes) e reduz 0 congestionamento de pacientes atendidos nos laboratérios, nas primeiras horas da manhi 4-A coleta de sangue em jejum seré limitada a poucos exames como, por exemplo, a gice- mia e alguns horménios como insulina, hor- ménio do crescimento, cortisol e paratormé- rio, em geral, apés 8 horas de jejum. Crea eke O Consenso Brasileiro de 2016, sobre a nor- matizagao da determinacao laboratorial do perfil lipidico, faz as seguintes recomendacdes* 1-A orientaga0 da indicag3o ou no do jejum, ficard a critério médico, que devers colocar na solicitacdo do exame as seguintes opcdes: Perfil lipidico sem jejum”, ou "Perfil ipidico apés jejum de 12 horas”, 2-A solicitago do “Perfil lipfdico apés jejum de 12 horas” esté indicada nas seguintes si- tuagbes: (2) Quando o “Perfil lipidico sem jejum” mos- trar valores de triglicérides > 440 mg/dl, (b) Em pacientes na vigéncia, ou se recupe- rando de pancreatite hipertrigliceridé- mica, (c) Em pacientes usando medicamentos para hipertrigliceridemia, (4) Quando a elevacdo dos triglicérides afetar outro exame dosado concomitantemente (ex: causar pseudohiponatremia). Departamento Cientifica de Endocrnologia + Sociedade Brasileira de Pediatria 3-0 valor de "440 mg/dL", definido como pon- to de corte, para os triglicérides no estado alimentado, foi obtido do Consenso Euro- peu/2016", 4-Lembrar que apesar da recomendagao de dosar 0 perfil lipidico em jejum quando os triglicerideos, no estado alimentado, forem >440 mg/dL, consideram-se como elevados, no estado alimentado, os seguintes valores de triglicérides: > 100 mg/dl (criancas e adolescentes), > 175 mg/dl (adultos). Cee eee cues Os taboratorios realizarao a coleta de san- gue para determinacao do perfil lipidico inde- pendentemente do tempo em que o paciente se alimentou pela dltima vez colocando, no laudo, 0 tempo de jejum (nimero de horas) referido pelo Quadro 1. Valores de referéncia para o perfil lipidico (mg/dL em individuos entre 2-19 anos, em jejum" e “sem jeju Eom (mg/dt) Tiere, paciente e os valores de referéncia dos lipideos tanto em jejum como no estado atimentado. Cee cused Oe ut Poekarueeee caer O Quadro 1, mostra os valores lipidicos, em jejum e sem jejum, recomendados para criancas ¢ adolescentes, classificando-os em aceitavel e nao aceitavel™. © Quadro 2, mostra os valores tipfdicos, em jejum e sem jejum, recomendados para adultos maiores de 20 anos de idade. Adicionalmente, 05 valores aceitéveis para LDL-C e Nao-HDL-C S80 estratificados em quatro categorias de risco {(baixo, intermedisrio, alto e muito alto), fazendo ‘com que, por exemplo, em paciente de alto ris- 0, 0 desejavel é um LDL-C baixo enquanto que um paciente de risco intermediario pode ter um LDL-C um pouco mais alto. Sem jejum (mg/dl) 7 Pein Colesterol total <170 <170 LDL colesterol <110 <110 HDL colesterol > 45 45 Triglicérideos = 0-9 anos <75 <85 = 10-19 anos <90 <100 Nao-HDL-C < 120 - Apoliproteina B <90 - Valores de cotestral total 2 250 mg/d podem indica hperoesteolemi ania ‘Quando o: vores de rigicerieos fore > 440 mg/l, a masa azistete poder avoior astride ps um fjum de 12 horas Nao HOL = (Colesteol total = HDL-C) Novas orientagBes sobre oejum para determinagSolaboratrial do perf lipdico| Quadro 2. Valores de referéncia para 0 perfil ipidico (mg/dl) em individuos >20 anos, “em jejum” e "sem jejum. et re) Peco Ory parti ere Car LDL colesterot eter ery Baixo Intermediario Alo Muito alto Volores de colesteral total» $10 g/dl. podem indica hpercolesterolemia fariior ‘Quando os valores de vigcérideosfrem meleres do qu 440 mala, o medio assent dever aval tlre pds um eum de 12 hoes Nao-HOL-C= (Colesteroltotal-HOI-C) eree see tgie) ened ae Dosagens taboratoriats, so realizadas para avaliar apenes trés exames: colesterol to- tal, HDL-C e triglicerideos. 0 VLDL-C e o LDL-C, no s8o dosados e sim estimados a partir de formulas. OVLDL-C é estimado pela divisio do resulta- do dos triglicerideos pela constante "5". VLDL-C = Triglicerideos/5 © LDL-C, pode ser aferido por dosagem di- reta ou estimado a partir da formula de Frie- dewald*. Nessa formula, 0 jejum & necessério, 0 divisor dos trigticerideos é fixo ="5";e 0 LOL- -C nao pode ser estimado se os triglicerideos forem > 400 mgidL. Isso faz com que os valores de LDL-C no sejam estimados caso os triglice- 4 rideos sejam superiores a 400 mg/dL, limitando a utilidade da formula; e requerendo a dosagem direta do LDL-C. Formula de Friedewald: LDL-C = (CT [HDL-C + 16/5), se TG < 400mg/dL. Ap6s quatro décadas do uso da formula de Friedewald, recentemente, tem-se utilizado a férmula de Martin’ para estimar o valor do LDL- -C. principalmente quando os valores dos tri- glicerideos forem > 400 mg/dL, Na formula de Martin, 0 jejum no é exigido, o divisor é varidvel baseado na concentracéo de triglicerideos (lo- calizado na coluna vertical, 3 esquerda, no Qua- dro 3), € a concentracio dos triglicerideos pode variar de 7 mg/dL. a 13.975 mg/dl. Essa férmula também usa 0 colesterol n8o-HDL (localizado nna 1° linha do Quadro 3, e variando de < 100 3 2 220 mg/dL). 0 valor numérico de cada divisor pode ser encontrado no Quadro 3. Departamento Cientifica de Endocrinologia + Sociedade Brasileira de Pediatria Beets Ree eae eC Gy er ered eee Por exemplo: paciente com colesterol total (CT): 200 mg/dL; HDL-C: 40 mg/dl e Triglicéride- 05 (TG): 400 mg/dL. Qual é 0 valor estimado do LoL-c? *Usando a formula de Friedewald = LDL-C = (CT~[HDL-C + T6/5)), onde LDL = (200 ~[40 + 400/5)) ‘Qu, LDL-C = (200 - [40 +80]) = 80 mg/dL. *Usando a formula de Martin TG: 400 mg/dl. (dltima linha da 1° coluna do Quadro 3). = N&o-HDL-C: (CT- HDL), ou (200-40) = 160 mg/d (4# coluna do Quadro 3). Verifica-se entéo 0 “divisor”, no Quadro 3, na intercessio dos valores acima = 8,1. —Aplica-se a formula de Friedewald, mudando 0 divisor de “5” para “8,1”, onde 0 LDL-C estima- do é de 110 mg/dl. Devido a falta de evidéncia de superiori- dade da determinagdo do perfil lipidico** em jejum versus a dosagem no estado alimentado, apartir de 2017, 0s Laboratérios de Andlises Cli- nicas brasileiros passargo a: 1, Recomendar &s suas equipes, que as 12 horas de jejum, nao s80 mais obrigatorias para a de- terminacao laboratorial do perfil ipfdico, rela- tando 0s valores de perfil ipidico como: “em jejum” e “sem jejum”, seguindo as instrucdes da requisiggo médica e informando, no laudo, ‘0 tempo de jejum relatado pelo paciente, 2. Estimar 0 valor do LDL-C usando a formula de Martin ou de Friedewald (se triglicérideos <400 mg/dL), ou realizar a dosagem direta do LoL-C, 3. Relatar 0 cAlculo do Colesterol N3o-HDL, no laudo, 4, Optar por relatar ou no o célculo do VLDL- -C.Caso esse valor nao seja descrito, o médico pode estimar o VLDL-C, dividindo os trigliceri- deos por"S”, 5, Manter a orientacao de solicitar jejum, de pelo menos 8 horas, para dosagem da glicemia e ou- tros exames nos quais 0 jejum seja indicado. Quadro 3. Formula de Martin: valores de triglicérideos (mg/dL), Nao-HDL-C (mg/dl) eo divisor numérico para estimar @ LDL-C Pe earn) ot 130- 160- 190- FEEL Fre ec Cs 749_| 35 | 34 | 33 | 33 | 32 | 32 5056 | 40 | 39 | 37 | 36 | 36 | 54 57-61 | 43 | 4a | 40 | 39 | 38 | 36 2-66 | 45 | 43 | 4a | 40 | 39 | 3.9 orm | 47 | 44 | 43 | 42 | 4 | 3.9 775 | 48 | 46 | 4a [42 [42 | 4a 7679 | 49 | 46 | 45 | 43 | 43 | 42 goes | 50 | 48 | 46 | ou | 43 | 42 awe7 | 5.2 | 48 | 6 | 45 | oa | 43 aes2 | 52 | 49 | 47 | 46 | 44 | 43 9396 | 53 | 50 | 48 | 47 | 45 | 44 g7-100 | 54 | 5a | 48 | 47 | 45 | 43 ror-105 | 55 | 52 | 50 | 47 | 46 | 45 106-110 | 56 | 53 | 50 | 48 | 46 | 45 savas [57 | 54 | 5a | 49 | 47 | 45 116220 | 58 | 55 | 52 | 50 | 48 | 46 221126 | 60 | 55 | 53 | 50 | 48 | 46 aa7-a32 | 6a | 57 | 53 | 5a | 49 | a7 333-138 | 62 | 58 | 54 | 52 | 50 | 47 139-146 | 63 | 59 | 56 | 53 | 50 | 48 1a7-ts4 | 65 | 60 | 57 | 54 | 5a | 48 355-163 | 67 | 62 | 58 | 54 | 52 | 49 166173 | 68 | 63 | 59 | 55 | 53 | 50 a7ei8s | 70 | 65 | 60 | 57 | 54 | 52 186-201 | 73 | 67 | 62 | 58 | 55 | 52 202-220 | 76 | 69 | 64 | 60 | 56 | 53 221-247 | 80 | 72 | 66 | 62 | 59 | 54 248-202 | a5 | 76 | 70 | 65 | 62 | 56 293-399 | 95 | 83 | 75 | 70 | 65 | 5.9 (400-13975| 11,9 [300] 88 | 8a | 75 | 67 Novas orientagSes sobre ojejum para determinacsolaboratrial do perf lipdico REFERENCIAS SELECIONADAS ‘http /shac.org br/noticias/consenso-brasileito- para-normatizacao-da-determinacao [nboratorial-do-per%EFO4AC96B4 lipidicol Mora S. 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EA og nomena an Saameacge Seaecay ‘Ercie re aie eer Rehr Seems) Ea eri 04 reverse net fer Mo) Serine Sf an er Maps nes Ca Sang tats ita aga cd ede DA) Mahan ice Pecos ‘eemeeat ieee SEN CEE anon Sey ‘en ee Eldsumeor eerie ‘seal en omen prin) Senay Diretoria Triénio 2016/2018 ee ecb ore sg AO HOESON aaa eeieeiigeute Sete patna Se = es meas eee eee ae eo een, oe eee {eowmacia vas ee ‘eam sae shah rpc ‘evi re se Becton a4 apa Os bron oss cera mowoctes freemen {ooinoacia a cones Sates Fa crs ise tame ‘omnia at pos mocuausocaTugto oer co Seerewnncceesmenty OM ae Morac Seu torea oa {Serf foam ako od en teansaane fous rena wl reams See Ca Fete {erg ox womachocanen ‘eaMateacaocoemucehssin rine Fores a ESTAS CENA ‘setter screen) Er {roxas MCA Ey ec Seite a eine acto Dre ings rare seeing ‘7 {ou wate ono Sorc ieee) cece ie Set itera ‘Bits ae ora s erhans i REATAR eels Ie ine hy See SEE ees alms Nace avetatueang enous inate rae {foto a techno UnseEaA MOON atc ANSURKARTIUONL Secs Soc ea Somes = 1 eee Sesiteee tac aera eg mee atest ota) Beer pets [poet Meares Redan na)

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