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RELATÓRIO E DIDÁTICA:

Mercantilização das terras e latifúndio no Brasil Imperial I

Amanda Gonçalves de Andrade RA: 161223885

João Paulo de Campos Silva RA: 161220614

Joyce Nader Altenfelder Silva RA: 161221793

Murilo Giannini Nogueira Pires RA 161220941

Prof. Responsável: Profa. Dra. Marisa Saenz Leme

Franca – 2018
I. Quais as diferenças fundamentais da política rural no Brasil antes e depois da lei de
terras de 1850 , o que fundamenta essa nova forma de partilha?

A diferença fundamental da partilha territorial brasileira está intrinsecamente


ligada à organização política dos períodos. Do século XVI até a aplicação da lei de 1850,
a terra está diretamente ligada ao poder monárquico que usa de doações para a cooptação
política daqueles a quem a destina. Todo o território é propriedade do rei para que descida,
através do mérito, interesse e capacidade econômica de exploração do dado território,
quem deve ser beneficiário. Assim, a terra doada pela sesmaria continua sendo
propriedade da coroa, sendo “emprestada” para uso fruto dos senhores de engenho,
impedindo a hereditariedade, a partilha ou a utilização para a produção não comercial. A
terra, aqui, é o princípio do status social dessa sociedade sendo o ganho econômico
consequência dele, apoiada no trabalho escravo e sendo possível arrendá-la, em suas
porções periféricas, para trabalhadores livres e meeiros.

Como a quantidade de terras virgens ainda assim era abundante, muitos


trabalhadores livres se apropriavam das terras por meio das posses para a produção de
subsistência, prática essas não regulamentada porém não impedida, pois facilitava a
colonização europeia e o controle dos territórios anteriormente de dominação indígena.
Com a consumação da independência brasileira, a sistema de doações é abolido o que
acabou por fomentar um sistema anárquico que apropriação dos territórios nacionais pela
ocupação; assim, posseiros passam a se apropriar de porções cada vez maiores de terra,
sem o crivo do governo central do Império. Vendo a ampliação desses processos
irregulares, a elite brasileira, por meio da burocracia legal do Estado, passa a cunhar a
chamada Lei de Terras, implementada em 1850. A terra passa então a ser patrimônio
público da nação, não mais propriedade do Rei, sendo a venda o único veiculo legal de
apropriação de novos territórios, dando fim as formas tradicionais de aquisição.

Baseada na teoria de Wakefield, que supunha impossível a aplicação do


trabalho livre nas fazendas para a exportação enquanto a terra fosse abundante, a lei
promulgada em 1850 visava a partilha do território nacional exclusivamente pela venda
a altos preços, impedindo assim a facilidade na criação de novas propriedades por parte
dos colonos com pouco capital para investimento, priorizando assim o latifúndio
monocultor para exportação, voltando a nova mão de obra livre exclusivamente para o
trabalho assalariado nessas propriedades. Essa nova valorização do trabalho e da terra é
consequência duma intensa penetração do capitalismo no território nacional, fazendo do
poder econômico a primazia para o status social, funcionando de forma invertida às
formas tradicionais de exploração pré-existentes.

II. Estados Unidos e Brasil passaram por políticas de terras no século XIX. Entretanto,
quando comparadas, podem ser consideradas contrastantes. Quais as principais diferenças
entre a Lei de Terras de 1850 e o Homestead Act ?

É importante destacar que tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil a política
rural está sempre ligada a uma certa noção de trabalho. O emprego de novas políticas de
terras em ambos os países, foi fruto da expansão econômica, porém as estratégias
compreendidas como contraditórias refletem diretamente as tendências sociais e
econômicas que também se diferem nos países.

No Brasil, em 1850, a Lei de Terras colocou em voga novos critérios com


relação aos direitos e deveres dos proprietários de terra. A lei tinha com o intuito de
impedir qualquer pessoa que tivesse pouco capital disponível de possuir terras,
determinando assim, que a aquisição de terras no Brasil só poderia ser feita por meio da
realização de transação comercial ou doação do governo. Outro ponto importante é que
apenas aqueles que possuíam propriedade é que poderiam conseguir um título de posse
junto às autoridades oficiais.

Já nos Estados Unidos, a lei intitulada Homestead Act criada em 1862, garantia
propriedade de terra para qualquer família interessada em cultivar um lote de terras sem
proprietário. Os critérios eram que qualquer chefe familiar, maior de 21 anos e que nunca
tivesse lutado contra os EUA em algum conflito teria o direito de ocupar cerca de 400
metros quadrados de terras devolutas desocupadas. Desse modo, a lei estadunidense, ao
invés de privilegiar quem já possuía terras ou recursos para compra-las, a lei possibilitou
que pessoas com poucas condições tivessem oportunidade de ter sua propriedade.

Mas, tanto no Brasil, como nos Estados Unidos, os motivos políticos pareciam
menos substanciais que os motivos econômicos e sociais. Ambas as leis, foram resultado
direto do enfrentamento de diversas tendências opostas e representaram visões
divergentes, extinguindo as tradicionais formas vigentes na época.
DIDÁTICA

Trabalhar em sala de aula o assunto através de charges

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