Você está na página 1de 31

Prémio Leaders & Achievers-Flecha Diamante 2018 PMR Africa

o
0DSXWRGH-XOKRGH‡$12;;9‡1o‡3UHoR0W‡0RoDPELTXH

log
Entre relatos desencontrados e propaganda governamental em Cabo Delgado

ció
so
um
de
io

Pág. 2,3 e 4
ár

ACLLN e Monte Binga entre os detentores de licenças


Madeira saqueada em Tete
Di

Centrais
LOTARIA PRÓXIMA, 29ª EXTRACÇÃO DA LOTARIA 21/07/2018
28ª EXTRACÇÃO 1º PRÉMIO -2.000.000,00MT

1º 17174 - 2.000.000,00MT PREVISÕES DE

JACKPOT
2º 49752 - 100.000,00MT 1 PR MIO DE TOTOBOLA - 111.870,41MT

3º 25011 - 50.000,00MT 1 PR MIO DE TOTOLOTO - 250.000,00MT
 
  VALOR DO 1º PRÉMIO DO JOKER - 250.000,00MT
"!$&% - 01-//
-    
'''.$"""."  (%#"-& "# $% )32
2 Savana 20-07-2018
SOCIEDADE

No rasto dos ataques no norte de Cabo Delgado

Luto, dor e destruição!

o
- Situação no terreno é dramática contrariando os discursos politicamente correctos do Governo

P
Por Armando Nhatumbo/Fotos de Na[ita Ussene

log
or entre relatos desen- -shababs”, como é designado o
contrados e a propaganda grupo insurgente. É assim que nos
governamental, nomeada- é apresentado, mas Atibo esboça
mente o desnorteado res- um falso sorriso só para esconder o
ponsável provincial, uma equipa trauma de quem pisou a fronteira
do jornal foi ver in loco a dramática morte.
entre a vida e a mor
situação da população alvo das in- Por algum tempo esteve nas mãos
vestidas de grupos armados, que dos insurgentes, depois de ter sido
tentam justificar a inusitada vio- capturado enquanto dormia numa

ció
lência que usam com base em prin- casa ao lado da mesquita.
cípios confessionais. Aqui ficam os Enquanto refém, foi colocado lado
relatos difíceis das vítimas deste a lado com um outro capturado que
conflito de contornos difusos. estava a ser, brutalmente, violenta-
do. Só não chegou a sua vez porque
Alima Alifo tem apenas um mês e conseguiu se escapulir enquanto os
14 dias de vida. Nasceu órfã, porque insurgentes desferiam golpes de ca-
o pai foi assassinado, justamente um tana contra a outra presa, gritando
dia antes de ela vir ao mundo. Foi “Allah Akbar”, qualquer coisa como
a sentença que a condenou a viver
para sempre sem saber o que é des-
frutar do colo de um pai. Como se
não bastasse, a forma brutal como
ele foi morto deverá estar sempre
presente na memória de Alima
como lembrança de uma noite fa-
so A aldeia de Lalane está aos escombros
“ “Alá (Deus) é grande”, em árabe.
Mesmo sem precisar números, Ati-
bo garante que os atacantes eram
“muitos”, e eram todos homens,
envergando roupa preta e parcial-
mente mascarados e com sacos nas
costas.
tídica, uma noite que não era para quilómetros para leste de Macomia. sem nada e a viverem ao relento Enco
Encontrámos Abudo Bacar no meio Medo é a palavra de ordem do jo-
ter acontecido. Para além da pequena Alima, que denunciam uma autêntica tragédia dos escombros da sua antiga casa, vem que continua traumatizado.
ainda estava por nascer, Alifo dei- que se abateu sobre a aldeia, há mais que tenta reconstruir. É tratado por “Naquele momento estava com
um
Mas a história da pequena Alima
xou outros cinco filhos, todos me- de um mês. mwalimo, ele que ensinava o alcorão medo e até hoje continuo com
é a de dezenas de outras pessoas
nores de idade. Trata-se de Faida Safilina Abdala estava a dormir na mesquita local. Conta que logo medo”, diz.
afectadas pelos ataques inspirados
Alifo, dois anos, Selemane Alifo, quando, de repente, ouviu um dis- que ouviu o disparo de arma, fugiu Kwashi Amisse, uma idosa a ca-
no fundamentalismo islâmico que,
quatro anos, Zura Alifo, cinco anos, paro de arma. Acordou os seis filhos para as matas e só voltou na manhã minho dos 70 anos, assistiu, como
desde Outubro de 2017, vêm fusti-
Fátima Alifo, oito anos, e Ngamo e, em pânico, todos fugiram para se do dia seis. Mas a sua estória não acontece nos filmes de terror, ao
gando a região norte de Cabo Del-
Alifo,, 10 anos de idade que, jun- refugiar na mata. Quando na ma- é diferente da de Safilina e de de- filho a ser morto à catanada. “Cer-
gado, deixado um rasto de luto, dor
tamente com a mãe, Atija Mussa, nhã seguinte retornaram à residên- zenas de outros afectados: perdeu caram a casa, arrombaram a porta e
e destruição.
perderam aquele que era o seu pro- cia, descobriram que só lhes restava tudo porque a casa foi incendiada e começaram a acataná-lo. Eu estava
Na semana passada, o SAVANA
tector e chefe de família. a roupa que vestiam, porque tudo hoje vive na base de apoios. no quintal a assistir tudo, até que
escalou as zonas do conflito e conta
Atija, a viúva, conta que a vida se tinha sido consumido pelo fogo, “Claro que os apoios não são sufi- informei a outro meu filho sobre
o drama causado pelo radicalismo o que estava a acontecer. Depois
tornou mais difícil sem o esposo e desde produtos alimentares, ma- cientes, mas não há maneira”, quei-
islâmico no norte da província.
de

com seis filhos para cuidar. “A vida terial de construção, aparelhos te- xa-se. fugi para o mato”, testemunha. Era
São homens e mulheres que enviu- o triste fim de Alifo Momade, que
está difícil. Estamos a comer na levisor e radiofónico, até vestuário. Atibo Dade tem 12 anos de idade.
varam, são filhos que ficaram ór- era quem sustentava a mãe que, em
base de ajudas de familiares ou de “Hoje vivemos na base de ajudas, Os amigos, todos na fase da ado-
fãos, são netos que perderam avôs plena terceira idade, perdeu o
pessoas de boa vontade”, conta. So- desde alimenta
alimentação até vestuário”, lescência, tratam-no, com alguma
e vice-versa, são casas reduzidas a seu porto seguro. “Hoje estou
bre os acontecimentos da noite de explica
explic Safilina. inocência, de “sobrevivente dos al-
cinzas, são viaturas, motorizadas,
cinco de Junho,, diz, de voz embar-
bicicletas entre outros bens incen-

Drama que desmente o conveniente


gada, que não tem muito a partilhar.
diados. Ou, simplesmente, são vidas
É o testemunho de uma mulher que
inteiras, construídas com sacrifício,

D
ainda está, profundamente, trauma-
que foram e continuam a ser redu- tizada com a desgraça que atingiu
io

zidas a zero por um grupo que não o seu lar.


lar esde a eclosão dos ata- dos ataques, o que desmente a poli- um bebé de um ano e um mês.
está claro ainda o que reivindica. ques, em Outubro do ticamente correcta versão do gover- Semba Imedi, residente da Ilha
A menor Alima Alifo é apenas uma Naúnde ano passado, as autori- nador, que garantiu que em nenhum do Ibo, tinha a casa transfor-
dessas vítimas. Um dia antes do seu Sete pessoas assassinadas, igual nú- dades governamentais momento a população se queixou de mada num verdadeiro centro
nascimento,, a seis de Junho passa- mero de feridos e 164 casas (que têm procurado minimizar o falta de comida e que continuam a de acolhimento de deslocados,
do, seu pai, Alifo Muinde, era dego- continham diversos bens) incendia- impacto da actuação dos insur- trabalhar e a produzir no seu dia-a- quando chegou a receber no mi-
ár

lado, como se de animal se tratasse, das é o saldo da incursão da noite de gentes. -dia. núsculo quintal, 26 pessoas que
na fatídicaa noite de cinco de Junho, cinco de Junho
Junho, em Naúnde. Uma das mais recentes apari- Verdade, porém, é que, timidamen- fugiam dos ataques. Mas hoje
quando os insurgentes invadiram Os escombros de casas queimadas, ções foi do governador da pro- te, os deslocados vão regressando às só ficou com a sobrinha, Alina
a aldeia de Naúnde, Posto Admi- os vestígios de diversos bens consu- víncia de Cabo Delgado, Júlio suas zonas de origem. Macasaré, que fugiu de Naúnde,
nistrativo de Mucojo, cerca de 45 midos pelo fogo e famílias inteiras Parruque que, numa entrevista O SAVANA esteve, por exemplo, onde vivia com o esposo e duas
ao “Dossiers e Factos” pintou na Ilha do Ibo, para onde se tinha crianças, todas menores de ida-
Di

um quadro “bonito” e “conve- deslocado grande parte das comu- de. Fugiram quando se aperce-
niente”, mas bastante distante nidades afectadas. De acordo com beram da agitação e a casa ficou
da real situação que se vive no os residentes da Ilha, no pico dos a ser incendiada com todos os
norte da província. ataques chegavam por dia até cinco pertences.
O SAVANA esteve durante barcos com cerca de 50 deslocados, O apelo do governador Parru-
uma semana no terreno e, por cada. Mas a maioria já não está no que para que as comunidades
isso, testemunhou a situação Ibo. Anica Ibrahimo é das poucas mantivessem vigilância, mesmo
dramática que se vive nas al- que continua por lá. Saiu de Naún- que isso passasse por dormirem
deias dos distritos de Palma, de, com mais de 10 membros da pouco, está em marcha no norte
Mocímboa da Praia, Macomia e família, agora enclausurados numa da província. A partir das 19h,
Quissanga. minúscula casa de um familiar a tra- grupos de jovens locais, empu-
Por exemplo, por todas as al- balhar na ilha. nhado armas brancas, sobretudo
deias afectadas por que passa- “Saímos por causa da guerra. catanas, arcos e flechas, juntam-
mos, as comunidades queixam- Queimaram a nossa casa e perde- -se aos militares para patrulhas
-se de fome porque já não po- mos tudo. Aqui vivemos na base e nocturnas. Autêntica caça ao
dem ir às machambas por medo apoios”, relata Anica, que amamenta homem em defesa da vida.
Atija Mussa com a pequena Alima Alifo e os menores Selemane e Fátima
Savana 20-07-2018 3
SOCIEDADE

a viver de qualquer maneira. Não da incursão de 27 de Maio, quando


sei se hei-de sobreviver porque o grupo assassinou cinco pessoas na
aquele filho é que me ajudava”, aldeia de Mondlane e outras cinco
anota Kwashi Amisse. na aldeia 25 de Junho, ambas si-
Enquanto percorremos aldeia de tuadas no Posto Administrativo de
Naúnde, são mais e mais histórias Olumbi, a mais de 40 quilómetros a
de terror, como a de Musa Simba, sudeste de Palma.
uma viúva cujo esposo foi degola- A casa de Saíde Issa, na aldeia Mon-

o
do, a cabeça separada do corpo e dlane, está com a porta trancada
depois colocada no mercado local, porque a esposa e os três filhos me-
numa clara exibição da brutalidade nores se mudaram, imediatamente,
dos insurgentes. para a sede distrital de Palma.

log
O casal estava a dormir, quando se Mas a menos de 10 metros, está o
apercebeu que a sua casa estava em lar da filha, Mariamo Saíde, 18 anos
chamas. Foi na tentativa de fuga de idade e mãe de um filho.
que o esposo caiu nas malhas dos Questionada sobre o que sucedeu
“al-shababs”. naquela fatídica noite, Mariamo
“Hoje estou a viver uma vida muito perde forças e, já cabisbaixa, se
crítica, sem nada porque ele é que emociona, até que perde a capaci-
era o chefe de família”, diz Musa, dade de articular as palavras. São lá-
a viúva que agora está albergada no grimas que expressam tormentos de

ció
lar da filha. quem perdeu o pai de forma brutal.
Minissa Muarabo hoje dorme qua- Na mesma noite em que Mariamo
se ao relento, com o esposo e cinco Saíde perdia o pai, Lupina Alberto (QWUHDIDPtOLDHVWmRRVTXDWURPHQRUHVTXHÀFDUDPyUImRVFRPRDVVDVVLQDWRGRSDL2PDU/D]LPDQDDOGHLDGH0RQGODQH
(QWUHDIDPtOLDHVWmRRVTXDWURPHQRUHVTXHÀFDUDPyUImRVFRPRDVVDVVLQDWRGRSDL2PDU/D]LPDQDDOGHLDGH0RQGODQH
filhos. É que a casa, parcialmente perdia o filho, surpreendido numa
destruída, ficou sem tecto, mas é lá conversa entre amigos. Foi na ten- alimentar dos excedentes da cam- Olumbi, mas encontraram as casas Contudo, no ataque de Junho foi
onde a família passa as noites, de- tativa de fuga que Peil João caiu nas panha agrícola anterior, que tam- abandonadas porque os residentes possível fazer seis mortos, cinco dos
baixo da cacimba. Perguntámo-la garras dos atacantes, que lhe tira- bém já estão a acabar. locais já dormiam nas matas, de- quais surpreendidos num acampa-
como são as noites chuvosas, ao que ram a vida na hora. “Ele é que trazia pois de duas incursões na mesma mento de pescadores e o sexto nas
respondeu: “recorremos à varanda comida. Hoje estamos a viver à ma- Lalane povoação, uma a oito de Dezembro margens do oceano Índico, para
da casa do vizinho”, que aponta
com o dedo indicador. Se não hou-
ve vítimas, é porque conseguiram
fugir com antecedência, mas perde-
ram tudo que estava no interior da
casa, que foi incendiada.
Jamal Tuair foi vítima de uma ac-
neira”, queixa-se Lupina Alberto.
Sumail Midjai, um velho de 91 anos
de idade, também perdeu o filho,
Azizi Assumane, no dia em que os
atacantes seleccionaram Mondlane
como o alvo a atacar. “Confiava nele
na minha vida. Ele é que me ajuda-
so
No dia 23 de Junho, foi a vez de os
atacantes invadirem a aldeia Lalane,
no mesmo Posto Administrativo de
de 2017 e outra a 13 de Janeiro de
2018, em que os insurgentes rouba-
ram produtos alimentares.
onde se tinha refugiado.
Foram 100 casas incendiadas,
mas porque a aldeia está debaixo

tuação menos criteriosa das forças va em tudo, incluindo para comprar


governamentais destacadas para comida. Desde que faleceu, estou a
Naúnde. É que, à sua chegada, na
um
passar mal, com carências muito sé-
manhã seguinte, os militares em- rias”, diz o velho.
boscaram a aldeia. Tuair estava com
Enquanto percorríamos a aldeia,
um amigo quando os dois foram
algo nos vai chamar atenção. Cerca
baleados confundidos com mem-
de três dezenas de mulheres for-
bros do grupo insurgente.
mam um círculo à entrada de uma
Caíram inanimados e os militares,
residência, onde entoavam cânticos
inscrevendo “dois bandidos aba-
tradicionais. Era o “ziquile”, um
tidos nos relatórios”, lá se foram.
ritual tradicional para evocar os
De facto, o seu acompanhante es-
mortos, agora feito em memória a
tava mortalmente estatelado, mas
Omar Lázima, que integra a lista
Tuair resistiu porque tinha de vir
dos cinco decapitados na noite de
de

testemunhar a história da actuação


27 de Maio.
das tropas governamentais, de que
Com a lição estudada, quando che-
é vítima com ferimentos no braço
garam à residência de Omar, os
direito.
insurgentes, depois de arrombar
O chefe da aldeia, que serve de
a porta da casa, exigiram dinheiro
nosso guia por aquela terra que
ainda respira o cheiro da morte e ao pequeno comerciante local, que
da destruição, assegura que Naúnde tinha um mini-estabelecimento de
mudou completamente depois dos confecção de alimentos.
ataques. Depois de responder que não ti-
nha o dinheiro exigido, os atacantes
io

“Antes da guerra, Naúnde estava a


desenvolver-se. Havia crescimento questionaram-no: “como porque
aqui e certamente que Naúnde de sempre preparas chá”.
amanhã seria diferente, mas hoje Lázima foi amarrado, deitado ao
tudo parou”, lamenta Maurício Mi- chão e cortado o pescoço, marca de
randa, que também ficou afectado brutalidade. Era o fim de um jovem
ár

na incursão. de 37 anos de ida idade, que partiu,


Polígamo, perdeu duas casas e to- deixando no mundo dos vivos uma
dos seus pertences, como as duas viúva e sete filhos por cuidar
cuidar.
motorizadas que usava como meio É todo um agregado que de si de-
de subsistência, para além de 25 pendia e que agora diz estar a vi-
cabritos queimados vivos no curral. ver “da graça de Deus”. Afinal, ali
Di

“É toda a minha vida que foi des- onde era feito o ritual é a casa do
truída e até agora não sei o que fa- pai do falecido, onde estão a viver
zer. Hoje quando me vê com calças, pelo menos quatro dos sete filhos
são de apoio”, conta, com uma lá- de Omar. A mais nova é Subila
grima no canto do olho. Antes dos Lázima, um ano e meio de idade,
ataques, que afectaram 704 famí- irmã de Sumail Lázima, cinco anos,
lias, Naúnde tinha cerca de 2.800 Babo Lázima, sete anos e Momade
habitantes, mas muitos são os que Lázima, 12 anos de idade, que tão
abandonaram a aldeia à procura de cedo foram empurrados para a so-
locais seguros. frida condição de órfãos.
O líder da aldeia, Salimo Chinga,
Mondlane diz que Mondlane de ontem é dife-
Saíde Issa faz parte das dez vítimas rente da de hoje. Segundo Chinga,
mortais cujas imagens com corpos hoje ninguém vai à machamba por
decapitados e cabeças separadas se medo dos atacantes e, consequente-
tornaram virais nas redes sociais e mente, começam a surgir bolsas de
chocaram o país e o mundo, depois fome porque a população se está a
4 Savana 20-07-2018
SOCIEDADE

de um palmar, os coqueiros, que relata.


eram uma das fontes de rendi- Nassoro Sumail também estava a
mento das comunidades, estão a reconstruir a casa quando passamos
murchar porque foram atingidos pela aldeia Lalane. Diz que dorme
pela fúria das chamas. nas casas vizinhas, ele que tudo per-
O ambiente quase fantasma na al- deu quando a casa foi incendiada,
deia, hoje com cerca de 500 habi- naquela hora em que se escondia
tantes, dos cerca de 1.197 antes dos na mata. “Tenho de concluir a casa

o
ataques e os destroços que cobrem a para mandar regressar a minha es-
pacata povoação, estão ali para dizer posa e filhos para recomeçarmos a
a quem chega que houve uma razia vida”, sonha.
para não esquecer. Revela que vive na base de restos

log
A Escola Primária local, onde eram que apanha na aldeia. E para afastar
formados os homens do amanhã, eventuais dúvidas, mostra-nos um
fechou as portas porque os profes- pedaço de coco que deverá ser o seu
sores fugiram pela vida e os 144 almoço e, possivelmente, a última
alunos também se dispersaram por refeição do dia.
conta duma guerra que adia mi- “Deixei o coco para comer quando
lhões de sonhos. sentir fome”, explica. É apenas uma
Assane António é o residente de de centenas de pessoas que carecem
Lalane que foi surpreendido na cos- por assistência no norte de Mo-
ta quando procurava refúgio com a

ció
çambique, onde os ataques já estão
esposa e o filho de cerca de quatro a provocar uma verdadeira crise hu-
anos de idade. Muanassa Ali, a manitária, com pessoas desprovidas
esposa, é quem ficou para contar 6DÀOLQD$EGDODHIDPtOLDSHUGHUDPWXGRHDJRUDWHQWDPUHFRPHoDUDYLGD
6DÀOLQD$EGDODHIDPtOLDSHUGHUDPWXGRHDJRUDWHQWDPUHFRPHoDU
de tudo e a passarem fome.
como tudo aconteceu. Segundo a Quem também perdeu tudo e hoje
viúva, os malfeitores separaram o passa fome é Atijuane Chenene,
casal e, imediatamente, cortaram o
pescoço do esposo com recurso a
um machado.
Aliás, degolar seres humanos, seme-
lhantes a eles, é a assinatura dos ata-
cantes que, às vezes, para enfatizar
a brutalidade, tratam de trocar de
cabeças de uns para outros corpos.
Muanassa, que conseguiu se esca-
pulir dos atacantes, diz que o gru-
so
po era composto por cerca de 20
atacantes, incluindo uma mulher.
Segundo ela, os atacantes não dis-
um
seram o que queriam, apenas arran-
caram a vida do seu companheiro.
Hoje Assane passa por privações
agudas porque o esposo era quem
sustentava a família. .ZDVKL$PLVVHYLXRÀOKRDVHUDVVDVVL-
Em Lalane também encontramos nado pelos insurgentes
Dadi Mussa a reconstruir a casa, na que diz que vivee na base de ajudas,
qual vivia com a esposa e sete filhos, juntamente com o esposo e os dois
que foram acolhidos pelo seu sogro. filhos. (PPDLVXPULWXDOHPPHPyULDGHXPDGDVYtWLPDVGRVDWDTXHV
“Tudo queimou. Esta roupa que te- O primeiro secretário do círculo,
nho não tiro desde o dia 22 de Ju- mados”, conta Roses Ali Momade, grupo entrava na aldeia Lipunguti, Na sede do posto administrativo de
como são designados os represen-
nho porque não tenho outra. Às ve- que sublinha hav
haver fome na aldeia. situada na zona limítrofe entre os Olumbi, distrito de Palma, onde a
tantes da Frelimo nas bases, é a úni-
de

zes durmo com fome porque já não Um dia depois da incursão de La- distritos de Palma e Mocímboa da 13 de Janeiro os atacantes fizeram
ca estrutura local que não fugiu.
se pode ir à machamba por medo de lane, o grupo entrou, a 23 de Junho, Praia. Os atacantes fizeram cinco cinco mortos e vários feridos, e na
“Lalane mudou muito. Desde De- a atacar na sede da localidade de
ser degolado”, conta. vítimas mortais e incendiaram 19 aldeia de Namaluco, distrito de
zembro que não trabalhamos, não Quissengue, onde incendiou mais casas e duas barracas. O SAVA- Quissanga, onde a seis de Julho
Bacar Ali é o sogro que recebeu a
vamos à machamba por causa de de 100 casas sem, contudo, fazer NA esteve no local e testemunhou foram mortas cinco pessoas, dois
família de Dadi Mussa, oito pes-
soas, que se juntaram aos quatro medo. Hoje a vida é muito cara. vítimas mortais, porque os residen- a rasto de destruição causado em feridos, incendiadas 70 casas e van-
membros do seu agregado, agora Tínhamos jovens que se engajavam tes locais já não dormiam nas suas mais uma investida dos chamados dalizado o centro de saúde local,
com 12 pessoas. na comercialização, mas hoje não casas depois do que acontecera na “al-shababs”, embora sem nenhuma não nos foi permitido trabalhar por
“Não é fácil sustentar tanta gente, temos barracas, todas foram invadi- vizinha aldeia de Lalane. E no dia ligação comprovada com o grupo falta de “guias de marcha”, mas tes-
mas fazer como? Estamos a viver das. Os jovens iam à pesca, mas fu- 24 os insurgentes atacavam numa somali. temunhamos, in loco, o cenário de
io

assim mesmo. No dia em que não giram por medo. Para ter refeição, é aldeia designada Ntulene, mas os Para além de Naúnde, Mondlane, destruição, luto, dor e sofrimento.
consigo ir à pesca, dormimos com preciso sacrificar-se. Às vezes con- residentes também já viviam sob Lalane e Lipunguti, o SAVANA Estivemos em Xipingo, cerca de
fome porque à machamba não va- fiávamos no coco
coco, mas os coqueiros alerta. esteve na aldeia 25 de Junho, Posto 20 km a norte da sede distrital de
mos por medo de sermos cortados”,
tados”, estão a murchar porque foram quei- No dia 22 de Maio, às 22 horas, o Administrativo de Olumbi, Palma, Mocímboa da Praia, uma aldeia que
onde a 27 de Maio o grupo degolou está totalmente abandonada. Ou-
ár

cinco pessoas. Hoje as casas circun- tra aldeia do mesmo distrito que
vizinhas do local dos acontecimentos também tinha sido abandonada é
estão totalmente abandonadas. Esti- Mitumbate, próxima de Xipingo,
vemos também na aldeia de Yunge onde, de forma tímida, um e outro
(cerca de 15 km de Lalane), onde residente começa a regressar à casa,
parte das comunidades também fu- depois dos ataques de Novembro
Di

giu por medo, depois dos atacantes do ano passado, que resultaram em
terem invadido a aldeia e saqueado duas vítimas e 25 casas e uma igreja
diversos produtos alimentares. incendiadas.

Nota
P
or um grave erro de paginação, a edição do SAVA-
NA (nº1279) publicada na passada sexta-feira saiu,
erradamente, com o preço de capa de 50 Meticais
ao invés de 60 Meticais, que está em vigor desde 4
de Maio deste ano. Ciente do embaraço que tal erro terá
provocado junto dos leitores e, sobretudo, nos ardinas, as
nossas sinceras desculpas.
2FKHIHGDORFDOLGDGHGH1D~QGH0DXUtFLR0LUDQGDPRVWUDRVGHVWURoRVGDVGXDVPRWRUL]DGDVTXHHUDP
os meios de sobrevivência.  A Redacção
Savana 20-07-2018 5
PUBLICIDADE
SOCIEDADE
6 Savana 20-07-2018
SOCIEDADE

Frelimistas divididos com o regresso de César Carvalho a Tete

Candidatura de ex-edil contestada


Por Raul Senda, em Tete

o
ão é apenas na cidade de Ma- eleição de figuras à cabeça de lista
puto onde a luta por um lugar também continua tenso. Ao que apu-
no topo da lista partidária, rámos, devido à confusão no seio do
que vai concorrer às eleições partido ao nível da cidade, a CP é que

log
autárquicas de 10 de Outubro, está vai tomar a decisão final.
renhida. Um pouco por todo o país o Neste momento há duas listas na ber-
barulho e o lobby pela busca de sim- linda. Uma proveniente das bases e
patias para a eleição interna é enorme. organizações sociais do partido mor-
mente: a Organização da Mulher Mo-
A família frelimista ao nível da cidade çambicana (OMM), Organização da
de Tete, capital da província do mes- Juventude Moçambicana (OJM), As-
mo nome, está dividida em torno do sociação dos Antigos Combatentes da
regresso do então edil, César Carva- César Carvalho Lopes Raul Edson Lino
Luta Armada de Libertação Nacional
lho, à corrida eleitoral sob alegação de (ACLLN) bem como dos círculos dos

ció
que o seu perfil viola a directiva apro- É que, segundo se sabe, as directivas blico, o autarca terá lesado o Conselho pode pronunciar. distritos de Kamubuwana, Kamavota
vada, pela Comissão Política (CP), em para o processo autárquico impõem Municipal em 518.160 meticais por Sithole disse que não está a par das di- e KaMaxaquene. Esta lista inclui os
Maio passado. que os pré-candidatos sejam eleitos ao não pagamento das taxas pela trami- vergências dentro do partido ao nível nomes de Edson Macuácua, Samora
Recordar que, reunida na 11ª sessão nível das bases e daí subam até ao co- tação dos processos e pela ocupação da cidade de Tete, na medida em que, Machel Júnior e João Mathombe e a
ordinária, a CP deliberou que o pro- mité da cidade e, posteriormente, para das terra. não há razões para tal. outra tem o suporte Francisco Mab-
cesso interno de escolha dos candida- chancela do gabinete central e da CP. É O processo aguarda pela decisão do “Neste último fim-de-semana estive jaia, primeiro secretário do partido ao
tos para as eleições autárquicas de 10 esta rota que, ao que parece, não terá Tribunal Superior de Recurso, visto em Tete a orientar uma reunião do nível da cidade de Maputo. Esta lista
de Outubro deve ter em conta, para seguido a candidatura de César Car- que o Ministério Público não concor- Comité Provincial e não senti esse integra os nomes de Eneas Comiche,
além da sua honestidade e integrida- valho. dou com a decisão do Tribunal Judicial clima. Contudo, vou me inteirar junto Fernando Sumbana Júnior e Razaque
de, a sua aceitação no seio das bases aos órgãos competentes e, a ser verda- Manhique.
do partido.
Foi nessa orientação que três candida-
tos a saber: Edson Vicente Lino, em-
presário e antigo secretário provincial
da Organização da juventude moçam-
bicana ao nível da província de Tete;
Lopes Raul Mungadzi, vereador da
Ao que se diz, a candidatura de Carva-
lho foi mesmo “inventada” à última da
hora, por um grupo restrito que inte-
gra Fernando Bemane, sem um apoio
expresso dos membros da Frelimo.
Os contestatários dizem que o nome
de César Carvalho nunca constou nas
crime.
so
da Província de Tete que amenizou o

Contactado pelo SAVANA , Fernan-


do Bemane minimizou as queixas re-
ferindo que o processo da selecção dos
possíveis cabeças de lista ainda está a
decorrer e a CP ainda não marcou a
de, dentro das normas do partido vai-
-se resolver a situação”, frisou.
Ana Rita Sithole referiu que a direc-
tiva da Frelimo sobre eleições autár-
quicas é clara quanto ao processo de
quic
candidaturas.
“Só pode ser cabeça de lista aquele que
No último fim-de-semana, Francis-
co Mabjaia não conseguiu esclarecer
quem era o proponente do nome de
Eneas Comiche como pré-candidato
a cabeça de lista, visto que a directiva
do partido indica que todos os nomes
devem partir da base.
listas apresentadas às bases, para além data da eleição, pelo que nada está de-
Urbanização no Conselho Municipal representa a vontade das bases”. “Samora Machel está na lista dos que
de que, desde que saiu do município, cidido. vieram dos distritos e o camarada
da cidade de Tete e João Barroso, di- Sobre a candidatura de César Carva-
rector provincial adjunto de Educação em Fevereiro de 2014, Carvalho pas- Sobre a indicação de César Carvalho Eneas Comiche é um dos quadros da
lho, que segundo seus camaradas fere
um
e Desenvolvimento Humano de Tete sou a residir na cidade da Beira, onde sem passar do escrutínio das bases, Be- Frelimo e está na lista”, justificou-se
exerce funções de director regional do mane disse que nada tinha a comentar os princípios definidos pela CP, Ana
apresentaram suas candidaturas junto Rita Sithole referiu que está claro Mabjaia
às bases. Fundo de Investimento e Património sobree o assunto, porque quem decide Porém, o que se sabe é que apesar
de Abastecimento de Água (FIPAG). no partido são os membros e não uma para todos os quadros do partido que,
Contudo, por falta de apoio das bases, a questão do combate à corrupção é a da sua passagem brilhante ao nível
Barroso retirou a sua candidatura e, na Contam ainda que para além de falta pessoa. da capital, Eneas Comiche não goza
bandeira da Frelimo nesta empreitada.
corrida, continuaram os restantes. de apoio das bases, o que pode afectar Quem optou pelo silêncio foi César simpatias das bases. Num pleito em
Logo, acrescentou, se alguém tem pen-
Porém, fontes internas da Frelimo o desempenho do partido na eleições, Carvalho que, em contacto com o SA- que a Renamo, principal partido da
dentes com a justiça devido à prática
contam que, quando tudo indicava que a sua passagem pelo município, entre VANA , disse que não tinha nada a oposição, deverá apresentar-se com o
de actos de corrupção deve, desde já,
os dois nomes é que avançariam para os anos 2003 -2013, Carvalho deixou comentar. jovem Venâncio Mondlane, a idade de
saber que não é elegível por não reunir
o escrutínio final e, posteriormente à marcas negativas na cidade. Por seu turno, Ana Rita Sithole, che- Comiche é usada pelos seus detracto-
os requisitos definidos pela directiva
homologação da CP, eis que, o pri- César Carvalho foi acusado de prática fe da brigada central do partido para res para, politicamente, afastar a sua
da direcção máxima do partido.
meiro-secretário provincial, Fernando de crimes de abuso de cargo e de falsi- a província de Tete, referiu que o pro- candidatura. No próximo ano, quando
Maputo ao rubro
de

Bemane, introduz o nome de César ficação de documentos. cesso de eleição interna ainda está a arrancar o novo mandato, Comiche
Carvalho. Segundo a acusação do Ministério Pú- decorrer, sendo que a CP ainda não se Na cidade de Maputo o processo de terá 80 anos de idade.

Venâncio Mondlane
“Contratação de inverno” para cabeça-de-lista
Por Argunaldo Nhampossa
io

D
epois de ter sido oficial- responde a quase tudo, Venâncio Mon- Manuel Bissopo exortou os no-
mente apresentado, esta dlane não pronunciou sequer uma pa- vos membros a partilharem a
terça-feira, como mem- lavra durante o acto de apresentação e sua visão e experiência de modo
bro da Renamo, Venân- evitou fazer declarações à imprensa. a que a Renamo tenha sucessos
Depois da apresentação dos novos nos próximos pleitos eleitorais
ár

cio Mondlane poderá, nos próxi-


mos 15 dias, ser anunciado como membros, cuja maioria exercia diferen- a começar pelas autárquicas de
cabeça-de-lista desta formação tes cargos de chefia no MDM, a Liga Outubro próximo.
política para as autárquicas no Feminina da Renamo entoou um cân- “Esperamos de vós uma maior
município de Maputo. tico que deixou meio atónito os novos contribuição possível para que
membros. a bandeira da Renamo soe mais
Manuel Bissopo, secretário-geral “Akuva uli delegado ou chefe, a un- alto, que esteja no altar e dite as
regras de governação nos próxi-
Di

da Renamo, disse que espera dos gue swi kume mahala, txivirika”, o que
membros do partido uma contri- numa livre tradução significa “para mos anos. Tudo o que vocês sa-
buição
ão que garanta a vitória do Entretanto, o SAVANA apurou que, em massa esta terça-feira à reunião do ser delegado ou chefe é preciso muito bem devem fazer valer dentro da
partido nos próximos pleitos elei- obedecendo a esse princípio, a Renamo partido, que tinha como pano de fundo trabalho e dedicação, nada é dado de Renamo e que este sacrifício se
graça”. transforme em resultados con-
torais, como forma de “vingar” a vai realizar uma conferência electiva a apresentação e filiação de Venâncio
cretos no futuro”, observou.
morte de Afonso Dhlakama.
hlakama.
Formalmente, a Renamo diz que
em Maputo, para sufragar Venâncio
Mondlane como “cabeça-de-lista” do
Mondlane.
Durante o acto, outros 13 dissidentes
Renamo deve governar Na sua alocução, Bissopo disse
O secretário-geral da Renamo, Manuel que a missão do seu partido é
Venâncio Mondlane ainda não é partido. do MDM também foram apresenta- Bissopo, endereçou as boas-vindas aos vingar a morte de Dhlakama nas
o “cabeça-de-lista” para as elei- A adesão de Mondlane à Renamo foi dos como novos membros do principal antigos membros do MDM, assinalan- urnas, ganhando as eleições em
ções autárquicas de 10 de Ou- negociada pelo falecido líder do parti- partido da oposição. do que a livre filiação partidária cons- alguns municípios, sendo que,
tubro, porque terça-feira foi de- do, Afonso Dhlakama, que morreu a 03 Trata-se de militantes com os quais titui uma das virtudes do multipartida- para tal, é preciso coesão interna,
dicada à sua apresentação como de Maio deste ano. Mondlane trabalhou enquanto candi- rismo. trabalho e dedicação.
membro do partido. Mondlane tem-se destacado nas redes dato do MDM às autárquicas em 2013, A mudança dos novos membros para O secretário-geral da Renamo
Bissopo explicou que o “cabeça- sociais pela sua pré-campanha para a parte deles estava na assembleia muni- a Renamo, prosseguiu, é um sacrifício, considerou a vitória da Rena-
-de-lista” deverá ser eleito pelas conquista do município da capital. cipal de Maputo. mas também demonstração do peso de mo uma necessidade para tirar
bases, ao nível da capital do país, e Membros da Renamo ao nível da ci- Contrastando com o vigor que tem Afonso Dhlakama na política moçam- o povo moçambicano do sofri-
será anunciado nos próximos dias. dade de Maputo e não só acorreram apresentado nas redes sociais em que bicana. mento.
Savana 20-07-2018 7
SOCIEDADE
8 Savana 20-07-2018
SOCIEDADE

Parlamento abre caminho às autárquicas


J
Por Argunaldo Nhampossa
á estão criadas as condições, processo.
assumir as rédeas do pr
Para António Muchanga, deputa-

o
sob o ponto de vista legal,
para a realização das quintas do da Renamo, com o adiamento
eleições autárquicas, previstas da sessão extraordinária da AR, a
para Outubro próximo, com a apro- Frelimo pretendia envergonhar Fi-
lipe Nyusi, porque, “até à data da

log
vação, esta quarta-feira, das altera-
ções ao pacote eleitoral autárquico elaboração dos pareceres sobre as
pela Assembleia da República. aprovadas esta semana, a
matérias apr
Frelimo sabia que a Renamo está
Apesar da aprovação, o partido no armada”.
poder, Frelimo, insiste que não se Louvou a aprovação das leis apon-
pode ir às eleições antes do desar- tando que criaram uma oportuni-
mamento do braço armado da Re- dade para a redução de custos elei-
namo, principal partido da oposição. torais, uma vez que será usado um
Em resposta a esta exigência, a único boletim por eleitor nas elei-

ció
bancada parlamentar da Renamo ções autárquicas.
defende que a Assembleia da Repú-
blica (AR) não tem mandato para Resolver problemas do
fazer tal exigência. povo
A matéria, considera o principal Por seu turno, o MDM considera
partido da oposição, está nas mãos que a aprovação dos instrumentos
das respectivas lideranças. legais constitui uma grande con-
Os entendimentos alcançados na quista, porque visam organizar a
semana passada pelo Presidente da sidente do tribunal de distrito vai pelas declarações do seu porta-voz, implica a realização de concurso pú- participação dos cidadãos na solu-
República, Filipe Nyusi, e pelo líder
interino da Renamo, Ossufo Mo-
made, abriram caminho para a rea-
lização, nesta quarta e quinta-feira,
da aguardada sessão extraordinária,
que aprovou os instrumentos jurí-
dicos que vão viabilizar a realização
investir o órgão nas capitais pro-
vinciais, o que permite que todas as
autarquias tomem posse no mesmo
dia.
Por sua vez, o presidente da as-
sembleia municipal deverá conferir
so
Paulo Cuinica, quando afirmou que
caso as leis fossem aprovadas esta
semana, ainda haveria espaço para
que as eleições ocorram a 10 de Ou-
tubro.
Segundo a lei relativa à eleição dos
blico e testagem dos materiais.

Entregar as armas
Manuel Vasconcelos, deputado da
Frelimo, afirmou na sessão extraor-
dinária que o processo de descentra-
ção dos problemas da comunidade,
promover o desenvolvimento local,
o aprofundamento e a consolidação
da democracia, no quadro da unida-
de do Estado Moçambicano.
De acordo com Manuel de Sousa, a
descentralização apoia-se na inicia-
posse ao presidente do conselho titulares dos órgãos autárquicos lo- lização não deve ser dissociado da tiva e na capacidade das populações
das eleições autárquicas ainda este municipal e, na sua ausência, as ce- cais, a apresentação das listas de paz, que implica a desmilitarização e actua em estreita colaboração com
ano. rimónias serão dirigidas pelo juiz candidatura deve ser feita até 120 total e completa da Renamo. Ape- a participação dos cidadãos.
um
Trata-se da Lei nº 2/97 de 18 de presidente do tribunal de distrito ou dias da data prevista para as eleições. lou à perdiz para honrar os com- Destacou a supressão da eleição in-
Fevereiro, que estabelece o Quadro de província. Findo este período, a CNE deve, promissos acordados para que, em tercalar em caso de dissolução da
Jurídico para a Implantação das Au- Uma das inovações da lei é que a nos 30 dias subsequentes, elaborar tempo, útil se desarme. assembleia autárquica, consideran-
tarquias Locais, e da Lei nº7/2013 assembleia autárquica tem o poder as listas dos candidatos aceites e re- A Renamo reiterou que o tema em do inovação exemplar a prerrogativa
de 22 Fevereiro, alterada e republi- de demitir o presidente do conselho jeitados. torno da desmilitarização está a ser conferida à assembleia autárquica
cada pela lei nº 10/2014 de 23 de municipal, em caso de violação da Aliado a isto está o processo de ela- tratado pelo chefe de Estado e pelo de demitir o presidente do conselho
Abril, relativa à Eleição dos Titu- Constituição da República e demais boração dos boletins de votos, que líder da Renamo e não cabe à AR autárquico.
lares dos Órgãos das Autarquias ão autárquica das regras de
legislação
Locais. probidade estabelecidas na lei.
No entanto, não foi revista nesta Será também destituído por encar-
sessão a lei que aprova o regime da
Tutela Administrativa do Estado
gos com o pessoal que ultrapassem Julgamento do Canal de Moçambique
os limites estipulados, por compro-
de

MP recua e pede absolvição


aos órgãos Autárquicos, que deverá vada violação das regras orçamentais
ser apreciada próximo ano, em vir- e de gestão financeira pelos órgãos
tude de não comprometer a realiza- jurisdicionais, entre outros.
ção das eleições autárquicas.

O
Em caso de impossibilidade defi-
Segundo soube o SAVANA, os nitiva por morte ou doença para o
Por Abílio Maolela
municípios deverão passar à tutela exercício da presidência da autár- impensável aconteceu, blico assinalou que, na qualidade deve ser mais ampla que o simples
dos secretários de Estado nas pro- quica já não há espaço para a reali- na quarta-feira, dia das de detentora de um cargo público, exercício de defesa da imagem das
víncias, a partir de 2020, uma vez zação de eleições intercalares, como alegações finais do julga- à altura dos factos, Joana Matsom- figuras públicas”.
que passarão a ser representantes do ocorria
ia nos anos anteriores.
anterior mento do editor executivo be devia estar preparada para uma “Não temos outra expectativa, a não
Estado na província. do Canal de Moçambique, Matias maior exposição ao escrutínio pú- ser a sua absolvição”, disse.
Nestes casos, o edil é substituído
io

Durante o período transitório, vai Guente, por causa de uma carica- blico. Por sua vez, o réu declarou que o
pelo membro da assembleia munici-
prevalecer o actual regime, em que a tura e uma matéria envolvendo a “Todo aquele que ocupa cargos Canal de Moçambique não se res-
pal que se segue ao cabeça- de-lista. ponsabiliza pela interpretação sub-
tutela é exercida pelos governadores antiga administradora do Banco de públicos é susceptível ao escrutínio
Inicialmente, o Governo central de- jectiva da caricatura pela ofendida.
provinciais, porque os governadores Moçambique, Joana Matsombe. público pelo que não se pode usar
fendia que, em situação do género, “Publicamos com a intenção de
passarão a ser eleitos, em resultado o direito penal para criminalizar a
o presidente do conselho municipal informar e formar”, acrescentou,
ár

do processo de descentralização em Após ter pedido a condenação de opinião, sob pena de intimidar os
tinha que ser substituído pelo mem- enfatizando ainda que “o interesse
curso. Matias Guente a 18 meses e ao cidadãos”, declarou Carlos Banze.
bro da assembleia municipal que es- público é inegociável”.
pagamento de uma indemnização
Novo modelo nas tiver melhor posicionado em termos
“Imaginação fantasiosa” - A sentença será lida no dia 29 de
autarquias de requisitos de elegibilidade para o
de dois milhões de meticais na acu-
sação que leu a 29 de Junho, o re- João Trindade Agosto.
Por consenso, as bancadas parla- cargo em causa. Joana Matsombe moveu o proces-
presentante do Ministério Público, O advogado de Matias Guente,
mentares da Frelimo, Renamo e Apesar das alterações, o Governo so em 2017, acusando o Canal de
Carlos Banze, pediu a absolvição João Trindade, como lhe competia,
Di

MDM aprovaram as duas leis que continua a deter o monopólio da Moçambique de calúnia e difama-
do jornalista. também defendeu a absolvição do ção na caricatura, em que aparece
conformam as inovações introduzi- atribuição ou alteração de nomes de “Pedir a condenação do réu poderia seu constituinte, considerando uma de fato de banho, acompanhada
das pela revisão pontual da CRM. ruas, praças e localidade, entre ou- equivaler a um enorme recuo nas “fantasia” o entendimento de que a do antigo governador do Banco
Entree as alterações, avulta a que in- tros, ao nível das autarquias. liberdades e direitos fundamentais vítima foi difamada por ser mulher. de Moçambique Ernesto Gove, de
troduz o sistema de cabeça-de-lista Para o efeito, o órgão autárquico que assistem aos cidadãos”, afirmou “É uma imaginação fantasiosa da tronco nu e calções.
dos partidos, coligações e grupos de deve propor os referidos nomes, ou- Carlos Banze, magistrado do Mi- ofendida de que foi difamada por No mesmo espaço, aparecem as pa-
cidadãos vencedor nas eleições das vido o Conselho de Ministros. Ou- nistério Público interveniente no ser mulher”, afirmou. lavras “Nosso Banco” e “Supervisão
assembleias municipais para a esco- tra nota de destaque é que, caso não caso. O facto de ser mulher, prosseguiu, Bancária”.
lha de edis. seja aprovada a proposta do orça- Carlos Banze considerou que a ca- não isenta a ex-administradora do Com a caricatura, inserida numa
A segunda volta só pode ocorrer, em mento da autarquia, é reconduzida ricatura em causa não é ofensiva Banco Central de responsabilida- série de matérias sobre o “Nosso
caso de empate de votos nas listas a do exercício económico anterior, da honra da antiga administradora des no desempenho das suas fun- Banco”, o editor executivo do Ca-
e deverá contemplar apenas as duas com os limites nela definidos. do Banco de Moçambique Joana ções. nal de Moçambique afirmou que
listas empatadas. Com a aprovação dos instrumen- Matsombe e é aceitável dentro do João Trindade, juiz jubilado do Tri- o jornal pretendia criticar a negli-
A investidura da assembleia muni- tos legais, a Comissão Nacional de contexto em que a mesma foi pro- bunal Supremo, recorreu ainda à ju- gência da supervisão do regulador
cipal é feita pelo juiz presidente do Eleições (CNE) deverá iniciar nos duzida no Canal de Moçambique. risprudência moçambicana para as- bancário moçambicano na falência
tribunal judicial de província, no próximos dias uma verdadeira ma- O representante do Ministério Pú- sinalar que “a liberdade de imprensa daquela instituição financeira.
caso de Maputo, enquanto o pre- ratona contra o tempo, isto a avaliar
PUBLICIDADE
Savana 20-07-2018 9

o
COMPRA DE PRODUTOS AGRÍCOLAS

log
A BOLSA DE MERCADORIAS DE MOÇAMBIQUE
(BMM) informa a todas entidades públicas e privadas,
camponeses e comerciantes individuais, associações de

ció
camponeses e o público em geral que possui uma lista de
parceiros interessados em adquirir os seguintes produtos
agrícolas:
1. MILHO so
2. SOJA
3. GERGELIM
um

4. FEIJÃO MANTEIGA
5. FEIJÃO CATARINA
6. FEIJÃO BOER
de

Neste contexto, todos aqueles que tiverem os produtos


acima descritos em quantidades iguais ou superiores a 50
TONELADAS, que pretendam vender, poderão entrar
em contacto com a BMM através dos seguintes contactos:
io
ár

Telefone: +258 84 6174249 ou pelo +258 84 4405665 -


Direcção de Negócios, Estudos e Estatística.
Di

Email geral: nmanjate@bmm.co.mz


cmassingue@bmm.co.mz
bmmcompras@gmail.com
PUBLICIDADE
SOCIEDADE
10 Savana 20-07-2018

Gorongosa

Aposta no café contra deflorestação


A
cultura popular sempre as- Global Environment Facility, um ração de uma Gorongosa que perdeu
grupo de 183 países countries. o ecossistema para a guerra civil e

o
sociou o café ao consumo,
mas o Parque Nacional da O orçamento anual para o projecto é caça furtiva.
Gorongosa quer adicionar actualmente um milhão dólares, mas Cada uma das árvores plantadas em
a esta função um outro papel bem espera-se que seja incrementado para cada um dos hectares do cafezal pro-
dois milhões de dólares. porciona a sombra necessária para o

log
mais urgente: o reflorestamento da-
quela zona onde está instalado o fa- De acordo com a reportagem da AP, crescimento do café.
moso santuário da vida selvagem em a Serra da Gorongosa está sob uma Um mosaico sustentável de plan-
Moçambique. pressão implacável da corrupta má- tação de café e floresta natural será
quina que contrabandeia madeira a paisagem final da ecologia que se
Uma matéria elaborada pela Asso- para a China. pretende na área do cultivo.
ciated Press (AP) dá conta da aposta Estudos científicos estimam que Em paralelo, os camponeses são en-
do Parque Nacional da Gorongosa a serra perdeu cerca de 40% da sua corajados a plantar banana, ananás e
na cultura do café, para deter o ritmo O projecto do café da Gorongosa tem igualmente uma forte preocupação com a esta original desde 1970 e o pro-
floresta outras culturas no meio do cafezal,
sobrevivência das comunidades locais
da devastação florestal causada pela grama de reflorestamento em curso para permitir que a folhagem funcio-

ció
exploração desenfreada da madeira e e Segurança (FDS) e os guerrilheiros 8UJHQWHUHÁRUHVWDU respeita a ecologia da região. ne como fertilizante.
mudanças climáticas. da Renamo voltem a qualquer altura Reflorestar Gorongosa é urgente, O sucesso do cafezal da Gorongosa “A maior porção de nutrição da
De momento, estão plantados 40 desaconselha essa decisão. dado o passo acelerado do desmata- implica convencer os camponeses planta do café vem de uma camada
hectares de café arábica, que vão O café da Gorongosa já está à ven- mento. locais a abandonar o sistema das superficial do solo que não queremos
passar para 100 e depois para mil, da, mas, por enquanto, apenas na loja “Coloca um sério risco ao sistema, no queimadas descontroladas e a apos- prejudicar”, diz Quentin Haarhoff,
nos próximos dez anos. A primeira de Chitengo, o “lodge” do parque. O seu todo,, e a cada uma das espécies, ta numa colheita de longo prazo do antigo farmeiro zimbabueano que
colheita é esperada dentro de quatro mercado português é uma ambição, em particular”,”, considera Marc Stal- café. perdeu os seus campos de cultivo
anos e cada hectare poderá render para capitalizar o passado colonial mans, director científico do Parque Para aliar o desenvolvimento hu- durante o programa de confiscação
entre duas a três toneladas de grãos. místico do santuário junto dos con- Nacional da Gorongosa mano e a restauração ecológica, os da terra em poder dos brancos no
Peritos vindos do Brasil, a maior po-
tência mundial na produção de café,
visitou Gorongosa, para passar o seu
“know how”. Maquinaria importada
da Colômbia, outro “big five” do café,
está instalada perto da Serra da Go-
rongosa, para transformar os bagos
sumidores locais.
O grupo empresarial Sonae está
entusiasmado com a ideia de asso-
ciar o café à sustentabilidade e quer
espalhar o nome do café da Goron-
gosa como marca “premium”, refere
o presidente da holding portuguesa,
so
Não há tempo para relaxamento face
ao dano ambiental assinala Stalmans.
O projecto do café da Gorongosa
tem igualmente uma forte preocu-
pação com a sobrevivência das co-
munidades locais. Foi pensado para
ajudar centenas de famílias da Serra
ambientalistas que trabalham na
Gorongosa têm encorajado os cam-
poneses a cultivar café debaixo de
árvores.
“Tivemos muitos problemas aqui”,
diz Quentin Haarhoff, um agricultor
veterano, que não deixa as dificulda-
Zimbabwe.
Ao apostar na combinação entre cul-
turas alimentares e o café, restaura-
mos a hidrologia natural dos solos,
tornando o solo numa esponja, pros-
seguiu.
“Agora, as coisas estão fácieis e cal-
vermelhos em grãos verdes prontos Paulo Azevedo, fascinado pela beleza da Gorongosa e cercanias. esfriarem o seu optimismo.
des esf mas, podemos cultivar”, disse Ran-
a exportar. natural do santuário. Conta com o apoio da Fundação Haarhof está encantado com o en- dinho Faduco, um produtor de café
um
Seria melhor colocar o equipamento “É algo que te tira realmente da ac- Carr,, o filantropo norte-americano volvimento no projecto do filantropo que está a tirar partido da cessação
nos cafezais, mas os receios de que os tual civilização moderna”, comenta que assumiu Gorongosa como uma Greg Carr, que tem colaborado com dos confrontos entre o Governo e a
confrontos entre as Forças de Defesa Paulo Azevedo, citado na AP. causa, do Governo da Noruega e da o Governo moçambicano na recupe- Renamo.

TERMOS DE REFERÊNCIA PARA A CONTRATAÇÃO DE UM CONSULTOR


PARA AVALIAÇÃO DE MEIO-TERMO DO PROGRAMA AGIR: AC 2015-2017
de

1.CONTEXTO 4. QUALIFICAÇÕES DO CONSULTOR


A Oxfam em Moçambique está a implementar o Programa AGIR – Programa Espera-se que a equipa de avaliação considere os diferentes saberes entre as áreas
de Acções para Governação Inclusiva e Responsável, um programa de apoio e temáticas de Governação, Género- SRHR, Indústria Extrativa, Advocacia e `` So-

capacitação para Organizações da Sociedade Civil Moçambicana (OSC´s), cuja  H GH PRQLWRULD H DYDOLDomR (P WHUPRV HVSHFtÀFRV D HTXLSD
cial accountability

primeira fase de implementação ocorreu de 2010 a 2014 tendo iniciado a se- GHYHFRQVLGHUDUDVTXDOLÀFDo}HVGHVFULWDVDEDL[R
gunda em Janeiro de 2015 com duração de seis anos, até 2020. Este programa,
tem como objectivo contribuir para uma sociedade moçambicana na qual os
io

‡ 3RVVXLU SHOR PHQRV R QtYHO GH 0HVWUDGR HP &LrQFLDV 3ROLWLFDV *RYHUQDomR
cidadãos, sobretudo os grupos marginalizados, gozam plenamente dos seus di- (VWXGRVGH'HVHQYROYLPHQWRRXiUHDDÀP
reitos de inclusão, de equidade no acesso aos benefícios da riqueza gerada pelo ‡3HORPHQRVDQRVGHH[SHULrQFLDHPDYDOLDomRRUJDQL]DFLRQDOGHSURMHFWRV
SDWULPyQLRGR3DtV2$*,5pÀQDQFLDGRSHODV(PEDL[DGDVGD6XpF
SDWULPyQLRGR3DtV2$*,5pÀQDQFLDGRSHODV(PEDL[DGDVGD6XpFLD+RODQGD sociais e de desenvolvimento;
e Dinamarca e conta com quatro organizações de coordenação e responsáveis ‡ ([SHULrQFLD HP 0RQLWRULD GH UHVXOWDGRV GH SURMHFWRV GH GHVHQYROYLPHQWR H
por subprogramas. O Subprograma implementado pela Oxfam Novib apoia 16 Advocacia e domínio de sistemas de Monitoria e Avaliação;
ár

OSC´s nas províncias de Niassa, Nampula, Zambézia, Sofala e Maputo, actuan- ‡([SHULrQFLDGHSHVTXLVDQDiUHDVRFLDO
do em quatro áreas temáticas, nomeadamente: Monitoria de serviços básicos; ‡([SHULrQFLDFRPSURYDGDQDUHDOL]DomRHSXEOLFDomRGHDYDOLDo}HV
Género, saúde, direitos sexuais e reprodutivos; Direitos humanos para grupos ‡&RPSURYDGDH[SHULrQFLDQDiUHDGHDGYRFDFLD
marginalizados; e Indústria Extrativa. ‡ &RQKHFLPHQWR SURIXQGR HP 'LUHLWRV +XPDQRV GLUHLWRV GR FLGDGmR D QtYHO
Volvidos 3 anos de implementação da segunda fase do programa, é um momen- nacional e em questões ligadas ao Género;
WRFUXFLDOSDUDUHÁH[mRHPWRUQRGRVUHVXOWDGRVGDVDFo}HVUHDOL]DGDVGXUDQWH
WRFUXFLDOSDUDUHÁH[mRHPWRUQRGRVUHVXOWDGRVGDVDFo}HVUHDO ‡&RQKHFLPHQWRGRFRQWH[WRGHDFWXDomRGDVRFLHGDGHFLYLOHP0RoDPELTXH
Di

este período. Por esta razão, pretende-se realizar uma avaliação de meio termo ‡2HTXLOtEULRGHJpQHURVHUiDOWDPHQWHFRQVLGHUDGRSDUDJDUDQWLUDHTXLGDGH
para avaliar o nível de alcance dos resultados das acções do programa, medir nas equipes de consultores.
DVXDHÀFiFLDHFROKHUOLo}HVSDUDPHOKRULQIRUPDURVHJXLPHQWRGDIDVHTXHVH
DVXDHÀFiFLDHFROKHUOLo}HVSDUDPHOKRULQIRUPDURVHJXLPHQWR
segue. 5. FORMAS DE CANDIDATURA
2. OBJECTO DOS TERMOS DE REFERÊNCIA Os(As) candidatos(as) interessados(as) que reúnam os requisitos, são
Os presentes termos de referência destinam-se à contratação de serviços de con- convidados(as) a submeter a sua candidatura, mediante entrega de carta de ma-
QLIHVWDomRGHLQWHUHVVHDQH[DQGRDSURSRVWDWpFQLFDHÀQDQFHLUD HP0HWLFDLV 
sultoria para a realização da avaliação de meio termo do subprograma AGIR acompanhada pelos CVs da equipa (língua portuguesa), incluindo uma cópia de
implementado pela Oxfam Novib volvidos 3 anos de implementação nas dife- um relatório de trabalhos similares, via e-mail através do endereço electrónico:
rentes áreas de actuação. (claudia.mabunda@oxfam.org ou julia.zita@oxfam.org), até o dia 31 de Julho de
3. DURAÇÃO DA CONSULTORIA 2018, com a referência: “Consultor(a) PGA_AGIR_AC”. Os termos de referência
'HVGH D GDWD GD FRQWUDWDomR GR D  FRQVXOWRU D  DWp D HQWUHJD GD YHUVmR ÀQDO
mais detalhados, estão disponíveis mediante solicitação nos endereços descritos
do relatório da avaliação, no entanto, o(a) consultor(a) terá até 30 dias úteis de acima. Apenas serão contatados(as) para entrevistas os(as) candidatos(as) que
trabalho. A proposta técnica deve incluir a calendarização detalhada das acti- passarem na avaliação preliminar da documentação.
vidades.
PUBLICIDADE
Savana 20-07-2018 11
o
log
ció
so
um
de
io
ár
Di
12
INTERNACIONAL
SOCIEDADE Savana 20-07-2018

Mandela: legado de paz, coragem, união


“ Nelson Mandela talvez seja
o último dos heróis puros do
nosso planeta. É o símbolo
sorridente do sacrifício e da
-de-ninguém. A sua ideia é a de que
os líderes não só devem comandar
como devem ser vistos a comandar

o
- ou seja, que isso faz parte da fun-
retidão, venerado por milhões de ção que desempenham”, escreve o
pessoas, como um santo vivo”, es- actualmente editor da revista Time
creveu o jornalista Richard Sten- em O Legado de Mandela.

log
gel, que conheceu de perto o herói Ao dar o exemplo, o Nobel da Paz
da luta contra o Apartheid na Áfri- visava não só os cidadãos, mas os lí-
ca do Sul deres políticos, do seu e de outros
países africanos e de outros conti-
Aquando das primárias democratas nentes. Ao decidir não se recandi-
para as presidenciais americanas datar, em 1999, deixando caminho
de 2008, Richard Stengel, editor livre à eleição de Thabo Mbeki, quis
da conceituada revista norte-ame- também deixar a mensagem de que
ricana Time, telefonou a Nelson afastar-se também é uma forma de
Mandela a perguntar qual era o seu

ció
liderar. Apresentado como um ro-
candidato favorito: Barack Obama
mântico pragmático, que casou três
ou Hillary Clinton. “Estás a ver se
vezes, Mandela admitiu a Stengel
me metes em sarilhos”, disse o ex-
que a vida só vale a pena com amor
-presidente da África do Sul, sem
e que ele é muito importante. No
responder à pergunta. O autodo-
Nelson Mandela prefácio que escreveu para o livro
mínio, diz o jornalista, sempre foi
do jornalista americano, datado de
uma das maiores características ou uma espécie de elixir. Mandela seus colaboradores brancos. Nem os sabia liderar tanto a partir da frente Novembro de 2008, Mandela resu-
de Mandela, classificando-o como costumava dizer que a coragem não guarda-costas foram excepção,
ão, para como a partir da retaguarda. Tra- miu o seu legado numa palavra afri-
uma espécie de filtro omnipresente
na pessoa do ex-líder da luta con-
tra o regime racista do apartheid e
Prémio Nobel da Paz em 1993. E
como é que Stengel conhecia tão
bem Madiba, nome pelo qual os
sul-africanos tratavam o seu líder
era a ausência do medo mas sim a
capacidade de o dominar. Só esse
tipo de pensamento explica que te-
nha conseguido sobreviver ao apar-
theid durante 27 anos, passando por
três cadeias, sem contacto, pratica-
mente, com a família.
so
grande espanto, mas também revol-
ta dos seus homens saídos do ANC.
Mandela percebeu a diversidade da
África do Sul, um país com 11 lín-
guas oficiais, onde brancos e negros
convivem há séculos em cenários
que vão desde a guerra à democra-
balhar em equipa, envolver os seus
colaboradores nas decisões para que
as sentissem também como suas, foi
outros dos seus segredos e, segundo
outr
Richard Stengel, uma boa parte do
Richar
seu legado. “Ao longo da vida, Man-
dela assumiu riscos para liderar. Se
cana com apenas seis letras, ubuntu,
um conceito que contraria o indi-
vidualismo renascentista e é muito
característico de África. “O sentido
profundo de que só somos humanos
através da humanidade dos outros,
que se neste mundo realizamos al-
histórico, agora falecido? Como é
Na prisão, a mais famosa das quais cia, passando pelo segregacionismo fosse um soldado, seria o primeiro guma coisa isso se deve em igual
que tinha tanta confiança com ele
é a da Robben Island, onde esteve racista do regime do apartheid. O a saltar para as trincheiras para co- medida ao trabalho dos outros”
ao ponto de ter o número de tele-
com Walter Sisulu, fez tudo por
um
fone daquele que desde 1999, ano homem que não queria ser santo mandar uma carga através da terra- (dn.pt)
conseguir aproximar-se do seu ini-
em que abdicou voluntariamente de
migo: os brancos, africânderes, que
um segundo mandato presidencial,
o viam como criminoso e terrorista.

Aviso anti-Trump no
se tornou numa das pessoas mais
Aprendeu a sua língua, o africâner,
difíceis de aceder para os jornalistas
decorou a sua história, leu a sua li-
de todo o mundo? Simples: Stengel
teratura e estudou o seu desporto
foi escolhido e aprovado pelo Con-

centenário de Mandela
de eleição, o râguebi, chegando ao
gresso Nacional Africano, ANC,
como escritor fantasma da autobio- ponto de decorar os nomes dos jo-
grafia de Nelson Mandela, Um Longo gadores, para ter tema de conversa

B
Caminho para a Liberdade, publica- com os guardas prisionais conside-
da em 1992 e aclamada como uma rados como os mais duros. E a ver-
de

das melhores autobiografias do sé- dade é que conquistou a simpatia arack Obama fez um
culo XX. Como a obra, Mandela é de alguns, como Christo Brand, um discurso forte na ce-
também um dos maiores e mais res- dos guardas de Robben Island, que rimónia de comemo-
peitados líderes do século passado. convidou para jantar na sua casa ração do 100.º aniver-
Mas não só. É um líder inspirador, quando celebrou duas décadas de sário do nascimento de Nelson
uma espécie de santo vivo, que nun- liberdade a 11 de Fevereiro de 2010. Mandela, que decorreu esta
ca o quis ser, conta Stengel no livro Quando saiu da cadeia, após nego- terça-feira em Joanesburgo.
O Legado de Mandela. ciações com o regime do apartheid, O ex-presidente dos Estados
“Nelson Mandela talvez seja o úl- de P.W.Botha e Frederik de Klerk, Unidos alertou para a ascen-
timo dos heróis puros do nosso Mandela tinha 72 anos e percebeu, são dos “homens poderosos na
io

planeta. É o símbolo sorridente do rapidamente, que se não perdoasse política”, no que foi entendido
sacrifício e da retidão, venerado por os seus inimigos então, sim, conti- como uma crítica aos movi-
milhões de pessoas, como um santo nuaria numa prisão até ao resto dos mentos populistas e ao auto- Barack Obama
vivo”,
o”, escreve Stengel, no livro que seus dias. Reconciliação e perdão ritarismo. Obama aproveitou
em vez de vingança foi a sua receita ainda para apelar aos povos instituições ou normas que dão sig- que as alterações climáticas
conta com o prefácio do homem
não vão acontecer, quando
ár

com quem conviveu três anos, atra- para aquilo a que o arcebispo Des- para que preservem as liberda- nificado à democracia”, alertou.
mond Tutu um dia chamou Nação des democráticas, como sendo Estes avisos de Obama surgem todos os cientistas do mundo
vés do qual conheceu a sua mulher
Arco-Íris. a chave para a manutenção da precisamente um dia depois de, nos alertam para isso. Não sei
e decidiu homenagear dando aos fi-
paz. na cimeira de Helsínquia, Donald como poderemos começar a
lhos o nome de Rolihlahla. Este foi
o nome com que Mandela foi bati- Ubuntu “A política do medo, do res- Trump, presidente dos Estados falar sobre este tema, se alguém
alegar que se trata de um erro
zado pelo pai e que em xhosa signi- Famosa e, depois consagrada pelo sentimento e da redução de Unidos, ter defendido o líder russo
Vladimir Putin contra as acusações elaborado...”, atirou.
Di

fica “aquele que sacode as árvores”. filme Invictus de Clint Eastwood, gastos começaram a aparecer.
dos serviços secretos americanos Obama considera que “no
Mais tarde, uma professora que ele ficou a história de como a África do E esse tipo de políticas estão
sobre a interferência dos russos nas aniversário dos 100 anos de
teve na aldeia de Mvezo, na região Sul venceu o Campeonato Mundial agora a florescer a um ritmo Madiba, o mundo está numa
do Transkei, onde nasceu a 18 de de Râguebi de 1995. Através deste que nos parecia inimaginável eleições dos Estados Unidos, em
encruzilhada”. Nesse sentido,
Julho de 1918, Miss Mdingnane, desporto, Mandela conseguiu unir
despor há uns anos”, lembrou Obama 2016.
garantiu que acredita “na visão
deu-lhe o nome de Nelson no pri- brancos e negros como uma só Na- perante cerca de 15 mil pes- Nesse contexto, Barack Obama
de Nelson Mandela”, “numa
meiro dia de aulas. Atribuir nomes ção. A fotografia do primeiro presi- soas. atacou a forma como os políticos visão de equidade, justiça, li-
britânicos era na altura um costume dente negro eleito da África do Sul, “Não estou a ser alarmista, es- mentem, lembrando que os factos berdade e democracia multira-
entre os africanos devido à influên- vestido com a T-shirt dos Spring- tou apenas a constatar factos. são o mais importante. “Temos de cial construída na pretensão de
cia colonial. O jornalista americano boks, a cumprimentar o capitão da Olhem à vossa volta: políticos acreditar nos factos, sem eles não que todos os povos na criação
define Mandela como um homem equipa, François Pienaar, um bran- poderosos estão a destacar-se, há base para a cooperação. Se eu de direitos inalienáveis”. “Eu
meticuloso, bom ouvinte, indiferen- co, correu mundo e teve um impac- de repente, encobertos pelas disser que isto é um pódio e vocês acredito num mundo gover-
te a quase todos os bens materiais, to brutal. eleições e por uma democra- disserem que é um elefante, será nado sob esses princípios será
mas muito preocupado com a ima- Manter os rivais por perto era tam- cia que mantém a sua forma, muito complicado para nós coope- possível alcançar mais paz e
gem que transmite aos outros, um bém outras das lições a aprender mas permite que quem está rarmos. Não teremos um base para cooperação na busca do bem
homem que não acreditava que a com Mandela, que quando chegou a no poder tente minar todas as o entendimento se alguém disser comum”, finalizou.
coragem era uma qualidade inata presidente decidiu manter todos os
PUBLICIDADE
SOCIEDADE
Savana 20-07-2018 13

Moçambique!
Vêm aí novas
possibilidades.
O nosso Grupo acaba de mudar
o seu nome de Barclays Africa Group Limited
para Absa Group Limited.

Em Moçambique, continuaremos a operar


com a marca Barclays, por enquanto.

Para mais informações ligue 1223


ou www.gh.barclaysafrica.com/faqs

Barclays Bank Moçambique, S.A. - Capital Social: MTn 5.538.000.000 - NUIT:400017484 - Número de Matrícula da CRC de Maputo: 8321 - Endereço: Av. 25 de Setembro, 1184 - 15º Andar - Maputo Caixa Postal 757 - Moçambique. O Barclays não será responsável por
quaisquer incidentes que possam ocorrer com o seu provedor de serviços de internet. Por favor consulte a tabela de preços em vigor no Banco. Aplicam-se os Termos e Condições actualmente em vigor. Queira dirigir-se à Agência mais próxima do Barclays ou contacte-nos
através do serviço de Banca Telefónica 1223.
NO CENTRO DO FURACÃO
14 Savana 20-07-2018 Savana 20-07-2018 15

Crime organizado desautoriza MITADER na província de Tete


Madeiras de espécies de exploração proibida a saque
- Por despacho ministerial, o governo ordenou a suspensão de exploração e recolha de Nkula, Pau-ferro e Mondzo, mas a medida continua a ser ignorada perante um olhar impávido do governo provincial

A
Por Raul Senda, em Tete
fim de garantir a conserva- nador provincial, Paulo Auade, deixar contrar, mesmo nas bermas de estrada, rio de Mbwedzi, distrito de Marávia. no período nocturno, ser vigiado por com acção penal. nificante para a extensão da província. Quanto às sanções resultantes de in-
ção e protecção de espécies os Serviços Provinciais de Florestas estaleiros com grandes quantidades de Contou-nos que é com muita tristeza agentes da Polícia da República de “Juntámos fotografias e levamos ao Sublinhou que, com 120 elementos, a fracções ambientais, Damião Calia-
raras ou em extinção, a 29 e Fauna Bravia de Tete (SPFFBT) espécies proibidas armazenadas. que assiste à devastação de recursos Moçambique e, por coincidência, é procurador. Prometeu-nos iniciar dili- fiscalização seria mais eficiente. no sublinhou que abundam casos de

o
de Março de 2018, o minis- sem chefe há mais de oito meses, vis- Trata-se de madeira seca e fresca que é naturais por parte de operadores chi- nesse período que é feito o descarre- gências, contudo, até hoje, já passa um Para Damião Caliano, a província transporte de madeira sem licença ou
tro da Terra, Ambiente e Desenvol- to que o mesmo acumula com o cargo descarregada dia e noite. neses e as zonas onde decorre a activi- gamento de madeira proveniente das mês e meio e não há nada de concreto nunca concedeu licenças para a explo- de madeira não processada. Estas in-
dade florestal continuarem na pobreza.

g
vimento Rural, Celso Correia, emi- da direcção da fiscalização, o que, em O exemplo concreto é do estaleiro da matas e o carregamento da madeira e as espécies proibidas continuam a ser ração de Nkula porque a sua explora- fracções obrigaram a sua entidade a
tiu um despacho no qual ordenava a termos procedimentais, é reprovável, empresa Ching Chong Madeira, loca- Sublinhou que, num passado não em contentores. exploradas”, finalizou. ção nunca foi autorizada pelo governo. aplicar multas no valor de 30 milhões
suspensão, com efeitos imediatos, de porque a pessoa que fiscaliza não pode lizada na comunidade de Cantina de distante, a sua área de jurisdição era “Não sabemos de onde vem a força “O que estava a acontecer é que havia de meticais em 2017 e 18 milhões de
Problemas de Comunicação

o
exploração e recolha de madeira das ser a mesma que atribui licenças. É que Oliveira, povoado de Mbwedzi, posto bastante rica em termos de recursos que aqueles chineses da Chong Ching muita madeira de Nkula abandonada meticais no primeiro semestre deste
florestais, mas que, hoje, está quase

l
espécies Nkula, Pau-ferro e Mondzo. cada um destes sectores depende do administrativo de Fíngoè, no distrito têm, mas ninguém tem coragem de Ao SAVANA
SAVANA, o Procurador distrital nas matas e, para não dispersar, o go- ano.
de Marávia. deserta. de Marávia recusou prestar declara- verno autorizou a exploração”, frisou. Caliano lamentou o facto de os casos
parecer de outro para tomar decisões. tocâ-los”, desabafou.
No mesmo despacho, Celso Correia Trata-se de um estaleiro que se locali- “Em 2016, aqui no Mbwedzi havia ções sob alegação de que carece de au- Para o ano de 2018 foram licenciados que são direccionados à justiça nunca
Semana passada, o SAVANA esca- O desabafo do líder comunitário de


também determinou que ficava sus- za a menos de 500 metros de um posto muito Nkula, mas desde que os chine- torização superior. 51 novos operadores, o que totaliza
lou a província de Tete, mais concre- Mbwedzi é compartilhado por Castro terem desfecho, o que lesa o Estado já
pensa a exportação de madeira de es- de fiscalização das forças de protecção ses chegaram devastaram tudo. E nós Quem conversou com a nossa repor- 190 operadores de licenças simples e
tamente os distritos de Zumbo, Ma- Cintoreia, vice-presidente da Associa- que os infractores não pagam multas.
pécie Chafuta, Umbila e Jambire e que dos recursos naturais e de protecção da continuámos na pobreza”, lamentou. tagem foi Bruno Crescêncio Patreque, 36 concessões florestais.
rávia, Chifunde e Chiúta e constatou ção dos Naturais e Amigos e de Mará- Sobre esta matéria, o Procurador Che-
toda a madeira abandonada seria, ex- Polícia da República de Moçambique O líder comunitário de Mbwedzi administrador de Marávia. Reconhe- Em comparação com o ano anterior,
que poucos ou quase ninguém está a fe da Província de Tete, Jorge Tivane,

c
via e Zumbo (ANAMAZU).
clusivamente, recolhida pelo Estado e e dos fiscais florestais. contou-nos que chineses chegam às ceu que o seu governo já foi notifica- este número representa um aumento
cumprir com as orientações da direc- Ao SAVANA
SAVANA, Cintoreia contou que, referiu que a tramitação processual
que se reverteria a favor deste. Todos os camiões que entram e saem comunidades na companhia de ope- do sobre o despacho do ministro e o de meia dezena de licenças. Este au-
ção máxima do MITADER. ao nível de Marávia, o Nkula é cortado tem seus procedimentos e a justiça não
A decisão do ministro que tutela o do estaleiro passam, obrigatoriamente, radores nacionais, instalam estaleiros mesmo está a ser cumprido na íntegra. mento verifica-se numa altura em que

o
Na província de Tete, o corte, arresto, nos povoados de ChizChizane, Malowera, pode violar a lei.
sector florestal resulta da necessidade pelo posto de fiscalização de Cantina e, dias depois, os nacionais desapare- Nega que o seu executivo esteja a en- o governo central está apostado em
armazenamento e transporte de espé- Ncanha e Angombe e de lá é transpor- Tivane referiu que o cidadão só pode
de conter desmandos e reduzir raios de Oliveira. cem ficando apenas chineses. Esses, cobertar casos de exploração de recur- reduzir o número de licenças simples
cies proibidas é feito à luz do dia. O estaleiros.
tado para os estaleir ser incriminado depois das investiga-

s
de manobras do crime organizado no Contudo, na sua passagem pelo local, o em pouco tempo, adaptam-se ao mo- mo- sos proibidos. por serem os principais centros de des-
movimento de viaturas transportando Para explicar a falta de vontade políti- ções provarem que de facto houve vio-
sector madeireiro. SAVANA encontrou grandes quanti- dus vivendi local, gracejam simpatias
dus vivendi Sobre as queixas dos líderes comunitá- mandos.
madeira em toros é comum nas estra- ca na contenção destes crimes, Castro lação da lei. Caso contrário, o sujeito
As incursões criminosas no sector flo- dades de espécie Nkula armazenada ou com as comunidades e criam grupos rios bem como da ANAMAZU, Bruno Sobre a abundância de operadores chi-
das de Tete. Cintoreia referiu que parte dos ca- será ilibado.
restal, sobretudo no ramo madeireiro, outra a ser contentorizada para seguir de choques. São essas pessoas que, por Patreque respondeu-nos nos seguintes neses na província, numa situação em
A população, líderes comunitários e sua vez, contratam pisteiros para aju- miões transportando madeira, cuja ex- Sublinhou que o Ministério Público
são desencadeadas por redes mafiosas ao porto da Beira. termos: “Há um problema no seio das que as licenças de exploração madeira
organizações da sociedade civil dizem dar a localizar madeira preciosa nas ploração é proibida, passa da vila sede está a dar o devido tratamento a todos
com ramificações nas elites políticas Trata-se de madeira fresca que, na- nossas comunidades, sobretudo as pes- são destinadas apenas a cidadãos na-
que o assunto é do conhecimento das

m
matas e também contratam pessoas de Marávia e ninguém reage. osprocessos que chegam a sua alçada e,
nacionais em conexão com cidadãos quela manhã de 11 de Julho, quando a soas mais velhas. São problemas que cionais, Caliano referiu que na sua área
autoridades locais, desde chefes dos Camiões contentores recolhendo madeira de espécie Nkula apesar da proibição para trabalhar no corte e carregamento Sublinhou que a partir da Associação como exemplo, referiu que neste mo-
estrangeiros, sobretudo de origem serviços distritais de Actividades Eco- nossa reportagem escalou o local, ain- têm a ver com a comunicação porque de jurisdição não existe nenhum ope-
governamental de madeira. de Apoio de Assistência Jurídica às
muitos não falam língua portuguesa. rador chinês. O que está a acontecer é mento 51 processos relacionados com
chinesa. Os subornos aos servidores nómicas (SDAE), administradores da libertava a seiva.

u
nunca saem do estaleiro,
“Os chineses nunc Comunidades (AAAJC), tomou co- prática de crimes ambienteis estão em
públicos e outras entidades responsá- distritais, SPFFB, directores provin- O estaleiro é operado por chineses. No No estaleiro, as actividades de José guns distritos de Tete, sobretudo nos Acredito que muitas vezes tiveram de que madeireiros moçambicanos firma-
o meu povo é que faz tudo para eles a nhecimento do despacho ministerial tramitação na província, dos quais cin-
veis pelo cumprimento da lei têm sido ciais, comandantes da polícia, magis- local há todo o tipo de logística e equi- Nyenda consistem na cascagem de to- pontos que fazem fronteira com Ma- recorrer a tradutores para se comuni- ram parcerias com chineses e juntos
troca de dinheiro”, lamentou. de 29 de Março. Daí, a sua organiza- co já foram acusados e seguiram para
o truque usado por estes grupos para trados do Ministério Público (MP) e pamento. Casas convencionais que ros de madeira de espécie Nkula. Por lawi e Zâmbia. Por se tratar duma carem com eles e daí a mensagem deve desenvolvem o negócio.
Sobre espécies proibidas, Moisés Chi- ção intensificou as campanhas de mo- o julgamento enquanto que um foi
atingir seus intentos. Judicial bem como do governador. Po- funcionam como escritórios, conten- cada toro descascado, o adolescente espécie rara e escassa, os governos do ter sido distorcida. Tenho certeza de Sobre o transporte de madeira das zo-
nitoria e fiscalização à exploração dos

e
tores adaptados para dormitórios de cossa contou-nos que, há dois meses, o que o que eles disseram é que ainda es- nas de corte para estaleiros em conten- arquivado por insuficiência de provas.
As licenças de exploração florestal rém, ninguém consegue frear a marcha recebe 50 meticais. Malawi e Zâmbia também proíbem a recursos florestais nos distritos de Ma-
chineses, grupo gerador, antena de te- governo do distrito convocou todas as tão para apresentar as denúncias. Digo tores, o nosso entrevistado disse que o Jorge Tivane referiu que é papel do
na província de Tete são detidas por dos furtivos. Tímido e comunicando-se apenas em sua exploração.
lideranças comunitárias para um en- rávia e Zumbo. Em várias localidades
Mesmo com esta “farra”, ao SAVANA levisão por satélite, tractores, camiões, Nyunguè, José Nyenda contou-nos O Nkula armazenado no estaleiro da isso porque, como governo do distrito, governo está apenas preocupado com MP fazer valer o cumprimento da lei,
montaram pontos focais que davam

d
cidadãos anónimos, mas consta que, contro na vila sede onde, dentre vários
as autoridades locais negam a existên- armazéns e viaturas de luxo do tipo ainda não tivemos nenhuma queixa, o cumprimento da lei e não pode in- pelo que, nenhum magistrado deve-se
por detrás dos anónimos, há grandes que, por dia, consegue limpar quatro Ching Chong Madeira, para além
pontos, foi a apresentação do despacho toda a informação e, em tempo real,
cia de actos de anarquia no sector ma- four by four que se presume que seja de não obstante a nossa comunicação ser terferir em questões de gestão interna abster de fazer suas actividades alegan-
figuras ligadas ao partido Frelimo e ao a cinco toros. Trata-se duma jornada de violar o despacho ministerial que
ministerial que proibia a recolha e ex- canalizavam as autoridades.
deireiro e dizem que tudo o que está a executivos chineses. constante”, defendeu-se. dos operadores. do insuficiências de meios.
governo provincial. pesada, visto que exige muito esforço proíbe a sua exploração, também vio- ploração de Nkula. “Ao mesmo tempo multiplicamos o
ser feito é de acordo com a lei. Com a nossa chegada, o operador Confrontado com factos testemunha-
Organizações como Associação dos físico e impróprio para uma pessoa da la o diploma 51/2016 visto que o seu despacho do ministro e distribuímos

ir o
Nessa reunião, que também contou dos pelo SAVANA em alguns estalei-
No entanto, no terreno, a nossa re- chinês ordenou que todos os trabalha- sua idade. diâmetro está muito abaixo dos 30 cm. por todas as instituições públicas dos
Combatentes da Luta Armada de com a participação do chefe do SDAE, ros, Bruno Patreque referiu que foram
portagem testemunhou um cenário dores (constituídos por nativos) aban- O adolescente contou que a madeira Informações em nosso poder indicam dois distritos. Também organizamos
Libertação Nacional (ACLLN) e a do procurador distrital, comandante meras coincidências.
totalmente contrário daquele que é donassem as actividades e fossem às chega todas as noites vinda das matas que a província de Tete atribuiu 190 encontros com líderes comunitários
Monte Binga SA, empresa do Minis- distrital e dos membros dos Comités “Como governo sabemos que nem
desenhado pelas autoridades adminis- matas. Também recusou falar à nossa do interior do distrito em camiões. licenças simples e 36 concessões para a onde para além de capacitação divul-
tério da Defesa, são parte dos benefi- de gestão, o administrador pediu que todos os operadores gostam de cum-
trativas locais. reportagem. São as comunidades locais que fazem exploração de recursos florestais. gamos o despacho do ministro”, frisou.
ciários dos recursos florestais explo- qualquer acto relacionado com a reco- prir com os ditames da lei. Mesmo
A caminho de Zumbo, partindo da ci- Soubemos ainda que os trabalhadores Mesmo assim, as autoridades conti-

á
o corte, carregamento e o transporte de Estas licenças foram atribuídas a ci- lha ou transporte de Nkula deveria ser
rados na província de Tete. A Monte dade de Tete, mais concretamente na têm ordens de não falar com estranhos, nuam a ignorar a ordem do embargo com o aperto de cerco fazem de tudo
dadãos ou sociedades detidas por mo-

i
madeira das matas para o estaleiro de denunciado.
Binga tem concessões no distrito de estrada nacional número 303, via que mas o SAVANA conversou com José alegando que as investigações sempre para contornar as autoridades. Deve
chineses. çambicanos. Sublinha que as lideranças comunitá-
Doa e Marávia. A ACLLN, órgão so- liga a localidade de Bene, distrito de Nyenda, menor de 15 anos de idade, chegam à conclusão de que não há ele- ter sido nos casos por vós constatados.
O SAVANA soube do pessoal en- Aliás, no seu artigo 16, o Regulamen- rias acataram a ordem governamental
cial do partido Frelimo, tem licenças Chifunde a Fingóe, sede do distrito que apesar da legislação laboral vigente mentos para incriminar operadores. Mas vamos investigar e, se constatar-
volvido no processo que os chineses to da Lei de Florestas e Fauna Bravia e, uma semana depois, desse encontro
para exploração florestal no distrito de mos irregularidades, vamos tomar me-

D
de Marávia prologando até a vila sede em Moçambique proibir que execute pagam mil meticais por cada toro de refere que, em sede da licença simples, apresentou a primeira denúncia sobre Completamente desesperado, Castro
Macanga. de Zumbo, num troço de 350 quiló- trabalhos similares, encontrou na acti- Cintoreia contou ao SAVANA que o didas”, disse.
Nkula, de Pau-ferro e Mondzo ao ven- a exploração só é permitida às pessoas a movimentação de madeira de espé-
Questiona-se ainda o facto do gover- metros de terra batida, é comum en- vidade a fonte de rendimento. silêncio cúmplice do governo do dis- Quanto aos dados relacionados com o
dedor.
dedor singulares moçambicanas, às pessoas cie Nkula no estaleiro da Cantina de
trito obrigou-o a canalizar a preocupa- número de licenças autorizadas para
Sublinhe-se que o Pau-ferro e Mon- colectivas constituídas, exclusivamen- Oliveira, porém, ninguém agiu até ao
ção ao procurador distrital, porém este explorar recursos florestais no seu dis-
dzo sempre foram espécies da primeira te, por cidadãos moçambicanos, e às momento.
disse que não tinha meios para se des- trito, Bruno Patreque remeteu-nos aos
classe cuja cobiça no mercado chinês comunidades locais que pretendam Chicossa estranha ainda o facto do
locar ao local dos factos a fim de iniciar SPFFB.
é enorme. Por seu turno, o Nkula era explorar os recursos florestais para fins estaleiro da Chong Ching Madeira, Sublinhou que o distrito faz monitoria
uma espécie desconhecida e sem ne- comerciais, industriais e energéticos.
da exploração dos recursos florestais
nhum valor comercial. O mesmo regulamento sublinha que
através duma equipa de fiscais e exten-
Com a entrada de chineses no merca- para atribuição da licença é necessário
sionistas afectos ao SDAE com auxílio
do madeireiro, o Nkula ganhou espaço. que o requerente comprove a capaci-
da forma de protecção dos recursos
Isso fez com que o governo, através do dade de corte arraste e transporte bem
naturais da PRM.
diploma ministerial número 51/2016 como do destino dos produtos flo-
de 10 Agosto, classificasse como ma- restais resultantes da exploração para Manobras criminosas
deira preciosa e que o diâmetro de cor- além de apresentar equipamento mí- Damião Caliano, substituto do chefe
te mínimo fosse de 30 centímetros. nimo para o exercício de actividades. dos SPFFB de Tete, também nega que
Sucede que, ao contrário de outras es- No caso concreto da província de Tete, os recursos florestais estejam a saque
pécies cuja exploração só foi autoriza- quase que nenhum operador de licen- na sua província.
da depois da realização do inventário ça simples está no terreno a desenvol- Caliano, que também acumula o cargo
florestal que determina as quantida- ver actividade florestal. A esmagadora com as funções de chefe de fiscaliza-
des de madeira existente na floresta, o maioria das licenças simples foram ção, referiu que estão a acontecer pe-
Nkula nunca foi inventariado. “sub-alugadas” a operadores chineses. quenos focos de furtivos que a todo o
Ademais, o Nkula é uma espécie bas- Trata-se duma empreitada sem cober- custo procuram contornar o bloqueio
tante rara, mas fundamental para o tura legal, mas que as autoridades lo- das autoridades governamentais.
0HVPRFRPDYLJrQFLDGRGHVSDFKRPLQLVWHULDORSHUDGRUHVÁRUHVWDLVFRQWLQXDPDFRQFHQWUDUPDGHLUDGHH[SORUDomRSURLELGDQRV equilíbrio ecológico. cais preferem chamar de parcerias. Damião Caliano, o super chefe do sector Argumentou que Tete tem apenas 60 Cópia do despacho do ministro da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural sobre a
seus estaleiros Em Moçambique localiza-se em al- Moisés Chicossa é líder comunitá- ÁRUHVWDOHP7HWH Bruno Patreque fiscais florestais, o que é bastante insig- SURLELomRGHH[SORUDomRGHDOJXPDVHVSpFLHVGHPDGHLUD
PUBLICIDADE
16 Savana 20-07-2018
o
log
ció
so
um
de
io
ár
Di
PUBLICIDADE
Savana 20-07-2018 17
18
OPINIÃO Savana 20-07-2018

Cartoon
EDITORIAL
O que deve mudar nas
empresas públicas

o
F oi necessária a humilhação a que foi sujeito o Primeiro Mi-

log
nistro Carlos Agostinho do Rosário, na sua recente desloca-
ção à província do Niassa, para que fosse trazida à superfície
a grave crise em que se encontra a companhia aérea nacio-
nal, LAM.
Com voos cancelados ou adiados, colocando em causa as agendas
e planos dos seus passageiros, esta é a realidade que se vive naquela
empresa, testemunhada pessoalmente pelo ministro número um
do nosso governo.
Sem a capacidade financeira que necessita para dar resposta às

ció
suas operações, a LAM não consegue pagar as suas facturas atra-
sadas de fornecimento de combustível, e muito menos satisfazer a
exigência dos fornecedores para o pagamento adiantado do mes-
mo.
Infelizmente, a LAM é apenas um pequeno retrato da precária
situação em que se encontram muitas outras empresas públicas
em Moçambique, conduzidas tecnicamente à falência por um Da cultura e do bairrismo
F
misto de gestão danosa, serviços prestados a terceiros mas não
pagos, e ainda a contínua interferência política a que são sujeitas estejemos a França e façamos distintas, há regras e condições sem as açougue, não se precisa de uma crítica
na sua gestão. Não raras vezes, o Estado é o maior devedor destas
empresas.
Por isso, demitir em bloco os gestores da LAM pode parecer a
solução, mas não é. O problema de fundo para a insustentável
situação em que a empresa se encontra ultrapassa a capacidade
dos gestores. É, na verdade, um problema estrutural, e de uma
so
um reparo. Foi vulgar escrever-
-se no fb que quem ganhou o
campeonato do mundo foram
os africanos. Cheguei a ler:” naquela
equipa não havia um só francês!”
Entende-se o júbilo. Mas é um dis-
curso populista e perigoso. Eu postei:
quais não se podem operacionalizar as
muito referidas «indústrias culturais».
contr
Darei um contributo teórico para isso.
Entretanto, para que qualquer esforço
se enquadre num fluxo congruente que
não se revele improdutivo, não se pode
fazer uma coisa e dizer outra ou vice-
do contra (dessa que não discute prin-
cípios ou obras mas as pessoas que os
produzem) mas assente em novas for-
mulações que dialoguem com as obras
dos artistas. Pode haver uma crítica
solidária e pedagógica - o que a críti-
ca não pode é não ser assertiva. E aí
dimensão política para cuja solução exige-se uma maior coragem Folgo constatar que a família Le Pen teve -versa. temos de ter a sensatez de não confun-
e determinação. Continuar a drenar fundos do erário público para de engolir mais um sapo. Porque quem Há que fazer escolhas, senão uma inér- dir a assertividade com a arrogância,
as manter vivas é, simplesmente, tentar adiar um problema já ganhou, simbolicamente, foi um mo- cia impõe contradições básicas insolú- confusão natural a quem chega de uma
um
inadiável. delo de sociedade multicultural, contra veis. Exemplifiquemos. sociedade do evitamento.
O que de facto se precisa é de uma nova abordagem sobre como os abcessos de um patriotismo pato- As sociedades tradicionais são o pal- Portanto, a primeira escolha a fazer é
as empresas públicas em Moçambique são estruturadas e geridas, lógico, de que Le Pen será um arauto co de uma «sensibilidade de partilha e esta: ou se aceita a existência do pen-
bem como uma clara definição sobre a sua contribuição para o europeu. E contra Le Pen, ao contrário evitamento» onde o pensamento críti- samento crítico ou a autorreflexão fica
do que se dizia no fb, todos eles eram co dificilmente se encaixa. São socie- reduzida a uma caricatura em moto
desenvolvimento do país, num ambiente em que elas gozam de
franceses. dades de tutela e de interdependência, contínuo. E aí será mais difícil cria-
independência de gestão, ao mesmo tempo que dos seus gestores E quem ganhou foi a França que, no nas quais o protocolo e o respeito pelas rem-se condições para o incremento
se exigem resultados específicos. seu melhor, resulta daquela mistura de hierarquias não autorizam o debate so- das almejadas indústrias culturais.
O grande sufoco em que a maioria das empresas públicas mo- raças, credos e tons. Interrogo-me se bre os fundamentos. Parte-se de uma Paralelamente, convinha reflectir no
çambicanas se encontra é em parte resultado da sua estrutura de reivindicar, para esta vitória, o gene em concepção substancial da identidade que advertiu o sociólogo Alexandre
custos, muitas vezes com uma massa laboral que em condições primeiro lugar não será afinal jogar no como património, em vez de se encarar Melo, no livro Arte e Poder na Era
normais seria dispensável. A isto acresce-se ainda um sistema de mesmo tabuleiro de Le Pen, porque a uma concepção dinâmica da identida- Global: a escolher-se como modelo
de

remuneração dos gestores que raramente tem qualquer ligação saúde não está em segmentar e discri- de como processo. prioritário para a cultura um tipo de
com o seu nível de desempenho ou de rentabilidade das empresas minar, mas em integrar, e não podemos Ora, o mundo de hoje é muito mais discurso localista na sua modalidade
que dirigem. embar na mesma retórica.
embarcar complexo, a realidade empírica choca mais ambiciosa que é a nacionalista, tal
Ganhou a prática multicultural de um contra as explicações formatadas e o só funciona «se o país em questão tiver
No modelo clientelista que se tornou prática recorrente neste país,
país que se ainda não estendeu esse condicionamento tolhe a possibilidade a capacidade de afirmar e impor os seus
não raras vezes, estas empresas são obrigadas a levar a bordo algu-
sistema multicultural ao político já de um debate sério e continuado. valores numa escala global – isto é, se o
ma carga excessiva na forma de administradores não executivos, percebeu a vantagem de aceitar que a O que constrange a possibilidade de se sistema de validação local tiver um campo
apenas como forma de criar renda para alguns indivíduos politica- sua equipa tenha aquela composição articularem novos discursos de legiti- de recepção mais amplo que o seu próprio
mente bem conectados, mas sem qualquer tipo de valor acrescen- heteróclita. É meio caminho andado. mação que sirvam para a projecção das campo de produção – aí estamos perante
tado para o desenvolvimento das empresas. O mérito tornou-se Engana-se quem achar que se verifica práticas criativas. Patina então tudo um processo de afirmação, divulgação e
uma questão anacrónica.
io

só no futebol. Também na literatura nos vícios adquiridos. O problema expansão cultural.»


É assim que a Mcel, a pioneira da telefonia móvel em Moçam- e na arte há muitos autores do centro é que infelizmente sem argumentos E prossegue o ensaísta: «Caso contrá-
bique, conquistou a dúbia reputação de ser a primeira (e talvez europeu, negros e asiáticos, nascidos decisivos não há arte, ou pelo menos rio estamos perante uma mera ampliação
única) empresa do ramo no mundo a ir à falência, para tal arras- no país ou não, que são apoiados, con- não há como vendê-la nem exportá-la. geográfica da lógica de bairro que numa
siderados franceses e integrados em Hoje a arte já não dispensa a teoria e situação de isolamento e de desfasamento
tada não porque o negócio não seja rentável, mas porque os seus
todas as comitivas nacionais. Em 2012 a crítica no seu próprio tecido. A arte cultural valoriza uma gratificação auto-
recursos se tornaram incapazes de satisfazer o insaciável apetite de
ár

quem representou a França no Festi- que não se auto-reflecte é artesanato. -suficiente e auto-congratulatória.
cundavam.
tantos abutres que a circundavam. val da Canção foi a indonésia Anggun. Pode a arte moçambicana ser pujante, Uma dinâmica cultural forte é aquela
Esta é a realidade que se espelha por quase todo o sector empre- Portanto, ganhou uma certa abertura diversificada, ter todos os ingredientes cujas criações se afirmam na abertura e
sarial do Estado. Embora seja necessária a rotação periódica dos civilizacional e cosmopolita contra a para uma aceitabilidade universal. Sem através a todos os tipos de fluxos e trocas
gestores, não são eles que devem ser penalizados perante resul- tacanhez da xenofobia. a produção de discursos que a legiti- interculturais à escala global. Quanto
tados pouco animadores. É todo um sistema em que elas foram Passemos a outro tema. mem confina-se a um piqueno mercado mais um meio cultural pretender fechar-
concebidas e operam o que deve mudar. Pode-se começar, por Urge dilucidar os problemas da de- que ainda por cima é inexistente por- -se sobre si próprio mais se enfraquece e
Di

contrata
exemplo, com o sistema de contratação dos gestores, que em vez finição dos objectivos duma política que Moçambique carece da formação anula».
de privilegiar comissários políticos, deve ser por via de concursos cultural. de públicos e da sensibilização para a Portanto, como não malbaratar ener-
Apesar dos conceitos serem cultu- arte. gias e não cair numa prática de nulo
públicos que permitam aproveitar o melhor talento que este país
ralmente variáveis e das condições É por isso que a crítica é necessária. efeito, primeiro para fora e, rapida-
erecer.
tem para oferecer.
culturais para a sua articulação serem Não como uma práxis de desbaste e de mente, para dentro, é o ponto.

KOk NAM Editor Executivo: Ivone Soares, Luis Guevane, João


Mosca, Paulo Mubalo (Desporto).
Distribuição:
Miguel Bila
Director Emérito Francisco Carmona
(franciscocarmona@mediacoop.co.mz) Colaboradores: (824576190 / 840135281)
Conselho de Administração: André Catueira (Manica) (miguel.bila@mediacoop.co.mz)
Fernando B. de Lima (presidente) Aunício Silva (Nampula) (incluindo via e-mail e PDF)
e Naita Ussene Redacção: Eugénio Arão (Inhambane)
Raúl Senda, Abdul Sulemane, Argunaldo Fax: +258 21302402 (Redacção)
Direcção, Redacção e Administração: António Munaíta (Zambézia) 82 3051790 (Publicidade/Directo)
Nhampossa, Armando Nhantumbo e Maquetização: Delegação da Beira
AV. Amílcar Cabral nr.1049 cp 73 Abílio Maolela
Telefones: Auscêncio Machavane e Prédio Aruanga, nº 32 – 1º andar, A
)RWRJUDÀD Hermenegildo Timana. Telefone: (+258) 82 / 843171100
(+258)21301737,823171100, Naita Ussene (editor) Revisão savana@mediacoop.co.mz
Registado sob número 007/RRA/DNI/93 Propriedade da 843171100 e Ilec Vilanculos Gervásio Nhalicale Redacção
NUIT: 400109001 Editor: Colaboradores Permanentes: Publicidade admc@mediacoop.co.mz
Maputo-República de Moçambique
Fernando Gonçalves Fernando Manuel, Fernando Lima, Benvinda Tamele (82 3171100) Administração
editorsav@mediacoop.co.mz António Cabrita, Carlos Serra, (benvinda.tamele@mediacoop.co.mz) www.savana.co.mz
Savana 20-07-2018
OPINIÃO 19

Antípodas verbais

o
U

log
m pouco antes das quatro ficava, em termos de custos, numa depois os meus anos como professor, acumulei ao longo deste período, em pelo Goto para celebrar a sua mis-
e meia da manhã, cheguei altura em que estamos, como muita durante os quais já tinha sido cha- todas as áreas possíveis –na política, sa, quando da visita a Moçambique,
definitivamente à conclusão gente nas nossas condições, na corda mado vários nomes, tinham-me sido no desporto, na arte, na cultura, nos também estão aqui registados; e que
de que tinha pela frente um bamba, e não podemos dar-nos ao dados vários apelidos, mas nunca, por regabofes, nas missas campais, em as atribuições de prémios de jornalis-
dia estuporado. Tinha passado a noi- luxo de fazer despesas extravagantes. nunca, alguém me tinha chamado es- espectáculos, nas artes cénicas, e em mo na então ONJ também passaram
te inteira num processo de desgaste Ela disse que não me preocupasse, túpido. tudo o que foram convívios sociais e pela minha máquina, assim como as
nervoso, que me deixou derreado. que tinha esse aspecto em atenção, e Não conseguia engolir aquele sapo outros do género. Era uma tarefa in- campanhas de comercialização agrí-
Metade daquela noite tinha sido que quem havia de custear a viagem vivo, era demasiado grande para gente,, mas era mesmo disso que eu cola, ao tempo em que estas eram um
passada numa discussão gratuita, que era ela, com uma parte das suas pou- mim. Quando, por volta das quatro, precisava para preencher o meu desa- absurdo do género de mandar feijão

ció
acabou de modo muito desagradável panças pessoais. me retirei para a sala, depois de ten- foroo naquele dia. enlatado para uma aldeia que tinha
para mim. Em desespero de causa, acabei por tar dormir, ainda tentei consolar-me Fui para a redacção, para a secção excesso de feijão fresco, ou mandar
Ela tinha sugerido, no início da dis- lhe dizer que, no fundo, o que eu ouvindo, como fazia várias vezes, o fotográfica, justamente com esse pro- candeeiros a petróleo para uma aldeia
cussão, que aproveitássemos o fim- queria dizer é que não me interessava refrão de Louis Armstrong dizendo pósito, o de me entregar de corpo e que não tinha bombas ou lojas de for-
-de-semana longo que se aproximava fazer a viagem, porque o facto de ter “And I think to myself what a won- alma, de modo febril, à tarefa de or- necimento daquele combustível.
para darmos um salto até Massinga, a aceite ser padrinho de casamento não derful world”. Tentei reconfortar-me ganização do meu arquivo. O primei- «Como organizar isto?» – foi o que
fim de visitar os nossos afilhados de significava ter que carregar uma cruz com as cores do arco-íris, com as flo- ro passo a que me propus foi o esco- eu pensei em primeiro lugar. Mas
casamento. Tudo porque acabavam de ama seca. Ela ficou um minuto em res, com os bons cheiros, com os bons lher o método pelo qual organizaria o estava tão apostado nisso, que acabei
de ter o seu primeiro filho – que ain- silêncio, e depois atirou-me pela cara, momentos. Tudo resvalava numa arquivo – por períodos de tempo, por por escolher o modelo que me pare-
da por cima não era só um, era um
par de gémeos.
A proposta, para além de me apanhar
em contrapé, deixou-me profunda-
mente contrariado. Não estava a ver-
-me a fazer quase 1 000 km em três
dias só para ir ver um par de gémeos.
sem rebuço – «És muito estúpido!»
Foi uma descarga da qual eu não es-
tava à espera, e nunca estaria. E para
que não tivesse dúvidas, quando ela
se virou para me dar costas definitiva-
mente, por aquela noite, ainda repetiu
em voz bem alta – «És mesmo muito
so
lama da qual nunca saía.
Decidi, então, que a única forma era
tentar a sublimação embebedando-
-me com o trabalho. Pus-me a pensar
que era chegada a altura de dar an-
damento a um projeto que adiava há
anos, o de organizar o meu arquivo
afectos ou por outro critério qualquer.
Foi uma primeira grande dificuldade.
Lembrei-me, num ápice, de que, por
exemplo, na área política, já estava a
passar por mim o quarto presidente
República; de que eu tinha cober-
da Repúblic
to inúmeros congressos do partido
ceu mais apropriado. Neste afã, aca-
bei por me esquecer completamente
da hora do almoço e não fui para casa,
nem me lembrei de resolver o proble-
ma de outra forma. Estava num pro-
cesso de sublimação perfeita, e a dor
e o desalento e o desaforo a que tinha
Argumentei que a viagem não só estúpido!» pessoal de imagens, que não é pouco. Frelimo, desde o primeiro que cobri, sido sujeito na noite anterior estavam
seria cansativa, como também teria Lembrei-me, num relance, de que Sigo a carreira de jornalismo fotográ- em 1977, que foi o terceiro daquela a transformar-se num prazer imenso,
pouco significado. Ela disse que não, organização política; de que me pas- que tinha até algum sabor a vingança.
um
tinha passado por tudo na vida, des- fico desde 1974. De lá para cá, já co-
que tinha muito significado. Pri- de que, aos dezoito anos, tinha sido bri milhares e milhares de eventos, a saram pela lente momentos áureos Sentia-me pleno e só, e não tencio-
meiro, porque se tratava dos nossos obrigado a ganhar a vida para custear maior parte dos quais ainda na era em de desporto, desde o tempo em que nava abdicar do papel a que me tinha
afilhados; segundo, porque era o seu os meus estudos, a trabalhar como que a tecnologia era analógica. Deve- o José Luís e o seu Têxtil África de entregue.
Chimoio foram campeões nacionais O telefone tocou, olhei para o reló-
primeiro fruto, como casal. paquete num hotel, depois os tempos -se imaginar, portanto, a quantidade
de futebol; e dos Nuros Americanos gio de parede da secção e vi que eram
Argumentei então o que isso signi- da tropa, depois como escriturário, de negativos e de imagens físicas que
e dos Chababes e dos Gir Guiambas. dezanove e trinta. Olhei para o visor

As minhas selecções
Lembrei-me ainda de que a maior do telefone; era ela. O primeiro im-
parte dos músicos que agora sobe pulso foi passar por cima e não lhe
ao palco para ser homenageada por dar trela, mas algo do que me resta de
trinta ou quarenta anos de carreira, cavalheirismo e urbanidade fez com
quando iniciou essa mesma carrei- que levantasse o aparelho e atendes-
Por José Eduardo Agualusa*

S
ra, ainda andava de cueiros, e eu fui se. Quando esperava ouvir a voz dela,
de

testemunha destes primeiros passos; arreliada ou não, indiferente ou não, o


abemos quem perdeu no con- quina Leïla Slimani, autora do best- Serge Reggiani, Georges Moustaki, e que acontecimentos como a passa- que me chegou aos ouvidos foi a voz
fronto entre a selecção fran- -seller mundial “Canção de ninar” Léo Ferré, Charles Aznavour, entre gem do Eric Clapton pelo estádio da do Stevie Wonder dizendo “ You are
cesa e da Croácia no último (Tusquets/Planeta, 2018) e que será tantos outros. Nos últimos anos o que Machava, ou do Papa João Paulo II the sunshine of my life”.
domingo: perdeu a extrema- este ano a principal atração da Flip. mudou foi sobretudo a cor da pele
-direita racista e anti-imigração. Na Flip estará um outro autor fran- desses cantores imigrantes, ou filhos
Há décadas que a selecção francesa cês de origem africana: o meu amigo de imigrantes. Hoje são, na sua maio-
irrita os racistas. O actual time, por Alain Mabanckou, nascido no Con- ria, de ascendência africana. Numa se-
exemplo, só tem cinco futebolistas go-Brazzaville, e que em 2015 viu um lecção musical francesa actual teriam
filhos de pais franceses. A maioria dos seus romances, “African psycho”, de alinhar veteranos como Manu Di-
dos jogadores é de origem africana. chegar à short-list do Man Booker
io

bango, Henri Salvador e Ray Lema, Email: diariodeumsociologo@gmail.com


Blaise Matuidi, por exemplo, nas- International. Também na Flip me- juntamente com uma mão cheia de Portal: http://oficinadesociologia.blogspot.com
ceu em Toulouse, filho de imigrantes rece destaque a escritora italiana de
angolanos (nós, angolanos, gostamos origem somali Igiaba Scego.
outros grandes talentos mais jovens, 589
dos rappers MC Solaar e Maitre

Uma coleção internacional [12]


de pensar que, através dele, também Se existisse uma Copa do Mundo Gims até Imany. No caso da França,
chegamos à final). Já na selecção belga da Música Popular, as selecções de o difícil é escolher entre tantos nomes
ár

havia oito futebolistas de origem afri- França, Bélgica, Inglaterra e Portugal excelentes.
cana. Também as selecções inglesas teriam ainda mais afro-descendentes Mesmo a Espanha, que há séculos
costumam ter, como voltou a aconte- do que no futebol. Começando por
se mantém de costas voltadas para a
cer este ano,, uma percentagem muito Portugal, o destaque seria para as
África, teria como principal goleadora
elevada de jogadores de raiz africana fadistas Mariza e Ana Moura, a pri-
da sua selecção musical uma mulher
e asiática. meira nascida em Moçambique, neta
negra: esse extraordinário prodígio
Não se pense, contudo, que a boa in- de uma famosa curandeira local; a se-
de paixão e energia chamado Concha
Di

fluência dos imigrantes, em particular gunda com raízes nas terras altas da
Buika — com raízes na Guiné-Equa-
daqueles de origem africana, se res- Huíla, no sul de Angola. A selecção
torial, o único país africano onde se
tringe ao desporto. Não, caros leito- musical lusitana teria de incluir ainda
res, vai muitíssimo além. Se existisse craques como Mayra Andrade, Lura, fala espanhol.
uma Copa do Mundo de Literatura Sara Tavares ou Tito Paris — todos Torci pela França no domingo. Esta
a selecção inglesa seria tão colorida eles de ascendência cabo-verdiana —, segunda-feira, independentemente do
quanto no futebol: além de dois ou ou os angolanos Bonga, Paulo Flores resultado do jogo, continuo a torcer
três veteranos inquestionáveis, como e Anselmo Ralph. Suspeito que nes- por tudo aquilo que a selecção france-
V. S. Naipaul, Salman Rushdie, ou sa selecção um dos raros portugueses sa representa: um exemplo de suces-
Zadie Smith, teria de incluir uma sem ascendência africana próxima se- so da diversidade e da integração de
série de jovens estrelas em rápida as- ria António Zambujo. culturas. Uma demonstração clara de
censão, como a anglo-nigeriana Helen Stromae brilharia na seleção belga como as correntes migratórias prove-
Oyeyemi, 33 anos, considerada pela — tanto quanto o atacante Romelu nientes da África estão revitalizando a
“Granta” “uma das melhores jovens Lukaku no futebol, mas ainda com Europa, através do rejuvenescimento
romancistas britânicas”. mais ginga. Em França a cena da mú- da sua população, trazendo uma nova
Uma das grandes sensações da selec- sica popular tem sido, desde há mui- energia e dinamismo a um organismo
ção francesa de literatura seria, sem tas décadas, dominada por imigrantes velho e cansado.
dúvida a romancista franco-marro- e seus descendentes: Josephine Baker, Chorem, racistas: vocês perderam!
OPINIÃO
20 Savana 20-07-2018

Mas afinal o que se passa com o MDM?


Por Fredson Guilengue

C
omecemos primeiro por admitir Consequentemente, e olhando até mesmo te no partido? Como estabelecer, factual e lo- manente e construtivo, o parlamento, petições
para a proveniência dos membros mais desta- gicamente? Não estará esta hipótese a ignorar etc. No contexto deste tipo de democracia, as

o
a existência, de facto, de uma cri-
se institucional alargada dentro do cados do partido, todos esses se vêem na capa- o facto extraordinário de o MDM ter conse- concessões políticas dos partidos da oposição
partido Movimento Democrático de cidade de captar mais atenção do que o líder guido, tão rapidamente, entrar na assembleia são obtidas na lógica do acto democrático.
Moçambique (MDM), avaliando pelos últi- do partido. O resultado disso é a desobediên- da república, duplicar a sua presença e estar Esta maneira de fazer oposiç
oposição política, está,
infelizmente, em perfeita contramão com a

log
mos desenvolvimentos e pelo que, há muito, cia ao líder por parte de alguns desses mem- em praticamente todos os espaços do poder
já vinha sendo largamente reportado por aí. bros que se acham mais “sedutores”. Logo, a local? Como explicar este fenómeno diante realidade moçambicana, em que a razão está
Depois passemos a uma reflexão sobre as di- crise que assistimos neste momento. Chama- de tanta hostilidade? do lado do mais forte e não, necessariamente,
ferentes hipóteses por detrás da crise do ou ria isto de crise de desobediência política por Quarta hipótese: falta de identidade de própria. do lado do mais coerente ou do mais justo.
no MDM. falta de liderança carismática. O MDM é produto de dissidentes prove- É por isso que a Renamo, recorrendo à força
Primeira hipótese: gestão autocrática e oli- Este também parece ser um bom argumento. nientes da Renamo, Frelimo, PCN e de ou- das armas, tem conseguido manter-se politi-
gárquica do partido por parte dos Simangos. Até porque os membros mais destacados são tros movimentos. Muitos dos seus membros camente relevante. A verdadeira gota de água
Esta é, sem dúvidas, a hipótese que mais se indivíduos que foram capazes de atrair para têm historial de conflito com as suas anterio- para o MDM incluído para todos os outros
tem avançado por aí. O partido não é gerido si grande atenção popular sem, no entanto, res filiações partidárias. Ao longo dos anos pequenos partidos foi, melhor ainda, tem sido
com base em regras democráticas. Os proble- depender nem do presidente nem do suporte da sua existência, o MDM não soube incutir a sua total exclusão do processo negocial de

ció
mas do MDM derivam do facto de o partido significativo da máquina partidária para “fa- nos seus membros uma espécie de identida- paz em Moçambique desde o início da ins-
estar a ser gerido como se de uma família se zer nome”. A atitude do falecido Presidente de própria que não apenas o distinguisse das tabilida
tabilidade político-militar. A Renamo, por
tratasse. Um exemplo importante avançado sua vez, saiu deste processo com concessões
Amurane pode-se encaixar nesta lógica. Mas outras forças políticas, mas que, fundamental-
significativas. Isto foi fundamental para a sa-
pelos defensores deste argumento é o facto será mesmo este o problema? Será que a coe- mente, criasse a tão necessária coesão interna.
tisfação do seu eleitorado tradicional assim
de os irmãos Simango assumirem as posições são interna quer na Frelimo quer na Renamo Por exemplo, um projecto ideológico, político
como para atrair potenciais novos eleitores
máximas de chefia do partido. Um, presidente é fruto de lideranças carismáticas desses par- e programa distintos que atraíssem e man-
pela sua capacidade de obter essas concessões
do partido e, outro, Chefe da bancada parla- tidos? Tenho as minhas dúvidas. essem no seio do partido determinados
tivessem
políticas com impacto profundo na vida das
mentar. Este, e outros aspectos têm causado Terceira hipótese: falha na estratégia de cres- indivíduos que estivessem com tal projecto
pessoas. Como consequência disso, esperam-
descontentamento interno dos seus membros,
principalmente, dos mais destacados. Ante-
cipando as eleições que se aproximam, estes
descontentamentos poderão levar às deser-
ções de vulto.
Mas esta hipótese levanta, igualmente, alguns
questionamentos. Será o MDM o único par-
cimento do partido. O problema do MDM é
o facto de ter adoptado uma estratégia errada
de crescimento do partido. A estratégia ac-
tual de ambicionar tudo de uma vez só está
a fracassar. O partido devia ter se concentra-
do na conquista e na consolidação de espaços
“reservados” ao poder local, sem ambições de
so
alinhados. Propor um Moçambique para to-
dos não é suficiente. O resultado da ausência
deste projecto distinto é o facto de, até então,
não existir o tal factor distinto de coesão in-
terna que até iria funcionar como elemento de
união,o, principalmente, em tempos de dificul-
dades. Um tal “eu” próprio que representasse o
-se enormes retribuições na forma de ganhos
eleitorais para ela e significativas perdas para
o MDM, nas eleições que se avizinham. Nes-
ta lógica, se para o cidadão comum quem de-
termina o seu estado de morte (guerra) ou de
vida (paz) é a Frelimo e a Renamo, então para
quê serve o MDM neste contexto? Se para
tido em Moçambique (e no mundo inteiro) a nível nacional. Isto é, olhar para si como um movimento O resultado desta ausência é que
movimento. usufruir dos benefícios do desenvolvimento
ter indivíduos da mesma família em posições actor político local, esquivando-se, assim, da nas condições actuais “tudo cabe” no projec- - promessa do MDM - qualquer indivíduo
de chefia? Será que o MDM é o único partido inveja dos grandes. Ocupar espaços aparente- to MDM. Será! Será que os indivíduos que racional sabe que precisa antes de mais de es-
um
em Moçambique a ser (acusado de ser) gerido mente “menos” ambicionados pelos grandes e saem agora são atraídos por outros projectos tar vivo. E se esta decisão cabe estritamente a
autocraticamente? Ou, no caso do MDM, a poderosos. Até porque, nesta lógica, foi essa com identidades verdadeiramente distintas? Frelimo e a Renamo, logo o MDM torna-se
diferença reside na profundidade dessa tal au- a sua génese. A consequência deste erro de Quinta hipótese: a hostilidade do ambiente peça, automaticamente, irrelevante neste xa-
tocracia e da oligarquia de que se refere. Mas, estratégia tem sido o facto de o partido estar político para o exercício da oposição política drez. Nesta lógica, é precisamente este o fan-
como não é disso que tem referido os propo- sob ataque permanente da chamada coligação Moçambique A crise do MDM deriva do
em Moçambique. tasma que tem estado a assombrar o MDM:
nentes deste argumento isto não está aqui em FRENAMO. Há um esforço conjunto da du- facto de o ambiente para o exercício da oposi- a dificuldade de impor sua agenda num contexto
questão. pla Frelimo-Renamo que visa acabar com o ção política em Moçambique ser geralmente em que isto só é possível recorrendo à força. Será
Segunda hipótese: fraco carisma de Daviz Si- MDM, tornando-o politicamente irrelevante. hostil. Hostil para qualquer tipo de oposição verdade?
mango. O líder Daviz Simango não tem con- O próprio MDM também parece rever-se ao partido Frelimo. É que o MDM surgiu e Sexta hipótese: a conjugação de todas as hi-
seguido atrair para si (encantar ou fascinar), nesta lógica. apregoa um modelo de oposição inspirado na póteses supracitadas: O problema do MDM
com recurso, por exemplo, a enfeites retóri- Esta hipótese também levanta algumas ques- democracia ocidental em que a oposição po- é, na verdade, a soma das hipóteses acima
de

cos, quer interna, quer externamente, a aten- tões: haverá alguma relação, de facto, entre a lítica faz-se com recurso às instituições e or- desde a primeira até à quinta. Será mesmo
ção que um líder de um movimento político tentativa do MDM de alcançar o poder a to- ganizações para tal instituídas e devidamente isso? E onde fica o papel desses desertores?
precisa para garantir a devida subordinação dos os níveis, as acções da chamada coligação protegidas, como por exemplo, a liberdade de Não seria a atitude desses tais desertores uma
e coesão interna do movimento que dirige. FRENAMO e a crise que se vive internamen- expressão, o discurso político, o diálogo per- hipótese a considerar autonomamente?

SACO AZUL Por Luís Guevane


io

Da “paridade” para o “balanceamento”


H
ár

á algumas semanas a revisão do 1994, como referiu o Presidente da Repúbli- entendimento e necessidade de paz estava no A exigência de desmilitarização dos Ho-
pacote eleitoral esteve dependen- ca (PR). Agora, ainda segundo o PR, “vai ser plano de miragem. Só o argumento avançado mens da Renamo versus balanceamento
te do desarmamento da Renamo. possível porque a Renamo prometeu que vai no início de Março de 2015, segundo o qual as dos comandos dentro das FADM pode
O rótulo que melhor representou entregar a lista das pessoas, que devem inte- FDS (Forças de Defesa e Segurança) regiam- fazer ressurgir o debate em torno de par-
tal exigência, a avaliar pela repetição do grar as Forças Armadas ou a PRM”. Parece -se por instrumentos próprios e que as mes- tidarização e despartidarização. Ou seja,
termo na imprensa, foi “chantagem”. As estar claro que as tais pessoas referidas são as mas eram soberanas com relação às promo-
Di

será seguro desmilitarizar sem suposta-


lideranças tomaram conta do caso e uma que compõem a ala militar. ções e outras medidas, não estando, por isso, mente despartidarizar as FADM? Quem
das partes, por conveniência justificada e Podemos afirmar que a “integração” dos Ho- prevista qualquer partilha, como a Renamo corre maiores riscos? Ao se balancear os
atitude compreensível, transformou a tal mens da Renamo, como processo, iniciou-se pretendia, já mostra uma posição de questio-
referidos comandos não se estará a injec-
“chantagem”, simplesmente, num “mal- na década 90 se considerarmos a vertente namento ou, se quisermos, alguma ponderação
tar a partidarização a duas velocidades?
-entendido” que tinha tudo para ser ul- do “balanceamento” dos comandos dentro de grupo sob cobertura da “Constituição”. As
Da experiência existente o que é que se
trapassado. E, de facto, está a ser. Assim, das FADM (Forças Armadas e de Defesa tão desejadas listas dos Homens da Renamo
o entendimento que nos foi brindado de Moçambique). Acontece que o mesmo pode manter? A entrega das listas, em
eram, por essas alturas, exigidas. Ninguém se
voltou a colocar as eleições de “10 de foi interrompido. A parte mais visível dessa lembrou de chamar a isso chantagem, ainda termos de promessas, é uma garantia
Outubro” próximo, na mesa, como algo interrupção foi a brusca sacudidela e/ou se- que a entrega das listas ao Governo e a apre- com vista ao balanceamento. Mas, uma
realizável. cundarização dos que já estavam integrados sentação dos Homens da Renamo (no quadro vez os comandos balanceados, quanto
Os Homens armados da Renamo já no exército moçambicano. A palavra em voga do processo de implementação do acordo de tempo levaremos até que os níveis de
deviam ter sido integrados por alturas era “paridade”. Se, por um lado, a “integração” cessação das hostilidades) fosse condição para confiança, por si sós, produzam um exér-
de 1992. Há um reconhecimento nesse como processo, estava a ocorrer, ainda que se desencadear o processo de sua integração e cito republicano, um exército sem coste-
sentido, e não é a primeira vez. Isso não tivesse os seus constrangimentos, por outro, enquadramento nas FADM e PRM, confor- las políticas? Nisto tudo, espera-se que o
aconteceu nesse momento e nem em a “integração” como realidade tradutora de me as patentes de cada um. eleitorado seja respeitado.
PUBLICIDADE
Savana 20-07-2018 21
22
DESPORTO Savana 20-07-2018

Academia de xadrez da Matola, uma referência em África e braço da Federação, já não forma atletas por falta de fundos

Massificação em risco!
C
Por Paulo Mubalo

o
om a Academia de Xadrez roviário, Maxaquene, podem acolher esta iniciativa? formações sem parar. Mas tam-
da Matola, o braço da res- Estrela Vermelha, Mu- -Pensamos que não é preciso que bém a academia assinou um acor-
pectiva federação, a braços nhuanense Azar, Mahafil, sejam os clubes tradicionalmen- do com o Ministério da Educação
Matchedje, entre outros, te conhecidos, podem ser bancos, e Desenvolvimento Humano, para

log
com problemas financei-
ros, os planos de formação e distri- para que aceitem inscre- empresas, escolas e, desde já, con- que nos institutos de formação de
buição de materiais, especialmente ver atletas, e isso seria o vidamos as empresas, instituições professores se incluía o ensino de
tabuleiros, está comprometido e, maior ganho tanto para e clubes que vão ler esta entrevista, xadrez. Esses professores vão tam-
consequentemente, o futuro da mim, como presidente da para se aproximarem a nós e cria- bém leccionar o xadrez onde esti-
modalidade ameaçado. Domingos Federação Moçambicana rem condições para a sua filiação na verem afectos e isso será um grande
Langa, presidente deste organis- de Xadrez, e para a pró- FMX. ganho
ganho.
mo, é, por tudo isto, um homem pria modalidade. Repare De algum tempo a esta parte, a Há ainda associações provinciais
triste, que vive de nostalgia. que há muitos atletas no FMX não organiza formações. A que não foram legalizadas?
Seguem os excertos da entrevista. país que já estão a preci- que se deve? -Este é outro desafio, mas é um

ció
sar de clubes, até porque -A FMX não faz formações, essa trabalho que estou a realizar, pes-
Tomou posse em 2017. Que balan- estes iriam ajudar ainda tarefa é da responsabilidade da soalmente, com as associações pro-
ço tem a fazer? mais na massificação do Academia de Xadrez da Matola e vinciais. Há dirigentes associativos
O desempenho foi bom, porque xadrez . acredito que tenha algum material que estão há muito tempo, e as
fizemos tudo o que estava previs- Mas os clubes podem para o efeito, mas não como no direcções provinciais da Juventude
to, ou seja, o que estava planifica- alegar que não possuem passado. A academia sempre foi o e Desporto pura e simplesmente
Domingos Langa, presidente da FMX materiais... viveiro da federação e empenhou- olham para esta situação e não rea-
do, contudo, podia ter sido melhor.
Mas devo dizer que, muito antes de guimos fazer o que tínhamos pla- -A Academia de Xadrez da Matola -se grandemente na componente gem. Estou a falar da Associação
propõe-se a oferecer 500 (quinhen- formação. Provincial de Xadrez da Zambézia
tomarmos a posse, iniciámos com a
reabilitação da sede da Federação
Moçambicana de Xadrez, coloca-
mos o mobiliário e, dois meses de-
pois, de termos sido eleitos (a 3 de
Dezembro 2016), tomamos posse,
concretamente, em Março 2017.
nificado, entre participação e/ou
organização das provas internas, re-
gionais e africanas e achamos que,
mesmo diante de muitas dificulda-
des, estamos no caminho certo.
O nosso país não irá participar nas
olimpíadas da Geórgia?
so
tos) tabuleiros para os clubes, em-
presas ou entidades que queiram
acolher, massificar e dinamizar esta
modalidade. Por estar a falar de de-
safios, o próximo passo é fazermos
um levantamento de quantos pro-
Está a dizer que as empresas já não
apoiam a academia?
-Neste momento, a formação está
parada e só nos resta pedir aos que
nos ouvem para retornarem com os
apoios à Academia da Matola. Na
e de Gaza, embora esta esteja no
processo de eleição. Em relação à
Zambézia tenho muitas dificulda-
des em obter informações, de tal
ponto que pedi apoio da Direcção
Provincial da Juventude e Despor-
Qual foi o vosso primeiro desafio? -Vamos participar e tudo está fessores estão a dar aulas de xadrez verdade, sem a academia o nosso to. O outro local em que estou com
-Foi o de organizarmos o campeo- sendo preparado ao detalhe. Mas nas escolas privadas, pois, há os objectivo de fazermos do xadrez imensas dificuldades de trabalhar é
permita-me dizer que este torneio que nunca passaram da federação, uma modalidade obrigatória em Inhambane, onde há querelas entre
um
nato africano das camadas mais
jovens e, felizmente, vencemos, de- internacional que vamos organizar nuncaa tiveram uma formação e, Moçambique não será atingido. Tí- xadrezistas de Maxixe e de Inham-
pois participamos em dois campeo- vai ser uma forma de também pre- logicamente, não os conhecemos e nhamos como projecto colocarmos, bane Cêu. Estive lá no mês passa-
natos mundiais, nomeadamente, no pararmos os nossos xadrezistas que queremos uniformizar a formação. num prazo de cinco anos, o xadrez do, mas não consegui reunir com os
Brasil e na Índia, e a classificação tomarão parte nas olimpíadas de Mas só os clubes tradicionais é que em todo o país, queríamos fazer xadrezistas.
surpreendeu-nos positivamente, xadrez da Geórgia.
porque o evento foi corporizado
pelos melhores atletas do plane- Internacional BCI

Pódio de Tang So Do orgulha DStv


ta. Conseguimos ficar no meio da Internamente, o que é que a FMX
tabela e isso foi significativo, pois, está a fazer de concreto na compo-
estamos a falar de crianças que cla-

R
nente desportiva?
ramente não possuíam experiência -Estamos a organizar a nossa pri-
de

neste tipo de eventos. meiraa assembleia ordinária, que ealizou-se de 13 a 15 feito foi mesmo alcançado, colo- ção em competições interna-
E que há a dizer em relação ao afri- vai acontecer no próximo mês de de Julho, do corren- cando Moçambique nos holofotes cionais, limitando a exposição
cano de seniores? Agosto. Igualmente, pensamos or- te ano, na cidade de de todo o planeta. do talento moçambicano além
-Foi muito bom termos organizado ganizar, pela primeira vez no país, Greensboro, Carolina No total, 43 medalhas foi o feito da fronteiras.
o campeonato de seniores, apesar etamente,, na primeira semana
concretamente, selecção Nacional nesta prova, sen- Este ano a DStv aliviou os
do Norte, nos Estados Uni-
de o nosso melhor atleta, o Paiva, de Setembro, um torneio interna- do 14 de Ouro, 11 de Prata e 18 de custos da selecção nacional,
dos da América, a 15ª Edição
não ter estado bem no jogo em que cional, que se designará BCI. Bronze, tendo também conquista- assumindo a participação da
do Campeonato do Mundo
tinha de ganhar para ficar em se- Mas quais são os outros desafios da do dois títulos em seniores, desig- delegação composta por 23
gundo ou terceiro lugar. Acabamos de Tang Soo Do.
FMX? nadamente, Cinturões Negros por elementos.
io

ficando em quarto lugar. -São vários, mas deixa-me dizer Etevaldo Boca, pela segunda vez e Perto de um milhão de meti-
E quanto à participação de Mo- que só me sentirei satisfeito quando Composta por 21 atletas e 2 Veteranos por Michael Lee. Cláu- cais é o valor disponibilizado
çambique no Africano da Zâmbia? a federação conseguir criar clubes técnicos, a selecção Nacional dio Temporário conseguiu a pro- por aquela firma de televisão
-Nesse evento ficamos em quar- de xadrez, quando conseguirmos da modalidade deslocou-se a moção para categoria de Mestre. digital por assinatura, que
to lugar e, muito recentemente, levar xadrezistas para os diversos Greensboro com objectivo de O Tang Soo Do não é uma moda- opera em Moçambique desde
neste mês, Paiva participou na clubes de Moçambique. Eu estou
ár

alcançar títulos mundiais nas lidade olímpica e ainda carece de 1995, que se mostrou delicia-
Índia, numa competição da Com- em permanente contacto com os diferentes categorias e esse muitas dificuldades para participa- da com as conquistas.
monwealth, onde conseguiu uma diversos clubes de Moçambique,
boa prestação. Em resumo, conse- estou a falar de clubes como Fer-
Di

Moçambique em maus lençois na caf!

Reacção da FMF
N a sequência do artigo publicado há duas edições, na página
desportiva, com o título: ”Moçambique em maus lençóis na
CAF!”, a direccção da Federação Moçambicana de Futebol,
FMF, esclareceu que não constitui verdade que a decisão de
votar a favor da Coligação liderada pelos EUA na organização do
Mundial de 2026, tenha sido por imposição do Governo.
A direcção da FMF fez notar que este organismo fez uma análise
minuciosa das candidaturas em termos de possíveis ganhos e achou
melhor apoiar a candidatura da Coligação liderada pelos EUA.
Savana 20-07-2018
OPINIÃO
DESPORTO 23

A Final do Mundial de futebol

A Croácia e a França ensinaram-nos muito


A parte apitos, dribles, faltas, Diztingen, na Alemanha, ou sobre- Precisamos nos deter sobre os tro ser humano. SEGUNDA-FEIRA, 16 de JU-
viveram em pleno conflito, como

o
golos, laterais e penaltis, ensinamentos humanísticos des- Peço-lhes que pensem muito sobre LHO de 2018.
marcados ou não, o encer- Luka Modric (escondido em Za- se episódio, a fim de aprendermos o que viram, e que amem, perdoem
ramento da Copa 2018, dar). Modric, inclusive, testemu- o cerne da bondade e passarmos a e sejam solidários com o próximo; Fraternalmente,
domingo, em Moscovo, foi uma nhou a sua casa incendiada por mi- conjugá-la por simples amor ao ou- logo, aqui e agora. Roberto, um torcedor brasileiro

log
verdadeira prece. Não bastasse o licianos da minoria sérvia da então
jogo ter sido ordeiro e sem baixa- Jugoslávia e arcou com o trauma de
rias, inclusive as quedas provocadas suportar o fuzilamento do seu avô.
que tanto ridicularizaram o Brasil Já a campeã França é toda misci-
e seu principal jogador, afastados genada, é toda multicultural, é toda
das finais com uma performance feita de famílias vindas da pobreza
deplorável há uma semana, para em busca de um lugar ao sol na Eu-
frustração de cerca de duzentos mi- ropa. Não deixa de ser uma selecção
lhões de compatriotas, a Croácia e a maioritariamente africana.
França mostraram a elegância que N’Golo Kanté é filho de imigran-

ció
o pedagogo e historiador francês tes do Mali e, absurdamente, catava
Pierre de Frédy, mais conhecido lixo nas ruas de Paris aos sete anos.
pelo seu título nobiliárquico de Ba- Presnel Kimpembe é filho de con-
rão de Coubertin, criador dos jogos goleses. Benjamin Mendy é filho
olímpicos modernos havia preconi- de senegaleses. Ousmane Dembé-
zado para o relacionamento intra e lé é filho de mãe senegalesa e pai
extra campo para atletas. malinês. Corentin Tolisso é filho de
imigrantes de Togo. Blaise Matuidi
Foi dignificante para toda a dita ci-
vilização moderna.
Principalmente pelo que mostrou
em termos de igualdade entre ra-
ças e etnias, aceitação do próximo
e resignação diante da vitória bem
conquistada pelo adversário.
é filho de angolanos. Steven Nzon-
zi veio do Congo. Samuel Umtiti,
autor da cabeçada salvadora na se-
mifinal contra a Bélgica, é natural
de Camarões.
Os heróis velocistas e fintadores
Paul Pogba e Kylian Mbappé, res-
so
Mais importante, porém, foi des- ponsáveis pela diferença do placar
tacarmos o êxito de dois grupos na decisão, não fogem à regra. O
primeiro é filho de mãe guineense
um
minoritários sobre as chamadas
grandes nações, que inclusive se e pai congolês; e o segundo, de pai
vangloriam de praticar o melhor camaronês e mãe argelina.
futebol graças ao dinheiro que põe Se a Croácia não tivesse repatriado
em campo. os seus filhos dilectos, não colocaria
Como escreveu muito bem o jorna- o seu nome na história com o se-
lista Fabrício Carpinejar, não houve gundo lugar, superando os feitos de
derrotados no 4 a 2 da França sobre Sukker de 1998.
a Croácia. Os franceses ganharam o Se a França não tivesse abertas as
seu bicampeonato em jogo electri- suas fronteiras e derrubado a Basti-
zante (igualando-se em títulos com lha das etnias, o seu combinado de
a Argentina e o Uruguai), mas foi o furacão e técnica desapareceria do
de

amor que venceu o ódio na final da mapa do nosso coração”.


Copa. O futebol bateu o racismo, a Que bela demonstração de fugaz
xenofobia e a intolerância religiosa. elevação moral da humanidade!
Não significou apenas uma decisão O corredor que os jogadores fran-
inédita, mas uma demonstração de ceses fizeram para saudar os colegas
força da integração entre povos e da croatas é exemplo do mundo soli-
superação globalizada das diferen- dário entre todos os povos e raças
ças. que queremos. Parabéns à França,
Ambas as selecções representaram parabéns
abéns à Croácia, parabéns a to-
dos os times que participaram
participar da
io

minorias em campo, ambas des-


pertavam a simpatia das claques do Copa. E, como disse um comen-
resto do mundo pelas histórias de tarista de televisão compatriota
feridas e de discriminação, ambas com larga experiência em campo,
correspondiam a lados mais fracos o Walter Casagrande, “que a hu-
e desfavorecidos da humanidade. mildade volte ao futebol do Brasil”,
ár

Foi o encontro entre um time de perversamente desfigurado pela


refugiados, a Croácia, e um time de mistura de ambições desmedidas e
imigrantes, a França. carácter.
epidémica falta de ccarácter
A Croácia é formada de atletas que Não precisamos dizer mais nada
sofreram com a guerra pela inde- sobre um evento tão nobilitante, a
pendência. Ou ficaram desterrados nos ensinar, à sua maneira, que po-
Di

em outro país como Ivan Rakitic, demos, sim, evoluir a ponto de to-
na Suíça, e Mario Mandzukic, em dos nos tornarmos homens de bem.

Anuncie a sua marca, produto e serviços, na


SAVANA FM . Proporcionamos para si pa-
cotes promocionais, contacte-nos através de:
84 1440048, 82 8944278 ou ainda através do
e-mail: radiosavana100.2@mediacoop.co.mz
SAVANA 100.2 FM

Visite agora e mantenha-se informado,


(integridade & independência)
https://www.savana.co.mz
CULTURA
24 Savana 20-07-2018

Um livro que desafia todo e qualquer “sistema”


E m 1986, quando o Quénia era
dirigido a ferro e fogo pela di-
tadura de Daniel Arap Moi,
captura contra Matigari, o seu per-
sonagem que pela forma verosímil
como é apresentado, parecia ser uma
figura real e não ficcionada. Quando
horas, durante a realização da segun-
da edição da “semana das artes”, um
evento que celebra a cultura moçam-
bicana e a apresentação será feita por

o
chegou às bancas um livro es-
crito em Gïküyü, uma das 68 línguas se descobriu que a figura misteriosa José Castiano, professor associado de
faladas naquele país africano e que retratada no livro havia sido inventa- Filosofia Africana e Contemporânea
também é oficialmente considerada da pelo seu autor, simplesmente tra- da Universidade Pedagógica, que fará
tou-se de retirar o livro de circulação uma contextualização do pensamen-

log
língua regional da zona centro. O re-
ferido livro, com o título “Matigari”, e interditar a sua leitura. to de Ngugi Wa Thiongo à luz dos
veio dar continuidade ao que o seu A versão em Português do livro que problemas actuais de Moçambique.
autor, o escritor Ngugi Wa Thiongo, conta com 145 páginas foi traduzida De acordo com Jessemusse Cacinda,
já havia feito em seus outros livros, do Inglês para português por Sandra co-fundador da Ethale Publishing,
“Pétalas de Sangue” e “Mutharabani” Filipe com revisão de Lucílio Man- o livro tal como os outros da edito-
que é de pintar uma imagem áspera jate e coordenação editorial de Jesse- ra estará em todas as províncias do
e desigual da vida neocolonial africa- musse Cacinda e Alex Macbeth e é país, porque segundo suas palavras: “a
na, expondo de forma nua e crua as o primeiro livro de uma colecção de- nossa missão é investir para que a li-
desigualdades e injustiças cometidas signada “clássicos africanos” em que a teratura africana seja conhecida pelos

ció
pelos dirigentes contra o povo. editora pretende trazer para a língua próprios africanos, por isso que para
portuguesa os livros dos principais além de assegurar que o livro esteja
O escritor, que tem sido unanime- autores do continente africano. em todas as províncias, também ofe-
mente considerado um dos maiores O professor e investigador Adérito recemos às escolas e bibliotecas do
da actualidade, acabava de sair da Barbosa, da Universidade Católica de país”.
cadeia, para onde foi parar quando, Moçambique, que prefaciou a obra, Cacinda explicou que a sua editora
em 1977, saiu o seu primeiro roman- referiu que quem for a ler o livro per- vai ainda apresentar aos moçambi-
Ngugi Wa Thiongo
ce (Diamantes de Sangue) que veio ceberá que foi escrito para qualquer canos outros dois livros clássicos cuja
denunciar a forma como a corrupção, combatente pela liberdade que, de- blemas vividos naqueles anos e que país uma vez que apresenta a imagem tradução está feita, estando neste mo-
a injustiça e a pobreza eram alimen- de um governo mau e um bom go- mento processos de natureza edito-
tadas pelas agências multilaterais de-
monstrando que, afinal, a verdadeira
independência não havia acontecido
e que os verdadeiros combatentes
pela liberdade haviam sido reduzidos
a parasitas e loucos, enquanto uns
mentirosos pregavam o evangelho da
pois de ter ficado muito tempo no
mato a combater o colono, volta à
cidade e descobre que, afinal, nada
mudara, ou seja, haviam mudado as
pessoas, mas a repressão continuava,
além do mais, os filhos dos colonos e
seus apoiantes que para o exterior ha-
so
até hoje continuam a ter actualidade.
Aliás, quase todos os problemas que
se vivem no Moçambique actual são
abordados neste romance que explora
temas como a liberdade, a democra-
cia, a justiça, a corrupção, a ajuda ex-
terna, a subjugação da mulher, o uso
verno. “Se queremos entender um go-
verno que não seja bom, encontramos
uma imagem interpelativa na cena do
ministro da verdade na visita à fábri-
ca. Usa todas as manhãs para canali-
zar todas as decisões segundo a linha
deste governo opressor, aterrador e
rial. Trata-se dos livros: “A greve dos
mendigos” da escritora Senegalesa
Aminata Sow Fall e “Esta é a nossa
vez de comer” da jornalista britânica
Michela Wrong.
Ngugi wa Thiongo é um dos nomes
mais sonantes da literatura africana,
liberdade pilhando os recursos e o sa- viam ido estudar agora controlavam da força para a repressão do pensar elitista. No colonialismo, os brancos figurando, nos últimos anos, na lista
crifício do povo. toda a máquina repressiva e os ver- ente e o investimento de agên-
diferente detêm o poder, no neocolonialismo, dos cinco favoritos ao prémio Nobel
dadeiros heróis pela liberdade haviam cias internacionais em guerras para os africanos no poder seguem a mes- de literatura. Nasceu a 5 de Janeiro de
um
No livro que agora sai pela primeira
vez em português, através da editora sido completamente apagados. ender soluções de paz.
depois vender ma linha dos brancos. Só mudou a 1938 em Kamirithu, centro do Qué-
moçambicana Ethale Publishing, é Sem mencionar sequer o nome do Aliás, quando o livro saiu, o governo cor da pele. A grande questão é que nia, tendo sido formado na Makere-
contada a história de Matigari, um país, o autor passeia sobre os pro- Queniano emitiu um mandato de quer no governo colonialista quer no re University College, em Kampala,
governo neocolonialista, o povo con- Uganda, e na Universidade de Leeds
tinua igual: na miséria, na pobreza, no Reino Unido. Actualmente, é pro-

“Grito Negro” no CCBM


sem infra-estruturas que lhes pos- fessor de Literatura Inglesa e Com-
sam dar um mínimo de dignidade e parada na Universidade de Califór-
condições de sobrevivência”, remata o nia (EUA). Tem uma série de livros,

E
professor. ensaios e peças de teatro, sendo que
O livro que já se encontra disponível se destaca por estar a escrever os seus
m homenagem àqueles que flectir.. E esse é o teatro que acredito. acaso que essas actividades tenham na Minera em Maputo e na Beira será romances em Gikuyu, contribuindo
escreveram sobre a indepen- Sem isso não é arte. A literatura mo- pouco em comum com a vida cultu- lançado na sala magna desta livraria desta forma para a valorização das
de

dência de Moçambique e cria- çambicana escrita é recente. É apenas ral da imensa maioria da população no próximo dia 25 de Julho pelas 18 línguas africanas autóctones. A.S
ram o movimento das “poesias no século XX que vejo surgir uma africana. Falar de “um” Moçambique
de combate”, extremamente fortes produção, principalmente poética, já – ou de uma entidade que se pudesse
até aos dias de hoje e com mereci- que a prosa, me parece, só ganhou qualificar como Moçambique – não
mento de mais espaço de exposição corpo com o pós-independência, era reconhecível em termos sociais e
e provocação, “Grito Negro” é uma influenciada pelos padrões estéticos culturais nem tão-pouco sequer ho-
performance com leitura e canto da metrópole portuguesa”.
tuguesa”. Acrescen- mogêneo. De facto, como mencionei,
com participação do actor brasileiro tando que “para criar o roteiro, notei até à década de 40, o que parecia ter
radicado em Moçambique, Expedi- que lá pelos anos 40, no entanto, po- no território moçambicano é uma li-
to Araujo, e da actriz moçambicana demos sentir a presença de elemen- teratura de assimilação, uma fase co-
io

Melanie de Vales, que conquistou tos moçambicanos no faz fazer literário lonial, que tem nos moldes europeus
o grande público ao protagonizar o de escritores como José CravCraveir
Craveirinha o legado para a sua produção”.
filme de Licínio Azevedo, “Comboio e Noémia de Sousa, porta-vozes de O actor brasileiro espera tocar o pú-
de Sal e Açúcar”. O evento terá lugar uma poesia fortemente comprome- blico amante da literatura nacional.
no dia 26 às 18:30h no Centro Cul- tida com a construção de um espaço “E só nos anos 40 é que houve uma
tural Brasil-Moçambique (CCBM), literário próprio e com questões po- espécie de rebeldia, a partir deste
ár

com entrada a 100 meticais. líticas e sociais, destacando-se, entre tempo é que se sente a presença de
elas, a da negritude, e da qual sou fã. elementos moçambicanos, o pensa-
Grandes escritores e artistas. Preci- mento africano dos escritores (Noé-
Segundo Expedito Araujo, que tam- samos de mais como Craveirinha e
bém assina a concepção da perfor- mia de Sousa, Craveirinha, e outros).
Noémia para criar uma revolução de
mance,, a ideia nasceu de uma parti- E ainda hoje dá-se continuidade
verdade. É preciso o risco. É necessá-
cipação em evento muito singular no disso, e tornando-se a literatura mo-
rio estar na contramão”.
Di

Centro Cultural Moçambique-Ale- çambicana cada vez mais universal.


Ainda na pesquisa, a fim de melhorar
manha, onde na ocasião pôde expe- Não posso deixar de dizer que sou fã
a escolha da literatura moçambicana
rienciar esta temática com mais verti- de José Craveirinha. E sua literatura
e os seus principais autores e objeti-
calização ao lado dos músicos Texito vando mostrar o cenário sobre o qual me move como artista. Filho de pai
Langa e Rhodalia Silvestre, e do ar- ela começou a constituir-se, o actor português e de mãe moçambicana, a
tista Feling Capela. “Foi sensacional, recorda de umas palavras de Patrick poesia de José Craveirinha atravessou
fez o coração bater mais forte e o Chabal, de 1994. “Moçambique era, e representou todas as fases nas quais
corpo arrepiar. Um encontro de di- entre as colônias africanas, a menos a literatura de Moçambique costu-
ferentes linguagens artísticas em prol integrada, um território mal dividido ma ter pertinência. Craveirinha não
de uma manifestação de conteúdo onde poucos africanos eram letra- é um escritor de mercado. É de arte.
para lá de relevante. Não podia parar dos e onde as divisões raciais e so- É comprometido. Isso é fenomenal e
ali. Por isso surge “Grito Negro”, que ciais eram infinitamente complexas. admirável. São poucos os “Craveiri-
ao lado da fabulosa e parceira actriz Dado esse estado de coisas, não é de nhas” neste mundo que vivemos. Es-
e cantora Melanie de Vales, podere- admirar que a vida literária de Mo- peramos tocar e provocar no público
mos aprofundar e contar muito além çambique tenha inicialmente estado um pouco que seja, de tudo que este
do que está na literatura. É o papel centrada nas actividades do mestiço grande artista provoca em nós”, fina-
do teatro: Transcender, provocar, re- e do português branco. Não é por liza Expedito Araujo.
Dobra por aqui
g o
CO DO SAVANA Nº 1280 ‡ DE JULHO DE 2018
SUPLEMENTO HUMORÍSTICO

O AANTES...
ól o
MALTA ADMIRA-SE COM A QUANTIDADE DE

c i
AFROGAULESES DOS CAMPEÕES MUNDIAIS E O QUE
DIZER DOS AFRO EUROPEUS DO HOQUEI NACIONAL?
É A MULTICULTURALIDADE MEUS SENHORES....

s o
u m
d e
ir o
D iá
2 Savana 20-07-2018 SUPLEMENTO Savana 20-07-2018 3

SANTOS DO BRASIL FAZEM MILAGRES.......


g o
ól o
c i
s o
u m
d e
ir o
D iá
Savana 20-07-2018 27
OPINIÃO

Abdul Sulemane (Texto)


Ilec Vilanculo (Fotos)

o
Personalidade camaleónica

log
N as vésperas das eleições, os membros dos partidos procuram a todo o
custo estar em lugares onde possam tirar maiores benefícios para si. A
questão da fidelidade destes membros faz-nos pensar que os políticos
mudam de cores partidárias como se fossem camaleões.

ció
Quando se filiaram aos respectivos partidos conheciam as regras que os regem, os
propósitos e objectivos. Entretanto, quando sentem que os seus interesses estão
a ser ameaçados saltam do barco. Fica difícil confiar neste tipo de pessoas que
mudam de opinião com uma facilidade extrema. Quando existe algo de que dis-
cordam não procuram sentar e debater os seus posicionamentos. Isso indigna o
eleitor e faz com que perca a confiança.
E para entender melhor este tema, eu escolhi utilizar como metáfora o nobre
camaleão. Um bichinho de mais ou menos 60 centímetros que tem uma relação
não muito amigável com os outros colegas de espécie, além de uma língua bem
grande para conseguir se defender de outros animais e alimentar-se.
Acredito que, ao ler o título do texto, rapidamente já tenha entendido o porquê da
minha escolha. O camaleão é um dos animais que muda de cor quando é preciso
se adaptar ao tempo e ao local onde se encontra. Ninguém melhor do que ele para
nos exemplificar algo que também é necessário para nós, seres humanos.
Na nossa cultura, o camaleão é utilizado para descrever bons actores e ainda pes-
soas maleáveis que têm a possibilidade de alterar seu comportamento conforme
so
as características do ambiente e, trazendo estas características para a nossa vida
real, é exactamente assim que somos convidados a ser em nossas vidas, o tempo
um
todo.
Falamos disso por causa de muitos que tiveram este comportamento nos últimos
tempos. Desta vez foi Venâncio Mondlane que saltou do partido MDM para a
Renamo, juntamente com uma dezena de colegas seus.
Este comportamento fez com que algumas figuras políticas, independentemente
das suas cores partidárias, tecessem o seu posicionamento sobre a situação. Mesmo
com o comportamento de camaleão que algumas figuras podem estar a ostentar,
é interessante ver membros de partidos diferentes a conversarem amigavelmente.
Estamos a dizer isso por causa da conversa travada entre Ivone Soares, chefe da
Bancada parlamentar da Renamo, e Caifadine Manasse, porta-voz do partido
Frelimo. Vejam como Ivone Soares escuta atentamente. Como se o membro do
de

partido dos camaradas estivesse a dizer que em tipos como estes não dá para
confiar.
Outra conversa semelhante entre membros de partidos diferentes é vista entre
Fernando Bismarque, do MDM, e Edmundo Galiza Matos Júnior, da Frelimo.
Nesta segunda conversa, os jovens deputados devem estar a comungar da ideia de
que este comportamento mancha a camada jovem que faz política com alguma
imaturidade.
Quem deve estar a dizer: se fosse no seio dos camaradas o comportamento do
VM teria tido o devido correctivo, é Manuel Tomé que provoca um sorriso em
Benvinda Levi, conselheira do Presidente da República e antiga ministra da
io

Justiça.
Quem não escondeu o seu descontentamento pelo comportamento é Jorge Fer-
rão, Reitor da Universidade Pedagógica e Su Jian, Embaixador da China em
Moçambique, disfarçou com o seu olhar diplomático. Mas deve ter aprendido
que o ser o humano tem comportamento camaleónico. Para sabermos onde pode
ár

chegar a personalidade humana. Melhor dizendo, personalidade camaleónica.


Di
À HORA DO FECHO
www.savana.co.mz EF+VMIPEFt"/0997t/o 1280
z- se
. Di
IMAGEM DA SEMANA Di z- s e . .

t1BSBBMÏNEBNVMUJDPMPSTFMFDÎÍPGSBODFTB BCFMBQSFTJEFOUF
BMÏNEBNVMUJDPMPSTFMFDÎÍPGSBODFTB BCFMBQSFTJEFOUF
DSPBUB ,PMJOEB(SBCBS RVFUBNCÏNGBMBQPSUVHVÐT FTUFWFTPC
PTIPMPGPUFTEP.VOEJBMRVFUFSNJOPVEPNJOHPFN.PTDPWP

o
1BSBSFnFYÍPEFBMHVOTEPTOPTTPTQPMÓUJDPTDBTFJSPT QBSBFTUBS
1BSBSFnFYÍPEFBMHVOTEPTOPTTPTQPMÓUJDPTDBTFJSPT QBSBFTUB
QSFTFOUFOB3ÞTTJB ,PMJOEBUJSPVGÏSJBT QBHPVEPTFVCPMTPP
CJMIFUFEFBWJÍPFBFTUBEJB"MÏNEPNBJT ÏQPMJUJDBNFOUFEF
EJSFJUBy

log
t2VFNFTUFWFOBSJCBMUBFWBJEFJYBSEFFTUBSÏPFNCBJYBEPS
t2VFNFTUFWFOBSJCBMUBFWBJEFJYBSEFFTUBSÏPFNCBJYBEPS
3PESJHP4PBSFT VNGPMJÍPBNJHPEFGBSSB DVMUVSBFTBNCBRVF
EFJYBFNCSFWF.BQVUP QBSBTFSTVCTUJUVÓEPQFMPEJQMPNBUB
$BSMPT*HMÏTJBT1VFOUF PBOUJHPSFQSFTFOUBOUFCSBTVDBOB5BO-
$BSMPT*HMÏTJBT1VFOUF PBOUJHPSFQSFTFOUBOUFCSBTVDBOB5BO
[BOJB4BSBWÈFNCBJYBEPSy

t0VUSPFNCBJYBEPSCFNDPNFOUBEP VNWFUFSBOPEBTOPTTBT
CBOEBTRVFUBNCÏNFTUFWFQFMP#SBTJM EFQPJTEFUFSBOEBEP

ció
FN CJDPT EF QÏT QPS .BQVUP  GPJ QBSBS B MPCJTUB EP EJUBEPS
5FPEPSP0CJBOH BRVFNFTUÈVOJEPQPSMBÎPTGBNJMJBSFT/P
QBTTBEP  PVUSPT SFQSFTFOUBSBN B *OEPOÏTJB EPT HFOFSBJT GBT GBT-
Barack Obama e Graça Machel na cerimónia de comemoração DJTUBTFOÍPFTUÈMPOHFPNPÎBNCJDBOPBUFSBCBOEFJSJOIBEF
do 100.º aniversário do nascimento de Nelson Mandela, que *TSBFMOPTFVQPQØy
decorreu esta terça-feira em Joanesburgo.
t/BSJCBMUB QPSPVUSPTNPUJWPT FTUÈB4BTPMEPQBÓTEPTDVOIB-
t/BSJCBMUB QPSPVUSPTNPUJWPT FTUÈB4BTPMEPQBÓTEPTDV
EPTRVFNBOEPVEPJTFYFDVUJWPTEFUPQPB.BQVUPFFODPO
EPTRVFNBOEPVEPJTFYFDVUJWPTEFUPQPB.BQVUPFFODPO-
USBSBNBTQPSUBTRVBTFUPEBTGFDIBEBT/FN13 OFN1.F 

*XHEX]DQmRÀJXUDQRVKRUWOLVW

&0&0SURS}H0DSXWR.DWHPEH
so OVNBOPJUFGSJB PKBOUBSRVFEFWFSJBUFSPTQBSDFJSPTEPPJM
OVNBOPJUFGSJB PKBOUBSRVFEFWFSJBUFSPTQBSDFJSPTEPPJM
HBTËNFTNBNFTBUFWFDPNPmHVSBTEFQSPByPCBTUPOÈSJP
EPTBEWPHBEPTFPSFJUPSEFVNBVOJWFSTJEBEFQÞCMJDB"[BOHB
DPN.S.BYEFWFTFSNFTNPQFTBEBy

t%FQPJTEFUFSTJEPCBOJEPQPSEJSFDUJWBPmDJBM FTUÈEFWPMUBFN
t%FQPJTEFUFSTJEPCBOJEPQPSEJSFDUJWBPmDJBM FTUÈEFWPM
DSFTDFOEPËTMJEFTEBDPNVOJDBÎÍP PDPOnJUPIPNFNBOJNBM
DSFTDFOEPËTMJEFTEBDPNVOJDBÎ

O
1BSBBMÏNEBTWJEBTRVFTFQFSEFN BENJOJTUSBEPSFTFPVUSBT
Conselho Municipal BOUJHP QSFTJEFOUF  NVJUP BTTPDJBEP 4ÏSHJP /IBTTFOHP  $BNJMP .B- .B
BVUPSJEBEFTMPDBJTQSFDJTBNEBQVCMJDJEBEFQBSBBMJNFOUBSPT
ËT DIBNBEBT EÓWJEBT PDVMUBT  TFSJB OIJÎB  %PNJOHPT $IJOHVFNBOF F
um
da Cidade de Maputo
TFVTOFHØDJPTFFYQFEJFOUFTFTUPNBDBJT
(CMCM) submeteu, esta BMUBNFOUF QFOBMJ[BEPS QBSB B 'SF- "SNBOEP1BJB
semana, à Assembleia MJNP TPCSFUVEP OBDBQJUBM /P JOÓDJP EB TFTTÍP  VN NFNCSP
t/BSJCBMUBUBNCÏN MÈQBSBBTUFSSBTEPSJPEPTCPOTTJOBJT FTUÈ
Municipal de Maputo (AMM,) 4FHVOEPP1SFTJEFOUFEP$.$.  EP .%. JOUFSQFMPV B NFTB QBSB
VN DPNJTTÈSJP QPMÓUJDP  RVF  OB BMUVSB  TVCTUJUVJV VN IPOP-
o nome Maputo-Katembe, como %BWJE 4JNBOHP  RVF GBMBWB OFTUB EJ[FS RVF IBWJB iJOUSVTPTw OB TBMB 
SJTDBVTBQSPNPWJEPBWJDFNJOJTUSP%FTDPOmBTFRVFQPVDP
proposta para designar a Ponte que RVBSUBGFJSBOB99***TFTTÍPPSEJ- SFGFSJOEPTFBPTTFVTBOUJHPTDPMF
SFGFSJOEPTFBPTTFVTBOUJHPTDPMF-
TBCFEF4FHVSBOÎB4PDJBMNBT OBWFSEBEF BJEFJBÏSFTPMWFS
esta a ser construída sobre a Baía OÈSJBEB"". BPCSBFODPOUSBTF HBT RVF TF CBOEFBSBN QBSB P MBEP
OP mN F FYJTUF B OFDFTTJEBEF EB BMHVNBTRVF[ÓMJBTDPNBFYUTVOBNJEBEF+VMIPOPHSBOEF
de Maputo. EB 3FOBNP %F TFHVJEB  PT DJODP
NFTNBUFSVNOPNF CBMVBSUFEBPQPTJÎÍP
EJTTJEFOUFTBCBOEPOBSBNBTBMB
0QSPDFTTPEFBUSJCVJÎÍPEPOPNF &OUSFUBOUP  GPJ OFDFTTÈSJP SFBMJ[BS &OUSFUBOUP PFYDIFGFEBCBODBEB
QBSBBQPOUFGPJEFTFODBEFBEPEFT- BVTDVMUBÎÜFTQÞCMJDBTOPTEPJTEJT-
BVTDVMUBÎÜFTQÞCMJDBTOPTEPJTEJT EP.%.FVNEPTEJTTJEFOUFT *T-
EP.%.FVNEPTEJTTJEFOUFT *T
t.BJTQBSBPJOUFSJPS OBFY7JMB.BDIBEP SFCBQUJ[BEBEF/IB-
EF P JOÓDJP EB DPOTUSVÎÍP EB NFT- USJUPT BCSBOHJEPT QFMB JOGSBFTUSV-
JOGSBFTUSV- NBFM/IBODVDVÏFYQMJDPVRVFTFm-
NBFM/IBODVDVÏFYQMJDPVRVFTFm NBUBOEB VNBTJNQMFTEFOÞODJBË1(3 ÏTVmDJFOUFQBSBTF
MJWSBSFNEVNDBNBSBEBRVFEVSBOUFDJODPBOPTTFSFDVTPVB
de

NB  UFOEP TVSHJEP  GPSNBMNFOUF  UVSB TFOEPRVFQSFWBMFDFVPOPNF [FSBNQSFTFOUFOBTBMBOPDVNQSJ


[FSBNQSFTFOUFOBTBMBOPDVNQSJ-
QSPQPTUBT DPNP QPOUF .BQVUP- .BQVUP,BUFNCF NFOUPEPTFVEFWFS BSHVNFOUBOEP TBDJBS BT CBSSJHBT EPT TFVT DPOGSBEFT DPN SFDVSTPT QÞCMJDPT
,BUFNCF &EVBSEP .POEMBOF  %BWJE 4JNBOHP FYQMJDPV RVF EF- EF- RVFBJOEBTÍPNFNCSPTEB".. "OEBNNBMPTWFOUPTOPQBSUJEÍP
,BQGVNV  ,BUFNCF  ,BUFNCF- QPJT EB BQSFDJBÎÍP QPTJUJWB GFJUB FNiFGFDUJWJEBEFEFGVOÎÜFTw
.BQVUP QFMP$.$ÏDIFHBEBBGBTFEFTFS /IBODVDVÏEJTTFBJOEBRVFPHSV-
/IBODVDVÏEJTTFBJOEBRVFPHSV t/BQSPWÓODJBBPMBEP EBOÎBSBNPTBENJOJTUSBEPSFTTVCNFUJEPT
"PRVFPSAVANABQVSPV OVNB TVCNFUJEBBPØSHÍPEFMJCFSBUJWPEB QP FTUÈ iDPNQMFUBNFOUF USBORVJMP ËQSPWBPSBMËTNÍPTEPFOHFOIFJSPEF.VFEB/PTNVSNÞ-
QSJNFJSB GBTF  BMHVOT TFDUPSFT QSØ- "..  QBSB EFQPJT QBTTBS QBSB P F DPOTDJFOUFw EF UVEP RVF QPEFSÈ SJPT EPT QSFTFOUFT  JOUFSSPHBWBNTF TF P HPWFSOBEPSQPMÓDJB
YJNPT EF "SNBOEP (VFCV[B UFO- .JOJTUÏSJPEB"ENJOJTUSBÎÍP&TUB-
.JOJTUÏSJPEB"ENJOJTUSBÎÍP&TUB BDPOUFDFSFRVF TFEFDJEJSBNBCSB-
BDPOUFDFSFRVF TFEFDJEJSBNBCSB UFSJBOPUBQPTJUJWBFNTFNFMIBOUFQSPWBPSBM&TUÈTFNBMy
UBSBN TVHFSJS P OPNF EP BOUJHP UBMFOPmOBMQBSBBWBMJEBÎÍPQFMP ÎBSB3FOBNP ÏQPSRVFÏPNFMIPS
FTUBEJTUB QBSB B QPOUF  NBT OÍP $POTFMIPEF.JOJTUSPT DBNJOIP t.BJTB/PSUF MÈQBSBUFSSBTEPDBSWÍP ÏTBDSJMÏHJPGBMBSEPT
io

GPJ BDPMIJEP 'PJ OB BENJOJTUSBÎÍP 5PEBWJB  PT NFNCSPT EP .%. EFTNBOEPTEPTFDUPSnPSFTUBMTFNDJUBSPOPNFEPUJNPOFJ-
(VFCV[B RVF JOJDJPV B DPOTUSVÎÍP Membros do MDM OB"..QFEFNBQFSEBEPNBO- SP MPDBM F TFV nPSJOEJOIP  CFN DPNP EP KPSOBMJTUBEFMFHBEP
EB JOGSBFTUSVUVSB  DPOTJEFSBEB B expulsos EBUP EP FYDIFGF EB CBODBEB F PT EVNBUFMFWJTÍPRVFNBJTTFDPOGVOEFDPNBCBOEFJSBEBDPS
NBJPSQPOUFTVTQFOTBOPDPOUJOFO- /BTFTTÍPDPOWPDBEBQBSBBQSFTFO-
/BTFTTÍPDPOWPDBEBQBSBBQSFTFO TFVT DPNQBOIFJSPT  RVF EFWFN TFS WFSNFMIB0FTRVFNBEFCBSCBCSBODBÏPCUFSMJDFOÎBTFSFQBT-
UF BGSJDBOP " 1POUF EF $BUFNCF UBÎÍPEBQSPQPTUBEFBUSJCVJÎÍPEF TVCTUJUVÓEPT QPS "ESJBOP .BOVFM  TBSQBSBPTJSNÍPTDIJOPDBT
ár

UFNVNDVTUPEFDFSDBEF64% UPQØOJNP Ë QPOUF TPCSF B CBJB EF +VMJÍP EPT 4BOUPT  4BNBSJB /HVJ-
NJMIÜFT JODMVJOEPRVJMØNFUSPT .BQVUP F EB QSPQPTUB EP QMBOP MB  #PCJOB .JRVJTTJSJNB F $FDÓMJB t'PSBEBSJCBMUB DMJNBUFOTPWJWFTF OPTÞMUJNPTEJBT OPTFJP
EFBDFTTPT FPVUSBTQPOUFTWJBEV
EFBDFTTPT FPVUSBTQPOUFTWJBEV- NVOJDJQBM EF FTUBCJMJ[BÎÍP F NB
NB- .BTTBOHP EPQBSUJEPEBBOUJHB1FSFJSBEP-BHP0QBSUPEPTDBOEJEBUPT
UP EF QFRVFOB FOWFSHBEVSB  FOUSF OVUFOÎÍP EF UBMVEFT IPVWF FTQBÎP 3FDPSEFTFRVFPTDJODPNFNCSPT BDBCFÎBEFMJTUBQBSFDFTFSVNBWFSEBEFJSBEPSEFDBCFÎBQBSB
.BQVUPFB1POUBEP0VSP QBSBBFYQVMTÍPEPTNFNCSPTFMFJ
QBSBBFYQVMTÍPEPTNFNCSPTFMFJ- EJTTJEFOUFTBCBOEPOBSBNP.%.  VNBPSHBOJ[BÎÍPDPNVNBJNBHFNQÈMJEB'PSKBNTFFYDMV-
"PRVFPSAVANABQVSPV PBS-
BQVSPV PBS-
BQVSPV PBS UPTQFMP.%.OBTBVUÈSRVJDBTEF OPEJBEF+VOIPEPBOPFNDVS- TÜFTEPTRVFTFDBOEJEBUBSBNFNUFNQPEFWJEP NBOJQVMBTF
Di

HVNFOUP QBSB P iOÍP (VFCV[Bw Ï  RVF  FOUSFUBOUP  EFTFSUBSBN TP UFOEPDPNPKVTUJmDBUJWBPTQSP- VNBFOUSFWJTUBËSÈEJPFTUBUBM BUÏTFBWFOUBBQPTTJCJMJEBEFEF
RVFFNQSFTFOUFNPNFOUPFMFJUPSBM QBSBB3FOBNPFTUBTFNBOB CMFNBT JOUFSOPT  B GBMUB EF EFNP- SFDPSSFSBVNEPTNBMBNBEPTEPmMIPNBJTRVFSJEPEBOBÎÍP
F EBEB HSBOEF JNQPQVMBSJEBEF EP 5SBUBTF EF *TNBFM /IBODVDVÏ  DSBDJBOBHFTUÍPEPQBSUJEP(C.C) QBSBEFGSPOUBSPFWBOHFMJTUBEB3FOBNP

t   &N UFNQP EF FMFJÎÜFT  RVFN QBHB B CBOEB FTDPMIF PT NÞ-
TJDPT&TUFQBSFDFTFSPMFNBOVNQPQVMBSDMVCFEF.BQVUP
RVFTPOIBOPTUBMHJDBNFOUFDPNPSVHJEPEPMFÍP VNBIFSFTJB
QBSBPTPSUPEPYPTGSFM RVFFNNBUÏSJBEFSFQSFTFOUBÎÜFTGBV-
OÓTUJDBTEBFYNFUSØQPMF FMBTTØTÍPQFSNJUJEBTBOPSUFEPSJP
-JNQPQP

Em voz baixa
t"1(3FTUÈBJOUFSSPHBSPTNFNCSPTEPTFYØSHÍPTTPDJBJTEP
.P[BËQSPDVSBEFFWJEÐODJBTEFHFTUÍPEBOPTB/ÍPTFTBCFTF
PTHFTUPSFTEPUSJTUF/PTTP#BODPEFMFT WÐNBTFHVJSy
Savana 20-07-2018 1
EVENTOS

EVENTOS
0DSXWRGH-XOKRGH‡$12;;9‡1o 1280

BCI e Metrobus estreitam sinergias

o
log
O Banco Comercial e de
Investimentos (BCI) e a
Metrobus assinaram na
sexta-feira passada, em
Maputo, um acordo de parceria
com vista à conciliação do siste-
ma de transporte com os serviços
Na ocasião, Amade Camal, presi-
dente do Conselho de Adminis-
tração da Sir Motors, empresa que
está a implementar o Metrobus,
afirmou que este acordo vai, por
um lado, ajudar a eliminar o uso de
missão Executiva do BCI, Paulo
Sousa, referiu que estas soluções
de pagamento vêm complementar
o esforço da Metrobus com vista
à criação de um sistema de trans-
porte de passageiros moderno e de
dinheiro físico no acto do recarre- qualidade nas cidades de Maputo,

ció
e tecnologia de pagamento e de gamento dos bilhetes nas estações Matola e no distrito de Boane.
bilhética, a serem disponibilizados e, por outro, oferecer maior como- “Vamos oferecer soluções válidas
pelo banco. didade aos utentes, pois passarão a para todos, mesmo para quem não
ê-lo em qualquer lugar e a qual-
fazê-lo tem conta bancária. São soluções
Trata-se de uma parceria através quer hora. amplas que vão permitir a todos os
da qual os utentes de sistema in- “Queremos que o utente tenha a utentes do Metrobus terem os mais
tegrado de transporte Metrobus possibilidade de poder recarregar modernos sistemas de pagamento,
poderão passar a efectuar o recar- o seu bilhete confortavelmente, a aliados à comodidade, simplicidade
regamento dos seus bilhetes com escritór telefone,
partir do seu escritório, e ausência de custos”, acrescentou

so
recurso às soluções de pagamento,
nomeadamente: ATM’s, POS’s,
Internet Banking,, USSD, Conta
Móvel e QR Code, para além da
aplicação Metrobus Moz, disponí-
vel na App Store e Play Store.
casa ou mesmo dentro do com-
boio”, referiu Amade Camal, que
acrescentou que este acordo é tam-
extensiv às empresas associa-
bém extensivo
Metr
das à Metrobus.
Por seu turno, o Presidente da Co-
Paulo Sousa.
Refira-se que a Metrobus é um sis-
tema de transporte que combina a
operação ferroviária e rodoviária
através de automotoras, com car-
ruagens e uma frota de autocarros.

Joint e Fonga batem-se pela revisão de lei das associações


um

A Joint, Liga das ONG’s em


Moçambique, em parceria
com a plataforma provincial
das ONG’s de Gaza (FON-
GA), realizou, semana passada, uma
mesa redonda de Organizações da
Sociedade Civil (OSC’s) para vali-
a subscrição da carta de tomada de
posição posteriormente enviada à go-
vernadora de Gaza, Stella da Graça
Pinto Zeca, enquanto canal de comu-
nicação com o Governo central.
Uma das propostas da OSC’s é, por
exemplo, que a legalização de uma as-
rios da diferenciação”, frisou Muiam-
bo, oficial de advocacia da Joint, que
facilitou todo o processo de análise da
legislação e elaboração da proposta
de revisão alternativa.

Processo de análise
dar a proposta de revisão de Lei das sociação não careça da autorização do O processo, que conta igualmente
Associações, uma alternativa que foi Governo, bastando o registo notarial, com a parceria da OXFAM, progra-
de

submetida pelo Governo ao Parla- publicação no BR e registo civil. ma AGIR, embaixada da Suécia em
mento, que, segundo um estudo, en- Isentar-se a apresentação do certifi- Moçambique, KEPA e Reino dos
contra-se desequadrada da realidade cado de registo criminal; publicação Países Baixos, contou com a parti-
em que operam. proposta pelo Governo não represen- autofinanciamento das associações. É gratuita no Boletim da República, di- cipação do presidente do FONGA,
ta qualquer valor acrescentado com tecnic
tecnicamente imperfeita, ao persistir ferenciando das instituições com fins
Anastácio Matavel, das ONGs que
Tal estudo, realizado pela Joint e a vista a melhorar o ambiente de actua- em não rever o Código Civil e ao pre- lucrativos, são outras das propostas
operam dentro da província afiliadas
CIVICUS (Aliança Mundial Para ção da SC em Moçambique. tender duplicar quase integralmente apresentadas pela Joint.
à plataforma provincial.
a Participação do Cidadão), no âm- A título ilustrativo, um dos proble- as suas estatuições, pondo seriamente “Considerando que as organizações
O processo de auscultação, que teve
bito das pesquisas que, desde 2008, mas na proposta submetida pelo Go- em causa a unidade e a integridade da Sociedade Civil não perseguem
início no mês passado, já abrangeu as
a JOINT vem efectuando sobre o verno à AR e que está a inquietar a do sistema jurídico; bem como cria fins lucrativos é importante assegu-
io

sociedade civil é que o documento inúmeros problemas de aplicação províncias de Maputo, Gaza, Inham-
ambiente de actuação das OSC’s em rar que os seus trabalhadores, que
governamental não trata a perda da prática e, sobretudo, de interpreta- bane, Sofala, Manica, Zambézia,
Moçambique, em 2015, revelou que são normalmente voluntários, con-
a Lei das Associações ora em vigor personalidade jurídica como acto ju- ção legal, ao não ser explícita quanto tribuam no INSS a título excepcional Nampula, Cabo Delgado e Niassa.
apresenta muitas lacunas que inviabi- risdicional que é, mas sim como mero à legislação revogada”, argumentou ou facultativo. A exemplo do gover- Refira-se que, em Moçambique, a
lizam a actuação destas. acto administrativo discricionário, e Pedro Muiambo, oficial de advocacia no, parlamentos/assembleias, parti- participação da SC no espaço pú-
Assim, reconhecendo a necessidade omite a regulamentação aplicável, o da Joint. dos políticos e algumas Organizações blico está plasmada na Constituição
ár

de adequar a legislação aos desa- que é potencialmente lesivo de direi- Entretanto, tomando uma atitude (ONP, OTM, SNJ e outras) que rece- da República, bem como no discur-
fios do presente, o Governo, através tos e garantias das associações, além proactiva, e sob a liderança da Joint, bem fundos do Estado, assegurar que so político como um dos pilares da
do Ministério da Justiçaa e Assuntos de manifestamente inconstitucional. as OSC’s estão a elaborar uma pro- este procedimento seja abrangente construção do Estado de Direito
Religiosos, elaborou e submeteu, em “Não reduz os elevadíssimos custos posta alternativa mais consentânea para as associações. Havendo um va- democrático. As Organizações da
2017, ao Parlamento, uma Proposta de criação de associações e falha na com as suas aspirações, que gostariam zio institucional do Estado para dar Sociedade Civil (OSCs) são criadas
de Revisão da Lei das Associações simplificação de processos e requisi- de ver aprovada pela Assembleia da suporte às actividades das Associa- ao abrigo da Lei 8/91 de 18 de Julho,
Di

(Lei 8/91), que as OSC’s, em função tos, além de omitir prazos de decisão. República (AR). É nesta senda que ções, estabelecer-se uma Autoridade que regula o direito à livre associação,
dos desafios com que se confrontam Passa totalmente ao lado da revisão a Joint, juntamente com o FONGA, Nacional do Estado para Sociedade com base no nº 1 do artigo 76 da
no contexto em que operam, a con- indispensável do tratamento fiscal e na co-organização do evento e mo- Civil. Que se inclua de forma clara a Constituição da República de Mo-
sideram desajustada às suas reais ne- parafiscal das associações. Não con- bilização das ONGs locais, realizou, existência de ONGs, OSC, OCB, fe- çambique (CRM) de 1990 e artigo
cessidades e aspirações. tribui para a necessária modificação semana finda, um debate de auscul- derações, confederações, etc., dentro 78 da CRM de 2004, actualmente
Segundo as OSC’s, a versão de lei do paradigma de financiamento e tação das OSC’s que culminou com das Associações, estabelecendo crité- em vigor.
16 2
EVENTOS Savana 20-07-2018

Odebrecht celebra Conferência discute


acordo de clemência financiamento à saúde
A U

o
Odebrecht celebrou, re- ção, S.A. (OEC). O nosso compro- processo, serão extintas as acções ma conferência inter- junturais desfavoráveis, entre
centemente, mais um acor- misso é de actuar como um exemplo de improbidade e os processos ad- nacional destinada a os quais a vulnerabilidade da
do de leniência (clemência) de ética, integridade e transparência, ministrativos conduzidos pela AGU discutir as alternativas sua estrutura económica, o au-
com as autoridades brasi- mento do ser
serviço da dívida pú-

log
na busca de projectos que exigem o e CGU contra a Odebrecht e o seu de financiamento e
leiras, o qual permitiu fortalecer a que de melhor temos a oferecer à grupo económico pelos factos nele gestão de recursos públicos no blica (especialmente em 2016
segurança jurídica daquele grupo sociedade: a experiência técnica de revelados. sector de saúde em Moçambi- com a descoberta das dívidas
empresarial e assegurar a retoma quem é reconhecido como um dos Aqueles dois órgãos da justiça re- que terá lugar em Maputo de “ocultas” contraídas ilegalmen-
dos seus negócios. O acordo envol- melhores representantes da excelên- conhecem a sua importância no 28 a 30 de Agosto. O evento te junto de credores internacio-
ve o Ministério da Transparência cia da engenharia brasileira”, disse combate à corrupção pelo acervo de reunirá diversos actores nacio- nais) e a falta de transparência
e Controladoria-Geral da União o director executivo da Odebrecht, provas apresentadas pela empresa, nais e internacionais que se de- na gestão das contas públicas,
(CGU) e a Advocacia-Geral da Luciano Guidolin. o que contribuirá para a reparação dicam a ou transversalmente que levou à suspensão do apoio
União (AGU). Este é o maior acor- O mesmo acordo permite, igual- dos danos causados e a aplicação de lidam com matérias relaciona- ao orçamento do estado pe-
do celebrado por estes dois órgãos mente, a preservação da empresa e sanções aos agentes públicos e par- das directa ou indirectamente los parceiros de cooperação,

ció
federais brasileiros. a continuidade das suas operações, ticulares, envolvidos na prática de com o sector de saúde. causando impactos negativos
dos empregos e do pagamento de sobre a economia e outros sec-
actos ilícitos. Outro destaque dessa
Em Dezembro de 2016, a Odebre- impostos, com a geração de recei- tores.
negociação foi o alto grau de cola- O colóquio tem como tema
cht, S.A. já havia assinado outro im- tas necessárias para pagar os valores O sector de saúde é um dos
boração da Odebrecht reconhecido “Que alternativas para o finan-
portante acordo com o Ministério acordados. principais prejudicados pelas
pelos órgãos, o que permitirá a utili- ciamento e gestão de recursos restrições, com consequências
Público Federal do Brasil, com o O valor foi calculado pelas equipas
zação dos factos revelados para a sua públicos no sector de saúde que vão das dificuldades no
departamento de Justiça dos Esta- da CGU e AGU e será abatido do
dos Unidos e com a Procuradoria- actuação no combate à corrupção. em Moçambique?”, pretende provimento de infra-estruturas
valor do acordo de leniência, assina-
-Geral da Suíça, para a resolução do pela Odebrecht, em Dezembro Importa realçar que a Petrobrás identific
identificar e debater soluções à falta de fármacos nos hospi-
da investigação sobre a participação
das empresas do grupo, na realiza-
ção de actos ilícitos praticados em
benefício do grupo económico.
“Este acordo (com a CGU e a
AGU) permite-nos avançar de
forma mais sustentável na retoma
de 2016. Os recursos serão destina-
dos à Petrobras (a empresa nacional
de petróleos brasileira) e a outros
órgãos da administração federal
brasileira.
Este acordo também servirá para
disseminar as boas práticas espe-
so
aprovou, recentemente, a celebração
de um termo de compromisso com
o Grupo Odebrecht, prevendo um
conjunto de obrigações de integri-
dade,, o qual permite o levantamento
do bloqueio cautelar, autorizando a
participação das empresas do grupo
para responder à crescente de-
manda por serviços públicos de
qualidade nos sectores priori-
tários da agenda do Governo
de Moçambique, com especial
enfâse para o sector de saúde,
num contexto de escassez de
tais públicos.
A conferência é organizada
pela Fundação Mecanismo de
Apoio à Sociedade Civil (Fun-
dação MASC) em parceria
com a Universidade Pedagógi-
ca (UP), Universidade Católica
do crescimento, principalmente na radas no relacionamento público- em licitações desta empresa estatal recursos financeiros. de Moçambique (UCM), Fun-
Odebrecht Engenharia e Constru- -privado. Com a conclusão deste brasileira. Moçambique enfrenta, desde dação SOICO (FUNDASO),
um
2015, fortes restrições orça- Centro de Aprendizagem e
mentais, o que se atribui a uma

TCT recupera madeira


Capacitação da Sociedade Ci-
combinação de factores con- vil (CESC).

desperdiçada por furtivos Dimande reeleito


presidente da CCM
A TCT, Indústria Florestal
(TCT-IF) – uma empre-
abandonados no terreno, criando
um impacto ambiental muito ne-
Outras acções no mesmo domínio
incluem a oferta de carteiras esco-

C
de

sa participada pela Gapi e gativo. lares e caixões, às comunidades lo-


que detém uma concessão Rui Amaral explicou que a TCT- cais” . om um total de 144 votos, olhar em primeira mão a reestrutu-
de 25 mil hectares no distrito de -IF, reconhecendo o enorme poten- Em 2015, a TCT-IF foi galardoa- contra 77 do candidato da ração da CCM, onde serão revistos
Cheringoma, província de Sofala cial do Pau Preto e Mopani, iniciou da pelo Governo de Moçambique Lista “A”, António Matabe- os seus estatutos para harmonizar as
– está a recuperar diversa madeira uma campanha de marketing no le, Julião Dimande foi ree- suas actividades.
pela Excelência na gestão dos re-
preciosa e com valor para exporta- espaço europeu para averiguar a leito para presidente da Câmara de “Vamos capitalizar, a partida a for-
cursos florestais, em virtude do seu
ção, abandonada por operadores existência de mercados
cados para tais es- Comércio de Moçambique (CCM). mação. Temos bolsas para a forma-
empenho na reflorestação, com o
furtivos que têm vindo a destruir As eleições foram realizadas esta se- ção dos nosso empresários. Também
pécies de madeira. envolvimento da comunidade, in-
vastas áreas de floresta com abates mana na sede da CCM na cidade de vamos olhar, em primeira mão, a
“Este trabalho permitiu identificar cluindo incentivos monetários por Maputo. reestruturação da própria câmara,
ilegais. um mercado para a transformação
io

cada árvore plantada e devidamente essa vai ser uma das tarefas prioritá-
de pedaços dessas madeiras em ins- cuidada. Na sua declaração, Julião Dimande rias para continuarmos a harmonizar
Em Junho último, o director da trumentos musicais, entre outras Também em 2011, a TCT-IF foi afirmou que este será um mandato a actividade da instituição a nível na-
TCT, James White, recebeu das valiosas aplicações. Esta iniciativa, distinguida pelo Conselho de Mi- de realizações e conclusão de vários cional”, frisou Dimande.
mãos do ministro da Terra Am- em colaboração com os Serviços nistros, como a “Concessão florestal projectos iniciados, insistindo na ne- Entretanto, Matabele reformulou
biente e Desenvolvimento Rural, Provinciais de Florestas e Fauna modelo”, devido à gestão sustentá- cessidade de trabalhar de forma que votos de muito sucesso ao vencedor
ár

Celso Correia, um Certificado de Bravia, está a possibilitar o aprovei- vel dos recursos florestais e faunís- o investidor sinta o papel da CCM e o seu elenco. Quanto ao seu mani-
Exportador, que autoriza esta em- tamento de troncos abandonados e a nível interno e internacional, para
ticos na sua concessão. A empresa festo, Matabele disse que está a dis-
presa a exportar madeira de espé- a exportação de 100% de material além de fazer com que todos os em- posição da lista vencedora de modo
obteve autorização para a explora-
cies nativas. Esta certificação ocorre processado a nível local, dando a presários sintam-se integrados. a trabalharem de forma conjunta.
ção de uma área de 9 mil hectares
numa altura em que as autoridades conhecer à comunidade local, bem Segundo Dimande, uma das priori- A CCM conta com mais de 400 em-
destinada ao turismo cinegético,
cancelaram licenças de muitos ope- como a outras empresas do sector dades nos próximos três anos é a for- presas associadas, mas somente 240
cujo potencial resulta do cuidado
Di

radores, por não se conformarem como melhor aproveitar esses ma- mação profissional das empresas e delas participaram de forma activa
com as regras estabelecidas pelas de conservação da floresta e fauna
teriais de grande valor comercial”, dos seus empresários como também no processo de votação.
autoridades de protecção dos recur- concluiu. existente na concessão.
sos florestais. Amaral, que é também, na Gapi, Para valorizar e replicar a experiên-
A acção presentemente em curso, coor
coordenador de programas de de- cia e conhecimento que a TCT tem
acumulado, em particular através
Agenda Cultural
para que a TCT recupere a madeira senvolvimento, revelou ainda que
desperdiçada por piratas, é promo- a TCT-IF envolve as comunidades do trabalho do seu director, James Cine-Gilberto Mendes
Sextas, Sábados, Domingos e Feriados 18h30
vida e coordenada pelos Serviços locais em vários projectos sustentá- White, que vive e trabalha naque-
Provinciais de Florestas e Fauna veis e de longo prazo. “Foi assim que la concessão há cerca de 20 anos, Apresenta a peça“My Love”
Bravia de Sofala. iniciámos um programa de constru- a Gapi está a promover na sede Maputo Waterfront
De acordo com Rui Amaral, direc- ção de colmeias, que já totalizam da empresa, em Catapu, distrito Todas Sextas, 19h
tor-Adjunto da TCT-IF, “o Che- o número de 1000 em Matondo e de Cheringoma, a criação de um Jantar Dancante com Alexandre Mazuze
cate Preto e Mopani são espécies Cherimate. O mel produzido nes- centro de formação que dê apoio Todos Sábados, 19h
que durante muitos anos foram tas colmeias tem contribuído para a à formação de uma geração de jo- Música com Zé Barata ou Fernando Luís
derrubadas ineficientemente, daí a dieta de crianças nas escolas locais e vens moçambicanos capacitados e Chefs Restaurante
existência de enormes quantidades para a melhoria do rendimento das treinados em matérias de gestão da Todas Sextas, 19h Música ao vivo
de troncos e cepos não processados famílias de apicultores. biodiversidade.
Savana 20-07-2018 3
EVENTOS

“Mudança de mentalidade pode acabar com


a violência nas comunidades”- defende Cidália Chaúque
A
ministra do Género, foi vítima de violência física desde social vários casos de violência se-

o
Criança e Acção Social, os 15 anos d idade, comparado com xual e que em alguns casos termi-
Cidália Chaúque consi- 11% dos homens na mesma situa- nam com a morte da vítima mas
dera que a violência prati- ção, segundo o Perfil de Género de apesar dessa intensiva divulgação

log
cada contra a mulher e rapariga só Moçambique (PGM) 2015. E o dos Media não se faz o devido se-
poderá acabar através da mudança mesmo relatório avança que a vio- guimento.
de atitude ao nível das comunida- lência física contra a mulher tende “Há um trabalho que não é fei-
des. a ser perpetrada por alguém com to depois das vítimas sofrerem o
ela teve uma relação íntima (actual abuso sexual. As raparigas nor-
Chaúque, que falava na última esposo 62%; ex-parceiro, 21%; pa- malmente quando violadas sexual-
sexta-feira, na escola secundária drasto/madrasta 14,5%). mente são discriminadas no seio da
Noroeste 1, em Maputo, aquan- Na ocasião, a coordenadora da família e da comunidade”, lamen-
do do lançamento da campanha campanha na Oxfam, Yolanda tou. E reiterou “queremos com esta

ció
“CHEGA, juntos podemos acabar Sithoe, referiu que esta é uma ini- campanha sensibilizar a sociedade
com a violência a mulher e a crian- ciativa global daquela organização para abraçar esta menina, vítima
ça”. Trata-se duma iniciativa pro- não-governamental. E de seguida de violência porque mais de que
movida pela Oxfam cujo objectivo esclareceu que, a nível de Moçam- discriminar esta menina precisa
eliminar a violência baseada no bique, a Oxfam escolheu fazer a de apoio, de auto estima, por isso
género (VBG). campanha contra a “violência se- vamos trabalhar com as famílias,
“Em Moçambique, um dos maio- xual” em detrimento dos outros com as instituições públicas (esco-
res problemas que impactam os Em 2017, foram registados mais mil contra mulheres, 9 mil contra tipos, porque segundo Sithoe, têm las, saúde e polícia) e transferimos
valores étnicos-morais é a violên-
cia contra mulheres e raparigas.

Vodacom apoia
de 25 mil casos de violência em
todo o país, dos quais, cerca de 13
so
crianças”, explicou Chaúque.
No país, cerca de 33% de mulheres
sido reportados frequentemente
através dos órgãos de comunicação
este problema da menina para a
nossa sociedade”.

MozDevz
um

A Vodacom e a Associação que o MozDevz possa dar aos seus &RPXQLFDGR


Moçambicana de Desen- membros para facilitar os trabalhos
volvedores de Software e do dia-a-dia e que possa incentivar QDGRV0DULQKHLURV$PLJRVGR0DUU, desig
$VVRFLDӄmR0RӄDPELFDQDGRV0DULQKHLURV$PLJRVGR0DU
$VVRFLDӄmR0RӄDPELFDQ
$VVRFLDӄmR0Rӄ desig--
Aplicações (MozDevz)
assinaram nesta terça-feira, na in-
as pessoas a participarem nos fa-
mosos hackathons”.
AMAMAR
nada por AMA
MA tem como
omo objective principal:
m co
cubadora do Standard Bank, em Já a Presidente da MozDevz, Ab- D 3URPRYHUDSRLDUDFWWLYLLGDGH PDUtWLPDV HRXWUDVDÀQVVHPSUH
D 3URPRYH
D 3URPRYHUDSRLDUDFWLYLGDGH PDUtWLPDV HRXWUDVDÀQVVHPSUH
Maputo, uma parceria através da neusa Stefânia Manuel, considera que e mmostrarem pe ertinenntes em conformidade com os ideais da
pertinentes
GRGHVVHQYROYLPHQWRGHVWDVRFLHGDGHHPJH-
que o memorando fortifica cada
qual a operadora de telefonia mó-
vez mais as iniciativas tecnológicas DVVRFLDӉmRHPSUROG
DVVRFL
DVVRFLDӉmRHPSUROGRGHVHQYROYLPHQWRGHVWDVRFLHGDGHHPJH
vel vai disponibilizar ferramentas
ral;
de

tecnológicas para a MozDevz, no país.


com destaque para telemóveis, ta- “É para nós uma grande hon- E 3URPRӉmRGDDFWLY
E 3
3 YLGDGHPDDULWLPHHGHVHQYROYLPHQWRVXVWHQWi-
E 3URPRӉmRGDDFWLYLGDGHPDULWLPHHGHVHQYROYLPHQWRVXVWHQWi
YHUVLGDGH SURWHFӉmRGDIDXQDPDUL-
ra assinar este memorando com a
blets e computadores, para que os
Vodacom porque ainda há poucos YHOHPKDUPRQLDFR RPELRGLY
YHOHPKDUPRQLDFRPELRGLYHUVLGDGH SURWHFӉmRGDIDXQDPDUL
seus membros estejam sempre li-
gados a plataformas com as quais que acreditam que as tecnologias nha, plantas, e animais
aniimais com particular
particular destaque as espécies que
trabalham constantemente. de informaçãoão podem desenvolver VHPRVWUHPHVWDUHHPSHHULJRGHHHH[WLQ QӉmRÁRUDGRVVRORVHFLFORV
VHPRVWUHPHVWDUHPSHULJRGHH[WLQӉmRÁRUDGRVVRORVHFLFORV
o nosso país. É gratificante quando
existem entidades que acreditam ELROyJLFRVHP0R RӉDPE ELTXHHHQR
ELROyJLFRVHP0RӉDPELTXHHQRPXQGRRP
PXQGR R
O acordo insere-se no âmbito das em nós, como a Vodacom, e o Stan- PLQLPL]DӉmR GD
F  &RQWULEXLU D PLQLPL]DӉmR GD SROXLӉmR
SROOXLӉmR GR
GR PHLR DPELHQWH H
acções de responsabilidade social dard
d Bank”.
FRQWDPLQDӉmR G DV DDJXDV
GDV JX
XDV Q DFLLRQDLV EHP
QDFLRQDLV EHP FFRPR
RPR QD SURWHFӉmR GH
io

desenvolvidas pela Vodacom a di- Refira-se que a MozDevz é uma


ferentes públicos, com destaque organização sem fins lucrativos naturaais, incluindo
recursos naturais, incluuindo hídricos
hídriicoss para que
quue a sociedade con-
para a camada juvenil. com uma clara missão social de VXPDXPSURG
GXWRVVDXG
GiYHO
VXPDXPSURGXWRVDXGiYHO
Na ocasião, o director de Opera- ampliar e maximizar o impacto das
ções da Vodacom afirmou que “ TIC’s sobre a vida daqueles que
temos programas de apoio a escolas mais necessitam. Serve se do pres
sente comunicado
presente com
municado para llevar
evar o conhecimento
conheecimento do todo
ár

que fazemos todos os anos. Acha-


mos que o MozDevz e esta parce-
A Vodacom prima sempre em ofe-
recer um melhor serviço através das
maritimo seja ele
ele da marinha mercante,
mercannte,, pesca, pilo
otagem e reboca-
pilotagem
ria é o próximo passo e faz sentido novas tecnologias de comunicação GRUHVWUD
DQVSRUWHVPDULWLPRRWWXUtVWLFRHS
SHVFDDDUWLVDQDOT
TXHHHVWmRHP
GRUHVWUDQVSRUWHVPDULWLPRWXUtVWLFRHSHVFDDUWLVDQDOTXHHVWmRHP
para Vodacom como empresa líder e concentrada nas questões da so- YLJRUDVG
GHFLV}
}HVDQXQFFLDGDVQQDUUHXQLmRKKDYLGDQRG GLDGHMXQKR
YLJRUDVGHFLV}HVDQXQFLDGDVQDUHXQLmRKDYLGDQRGLDGHMXQKR
na área de tecnologias. Numa pri- ciedade, daí que, aliou-se a essa GHQDVLQ
QVWDODӉ}HVGR0XVHXGHSHVFDV
GHQDVLQVWDODӉ}HVGR0XVHXGHSHVFDV
meira fase vamos dar apoio com ideia inovadora, como parte da sua
Di

equipamentos e com ferramentas acção de responsabilidade social.


5HÀUDVHTXHGHHQWUHY GHOLEHUDӉ}HVDDQXQFLDGRVFFRQVWDDQHFHVVL-
YiULRVG
5HÀUDVHTXHGHQWUHYiULRVGHOLEHUDӉ}HVDQXQFLDGRVFRQVWDDQHFHVVL
GDGHGHLQVFULLӉmRGHWRGRVPDUtWLPRVH$P PLJRVGRPDUFRPRPHP-
GDGHGHLQVFULӉmRGHWRGRVPDUtWLPRVH$PLJRVGRPDUFRPRPHP
EURV 3DUD R H[HUFtFLR UHJXODU GD DFWLYLGDGH R TXH GHYH RFRUUHU SURYL-
EURV3DUDRH[HUFtFLRUHJXODUGDDFWLYLGDGHRTXHGHYHRFRUUHUSURYL
VRULDPHQWHQDDJrQFLDGHQDYHJDӉmR1$9(0$5HP0DSXWRQD$9
*XHUUD3RSXODUÝDQGDURXDWUDYpVGRHQGHUHӉR
DPDPDUPDULWLPRV#JPDLOFRP FHOXODU

O presidente
0DSXWRDRVGH-XOKRGH
Graciano Mussa
4 Savana 20-07-2018
PUBLICIDADE
EVENTOS

Você também pode gostar