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Assim, a educação na modalidade EJA não deve ser confundida com a proposta
de ensino da educação infantil. Pela própria condição biológica, pois se tratam de duas
condições biológicas de vida completamente distintas; além disso, a posição que
ocupam frente os papéis desenvolvidos dentro da sociedade, suas responsabilidades e
obrigações, assim como a vivência e os saberes que já trazem consigo, são, portanto,
eminentemente díspares. Como fora dito, ninguém é ignorante completamente, ou seja,
os saberes populares configuram-se também em educação. Não estendi, esse parágrafo
não se relaciona com a reflexão anterior.
Outro problema enfrentado pela EJA é a construção de uma educação pautada na
“perda”, ou seja, para muitos profissionais da área da educação que estão ligados a esta
modalidade, a compreensão é a de um sujeito que “perdeu” o ensino na idade certa,
concebendo assim este indivíduo como alguém que estudou por algum tempo e parou.
Contudo, a identificação deste indivíduo ainda é de uma educação de “reposição”, ou
seja, é necessário “repor” o tempo perdido fora da escola, assim, encontramos
problemas que facilitam a não adesão deste indivíduo no processo educacional, pois
ignora todas as suas vivências sociais, culturais e familiares. É necessário reconhecer
neste aluno um sujeito que possui “bagagem” vivencial que deve ser considerada no
processo de ensino. Em Paulo Freire também percebemos o conceito de “palavra
geradora”, ou seja, a educação de Jovens e adultos não deve ser meramente produção e
reprodução de famílias silábicas, mas sim partir de um preceito vivencial do cotidiano
do educando. Com isto, o processo educacional transforma-se em conscientização
objetiva do letramento, sem deter-se majoritariamente em conjunturas organizacionais
das sílabas, em que, configura-se em meros ajuntamentos. Freire então propõe que
Da teoria a prática
Com isto, foi construída uma distorção da compreensão desta resolução, pois,
muitos alunos “atrasados” em suas séries, passaram a esperar alcançar a idade mínima
de 15 anos para poder ingressar na modalidade da EJA, pois ainda é concebida e
confundida com a proposta educacional do supletivo. Ainda na ideia da aceleração da
modalidade para que haja a identificação com esta proposta, enquanto mero
“fornecedor” de diplomas, para a demanda capitalista do mercado, que exige cada vez
mais “documentos” que atestem capacidade de trabalho, com mero valor burocrático
das relações de trabalho. Outra possibilidade de discussão quanto a este assunto é a
proposta do Governo de sanar o analfabetismo no Brasil, e aqui em especial no Estado
de Goiás, desconsiderando as outras possibilidades que esta modalidade pode fornecer,
como a emancipação do sujeito, como nos propõe Paulo Freire.
Conclusão