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Simulação de Linha de Produção usando a Plataforma

ARENA

Alexandra Cristina Moreira Fernandes - 21274

Trabalho realizado sob a orientação de


Prof. Dr. Paulo Jorge Pinto Leitão

Engenharia Informática

2011/2012
Simulação de Linha de Produção usando a Plataforma
ARENA

Relatório da UC de Projeto
Licenciatura em Engenharia Informática
Escola Superior de Tecnologia e de Gestão

Alexandra Fernandes
Setembro de 2012

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iv
A Escola Superior de Tecnologia e Gestão não se responsabiliza pelas opiniões expressas
neste relatório.

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Certifico que li este relatório e que na minha opinião, é adequado no seu
conteúdo e forma como demonstrador do trabalho desenvolvido no
âmbito da UC de Projecto.

___________________________________________

Prof. Dr. Paulo Jorge Pinto Leitão – Orientador

Certifico que li este relatório e que na minha opinião, é adequado no seu


conteúdo e forma como demonstrador do trabalho desenvolvido no
âmbito da UC de Projecto.

___________________________________________

Arguente

Aceite para avaliação da UC de Projecto

vii
viii
Agradecimentos

Durante o meu percurso muitos colegas, professores, funcionários do IPB se mostraram disponíveis para me
ajudaram, no entanto existem algumas às quais não posso deixar de agradecer:
Ao Instituto Politécnico de Bragança, em particular à Escola Superior de Tecnologia e Gestão por me ter
recebido e proporcionado excelentes condições de trabalho durante o percurso académico.
Ao Prof. Dr. Paulo Leitão, pelo apoio, disponibilidade e paciência disponibilizados durante a realização do
presente projeto.
À minha família, pela compreensão e carinho disponibilizados, apesar das enumeras horas de ausência,
principalmente nesta fase final.
Ao grupo de trabalho do LCAR, pelo apoio, conhecimento, opinião, amizade e paixão pelo conhecimento
disponibilizados ao longo do meu percurso escolar.
Aos amigos que durante o desenvolvimento do projeto contribuíram com o seu conhecimento, incentivo e
opinião.

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Resumo

Nas últimas décadas, assistiu-se a um despoletar tecnológico, do qual a indústria fez parte.
Para conseguir acompanhar a evolução tecnológica foi necessário aplicar novas técnicas e
tecnologias, que levem à automatização de toda a plataforma fabril. No entanto, a
automatização só por si não é a solução para todos os problemas, sendo necessário aplicar
métodos que permitam optimizar o funcionamento do sistema.

Neste sentido, a simulação de processos tornou-se numa área de elevado interesse, permitindo
verificar e optimizar sistemas complexos em ambiente virtual. A simulação permite verificar
o funcionamento de sistemas considerando diferentes cenários e assim, ser possível validar
modelos e/ou identificar procedimentos que introduzam melhorias no sistema. De forma a
auxiliar a aplicação de processos de simulação, assim como na posterior análise de resultados
obtidos, existem diversas plataformas de simulação no mercado.

O presente projeto enquadra-se nesta temática, cujo principal objetivo passa pela realização
de um estudo sobre a plataforma de simulação ARENA, e sua posterior utilização para a
modelação e simulação de um sistema de produção de uma linha fabril, produzindo máquinas
de lavar roupa. A simulação do modelo desenvolvido para diferentes cenários permitiu
identificar problemas na linha produtiva e apontar acções que visam uma melhoria de
produtividade da mesma.

Palavras-chave: Simulação, Simulação de Processos, Plataformas de Simulação, ARENA®.

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xii
Abstract

In the last decades, it is noticed a technological development, and particularly in industry. To


keep up with the technological change it is necessary to apply new techniques and
technologies, leading to automate the entire manufacturing platform. However, automation by
itself is not a solution to all the problems, being required to apply methods to optimize the
system operation.

In this way, the simulation of processes has become a field of considerable interest, allowing
to verify and optimize complex systems in a virtual environment. The simulation allows to
verify the operation of systems considering different scenarios and thus be able to validate
models and/or identify procedures that introduce improvements in the system. In order to
assist the application of simulation processes, as well as in the subsequent analysis of the
achieved results, there are several simulation platforms on the market.

This project addresses this topic, whose main goal is achieved by undertaking a study on the
ARENA simulation platform, and its subsequent use for modeling and simulation of a
production system in a manufacturing line, producing washing machines. The simulation of
the developed model using different scenarios allowed to identify problems in the production
line and to point out actions to be implemented in the line aiming the improvement of its
productivity.

Keywords: Simulation, Process Simulation, Simulation Software, ARENA®.

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Conteúdo

1 Introdução .......................................................................................................................... 1

1.1 Contextualização ........................................................................................................... 1


1.2 Problemática e Objetivos .............................................................................................. 2
1.3 Organização do Documento .......................................................................................... 3

2 Simulação de Processos ..................................................................................................... 5

2.1 Definição de Simulação ................................................................................................ 5


2.2 Vantagens versus Desvantagens ................................................................................... 6
2.3 Conceitos de simulação................................................................................................. 8
2.4 Plataformas de Simulação ............................................................................................. 9

3 Plataforma de simulação ARENA®............................................................................... 13

4 Caso de Estudo ................................................................................................................. 21

4.1 Bloco "Washing Unit"................................................................................................. 22


4.2 Reencaminhamento Dinâmico .................................................................................... 23
4.3 Bloco "Functional Testss" .......................................................................................... 24
4.4 Testes de Certificação Avançada ................................................................................ 26

5 Desenvolvimento do modelo para o sistema de produção............................................ 27

Capítulo 6 ................................................................................................................................ 35

6 Análise de Resultados ...................................................................................................... 35

6.1 Funcionamento Atual .................................................................................................. 35


6.2 Alteração nos parâmetros da Estação Functional Tests .............................................. 38
6.2.1 Alteração do tempo de execução .......................................................................... 38
6.2.2 Alteração do número de estações de teste ............................................................ 40

Capítulo 7 ................................................................................................................................ 47

7 Conclusões e Trabalho Futuro ....................................................................................... 47

xv
7.1 Conclusões .................................................................................................................. 47
7.2 Trabalho Futuro .......................................................................................................... 48

A Modelo Lógico da Linha de Produção ........................................................................... 51

16
Lista de Tabelas

Tabela 1- Blocos Basic Process [sn 07]. ............................................................................................................... 14


Tabela 2 – Blocos Advanced Process [sn 07]. ...................................................................................................... 15
Tabela 3 – Blocos General Flowchart [sn 07]. ..................................................................................................... 16
Tabela 4 – Bloco Transporter Flowchart [sn 07]. ................................................................................................ 17
Tabela 5 – Bloco Conveyor Flowchart [sn 07]. .................................................................................................... 17
Tabela 6 – Contact Data Panel [BA 07]. .............................................................................................................. 19
Tabela 7 – Pressupostos utilizados na simulação. ................................................................................................. 35
Tabela 8 – Relação das entidades com o sistema. ................................................................................................. 36
Tabela 9 – Dados da estação Functional Tests...................................................................................................... 37
Tabela 10 – Pressupostos utilizados na simulação com alteração do tempo de processamento. ........................... 38
Tabela 11 – Relação de entidades no sistema com redução do tempo de processamento. .................................... 39
Tabela 12 – Dados da estação Functional Tests com redução do tempo de processamento. ................................ 39
Tabela 13 – Pressupostos utilizados na simulação com 8 máquinas em funcionamento. ..................................... 40
Tabela 14 – Relação de entidades no sistema com 8 máquinas em execução. ...................................................... 40
Tabela 15 – Dados da estação Functional Tests com 8 máquinas em execução. .................................................. 41
Tabela 16 – Pressupostos utilizados na simulação com 18 máquinas em funcionamento. ................................... 42
Tabela 17 – Relação de entidades no sistema com 18 máquinas em execução. .................................................... 42
Tabela 18 – Dados da estação Functional Tests com 8 máquinas em execução. .................................................. 43
Tabela 19 – Pressupostos utilizados na simulação com 22 segundos de tempo de processamento global. .......... 43
Tabela 20 – Relação de entidades no sistema com 22 segundos de tempo de processamento global. .................. 43
Tabela 21 – Dados da estação Functional Tests com 22 segundos de tempo de processamento global. .............. 44

xvii
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Lista de Figuras

Figura 1 – Ambiente gráfico do simulador NetLogo. ....................................................................................... 10


Figura 2 – Ambiente gráfico do simulador Simtwo. ........................................................................................ 11
Figura 3 – Ambiente gráfico da plataforma de simulação ARENA®. ........................................................... 13
Figura 4 – Publicação de artigos. ....................................................................................................................... 19
Figura 5 – Layout da linha de produção de máquinas de lavar roupa. .......................................................... 21
Figura 6 – Esquema que representa a junção de uma peça ao produto final (Marriage). ............................ 22
Figura 7 – Esquema que representa o Teste de controlo (First Tests). ........................................................... 23
Figura 8 – Esquema que representa o Reencaminhamento Dinâmico. .......................................................... 24
Figura 9 – Esquema que representa o Teste de Funcionalidade (Functional Tests)...................................... 25
Figura 10 – Esquema que representa a entrada no bloco de Testes de Certificação..................................... 26
Figura 11 – Criação de Entidades no sistema. .................................................................................................. 27
Figura 12 – Criação de processos no sistema. ................................................................................................... 28
Figura 13 – Configuração dos processos no sistema. ....................................................................................... 28
Figura 14 – Agregação de duas entidades diferentes. ...................................................................................... 28
Figura 15 – Utilização do bloco Delay. .............................................................................................................. 29
Figura 16 – Configuração do bloco Decide. ...................................................................................................... 30
Figura 17 – Reparação manual (First Tests). .................................................................................................... 30
Figura 18 – Reencaminhamento Dinâmico. ...................................................................................................... 31
Figura 19 – Functional Tests. ............................................................................................................................. 32
Figura 20 – Entidades saem do sistema. ............................................................................................................. 33
Figura 21 – Screenshot da 1ª linha da estação Functional Tests em execução. ............................................... 36
Figura 22 – Gráfico da 1ª linha da estação Functional Tests. .......................................................................... 37
Figura 23 – Gráfico da 1ª linha da estação Functional Tests com tempo de processamento de 5 minutos. . 39
Figura 24 – Gráfico da 1ª linha da estação Functional Tests com alteração do n.º de máquinas para 8. .... 41
Figura 25 – Gráfico da 1ª linha da estação Functional Tests com alteração do n.º de máquinas para 18. .. 42
Figura 26 – Gráfico da 1ª linha da estação Functional Tests com variação do tempo total de
processamento. .................................................................................................................................................... 44

xix
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Lista de Abreviações

A lista de abreviações em baixo, encontra-se por ordem alfabética.

EUA Estados Unidos da América.


FIFO First in, first out.
GPSS General Purpose Simulation System.
LIFO Last in, first out.
NATO North Atlantic Treaty Organization.
POO Programação Orientada a Objetos.
RNCC Royal Norwegian Computing Center

xxi
.

xxii
Capítulo 1

1 Introdução
Atualmente a sociedade encontra-se submersa na era digital, onde regularmente se confunde o
virtual com o real. O desenvolvimento de novas tecnologias contribuíram para aumentar,
substancialmente, a qualidade de vida da população e promover a sua longevidade.
Com a finalidade de aumentar os lucros e a sustentabilidade das empresas, a indústria
acompanhou este desenvolvimento procurando automatizar toda a plataforma fabril. Para tal
efeito é necessário recorrer a plataformas de simulação, na medida em que se torna
insustentável e demasiado dispendioso parar uma linha fabril completa, para realizar testes de
otimização dos parâmetros de funcionamento da mesma.

1.1 Contextualização
A história encontra-se repleta de referências sobre simulação. O relato mais antigo é de 500
AC, altura em que o império Romano simulava as suas batalhas com diferentes cenários,
procurando antecipar os seus oponentes e otimizar as estratégias a adotar, perante os
diferentes cenários.
Em 1929 é construído nos EUA (Estados Unidos da América) o primeiro simulador de voo
por Edward Link, denominado de “Link Flight Simulator”.
A verdadeira impulsão da simulação ocorreu perto dos anos 40, devido à segunda guerra
mundial. Ulam, Neumann e Fermi desenvolveram simuladores numéricos de processos em
computadores, ou seja, desenvolveram uma aplicação que permite simular de forma direta
problemas probabilísticos relacionados com o coeficiente de difusão do neutron em
determinados materiais. Este projeto conduziu à construção da bomba atómica e ficou
denominado de projeto Manhattan [Wiki 2012a].

1
Em 1960, Keish Douglas Tocher desenvolveu um programa de simulação cujo objetivo era
simular o funcionamento de uma linha fabril, onde as máquinas alteravam o seu estado
(ocupado, em espera, indisponível e erro). Ao mesmo tempo a IBM desenvolveu o GPSS
(General Purpose Simulation System), desenhado para simulações de teleprocessamento.
O RNCC (Royal Norwegian Computing Center) com o auxílio de Univac, iniciou em 1961 o
programa SIMULA originando a linguagem de programação SIMULA I. Anos mais tarde, em
1963 a RAND CORPORATION desenvolveu o SIMSCRIPT, alternativa ao GPSS baseada
em Fortran [wiki 2012b].
Posteriormente à segunda guerra mundial surgiram as primeiras simulações de guerras em
computadores e sistemas de defesa aérea. Estas apareceram com o objetivo de otimizar a
defesa do país e foram patrocinados pelo Departamento de Defesa Militar dos EUA e pela
NATO (North Atlantic Treaty Organization), tendo contribuído para o aparecimento de
técnicas fundamentais, tal como a POO (Programação Orientada a Objetos). Em 1982
surgiram os primeiros ambientes para simulação em microcomputadores, tais como SIMAN
[PC 95].
Até à atualidade foram dados passos significativos que permitiram tornar os programas de
simulação em plataformas de simulação com elevada capacidade de processamento,
interatividade e facilidade na modelação de problemas complexos e, posteriormente, na sua
análise e otimização.

1.2 Problemática e Objetivos

O Instituto Politécnico de Bragança encontra-se envolvido num projeto europeu que possui
como objetivo criar um novo modelo de produção que integre os processos de controlo de
produção e de qualidade de linhas de produção, utilizando sistemas multi-agentes.

A simulação do modelo do sistema de produção em estudo permitirá encontrar possíveis


congestionamentos ao longo da linha de montagem e simular os sistemas considerando
diferentes cenários. Sendo assim serão detetados novos problemas que advém da simulação
do sistema em diferentes cenários e procurar-se-á indicar soluções que permitam a sua
resolução, fomentando a otimização e produtividade da linha fabril.

O presente trabalho tem como objetivo utilizar a plataforma de simulação ARENA®,


produzida pela Rockwell Automation, para modelar e simular um sistema de produção de

2
uma linha fabril que produz máquinas de lavar roupa. Para o efeito foi necessário estudar as
potencialidades e limitações da referida plataforma de simulação, assim como obter
conhecimentos base de simulação para aplicar posteriormente.

1.3 Organização do Documento

O presente documento encontra-se organizado em 7 capítulos.

O primeiro capítulo tem como principal objetivo contextualizar e enunciar a problemática que
leva ao desenvolvimento do projeto, assim como a definir os objetivos do mesmo.

A consolidação e aquisição de novos conhecimentos sobre simulação são aspetos


fundamentais para a realização deste projeto, sendo abordados no segundo capítulo. Neste
capítulo será também realizada uma breve descrição sobre as diferentes plataformas de
simulação disponíveis.

A plataforma de simulação utilizada para a realização do presente projeto será descrita no


capítulo 3.

No quarto capítulo é realizada uma breve descrição do problema, isto é do funcionamento da


linha fabril a simular.

O desenvolvimento da aplicação de simulação é explanado no quinto capítulo, procurando


fundamentar todo o funcionamento e processos de decisão da linha de produção de máquinas
de lavar roupa.

Durante a modelação e simulação foram realizados diferentes cenários de funcionamento,


cujos resultados obtidos e respetiva validação serão abordados no sexto capítulo.

No sétimo capítulo serão apresentadas as conclusões do trabalho e apontadas oportunidades


de trabalho futuro.

Em anexo encontra-se o modelo, incluindo a lógica de controlo, desenvolvido para a linha


produção de máquinas de lavar roupa.

3
4
Capítulo 2

2 Simulação de Processos

2.1 Definição de Simulação


A palavra simulação, deriva do latim Simulatiõne [CJ 98]. Segundo Banks, resulta da
imitação de um processo que se encontra no mundo real, ao longo do tempo. Esta envolve a
criação de uma história fictícia do mundo real e da observação da mesma, de modo a obter
conclusões sobre as características do funcionamento do mundo real que se encontra
representado, ou seja, é utilizada para descrever e analisar o comportamento de um sistema
(mundo real) [BJ 98].
Para Pedgden, Shannon e Sadowski a simulação é o processo de conceção de um modelo que
represente um sistema real e a reprodução de experiências com o referido modelo. A sua
finalidade é compreender o comportamento do sistema, e avaliar as diferentes estratégias
disponíveis para a realização de uma atividade do sistema. Ou seja, consideram que a
simulação é a construção do modelo e o uso experimental do mesmo, para o estudo de um
determinado problema [PC 95].
Kelton e Sadowski afirmam que a simulação é um processo de conceção e criação de um
modelo computorizado de um sistema real para efeitos de testes experimentais numéricos,
conseguindo-se deste modo obter uma melhor compreensão do comportamento desse sistema
para um determinado conjunto de condições [KD 00].
Frequentemente afirma-se que tudo o que pode ser descrito pode ser simulado, na medida em
que a simulação é uma metodologia extremamente importante para a resolução de problemas
que se encontram no mundo real. Regularmente é utilizada para estudar sistemas simples. No

5
entanto, torna-se verdadeiramente relevante quando é utilizada para estudar sistemas
complexos.
Neste trabalho, considerou-se que a simulação é a reprodução mais fidedigna de uma
operação de um processo do mundo real, ou de um sistema ao longo de um determinado
tempo, num ambiente controlado. Deste modo, será possível compreender o comportamento
do processo do mundo real ou sistema, e determinar um conjunto de soluções ou otimizações
da simulação em questão. Esta tornou-se numa técnica importante para planeamento,
conceção e controlo de sistemas.

A simulação de processos é o modelo computacional que representa a execução das


atividades de um processo, ao mesmo tempo que são referenciados os possíveis
congestionamentos do problema real [TK 95]. Considera-se que um processo é uma sequência
de atividades, que processam várias entradas e produzem várias saídas.

O modelo computacional pretende reproduzir o mais fielmente possível o sistema real. Ao


longo do tempo ocorrem os acontecimentos esperados, ao mesmo tempo que é exibida uma
imagem animada do fluxo de dados. Uma vez que o software de simulação mantém o controlo
das estatísticas sobre o modelo, o desempenho de um processo é avaliado pela análise de
saída dos dados do modelo [TK 95].
A simulação é recorrentemente aplicada em projetos e análise de plataformas fabris, avaliação
de sistemas de armas militares ou para tratar necessidades logísticas, determinar requisitos de
hardware ou protocolos para redes de comunicação, avaliar projetos para organizações de
serviços, tais como restaurantes fast food ou hospitais, otimização de processos de negócios,
políticas de ordenação para um sistema de inventário e análise de sistemas financeiros ou
económicos, entre outras [LA 03].

2.2 Vantagens versus Desvantagens

A evolução das plataformas de simulação permitiu observar que a simulação é uma área em
constante mudança e de elevada importância. No entanto, como toda a tecnologia, esta possui
vantagens e desvantagens.

A simulação apresenta mais vantagens que desvantagens, na medida em que a presente


tecnologia permite testar todos os aspetos de uma proposta de mudança no sistema sem
comprometer os recursos que serão empregues na mesma. De seguida encontram-se
explicadas algumas vantagens:

6
 Possibilita comprimir ou expandir o tempo de simulação possibilitando estudar todos
os fenómenos com um elevado detalhe. Ou seja, pode-se examinar o impacto de uma
alteração no sistema em minutos, e assim dispensar horas a observar as operações
que ocorrem em breves minutos de atividade simulada. Sendo assim, investir num
estudo de simulação é extremamente importante e lucrativo [BJ 98] [PC 95].

 Permite conhecer a causa de determinados fenómenos, ou seja, é possível estabelecer


a resposta a estes fenómenos recorrendo à reconstituição do sistema real. O mesmo
não se pode aplicar ao sistema real, visto que este não pode ser controlado na sua
totalidade [BJ 98] [PC 95].

 A maior vantagem da simulação reside no facto de permitir explorar novos


procedimentos operacionais, métodos ou políticas sem acarretar custos e a paragem
do sistema real. Estas modificações serão realizadas sobre o modelo de simulação
considerado válido, permitindo a observação do efeito das alterações no computador
[BJ 98] [PC 95].

 Possibilita diagnosticar problemas com maior facilidade, aumentando assim a


compreensão destes e os efeitos que determinadas variáveis possuem no sistema real.
Permite igualmente, descobrir a causa de trabalhos no sistema real [BJ 98] [PC 95].

 Permite empregar a simulação como estudo do funcionamento do sistema real, em


vez de indicar as previsões sobre o que acontecerá no sistema. A observação da
mesma torna mais simples a aprendizagem e compreensão do sistema real.

 Em algumas plataformas de simulação é possível observar as operações a partir de


vários ângulos e níveis de ampliação, permitindo assim detetar falhas que o sistema
real possui e que são difíceis de descobrir no papel.

 Pode ser utilizada para treinar uma equipa de trabalho, sendo que é menos
dispendioso e prejudicial do que a aprendizagem diretamente no sistema real.

 Admite especificar requisitos no modelo do sistema real, ou seja, se simular


diferentes cenários para cada uma das operações, os requisitos poderão ser
estabelecidos.

 Permite realizar testes em cenários que em ambiente real são complicados de ocorrer
ou requerem ambientes perigosos.

7
No entanto, a construção de um modelo de simulação carece de formação específica. Sendo
que a qualidade da análise e da simulação depende da qualidade do modelo e da habilidade do
analista [BJ 98] [PC 95]. Adicionalmente, os resultados da simulação são em alguns casos,
difíceis de interpretar, ou seja, pode-se realizar a simulação duas ou mais vezes e obter
esporadicamente, um ou mais parâmetros fora do intervalo de confiança. Este fato torna
difícil verificar se uma observação realizada durante uma execução da simulação é devido a
uma relação significativa do problema simulado ou se resulta da aleatoriedade do modelo [BJ
98] [PC 95].

Outro fator negativo da simulação reside no facto de a modelação, simulação e análise


poderem-se tornar demorosas e dispendiosas. No entanto, reduzir os recursos para a
modelação e análise pode comprometer a qualidade do modelo de simulação ou da análise [BJ
98] [PC 95].

2.3 Conceitos de simulação

A simulação apresenta conceitos base que são necessários para fomentar a compreensão do
sistema real, assim como servirão de auxílio na formulação do modelo computacional.

De seguida, será abordada a nomenclatura utilizada na simulação, sendo de realçar que esta
não é única, no entanto a sua aceitação possui consenso geral.

Uma palavra vulgarmente utilizada em simulação é entidades. As entidades representam os


objetos dinâmicos da simulação, normalmente criadas para se movimentarem durante um
período de tempo, sendo depois descartadas, como por exemplo um carro ou uma pessoa.
Estas mudam de estado, são afetadas por outras entidades ou processos do sistema e
influenciam os resultados de desempenho da simulação. É possível existirem entidades que se
mantem em circulação no sistema. Todas as entidades são criadas pelo utilizador ou
automaticamente pelo software [KD 00].

Os atributos são as propriedades características de cada entidade. Uma entidade possui


numerosos atributos, como por exemplo uma cor ou tamanho [BJ 98] [KD 00].

Em contrapartida aos atributos existem as variáveis, que não estão ligadas a qualquer
entidade, ou seja, encontram-se definidas no sistema. As variáveis são fragmentos de
informação que refletem alguma característica do sistema, sendo possível de serem alteradas
pelas entidades. Podem ainda representar algo que se altere durante a simulação [KD 00].

8
Os recursos representam pessoas ou equipamentos, entre outros, que podem ser consumidos
por uma ou mais entidades, ao mesmo tempo. Normalmente, as entidades competem entre si
pelos recursos. O número de recursos pode diferir ao longo da simulação, e estes possuem
diferentes estados, tais como ocupado, disponível, bloqueado ou erro. Quando uma entidade
apreende o recurso, a entidade continua no sistema por algum tempo, e posteriormente liberta
o recurso. Em contrapartida, quando o consumo do recurso é negado, a entidade aguarda
numa fila ou é desviada para outro recurso [BJ 98] [KD 00].

As listas são utilizadas para representar filas. Normalmente seguem a estrutura FIFO (first in,
first out), ou seja, a primeira entidade a chegar é a primeira a ser processada. No entanto,
pode-se adotar outras estruturas de processamento, tais como LIFO (last in, firts out), ou seja
a última a entrar é a primeira a sair, sendo que o valor de um determinado atributo pode
contribuir para que tal se verifique [BJ 98] [KD 00].

Os acumuladores estatísticos são utilizados para verificar o progresso da simulação, ou seja,


auxiliam na análise de dados fulcrais para a simulação. Exemplos de acumuladores
estatísticos são o número de peças concebidas, a totalidade do tempo de espera das filas e o
número de peças que passaram por estas [KD 00].

A simulação baseia-se em eventos, ou seja, um evento é um acontecimento que ocorre num


determinado instante, e que pode alterar atributos, variáveis ou acumuladores estatísticos. É
exequível ocorrerem vários eventos ao mesmo tempo [KD 00].

Denomina-se de atividade um período de tempo, cuja duração é previamente conhecida. Esta


pode tratar-se de uma constante, de um valor aleatório de uma distribuição estatística, do
resultado de uma equação de entrada, entre outros [BJ 98].

Um conjunto de condições do sistema pode colidir num atraso temporal indeterminado. Tal
acontecimento pode ocorrer quando uma entidade se associa a uma fila de um recurso, sendo
que neste caso, o tempo que a entidade permanece na fila é indeterminado [BJ 98].

2.4 Plataformas de Simulação

Para realizar a simulação de processos, normalmente, são utilizadas plataformas de simulação


que facilitam este processo, reduzindo a complexidade e tempo de desenvolvimento.

Estas ferramentas distinguem-se normalmente devido ao tipo de aplicação que focam. Por
exemplo, existem algumas plataformas de simulação específicas para robótica, como por
exemplo o RobotStudio e o SimTwo, outras para sistemas baseados em agentes evolutivos,

9
como Netlogo, Repast, Swarm e Mason, e outras mais direcionadas para processos
conduzidos por eventos, como ARENA, Delmia, ProcessModel e SIMPROCESS.

Cada uma destas plataformas apresenta características próprias assim como metodologias e
objectivos adequados ao domínio de aplicação. Este facto é ilustrado pela breve descrição que
é feita de seguida a duas plataformas de simulação.

O NetLogo foi concebido em 1999 por Uri Wilensky e encontra-se atualmente em


desenvolvimento contínuo no Center for Connected Learning and Computer-Based Modeling
[NL 12]. Esta plataforma fornece um ambiente de modelação programável utilizado para
modelar sistemas complexos evolutivos ao longo do tempo, como sejam fenómenos naturais e
sociais [NL 12]. A Figura 1 apresenta o ambiente gráfico do software de simulação NetLogo,
o qual ao ser executado numa máquina virtual Java, funciona nos principais sistemas
operativos (Mac, Windows, Linux, entre outras) [NL 12].

Figura 1 – Ambiente gráfico do simulador NetLogo.

O NetLogo é uma plataforma baseada em agentes, no qual as entidades do sistema a modelar


são representadas por agentes distribuídos e autónomos. Estes agentes possuem uma visão
local do sistema e interagem de forma a atingir os objetivos do sistema. Assim é possível
explorar a relação entre o comportamento do micro-nível das entidades e dos padrões de
macro-nível que emergem da sua interação [NL 12].

O SimTwo é um simulador, desenvolvido na Universidade do Porto em Object Pascal, que


permite simular os componentes dinâmicos de um robô, de forma rápida e realista. O aspecto

10
e o comportamento são definidos em ficheiros XML, sendo que utiliza linguagem baseada em
XML, como analisador de expressões matemáticas internas para permitir a conceção de robôs
complexos. Neste ambiente, o robô é decomposto num sistema de corpos rígidos e motores,
ao qual se encontram associadas as suas propriedades físicas: forma, massa, inércia, atritos
das superfícies e elasticidades [CP 11].

Este simulador permite simular diferentes tipos de robôs, entre os quais: robôs móveis com
diferentes configurações (diferenciais ou com rodas omnidirecionais), manipuladores,
quadrúpedes, humanoides, dirigíveis (com ou sem hélices para propulsão) [CP 12].

Figura 2 – Ambiente gráfico do simulador Simtwo.

O SimTwo utiliza várias bibliotecas Open Source, entre elas o GLScene, utilizado para
permitir a visualização 3D, o ODE que funciona como o motor de simulação de corpos
rígidos, o Pascal Script, que permite escrever código em pascal e posteriormente compilar, o
SynEdit, que implementa o editor de scripts, o OmniXml que realiza a configuração do
mundo, objetos e robôs da simulação em XML e o RxLib que permite que um conjunto de
componentes, tais como persistência, seja editável [CP 12].

Este simulador possui algumas limitações, entre elas o facto de apenas funcionar no sistema
operativo Windows e a degradação de desempenho com o aumento do número de objetos
utilizados, na medida em que o processamento é realizado de 40ms em 40ms.

Uma vez que o trabalho descrito neste documento aborda um caso de estudo relativo a
processos conduzidos por eventos, foi escolhido o software ARENA que é adequado a este
tipo de sistemas. No capítulo seguinte será realizada uma descrição deste software.

11
12
Capítulo 3

3 Plataforma de simulação ARENA®


O software de simulação ARENA® (http://www.arenasimulation.com) surge da fusão do
pacote CINEMA com a linguagem SIMAN, em 1993. A linguagem SIMAN, inspirada na
GPSS, passa a ser representada de forma gráfica no ARENA, o que proporcionou que se
tornasse muito intuitiva. Anos mais tarde, em 1995 é lançado o ARENA for Windows 95,
sendo a primeira ferramenta de simulação a operar numa versão de 32 bits. Atualmente, o
software ARENA® encontra-se na versão 14, tendo o presente projeto sido desenvolvido com
a versão 13.90.

O ARENA® foi projetado para simular sistemas conduzidos por eventos e em particular para
analisar os impactos da introdução de alterações ao sistema real. A figura seguinte ilustra o
ambiente do software ARENA.

Figura 3 – Ambiente gráfico da plataforma de simulação ARENA®.

13
A grande vantagem do software ARENA®, reside no facto de possuir a facilidade de
utilização em simuladores de alto nível, com a flexibilidade das linguagens de simulação,
tudo isto na mesma interface gráfica. Isto deve-se ao facto de a modelação ser hierárquica,
permitindo a qualquer instante, utilizar a linguagem SIMAN em conjunto com os módulos de
nível mais alto de outro modelo. Se existir necessidade, como em algoritmos de decisão
complexos ou na recolha de dados de uma aplicação externa, podem-se inserir no modelo
pedaços de código em linguagens de programação de alto nível, como Visual Basic, C/C++
ou Java. O Arena possui integração com o Microsoft Office, ou seja, permite a leitura e
escrita de dados do Microsoft Office Excel e Microsoft Office Access [KD 00] [sn 07]. Possui
uma ferramenta adicional o Input Analyser extremamente rica para estudos de pós-otimização
[KD 00] [sn 07].

Em ARENA® as variáveis podem ser vetores ou matrizes, caso se pretenda recorrer a listas
ou tabelas bidimensionais para organizar a informação. Possui dois tipos de variáveis, as
internas e as definidas pelo utilizador. As variáveis internas dizem respeito ao número da fila,
ou ao tempo atual do relógio de simulação, entre outras. As variáveis definidas pelo utilizador
referem-se a variáveis, como a média de tempo de serviço, o tempo de viagem, entre outras
[KD 00] [sn 07].

A programação em Arena é baseada na utilização de módulos que após a devida interligação e


configuração, constitui a lógica de controlo do modelo. O ARENA fornece um conjunto de
módulos gerais, escritos em linguagem SIMAN ou Visual Basic. No entanto o utilizador, se
assim o entender, pode construir modelos para uso próprio. A tabela que se segue descreve os
módulos gerais fornecidos pelo ARENA para modelar o sistema real.

Tabela 1- Blocos Basic Process [sn 07].

Bloco/Módulo Funcionalidade
Criar entidades no modelo de simulação e identificar o tipo de entidade.
As entidades são criadas através de um cronograma ou com base no
tempo entre as chegadas.

Utilizado para expulsar as entidades do modelo de simulação quando


estas devem ser suprimidas do modelo.
Método de processamento principal na simulação, apreende e liberta os
recursos disponíveis.
O tempo do processamento é atribuído à entidade, podendo ser
considerado como valor acrescentado, sem valor agregado,
transferência, espera, entre outros. Possui uma opção de submodelo,
criando desta forma uma lógica hierárquica.

14
Responsável por permitir a tomada de decisão de processos no sistema.
Contém opções para decidir com base em uma ou mais condições, ou
em uma ou mais probabilidades. As condições podem ser baseadas em
valores de atributos, valores de variáveis, segundo o tipo de entidade, ou
uma expressão.
Possui um mecanismo de agrupamento das entidades envolvidas no
modelo de simulação. A agregação poderá ser permanente ou
temporariamente agrupada. Quando temporária as entidades
posteriormente deverão ser divididas utilizando o módulo Separate.

Permite que se replique uma entidade em várias entidades. Poderá ser


utilizado para dividir uma entidade que sofreu agregação através do
Batch module.
Utilizado para atribuir novos valores a variáveis, atributos de entidades,
tipos de entidades, imagens de entidades, ou outras variáveis do sistema.
Permite várias atribuições com apenas um módulo deste tipo.

Recolhe dados estatísticos do modelo de simulação.

Tabela 2 – Blocos Advanced Process [sn 07].

Bloco/Módulo Funcionalidade

Ajusta uma variável para um determinado valor, a uma taxa específica.

Atrasa uma entidade, por um determinado período de tempo.

Remove um determinado número de entidades do grupo da entidade,


encaminhando-os para o módulo pretendido.

Responsável por “segurar” uma entidade numa fila até se verificar uma
determinada condição. Se a entidade se encontrar a realizar uma
determinada condição, esta deverá permanecer no bloco até a condição
se tornar verdadeira.

Permite reunir um determinado número de entidades em filas de espera


diferentes. A combinação das entidades ocorre, quando existir uma
entidade em cada uma das filas.

Remove um número consecutivo de entidades, segundo um ranking, que


se encontrem numa fila previamente estabelecida.
Possibilita a leitura de dados de um ficheiro ou do teclado, e atribui os
valores dos dados a uma lista de variáveis ou atributos. Permite ainda, a
gravação de dados num arquivo.

15
Retira unidades de um recurso, cuja entidade já foi capturada, ou seja,
permite libertar os recursos individualmente ou dentro de um conjunto.

Remove a entidade de uma determinada fila de espera e envia-a para um


módulo deliberado anteriormente.

Pesquisa em filas, num grupo, ou numa expressão, de modo a encontrar


a entidade que satisfaça a condição de pesquisa.

Aloca os recursos para uma entidade, ou seja, quando uma entidade


entra no presente módulo, aguarda numa fila, até que todos os recursos
especificados se encontrem disponíveis ao mesmo tempo.
Avalia o código de sinal e envia um sinal para cada módulo Hold, que se
encontre à espera do mesmo sinal, libertando assim o número
especificado de entidades.

Adiciona uma entidade ao armazém.

Remove uma entidade do armazém.

Os módulos Advanced Transfer Panel são responsáveis por modelar o movimento de


entidades de um local para o outro. Encontram-se divididos em três grupos: General
flowchart modules, Conveyor flowchart modules e Transporter flowchart modules.

As tabelas que se seguem descrevem os módulos de cada um destes três grupos.

Tabela 3 – Blocos General Flowchart [sn 07].

Bloco/Módulo Funcionalidade
Responsável por informar quando uma entidade entra numa estação.
Possibilita a libertação de dispositivos de transporte, utilizados para
transportar uma entidade.
Permite transferir uma entidade para uma estação ou um módulo. Esta
poderá ser transferida de duas formas, ou para um módulo que define a
estação por referência, ou routing ou transporte, ou através de uma
ligação gráfica até outro módulo.

Permite que uma entidade selecione uma determinada estação, que se


encontre definida no modelo lógico.

Possibilita transferir uma entidade para uma determinada estação ou


para a estação seguinte, utilizando o tempo de percurso especificado. Ou
seja, quando uma entidade entra no presente módulo, o atributo Station
(Entity.Station) encontra-se definido para a estação de destino. A
entidade é posteriormente enviada, utilizando o tempo de percurso
especificado anteriormente.

16
Responsável por definir uma estação, ou conjunto de estações, que
correspondem a uma determinada localização física ou lógica durante o
processamento.

Tabela 4 – Bloco Transporter Flowchart [sn 07].


Bloco/Módulo Funcionalidade
Aumenta a capacidade de um Conveyor anteriormente interrompida, ou
seja, quando o Conveyor é ativado passa a residir no local da estação, até
que este transite ou seja solicitado por uma entidade.

Atribui um Conveyor a uma entidade, sem este transitar para o local da


entidade.

Liberta as entidades do Conveyor alocado mais recentemente.

Altera o estado de uma entidade do Conveyor.

Avança um Conveyor de um local para outro, sem mover a entidade de


controlo da estação destino. Esta permanece no mesmo local, até que o
Conveyor chegue ao destino.
Quando uma entidade entra no módulo Request é atribuído um
Conveyor. A entidade permanece no módulo até que a unidade do
Conveyor tenha chegado à estação, para a qual a entidade se deve
mover. Posteriormente, a entidade move-se para fora do módulo de
solicitação.

Transfere a entidade de controlo para uma estação destino.

Tabela 5 – Bloco Conveyor Flowchart [sn 07].

Bloco/Módulo Funcionalidade

Aloca uma ou mais células de um Conveyor de uma entidade, para


circular de uma estação para outra.

Move uma entidade, da posição atual, para uma estação especificada


anteriormente.

17
Liberta as células da entidade do Conveyor.

Altera o estado de um Conveyor, ou seja, do estado inativo passa para o


estado ativo. O Conveyor pode transitar de estado em qualquer módulo.

Oposto do Start module, ou seja, do estado ativo passa para o estado


inativo.

De forma a melhor compreender o funcionamento da plataforma ARENA elaborou-se um


pequeno exemplo. Para o efeito considere-se um escritor de artigos que se encontra em fase
de produção, sendo que demora cerca de 6 horas a escrever um artigo. Uma vez que o
presente escritor não possui conhecimentos de utilizador comum de um computador,
contratou uma secretária para dactilografar os seus artigos sendo que a mesma dactilografa
um artigo em 30 minutos. Posteriormente, o artigo é avaliado pelo editor que o poderá
descartar ou publicar.

A Figura 4 representa o modelo desenvolvido para o enunciado anterior. Como se pode


constatar foi necessária a utilização de um bloco Create para criar as entidades no sistema,
que no presente caso representam artigos. Na medida em que existem dois processos pelo
qual o artigo deve passar, i.e. a escrita e a dactilografia, será necessário utilizar dois blocos
Process. No final destes dois processos, é utilizado um bloco Decide, baseando-se numa
probabilidade de 50% de aceitação do artigo. Finalmente são utilizados dois blocos Dispose
para descartar as entidades, caso seja aceite ou não.

18
Figura 4 – Publicação de artigos.

O Arena Contact Center Edition é um sistema de simulação construído sobre o ARENA®,


que se encontra personalizado, para permitir construir e executar modelos de simulação de
operação de contact center com rapidez e facilidade. Na Tabela 6 encontram-se sintetizados
os principais módulos utilizados para o referido efeito [BA 07].

Tabela 6 – Contact Data Panel [BA 07].

Bloco/Módulo Funcionalidade
Configuration module Especifica o layout do centro de contato a ser simulado.
Define os nomes de contatos estudados pelo centro de
Contact module
contato.
Determina os padrões de chegada dos contatos dos nomes de
Pattern module
contato específicos.
Define os agentes do cento de contato. Cada grupo de
agentes é composto por agentes idênticos com base numa
Agent module
descrição genérica. Esta é definita por um período de tempo
de diálogo detalhado, juntamente com uma lista associada.
Define os períodos para os quais os agentes podem ser
Schedule module
atribuídos.
Especifica a recolha das estatísticas e geração dos relatórios
Report module
para os diferentes centros de contato.
Possibilita realizar em tempo real, a animação de estatísticas
Animate module
da simulação.

19
Em conclusão, a utilização do software ARENA permite de uma forma muito intuitiva
construir o modelo e a sua lógica de controlo, através da correta interligação de módulos e a
sua parametrização, além de fornecer uma GUI e saída de resultados que potenciam o
processo de simulação. Esta característica foi determinante para a escolha do ARENA no
presente trabalho.

20
Capítulo 4

4 Caso de Estudo
No presente capítulo, pretende-se descrever a linha de produção considerada como caso de
estudo neste trabalho, com o objetivo de auxiliar na compreensão do processo de produção de
máquinas de lavar roupa. Devido a questões de confidencialidade, a descrição da linha de
produção não será realizada de forma pormenorizada e serão ocultados os nomes reais das
estações e processos de trabalho.

O principal objetivo deste projeto, como mencionado anteriormente, é a modelação de um


sistema de produção de uma linha fabril, que tem como finalidade a produção de máquinas de
lavar roupa.

A linha de produção em estudo possui duas linhas de montagem de máquinas de lavar


paralelas, cada uma compreendendo uma sequência de estações de trabalho (automatizadas ou
utilizando operadores). Na Figura 5 encontra-se ilustrado o layout simplificado do sistema de
produção em estudo, extraída da leitura dos diferentes documentos disponibilizados pela
empresa.

Figura 5 – Layout da linha de produção de máquinas de lavar roupa.

Como se pode observar, as duas linhas de montagem paralelas cruzam-se ao longo da


produção permitindo a otimização dos recursos fabris.

21
Ao longo da linha de produção, todos os processos de manufatura demoram cerca de 29
segundos, expecto as reparações manuais, que ocorrem ao longo da linha de produção, assim
como a estação onde se realizam os testes de controlo de qualidade do produto no final da
linha (Functional Tests).

De seguida, serão descritas de forma pormenorizada, determinadas zonas de maior relevo.

4.1 Bloco "Washing Unit"


No bloco “Washing Unit line 1A” podem-se denotar duas zonas de maior interesse. A
primeira refere-se à agregação de uma peça ao produto em transformação (máquina de lavar
roupa) e a segunda alude a um teste de controlo, realizado nesta seção, o qual denominar-se-á
de First Tests.
No primeiro caso, após o produto manufaturado sair do Processo #1.A irá para o Processo
#2.A, onde aguardará a chegada da peça a acrescentar ao produto, que provém do Processo
#4. O Processo #2.A será o responsável por agregar a peça ao produto. De seguida, o produto
deverá percorrer o curso da linha de montagem, avançando para o Processo #3.A. A Figura 6
representa a situação descrita.

Figura 6 – Esquema que representa a junção de uma peça ao produto final (Marriage).

De forma análoga, após a peça passar pelo Processo #1.B irá para o Processo #2.B, onde
aguardará a chegada de uma peça proveniente do Processo #4.
Como mencionado anteriormente, num dado instante do processo de fabrico é realizado um
teste de controlo, em Processo #2.A, tal como é ilustrado na Figura 7.

22
Figura 7 – Esquema que representa o Teste de controlo (First Tests).

Pretende-se, com este teste, averiguar a qualidade do produto, ou seja, pretende-se verificar
se o produto possui alguma anomalia nesta fase da produção. Se o produto possuir alguma
anomalia, deverá ser encaminhado para outra estação de trabalho, a estação Processo #3.A,
onde se procederá à reparação do mesmo, na estação Processo #2.A. Esta reparação irá
demorar cerca de 20 minutos. Posteriormente, o produto volta a ser inserido na linha de
produção, para se proceder, novamente, ao mesmo teste de controlo. É importante realizar
este teste outra vez, para garantir que a reparação foi efetuada com sucesso.
Caso o produto não possua nenhuma irregularidade, ele segue o curso natural da linha de
montagem, seguindo para a próxima estação, Processo #4.A.
Na segunda linha de montagem, isto é a Washing Unit line 2A é realizado, de forma análoga,
o procedimento anteriormente descrito.

4.2 Reencaminhamento Dinâmico

Durante o processo fabril podem-se observar duas linhas de montagem autónomas, exceto em
dois pontos da planta fabril. Estes pontos pretendem implementar dinamicamente o
reencaminhamento das paletes. Esta situação encontra-se representada na Figura 8.

23
Processo #2'
Processo #1.A Processo #3.A

Processo #2''

Processo #1.B

Processo #2''' Processo #3.B

Figura 8 – Esquema que representa o Reencaminhamento Dinâmico.

Neste caso, após o produto ser processado no Processo #1.A, poderá ser manufaturado pelo
Processo #2’ ou pelo Processo #2’’. Analogamente, após o produto passar pelo processo
Processo #1.B deverá passar pelo Processo #2’’ ou pelo Processo #2’’’. Para o Processo #3.A
apenas seguirá o produto oriundo do Processo #2’ ou do Processo #2’’. De forma
semelhante, o Processo #3.B processará as peças provenientes do Processo #2’’ ou do
Processo #2’’.

Desta forma, o Processo #2’’ constitui o elemento chave para reencaminhar paletes entre as
duas linhas de montagem.

4.3 Bloco "Functional Testss"

O presente bloco, designado por Functional Tests, é um dos casos mais relevantes neste caso
de estudo, na medida em que é onde se realizam os testes finais de qualidade do produto.
Estes testes de qualidade são de elevada importância, visto que é o local onde o produto é
testado exaustivamente, permitindo, à fábrica aferir a qualidade do produto desenvolvido. A
Figura 9 ilustra o processo relativo a esta estação.

24
Figura 9 – Esquema que representa o Teste de Funcionalidade (Functional Tests).

Após o produto ser manufaturado pelo Processo #1.A e de seguida pelo Processo #2.A, chega
ao Processo #3.A, onde é realizado o teste de qualidade ao produto, referido anteriormente.
Este terá a duração de 6 minutos. Se o teste de qualidade for positivo o produto seguirá para o
Processo #5.A. Caso contrário, será processado no Processo #4.A, onde se procederá à sua
reparação, de forma manual, com um valor estimado de 6 minutos. Posteriormente, o produto
será reintroduzido na linha de montagem, para efetuar novamente o teste de qualidade. Caso o
produto volte a ser considerado inapto será encaminhado para a estação de reparação.

De forma similar, o mesmo procedimento é repetido na segunda linha de montagem.

O Processo #3.A é a estação onde se realiza o teste de controlo de qualidade, ao qual se


denominou de Teste de Funcionalidade (Functional Tests) e que verifica as funcionalidades
dos botões, estanquicidade da máquina e é executado um pequeno ciclo de lavagem. No
interior da presente estação encontram-se dezoito máquinas, cada uma destas demorando 6
minutos a executar o conjunto de teste adequados ao modelo da máquina produzida.
Atualmente, apenas 6 das 18 máquinas se encontram em funcionamento.

25
4.4 Testes de Certificação Avançada

Na reta final de todo o processo fabril, são realizados testes de certificação a um número
reduzido de máquinas de lavar roupa, cerca de 3% do total de produção. O teste de
certificação possui a duração de uma hora e trinta minutos, onde se encontram vinte máquinas
em funcionamento paralelo. Este processo encontra-se ilustrado na Figura 10.

Figura 10 – Esquema que representa a entrada no bloco de Testes de Certificação.

Da análise da Figura 10, pode-se concluir que após o produto passar pelo Processo #1.A ou
pelo Processo #1.B, poderá seguir para o Processo #3.A ou Processo #3.B, respetivamente.
Em contrapartida, cerca de 3% do produto passará pelos testes de certificação (Processo #2),
e posteriormente serão encaminhados para o Processo #3.A ou Processo #3.B, sendo de
caracter preferencial o que se encontrar primeiro disponível.

26
Capítulo 5

5 Desenvolvimento do modelo para o sistema


de produção
Este capítulo tem como objetivo descrever o desenvolvimento do modelo e respetiva lógica
de controlo para o caso de estudo que constituem a aplicação computacional.
A presente aplicação pretende simular o modelo do sistema de produção de máquinas de lavar
roupa, descrito atrás utilizando o software ARENA®. A programação em ARENA® é
realizada por blocos.
Como referido anteriormente, é necessária a criação de entidades no sistema, sendo utilizado
para o efeito o bloco Create. A entidade criada passa a representar a máquina de lavar, em
produção, no sistema real. A Figura 11 ilustra o processo explicado anteriormente.

Figura 11 – Criação de Entidades no sistema.


No entanto, até que esta esteja transformada num produto final, deverá passar pelas restantes
etapas do processo fabril. Para representar um processo da linha de produção (isto é na
máquina) utiliza-se o bloco Process, sendo o processo ilustrado na Figura 12.

27
Figura 12 – Criação de processos no sistema.

Na configuração do processo são definidos os recursos consumidos, que utilização do mesmo


implica, assim como a sua durabilidade, que no presente estudo é de 29 segundos, para cada
processo. A Figura 13 exemplifica o processo explicado anteriormente.

Figura 13 – Configuração dos processos no sistema.

Tal como descrito anteriormente, uma situação particular é quando a palete chega a uma
estação, onde é necessário acrescentar uma nova peça à máquina em construção. A lógica de
controlo para esta situação encontra-se ilustrada na Figura 14.

Figura 14 – Agregação de duas entidades diferentes.

28
A adição de uma nova peça à máquina em construção implica a criação de uma nova entidade
no sistema em causa. A criação de cada entidade será realizada de 29 em 29 segundos, sendo
que a primeira criação da mesma ocorre aos 150 segundos (sendo que anteriormente existe
um número de processos considerável, garante-se assim que apenas é criado o que será
consumido).

Após a criação da nova entidade, esta deverá ser sincronizada com a entidade já existente no
sistema. Para o devido efeito será necessário utilizar o bloco Match. Quando uma entidade
ingressa no bloco Match aguarda numa das filas que este possui, que no presente estudo são
apenas duas, pois a agregação é de dois produtos, até que a outra entidade presente no sistema
compareça na segunda fila, obtendo-se a combinação desejada. Posteriormente, as entidades
serão agrupadas, recorrendo ao bloco Batch. Esta agregação é permanente e a entidade
resultante da agregação segue para o próximo processo fabril.

O bloco Delay é utilizado para simular o tempo de processamento que uma máquina demora a
agregar os dois produtos. A sua utilização encontra-se representada na Figura 15.

Figura 15 – Utilização do bloco Delay.

A palete de transporte da máquina de lavar roupa em produção prossegue o seu fabrico


normal até chegar à próxima estação do processo. Neste caso, o processo é relativo a uma
estação de processo que foi modelado utilizando o bloco Process, com uma duração de 29
segundos.

O bloco Decide é responsável pela tomada de decisão envolvida no modelo de simulação. A


decisão, neste caso, será baseada numa probabilidade. Segundo dados oficiais sobre a linha de
produção, cerca de 3% das máquinas necessitam de ser reparadas, sendo que a reparação
consumirá cerca de 20 minutos. Assim o bloco Decide foi configurado com 3%, tal como
ilustrado na Figura 16. De forma a simular, a reparação manual foi modelada usando o bloco
Process configurado com 20 minutos.

29
Figura 16 – Configuração do bloco Decide.

Posteriormente, a peça em produção será reintegrada na linha de produção.

A Figura 17 ilustra a lógica de controlo para a situação em que a palete chega à etapa de
controlo de qualidade, anteriormente designada por First Tests. Mais uma vez, esta é
modelada utilizando o bloco Process com a duração de 29 segundos.

Figura 17 – Reparação manual (First Tests).

A máquina em produção prosseguirá a linha de montagem até chegar ao ponto da linha de


produção, onde é passível realizar o reencaminhamento dinâmico, cuja lógica está ilustrada na
Figura 18.

30
Figura 18 – Reencaminhamento Dinâmico.

Após a peça ser manufaturada pelo bloco Process, dispõe de duas opções de progressão na
linha de montagem. Ou seja, ou segue para o processo, denominado de Processo #2’ ou para
o Processo #2’’. De modo a permitir a tomada de decisão dos processos no sistema, utilizou-
se o bloco Decide, sendo que a decisão é baseada numa probabilidade. Uma vez que, o
Processo #2’’ se encontra atualmente desativado, definiu-se para o primeiro Decide uma
probabilidade de ocorrência de 100% deste ser verdadeiro. O mesmo não se verifica no
segundo Decide, visto que a probabilidade de o Processo #2’’ ocorrer é de 0%, pois a peça
deverá ser processada pelo Processo #2’’’.

O Processo #2’’ apenas se encontra ativado, quando um ou dois processos que realizam a
mesma operação (Processo #2’ e Processo #2’’’) se danifiquem, permitindo assim que a
plataforma fabril se encontre permanentemente em produção. Caso o Processo #2’’ se
encontre ativo e realize operações é necessário posteriormente, verificar para qual dos
processos a máquina em produção deverá ir. Como tal, é necessário um terceiro bloco Decide,
permitindo, deste modo decidir para qual dos processos deverá prosseguir a peça. O critério
que será utilizado pelo sistema é o de decisão baseando-se numa probabilidade de 50%,
permitindo assim o balanceamento.

Quando uma entidade chega à estação do Functional Tests depara-se com uma estrutura
hierárquica, tal como ilustrada na Figura 19. Para o devido efeito foi utilizado o bloco
Process, mas com a opção de submodelo.

31
Figura 19 – Functional Tests.

No submodelo existem 18 máquinas aptas para realizar o teste de controlo de qualidade, que
poderão ser ativadas ou não, dependendo do cenário a simular. Segundo dados fornecidos
pela fábrica, atualmente apenas se encontram em trabalho contínuo 6 máquinas, onde o tempo
de processamento é de 6 minutos, sendo estes os valores utilizados para configurar os blocos
Process.

Neste sub-módulo, é possível observar que os blocos Decide foram colocados de forma a
balançar o sistema. As unidades, onde se realiza o teste de controlo, encontram-se modeladas

32
com o bloco Process, nele constam descritos os recursos consumidos e a durabilidade do
teste.

No final da linha de produção as entidade saem do sistema através do bloco Dispose, na


medida em que já se encontram em produto final. Esta situação encontra-se representada na
Figura 20.

Figura 20 – Entidades saem do sistema.

No anexo A encontra-se o modelo completo de simulação da linha de produção de máquinas


de lavar roupa.

33
34
Capítulo 6

6 Análise de Resultados
O modelo computacional desenvolvido no capítulo anterior, foi testado em diferentes
cenários, de forma a ser possível observar quais as possíveis melhorias que se podem
introduzir na linha de produção que necessitam uma melhoria no seu desempenho. Os
diferentes cenários simulados permitirão compreender o impacto que determinadas estações
de trabalho possuem em toda a plataforma fabril.

A simulação utiliza as ferramentas fornecidas pelo software ARENA®, nomeadamente os


oito tipos de relatórios: Category Overview, Entities, Process, Queues, Resources, Transfers,
User specified e Frequencies. Neles são impressos os cálculos estatísticos, que tomam em
consideração o número de replicações utilizados na simulação. Na análise do presente projeto,
apenas serão utilizados os relatórios dos tipos: Entities, Process, Queues e Resources.

De seguida, serão explanados os diferentes testes efetuados à linha fabril.

6.1 Funcionamento Atual

A presente simulação foi realizada para um período de 15 dias. Tem como finalidade
identificar os problemas, existentes ao longo da linha de produção de máquinas de lavar
roupa. A Tabela 7 expõe sucintamente os dados do sistema real.

Tabela 7 – Pressupostos utilizados na simulação.

Parâmetros Valor/Unidade
Tempo de processamento normal 29 Segundos
Nº Máquinas em funcionamento (Funtional Testss) 6 Unidades

35
Tempo de processamento (Funtional Tests) 6 Minutos
Nº Máquinas em funcionamento (ZHQ) 20 Unidades
Tempo de Teste ZHQ 1 Hora e 30 Minutos
1ª Reparação Manual 20 Minutos
2ª Reparação Manual 6 Minutos

A figura seguinte representa um screenshot retirado durante o processo de simulação deste


cenário.

Figura 21 – Screenshot da 1ª linha da estação Functional Tests em execução.

Com a execução da simulação da aplicação, verificou-se que existe um elevado número de


entidades (máquinas de lavar roupa), que se encontram congestionadas na linha fabril. Este
acontecimento deve-se ao facto de o número de entrada de entidades na linha de produção ser
demasiado superior ao número de máquinas produzidas, para o mesmo período. A tabela 8
apresenta os dados recolhidos que fundamentam o referido anteriormente.
Tabela 8 – Relação das entidades com o sistema.
Nº Entidades
Entrada no Sistema 86.362
Saída do Sistema 41.851
Entidades Presas no Sistema 44.511

Após uma análise detalhada aos relatórios gerados pela aplicação, verificou-se que o
problema da presente linha de produção encontra-se na estação Functional Tests, na medida
em que as entidades ficam retidas nesta estação. De notar que apesar de possíveis seis

36
estações, o elevado tempo de inspeção em cada uma delas (quando comparado com o tempo
dos outros processos ao longo da linha) faz desta estação o elemento bottleneck da linha.
O gráfico da Figura 22 representa a relação do número de entidades que frequentaram a
estação Functional Tests da linha de montagem #1, num período de 15 dias. O
comportamento adotado pela segunda linha, na mesma estação, é semelhante.

Figura 22 – Gráfico da 1ª linha da estação Functional Tests.


Como se pode observar no gráfico, o tempo que uma entidade espera para ser atendida possui
um crescimento exponencial. Este comportamento verifica-se porque o número de máquinas
que chega à estação Functional Tests é superior ao número de máquinas que sai da mesma, o
que a longo prazo pode-se tornar insustentável.
A Tabela 9 ilustra os tempos de espera na estação Functional Tests
Tabela 9 – Dados da estação Functional Tests.
Média Valor Mínimo Valor Máximo
(em dias) (em dias) (em dias)
Tempo de espera de uma entidade no
3,3981 0,0000 10,1118
Functional Tests - 1ª Linha
Tempo de espera de uma entidade no
3,3699 0,0000 10,0952
Functional Tests - 2ª Linha
Tempo que a entidade passa na estação
3,4023 0,0042 10,1160
Functional Tests - 1ª Linha
Tempo que a entidade passa na estação
3,3741 0,0042 10,0994
Functional Tests - 2ª Linha

37
Da análise da tabela 9 constata-se que o tempo que uma máquina tem que esperar para
realizar o teste de controlo de qualidade, é de cerca de 3,4 dias. O valor máximo que uma
entidade já esperou para realizar o teste de controlo é de aproximadamente 10,1 dias. Este
comportamento é pouco rentável e incomportável, uma vez que a realização do presente teste
de controlo de qualidade do produto é extremamente importante e obrigatória, pois permite à
empresa aferir a qualidade do produto.
De seguira, serão abordados diferentes cenários que poderão auxiliar na avaliação do impacto
que a estação Funtional Tests possui na linha de produção.

6.2 Alteração nos parâmetros da Estação Functional Tests


O presente cenário de estudo tem como principal objetivo analisar o impacto que a estação
Functional Tests possui na linha de produção, ou seja, avaliar o quanto uma determinada
alteração de funcionamento, nesta estação, condicionará o resto da linha de produção. Serão
estudadas três alterações à mesma, procurando determinar o impacto que estas possuem na
produção e qual a melhor opção a adotar, de forma a maximizar a produção de máquinas de
lavar roupa.

6.2.1 Alteração do tempo de execução


Uma alteração pertinente à estação Functional Tests é reduzir o tempo de processamento do
teste de controlo de qualidade, de 6 minutos (valor atual na linha de produção) para 5
minutos. A tabela 10 sintetiza os prossupostos assumidos para a realização deste cenário.

Tabela 10 – Pressupostos utilizados na simulação com alteração do tempo de processamento.

Parâmetros Valor/Unidade
Tempo de processamento normal 29 Segundos
Nº Máquinas em funcionamento (Funtional Tests) 6 Unidades
Tempo de processamento (Funtional Tests) 5 Minutos
Nº Máquinas em funcionamento (ZHQ) 20 Unidades
Tempo de Teste ZHQ 1 Hora e 30 Minutos
1ª Reparação Manual 20 Minutos
2ªReparação 6 Minutos

Depois de executada a simulação da aplicação desenvolvida para este cenário é possível


observar um aumento de produtividade da linha de produção, uma vez que o número de
máquinas produzidas no mesmo intervalo aumentou de 41.851 para 50.221 (16%), tal como é
ilustrado na tabela 11.

Por outro lado, o número de máquinas que se encontram na linha foi reduzido.

38
Tabela 11 – Relação de entidades no sistema com redução do tempo de processamento.
Nº Entidades
Entrada no Sistema 86.364
Saída do Sistema 50.221
Entidades Presas no Sistema 36.143
A Figura 23 representa a relação do número de entidades que passaram pela estação
Functional Tests, da primeira linha de manufatura, num período de 15 dias.
Como se pode observar o tempo de espera de uma entidade diminuiu. No entanto, embora
atenuado continua a existir e a crescer exponencialmente, o que significa que a longo prazo se
torna inexequível.

Figura 23 – Gráfico da 1ª linha da estação Functional Tests com tempo de processamento de 5 minutos.

Na tabela 12, verifica-se que o tempo que uma máquina tem que esperar para realizar o teste
de controlo de qualidade, diminuiu de 3,4 dias para 2,6 dias, ou seja diminuiu
aproximadamente um dia, em cada uma das linhas de produção. Observou-se ainda, uma
diminuição do tempo de espera máximo de uma entidade.
Tabela 12 – Dados da estação Functional Tests com redução do tempo de processamento.
Média Valor Mínimo Valor Máximo
(em dias) (em dias) (em dias)
Tempo de espera de uma entidade
2,587 0,000 9,138
no Functional Tests - 1ª Linha
Tempo de espera de uma entidade
2,582 0,000 9,240
no Functional Tests - 2ª Linha
Tempo que a entidade passa na 2,590 0,0035 9,142

39
estação Functional Tests - 1ª Linha
Tempo que a entidade passa na
2,586 0,0035 9,244
estação Functional Tests - 2ª Linha

Em conclusão, a redução de 1/6 no tempo de execução nesta estação levará a um aumento de


16% na produtividade. Tendo em vista o aumento da produção de uma forma mais
significativa é necessário considerar a articulação com outros parâmetros do sistema.

6.2.2 Alteração do número de estações de teste


A alteração realizada anteriormente ao sistema real não permitiu a otimização ideal à linha
fabril. Como tal, foi estudado o efeito que a alteração do número de estações que realizam os
testes de qualidade produz na linha de produção de máquinas de lavar roupa. A presente
simulação considerará o aumento do número de máquinas em funcionamento, de 6 unidades
(valor atual na linha de produção) para 8 unidades.

A tabela 13 explana de forma sucinta os pressupostos utilizados para a presente simulação.


Tabela 13 – Pressupostos utilizados na simulação com 8 máquinas em funcionamento.

Parâmetros Valor/Unidade
Tempo de processamento normal 29 Segundos
Nº Máquinas em funcionamento (Funtional Tests) 8 Unidades
Tempo de processamento (Funtional Tests) 6 Minutos
Nº Máquinas em funcionamento (ZHQ) 20 Unidades
Tempo de Teste ZHQ 1 Hora e 30 Minutos
1ª Reparação Manual 20 Minutos
2ªReparação 6 Minutos

A execução da simulação da aplicação, com as alterações necessárias à realização do presente


cenário, permite observar um aumento significativo da produtividade, cerca de xx% em
relação do funcionamento atual, conforme ilustrado na Tabela 14.
Tabela 14 – Relação de entidades no sistema com 8 máquinas em execução.
Nº Entidades
Entrada no Sistema 86.363
Saída do Sistema 55.837
Entidades Presas no Sistema 30.526

A Figura 24 representa a relação do número de entidades que passaram pela estação


Functional Tests da primeira linha de produção, no período de 15 dias, para a presente
simulação.

40
Da análise do mesmo, pode-se verificar-se que embora o número de máquinas produzidas
tenha aumentado consideravelmente, o tempo de espera foi atenuado, mas não se encontra
impedido de crescer exponencialmente.

Figura 24 – Gráfico da 1ª linha da estação Functional Tests com alteração do n.º de máquinas para 8.

Da análise dos relatórios gerados pelo simulador pode-se observar que em média uma
entidade continua a esperar cerca de 2,6 dias, sendo que o valor máximo de espera,
documentado pelo software ronda os 5,4 dias, em ambas as linhas de produção.
O tempo que uma entidade permanece, na estação em estudo, é de em média 2,6 dias, sendo
que o maior valor registado pelo software encontra-se em cerca de 5,7 dias.
A tabela 15 expõe os dados referenciados anteriormente, entre outros.
Tabela 15 – Dados da estação Functional Tests com 8 máquinas em execução.
Média Valor Mínimo Valor Máximo
(em dias) (em dias) (em dias)
Tempo de espera de uma entidade no
2,593 0,000 5,409
Functional Tests - 1ª Linha
Tempo de espera de uma entidade no
2,590 0,000 5,463
Functional Tests - 2ª Linha
Tempo que a entidade passa na estação
2,5973 0,0042 5,463
Functional Tests - 1ª Linha
Tempo que a entidade passa na estação
2,5939 0,0042 5,468
Functional Tests - 2ª Linha

Uma vez que, a alteração realizada anteriormente não permitiu a otimização ambicionada para
o problema, mas obteve resultados positivos do ponto de vista do número de máquinas

41
produzidas. Foi considerado um novo cenário que contempla a existência das 18 estações no
functional tests (que existem na linha, mas não se encontram atualmente em funcionamento).
A tabela 16 ilustra o caso referenciado.

Tabela 16 – Pressupostos utilizados na simulação com 18 máquinas em funcionamento.

Parâmetros Valor/Unidade
Tempo de processamento normal 29 Segundos
Nº Máquinas em funcionamento
18 Unidades
(Funtional Tests)
Tempo de processamento (Funtional Tests) 6 Minutos
Nº Máquinas em funcionamento (ZHQ) 20 Unidades
Tempo de Teste ZHQ 1 Hora e 30 Minutos
1ª Reparação Manual 20 Minutos
2ª Reparação Manual 6 Minutos

A Tabela 17 ilustra os resultados obtidos sendo possível observar uma melhoria significativa
na produtividade da linham a qual agora não apresenta congestionamento.
Tabela 17 – Relação de entidades no sistema com 18 máquinas em execução.
Nº Entidades
Entrada no Sistema 86.364
Saída do Sistema 86.272
Entidades Presas no Sistema 92

O gráfico em baixo (Figura 25) permite observar que o número de entidades a entrarem em
produção é diretamente proporcional ao número de máquinas de lavar roupa produzidas.

Figura 25 – Gráfico da 1ª linha da estação Functional Tests com alteração do n.º de máquinas para 18.

42
Segundo os relatórios gerados pela aplicação, pode-se observar que os tempos de espera de
uma entidade, na estação Functional Tests, são insignificantes. O mesmo se verifica com o
tempo que uma entidade se mantém em teste dentro da presente estação.
Tabela 18 – Dados da estação Functional Tests com 8 máquinas em execução.
Média Valor Mínimo Valor Máximo
(em dias) (em dias) (em dias)
Tempo de espera de uma entidade no
0,0050 0,0003 0,0501
Functional Tests - 1ª Linha
Tempo de espera de uma entidade no
0,0059 0,0003 0,0662
Functional Tests - 2ª Linha
Tempo que a entidade passa na
0,0090 0,0034 0,0542
estação Functional Tests - 1ª Linha
Tempo que a entidade passa na
0,0101 0,0041 0,0700
estação Functional Tests - 2ª Linha
Este cenário de estudo possui, como principal objetivo, analisar o impacto que uma redução
do tempo de execução de cada processo terá na linha de produção. Assim considerou-se uma
diminuição de 29 segundos (valor atual na linha de produção) para 22 segundos, nos vários
processos ao longo da linha. A tabela 19 sintetiza os prossupostos assumidos para a realização
do presente cenário.

Tabela 19 – Pressupostos utilizados na simulação com 22 segundos de tempo de processamento global.

Parâmetros Valor/Unidade
Tempo de processamento normal 22 Segundos
Nº Máquinas em funcionamento (Funtional Tests) 6 Unidades
Tempo de processamento (Funtional Tests) 6 Minutos
Nº Máquinas em funcionamento (ZHQ) 20 Unidades
Tempo de Teste ZHQ 1 Hora e 30 Minutos
1ª Reparação Manual 20 Minutos
2ªReparação 6 Minutos

Após a simulação da aplicação desenvolvida, (ver tabela 20) são gerados automaticamente os
relatórios a analisar. Da observação destes, conclui-se que o cenário adotado, ao contrário do
esperado, é muito semelhante à primeira abordagem realizada. Ou seja, verificou-se que a
redução do tempo de processamento nas várias estações ao longo da linha não implica um
aumento de produtividade. Isto é justificado pelo fato de apesar de cada processo ser mais
rápido o congestionamento na estação Functional Tests mantem-se.
Tabela 20 – Relação de entidades no sistema com 22 segundos de tempo de processamento global.
Nº Entidades
Entrada no Sistema 86.368
Saída do Sistema 41.857
Entidades Presas no Sistema 44.511

43
A Figura 26 caracteriza a relação do número de entidades que frequentaram a estação
Functional Tests (primeira linha de produção), num período de 15 dias. Da análise do gráfico
concluísse que o tempo de espera foi reduzido, mas não se encontra extinto, ou seja continua a
crescer exponencialmente.

Figura 26 – Gráfico da 1ª linha da estação Functional Tests com variação do tempo total de
processamento.
Da observação dos relatórios gerados pelo simulador pode-se verificar que em média uma
entidade espera aproximadamente 3,4 dias, para realizar o teste de controlo de qualidade, em
ambas as linhas de montagem. O maior valor registado de espera é de aproximadamente 10
dias. Segundo os valores registados pela aplicação não ocorreu uma diferença significativa em
relação ao sistema real.

Tabela 21 – Dados da estação Functional Tests com 22 segundos de tempo de processamento global.
Média Valor Mínimo Valor Máximo
(em dias) (em dias) (em dias)
Tempo de espera de uma entidade no
3,3929 0.0000 10.1619
Functional Tests - 1ª Linha
Tempo de espera de uma entidade no
3,4030 0.0000 10.1324
Functional Tests - 2ª Linha
Tempo que a entidade passa na
3,3971 0,0042 10,1661
estação Functional Tests - 1ª Linha
Tempo que a entidade passa na
3,4072 0,0042 10,1366
estação Functional Tests - 2ª Linha

44
O presente cenário apenas veio corroborar a conjetura, abordada anteriormente, de que o
principal problema da linha de produção de máquinas de lavar se encontra na estação
Functional Tests. Aconselha-se assim a realização de um estudo de investigação que permita
diminuir a duração do teste de controlo de qualidade e ao mesmo tempo verificar a
possibilidade de aumentar o número de máquinas na execução do referido testem através da
re-activação de estações existentes mas não em funcionamento.

45
46
Capítulo 7

7 Conclusões e Trabalho Futuro


A realização do presente projeto permitiu alargar os conhecimentos na área da simulação,
uma área extremamente vasta e complexa. Possibilitou o contacto com uma ferramenta de
simulação extremamente poderosa, que permite a simulação de sistemas reais de elevada
complexidade.

7.1 Conclusões

A plataforma de simulação ARENA® é uma ferramenta de simulação extraordinariamente


robusta e eficaz, com uma programação modular e intuitiva e que permite gerar diferentes
tipos de relatórios e executar em diferentes períodos, permitindo ao analista observar os dados
de simulação em diferentes períodos de temo. Embora seja uma plataforma de simulação
notável, que permite ao analista simular um enorme leque de sistemas reais diferentes, requer
um estudo aprofundado sobre o software, devido à complexidade e versatilidade do mesmo.

A nível industrial torna-se extremamente rentável investir neste software. No entanto, é


necessário ter em conta, que ao investir num software deste género será necessário oferecer
formação do mesmo aos funcionários que operaram com ele, na medida em que pretende-se
que estes retirem o maior partido possível da utilização do mesmo.

Do estudo elaborado para a linha de produção de máquinas de lavar roupa, que envolveu a
conceção do modelo e lógica de controlo e a sua simulação em diferentes cenários, diversas
conclusões foram extraídas.

47
Assim, verificou-se que a estação Functional Tests, o elemento congestionados da atual linha
limitando a sua produtividade. A análise da simulação de vários cenários permitiu elaborar
recomendações para a empresa e passam pelo estudar a possibilidade de redução do tempo de
processamento do teste e aumento do número de estações teste.

7.2 Trabalho Futuro

Durante o desenvolvimento da presente aplicação, chegou-se à conclusão que poderá ser


realizada uma animação de forma a completar a simulação. Uma modelação com animação a
duas dimensões ou três dimensões, permitirá observar determinados fatores que uma simples
modelação não antevê. Além disso, esta animação torna passível que um utilizador leigo na
plataforma de simulação possa observar o fenómeno com maior facilidade.

Num estudo futuro, poderá também incluir-se os custos de cada processo fabril, assim como,
mão-de-obra, recursos materiais, entre outros.

O presente estudo pode ser completado interligando-o a uma base de dados, recebendo dados
on-line, e posteriormente simulando utilizando esses dados. Assim, baseando-se no histórico
de produção será possível simular o que acontecerá com um rigor e exatidão superiores.

48
Referências bibliográficas

[AT 07] Altiok, Tayfur. Simulation Modeling and Analysis with Arena. Elsevier – 2007.
[BA 07] Brandley, Allen. Arena Contact Center. Rockwell Automation – Novembro de 2007.
[BJ 98] Banks, Jerry.Handbook of Simulation – Principles, Methodology, Advances, Applications, and
Practice. JOHN WILEY & SONS, LDA – 1998.
[CJ 98] Costa, J. Almeida. Dicionário da Língua Portuguesa. Porto Editora – 8ª edição, 1998.
[CP 11] Costa, Paulo; Gonçalves, José; Lima, José; Malheiros, Paulo. SimTwo realistic simulator: a
tool for the development and validation of robot software – 2011.
[CP 12] http://paginas.fe.up.pt/~paco/wiki/index.php?n=Main.SimTwo - Agosto 2012.
[KD 00] Kelton, W.David. Simulation with Arena, Third Edition – International Edition. McGraw-Hill
– 2000.
[LA 03] Law, Averill M. Simulation Modeling and Analysis, Third Edition. McGraw-Hill – 2003.
[NL 12] http://ccl.northwestern.edu/netlogo/ - Agosto 2012.
[PC 95] Pegden, C. Dennis. Introduction to Simulation Using SIMAN – Second Edition. McGraw-Hill
– 1995.
[sn 07] Arena® User’s Guide. Rockwell Automation – Novembro de 2007.
[TK 95] Tumay, Kerim. Business Process Simulation. Winter Simulation Conference – 1995.
[Wiki 2012a] http://en.wikipedia.org/wiki/Monte_Carlo_method - Agosto 2012.
[Wiki 2012b] http://en.wikipedia.org/wiki/Simula - Agosto 2012.

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50
Anexo A

A Modelo Lógico da Linha de Produção

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