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LEI PROCESSUAL PENAL EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS

• IMUNIDADES: Alcançam categorias de pessoas que, no exercício de determinadas


funções, são excluídas da aplicação indistinta da lei processual penal brasileira e da
própria autoridade do Poder Judiciário.
• CLASSIFICAÇÃO (FORMA) DAS IMUNIDADES:
• Imunidades diplomáticas: decorrem do art. 1º, I, do CPP, ao ressalvar da aplicação da
lei processual brasileira as previsões de tratados, convenções e regras de direito
internacional. As imunidades diplomáticas foram objeto da Convenção de Viena sobre
Relações Diplomáticas e da Convenção de Viena sobre Relações Consulares.
• Imunidades dos agentes diplomáticos: Os agentes diplomáticos gozam de imunidade
absoluta e deverão ser processados e julgados no Estado que representam, sendo
isto extensivo aos familiares e funcionários da representação, quando em serviço; não
estão obrigados a comparecer perante qualquer juízo ou tribunal para testemunhar;
falecendo o agente diplomático, os membros de sua família persistem com a
imunidade; empregados particulares dos agentes diplomáticos não estão cobertos
pela imunidade; a imunidade diplomática não pode ser renunciada pelo agente
diplomático, apenas pelo Estado que representam; as sedes diplomáticas são
invioláveis, não podendo ser objeto de busca e apreensão, penhora ou outras medidas
restritivas.
• Imunidades dos agentes consulares: Os agentes consulares gozam de imunidade
relativa, apenas não se sujeitando às autoridades judiciárias brasileiras no que
concerne aos atos oficiais realizados no exercício das funções consulares;
funcionários consulares (inclusive o chefe da repartição consular) poderão ser presos
na hipótese de crime grave e em decorrência de decisão judicial; os agentes
consulares podem ser chamados para depor como testemunhas; a imunidade não
pode ser renunciada pelo próprio agente consular, mas sim o Estado que os envia.
• Imunidades parlamentares: são as que incidem no âmbito do Poder Legislativo da
União, alcançando Deputados Federais e Senadores.
• Imunidade parlamentar material: o parlamentar não será responsabilizado pelas suas
manifestações escritas ou orais (art. 53, caput, da CF). Alcança as esferas criminal e
cível. Esta imunidade alcança as manifestações exaradas em Plenário, haja ou não
conexão com o exercício do mandato, bem como as irrogadas em lugar distinto,
condicionando-se, neste caso, à existência de nexo entre a natureza da manifestação
e a função.
• Imunidades parlamentares processuais:
• Direito de não ser preso provisoriamente, salvo flagrante de crime inafiançável (art. 53,
§ 2º, da CF).
• Possibilidade de sustação dos processos criminais instaurados mediante deliberação
da Casa Legislativa (art. 53, § 3º, da CF).
• Direito de não ser obrigado a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas
em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhe confiaram ou deles
receberam informações (art. 53, § 6º, da CF). Com relação aos demais fatos, não
poderão se recusar a depor, salvo nas hipóteses gerais contempladas no CPP.
• Prerrogativa de foro junto ao STF (art. 53, § 1º, da CF).
• Limites temporais das imunidades processuais: O ato da diplomação constitui o marco
inicial. Assim, a partir da diplomação, Deputados Federais e Senadores gozarão de
foro privilegiado (art. 53, § 1º, da CF). Quanto ao marco final, diante da omissão
constitucional, considera-se como sendo o início da legislatura subsequente àquela
que findou o mandato parlamentar.
• Impossibilidade de renúncia: as imunidades parlamentares material e processuais são
irrenunciáveis.
• Parlamentares estaduais: alcança-lhes as imunidades material e processual dos
congressistas, em face do art. 27, § 1º, da CF.
• Vereadores: possuem apenas imunidade material, restrita esta aos limites do
município em que exercem o mandato (art. 29, VIII, da CF). Não possuem imunidades
processuais.

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