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Faculdade de Farmácia
DESENVOLVIMENTO DE CÂNCER
Itaúna - MG
2017
Brayan Jonas Mano Sousa
Leticia Maria Silva Gomes
DESENVOLVIMENTO DE CÂNCER
apresentado à Universidade de
Farmácia.
Itaúna - MG
2017
DEDICATÓRIA
A minha formação como profissional não poderia ter sido concretizada sem a ajuda
de meus amáveis e eternos pais, Mário Lúcio de Sousa e Adelaide Elaine de Oliveira Mano
Sousa que, no decorrer da minha vida, proporcionaram-me, além de extenso carinho e amor, os
desenvolvimento como ser humano. Por essa razão, gostaria de dedicar e reconhecer a vocês,
Aos amigos, familiares, professores e todos aqueles que cruzaram em minha vida,
Realizar um sonho somente é possível com a presença e apoio daqueles que nos
amam.
Aos meus pais, Lourival José Gomes e Tânia Maria da Silva Gomes, que sempre
me impulsionaram a seguir meus objetivos e não mediram esforços para que eu chegasse até
esta etapa de minha vida. À minha irmã Larissa Maria e meu namorado Weslei Souza, pela
direção e a administração, que realizam seu trabalho com tanto amor e dedicação, trabalhando
incansavelmente para que nós, alunos, possamos contar com um ensino de extrema qualidade.
Agradecemos a professora Farah Chequer por toda a orientação e ajuda que foram
dadas.
Agradecemos a secretária Vanusa Marques pela amizade, por tudo que fez por nós
(Jacques Bossuet)
RESUMO
O câncer é um importante problema de saúde pública com distribuição mundial. Embora pouco
se saiba sobre a causa específica dos tumores, os fatores de risco são bem conhecidos, entre
eles se destacam as doenças parasitárias. Este trabalho teve como objetivo compreender a
artigos publicados em periódicos indexados nos bancos de dados do Scielo, Lilacs, PubMed,
preferência artigos publicados entre 2000 e 2017. Os dados epidemiológicos foram obtidos nos
de bexiga, cólon retal, renal, útero, parede vaginal e próstata. A leishmaniose está associada a
Burkitt. A teníase e toxoplasmose estão associadas com câncer cerebral. A análise de autopsias
hipótese de que as doenças parasitárias são carcinogênicas e, portanto, são fatores de risco para
o desenvolvimento de câncer.
Cancer is an important public health problem worldwide. Although little is known about the
specific cause of tumors, the risk factors are well known, among them are parasitic diseases.
This work aimed to understand the relationship between parasitic diseases and cancer. The
qualitative study was centered on articles published in periodicals indexed in the databases of
Scielo, Lilacs, PubMed, CellPress and Google Scholar, using several combinations of keywords
and, using preference, articles published between 2000 and 2017. Epidemiological data were
obtained from the DATASUS and World Health Organization (WHO) websites, and the
has been associated with bladder cancer, rectal colon, renal, uterus, vaginal wall, and prostate.
cell cancer, laryngeal tumors and myelodysplastic syndrome. Malaria is mainly correlated with
Burkett’s Lymphoma. Taenia infection and toxoplasmosis is associated with brain cancer. The
analysis of autopsies and the reported case studies and controls, pathological and
epidemiological have confirmed the hypothesis that parasitic diseases are carcinogenic and,
Tabela 2. Casos de Leishmaniose Visceral no Brasil nos anos de 2010 a 2015.. ....................30
2015.................... ...................................................................................................................... 32
LV Leishmaniose Visceral
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 9
2. METODOLOGIA ............................................................................................................. 11
5. REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 53
9
1. INTRODUÇÃO
ficou evidenciado que as doenças podem ser desencadeadas devido ao ambiente social,
foi caracterizada pela mudança no perfil de mortalidade com diminuição da taxa de doenças
o câncer. Compreender o perfil epidemiológico está se tornando cada vez mais difícil e de
antigos agravos à saúde, como as doenças parasitárias (Albala, Vio & Yanez, 1997; Prata, 1992;
Laurenti, 1990).
como em países desenvolvidos, sendo responsável por 8,8 milhões de óbitos em 2015,
representando cerca de 16% de todas as causas de morte no mundo (WHO, 2017a). Embora as
maiores taxas de incidência de câncer sejam encontradas nos países desenvolvidos, mais da
metade dos casos são diagnosticados nos países emergentes. Apesar do grande avanço do
conhecimento, ainda pouco se sabe sobre as causas específicas dos tumores, mas os fatores de
risco que contribuem para o seu desenvolvimento são bastante conhecidos (Guerra, Moura Galo
& Mendonça, 2005; Herrera et al., 1998; Del Brutto et al., 1997).
Uma variedade de fatores tem sido identificada como carcinogênicos. Entre eles,
causas de câncer em humanos (Parkin, 2006). De acordo com a Organização Mundial de Saúde
(OMS), 25% dos diagnósticos de câncer são atribuídos às doenças infecciosas (WHO, 2017b).
Dessa forma, alguns autores têm associado e destacado os parasitas como a patogênese do
câncer humano (Costa, 2012; Parkin, 2006; Del Brutto et al., 1997).
com maior intensidade nos países emergentes, em virtude das precárias condições sanitárias, de
moradia e das deficiências alimentares. A OMS estima que 14% da população mundial está
parasitárias é considerada alta, observando-se um maior índice nas populações de baixo nível
socioeconômico (Amorim et al., 2013; Santos, Santos & Soares, 2007; Mascarini & Donalísio,
2006).
significativo para elucidar a relação entre os agentes infecciosos e o câncer, além de fornecer a
iniciar ou promover a carcinogênese por três mecanismos: (1) inflamação crônica: devido a
oxigenados e radicais reativos nitrogenados que possuem potencial de danificar o genoma; (2)
1
A immunosurveillance ou Vigilância Imunológica é um processo pelo qual o sistema imunológico é capaz de
procurar e reconhecer patógenos ou células pré-cancerosas e cancerosas no organismo.
11
2. METODOLOGIA
científicos indexados nos bancos de dados CellPress, Lilacs, Google Acadêmico, PubMed e o
Scielo. Foram utilizados, preferencialmente, artigos publicados entre 2000 e 2017. Para a busca
Estatística (IBGE) foi utilizado para o levantamento populacional brasileiro no mesmo período.
Para a Malária, o cálculo de incidência, por 10.000 habitantes, e foi realizado pela
fórmula:
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
descontrolada das células do organismo, sendo considerada a segunda maior causa de morte no
mundo. Estima-se que o câncer gere um custo mundial econômico total de 1,16 trilhões de
dólares ao ano (WHO, 2017d). De acordo com as evidências atuais, entre 30 a 50% das mortes
químicos, radiação e o tratamento aos agentes infecciosos (WHO, 2017d; Plottel & Blaser,
2011).
3,52 milhões estão correlacionados com as doenças infecciosas em 2012. Atualmente mais de
32,6 milhões de pessoas convivem com a doença no mundo, sendo a maior parte nos países em
desenvolvimento, pois estima-se que cerca de 65% das mortes e 48% da prevalência de câncer
encontram-se nessas regiões. A incidência de câncer é 25% maior em homens do que no sexo
feminino. Em termos de mortalidade, as taxas são 15% mais altas nas regiões mais
desenvolvidas do que nos países emergentes nos homens e 8% mais altas nas mulheres (WHO,
2012).
ainda não está totalmente completa nos países subdesenvolvidos, pois observa-se aumento das
transmissíveis por vetores biológicos ainda permanecem elevadas (Guerra, Moura Gallo &
associadas a esses fatores irão definir a ocorrência dessas infecções. É interessante ressaltar que
as interações observadas nas doenças infecciosas também estão presentes em doenças não
infecciosas. Ainda que as doenças não infecciosas sejam de origem genética, o seu
se àquelas enfermidades que apresentam maior ocorrência e são mais negligenciadas nos países
elevada nas áreas rurais e urbanas menos favorecidas, além do baixo investimento em pesquisas
para o desenvolvimento de novos fármacos. Nesse sentido, essas doenças não apenas ocorrem
com mais frequência em regiões empobrecidas, como também são condições promotoras de
pobreza. Isso sinaliza que o combate a essas enfermidades é essencial para o cumprimento dos
alta prevalência (Araújo, Moreira & Aguiar, 2013). O Ministério da Saúde Brasileiro (MS)
define que as doenças negligenciadas são as que não só prevalecem em condições de pobreza,
14
Segundo a OMS, mais de um bilhão de pessoas estão infectadas por alguma doença
parasitária e mais milhões de pessoas irão sofrer de alguma infecção (WHO, 2017c). Segundo
Morel (2006), as doenças negligenciadas persistem por três tipos de falhas: a da ciência
e, ainda, produzem uma incidência significativa nesses países (Amorim et al., 2013; Santos,
Santos & Soares, 2007). De acordo com a OMS, 42% da população mundial não teve acesso a
infecciosas, doenças parasitárias e neoplasias (Tong et al., 2017; Oikonomopoulou et al., 2016;
Bello et al., 2013; Cavellani et al., 2013; Mohamad et al., 2012; Santos et al., 2002).
qual os parasitas aumentam o risco de desenvolver o câncer. Durante a inflamação crônica pode
carcinogênicos (Herrera et al., 1999; Ishii et al., 1994; Ohsima & Bartsch, 1994).
cadeias simples ou duplas de DNA, modificar os ácidos nucleicos, lipídeos e proteínas, modular
(Michaud, 2007).
Tem sido sugerido que os mosquitos como vetores biológicos podem ter um papel
demonstrado 33 agentes infecciosos que possuem associação com o câncer, sendo que 27
possuem vetores no ciclo de transmissão (Ward, Ward & Johansson, 2016). A saliva do
ativar mastócitos dérmicos e induzir a resposta inflamatória local (Johansson & Ward, 2017).
As infecções por malária e piroplasmose podem ocasionar anemia hemolítica, e a infecção por
dita como a neoplasia maligna com o crescimento mais rápido que afeta os seres humanos,
podendo até duplicar de tamanho no período de 24 horas. Existem três tipos de Linfoma de
países desenvolvidos, tende a afetar a parte inferior do abdome, no final do intestino delgado.
O Linfoma de Burkitt do tipo endêmico é visto com maior frequência na África equatorial, onde
16
está associado à malária e à infecção por vírus Epstein-Barr. Nesse caso, o osso facial e o
maxilar são afetados com maior frequência, mas o intestino delgado, os rins, os ovários e os
seios podem também estar envolvidos. E por último, pode estar relacionado à imunodeficiência
3.1. Esquistossomose
2009).
saneamento. Dessa forma, é considerada como uma doença negligenciada e que afeta
complicações clínicas graves anos após a serem infectados (Botelho et al., 2011; Nunes, 2000;
Brasil e no mundo, sendo considerada a segunda infecção parasitária mais comum. Atualmente,
tropicais e subtropicais, como África, Ásia e América do Sul. Todo ano morre mais de 200 mil
17
infectados (Berry et al., 2017). Infelizmente, apenas 20,7% dos infectados conseguem realizar
Há diversas áreas que ainda são endêmicas para a moléstia, constituindo uma
interação entre o hospedeiro e o helminto, no qual pode acometer diferentes órgãos e sistemas
do organismo. É importante salientar que as características das formas crônicas possuem sérias
de 2010 a 2015. Apenas em 2015 foram notificados 4.356 casos confirmados. Os números de
casos confirmados por ano, durante o período de 2010 a 2015, podem ser vistos na Tabela 1
(DATASUS, 2017a).
diminuição se explica pelo fato do maior grau de escolaridade da população, da melhoria das
condições sanitárias e também pelo programa de controle desenvolvido nas regiões endêmicas.
tratamento farmacológico aos infectados. Além disso, houve também projetos de sinalização
por Schistosomas em comparação com os pacientes controle, no qual fornece uma hipótese para
A maioria dos processos patogênicos estão associados aos ovos e não aos vermes
adultos vivendo na corrente sanguínea. Nem sempre todos os ovos serão excretados para fora
do corpo e podem migrar para outras áreas do organismo, produzindo uma reação imune e
induzir a formação de fibrose, levando o órgão a cirrose hepática (Ishii et al., 1993).
câncer de bexiga, câncer de útero, câncer na parede vaginal e câncer de próstata (Bacelar et al.,
ovos no tecido consistem em macrófagos e neutrófilos que produzem radicais livres endógenos.
Esses radicais livres podem formar inúmeras substâncias responsáveis por induzir mutações,
como a troca de cromátide irmã e quebras no DNA. Além disso, as células inflamatórias
dos fibroblastos (FGFR3) é alterada em altas proporções nos tumores de bexiga. A expressão
dessa proteína está presente no câncer urotelial primário e metastático, no qual a maioria está
crescimento dos tumores. A presença de FGFR3 está relacionada com a intensidade e o grau de
malignidade do carcinoma (Guancial et al., 2014; Martino, Tomlinson & Knowles, 2012).
De acordo com Hammam et al. (2017), as lesões uroteliais são mais predominantes
nos homens do que nas mulheres. O aumento da sintetização da proteína FGFR3 é indicativo
em todos os casos associados a infecção por Schistosoma. Em suas conclusões, foi sugerido que
2017).
20
vesical ou hematúria do Egito, sendo encontrado em grande parte da África e no Oriente Médio.
Essa espécie apresenta uma diferença morfológica nos ovos: são elipsoides com esporão
terminal. Diferentemente do S. mansoni, os ovos são eliminados pela urina, pois os vermes
principalmente na bexiga. A sua primeira identificação foi realizada por Theodor Billharz em
1851, sendo inicialmente sugerido como desencadeador de câncer de bexiga por Fergusson em
1911 (Khaled, 2013; Botelho et al., 2011; Parkin, 2006; Nash et al., 1982).
endêmicas é frequente e bem evidenciado (Bacelar et al., 2007). Nas mulheres, a infecção pode
atingir o colo do útero e o útero podendo causar infertilidade e dores durante a relação sexual
os seres humanos pelo International Agency for Research on Cancer (IARC). Em 2012, foi
comprovado cientificamente que é um agente carcinogênico e foi classificado para o Grupo 12.
de câncer de bexiga urinária é maior em áreas com alta prevalência de esquistossomose vesical
2012; Mayer & Fried, 2007; Mostafa, Sheweita & Connor, 1999; Badawi, 1996).
2
O IARC possui quatro grupos para os agentes cancerígenos: o Grupo 1 são os agentes comprovadamente
cancerígenos; o Grupo 2A são prováveis carcinogênicos; o Grupo 2B são possíveis carcinogênicos; o Grupo 3 é
composto por agentes que não são carcinogênicos e o Grupo 4 são os agentes que provavelmente não são
carcinogênicos (IARC, 2014).
21
com células escamosas tumorais e em 10% das células transitórias tumorais (Groeneveld,
uma elevação nos níveis de estradiol, sem elevação na testosterona ou hormônio luteinizante
nos soros de humanos infectados em comparação com os indivíduos não infectados. Foi
processo de apoptose tecidual causado pela resposta imune aos ovos e vermes. Entretanto, após
dez anos, esse paradigma foi mudado (Botelho, Alves & Richter, 2017). A mudança veio após
Schistosomas que potencialmente tinham causado câncer (Botelho et al., 2013; Botelho et al.,
2010). Recentemente, foi observado que essas moléculas não apenas circulavam no sangue
como também na urina dos pacientes infectados. No caso das mulheres, essas moléculas
bexiga e nos ureteres inferiores. Os granulomas podem formar lesões poliplodais intraluminais,
22
que irão causar hidronefrose. Essas lesões tendem a necrosar, ulcerar e sangrar. Com o avanço
da idade, as lesões tendem a fibrosar e calcificar. Esse processo pode levar a deformação e/ou
carcinoma de bexiga é a sequela de longo prazo mais grave de infecções crônicas (Botelho et
al., 2011).
incidência de câncer de bexiga em regiões com alto risco de contaminação. Os casos reportados
mostram que indivíduos com esquistossomose podem desenvolver câncer de bexiga mais
áreas endêmicas de infecção e pela frequente associação de tumores com ovos do parasita que
esquistossomose japônica. A esquistossomose japônica é uma zoonose que afeta não apenas os
Ilhas Filipinas, Indonésia e Japão. Os parasitas vivem nas veias mesentéricas, especificamente
na veia porta, local rico em nutrientes para o parasita. Em relação a sua morfologia, os vermes
adultos não possuem papilas em seu tegumento e os ovos são subesféricos, com um rudimentar
23
espinho lateral. Eles vivem no sistema porta e os ovos são eliminados pelas fezes. Os
entre as infecções por Schistosoma nos humanos. Os ovos de S. japonicum podem provocar
granulomas nas paredes do intestino e/ou fluir para trás, através da veia porta, e provocar
embolismo no fígado ou no SNC. A infecção por S. japonicum foi associada a uma maior
incidência de câncer de fígado, hepatocarcinomas e câncer colo retal (Berry et al., 2017; Parkin,
2006).
décadas (Peterson & Weidner, 2011). De acordo com Ishii e colaboradores (1994), a primeira
Japão. Já em 1944, foi descrito o câncer de fígado por infecção de esquistossomose japônica.
infecções por Schistosomas favorecem o aparecimento de neoplasias. Estima-se que 24% dos
casos de câncer de cólon estejam atribuídos a infecção por esquistossomose japônica (Peterson
e Weidner, 2011).
Almeida, 2003).
O ciclo biológico pode ser descrito da seguinte forma: após o Schistosoma atingir a
fase adulta, alcança as veias mesentéricas inferiores, as fêmeas realizam a postura ao nível da
mucosa. Da mucosa chegam à luz intestinal. Os ovos podem ficar presos na mucosa intestinal
ou serem arrastados para o fígado. Alcançando a água, os ovos liberam o miracídio. O contato
com o tegumento do molusco gênero Biomphalaria faz com que adquira a forma de ventosa,
elemento que permite a introdução do miracídio nos tecidos do molusco (Vitorino et al., 2012;
eu que o sol está mais quente. Antes das 9 horas, o risco de infecção é muito baixo. Ao serem
liberadas na água, as cercárias irão penetrar na pele do indivíduo, perdendo a cauda durante a
parasitária. Cerca de 21 dias após a infecção, chegam ao fígado, onde completam seu
seu habitat nas vênulas do plexo hemorroidário superior e nas ramificações mais finas das veias
25
localizações, como pulmões, baço, pâncreas e bexiga (Souza et al., 2011; Palumbo, 2007).
intestinal. Os sintomas clínicos nesses casos incluem a dor abdominal intensa e difusa e a
colonoscopia com biópsia (Sousa et al., 2011). A primeira descrição de presença de massa
tumoral extensa associada a infecção por Schistosoma mansoni foi descrito em 1953 no Cairo
órgãos urinários são bem documentados, embora raros e mais frequentes no Egito por sua alta
Barbosa, 2006; Cohen, Edgar & Cooper, 1995; Godec, Grunberger & George, 1992; Alexis &
paciente masculino, 36 anos, residente em Irajá, Bahia. O paciente foi admitido após apresentar
presença de tumor exofítico localizado na parede anterior da bexiga, recoberto por coágulos,
sendo assim bastante sugestivo de neoplasia. Entretanto, com a biópsia da lesão foi
paciente obteve tratamento farmacológico com oxamniquine e não apresentou novas alterações
Casella et al. (2009) relataram um caso de uma paciente de 48 anos de idade oriunda
de uma área endêmica de esquistossomose no Brasil. A paciente deu entrada no hospital com
dores abdominais, hematúria macroscópica, poliúria e disúria. Nos exames físicos foi
identificado uma massa palpável na região pélvica. O ultrassom mostrou uma lesão percorrendo
quase toda a bexiga. A citoscopia e biópsia revelou uma massa de 8 cm de diâmetro na qual foi
observado cistite crônica por ovos viáveis de S. mansoni. Através de uma avaliação
rotina. O exame apresentou um pequeno nódulo bem definido no lóbulo esquerdo superior. O
exame laboratorial mostrou valores de PSA de 9,2 mg/dL. A biópsia transretal completou o
Os pulmões podem ser acometidos pela migração anormal de ovos do sistema porta
para o sistema arterial pulmonar e, ainda, mas menos comum, por migrações ectópicas de
pela formação de reação inflamatória granulomatosa aos ovos do S. mansoni. Embora raras, as
lesões desenvolvidas por vermes mortos são caracterizadas por zonas de necrose circundadas
27
por exsudato intenso, que são usualmente reabsorvidos e envolvidos por tecido cicatricial
moradora de região endêmica de esquistossomose foi encaminhada para cirurgia torácica com
vários granulomas com ovos de S. mansoni e ausência de lesões sugestivas de neoplasia. Ainda
resposta anormal e incomum aos ovos do parasita. Nesses casos, ocorre formações hiperplásicas
Acredita-se que seja a causa de cerca de 90% de todos os tumores hepáticos primários. Os
estudos recentes demonstram que 70 a 90% dos indivíduos com cirrose hepática e hepatite
inflamatória granulomatosa crônica que pode bloquear as veias, aumentar a divisão celular e
promover a produção de radicais livres ou através de mutação no gene P53 (Liu et al., 2002).
concluíram que o Schistosoma mansoni acelera as alterações displásicas hepáticas, fazendo com
que o câncer apareça precocemente e com uma natureza mais agressiva em comparação com
3.2. Leishmaniose
séria da doença) e tegumentar (na forma cutânea ou mucocutânea). A doença afeta com mais
Lutzomyia, conhecidos popularmente como mosquito palha (Gontijo & Melo, 2004). Os cães
são potenciais fontes de infecções para o vetor (Almeida, Mendonça & Sousa, 2010).
transmissão entre os cães, a proporção dos cães em áreas de risco e a diferenciação entre os
cães infectados e sadios para permitir o controle dos animais infectados (Quinnell & Courtenay,
2009).
29
O ciclo biológico pode ser descrito da seguinte forma: A partir da ingestão da forma
amastigota pelas fêmeas do mosquito durante o repasto sanguíneo. Esses insetos possuem o
aparelho bucal curto e rígido que é capaz de dilacerar tecidos e vasos sanguíneos do hospedeiro,
o que proporciona um misto de sangue, linfa e restos celulares durante a telmatofagia, que são
perdem o flagelo e sofrem fissão binária, originando formas amastigotas nos fagolisossomos da
célula hospedeira, onde alguns são liberados para infectar outras células, e outros juntamente
com os histiócitos são ingeridos por insetos através da picada (Silva, 2007; Pocai et al., 1998).
também um importante problema veterinário (Quinnell & Courtenay, 2009). De acordo com a
OMS, mais de um bilhão de pessoas estão vivendo em áreas endêmicas de risco de infecção.
Estima-se que ocorra de 700.000 a 1.000.000 de novos casos por ano e que 20.000 a 30.000
estados imunossuprimidos por HIV, transplantes de órgãos, tumores e pacientes que fazem
que acomete os humanos, canídeos domésticos e animais silvestre, cuja a apresentação clínica
varia de formas assintomáticas até o quadro clássico da parasitose. Se deixada sem tratamento,
a doença é fatal em 95% dos casos dentro de 2 anos após o início da doença. O quadro clássico
2004).
A LV é uma doença de preocupação mundial, pois é uma doença crônica grave que
afeta mais de 300.000 pessoas anualmente, sendo responsável por 20 mil mortes anualmente.
Estima-se que sejam diagnosticados 50 a 90 mil casos por ano em todo o mundo. A OMS afirma
que 90% dos novos casos reportados em 2015 estão localizados em 7 países: Brasil, Etiópia,
letalidade, quando não iniciado o tratamento adequado em tempo hábil (Dantas-Torres &
Brandao-Filho, 2006). Como pode ser visto na Tabela 2, o período de 2010 a 2015 houve 22.044
casos novos confirmados no país, sendo 3.770 de casos apenas em 2015 (DATASUS, 2017b).
recursos e a atual falta de infraestrutura dos serviços de saúde, em especial no que concerne ao
contagiosa, que acomete pele e mucosas e apresenta uma cadeia complexa de transmissão,
estando sujeita em uma mesma região a diversos determinantes tais como: desequilíbrio
ecológico produzido pela invasão do homem aos nichos naturais da doença, variações sazonais
contato do homem com os reservatórios e vetores. Na região amazônica, ainda hoje observa-se
na pele, principalmente úlceras, em locais exposto do corpo, nas quais deixam cicatrizes
mediterrâneo, Oriente Médio e na Ásia, sendo a maior parte nos países Afeganistão, Argélia,
Brasil, Colômbia, Irã e Síria. Estima-se que um milhão de novos casos ocorram mundialmente
membrana da mucosa do nariz, boca e garganta. Cerca de 90% dos casos ocorrem no Brasil,
casos confirmados entre 2010 e 2015. A incidência e o número de casos por ano no Brasil
podem ser vistos através da Tabela 3 (DATASUS, 2017c). A LTA é uma doença que preocupa
diagnóstico de LTA na maioria das vezes é clinico e sujeito a erros que podem ser reduzidos
Tabela 3. Casos de Leishmaniose Tegumentar Americana no Brasil nos anos de 2010 a 2015.
Ano Casos confirmados População Total Incidência Americana (100.000
(Americana) ¹ Estimada² habitantes)
2015 21161 204450649 10,35017502
2014 21959 202768562 10,82958807
2013 19652 201032714 9,775523401
2012 25252 193946886 13,02005952
2011 23054 192379287 11,98361859
2010 23493 190732694³ 12,31723807
Total 134571
Fonte: ¹ Ministério da Saúde/SVS – Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Sinan Net
(DATASUS, 2017c). ² IBGE. Diretoria de Pesquisas – DPE – Coordenação de População e Indicadores
Sociais (IBGE, 2017). ³ IBGE, Censo demográfico 2010 (IBGE, 2010).
Leishmaniose cutânea e carcinomas, no qual vem sendo avaliado como fator de risco para o
33
câncer (Kopterides et al., 2007; Friedman, Hanson & Goldberg, 2003; Kargi et al., 2001;
malônico e peróxido total são maiores do que nos pacientes saudáveis. O dano oxidativo ao
DNA é de grande importância devido ao reconhecimento de que tais danos podem iniciar e
como uma estratégia de defesa podem aumentar as atividades dos antimoniais. Contudo, esses
intermédios não apenas causam a morte do parasita, como também provocam danos ao DNA
origens histogenéticas foram encontrados, sendo quatro casos de associação com linfomas, três
humanos também é bem evidenciada na literatura (Foglia Manzillo et al., 2008; Ferro et al.,
admitido no hospital para investigar febre de cinco meses de duração. Após dificuldade de
diagnóstico e entre altas do paciente, foi confirmado o diagnóstico de LV. Também foi
encontrado histiocitose maligna, confirmada por exame histológico do baço e dos linfonodos.
Na aspiração de medula óssea foi encontrado culturas de formas flageladas do parasita (Matzner
et al., 1979).
foi documentado (Suster & Ronnen, 1988), contudo, Friedman e colaboradores (2003)
relataram o primeiro caso relatado de carcinoma celular escamoso surgindo em uma cicatriz de
34
lesão de leishmaniose após 59 anos. A paciente de 62 anos de idade apresentava uma lesão
contraída aos três anos de idade. A biópsia da área revelou envolvimento epidérmico de
espessura total por queratinócitos pleomórficos que mostram uma perda de maturação normal
e polaridade consistente com carcinoma de células escamosas. O carcinoma foi excisado por
procedimento cirúrgico. Os autores descrevem que a ocorrência não é frequente, mas é bem
conhecida. As complicações da leishmaniose cutânea são raras, mas podem incluir a linfadenite,
neurites e lesões irreversíveis quando a espécie invade a mucosa (Friedman, Hanson &
Goldberg, 2003).
As lesões auriculares por Leishmania são raras e pouco descritas no mundo. Sabri
apresentava como um carcinoma. Um paciente de 73 anos de idade apresentava uma lesão com
ulcera e eritematosa na aurícula esquerda há dois meses de duração. No exame físico foi
observado um nódulo linfático submandibular duro e palpável. A primeira impressão era que
apresentou patologia consistente com processo granulomatoso crônico com presença de formas
com uma lesão ulcerada, purulenta na aurícula esquerda. Na admissão no hospital foi notado
múltiplas lesões com crostas, dolorosas e duras nas margens e, algumas estavam ulceradas. No
exame de ouvido, houve assimetria significativa e infiltração no ouvido, cujo aparência sugeria
presença de leishmaniose nas lesões foi confirmada pelo exame de esfregaço direto (Khorsandi-
sido documentado. Em 2011 foi relatado o único e, assim, atualmente considerado primeiro
positivo estava com perda de visão, epífora, e dor no olho direito por 18 meses, não tinha febre,
suor ou sintomas de gripe. Através de uma biópsia excisional, foi confirmado a presença de
conjuntiva lateral direita, fígado, baço, axilas, mediastino, mesentérico pelve e linfonodos
2011).
Peixoto et al. (2016), descreveram pela primeira vez uma neoplasia cardíaca
associada à infecção por Leishmania sp., em um caso raro de linfoma cardíaco primário de
Embora exista relatos que associam a infecção com a neoplasia, o autor acredita que o linfoma
doença de Hodgkin. O paciente de 18 anos entrou com história de febre, inchaços múltiplos no
lado esquerdo do pescoço nos últimos oito meses. A febre era moderada a alta, intermitente e
estava associada com inchaço sem quaisquer calafrios ou rigidez. Além disso, o paciente afirma
o aumento dos inchaços no lado esquerdo do pescoço, sem dor e também sem alterações na
pele. Através da aspiração na medula óssea e do teste sorológico, foi confirmado infecção por
2016).
diagnóstico de câncer epidermoide em uma lesão ulcerada no rosto, referindo que foi tratada há
3 anos como herpes. No tratamento, o paciente não apresentava sinais de melhora, pois
Também foi obtido a biópsia da lesão ulcerada, onde se confirmou o diagnóstico de neoplasia
maligna epidermoide com invasão dérmica e do tecido subcutâneo, coexistindo com células
37
Leishmaniose mexicana. Os autores enfatizaram que esse era o primeiro caso de Leishmaniose
3.3. Malária
P. vivax e P. malariae, sendo o P. falciparum o mais perigoso por provocar a forma mais grave
da doença (forma cerebral) que quase sempre leva o indivíduo à morte. Essa forma da doença
é caracterizada por provocar febre intermitentes, dores de cabeça, dores no corpo, icterícia,
anemia e inchaço do baço e fígado (França, Santos & Figueroa-Villar, 2007; Brasil, 2003).
ovos, conseguindo seu alimento através de diversos hospedeiros vertebrados. O ciclo biológico
da malária pode ser dividido em duas etapas: o ciclo assexuado, no qual ocorre no hospedeiro
vertebrado infectado e os gametócitos, através do ciclo sexuado, irão evoluir para a sua forma
infectante ao homem (esporozoítos), onde serão disseminados pelo corpo do mosquito até
38
atingirem as glândulas salivares (George et al., 2014; Nogueira & Rosário, 2010; Paraense,
1944).
tempo, o parasita é capaz de entrar em diversas células sem se desenvolver, e dessa forma migra
pelo organismo até a sua chegada ao fígado, onde irá infectar os hepatócitos. Ao infectar o
diferenciação e intensa multiplicação assexuada, que dará origem a numerosos merozoítos após
a ruptura do hepatócito. Cada merozoíto irá invadir um eritrócito e passarão por mais uma etapa
que seguirão o seu desenvolvimento no mosquito vetor, após a fêmea do mosquito se alimentar
de um hospedeiro infectado (George et al., 2014; Nogueira & Rosário, 2010; França, Santos &
representa um grave problema de saúde pública para o mundo, permanecendo como a parasitose
de maior impacto no planeta, figurando como a quinta maior causa de morte no mundo. A
evolução clínica possui diferentes possibilidades, podendo ser caracterizada por distúrbios em
(Limudomporn et al., 2016). De acordo com a OMS, a malária está presente em 91 países, onde
foram diagnosticados 212 milhões de novos casos em 2015, sendo responsável por cerca de
429.000 mortes no mundo. Quase todos os diagnósticos e mortes ocorrem na região Africana.
A malária pode ser prevenida e tratada, e os maiores esforços estão reduzindo dramaticamente
a carga da malária em muitos lugares. Entre 2010 e 2015, a incidência mundial caiu 21% e a
Desde 2010, o número de casos diminuiu cerca de 75% e concentra-se na região norte,
Controle da Malária (PNCM), o programa tem como objetivo reduzir a incidência e gravidade
ausência da transmissão nos municípios onde ela já tiver sido interrompida. O PNCM é
monitorar a resistência dos plasmódios aos antimaláricos e promover a mudança de política dos
medicamentos quando necessário. Com o passar dos anos, foi incluído a melhoria do acesso ao
2017).
de Estratégia Técnica Global para a Malária. O programa fornece um quadro técnico para todos
enfermidade. A estratégia estabelece metas ambiciosas para serem atingidas para 2030. Os
progresso em direção a eliminação do país está no bom caminho: 10 países e áreas endêmicas
relataram menos de 150 casos de malária adquiridos localmente. Outros 9 países relataram entre
150 a 1.000 casos de malária. No entanto, o progresso dessa estratégia deve ser acelerado, pois
menos da metade dos países estão conseguindo cumprir os objetivos (WHO, 2016b).
Em abril de 2017 foi anunciado que os países Gana, Quénia e Malawi irão participar
vacina contra a malária no mundo a partir de 2018. A vacina injetável foi desenvolvida para
proteger as crianças pequenas contra a forma mais mortal de malária causada pela espécie
Plasmodium falciparum. A vacina será avaliada no programa piloto como uma ferramenta
básico de medidas recomendadas pela OMS para a prevenção de infecção por Plasmodium. O
41
programa piloto irá avaliar se o efeito protetor da vacina em crianças de 5 a 17 meses de idade
durante os testes da Fase Ⅲ pode ser replicado na vida real. Especificamente, irá avaliar a
viabilidade de se fornecer as quatro doses necessárias para fornecer o papel potencial da vacina
A maioria dos estudos que buscam uma conexão entre o câncer e a malária focam
na espécie P. falciparum, pois é a que causa as formas mais graves. Devido a esses estudos, o
Plasmodium falciparum já é considerado pelo IARC como carcinogênico do grupo 2A, pois
ainda não existem evidências suficientes para classifica-lo como agente carcinogênico (IARC,
2014).
surgimento de linfomas (Tavani et al., 2000; Vineis et al., 2000; Ross et al., 1982),
2014; Cottoni et al., 2006; Serraino et al., 2003; Ascoli et al., 2001), câncer de próstata (Elson
et al., 2011; Thomas, 2005), câncer de fígado (Lu et al., 1988), câncer de colo de útero (Odida,
al., 2000).
de Burkitt no Quênia de 1988 a 1997 relacionado com zonas endêmicas e não endêmicas de
malária. No estudo foi observado que as regiões endêmicas apresentaram maior incidência para
o Linfoma de Burkitt. O estudo demonstrou odds radio de 3,47 para o Linfoma de Burkitt em
regiões com transmissão de malária crônica e intensa em comparação com regiões com
Johnston et al. (2014) estudaram 303 casos de Linfoma de Burkitt do tipo endêmico
e 274 cânceres não relacionados a ele (controles), em Malawi. Foi revelado que os doentes com
Linfoma de Burkitt do tipo endêmico tinham uma maior prevalência e maior diversidade
Taenidae, na qual são destacadas as espécies Taenia Solium (encontrada nos suínos) e Taenia
carcaças infectadas são condenadas após o abate (Santos & Barros, 2009). Em 1990, foi
evidenciado que porcos naturalmente infectados com Taenia solium tem maior frequência de
alterações cromossômicas nos linfócitos (Flisser et al., 1990). Foi sugerido um possível papel
da cisticercose na indução de alterações no DNA das células hospedeiras (Herrera et al., 1999).
Mais tarde, foi encontrado uma maior frequência de mutações nos linfócitos em pacientes
A infecção humana ocorre pela ingestão de carne crua ou mal cozida de porco ou
boi infectado. Essa parasitose é frequentemente assintomática, levando quase sempre para uma
infecção crônica. O cisticerco ingerido sofre a ação do suco gástrico, invagina-se e se fixa, por
meio do escólex, na mucosa do intestino delgado, transformando-se em uma tênia adulta, que
pode atingir até oito metros em alguns meses. Após três meses da ingestão dos cisticercos,
43
protegido de luz intensa, os ovos possuem grande longevidade mantendo-se infectante por
meses. Um hospedeiro intermediário próprio ingere os ovos, que irão se desenvolver para
cisticercos em qualquer tecido mole, mas ocorre com maior frequência nos músculos de maior
oxigenação e movimentação, por exemplo, masseter, língua, coração e cérebro (Lam et al.,
A cisticercose humana é responsável por graves alterações nos tecidos e por grande
mamárias; bulbo ocular e com maior incidência no SNC (Leal Filho et al., 2002).
a causa mais comum de convulsões nos países em desenvolvimento (Paiva et al., 2015). Estima-
geral, possuindo incidência baixa no nordeste brasileiro e sendo mais frequente nas regiões sul,
sudeste e centro-oeste do país (Leal Filho et al., 2002). Além disso, ela tem sido associada com
possa ser assintomática, as manifestações mais comuns são convulsões, dores de cabeça e
aumento da pressão intracraniana (Lam et al., 2016; Herrera, 1999; Del Brutto et al., 1997).
escolhidos 43 pacientes com gliomas cerebrais, sendo que oito apresentam evidências de
se de infecções antigas. Dos oito pacientes, seis apresentaram o tumor em volta das
aparecimento de tumores. Também foi sugerido que a reação inflamatória estimulada pelos
México, em que 22% dos casos estudados, os pacientes desenvolveram leucemia ou linfoma
positiva entre ambos, pois as doenças hematológicas malignas foram mais frequentes nos casos
feitas entre 1970 a 2006 no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triangulo Mineiro
em Uberaba, Brasil. Como resultado, observaram que o grupo de autopsias com neoplasia e
neoplasia, as neoplasias eram benignas. Através do cálculo de odds ratio, evidenciou-se que o
risco de desenvolver neoplasia por possuir ou ter tido cisticercose é 0,748. Na análise das
45
autopsias, 0,4% apresentaram ter cisticercose e um tipo de neoplasia e, 3,7% de pacientes vivem
massa cerebral tumoral composta por cisticercos. O homem relatava intensa dor de cabeça a
seis meses antes e paralisia branda duas semanas antes da consulta. Na entrada apresentou
ser uma lesão composta de cisticercos, no qual foi confirmado com exame histopatológico
3.5 Toxoplasmose
A toxoplasmose foi descoberta há mais de 100 anos, quase ao mesmo tempo por
gondii foi encontrado primeiramente em animais, sendo que sua importância médica veio
apenas em 1939, quando o parasita foi identificado em tecidos de uma criança infectada
congenitamente em Nova York, EUA (Dubey & Jones, 2008; Kompallc-Cristo, Britto &
Fernandes, 2005; Dubey & Beattie, 1988; Wolf, Cowen & Paige, 1939).
é muito frequente em várias espécies de animais, em mamíferos e aves. O gato e outros felídeos
são os hospedeiros definitivos e o ser humano e outros animais são hospedeiros intermediários.
Infelizmente, é de difícil diagnóstico, pois a maioria dos casos são assintomáticos nos diversos
hospedeiros (Dubey & Jones, 2008; Millar et al., 2008; Dubey & Beattie, 1988; Wolf, Cowen
transmissão dessa doença. O ciclo biológico é bem compreendido desde os finais da década de
1960 e foi completado pela descoberta da fase sexual do parasita no intestino delgado do gato.
O T. gondii apresenta um ciclo heteróxeno, em que se desenvolve em duas fases distintas: (1)
fase assexuada: ocorre em vários tecidos de diversos hospedeiros e; (2) fase coccidiana: fase
que ocorre nas células do epitélio intestinal de gatos e outros felídeos (Dubey, 2008).
encontrados na carne crua ou entra em contato com taquizoitos eliminados na urina, leite ou
esperma, perdigotos e outros. As formas que chegarem ao estômago serão destruídas, mas as
que penetrarem na mucosa oral ou forem inaladas poderão evoluir. Cada bradizoito ou
nas células dos hospedeiros terá a formação dos vacúolos parasitóforos. Ao formar o vacúolo
parasitóforo, os taquizoitos irão realizar divisões sucessivas por endodiogenia, formando novos
taquizoitos que irão romper a célula hospedeira e liberar novos taquizoitos. Essa disseminação
(principalmente nos gatos) jovens não imunes. No início dessa fase, acontece uma fase
assexuada prévia por merogonia seguida por outra sexuada do parasito, sendo essa a
intestinal do gato, no qual irão sofrer um processo de multiplicação por merogonia, dando
origem a vários merozoítos. O rompimento da célula infectada libera novos merozoítos que
47
do macrogameta pelo microgameta irá provocar a formação do ovo ou zigoto. O ovo evoluirá
dentro do epitélio, formando uma parede externa dupla que dará origem ao oocisto. A célula
hospedeira sofrerá rompimento, após alguns dias, liberando o oocisto ainda imaturo. Essa forma
irá alcançar o meio ambiente através das fezes. A sua maturação irá ser caracterizada por um
processo chamado de esporogonia, durante um a cinco dias. Os ovos imaturos são capazes de
se manter em viáveis sob condições adequadas por 18 meses. O gato jovem irá eliminar oocisto
A infecção crônica por Toxoplasma gondii é uma das doenças parasitárias mais
Em diversos países, têm sido descritas soro-prevalências que variam de 15 a 85% na população
principalmente, com a exposição a mais fatores de risco durante o decorrer da vida. No Brasil,
estima-se que a soro-prevalência entre 50 a 80% (Kompallc-Cristo, Britto & Fernandes, 2005).
Compulsória em Unidades Sentinelas (LNCS) pelo MS, através da Portaria Nº 2472, Art. 6º,
toxoplasmose, padronizado pelo Ministério da Saúde, pode ter contribuído para sua não
inclusão, na Portaria Nº 1.984 (Brasil, 2014a) e Portaria Nº 1.271 (Brasil, 2014b) de 2014
toxoplasmose, pois esse agravo já esteve fora da lista de doenças de notificação compulsória.
48
(Brasil, 2016).
uma bebê de dois meses de idade, ainda foi relatado familiares com sintomas compatíveis com
a doença. Durante a investigação foi encontrado dez pessoas infectadas por toxoplasmose
sintomática com dez pessoas acometidas. Entre os adultos, foi observado que o consumo do
alimento embutido do tipo copa comercial3 esteve associado ao adoecimento por Toxoplasma.
Já entre as crianças lactentes afetadas pela doença, permitem sugerir que tenha havido
transmissão via leite materno, embora não tenha sido possível comprovar o fato (Brasil, 2006).
Anápolis, dos quais 2.326 eram de toxoplasmose antiga. Em 2006 foi notificado a suspeita de
enfartamento ganglionar, mal-estar geral e febre, com sorologia positiva para a toxoplasmose.
confraternização de Natal na cidade em 2005, que reuniu cerca de mil convidados. Acreditou-
se que a provável forma de transmissão foi a ingestão de alimentos e bebidas servidos no evento.
As principais fontes de contaminação servidos na festa foram: quibe cru, boi no rolete e
laboratórios públicos foram realizados 127 exames, com 29% (37 casos) de positividade, sendo
que todos esses indivíduos participaram da festa. Nos laboratórios particulares, foram
encontrados 26% dos exames feitos foram positivos para Toxoplasma, mas nenhum participou
3
A copa ou capocollo é um tipo de comida italiana fria preparado com carne suína. A copa é obtida de um corte
chamado sobrepaleta, é curada e deixada para defumar.
49
da confraternização. Foram avaliados os locais que forneceram alimentos para a festa, mas
apenas o local que vendeu o quibe cru possuía irregularidades. Foi concluído que ocorreu um
surto de toxoplasmose por fonte comum, com 61 casos confirmados laboratorialmente, sendo
duas gestantes. Os doentes se infectaram em uma festa e o fator de risco de adoecimento foi a
investigação de oito casos agudos de toxoplasmose em Angra dos Reis. Em Angra dos Reis, a
Notificação (Sinan) do município de Angra dos Reis no período de 2002 a 2009. Foram
sinais clínicos mais comuns, sendo um com lesões irreversíveis. No boletim foi concluído que
houve um surto de toxoplasmose em Angra dos Reis, cujos sinais e sintomas clínicos
observados são semelhantes aos relatados, no qual as lesões oculares foram mais frequentes.
Poucos indivíduos amostrados relataram possuir felinos, porém a maioria relatou visualizar
gatos ou suas fezes no seu quintal, indicando uma dispersão de felinos não domiciliados na
Vários tipos de câncer têm como fator de risco infecções recorrentes, pois as
respostas defensivas de longo prazo do hospedeiro induzem inflamação, o que aumenta as taxas
maior em locais onde há o Toxoplasma gondii. Como variante para a pesquisa, os autores
50
consideraram possíveis efeitos de gênero, riqueza e meio ambiente, incluindo sexo, uso do
cerebrais, entre as nações, aumentou com o PIB. Afirmando a hipótese de que as taxas de
detecção aumentam com a riqueza e/ou que o risco de tumor cerebral é maior de acordo com o
produto interno bruto e latitude entre as nações. A infecção por T. gondii foi associada a um
aumento de 1,8 vezes no risco de câncer de cérebro em toda a faixa de prevalência no conjunto
Benson, Green e Beral (2012) associaram a posse de gatos com os casos de tumores
cerebrais, em mulheres britânicas, entre 2006 e 2007. Foram analisadas um total de 626.454
mulheres, onde 114.614 (18%) possuíam ao menos um gato. Como resultado, as mulheres que
viviam com gatos não tiveram uma incidência maior de câncer cerebral se comparado com as
que não possuíam gatos. Além disso, foram analisados outros tumores do sistema nervoso
central, levando também a resultados negativos. Porém, como conclusão, não descartaram a
possibilidade de que uma infecção por T. gondii, mesmo que por outra fonte de contágio, possa
estar associada à maior incidência de câncer cerebral (Benson, Green & Beral, 2012).
T. gondii e as taxas de mortalidade por câncer cerebral na França, entre os anos de 1979 a 2007.
Para o estudo, levaram em consideração que, com o tempo, a exposição ao parasita tende a
aumentar, aumentando o risco do contágio. Verificou-se que houve uma correlação positiva em
pacientes com 55 anos e mais velhos, sendo assim uma evidência de um risco para o
replicação de taquizoitos e irá infectar diversos órgãos do organismo, incluindo SNC. Para
crescimento lento e formam cistos nos tecidos cerebrais. Durante a infecção crônica, o cisto do
parasita persiste por muito tempo sem acionar qualquer resposta imune. A invasão à célula
Toxoplasma invade a célula, é capaz de liberar proteínas de organelas secretoras, que são
capazes de modular os sinais celulares e a expressão gênica (Zeiner et al., 2010; Laliberté &
Carruthers, 2008; Weiss & Kim, 2000; Bohne, Holpert & Gross, 1999; Dubey, Lindsay &
Speer, 1998)
pode causar gliomas em experimentos com animais (Wrensch et al., 1993). Os estudos
desenvolvidos por Ryan et al. (1993), mostraram que anticorpos positivos para toxoplasmose
estão associados com meningioma (Ryan et al., 1993). Estudos epidemiológicos demonstram
que as pessoas infectadas apresentam duas vezes mais risco de desenvolver câncer cerebral
celular por interferir na expressão gênica global das células infectadas. Análises tem
apresentado que após a infecção, o parasita é capaz de envolver em vários processos, incluindo
cerebral. Os autores afirmaram que o microRNAs modificado do Toxoplasma pode ter um papel
52
hipótese estiver correta, os microRNAs que estão criticamente envolvidos nos processos
neoplásicos causados pelo T. gondii poderiam ser identificados e utilizados como novos alvos
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
IARC, isso se confirmou através de vários trabalhos que apresentaram casos clínicos e a relação
milhões de pessoas estão infectadas e mais ainda vão infectar-se em algum momento. Os dados
apresentados mostram que as doenças parasitárias podem induzir a formação de neoplasias, que
5. REFERÊNCIAS
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