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EMPRESA ESTADUAL DE PESQUISA

AGROPECUÁRIA DA PARAÍBA-EMEPA-PB

FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DA


PARAÍBA-FAEPA-PB

Palma Forrageira: Cultivo, Uso Atual e


Perspectivas de Utilização no Semi-árido
Nordestino
Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba S/A

Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba - FAEPA

Palma Forrageira: Cultivo, Uso Atual e Perspectivas


de Utilização no Semi-árido Nordestino1

Edson Batista Lopes


Editor

_____________________________________________________________
1
Livro especialmente editado para ser divulgado no VI International Congress on Cactus Pear
and Cochineal / VI General Meeting of FAO-CACTUSNET: 22 - 26 Octuber 2007. João
Pessoa - Paraíba - Brazil.

João Pessoa
Estado da Paraíba
Outubro, 2007

2
Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba S. A.
Rua Eurípedes Tavares 210, Tambiá – Caixa Postal 275
CEP: 58013-290 João Pessoa, PB
www.emepa.org.br
emepa@emepa.org.br

Comitê de Publicações
Camilo Flamarion de Oliveira Franco (Presidente)
Maria Leoneide Leite da Nóbrega (Secretária)
Elson Soares dos Santos (Editor Técnico)
Ivonete Berto Menino
Jorge Cazé filho
Ladilson de Souza Macedo
Maria Ruth de Sousa
Wandrick Hauss de Sousa

1ª edição
Tiragem: 1000 exemplares

Palma forrageira: cultivo, uso atual e perspectivas de utilização no semi-árido


nordestino/Editor, Edson Batista Lopes. João Pessoa: EMEPA/FAEPA, 2007.
130p. il.
Inclui Bibliografia
ISSN: 0102-0919
1. Palma forrageira – Alimentação. 2. Palma forrageira – Agroindústria. I.
Lopes, E. B. II. Título.

CDD 574.5
P 153

3
ISSN 0102-0919 AUTORES

EDSON BATISTA LOPES


Engenheiro Agrônomo, Dr. Pesquisador da EMBRAPA/EMEPA-PB. Estação Experimental de
Lagoa Seca. 58.117-000. Lagoa Seca - PB. E-Mail: edsonbatlopes@uol.com.br

CARLOS HENRIQUE DE BRITO


Biólogo, Dr. Bolsista do CNPq/FINEP. EMEPA - Estação Experimental de Lagoa Seca. 58.117-
000. Lagoa Seca - PB. E-Mail: chbrito1@hotmail.com

CLAUDETE COELHO GUEDES


Economista, Drª. Professora da UFPB. 58.000-000. João Pessoa - PB. E-mail:
claudetg@terra.com.br

DJALMA CORDEIRO DOS SANTOS


Engenheiro Agrônomo, M. Sc. Pesquisador do IPA. Estação Experimental de Arcoverde. 56.
500-000. Arcoverde – PE. E-mail: djalma@arconet.com.br

EGBERTO ARAÚJO
Engenheiro Agrônomo, Dr. Professor do CCA/UFPB. Setor de Fitossanidade. 58.397-000. Areia
- PB. E-mail: egberto@cca.ufpb.br

JACINTO DE LUNA BATISTA


Engenheiro Agrônomo, Dr. Professor do CCA/UFPB. Setor de Fitossanidade. 58.397 - 000.
Areia - PB. E-mail: jacinto@cca.ufpb.br

LÚCIA DE FÁTIMA ARAÚJO


Zootecnista, Drª. Pesquisadora da EMEPA-PB. Rua Eurípedes Tavares, 210, Tambiá. 58.013-
290. João Pessoa - PB. E-mail: luciazootec@yahoo.com.br

MANOEL FERREIRA DE VASCONCELOS


Engenheiro Agrônomo, M. Sc. Pesquisador da EMEPA-PB. Estação Experimental de Lagoa
58.117-000. Lagoa Seca - PB. E-Mail: vasconcelosmf@bol.com.br

RILDO SARTORI BARBOSA COELHO


Engenheiro Agrônomo, Dr. Pesquisador do IPA/SPRRA. Av. Gal. San. Martin, 1371 – Bonji,
CEP 50.761- 000. Recife - PE. E-mail: rsartori@oi.com.br

VANILDO ALBERTO LEAL BEZERRA CAVALCANTI


Engenheiro Agrônomo, M. Sc. Pesquisador do IPA. Av. Gal. San. Martin, 1371 – Bonji, CEP
50.761-000. Recife - PE. E-mail: vanildo@ipa.br

4
APRESENTAÇÃO

O Brasil tem a maior área de palma plantada do mundo, atualmente com cerca de 600 mil
hectares, e o produtor rural ainda dispõe de poucas informações sobre o assunto, explorando a
cultura apenas para ração animal. Em outras regiões do mundo, além de ser utilizada como
forragem, encontram-se utilizações diferentes da palma como, por exemplo, no México e em
algumas regiões da América Latina, onde as plantas do gênero opuntia e nopalea são cultivadas
para produção de verdura (nopalito), fruto (Tuna, Figo-da-índia) e, em alguns países da África,
as raquetes da palma fazem parte da dieta de seres humanos. Em países asiáticos a palma é
utilizada como planta medicinal, entrando na composição de medicamentos naturais.
No Brasil, graças aos esforços traçados pela Federação da Agricultura e Pecuária do
Estado da Paraíba – FAEPA, através do Projeto Palmas para o semi-árido, a palma passou a
ganhar ares de cultura nobre, com a implantação de Núcleos de Tecnologia Social para produção
e beneficiamento da palma (NTS), onde grupos de produtores rurais são orientados a plantar e
manejar a cactácea, obedecendo à tecnologia do cultivo intensivo, atingindo produtividades
superiores a 10 ou 12 vezes às atingidas com o sistema tradicional. Desta forma, a área a ser
cultivada com palma pode diminuir significativamente abrindo espaço para o produtor cultivar
outras culturas em sua propriedade.
O Projeto Palmas para o Semi-árido vem proporcionando a todos o acesso às
informações sobre as diversas opções econômicas a partir da cultura da palma, possibilitando a
diversificação da renda das famílias rurais desde a fabricação de farelo como base energética de
rações balanceadas para alimentação dos animais, até a produção agroindustrial com a fabricação
de cosméticos, doces, sucos, vinhos, licores, sorvetes, iogurtes, dentre outros produtos.
Paralelamente à implantação dos Núcleos de Tecnologia Social, o projeto se preocupa, de
forma muito especial, com a educação das crianças das escolas rurais, na certeza de que estes
serão os cidadãos que no futuro irão garantir o uso intensivo da planta, com possibilidades
concretas de mudar a história da região nordeste do Brasil. Neste processo educativo, as crianças
aprendem desde cedo que o cultivo da palma para outro fim que não apenas o de alimentação
animal está dentro de uma normalidade em sua vida.
Este livro, elaborado por técnicos de reconhecida capacidade, faz uma análise técnica
aprofundada do que é possível se fazer com a palma. Assim, acredito que poderemos dar um
redirecionamento das potencialidades da palma através dos diversos sistemas de produção que
são aplicados à cultura. Acredito que o livro chega em um excelente momento nas mãos dos
agricultores, técnicos de nível médio e superior, bem como àqueles interessados na cadeia
produtiva e no agronegócio da palma, pois a cultura vive um momento de grande entusiasmo e
crescimento, necessitando com urgência de novas informações.

Mário Antônio Pereira Borba


Presidente da FAEPA-PB

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PREFÁCIO

No Semi-árido Nordestino a predominância botânica é de vegetação chamada de


“caatinga” representada por 73% de plantas xerófilas e entre estas muitas cactáceas, altamente
resistentes a longos períodos estivais, em ajustamento fitológico único no mundo dos vegetais
para condições adversas do meio, com cerca de 930 espécies vegetais já catalogadas.
Nessa região de muitas cactáceas as palmas forrageiras (Opuntia e Nopalea) têm sido
largamente utilizadas no Nordeste, visando à suplementação dos animais nos períodos críticos do
ano. A palma é uma forrageira bem adaptada às condições do semi-árido nordestino, suportando
grande período de estiagem, em função das suas propriedades fisiológicas, caracterizadas por um
“apparatus” fotossintético eficiente. Assim a utilização da Opuntia fícus-indica como forragem
para os animais foi ganhando espaço sobretudo nos Estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e
em algumas regiões do Ceará e Rio Grande do Norte, onde a planta se aclimatou bem e apresenta
boa produção de massa verde. Uma inovação para utilização da palma forrageira na alimentação
é sob a forma de farelo. O farelo de palma é um grande potencial para uso como fonte alternativa
de energia para ruminantes.
Além de ser utilizada como forragem em algumas regiões do globo terrestre encontram-
se utilizações diferentes da palma forrageira como, por exemplo, no México e em algumas
regiões da América Latina a Opuntia é cultivada para produção de verdura (nopalito), fruto
(figo-da-india) e em alguns países da África, as raquetes de palma faz parte da dieta de seres
humanos. Em países asiáticos a palma forrageira é utilizada como planta medicinal, entrando na
composição de medicamentos naturais.
Este livro faz uma análise técnica aprofundada do que é possível de se fazer com a palma
forrageira. Elaborado por técnicos de reconhecida capacidade ele visa o redirecionamento das
potencialidades da palma. Ele objetiva, ainda, preencher uma lacuna até então desconhecida dos
múltiplos usos da palma, bem como difundir conhecimentos novos gerados ou adaptados pela
equipe de pesquisadores e professores que o escreveu, atendendo aos anseios dos agricultores,
técnicos de nível médio e superior, bem como àqueles interessados na cadeia produtiva e no
agronegócio da palma.

Miguel Barreiro Neto


Diretor Presidente da EMEPA-PB

6
SUMÁRIO

Apresentação....................................................................................................................... 05
Prefácio................................................................................................................................ 06
Resumo................................................................................................................................ 10
Abstract............................................................................................................................... 10
CAPÍTULO I – CULTIVO DA PALMA FORRAGEIRA............................................. 11
1. Introdução....................................................................................................................... 11
2. Histórico da introdução da palma no semi-árido nordestino..................................... 13
3. Classificação botânica.................................................................................................... 14
4. Variedades de palma forrageira cultivadas no semi-árido nordestino..................... 16
4.1. Palma gigante (Opuntia ficus-indica L.) Mill........................................................... 16
4.2. Palma redonda (Opuntia sp.).................................................................................... 17
4.3. Palma doce ou miúda (Nopalea cochenillifera Salm-Dyck).................................... 17
5. Clima e solo..................................................................................................................... 17
5.1. Clima........................................................................................................................ 17
5.2. Solo.......................................................................................................................... 19
5.2.1. Tipos de solos explorados com a palma forrageira............................................. 20
5.2.1.1. Argissolos Vermelho-Amarelos Eutróficos (Podzólicos Vermelho-
Amarelos Equivalentes Eutróficos)...................................................................................... 20
5.2.1.2. Luvissolos Crômicos Vérticos (Brunos não Cálcicos Vérticos)................... 21
5.2.1.3. Neossolos Regolíticos Eutróficos (Regosolos Eutróficos)........................... 22
5.2.1.4. Neossolos Litólicos Eutróficos (Solos Litólicos Eutróficos)........................ 22
5.2.2. Limpeza do terreno e preparo do solo................................................................. 23
6. Plantio.............................................................................................................................. 24
6.1. Rendimento da palma forrageira no cultivo adensado na Paraíba........................... 27
7. Adubação........................................................................................................................ 28
8. Consorciação................................................................................................................... 31
9. Manejo cultural.............................................................................................................. 31
10. Colheita......................................................................................................................... 32

CAPÍTULO II - PRAGAS DA PALMA.......................................................................... 35


1. Introdução....................................................................................................................... 35

7
2. Cochonilha-do-carmim (Dactylopius opuntiae)............................................................ 36
2.1. Manejo Integrado da Cochonilha - do - carmim (MICC)........................................ 39
2.1.1. Erradicação.......................................................................................................... 39
2.1.2. Controle mecânico.............................................................................................. 39
2.1.3. Controle alternativo (produtos químicos)........................................................... 39
2.1.4. Variedades resistentes......................................................................................... 40
2.1.5. Controle biológico............................................................................................... 41
3. Cochonilha de escama (Diaspis echinocacti)................................................................ 42
3.1. Manejo Integrado da Cochonilha-de-Escama.......................................................... 43
4. Pão-de-galinha (Ligyrus spp.)......................................................................................... 46
5. Preá.................................................................................................................................. 46

CAPÍTULO III – DOENÇAS DA PALMA..................................................................... 47


1. Introdução....................................................................................................................... 47
2. Doenças dos cladódios causadas por fungos................................................................ 48
2.1. Podridão Negra (Lasiodiplodia theobromae)........................................................... 49
2.2. Podridão seca escamosa (Scytalidium lignicola)..................................................... 49
2.3. Gomose (Dothiorella ribis)...................................................................................... 50
2.4. Podridão de Fusarium (Fusarium solani)................................................................ 51
2.5. Mancha de alternaria (Alternaria tenuis)................................................................. 52
2.6. Podridão de Sclerotium (Sclerotium rolfisii)........................................................... 52
2.7. Rizoctoniose (Rhizoctonia solani)............................................................................ 53
2.8. Podridão de Macrophomina (Macrophomina phaseolina)...................................... 54
2.9. Podridão Polaciana - Pollaccia sp............................................................................ 54
2.10. Mancha de Macrophoma – Macrophoma sp......................................................... 54
2.11. Antracnose – (Colletotrichum gloeosporioides)..................................................... 55
3. Doenças dos cladódios causadas por bactérias............................................................ 55
3.1. Podridão mole – (Pectobacterium carotovorum subsp. Carotovorum)................... 55
4. Doenças causadas por outros agentes fitopatogênicos................................................ 56

CAPÍTULO IV - USOS E APLICAÇÕES DA PALMA FORRAGEIRA.................... 57


1. Introdução....................................................................................................................... 57
2. Alimentação humana..................................................................................................... 57

8
3. Alimentação animal....................................................................................................... 64
3.1. Valor nutritivo e utilização como forragem para animais bovinos, caprinos e
ovinos................................................................................................................................... 65
4. Cortadeira manual de palma forrageira – EMEPA – PB.......................................... 77
4.1. Ajuste da máquina para o corte da palma................................................................ 77
4.2. Vantagens................................................................................................................. 78
5. Enriquecimento protéico da palma forrageira............................................................ 78
5.1. Utilização da palma na presença da levedura Saccharomyces cerevisiae por meio
da fermentação em estado semi-sólido................................................................................. 79
5.2. Utilização da palma na presença de uréia e mistura mineral e da levedura
Saccharomyces cerevisiae por meio da fermentação em estado semi-
sólido.................................................................................................................................... 83
6. Agroindustrialização...................................................................................................... 86
7. Uso medicinal.................................................................................................................. 88
8. Produção de corantes..................................................................................................... 89

CAPÍTULO V - A PALMA FORRAGEIRA E SUA SUSTENTABILIDADE NO


SEMI-ÁRIDO NORDESTINO......................................................................................... 91

CAPÍTULO VI - RECEITAS DE PALMA..................................................................... 94


1. Introdução....................................................................................................................... 94
2. Receitas de salgados....................................................................................................... 95
3. Receitas de saladas......................................................................................................... 109
4. Receitas de doces............................................................................................................ 111
5. Receitas de sucos............................................................................................................ 114
6. Receitas de conservas..................................................................................................... 115
LITERATURA CONSULTADA...................................................................................... 116

9
RESUMO - A palma forrageira apresenta-se como uma alternativa para as regiões áridas e semi-
áridas do Nordeste brasileiro, visto que é uma planta de aspecto fisiológico especial quanto à
absorção, aproveitamento e perda de água, e bem adaptada às condições adversas do semi-árido, nos
prolongados períodos de estiagem. Inexoravelmente, a exploração racional da palma forrageira
insere-se nesse propósito. Esta cactácea, em virtude de suas especificidades fisiológicas, medra com
desenvoltura em solos do Semi-árido, podendo atingir elevados níveis de rendimento. Desde o uso no
arraçoamento animal, prática já consolidada pelos pecuaristas, até o uso na alimentação humana, em
face do seu alto valor alimentício, tanto na subsistência, como em escala comercial, mediante
produção dentro de padrões de conformidade exigidos pelos mercados e com a desejável
diferenciação de produtos. Ademais, tem-se que prever a exploração da palma forrageira como
frutífera e matéria prima para a fabricação de produtos industriais de significativo valor agregado:
sucos, polpas, doces, conservas, pratos para alimentação rápida, bebidas alcoólicas, cosméticos,
adesivos, colas, fibras, papel, corantes mucilagem, antitranspirante. Objetiva - se com esse livro,
apresentar uma visão geral das potencialidades e usos da palma forrageira e difundir, ao mesmo
tempo, alguns conhecimentos gerados e/ou adaptados pela equipe de Pesquisadores da EMEPA-PB,
do IPA e CCA/UFPB.
Palavras-chave: Alimento, fruto, forragem, produção, bebidas alcoólicas, cosméticos, papel

ABSTRACT - The cactus pear is presented as an alternative for arid and semi-arid regions of
Brazilian Northeast, since it is a plant that presents special physiological aspect how much to the
absorption, exploitation and loss of water, being well adapted to the adverse semi-arid conditions,
supporting drawn out periods of dry season. Inexorably, the rational exploration of cactus pear put in
this intention. This cactus, in function of its physiological specificities, grows with nimbleness in soil
of semi-arid region, being able to reach high yelds levels. Since the use in the animal feeding,
practical already consolidated by farmers, until the use in the feeding human being, face of its high
nourishing value, as much in the subsistence, as in commercial scale, by means of the production in
the standards of conformity demanded by the markets and with the desirable differentiation of
products. Also, is had that to foresee the exploration of the cactus pear as fruitful and substance
cousin for the manufacture of industrial products of significant aggregate value: juices, pulps,
candies, conserves, plates for fast feeding, alcoholic beverages, cosmetic, adhesive, glues, staple
fibres, paper, natural colour, mucilage, anti-transpiration. This book aim to present a general vision of
the potentialities and uses of the cactus pear and to spread out, at the same time, some knowledge
generated and/or adapted for the team of Researchers of EMEPA-PB, IPA and CCA/UFPB.
Key words: Feed, fruit, forage, production, alcoholic beverages, cosmetic, paper.

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CAPÍTULO I

CULTIVO DA PALMA FORRAGEIRA

Edson Batista Lopes


Djalma Cordeiro dos Santos
Manoel Ferreira de Vasconcelos

1. Introdução
A FAO (Food Agriculture Organization) reconhece o potencial da palma e sua
importância para contribuir com o desenvolvimento das regiões áridas e semi-áridas,
especialmente nos países em desenvolvimento, através da exploração econômica das várias
espécies, com conseqüências excelentes para o meio ambiente e para segurança alimentar.
Mundialmente, a palma conforme registros na literatura, é utilizada para produzir forragem,
verdura para consumo humano, principalmente no México, frutas frescas, processadas para os
mercados nacional e internacional, especialmente EUA e Europa, além da possibilidade de
exploração das propriedades medicinais, constatadas experimentalmente no tratamento de
diabetes, gastrite e obesidade.
O Nordeste brasileiro ocupa 1.600.000 km² do território nacional. Tem incrustado em
62% da sua área, o Polígono das Secas que circunscreve isoietas abaixo de 800 mm de
pluviosidade por ano. O Polígono das Secas é a área de maior incidência das secas e estende-se
por 980.000 km2, é o Semi-Árido propriamente dito. Nele, situam-se várias províncias florísticas
que entremeiam essa grande área nordestina em diversas escalas botânicas, desde os
remanescentes úmidos da Mata Atlântica até as essências vegetais hiper-xerófilas já no limiar das
formações desérticas. Sua predominância botânica é de vegetação chamada caatinga representada
por 73% de plantas xerófilas, entre essas muitas cactáceas, altamente resistentes a longos
períodos estivais, em ajustamento fitológico único no mundo dos vegetais para condições
adversas do meio, com cerca de 930 espécies vegetais já catalogadas.
No Nordeste Semi-árido (980.000 km2, 22 milhões de habitantes, dos quais 8.400.000 no
meio rural) acha-se implantada a maior área de palma cultivada de todo o mundo, estimada em
500 mil hectares distribuídos nos Estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Ceará, Rio Grande
do Norte, Sergipe e Bahia (Figura 1); possibilitando, no período das secas, a alimentação do
maior rebanho de caprinos e ovinos (cerca de 10 milhões) de todo o país, o que representa 90%

11
de todo o plantel nacional. Ademais, a palma forrageira representa a base de sustentação do gado
no semi-árido, oferecendo, ainda, perspectivas de outras alternativas econômicas (alimentação
humana, matéria prima para cosméticos, utilização na produção de fármacos, etc.).
Nos 95 milhões de hectares do Semi-árido do Nordeste, em função das condições
ambientais, a pecuária, tem se constituído, ao longo do tempo, em uma das principais atividades
econômicas e desempenha um papel importantíssimo no sistema agropecuário da região. No
entanto, um dos maiores entraves tecnológicos para o êxito desta atividade é a produção de
forragens para os rebanhos, que apresenta como fator determinante à deficiência hídrica no solo,
associado às altas temperaturas e forte evapotranspiração. O uso de algumas espécies vegetais já
adaptadas ao semi-árido, certamente minimiza a escassez de forragens na estação seca. Segundo
dados do IBGE (2001) a região Nordeste do Brasil apresenta um rebanho 21.875.110 cabeças de
bovinos, 7.336.985 cabeças de ovinos e 8.032.529 cabeças de caprinos, representando,
respectivamente, 13,2%, 51% e 93% do rebanho brasileiro. A maioria dessa população tem como
base alimentar a utilização de pastagens nativas ou cultivadas, no entanto, com a estacionalidade
de produção das forrageiras é necessária a busca de alimentos alternativos.
A palma se consolidou, no Semi-árido
nordestino (Figura 1), como forrageira estratégica
fundamental nos diversos sistemas de produção
pecuário, no entanto, é uma planta de enorme
potencial produtivo e de múltiplas utilidades,
podendo ser usada na alimentação humana, na
produção de medicamentos, cosméticos e corantes,
na conservação e recuperação de solos, cercas
vivas, paisagismo, além de uma infinidade de usos.
É a planta mais explorada e distribuída nas zonas
áridas a semi-áridas do mundo, contudo sua real
dimensão produtiva ainda não foi plenamente
Figura 1. Estados nordestinos: em cinza,
conhecida no Nordeste. plantadores de palma forrageira.
A palma apresenta-se como uma alternativa para as regiões áridas e semi-áridas do
nordeste brasileiro, visto que é uma cultura que apresenta aspecto fisiológico especial quanto à
absorção, aproveitamento e perda de água, sendo bem adaptada às condições adversas do semi-
árido, suportando prolongados períodos de estiagem. A presença da palma na dieta dos
ruminantes nesse período de seca ajuda aos animais a suprir grande parte da água necessária do
corpo. Segundo Silva et al. (1997) um fator importante da palma, é que diferentemente de outras

12
forragens, apresenta alta taxa de digestão ruminal, sendo a matéria seca degradada extensa e
rapidamente, favorecendo maior taxa de passagem e, consequentemente, consumo semelhante ao
dos concentrados. A palma frequentemente representa a maior parte do alimento fornecido aos
animais durante o período de estiagem nas regiões do semi-árido nordestino, o que é justificado
pelas seguintes qualidades: a) bastante rica em água, mucilagem e resíduo mineral; b) apresentam
alto coeficiente de digestibilidade da matéria seca e c) tem alta produtividade.
Cultivos bem conduzidos de palma forrageira produzem uma biomassa superior a 150
toneladas de matéria verde/ha/ano (ou 15 toneladas de matéria seca/ha/ano), desde que se
associem práticas agronômicas adequadas e variedades de elevado potencial produtivo. Nas
principais regiões semi-áridas do Nordeste a palma se constitui no principal alimento fornecido
aos rebanhos, independentemente da época do ano.

2. Histórico da introdução da palma no semi-árido nordestino


Em 1798, com nova ordem régia, novos jardins botânicos foram instalados em
Pernambuco. O jardim de Olinda receberia plantas e sementes vindas de Caiena, trazidas pelos
portugueses, essa remessa incluía muitas especiarias, mas não está claro se o cacto cochonilheiro
estava entre elas. Embora nos anos seguintes o jardim tenha recebido diversas outras remessas de
plantas e sementes, a palma pode ainda não ter estado entre elas, pelo menos até 1818, quando o
governador solicitou a coroa, então instalada no Rio de Janeiro, o envio de várias plantas, e entre
elas cactos com a cochonilha. De fato, desde 1811 D. João VI mandara promover no Real Horto
Rio a cultura dos cactos com a cochonilha (Real Horto, 2003).
Em seu livro o frei comenta que no Brasil há um cacto conhecido como Urumbeba, que
serve de alimento a variedades silvestres de cochonilha, distintas da cochonilha fina mexicana,
mas cuja utilidade para a produção de carmim merecia destaque. Não esta claro, entretanto, se
além da urumbeba nativa se teria cultivado a essa altura no sul do Brasil alguma variedade
inerme do cacto cochonilheiro, trazida de fora. Sabe-se que os cactos com a cochonilha fina
foram contrabandeados do México para o Haiti por um naturalista francês em 1777 (Gibson,
2003).
A palma forrageira cultivada no Nordeste brasileiro é utilizada quase que exclusivamente
na alimentação animal. Está hoje muito bem adaptada a região semi-árida de diversos Estados.
Duas espécies de palma - originárias do México (Domingues, 1963) – são utilizadas pelos
agropecuaristas como forrageira para rebanhos: a palma “doce ou miúda” (Nopalea
cochenillifera) e a palma “graúda ou gigante” (Opuntia ficus-indica), existindo ainda uma
variação desta, conhecida como palma redonda (Arruda, 1983). De acordo com Pessoa (1967) as

13
duas espécies de palma são também conhecidas como palma sem espinho, palmatória e no Sul do
país como figo da Índia, figueira da Índia e figueira da Barbária.
Segundo Souza (1966) e Farias et al. (1984) a data de introdução da palma forrageira no
Nordeste não é bem definida, existido ainda muita controvérsia sobre o assunto. Pessoa (1967)
relatou que possivelmente tenha ocorrido antes de 1900, enquanto Pupo (1979) afirmou que a
introdução dessa cactácea se deu pelo Estado de Pernambuco, oriunda do Texas (EUA), por volta
de 1880.
No início do século passado, dois grandes empresários da indústria têxtil, Delmiro
Gouveia e Herman Lundgren, importaram do México a palma para o nordeste brasileiro. A palma
hospeda naturalmente um inseto conhecido como Cochonilha e, sua fêmea, ao se alimentar da
seiva da planta, produz ácido carmínico que é a substância química de um corante vermelho de
alta qualidade, denominado carmim, que se destingue por sua estabilidade quando submetido à
oxidação, luz e altas temperaturas. O objetivo dos empresários era produzir o corante para ser
empregado no processo de tingimento dos tecidos em suas indústrias. A tecnologia de produção
era bastante simples. A palma era cultivada e quando o palmal crescia, o inseto era destinado à
infestação. Depois de adulto, era coletado e posto a secar em lonas e, depois de secos eram
triturados e transformados em pó. Este pó já poderia ser destinado às linhas de produção como
corante. No início da década de 20, os derivados do petróleo (tintas e esmaltes sintéticos)
começaram a ser lançados no mercado de maneira intensiva e acabou por inviabilizar o processo
de produção do carmim (Suassuna, 2004).

3. Classificação botânica
Face à complexidade do gênero Opuntia, provocada pelas variações fenotípicas reguladas
por condições climáticas, pela poliploidia que ocorrem em um grande número de populações,
pela alta capacidade de hibridação, a taxonomia do gênero é muito difícil, razão pela qual poucos
pesquisadores se dedicam ao seu estudo (Scheinvar, 2001). No mundo, já foram descritas cerca
de 300 espécies de cactáceas pertencentes ao gênero Opuntia, distribuídas desde o Canadá até a
argentina (Scheinvar, 2001; Reinolds & Arias, 2004). A palma forrageira sem espinho não é
nativa do Brasil, foi introduzida por volta de 1880, em Pernambuco, através de sementes
importadas do Texas- Estados Unidos. No Nordeste do Brasil são encontrados três tipos distintos
de palma: a) gigante - da espécie O. fícus indica (Figura 2); b) redonda – (Opuntia sp); e miúda -
(N. cochenillifera).
Na família das cactáceas, existem 178 gêneros com cerca de 2.000 espécies conhecidas.
Todavia nos gêneros Opuntia e Nopalea, estão presentes às espécies de palma mais utilizadas

14
como forrageiras. São plantas de extrema importância alimentar e econômica nas zonas áridas e
semi-áridas do globo terrestre. Os cladódios (folhas modificadas) alimentam, além do homem,
diversas espécies de animais domésticos e selvagens.
O fruto da palma forrageira, conhecido comercialmente como figo-da-india, é ovóide,
grande, amarelo ou roxo e com espinhos no pericarpo, possui elevado valor nutritivo,
apresentando também na sua composição fibras, carboidratos solúveis e cálcio, sendo rico em
vitaminas (principalmente A e C) e magnésio. A polpa, amarelo-ouro tem aparência porosa, com
pequenas e numerosas sementes pretas (Pimienta-Barrios, 1990; Saénz et al., 1998; Askar & El-
Samahy 1981). Tem sabor doce, com leve acidez e bastante refrescante (Lopes, 2005), motivo do
interesse em ampliar a diversificação de consumo, aproveitando o alto potencial e agregando
valor ao produto, que neste trabalho é o fermentado do fruto (vinho).
Entre as espécies selvagens e cultivadas mais utilizadas, 12 espécies pertencem a Opuntia
e uma Nopalea. Segundo Bravo (1978) as palmas forrageiras pertencem ao reino Vegetal, sub-
reino Embryophita, a divisão: Angiospermae, a tribu Opuntiae, à classe Liliateae, família
Cactaceae, subfamília Opuntioideae, gênero Opuntia, subgênero Opuntia e Nopalea.
Outra classificação taxonômica : Briton y rose, 1963, en Bravo-Hollis, 1978.
Reino: Vegetal
Subreino: Embryophyta
División: Angioserma
Clase: Dicotiledoneae
Subclase: Dialipetalas
Orden: Opuntiales
Familia: Cactaceae
Tribu: Opuntiae
Subfamília: Opuntioideae
Gênero : Opuntia
Subgênero: Platyopuntia
Espécie: vários nombres
Nome Binomial : Opuntia ficus-indica (L.) Mill. Figura 2. Palma gigante.
4. Variedades de palma forrageira cultivadas no semi-árido nordestino
No Nordeste Brasileiro, são cultivadas predominantemente duas espécies, a O. ficus-
indica, (Palma gigante) e a N. cochenillifera, (Palma miúda ou doce). As duas espécies
mencionadas não possuem espinhos (são inermes) e foram obtidas pelo geneticista Burbanks, a
partir de espécies com espinhos. Foram introduzidas no Brasil por volta de 1880, em
Pernambuco, através de sementes vindas do Texas, nos Estados Unidos, onde demonstraram
grande utilidade. Não toleram umidade excessiva e em solos profundos apresentam extraordinária

15
capacidade de extração de água do solo, a ponto de possuir cerca de 90-93% de umidade, o que
torna importantíssima para a região do polígono das secas. (Pupo, 1979). Outras variedades têm
sido geradas ou introduzidas pela Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária - IPA, com
objetivo de obter clones mais produtivos e com melhor valor nutritivo. Dentre as variedades
testadas, o clone IPA-20 tem se mostrado promissor, com produção 50 % maior do que a
variedade gigante, a mais cultivada no Estado de Pernambuco (Santos et al., 1994). Os materiais
de palma IPA-20, IPA-90-110, IPA 90-111 e IPA 90-156 produzem mais que a cultivar gigante,
que é a mais cultivada na região. A seguir serão apresentadas as características agronômicas das
variedades gigante, redonda e miúda.

4.1. Palma gigante (Opuntia ficus-indica L.) Mill.


Chamada também de graúda, azeda ou
santa. São plantas de porte bem desenvolvido e
caule menos ramificado (Figura 3), o que lhes
transmite um aspecto mais ereto e crescimento
vertical pouco frondoso. Sua raquete pesa cerca
de 1,0 -1,5 kg, apresentando até 50 cm de
comprimento, forma oval-elíptica ou sub-
ovalada, coloração verde-fosco. Figura 3. Palma gigante ou graúda.
As flores são hermafroditas, de tamanho médio, coloração amarelo brilhante e cuja corola fica
aberta na antese. O fruto é uma baga ovóide, grande, de cor amarela, passando à roxa quando
madura. Essa palma é considerada a mais produtiva e mais resistente às regiões secas, no entanto
é menos palatável e de menor valor nutricional.

4.2. Palma redonda (Opuntia sp.)


É originada da palma gigante, são plantas de
porte médio (Figura 4) e caule muito ramificado
lateralmente, prejudicando assim o crescimento
vertical. Sua raquete pesa cerca de 1,8 kg,
possuindo quase 40 cm de comprimento, de forma
arredondada e ovóide. Apresenta grandes
rendimentos de um material mais tenro e palatável
que a palma gigante.
Figura 4. Palma redonda.

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4.3. Palma doce ou miúda (Nopalea cochenillifera Salm-Dyck)
São plantas de porte pequeno e caule bastante
ramificado (Figura 5). Sua raquete pesa cerca de 350
g, possuem quase 25 cm de comprimento, forma
acentuadamente obovada (ápice mais largo que a
base) e coloração verde intenso brilhante. As flores
são vermelhas e sua corola permanece meio fechada
durante o ciclo. Nos três tipos, as raquetes são
cobertas por uma cutícula que controla a evaporação,
permitindo o armazenamento de água (90-93% de
água). Figura 5. Palma doce ou miúda.

5. Clima e solo
5.1. Clima - as condições climáticas do Semi-árido são caracterizadas por períodos secos
e precipitações pluviométricas variando de 400 a 800 milímetros, irregularmente distribuídas e
concentradas no verão. A temperatura oscila entre 23ºC a 28ºC, com amplitude diária de mais ou
menos 10ºC. A luminosidade média é de 2.800 horas de luz ao ano. A cobertura vegetal
predominante é a caatinga constituída por plantas efêmeras, suculentas ou carnosas e lenhosas,
geralmente, tolerantes a longos períodos de estiagem.
A má distribuição e irregularidade de chuvas no Semi-árido são responsáveis por
estiagens prolongadas, resultando em sérios prejuízos econômicos para os pecuaristas, que,
assim, são forçados a comercializar o rebanho, periodicamente, com preços abaixo do mercado,
em função da falta de alimentos (Felker, 2001). Na época das chuvas a disponibilidade de
forragens é quantitativamente e qualitativamente satisfatória, todavia nas épocas críticas do ano,
além da escassez de forragens o valor nutritivo se apresenta em níveis bastante baixos o que
acarreta queda de produtividade e compromete a produção de leite e carne (Lima et al., 2004).
Diante desse cenário, a produção de alimentos para as populações e para os rebanhos na
região, deverá ser baseada em espécies vegetais que apresentem características de alta
adaptabilidade às condições edafo-climáticas regionais. Devido à influência da irregularidade de
distribuição das chuvas sobre a alimentação de ruminantes nas regiões semi-áridas é necessário
buscar alternativas para a alimentação do rebanho. Assim, uma alternativa seria a utilização de
uma fonte energética de menor custo e disponível na região (Melo et al., 2003). Neste caso, a
utilização da palma forrageira. poderia ser uma alternativa para as regiões semi-áridas do Brasil

17
Segundo Felker (2001), a palma forrageira, ao lado dos atributos de resistência a estiagens
prolongadas, podem fornecer energia, água e vitamina A, garantindo o suprimento de alimentos
extremamente importantes para a manutenção dos rebanhos, evitando frustrações na atividade
pecuária, nos períodos de seca.
O bom rendimento dessa cultura está climaticamente relacionado a áreas com 400 a
800mm anuais de chuva, umidade relativa acima de 40% (Viana, 1969) e temperatura
diurna/noturna de 25 a 15ºC (Nobel, 1995). Vale ressaltar que umidade relativa baixa e
temperaturas noturnas elevadas encontradas em algumas regiões do semi-árido podem justificar
as menores produtividades ou até a morte da palma.
Na Paraíba, a palma forrageira é cultivada nas Microrregiões do Carirí Ocidental e
Oriental, Curimataú Ocidental e Oriental, Campina Grande, Serra do Teixeira, Umbuzeiro,
Itaporanga, Piancó, Cajazeiras e Seridó Oriental. Nas primeiras sete microrregiões é onde
concentram - se as maiores áreas cultivadas, pois o clima reinante é ameno, com temperaturas
baixas à noite (13-18ºC) e umidade relativa do ar (UR), altas, (em torno de 80%), também, à
noite, fatores climáticos esses muito importantes do ponto de vista do enchimento (nutrição) dos
cladódios.
Pelas características morfofisiológicas das espécies da família Cactaceae, especialmente
as palmas forrageiras – O. ficus-indica e N. cochenillifera, possuem os requisitos para suportar os
rigores de clima e as especificidades físicoquímicas dos solos das zonas semi-áridas. O sucesso
agroecológico da palma diz respeito à sua capacidade de captação diária de CO2 e a perda de
água, fenômenos que ocorrem geralmente à noite, cujo intercâmbio de gases é, atualmente
conhecido como metabolismo ácido das crassuláceas – Crassulacean acid metabolism – CAM
(Nobel, 2001), diferindo da assimilação fotossintética das plantas clorofiladas C3 e C4,
caracterizadas por formarem como primeiro produto da fotossíntese, ácidos com três e quatro
moléculas de Carbono, respectivamente. Essas características são extremamente importantes do
ponto de vista ambiental, podendo ser utilizadas para reduzir os danos causados pelo efeito estufa
ao ambiente, resultante do aumento na concentração de CO2 e outros gases na atmosfera.

5.2. Solo - as condições edáficas do Semi-árido são caracterizadas por solos rasos,
pedregosos ou arenosos, com pouca matéria orgânica, porém ricos em minerais solúveis e pH
neutro ou próximo de sete. A palma forrageira é uma cultura relativamente exigente quanto às
características físico-químicas do solo. Desde que sejam férteis, podem ser indicadas áreas de
textura arenosa à argilosa, sendo, porém mais freqüentemente recomendados os solos argilo-
arenosos. Além da fertilidade, é fundamental, também, que os mesmos sejam de boa drenagem,

18
uma vez que áreas sujeitas a encharcamento não se prestam ao cultivo da palma. Evitar o plantio
em áreas marginais, pois a palma não tolera terras duras e pedregosas, pobres em nutrientes e
salinas.
No Nordeste brasileiro, desde a sua introdução e devido à grande rusticidade e facilidade
de desenvolvimento e propagação das mudas, a espécie vem sendo cultivada em condições
adversas, nas piores áreas das propriedades e sem o mínimo manejo e tratos culturais necessários
ao seu desenvolvimento. O resultado disso é a baixa produtividade nos plantios. Como termo de
comparação, no México, país com características ambientais semelhantes às do Nordeste seco,
onde se faz o plantio com mudas selecionadas, preparo de solo, adubação, densidade de plantio e
tratos culturais, são garantidas colheitas médias anuais da ordem de 400 toneladas por hectare
(volume capaz de suprir as demandas energéticas de 220 caprinos ou 20 bovinos), representando
cerca de 8 a 10 vezes mais o volume atualmente obtido no Semi-Árido brasileiro, que só
consegue produzir o suficiente para 22 caprinos ou 2 bovinos por hectare.
Como qualquer outra planta, a palma necessita de adubação, sendo um fator determinante
na produção de matéria verde, exigindo maior quantidade quando se trata de plantio de palma
adensado. Segundo Teles et al. (2002) o espaçamento de plantio da palma forrageira varia de
acordo com a fertilidade do solo, quantidade de chuvas, finalidade de exploração e com o
consórcio a ser utilizado. A adubação pode ser orgânica e/ou mineral. Em caso de se optar pela
adubação orgânica, pode ser utilizado estrume bovino e caprino, na quantidade de 10 a 30t/ha na
época do plantio, e a cada dois anos, no período próximo ao início da estação chuvosa.
Dependendo do espaçamento de plantio e nível de fertilidade do solo, nos plantios mais
adensados usar 30 t de esterco de curral/hectare, bem curtido e livre de ervas daninhas. Para a
adubação mineral, é necessário se proceder a uma análise do solo para uma melhor orientação
quanto aos níveis a serem recomendados.

5.2.1. Tipos de solos explorados com a palma forrageira


A palma forrageira, planta dotada de sistema radicular fasciculado de crescimento
horizontal, se mantém a poucos centímetros de profundidade em relação à superfície do solo.
Quando explorada em regime de cultivo requer solos de textura leve, preferencialmente os argilo-
arenosos ou areno-argilosos não sujeitos a encharcamento, para que alcance um bom
desenvolvimento vegetativo e produtivo. Entretanto, desde que se faça a descompactação do solo
através de mecanização, e se adicione matéria orgânica ao mesmo, outros tipos de solo também
podem ser usados para este fim. Excetuando-se, todavia, os solos com afloramentos rochosos e
aqueles íngremes, onde a aração ou gradagem não se aplicam.

19
Neste aspecto, em se tratando das microrregiões paraibanas “Cariri e Curimatau”, com
muita freqüência, se encontram grandes plantações dessa cultura em solos dos tipos Bruno não
Calcico e Litólico, solos esses cuja estrutura, em estado natural, é bastante compactada, porém,
depois de mecanizados, se tornaram aptos ao cultivo dessa forrageira. No Estado de Alagoas, a
palma vem sendo tradicionalmente cultivada em latossolo vermelho - escuro, podzólico
vermelho-amarelo e solos escuros e pedregosos. Observa-se, deste modo, que o tipo de solo, por
si só, não constitui impedimento para o cultivo de palma forrageira.

Para a região de interesse do cultivo da palma a ocorrência das classes de solos


relacionadas a seguir, serve como indicativo do seu uso juntamente com uma breve descrição de
suas características (EMBRAPA/CNPS. Sistema brasileiro de classificação de solos. Rio de
Janeiro, 1999.):

5.2.1.1. Argissolos Vermelho-Amarelos Eutróficos


(Podzólicos Vermelho-Amarelos Equivalentes
Eutróficos) - Classe caracterizada por solos com
horizonte B textural, de profundidade média a
profundos (Figura 6), bem drenados, textura média
nas camadas superficiais passando a argilosa em
profundidade, moderada susceptibilidade à erosão
Figura 6. Argissolo com palma gigante
hídrica e fertilidade natural média a alta.
em Bonito de Santa Fé, PB.
Situam-se em relevo plano a suave ondulado e, em determinados locais, podem apresentar
perfis com caráter plíntico e/ou solódico. A aptidão agrícola para agricultura de sequeiro, do
conceito central desses solos, é classificada como 2 abc, ou seja, aptidão regular em qualquer
nível de manejo considerado, tendo como principal restrição as características adversas do clima
regional

5.2.1.2. Luvissolos Crômicos Vérticos (Brunos não Cálcicos Vérticos) - Classe caracterizada
por solos pouco profundos ou rasos, com horizonte B textural pouco espesso e com cores
avermelhadas (Figuras 7 e 8), bem a imperfeitamente drenados, com presença de fendas e
“slickensides” na porção inferior do perfil (caráter vértico), existindo áreas onde este caráter não
se manifesta.

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Figura 7. Luvissolo Crômico plantado com Figura 8. Luvissolo Crômico plantado com
palma em Monteiro, PB. palma em Soledade, PB.

É bastante freqüente a presença de calhaus e matacões cobrindo a superfície do terreno.


Ocorrem normalmente em relevo suavemente ondulado e plano. Do ponto de vista químico, são
eutróficos e apresentam alta disponibilidade de nutrientes para as plantas. Não obstante, para a
utilização agrícola de sequeiro, em virtude da excessiva deficiência hídrica regional, foram
incluídos na classe 5n, ou seja, na de terras com aptidão regular para pastagens naturais. A
utilização da prática de irrigação deverá ser bastante cautelosa, pois em muitos locais,
apresentam caráter solódico, ou seja, com 6 a 15% de saturação com sódio trocável nos
horizontes subsuperficiais.

5.2.1.3. Neossolos Regolíticos Eutróficos


(Regosolos Eutróficos) - Classe constituída de
solos normalmente arenosos (Figura 9), pouco
desenvolvidos, não hidromórficos, com
horizontes na seqüência A e C, podendo ou
não apresentar fragipan logo acima da rocha.
São profundos a moderadamente profundos,
porosos, moderada a excessivamente drenados.
Figura 9. Neossolo Regolítico plantado com
palma em Pocinhos, PB.
São pouco desenvolvidos, mas apresentam contato lítico em profundidade superior a 50
cm. Em conseqüência da textura grosseira predominante, estes solos possuem baixa capacidade
de troca de cátions e, conseqüentemente, baixa capacidade de retenção e disponibilidade de água,
características que se constituem nas suas principais limitações ao uso agrícola. Do ponto de vista
da aptidão para agricultura de sequeiro foram enquadrados na classe 2 (a)b(c), ou seja, com

21
aptidão restrita para cultivos que utilizem práticas agrícolas de baixo ou alto nível tecnológico, e
regular para aquelas de nível intermediário í.

5.2.1.4. Neossolos Litólicos Eutróficos (Solos


Litólicos Eutróficos) - Classe caracterizada com
afloramento de rocha, rasos. Ocorrem em relevo
suave ondulado a plano, e, pedregoso (Figura 10)
dependendo do local de ocorrência. A principal
diferença para os solos dessa última classe deve-
se ao fato dos solos apresentarem um horizonte
nátrico, isto é, com saturação com sódio trocável
Figura 10. Neossolo Litólico plantado
superior a 15%.
com palma em Pocinhos, PB.
Normalmente são eutróficos, apresentando altos valores de soma e saturação de bases, e
solódicos em virtude de apresentarem, na superfície do solo, camada com saturação com sódio
trocável que atende aos requisitos desse caráter. Quanto à aptidão agrícola para cultivos de
sequeiro, também foram incluídos na classe 5n, devido às características restritivas do clima
regional.

5.2.2. Limpeza do terreno e preparo do solo


A adaptação da área quanto ao desmatamento é igual a que se faz para as demais culturas
semi-tecnificadas. Ou seja, compreende apenas desmatamento, destocamento e remoção dos
materiais. Em se tratando de uma cultura permanente cuja área deve ser mecanizada, é
recomendável evitarem-se áreas com declividades superiores a 5% (Costa et al., 1973), com
afloramento rochoso ou com excesso de pedras superficiais soltas.

Escolhida a gleba para o plantio, as operações


antes de plantar incluem análises do solo e fertilização,
sendo necessária à limpeza do terreno. Nesta deve ser
feito a retirada da vegetação espontânea, que será
encoivarada fora da área e deixar se decompor
naturalmente. Nunca fazer queimadas (Figura 11) dentro
da área, pois, o fogo, degrada o solo física, química e Figura 11. Queimadas no semi-árido.
biologicamente.

22
Uma vez desmatada e destocada, se a área for representada por solos compactados a
mesma deverá ser arada e gradeada conforme determinam as orientações técnicas, ou seja, o
primeiro corte seguindo a declividade do terreno e o segundo no sentido transversal a este.
Porém, se os solos apresentarem tendência arenosa duas gradagens são suficientes.
O solo deve ser arado (Figura 12) a uma
profundidade de 30 a 50 cm para assegurar uma
boa drenagem e uma boa armazenagem de água, e
erradicar as ervas daninhas que competem com as
palmas forrageiras, principalmente nos primeiros
estágios depois de plantadas. Adicionalmente o
solo deve ser rasgado com um subsolador para
melhorar a drenagem e evitar alterações em seu
perfil. Figura 12. Solo arado pronto para o plantio.
Em solos arenosos e livres de ervas daninhas, as operações antes de plantar podem se
restringir à escavação de covas individuais ou de sulcos. Junto com a preparação do solo há uma
fertilização de fundação com esterco de curral.
6. Plantio
Quando se vivem períodos de invernos normais, as plantas que vão fornecer as mudas
permite que as raquetes permaneçam túrgidas o ano todo, e neste caso o plantio deve ocorrer nos
meses de novembro e/ou dezembro, pois se realizado nessa época, assegura que no início do
inverno seguinte as plantas já estejam enraizadas, condição esta que evita o tombamento das
plantas em conseqüência do impacto das primeiras chuvas e proporcionando um bom
desenvolvimento inicial da plantação. A orientação da raquete deve ser no sentido Norte/Sul.
Todavia, nos anos de invernos escassos,
quando normalmente, as plantas matrizes atingem
estágios críticos de desidratação reduzindo, portanto,
a capacidade de enraizamento no solo seco, o plantio
só deve ser realizado quando as raquetes
readquirirem um certo teor de umidade (turgidez)
(Figura 13). Pois se plantadas muito murchas na
época acima referida, a tendência é que a elevada
temperatura do solo elimine em definitivo a grande
maioria das raquetes plantadas. Figura 13. Raquetes túrgidas, ideal para
o plantio.

23
Na definição do sistema de plantio, deve ser levado em consideração a necessidade do uso
da forragem a ser gerada pela palma. Quando não há palma na propriedade ou, se existe, é
insuficiente para atender a demanda, recomenda-se usar sistemas de plantios adensados com
vistas a alcançar uma razoável oferta de massa verde a partir de um ano de idade da cultura.
Porém, quando o objetivo é gerar reservas estratégicas adicionais prevendo evitar escassezes
futuras, sugerem-se adotar sistemas de plantios menos adensados. Neste caso, embora a
densidade populacional por unidade de área seja menor que nos plantios adensados, os resultados
finais geralmente são satisfatórios, pois graças à possibilidade de um bom manejo cultural no
tocante aos tratos culturais/fitossanitários e adubação orgânica em cobertura, obtêm-se materiais
de boa qualidade alem de preservar meio ambiente. Os plantios muito adensados, via de regra,
impossibilitam essas ações. Neste contexto, em se tratando de palma forrageira, em que pense ser
uma cultura até então pouco pesquisada, já existe uma significativa quantidade de modelos de
plantio. Sobretudo, quanto a espaçamento, sistemas de arranjo e posição dos propágulos no solo.
O plantio da palma geralmente é realizado no terço final do período seco (outubro a
dezembro), pois quando se iniciar o período chuvoso os campos já estarão implantados, evitando-
se o apodrecimento das raquetes que, plantadas na estação chuvosa, com alto teor de água e em
contato com o solo úmido, apodrecem, diminuindo muito a pega devido à contaminação por
fungos e bactérias. Por ocasião do plantio, a posição do artículo, que é um cladódio, também
denominada pelo produtor de “raquete” ou de “folha”, pode ser inclinada ou vertical dentro da
cova, com a parte cortada da articulação voltada para o solo (Figura 14) e, plantada na posição da
menor largura do artículo, obedecendo à curva de nível do solo. O espaçamento depende do
sistema adotado pelo produtor. Quando se pretende fazer cortes a cada dois anos e obter maior
produção, pode-se optar por plantio em sulcos em espaçamento adensado (Figuras 15, 16 e 17) de
2,0 x 0,10m, ou 2,0 x 0,20m, que demandará mais adubação e capinas.

Figura 14. Artículo inclinado para baixo. Figura 15. Espaçamento 2,0 x 0,20m.

24
Figuras 16. Plantio adensado (2,0 x 0,10m). Figuras 17. Plantio adensado (2,0x0,10m).

O cultivo de palma em espaçamento adensado tem sido mais utilizado recentemente.


Nesses espaçamentos, os tratos culturais e a colheita são dificultados, aumentando os gastos de
mão-de-obra. Além desses aspectos, neste caso, ocorre uma maior quantidade de nutrientes
extraídos do solo, considerando que em espaçamento 2,0 m x 1,0 m tem-se 5.000 plantas/ha,
sendo necessário um maior cuidado com as adubações, enquanto que no espaçamento 1,0 m x
0,25 a quantidade de plantas é duas vezes menor, ou seja, 40.000 plantas/ha,.O cultivo adensado
da palma, ou seja, a utilização de espaçamentos menores (2,0 x 0,10m ou 2,0 x 0,20m) tem sido
recentemente usados como forma de obter altas produtividades.
Segundo Farias et al. (2000) utilizando espaçamentos mais adensados, pode-se alcançar
maiores produções, mas os custos de estabelecimento do palmal são maiores e os tratos culturais
ficam mais difíceis e não permitem consorciação com outras culturas. O emprego de
espaçamentos em filas duplas, mais espaçadas, pode permitir a utilização de consórcio durante
toda a vida útil do palmal, favorecendo a produção de grãos e restolhos de culturas para o
produtor que optar por esse sistema, possibilitando um melhor emprego de mecanização no
controle de ervas daninhas. Esse sistema também facilita a colheita e transporte, podendo
também contribuir para reduzir os riscos de incêndio no palmal e controlar a erosão em áreas de
cultura. Por outro lado, a consorciação da palma com outras culturas reduz a produção dessa
forrageira. Esses autores puderam concluir que a maior produção de artículos de palma é obtido
no espaçamento 2, 0 m x 1,0 m, e a menor, em 7,0 m x 1,0 m x 0,50 m.
O número de plantas e o arranjo espacial das plantas influenciam a produtividade de sorgo
granífero, sendo a maior produtividade no espaçamento 7,0 m x 1,0 m x 0,50 m. A produção de
grãos de sorgo é maior na freqüência de colheita da palma de dois anos, com a conservação
apenas de artículos primários. Albuquerque & Rao (1997), estudando espaçamentos em palma
forrageira cultivar gigante, de 1,0 x 1,0 m; 2,0 x 1,0 m; 2,0 x 0,50 m; 2,0 x 0,67 m e 3,0 x (1,0 m

25
x 0,50m), verificaram que houve diferença de produção de forragem entre os espaçamentos
estudados.
Em trabalhos realizados pelo IPA – PE, usando a palma em consórcio com outras
culturas, usou-se espaçamentos de 2,0 x 1,0m; 3,0 x 1,0 x 0,5m 7,0 x 1,0 x 0,5m. Também foram
adotados espaçamentos para plantio em fileira simples de 1,0 x 0,25m e 1,0 x 0,5m. Trabalhos
em andamento, conduzidos pelo Agrônomo PAULO SUASSUNA no Município de Joazeirinho -
PB, todos plantados em sulco sendo, um caso em fileira simples, no espaçamento de 2,0m entre
fileiras e 0,1m entre raquetes na linha, onde as raquetes foram plantadas na posição vertical,
evidenciaram uma alta produção de massa verde/hectare. Um segundo arranjo espacial com o
mesmo espaçamento do primeiro, porém com as raquetes intercaladas na linha; e finalmente um
terceiro arranjo plantado em sulco com duas linhas de plantas no mesmo sulco, onde as raquetes
contínuas se tocam lateralmente, postas no sulco, sem cobertura de terra.
Como pode ser observado, ainda não existe um sistema de plantio definido para a palma
forrageira. O que se observa são novas modalidades de plantio, em sulco, nos espaçamentos:
2,0 x 0,10m com palma vertical
2,0 x 0,10 x 1,0m (fila dupla)
1,50 x 0,10m com raquetes na posição vertical;
1,50 x 0,10m com raquetes na posição perpendicular e alternadas;
1,0 x 0,10m com raquetes na posição vertical;
1,0 x 0,10m com raquetes na posição perpendicular alternadas.
1,0x 0,10 x 0,50m;
OBS: Nos plantios convencionais ainda predominam os espaçamentos de 1,0 x 1,0m e 1,0 x 0,5m
entre linhas e covas respectivamente.

6.1. Rendimento da palma forrageira no cultivo adensado na Paraíba

Tabela 1. Rendimento da palma forrageira variedade gigante no cultivo adensado na Paraíba,


utilizando-se o espaçamento de 2 x 0,10m, nos municípios de Logradouro, Monteiro e Taperoá.
Município Menor resultado obtido Maior resultado obtido
Lograduro 240 t/ha (Palma miúda) 388 t/ha (Palma Gigante)
Monteiro 364 t/ha (Palma Gigante) 378 t/ha (Palma Gigante)
Taperoá 156 t/ha (Palma Gigante) 350 t/ha (Palma Gigante)
Fonte: Suassuna (2007).

26
Tabela 2. Lucratividade da palma forrageira variedade gigante no cultivo adensado na Paraíba,
utilizando-se o espaçamento de 2 x 0,20m, nos municípios de Logradouro, Monteiro e Taperoá.
Produção N° caminhões 3/4 Valor unitário Valor total
Município
atingida (t) colhidos (r$) (r$)
Logradouro 370 93 250,00 23.125,00
Monteiro 360 90 180,00 16.200,00
Taperoá 253 63 220,00 13.915,00
Fonte: Suassuna (2007).

A palma adensada (espaçamento de 1,0 x 0,25m) vem produzindo na primeira colheita em


torno de 400t MV/ha, enquanto que no plantio menos adensado (espaçamento de 1,0 x 0,5m)
produziu 300t/ha e, no espaçamento de 3,5 x 1,0 x 0,5m, produziu 100t/ha, permitindo a
consorciação com milho, feijão, algodão e outras culturas. A preferência e a disponibilidade de
capital do produtor são fatores decisivos na escolha do sistema de plantio. Porém, em qualquer
sistema utilizado, devem ser evitados os piores solos e a cultura deve ser adubada e receber os
tratos culturais adequados.
A palma miúda, cultivada no espaçamento de 1,0 x 0,5m e adubada com 20 t/ha de
esterco bovino, produziu em torno de 75 t MV/ha/ano, o que corresponde a 9,4 t MS/ha/ano. Esta
cv. é mais exigente quanto aos tratos culturais e demais condições ambientais, porém é a cv. de
maior teor de matéria seca, carboidratos solúveis e digestibilidade. A produção obtida em um
hectare de palma adensada (sistema onde se utiliza os espaçamentos entre fileiras e raquetes,
menores que os normalmente usados pelos agricultores, ou seja, numa mesma área pode se
plantar quantidade maior de raquetes) é de aproximadamente 300 toneladas a cada dois anos, o
que permite alimentar, no período de seca, 30 vacas durante 180 dias com um consumo médio
diário de 50 kg de palma por vaca.

7. Adubação
A palma é uma planta que exige solo de qualidade para ter bom rendimento. Uma boa
fonte de nutrientes, o esterco de curral, é muitas vezes desprezado por produtores que
desconhecem o potencial deste adubo orgânico, capaz de duplicar a produtividade de palma por
hectare. A falta de conhecimento leva muitos pecuaristas a venderem grandes quantidades do
adubo orgânico para produtores de fumo e hortaliças.
Considerando-se que o cultivo de palma, via de regra, se dá em regiões deficientes em
chuva, e que a época convencional para o plantio corresponde ao quarto trimestre de cada ano,
período seco, conclui-se que o uso de adubação química em fundação é uma medida

27
desaconselhável. Prudente é que a adubação de fundação se feita apenas com matéria orgânica
(esterco de bovinos/caprino/aves e / ou bagaço de sisal). O ultimo elemento químico que pode ser
aplicado nessa época, se for o caso, haja vista a sua baixa mobilidade é o fósforo. Elementos tais
como nitrogênio e potássio só devem ser aplicados em cobertura, com o solo bastante úmido.

Quando da adubação orgânica (Figura 18), o uso de 10


a 15 t/ha em fundação e após cada colheita, para
plantios mais espaçados, e 30t/ha para plantios
adensados, produzem efeitos bastante satisfatórios. A
adubação pode ser orgânica e/ou mineral. Em caso de
se optar pela adubação orgânica, pode ser utilizado
estrume bovino ou caprino, na quantidade de 10 a
30t/ha na época do plantio, e a cada dois anos, no Figuras 18. Adubação em fundação
período próximo ao início da estação chuvosa. no plantio, com esterco de caprinos.

Dependendo do espaçamento de plantio e nível de fertilidade do solo, nos plantios mais


adensados usar 30 t/ha. Adubação de cobertura com adubo orgânico (Figura 19) e mineral a partir
do segundo ano em diante, deve ser uma prática rotineira visando suprir os nutrientes removidos
pela palma (Tabela 3) a cada colheita, onde o N, K e Ca são os elementos mais removidos.

Figuras 19. Adubação em cobertura com esterco de curral.

Para a adubação mineral, é necessário se proceder a uma análise do solo para uma melhor
orientação quanto aos níveis a serem recomendados. Em São Bento do Una, (PE), foram obtidos
aumentos da ordem de 81% na produção com 10 t de estrume de curral/ha e de 29% com a
fórmula de 50, 50 e 50kg/ha de N, P2O5 e K2O, respectivamente, quando comparada com a
palma não adubada. Já o calcário, na quantidade de 2t/ha, não propiciou aumento de
produtividade (Santos et al., 1996). Trabalhos em andamento mostram produtividades crescentes
até 600kg/ha de nitrogênio.

28
A Tabela 3 apresenta os valores da extração de nutrientes pela cultura da palma forrageira
(Santos et al., 1990). Vale ressaltar que melhores resultados de produção têm sido observados
quando se associam as adubações orgânica e mineral. O emprego da adubação orgânica (20 a
30t/ha de esterco de curral bem curtido) ou mineral (100kg de N/ha e fósforo, potássio e calcário
de acordo com análise de solo) e de um espaçamento adequado podem propiciar aumentos de
mais de 100% na produção de forragem.

Tabela 3. Extração de nutrientes pela cultura da palma forrageira.


Produtividade Quantidade de nutrientes removidos
(t de MS/ha/ano) (kg/ha)
N P K Ca
10 90 16 258 235
Obs: Admitindo-se teores de N, P, K e Ca de 0,9%; 0,16%; 2,58% e 2,35%, respectivamente
(Santos et al., 1990).

Como qualquer outra planta, a palma necessita de adubação, sendo um fator determinante
na produção de matéria verde, exigindo maior quantidade quando se trata de plantio de palma
adensado. Segundo Teles et al. (2002) o espaçamento de plantio da palma forrageira varia de
acordo com a fertilidade do solo, quantidade de chuvas, finalidade de exploração e com o
consórcio a ser utilizado. Pesquisa realizada por esses mesmos autores em telado do
Departamento de Zootecnia da Universidade Federal Rural de Pernambuco, utilizando vasos de
30 cm de diâmetro e 22 cm de altura, para o plantio usou-se cladódios de palma cv. gigante,
tendo como tratamento: testemunha, testemunha mais nematicida, testemunha mais nitrogênio,
testemunha mais fósforo, testemunha mais potássio, testemunha mais cálcio, testemunha mais
magnésio, testemunha mais enxofre, solução de macronutrientes completa (SMC), SMC
nitrogênio, SMC fósforo, SMC potássio, SMC cálcio, SMC magnésio, SMC enxofre. SMC mais
macronutrientes e SMC mais micronutrientes mais nematicida concluíram que não houve efeito
dos micronutrientes e nematicida para número total de cladódio, número de cladódio secundário,
área de cladódio, índice de área de cladódio, e produção de matéria seca, no grupo dos
tratamentos com solução de macronutrientes completa. De maneira geral, a fertilização promoveu
aumento crescente da palma forrageira. A aplicação de nematicida Furadan não influenciou o
crescimento da palma, mas diminuiu o número de nematóides de todos os espécimes.

29
8. Consorciação
O consórcio com a palma pode ser feito com
o milho (Figura 20), sorgo, feijão, fava, jerimum,
mandioca etc., tem sido uma prática adotada pelos
produtores com objetivo de viabilizar o cultivo em
termos econômicos e de tratos culturais desta
forrageira. Todavia, nos espaçamentos simples de
2,0 x 0,5m e 2,0 x 1,0m, recomenda-se fazer-lo no
primeiro. Figura 20. Consórcio milho x palma.
O consórcio em fileiras duplas é o mais recomendado e poderá ser de 3,0 x 1,0 x 0,5m ou
em fileiras com mais de 3m entre as filas duplas, dependendo da necessidade do produtor (Farias
et al., 1986).
Em pesquisa realizada em São Bento do Una, PE, durante 12 anos, Farias et al. (2000)
obtiveram produções de 5,2; 4,8 e 2,9t MS/ha/ano de palma, de 1,6; 1,3 e 2,0t ha/ano de grão de
sorgo e 2,1; 2,1 e 3,1t MS/ha/ano de restolho do sorgo, para os tratamentos 2,0 x 1,0m; 3,0 x 1,0
x 0,5m e 7,0 x 1,0 x 0,5m, respectivamente. Foram feitas adubações com 20t/ha de estrume de
curral no ano das colheitas da palma. O espaçamento em fileiras duplas também favorece o uso
de mecanização, diminuindo-se, assim, os custos de produção, além de contribuir para o controle
da erosão do solo. O plantio da palma em filas duplas, nos espaçamentos de 3,0 x 1,0 x 0,5m ou
7,0 x 1,0 x 0,5m, permite a consorciação com milho, feijão, algodão e outras culturas, diminuindo
os custos com tratos culturais e promovendo maior produtividade da terra e economicidade das
culturas;
Albuquerque & Rao (1997) observaram decréscimo na produção de palma de 24,31%,
quando consorciada com feijão-de-corda (Vigna unguiculata L.) e de 42,81% quando foi
consorciada com sorgo (Sorghum bicolor L.).

9. Manejo cultural
O manejo cultural da palma forrageira compreende apenas capinas, adubação e cuidados
fitossanitários. Estas ações variam dependendo do sistema de plantio. Para os plantios com
espaçamentos superiores a 1,0m entre linhas, geralmente são feitas duas capinas no primeiro ano
e a partir daí, uma capina por ano. Com relação aos plantios adensados, se o adensamento for
apenas na linha, procede-se como no caso anterior, contudo, se o adensamento for total (entre
linhas e nas linhas) quando muito, se fazem as capinas do primeiro ano. Neste caso, o

30
entrelaçamento da cultura em todos os sentidos cobrindo a área total, impede quaisquer ações
internas.
A palma deve ser tratada como cultura, pois a mesma responde muito bem a capinas e
roços. Em plantios adensados devem ser efetuadas, em média, três capinas por ano. Em São
Bento do Una - PE, quando foi feita roçagem, foram obtidos aumentos acima de 100% na
produção de forragem, quando comparada com a palma sem trato cultural. Em plantios
tradicionais, os tratos culturais podem ser um roço no final da estação chuvosa. Em cultivos
adensados, Farias et al. (1998), em trabalho conduzido em Caruaru, encontraram que os
herbicidas de pré-emergência Tebuthiuron e Ametryne em uso exclusivo ou aplicado em
conjunto com Simazine e o Diuron aplicado isoladamente ou com Trifluralina nas dosagens
recomendadas pelos fabricantes, foram eficientes no controle de plantas daninhas. Também, não
causarem efeitos adversos no número médio de brotações por planta e não deixaram resíduos no
solo nem na planta.
Em termos de produção o Diuron (Cention SC) proporcionou produção de 9,67 e o
Ametryne (Gesapax 500) 8,74 t MS/ha de palma, enquanto que no tratamento sem tratos
culturais, a produção foi de 3,03 t/ha, dois anos após o plantio (Farias et al., 2001). No Brasil,
não existem produtos registrados para controle de ervas daninhas na cultura da palma. Desta
forma, os resultados obtidos são válidos enquanto informações da pesquisa. Recomendações
neste sentido só após o registro dos produtos citados.
Os tratos culturais do palmal, por meio do roço ou capina, são essenciais para se obter um
aumento de produtividade em torno de 100%. Vale ressaltar que no plantio, utilizando-se
espaçamento adensado, observou-se que herbicidas de pré-emergência foram eficientes no
controle de plantas daninhas sem causar efeitos fitotóxicos na cultura da palma.

10. Colheita
Normalmente inicia-se a colheita com cerca de 1,5 a 2 anos ou mais dependendo do
desenvolvimento da cultura, dependerá apenas das condições do solo, clima. Posteriormente
poderá ser feito o corte anual. A palma de maneira geral é colhida manualmente apesar de
aumentar o custo de produção, mais é a maneira mais racional de utilização da palma. As
raquetes são colhidas diariamente e fornecidos aos animais nos cochos. A utilização da palma
também poderia ser por pastejo, porém promove muitas perdas por causa da presença dos
animais no palmal, por isso, mesmo com o acréscimo de mão-de-obra para o corte manual fica
mais viável para o produtor. Santos et al. (1998), estudando o efeito do período de
armazenamento pós-colheita sobre a composição química da palma cv. gigante, observaram que

31
durante períodos de armazenamento de 0, 8 e 16 dias não ocorreram perdas aparentes de matéria-
seca, proteína bruta e fibra-bruta. Também foi semelhante à produção de leite das vacas
alimentadas com palma armazenadas nesses três períodos. Esses autores sugerem que maior
quantidade de palma pode ser colhida, independente do uso imediato, promovendo assim uma
redução no custo no corte e transporte da palma.
Quando o plantio e a manutenção são feitos em padrões adequados, é possível iniciar-se a
colheita quando a cultura tem entre 12 e 15 meses. A colheita convencional pode ser feita das
seguintes maneiras: a) arrancando-se a planta completa; b) colhendo-se apenas parte das raquetes.
O primeiro caso geralmente é usado quando se tratam de plantios muito adensados, antigos ou
com sintomas acentuados de doenças. Nestes casos os palmais são totalmente arrancados e re-
implantados em seguida. Porém o sistema mais comum é a colheita parcial. Por este sistema,
colhem-se apenas parte da aérea copada da planta e deixa-se o tronco com algumas raquetes para
propagação da cultura. Neste caso a colheita pode ser feita a partir das raquetes primárias (Figura
21 ) ou das secundárias. Estes procedimentos asseguram a próxima colheita sem a necessidade de
replantio, cujo procedimento pode ser repetido por várias vezes, necessitando apenas que se
proporcionem intervalos de descanso de 02 anos entre as colheitas e se promova a manutenção
adequada da cultura. Em casos extremos de carência de forragem, não raro, os pequenos
produtores fazem colheitas rasas em plantios jovens onde são colhidas apenas algumas das
raquetes mais antigas da plantação.
Resultados experimentais mostraram que a palma se beneficia, em termos de
produtividade e longevidade, quando não se faz uma redução drástica da superfície
fotossintetizante, ou seja, a coleta de artículos. Assim, para cultivos onde se utilizam
espaçamentos menores ou se adotam culturas intercalares como feijão, sorgo, milho ou algodão,
deve-se deixar todos os artículos primários (Figura 21), enquanto que, para cultivo em filas
duplas, devem-se deixar todos os artículos secundários.
A palma normalmente é colhida manualmente e, dependendo do espaçamento e da
necessidade do criador, pode ser colhida em intervalos de dois ou quatro anos, sem perda do
valor nutritivo (Farias et al., 1989). Resultados preliminares obtidos em Caruaru e Arcoverde,
PE, com população de 40 mil plantas/ha, apresentaram produção de 320 t MV/ha dois anos após
o plantio. Com população de 20 mil plantas (1,0 x 0,5m), a produção foi de 240 t MV/ha e, com 5
mil (2,0 x 1,0m), de 104t MV/ha, a cada dois anos. Em cultivo com fileiras duplas de 3,0 x 1,0 x
0,5m, consorciada com sorgo, a produção de palma foi de 100 t MV/ha. Além disso, nesse
sistema foram obtidas produções de 1,3 e 2,1t MS/ha/ano de grãos e restolhos de sorgo,
respectivamente. Vale ressaltar que neste sistema ocorre uma redução das culturas consorciadas,

32
em relação ao cultivo isolado. Mas por outro lado ocorre ganho no índice de produtividade da
terra (Farias et al., 1986). Os sistemas de plantio nos espaçamentos 2,0 x 1,0 m e 3,0 x 1,0 x 0,5m
permitem colheitas a cada quatro anos, com produções duas vezes superiores às colheitas a cada
dois anos, quando são conservados apenas os artículos primários (Farias et al., 1989).

Figura 21. Colheita deixando o artículo primário.

Em colheitas anuais, com a cultivar miúda, tem-se obtido uma produção média de 10,6t
MS/ha/ano e 77,8t MV/ha/ano, adubada com 20t de estrume de curral/ha/ano e com população de
20 mil plantas/ha. Esperam-se produções maiores nas colheitas subseqüentes devido a um maior
número de artículos primários ou secundários distribuídos nas plantas (Santos et al., 1998a). A
palma, após a colheita, pode ser utilizada de imediato ou mantida à sombra até 16 dias, para ser
fornecida aos animais, sem que haja perda do valor nutritivo (Santos et al., 1998b).
A palma, depois de colhida, pode ser armazenada à sombra por um período de até 16 dias, sem
perda do valor nutritivo e comprometimento da produção de leite, o que pode representar uma
redução dos custos com colheita e transporte. A freqüência de corte, a cada quatro anos, do
palmal plantado em espaçamentos de dois ou mais metros entre filas, deve ser considerada uma
importante estratégia de convívio com o semi-árido, pois a palma acumula a produção com
persistência do valor nutritivo.

33
CAPÍTULO II

PRAGAS DA PALMA

Edson Batista Lopes


Jacinto de Luna Batista
Carlos Henrique de Brito
Djalma Cordeiro dos Santos

1. Introdução
Cultivada em áreas com acentuado nível de pobreza nos Estados nordestinos a palma
forrageira tem grande importância sócio-econômica para a região do semi-árido, onde, nos longos
períodos de estiagem, serve de alimentação dos rebanhos, sobretudo em pequenas propriedades,
notadamente na agricultura familiar. Além de servir como alimentação animal, também é
utilizada na alimentação humana, a exemplo dos habitantes da região da Chapada Diamantina,
BA, com grande valor nutricional, rica em vitamina A, ferro e cálcio, inclusive com propriedades
medicinais que vêm sendo pesquisadas.
As populações de insetos/animais causam danos diretos ou indiretos às plantas da palma
forrageira, quando fatores climáticos ou condições específicas do agroecossistema favorecem o
crescimento destas populações, e aí sim, elas passam a causar danos econômicos que, para serem
evitados, necessitam do uso de medidas de controle. A forma mais eficiente e econômica de
prevenir os danos causados por insetos e ácaros é através do monitoramento da cultura, de modo
que as populações possam ser detectadas no seu início. Isto pode ser feito através da
determinação direta do número de insetos sobre as plantas ou de seus danos sobre estas, ou
através de outros meios como a utilização de armadilhas. De posse destas informações e outras
sobre a biologia e ecologia das espécies pode-se estimar com bom nível de precisão as épocas
mais favoráveis para sua ocorrência, freqüência e densidade populacional, tipo e importância
econômica dos danos causados.
Ainda que predomine nos sistemas de produção atuais o controle químico, através da
aplicação de inseticidas e acaricidas e seja o método empregado mais freqüentemente, observa-se
que na maioria das vezes esta prática é desnecessária e, portanto antieconômica e danosa ao
homem, animais domésticos e ao meio-ambiente.
Diversos insetos ocorrem sobre a palma forrageira, tais como besouros (Coleoptera),

34
formigas (Hymenoptera), gafanhotos (Orthoptera), lagartas (Lepidoptera), tripes (Thysanoptera),
etc., porém o que realmente constituem pragas da palma no Nordeste do Brasil são as
cochonilhas do carmim (Dactylopius opuntiae Cockerell) e de escama (Diaspis echinocacti
Bouché, 1833) (Hemiptera, Diaspididae), conhecida vulgarmente por escama, piolho ou mofo da
palma.

2. Cochonilha-do-carmim (Dactylopius opuntiae)


É a principal praga da palma forrageira no semi-árido nordestino. A cochonilha do
carmim foi importada pelo Estado de Pernambuco visando à obtenção do corante carmim (ácido
carmínico) e tornou-se uma praga devastadora para palma forrageira variedade gigante (Opuntia
ficus indica), ameaçando a sobrevivência de milhares de famílias nordestinas que dela dependem
para a sobrevivência de seus rebanhos nos períodos de estiagens prolongadas. “A cultura da
palma forrageira é uma atividade lucrativa para os caririzeiros, pois além da alimentação dos
rebanhos, se obtém renda extra para o sustento da família. Um hectare de palma nas épocas de
estiagem prolongadas chega a custar entre R$ 1.800,00 e 2.000,00. Num hectare de palma
forrageira se produz, em média, 400 kg de cochonilha seca que comercializada a R$ 2,50
somariam R$ 1.000,00. Com esses dados, infere-se que, economicamente, é mais rentável
produzir a palma para comercialização do que a cochonilha, pois depois de estabelecida no
palmal degeneram drasticamente todas as plantas, inclusive matando-as, a ponto de não servirem
de alimento para os animais.”
Hoje a cochonilha do carmim (Figura 1) tem causado elevados danos às lavouras de
palma forrageira (Figura 2), impossibilitando a pecuária bovina, caprina e ovina, com sérios
prejuízos para o agronegócio, já tendo destruído mais de 100 mil hectares da cultura nos estados
de Pernambuco, Paraíba e Ceará. Atualmente, dados mais recentes de junho de 2007, a Paraíba
conta com 63 municípios infestados todos eles com ataque e perdas acima de 90%. Altamente
devastadora, a praga, que chega a provocar perdas de 100% da produção, é disseminada através
do vento, animais, veículos, mudas e partes vivas (raquetes ou cladódios) da planta.
Considerando o preço de um hectare na roça em torno de 2.000,00 reais, estima-se que o prejuízo
imposto aos agricultores nos Estados infestados, atinja a cifra de R$200 milhões de reais.

35
Figura 1. Alta infestação da praga. Figura 2. Área de palma dizimada pela praga.
O reconhecimento da presença da cochonilha-do-carmim sobre cactáceas cultivadas ou
nativas dispersas pela caatinga é fácil, as fêmeas adultas apresentam forma bem peculiar, de
corpo pequeno ovalado, com extremidade abdominal arredondada, totalmente coberta por
cerosidade branca que protege o corpo avermelhado do inseto intumescido de ácido carmínico.
São sedentárias, quando esmagadas esparramam o conteúdo do corpo, que é vermelho, da cor de
sangue, que caracteriza os representantes do gênero Dactylopius. O desenvolvimento pós-
embrionário apresenta duração variável de 40-60 dias. Os machos se desenvolvem em casulos de
cera branca, aglomerados em forma de penca, de onde saem os adultos, que são formas aladas
com um par de asas membranosas semelhantes a mosquitos. A disseminação por recursos
próprios é lenta e difícil, por se tratar de inseto de hábito estacionário. Os machos, que são
alados, vivem somente para fecundar as fêmeas, morrendo logo em seguida. O principal meio de
propagação é quando levadas pelo homem sobre as raquetes de uma área para outra ou
acidentalmente presas à roupa ou corpo de animais de transporte.
No gênero Dactylopius são conhecidas diversas espécies que produzem o ácido
carmínico, das quais três são citadas no Quarto Catálogo dos Insetos que vivem nas plantas do
Brasil (Silva et al., 1968), ocorrendo em território nacional como sendo nativas, Dactylopius
ceylonicus, D. indicus e D. subterraneus. O corante natural carmim, fabricado a partir da síntese
do ácido carmínico, é produzido por um inseto do gênero Dactylopius pertencente à família
Dactylopiidae, da ordem Hemiptera, que se cria em Opuntia fícus indica e conhecida
internacionalmente como grana cochinilla ou cochonilha-do-carmim (Dactylopius coccus)
(Figuras 3 e 4). O corante carmim ou ácido carmínico (Figura 5) é um corante natural,
recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para ser usado em alimentos, bebidas,
tecidos, produtos de beleza, medicamentos, etc.

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Figura 3. Cochonilha-do-carmim ou grana Figura 4. Formas jovens e adultos da
cochinilla. cochonilha-do-carmim.

Figura 5. Fórmula química do ácido carmínico, extraído da cochonilha seca.


O pesquisador francês Luis Jacques Brunet, citado por Costa (1958), faz o seguinte
comentário sobre este inseto: “Nós temos a cochonilha em abundância prodigiosa nos nossos
sertões, mas sem ser aproveitada a riqueza que produz, sem dúvida por se ignorar o tesouro que
ela encerra. Não sabemos se os holandeses a descobriram em suas excursões científicas pelo
interior do estado, no tempo da sua dominação, e tampouco se a cochonilha embarcada de
Pernambuco para a Holanda de 1637 a 1640, foi ou não aqui obtida, no todo ou em parte,
porquanto o registro dos carregamentos remetidos para a metrópole não menciona a procedência
dos produtos.” Cunha (1997) cita a cochonilha encontrada nas cactáceas da Caatinga no Sertão
Nordestino. Domingues (1963) e Correia (1984) fazem referências a D. cocus trazida para o
Brasil pelos portugueses na época da colonização, juntamente com as cactáceas exóticas para
criação e produção do corante natural.
Como a cultura da cochonilha do carmim não teve êxito no Brasil, a cactácea importada
com ela passou a ser planta ornamental nos parques e jardins, até quando foi descoberta sua
utilização como forrageira (Domingues, 1963). Delmiro Gouveia, ao que tudo indica, foi o

37
responsável não pela introdução propriamente da palma no Nordeste, mas pela sua disseminação
em Alagoas, depois de ter sido instalada na Fazenda Cobra, no município de Pedra, em
Pernambuco. É possível que com a disseminação da palma, a mesma tenha levado consigo a
cochonilha.
No período da colonização mexicana, os espanhóis levaram palma e cochonilha do
carmim para Europa e para as ilhas Canárias e Java, mantendo por muito tempo o monopólio
industrial e comercial do corante.
Com a independência do México, o cultivo da cochonilha do carmim passou a ter maior
importância, sendo cultivada em diversos estados. Com a descoberta da tecnologia para se
fabricar corantes sintéticos com custos bem mais baixos, a cultura da cochonilha entrou em
decadência e quase desapareceu nos países produtores. Com a proibição para alguns corantes
químicos tidos como cancerígenos nos anos setenta pela Organização Mundial de Saúde, a
demanda pelo corante carmim de cochonilha retornou a posição inicial.

2.1. Manejo Integrado da Cochonilha - do - carmim (MICC)


O Manejo Integrado de Pragas (MIP), estabelece que se utilize das mais diversas formas
de vida (Insetos predadores, fungos, bactérias e vírus) e táticas de manejo: manejo cultural,
controle mecânico e aplicação de produtos químicos alternativos. Diante da maleficidade e
devastação desenfreada da cochonilha-do-carmim, recomendam-se a adoção das seguintes
medidas:

2.1.1. Erradicação - ao primeiro sinal de ocorrência do inseto sobre palma em áreas onde o
mesmo não é desejado (observado pela primeira vez) deve-se de imediato tomar medidas de
controle para impedir o crescimento da população para não atingir nível de praga. Em áreas de
cultivo da cochonilha a técnica de coleta das fêmeas adultas constitui uma medida de controle.
2.1.2. Controle mecânico
™ Áreas de infestação inicial - coletar as raquetes atacadas, acondicioná-las dentro de um
saco e alimentar os animais, uma vez que este inseto é inofensivo ao homem e animais.
No caso do cultivo da cochonilha sobre a palma, a coleta das fêmeas adultas para o
processamento da matéria prima do corante constitui uma medida de controle mecânico
da população do inseto.

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2.1.3. Controle alternativo (produtos químicos)
™ Áreas de média infestação - aplicar água sanitária e detergente neutro, na proporção de
300 ml do primeiro e 600 ml do segundo, para um pulverizador costal de 20 litros d’água.
Realizar três aplicações intercaladas a cada oito dias;
™ Áreas de severa infestação (focos) – aplicar, realizando uma cobertura total, duas
aplicações de sabão em pó (2%) ou de detergente neutro (6%) que proporcionaram um
controle de 98-100% e/ ou utilizar o controle mecânico, destruindo reboleiras do inseto-
praga. Em grandes focos, onde se faz necessário medidas mais enérgicas, o recomendado
é cortar a palma e ofertar ao gado, incinerar ou ainda lançar mão do lança chamas, prática
adotada com sucesso por alguns agricultores.
2.1.4. Variedades resistentes - utilizar as variedades de palma recomendadas pela pesquisa quais
sejam: Palma doce de Monteiro (Nopalera) (Figuras 6 e 7). Orelha de elefante mexicana F-15
(Figura 8), Palma doce Sertânia (Figura 9), Orelha de elefante africana, Miúda tradicional e
Forrageira F-13.

Figura 6. Palma doce de Monteiro (Nopalera). Figura 7. Campo de Palma doce em


Monteiro (Nopalera).

Figura 8. Palma orelha de elefante – IPA. Figura 9. Palma doce Sertânia – IPA.

Constatou-se, na prática, que o gênero Nopalea, conhecida popularmente por palma doce
ou palma miúda, não se encontra infestada pela cochonilha-do-carmim mesmo em plantios onde

39
a palma gigante encontra-se infestada severamente. Esse fato levou alguns agricultores a
conduzir plantios específicos para multiplicação e venda desse material, vislumbrando a
possibilidade de atender a uma demanda futura de propagação e manutenção do cultivo da palma
miúda na região. Tal procedimento foi constatado no município de Monteiro, nos sítios Santa
Terezinha e Rigideira, e no município de Ouro Velho nas propriedades Carnaíba e Lagoa Seca, e
no município da Prata. Considerando-se a não infestação e a promissora utilização de outras
espécies de palma forrageira na alimentação animal, presume-se que a alternativa encontrada
para a convivência com o problema instalado na região, tem como solução a utilização de novas
espécies ou variedades resistentes, uma vez que o próprio agricultor já está adotando essa
tecnologia. Verifica-se que atualmente a palma miúda (Nopalea cochenillifera) constitui-se na
alternativa para se continuar a produzir palma forrageira no Cariri Ocidental, e encaminha o rumo
da pesquisa na área de avaliação e produção de novos genótipos, variedades ou espécies
resistentes como opções futuras.
2.1.5. Controle biológico - o controle biológico da cochonilha é desenvolvido com a utilização
de inimigos naturais (parasitóides e predadores). Dentre os agentes biológicos mais eficazes
encontram-se as joaninhas, que são besouros da família Coccinellidae. No Cariri Ocidental, nas
zonas rurais dos municípios de Monteiro, Prata e Ouro velho, foram identificadas duas espécies
de joaninhas em cladódios de palma forrageira (O. ficus-indica) alimentando-se de fêmeas da
cochonilha-carmim. As espécies identificadas foram: Cycloneda sanguinea (adulto) (Figura 10) e
Scymnus sp. (adulto) (Figura 11) (Coleoptera: Coccinellidae). Essas joaninhas, apesar das baixas
populações, estão contribuindo na redução da praga, através do controle biológico natural. A
utilização de inimigos naturais como às joaninhas é um dos métodos mais utilizados na Espanha,
onde a produção de joaninhas com finalidade de controle biológico na agricultura é feita pelo
próprio governo, que distribui lotes anuais para as mais diversas culturas.

Figura 10. Cycloneda sanguinea (Coleoptera: Figura 11. Scymnus intrusus (Coleoptera:
Coccinellidae). Coccinellidae).

40
3. Cochonilha de escama (Diaspis echinocacti)
O inseto praga provavelmente chegou ao Brasil com as cactáceas dos gêneros Opuntia e
Nopalea, trazidas pelos portugueses na época da colonização, juntamente com a cochonilha do
carmim, para desenvolvimento do cultivo do inseto. O primeiro assinalamento da cochonilha de
escama em território nacional foi no Rio de Janeiro em 1900, justamente para onde a palma foi
levada (Hempel, 1900). O que provavelmente aconteceu depois de muito tempo, com o
desenvolvimento da cultura da cactácea forrageira no Nordeste, foi o surgimento da praga, que se
espalhou pela maioria dos Estados. O primeiro assinalamento na região foi em Pernambuco, no
município de São Bento do Una, em 1966. No final dos anos sessenta a praga surgiu na região da
bacia leiteira de Alagoas.
Foi a principal praga da palma forrageira no Nordeste, antes do aparecimento da
cochonilha-do-carmim em 2000, no Estado de Pernambuco. Conhecida vulgarmente por escama,
piolho ou mofo da palma, que causa danos e prejuízos à cultura (Figuras 12 e 13). É um inseto
cosmopolita que ocorre em todas as regiões onde a cactácea é cultivada. No México, é conhecido
por escama blindada, por apresentar dificuldades às medidas de controle. A praga infesta às
raquetes ou artículos com suas colônias, onde formas jovens e adultos protegidos por uma
escama ou escudo de cera sugam a seiva para se alimentar, causando inicialmente o dano direto
pela ação espoliadora, quando as raquetes começam a apresentar clorose. Em seguida, vem o
dano direto, que por se tratar de um inseto picador-sugador, abre orifício por onde penetram
microrganismos que causam o apodrecimento e queda das raquetes e, conseqüentemente, a morte
da planta.
A palma infestada pela cochonilha de escama é facilmente reconhecida pelo aspecto
peculiar do aglomerado de escamas do inseto, com coloração marrom-clara, mascarando o verde
típico da cactácea. As escamas são removidas por leve atrito com a unha ou um graveto sobre as
colônias que recobrem as raquetes, que constitui uma forma para confirmar a infestação da praga
(Arruda, 1983).

Figura 12. Infestação inicial da praga. Figura 13. Alta infestação da praga.
41
A ocorrência da cochonilha de escama sobre as cactáceas forrageiras apresenta uma
sintomatologia bem típica, não devendo ser confundida com o chamado mal fisiológico, que
acontece geralmente em raquetes mais velhas nos períodos de estiagem, com exibição de pústulas
sobre o tegumento das plantas. Que tem, também, certa semelhança com as colônias do inseto
praga, mas que não é facilmente destacável, não provoca clorose, nem queda dos artículos, não
prejudicando assim a planta.
A cochonilha de escama encontra-se atualmente dispersa nos Estados da Bahia, Sergipe,
Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Quando a praga for identificada em
uma área de palma deve-se, de imediato, tomar as devidas providências, pois se nenhuma medida
de controle for aplicada, o inseto devasta completamente a cultura (Arruda, 1983). Para combater
a cochonilha de escama na palma forrageira, o indicado é o manejo integrado, com ênfase no
controle biológico, uma vez que são conhecidos diversos inimigos naturais da praga, atuando
principalmente nos Estados de Pernambuco e Alagoas. Parasitóides (vespinhas) e predadores
(besouros de pequeno porte), conhecidos por joaninhas, estão sendo utilizados em programas de
controle biológico desenvolvidos pelo IPA e pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado
de Alagoas - EPEAL (Carvalho et al., 1978; Silva, 1990; Warumby et al., 1993).

3.1. Manejo Integrado da Cochonilha-de-Escama


O manejo integrado é à medida que reúne todas as técnicas possíveis de serem aplicadas
para controlar e manter a população da praga em nível de equilíbrio, dificultando a forma de vida
e o crescimento de sua população. Para o caso da cochonilha de escama as recomendações são as
seguintes:
A) O plantio deve ser feito corretamente na época indicada, com raquetes sadias sem
vestígio de cochonilha e de procedência conhecida para evitar a presença da praga no início da
plantação.
B) Identificar a presença da cochonilha na área cultivada com palma logo no início facilita
o controle com a erradicação das plantas infestadas. A infestação da praga se inicia em plantas
isoladas na área cultivada.
C) Proceder a capinas, para evitar concorrência de ervas daninhas com a cultura, e
adubação química ou orgânica, de acordo com as quantidades indicadas. A adubação, além de
aumentar a produção, induz uma certa resistência da planta ao inseto.
D) É importante o conhecimento de cultivos com palma infestada pela cochonilha para
evitar que homens e animais passem destas áreas para plantações de palma sem a praga, pois esta
é uma das formas de propagação da praga.

42
E) A eliminação dos focos de cochonilha na área cultivada com palma é muito
importante, desde que as raquetes infestadas não apresentem inimigos naturais (joaninhas e
vespinhas). Esta eliminação consiste em cortar as raquetes infestadas para reduzir a população do
inseto. A palma cortada, mesmo infestada, pode ser utilizada na alimentação do gado.
F) O controle biológico - consiste na utilização dos inimigos naturais da praga - as
joaninhas e as vespinhas são, respectivamente, predadores e parasitóides - que são liberados no
campo onde a praga está ocorrendo para se processar o equilíbrio natural. O procedimento deve
ser o seguinte: uma vez confirmada a presença da praga e ausência dos controladores naturais,
estes devem ser adquiridos para liberação no local aonde a cochonilha vem se desenvolvendo. Os
inimigos naturais da praga podem ser remanejados de onde eles ocorrem para as áreas com
problema. Os controladores biológicos da praga podem ser criados em laboratório ou em gaiolas
teladas, para posterior liberação no campo.
É de grande importância o conhecimento dos inimigos naturais da praga para preservação
e manutenção dos mesmos no campo.
™ Parasitóides:
Plagiomerus cyaneus (Hymenoptera, Encyrtidae) vespinha.
Prospaltella aurantii (Hymenoptera, Aphelinidae) vespinha.
™ Predadores:
Coccidophilus citricola (Coleoptera, Coccinellidae) joaninha preta pequena.
Chilocorus nigrita (Coleoptera, Coccinellidae) joaninha preta grande.
Zagreus bimaculosus (Coleoptera, Coccinellidae) joaninha alaranjada e preta.
Pentilia egena (Coleoptera, Coccinellidae) joaninha preta.
Pentilia sp. (Coleoptera, Coccinellidae) joaninha marrom.
Zagloba beautimonti (Coleoptera, Coccinellidae) joaninha cinzenta.
Zagloba sp. (Coleoptera, Coccinellidae) joaninha cinzenta.
Calloeneis sp. (Coleoptera, Coccinellidae) joaninha.
Salpingogaster conopida (Diptera, Syrphidae) mosca de corpo alongado.
G) Cultivares resistentes - deve-se proceder ao plantio de palma de preferência com
cultivares que apresentem alguma forma de resistência à praga. A eliminação das plantas mais
suscetíveis ao inseto ajuda na manutenção do controle.
H) O uso de produtos químicos - deve ser feito com muita cautela para não prejudicar o
desenvolvimento dos inimigos naturais, que são mais sensíveis aos defensivos agrícolas que a
própria praga. A aplicação de inseticidas deve ser feita em pequenas áreas, através de produtos
seletivos com indicação para cochonilha de escama, em plantações de palma onde não foram

43
encontrados inimigos naturais. Em caso de ataque muito severo, pode ser aplicado óleo mineral a
1% com os devidos cuidados. No combate químico, recomenda-se três aplicações de óleo mineral
a 1% (200 ml/20 litros) junto com sal de cozinha (1kg/20 litros). As aplicações devem ser feitas
de forma intercalada a cada 20 dias. Como utilizar o óleo mineral, segundo Lopes (2002).
1. Usando o pulverizador costal de 20 litros:

™ Colocar 200 ml de óleo mineral TRIONA B, no pulverizador;


™ Diluir 1 quilo de sal de cozinha em 5 litros d’água, completando o pulverizador com água;
™ Recomendam-se 03 (três) pulverizações espaçadas a cada 20 dias;
™ Após a última aplicação, a palma já pode ser consumida pelos animais sem nem um risco
de intoxicação para os mesmos.
2. Usando um tambor de 100 litros d’água:

™ Colocar 1 litro de óleo mineral TRIONA B, no tambor de 100 litros;


™ Diluir 5 quilos de sal de cozinha em 20 litros d’água, adicionando ao tambor de 100 litros
completando o volume com água;
™ Recomendam-se 03 (três) pulverizações espaçadas a cada 20 dias;
™ Após a última aplicação, a palma já pode ser consumida pelos animais sem nem um risco
de intoxicação para os mesmos.
Uma observação importante; antes de aplicar qualquer medida de controle da praga, deve-
se verificar se os insetos, por baixo das escamas de proteção estão vivos. É comum quando a
cochonilha está morta pela ação dos parasitóides e predadores, as escamas mesmo secas
permanecerem nas raquetes, podendo ser removidas facilmente com leve atrito.
No momento, a praga mais importante no agreste de Pernambuco é a cochonilha de
escama, que deverá ser controlada pelo método de controle biológico, ou seja, com inimigos
naturais, como a joaninha, conforme recomendações do IPA. No Sertão, além dessa cochonilha, a
do carmim vem se tornando a de maior prejuízo para os produtores. O IPA já identificou
cultivares resistentes, bem como, métodos de controle. Ressalta-se que, embora de maior valor
nutritivo, a cultivar miúda é mais suscetível a cochonilha de escama e resistente a do carmim.

4. Pão-de-galinha (Ligyrus spp.) - o aparecimento de larvas do besouro Ligyrus spp. conhecida


por pão de galinha ou rola-bosta (Figura 14), provoca apodrecimento nas raquetes da base da
planta, isso acontece quando se usa esterco de curral ainda verde, com muita umidade, na
adubação, o que pode ser facilmente evitado.

44
Figura 14. Larva e adulto do pão-de-galinha.

5. Preá - São duas as espécies de preás existentes no Brasil. A de nome científico Cavia aperea é
encontrada nos Estados do Sul e do Sudeste. A outra, batizada cientificamente de Galea spixii
spixii, é típica da região Nordeste. Roedor rústico (Figura 15), vivem em bandos e é um dos
mamíferos mais comuns da caatinga. Geralmente, faz seus ninhos em moitas de cactos ou
bromélias e em pequenos buracos. Roedor com cerca de 25 centímetros de comprimento, de
hábitos crepusculares vive em capinzais, entre moitas e arbustos, às vezes perto de áreas
alagadas, onde consegue mergulhar e nadar. Alimenta-se de brotos, folhas e raízes. Quando seu
ambiente natural sofre alterações, invade arrozais e hortas sendo considerado praga, por se
alimentar e dilacerar as raquetes da base da planta, provocando tombamento da planta.

Figura 15. Animal jovem do preá do Nordeste.

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CAPÍTULO III

DOENÇAS DA PALMA

Rildo Sartori Barbosa


Vanildo Alberto Leal B. Cavalcanti
Edson Batista Lopes
Egberto Araújo

1. Introdução
A palma forrageira, envolvendo as espécies Opuntia ficus-indica Mill. e Nopalea
cochenillifera (L.) Salm. Dick., constitui importante cultura agrícola em zonas áridas e
semiáridas do mundo, destacando-se nas regiões nordeste do Brasil, África e México. Além do
uso na alimentação animal, a palma tem sido utilizada na conservação de solos, como substrato
para produção da cochonilha do carmim, biomassa com fins energéticos, alimentação humana
(frutos e verduras) e produção de bebidas, queijos vegetarianos, drogas e cosméticos.
Apesar de ser nativa de regiões muito quentes e clima seco, a cultura da palma forrageira
é afetada por vários patógenos, principalmente os de natureza fúngica, que atacam,
preferencialmente, as raquetes ricas em umidade. Diante da importância do cultivo da palma, as
publicações sobre doenças são muito limitadas, caracterizando-se pela descrição de problemas
fitossanitários resultantes de levantamentos ou assinalamento de doenças na cultura. Em nível
mundial, várias doenças causadas por fungos foram assinaladas na palma forrageira, destacando-
se entre estas a podridão do caule (Armillaria mellea), Podridão preta (Lasiodiplodia
theobromae), Gomose (Dothiorella ribis), Podridão de fusário (Fusarium solani), Murcha de
fusário (Fusarium oxysporum f. sp. opuntiarum), Podridão do colo (Phytophthora cactorum),
Podridão de Sclerotium (Sclerotium rolfsii), Podridão de rizoctonia (Rhizoctonia solani),
Podridão de Macrophomina (Macrophomina phaseolina), Antracnose (Colletotrichum
gloeosporioides), Podridão de Sclerotinia (Sclerotinia sclerotiorum), Mancha de Alternaria
(Alternaria tenuis) e Mancha de Cercospora (Cercospora sp.). Apenas duas doenças causadas
por bactérias são relatadas – a Podridão mole (Pectobacterium carotovorum subsp. carotovorum)
e Galha em coroa (Agrobacterium tumefasciens). Tendo como agentes os fitoplasmas
(micoplasmas) foram assinaladas o engrossamento dos cladódios e Proliferação de flores. Nas
espécies O. ficus-indica e N. cochenillifera não há relatos, com testes de patogenicidade, da
ocorrência de vírus e nematóides. No Brasil, as doenças da palma forrageira têm sido pouco

46
estudadas e a quase totalidade dos trabalhos descrevem apenas o assinalamento, a sintomatologia
e patogenicidade dos agentes causais. Assim sendo, são limitadas as informações quanto a
prejuízos, intensidade das doenças e medidas efetivas de controle. A expansão do cultivo da
palma forrageira no Nordeste do Brasil e introdução de novas técnicas de manejo na cultura têm
proporcionado maior ocorrência de problemas fitossanitários, o que enseja o desenvolvimento de
pesquisas relacionadas a este tema nos principais estados produtores do Brasil.
As doenças da palma têm sido pouco estudadas no Brasil e quase todos os trabalhos
descrevem o assinalamento, sintomatologia e patogenicidade dos agentes causadores. Dentre as
doenças descritas no Nordeste, principalmente em Pernambuco, Paraíba e Alagoas, destacam-se
as podridões de artículos primários e secundários, causadas pelos fungos Lasiodiplodia
theobromae, Sclerotium rolfsii, Scytalidium lignicola, Fusarium solani, Macrophoma sp.,
Pollaccia sp. e Rhizoctonia solani, podridões de raízes e raquetes da base devido a fungos ou a
bactéria Erwinia subsp. carotovora e manchas em artículos. As referidas doenças possuem
características sintomatológicas distintas e ocorrem em baixa incidência e, portanto, não causam
danos severos à cultura.
É provável que a baixa severidade das doenças na palma esteja relacionada com o sistema
tradicional de cultivo desta cactácea. No entanto, a expansão da cultura e o plantio adensado
podem contribuir para uma maior incidência das doenças, justificando estudos mais detalhados,
principalmente no que se refere às medidas de controle. Deve ser ressaltado que, em relação às
doenças atualmente descritas, não existem indicações de medidas efetivas de controle, exceto o
plantio na época seca para evitar a podridão da raquete-semente. Na seqüência são descritas as
principais doenças da palma forrageira na região Nordeste, principalmente, em relação aos
estados de Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Ceará.

2. Doenças dos cladódios causadas por fungos


As doenças de origem fúngica são as mais importantes na cultura da palma forrageira,
podendo afetar raquetes, sistema radicular e frutos nas fases de pré e pós-colheita. A maior
severidade das doenças fúngicas tem sido correlacionada com estresse nutricional, excesso de
matéria orgânica e umidade no solo, suscetibilidade de cultivares e clones e adensamento da
cultura. Neste grupo de doenças destacam-se as podridões de raquetes, podridões de raízes e
raquetes da base e manchas em artículos, que reduzem a produtividade e limitam o cultivo de
espécie, cultivar ou clone de maior interesse de cultivo ou valor comercial.
2.1. Podridão Negra (Lasiodiplodia theobromae)

47
A Podridão negra constitui a doença de maior ocorrência em cultivos de palma gingante
(O. ficus indica) no estado de Pernambuco. Foi relatada em 1961 por A. P. Viegas e,
posteriormente, descrita em 1963 em Caruaru – PE, causando severos danos em raquetes-
sementes. Em 1970 foi assinalada no município de Pombal – PB. Em outros países produtores a
ocorrência da Podridão negra somente foi descrita na África do Sul.
Sintomas: Geralmente, a podridão ocorre a partir
do local de inserção das raquetes primárias,
secundárias ou terciárias, sendo no início de cor
marrom e, em seguida, torna-se escura devido à
produção de estruturas do fungo (Figura 1). É
consistente, com abundante exsudação de goma
de coloração amarelo leitosa e tornando-se,
posteriormente, enegrecida. Figura 1. Podridão negra.
As infecções em raquetes primárias ou secundárias promovem o tombamento de partes da
planta, causando prejuízos na produção.
Controle: Na época de plantio, utilizar raquetes-sementes sadias para evitar a introdução da
doença nas áreas de produção. Remoção e destruição das raquetes infectadas no campo.
Pulverização com fungicidas, em intervalos de 15 a 20 dias, no período mais favorável à doença.

2.2. Podridão Seca Escamosa (Scytalidium lignicola )


A podridão seca escamosa foi a doença
mais freqüente que se observou em inspeções
realizadas no mês de agosto deste ano de 2007,
em plantios de palma forrageira variedade
gigante nos municípios de Pocinhos, Boa Vista
Soledade, Monteiro, Taperoá e Joazeirinho,
Paraíba. Os danos causados em cladódios numa
estimativa prévia, variaram de ¼ a ¾ da área das
raquetes afetadas (Figura 2). Figura 2. Podridão seca escamosa
Sintomas: A partir de material de palma forrageira variedade gigante coletado em diversos
municípios do Cariri Paraibano, foi observado, tanto nas partes laterais e centrais, quanto nas
conexões entre os artículos, o desenvolvimento de sintomas constituídos por manchas onduladas
sobre área com podridão seca, com semelhança de escamas, a respeito da podridão seca causada

48
pelo fungo Scytalidium lignicola. Essa etiologia foi confirmada pelo exame, sob microscópio, de
preparações à fresco das estruturas fúngicas que se desenvolviam nas lesões.

2.3. Gomose (Dothiorella ribis)


A doença ocorre nos principais países produtores de palma forrageira, tais como México,
Brasil e Itália. No Nordeste do Brasil tem sido observado com freqüência na região sertão do
estado de Pernambuco, causando prejuízos na produção. Induz lesões na forma de cancros,
ressecando as raquetes e provocando declínio da planta.
A Gomose da palma é causada pelo fungo Dothiorella ribis que tem como teleomorfo o
Ascomiceto Botryosphaeria ribis de ocorrência rara na natureza. Na fase anamórfica, D. ribis
produz picnídios estromáticos, solitários ou formando grupos de 5 a 8, globosos e ostiolados. Os
conídios são unicelulares, elípticos ou fusóides, medindo de 12-30 μm de comprimento por 4-8
μm de largura. A disseminação dos conídios é feita, principalmente, pela água de chuva, ventos e
insetos. A sobrevivência do fungo ocorre em raquetes infectadas e restos de cultura. Em citros e
eucalipto, D. ribis é considerado um patógeno fraco e a maior severidade da doença está
associada a deficiências nutricionais, com destaque para a deficiência de boro.
Sintomas: Presença nas raquetes de algumas ou
várias manchas circulares em forma de cancros,
com superfícies rachadas, devido à esporulação do
fungo (Figura 3). Exsudação abundante de goma
em torno das lesões mais jovens. A camada externa
da lesão é de cor marrom-cinza e coreácea.
Figura 3. Cancros com exudação de goma.
Controle: Deve ser recomendado o uso de raquetes-sementes sadias, remoção e destruição das
partes de plantas afetadas e pulverização com fungicidas, em intervalos de 15 a 17 dias, durante
o período chuvoso. No México e Itália, são utilizados os produtos Benlate ou Cercobin. No
Brasil, não existem produtos fungicidas registrados para a cultura da palma.

2.4. Podridão de Fusarium (Fusarium solani)


O desenvolvimento desta doença é freqüentemente favorecido em solos de elevada
acidez, baixa permeabilidade e alta umidade. Ocorre nas raquetes-sementes e raquetes da base
em plantas adultas. A Podridão de fusário incide com maior freqüência em solos ácidos com
baixa permeabilidade, umidade excessiva e níveis mais elevados de adubação orgânica. A
doença pode afetar as raquetes-sementes e raquetes da base em plantas adultas, tendo sido

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assinalada em vários países produtores de palma forrageira. No Nordeste brasileiro foi descrita
em Pernambuco e, possivelmente, ainda não relatado em outros estados por falta de estudos
sobre doenças na cultura da palma. As cultivares de N. cochenillifera têm-se mostrado mais
suscetíveis a podridão de fusário.
O agente causal da Podridão de fusário, na fase anamórfica, é o fungo Fusarium solani,
cuja forma teleomórfica corresponde a Nectria hematococca da classe dos Ascomicetos.
Fusarium solani produz macroconidios com três a nove septos, medindo de 35-55 μm de
comprimento por 4,5 -8 μm de largura, pouco curvos e extremidades arredondadas ou filiformes.
Os microconídios são asseptados ou uniseptados de forma ovalada. As fiálides são longas e
eretas e constituem a principal distinção de F. oxysporum que produz fiálides curtas. Produz
clamidósporos a partir do espessamento da parede celular das hifas e células do macroconídio. O
fungo sobrevive como saprófita no solo ou na forma de clamidósporos. Pode ser disseminado por
raquetes-sementes infectadas, vento, água e implementos agrícolas. Solos compactados, ácidos e
com umidade e adubação orgânica excessiva proporcionam maior severidade da doença.
Sintomas: Podridão na raquete da base de
consistência mole e coloração esverdeada. As raquetes
primárias e secundárias murcham e tombam sobre há
planta poucos dias após a infecção. Os tecidos da
raquete infectada tornam-se aquosos, escurecem e
expõem as estruturas internas lenhosas (Figura 4). As
raízes apodrecem, exibindo coloração marrom-
avermelhada. Figura 4. Podridão de Fusarium.
Controle: As medidas de controle mais efetivas envolvem o uso de raquetes-sementes sadias e
plantio em solos não infestados pelo fungo. Outras medidas de controle podem reduzir a
ocorrência da doença, destacando-se a correção da acidez do solo, evitar o plantio em períodos
chuvosos, realizar aração do solo para plantio, eliminação de plantas doentes e evitar o plantio da
palma miúda (mais suscetível) em áreas onde ocorre a doença.
2.5. Mancha de alternaria (Alternaria tenuis)
Esta doença foi assinalada no ano de 2001 em cultivo de N. cochenillifera em São Bento
do Una – PE com elevada incidência (70%) e severidade. Em outros países produtores,
diferentes espécies de Alternaria tem sido relatadas, causando manchas em raquetes de palma
forrageira, com sintomatologia distinta. Atualmente a Mancha de alternária ocorre em vários
municípios da região agreste e sertão de Pernambuco. Em condições de campo não foi observada
ainda infecções naturais em O. fícus- indica, mas em testes de patogenicidade em laboratório

50
esta espécie também se mostrou suscetível. Recentemente foi detectada nos municípios de
Juazeirinho, Soledade e Monteiro, ocorrendo de forma esporádica .
No México, uma espécie de Alternaria não identificada causa a “Mancha oro”, com
sintomatologia distinta da Mancha de Alternaria. Ocorre em cladódios jovens, que murcham e
caem ao solo, após a infecção.
Sintomas: Na palma gigante os sintomas da
doença caracterizam-se por manchas de coloração
preta nas raquetes, nas formas circulares ou
elípticas, medindo 1,0-3,0cm de diâmetro com
abundante esporulação na superfície da lesão. As
lesões podem se estender de uma face a outra da
raquete, exibindo perfurações devido à queda do Figura 5. Mancha de alternaria.
tecido infectado (Figura 5). As manchas podem
coalescer, formando grandes áreas necrosadas e
causando defoliação das plantas, com liberação de
esporos de massa de (Figura 5a).

Figura 5a. Esporos de alternaria.


Controle: Remoção e destruição das raquetes afetadas. Plantio de cultivares da espécie O. ficus-
indica. Promover adubação equilibrada na cultura baseada na análise de fertilidade do solo.

2.6. Podridão de Sclerotium (Sclerotium rolfisii)


Assinalada na região Agreste do estado de Pernambuco. O patógeno causa podridão
mole, incidindo sobre as raquetes mais próximas do solo. Em condições de elevada umidade,
aparece sobre as lesões um crescimento micelial branco, sobre o qual se formam esclerócios
esféricos, inicialmente brancos e posteriormente marrom-escuros. Sclerotium rolfsii caracteriza-
se por produzir micélio vigoroso e esclerócios globosos, medindo de 0,5-1,5 mm de diâmetro.
Os esclerócios podem sobreviver no solo por
no mínimo um ano. Como controle deve-se eliminar
plantas doentes, corrigir o pH do solo, evitar o
adensamento de plantas e promover a drenagem do
solo.
Sintomas: Ocorre sob a forma de podridão mole,
incidindo nos artículos mais próximos ao solo.
Figura 6. Podridão de esclerócio.
51
Crescimento cotonoso e esclerócios são observados na
superfície da lesão (Figura 6).
Controle: Recomenda-se para o controle a eliminação de plantas afetadas e evitar o excesso de
umidade e matéria orgânica.

2.7. Rizoctoniose (Rhizoctonia solani)


Assinalada no Rio Grande do Norte e Paraíba, causa podridão escura (Figura 7) na
raquete da base. Esclerócios do fungo são formados na superfície da lesão.
Sintomas: caracterizam-se por podridão aquosa de
coloração castanha no inicio e, em seguida, negra. O
ponto inicial de infecção são as raquetes tenras da
base, podendo estender-se para outros artículos. Na
superfície da podridão são formados esclerócios do
fungo que constituem a forma propagativa e de
sobrevivência.
Figura 7. Rizoctoniose ou podridão
negra.
Controle: Como medidas de controle deve-se corrigir o pH do solo, usar artículos-sementes
sadios e eliminar raquetes afetadas.

2.8. Podridão de Macrophomina (Macrophomina phaseolina)


Doença de ocorrência freqüente e severa no México. No Nordeste do Brasil foi relatada
em Alagoas, infectando palma miúda e em Pernambuco foi assinalada nos municípios de
Afogados da Ingazeira, Caruaru e Pesqueira. Na Paraíba foi detectada em Monteiro, Prata,
Soledade e Joazerinho em palma gigante (Figura 8).
Os sintomas em raquetes caracterizam-se por lesões
necróticas escuras, deprimidas, envolvidas por um
halo clorótico. Com a evolução da doença, os tecidos
necrosados se desprendem formando perfurações nas
raquetes. Macrophomina phaseolina é uma espécie
polífaga podendo afetar inúmeros hospedeiros.
Figura 8. Podridão Macrophomina.

52
Produz picnídios contendo conídios unicelulares e hialinos. Estresse hídrico e nutricional
predispõe ao ataque da doença.
Controle: Remoção e destruição das raquetes afetadas, uso de raquetes sadias para plantio e
adubação equilibrada.

2.9. Podridão Polaciana - Pollaccia sp.


Foi relatada em Penedo – AL, em 1979, causando podridão em raquetes de palma
forrageira. A infecção inicial apresenta manchas verde-escuras, de aspecto úmido e contornos
circulares, que evoluem sob a forma de lesões necróticas castanho-escuras, com 2 ou mais
centímetros de diâmetro. A podridão estende-se à face oposta da raquete, provocando
ressecamento dos tecidos infectados. No estágio final da doença pode haver desprendimento dos
tecidos apodrecidos, surgindo perfurações nos locais das podridões. A eliminação de plantas ou
raquetes afetadas e uso de raquetes-sementes sadias são indicadas para o controle desta doença.

2.10. Mancha de Macrophoma – Macrophoma sp.


Doença relatada em palma miúda (N. cochenillifera) no estado de Alagoas. As raquetes
infectadas exibem lesões necróticas grandes e deprimidas, com a presença de picnídios na
superfície. O controle deve ser feito pela eliminação de raquetes infectadas.

2.11. Antracnose – (Colletotrichum gloeosporioides)


Doença assinalada no ano de 1981 em Taperoá – PB e recentemente descrita em Sertânia
– PE em raquetes de N. cochenillifera (Figura 9). As lesões ocorrem na superfície das raquetes,
com tendência a concentrar nos bordos, sob a forma de manchas escuras deprimidas, com bordos
irregulares. Na área lesionada surgem frutificações (acérvulos) na forma de pontuações negras
salientes. A análise da seqüência ITS do DNA ribossomal confirmou C. gloeosporioides como
agente causal da antracnose em N. cochenillifera. O fungo produz conídios hialinos, retos e
unicelulares, medindo de 9,2-16,0 μm de comprimento por 2,5 – 5,2 μm de largura. Em virtude
da menor expressão da doença, recomenda-se no controle apenas o uso de raquetes-sementes
sadias.

53
Figura 9. Antracnose em palma gigante.

3. Doenças dos cladódios causadas por bactérias


3.1. Podridão mole – (Pectobacterium carotovorum subsp. Carotovorum)
A Podridão mole tem sido relatada em vários países produtores de palma forrageira,
causando prejuízos acentuados no México e Itália. No Nordeste do Brasil foi descrita em l963,
em Pernambuco, e recentemente na Paraíba (Fazenda Pendência, Soledade - PB) causando
podridão mole em raquetes-sementes nas espécies O. ficus-indica e N. cochenillifera. A maior
severidade da doença está sempre associada a ferimentos nas raquetes, excesso de umidade
elevado teor de matéria orgânica no solo. A podridão mole é causada pela fitobactéria P.
carotovorum subsp. carotovorum, capaz de causar doença em aproximadamente 70 espécies. No
gênero Pectobacterium (Erwinia) as espécies apresentam bastonetes retos, móveis por meio de
flagelos peritríquios, gram-negativas, anaeróbicas facultativas, oxidase negativa, catalase
positiva, não produzindo pigmentos fluorescentes em meio de King. A disseminação ocorre
pelos respingos de chuva, água de irrigação e drenagem superficial, insetos e mudas infectadas.
Sintomas: A bactéria penetra nas raquetes através de ferimentos e aberturas naturais, causando
podridão mole de coloração preta (Figuras 10 e 11) que deteriora rapidamente os tecidos (Figura
12), principalmente em condições de elevada umidade. Apresenta odor característico de tecido
em fermentação bastante característico da P. carotovorum.

54
Figura 10. Podridão mole e Figura 11 Palma inoculada Figura 12. Podridão mole
tombamento no campo. com P. carotovorum. induzida com P.
carotovorum.
Controle: Utilização de raquetes-sementes sadias, evitar o plantio em períodos chuvosos,
remoção e destruição de plantas doentes e pulverização com fungicidas cúpricos no período de
umidade elevada.

4. Doenças causadas por outros agentes fitopatogênicos


Além dos fungos e bactérias, as doenças de plantas também podem ser induzidas por
nematóides, vírus e fitoplasmas (micoplasmas). Nos países produtores, doenças da palma
forrageira causadas por estes agentes tem sido objeto de poucas pesquisas. Em Cactáceas
ornamentais, vários estudos têm evidenciado a ocorrência de fitonematoses (Meloidogyne spp. e
Heterodera cacti) e diversas viroses. No entanto, não há relatos destes tipos de doenças nas
espécies O. ficus-indica e N. cochenillifera. No México, as doenças engrossamento dos
cladódios e proliferação de flores foram comprovadas como sendo causadas por organismos do
tipo fitoplasma. Destas evidências conclui-se que em função da importância atual do cultivo da
palma forrageira no Nordeste, pesquisas na área de fitossanidade desta cultura agrícola devem
ser estimuladas nos diversos estados produtores do Brasil.

55
CAPÍTULO IV

USOS E APLICAÇÕES DA PALMA FORRAGEIRA

Djalma Cordeiro dos Santos


Lúcia de Fátima Araújo
Edson Batista Lopes
Manoel Ferreira de Vasconcelos

1. Introdução
Apesar de no Brasil a palma seja utilizada basicamente como forragem estratégica para
períodos de seca, em muitos países é utilizada para vários fins. É difícil encontrar uma planta tão
distribuída e explorada, sobretudo em zonas áridas e semi-áridas com economia de subsistência
que, pela falta de recursos naturais e produtivos, forçam os pequenos agricultores e produtores a
cultivá-la e poderem sobreviver produzindo com rentabilidade. Dessa forma, a palma se
transformou numa fonte inesgotável de produtos e funções tanto para a agricultura de
subsistência quanto para as agriculturas orientadas para o mercado.
A grande diversidade de usos e aplicações da palma forrageira revela a versatilidade
dessa espécie vegetal, que apesar de ser cultivada no Semi-árido nordestino para alimentação
animal, não tem sua potencialidade explorada plenamente. Em conseqüência, vêm sendo
desperdiçadas excelentes oportunidades para melhoria dos índices sociais e econômicos desse
espaço geográfico, mediante a geração de postos de trabalho, renda, oferta de alimentos e
preservação ambiental. Mundialmente, a palma forrageira é usada na alimentação humana,
arraçoamento animal, como fonte de energia, na medicina, na indústria de cosméticos, na
proteção e conservação do solo, dentre outros usos nobres, a exemplo da fabricação de adesivos,
colas, fibras para artesanato, papel, corantes, mucilagem, antitranspirante e ornamentação
(Barbera, 2001).

2. Alimentação humana
Desde o período pré-hispânico que a palma forrageira é utilizada pelo homem no México,
assumindo um papel importante na economia agrícola do Império Asteca, juntamente com o
milho e a agave, consideradas as espécies vegetais mais antigas cultivadas no território mexicano
(Reinolds & Arias, 2004). Na alimentação humana, geralmente, são usados em preparações
culinárias os brotos da palma ou raquetes jovens (cladódios), denominados de verdura e os

56
frutos, ao natural ou processados. O uso da fruta da palma na alimentação humana era comum no
México desde o período que antecedeu a colonização espanhola (Inglese, 2001). Após a
conquista, a fruta manteve seu papel básico na dieta da população mexicana e, decorrido um
século, já estava sendo consumida no Sul da Itália e na ilha da Sicília (Varvara apud Inglese,
2001).
Dos planaltos mexicanos a palma migrou para outras regiões, onde está sendo cultivada
para produção de frutos. Atualmente, é cultivada nas zonas áridas e semi-áridas do mundo
inteiro, em sistemas sustentados com altos rendimentos e baixa demanda de energia (Baldini et
al. 1982). Cada espécie do gênero Opuntia produz frutos de diferentes formas, cores e sabor
delicado (Cantwell, 2001). Os dados contidos na Tabela 1 estabelecem uma comparação com as
composições da laranja e do mamão. A Figura 1 exibe um palmal produtivo e a Figura 2, frutos
característicos do gênero Opuntia, respectivamente.

Figura 1. Palmal com alta produção de frutos. Figura 2. Frutos da palma.

Tabela 1. Comparação da composição da polpa do fruto da palma com a da laranja e do mamão.


Componente Fruto da palma Laranja Mamão
Água (%) 85,0 87,8 88,7
Carboidratos Totais (%) 11,0 11,0 10,0
Fibras cruas (%) 1,8 0,5 0,8
Lipídios (%) 0,1 0,1 0,1
Proteínas (%) 0,5 0,4 0,6
Cinzas (%) 1,6 0,4 0,6
Cálcio (mg/100g) 60,0 40,0 20,0
Vitamina C (mg/100g) 30,0 50,0 50,0
Vitamina A (UI) 50,0 200,0 1100,0
Fonte: Suassuna (2004)

57
A produtividade de frutas é muito variável entre os países produtores, porém é superior a
de outras frutíferas cultivadas no semi-árido, bem como a época de colheita (Inglese, 2001).
Vários autores apud Cantwell (2001), mencionaram que a produtividade oscila entre 4 -10 t/ha a
6-15 t/ha, no México e Chile, respectivamente; 15 - 25 t/ha em Israel e Itália e 10-30 t/ha na
África do Sul. A comercialização dos frutos, geralmente, é feita a granel ou em caixas.
O figo-da-índia é o fruto de uma espécie de cacto nativo das regiões desérticas do
México. No início do século 17, a planta foi trazida para o Brasil pelo rei de Portugal, D. João
VI, e sua grande capacidade de acumular água e resistir a longos períodos de seca tornou-se
ótima opção de forragem para os animais no Nordeste, onde é conhecida como palma forrageira
ou palmatória.
O cultivo para a produção de frutas, no entanto, acabou se concentrando no estado de São
Paulo por obra dos colonos italianos, que trouxeram da terra natal tanto o gosto pelo figo quanto
as técnicas de manejo. Na família Tordim, por exemplo, plantar figo-da-índia é uma tradição
desde a época em que o bisavô de Osmair chegou da Itália e comprou a pequena chácara de cerca
de 2 hectares em Valinhos, a 90 quilômetros da capital de São Paulo. Na verdade, o "cactal" já
existia quando a área foi adquirida pelo patriarca, e hoje boa parte das plantas passa dos 100 anos
de idade.
Talvez por culpa do incômodo causado pelos pequenos espinhos ou por conta do
desconhecimento da fruta, o figo-da-índia ainda não conquistou grande espaço no mercado
brasileiro. Das cerca de 20 mil caixas (cada uma contendo cinco unidades, em média) produzidas
anualmente por Tordim, apenas 30% se destinam ao mercado interno (Figura 3), e são os
descendentes de europeus e árabes os principais consumidores. O resto é exportado para a
Europa, e por isso todo o processo de cultivo, manejo e embalagem segue rígido padrão de
qualidade. Como o figo-da-índia no Brasil é extremamente resistente a doenças, não é necessário
usar nenhum tipo de agrotóxicos, e a adubação, feita três vezes ao ano, é totalmente orgânica.
Atualmente, uma área de 1,5 ha vem sendo cultivada onde 70% da produção de frutas são
exportadas e o restante comercializado no mercado interno, com faturamento em torno de US$ 8
mil/ano (Glass, 2004). No palmal são produzidos cerca de 100 mil frutos/ano, estimando-se uma
produtividade em torno de 5,5 mil kg/ha, comercializados por volta de R$ 11,22/kg (Figura 3),
em algumas redes de supermercados do Estado de São Paulo, Brasília, Salvador e Recife, João
Pessoa e Campina Grande.

58
Descrição: Figo da Índia BENASSI Bandeja 500g

Figura 3. Frutos de figo-da-india em bandejas de 500g para comercialização.

A Paraíba, hoje, não tem tradição com o cultivo da palma para a produção de frutos. No
entanto, no passado, não tão longínquo, precisamente na década de 70, Pocinhos foi um
município paraibano tradicional plantador de palma forrageira que mais produziu frutos de
palma. Toda produção colhida, de forma totalmente extrativista era exportada para o Estado de
São Paulo, onde depois de beneficiado e agregado valor (colocados em bandejas) era
comercializado nas redes de supermercados. Recentemente (2006), um cultivo de palma frutífera
da variedade “X Italiana” (Figuras 4 e 5) foi implantado na propriedade do Dr. Antonio Vilar
(Promotor de justiça aposentado) no Município de Taperoá. As plantas vêm apresentando bom
aspecto vegetativo e uma razoável produção de frutos (Figuras 6 e 7), característicos da
variedade e denominados comercialmente de figo-da-índia.

Figura 4. Antonio Vilar (à esquerda) no pomar Figura 5. Aspecto vegetativo do pomar de


de palma frutífera X Italiana em Taperoá, PB. palma frutífera X Italiana em Taperoá, PB.

59
Figura 6. Aspecto produtivo do pomar de Figura 7. Frutos de figo-da-índia do pomar
palma frutífera X Italiana em Taperoá, PB. de palma frutífera X Italiana em Taperoá,
PB.
No México, a exploração da palma forrageira é bastante diversificada. Utiliza-se todo o
potencial produtivo da planta, a exemplo de produção de frutas, de brotos jovens sob a forma de
verdura para alimentar a população, forragens para os animais, cercas vivas para proteção dos
solos, na medicina entre outros usos e aplicações (Flores Valdez, 2001).
O cultivo de palma forrageira para produção de verdura é desenvolvido em três sistemas
de produção: palmais nativos selvagens, hortas familiares e plantios comerciais (Sodi, 1964). As
raquetes ou brotos de palma, devem ser colhidos 30 a 60 dias após a brotação, com 80 a 120 g e
15 a 20 cm de comprimento, a fim de que possam ser utilizados como verdura na alimentação
humana (Flores Valdez, 2001). Guedes et al. (2004) fornecem equivalência do peso do cladódio
em relação ao tamanho: pequeno = 40-60 g; médio = 90-110 g e grande = 150-200 g. Para esses
autores, o cladódio ideal para uso em preparações culinárias deve apresentar as seguintes
características: tamanho da palma da mão de uma pessoa adulta, cor verde brilhante, sem
espinhos e facilmente quebrável quando dobrada.
No mundo, o uso de broto palma (Figura 8) ou
verdura, basicamente, é restrito ao México e outros
países com influência mexicana (Flores Valdez, 2001),
onde existem mais de 200 receitas de comidas à base de
palma forrageira (Guedes et al., 2004). Nos EUA e
alguns países europeus e asiáticos, a verdura participa
de receitas culinárias, consumidas esporadicamente
como alimento exótico. Figura 8. Brotos de palma.

No nosso sertão elas são usadas como redenção para o gado na época da seca. E muita
gente por lá se sente constrangida em dizer que teve que comer as tais folhas para aplacar sua
própria fome. É claro, deveria ser apenas uma “misturinha” a mais para completar o arroz e

60
feijão, e nunca o único alimento. O que constrange é só ter isso para comer. De resto, as folhas
são uma delícia.
Na Bahia, a palma forrageira (Opuntia ficus-indica) faz parte do rol de atividades
agrícolas de sequeiro do Semi-árido, para suprir a falta de forragem para os animais nos períodos
longos de seca. Entretanto, em alguns municípios na região da Chapada Diamantina, a palma é
utilizada na alimentação humana. Com o broto da palma, também denominado palma-verdura,
são feitos diversos pratos da culinária (Guedes et al., 2004). O broto de palma entra na dieta
alimentar da população, sendo empacotado e comercializado nas feiras livres (Guedes et al.,
2002).
Considerado como prato típico na região da Chapada Diamantina, o “cortadinho de
palma” está entre as comidas típicas mais apreciadas pelos moradores e turistas da região. É
considerado um prato trivial e indispensável para ser acompanhado com feijão e arroz, servido
quase todos os dias na mesa dos moradores de Rio de Contas. Foi relatado que moradores de
Valente e São Domingos utilizam à palma-de-gado na forma de saladas e sucos. Embora a palma
seja um importante recurso alimentar em alguns locais, nos municípios de Queimadas e Santa
Luz somente em ocasiões de extrema seca é considerada útil como alimento. Segundo
depoimentos, a palma é usada na alimentação do sertanejo quando os artículos estão jovens e
desprovidos de espinhos. Na Chapada Diamantina são consideradas vegetais como outro
qualquer, como um chuchu ou uma abobrinha, e nas feiras são vendidas limpas e picadas,
prontas para a panela. Aliás, em Lençóis, uma parada obrigatória é no Bar do Nequinha, para
comer o tal picadinho de palma, além do godó de banana, frango caipira e outras gostosuras.
As qualidades nutricionais do broto de palma são objetos da Tabelas 1, que estabelecem,
ainda, uma comparação com outros vegetais. O reconhecimento do valor nutricional desta planta
tem motivado, nos últimos anos, o desenvolvimento de trabalhos pela Universidade Federal de
Pernambuco, em parceria com o Serviço de Apoio à Pequena e Média Empresa (SEBRAE) e
outros colaboradores, objetivando introduzir a verdura de palma na dieta alimentar do
nordestino.
Os brotos podem ser consumidos "in natura" ou processados em salmoura ou vinagre;
pré-cozidos (Figura 9), ensopados, guisados, tortas, sopas, sucos, congelados, geléias, doces em
calda, em pasta ou corte, balas, etc. Vejam como o broto da palma (Tabela 2) se comporta em
relação a diversas hortaliças quanto aos teores de vitamina A, ferro e cálcio.

61
Tabela 2. Valores de vitamina A, ferro e cálcio de brotos de palma, comparados a seis tipos de
hortaliças.
Alimento Vitamina A (mcg) Ferro (mg) Cálcio (mg)
Palma (brotos) 220 2,8 200
Tomate 180 0,8 10
Pimentão 150 0,6 07
Vagem 120 1,3 55
Quiabo 90 0,6 60
Chuchu 20 0,5 07
Couve-flor 0,5 0,7 120
Fonte: Suassuna (2004)

A propósito, várias receitas de pratos com sabores regionais vêm sendo desenvolvidas por
Guedes et al. (2004). Iniciativas como essas devem assumir caráter prioritário, desempenhando
papel fundamental nos programas sociais, na expectativa de reduzir a fome e minimizar as
deficiências nutricionais da população.
No México os nopales ou verduras (nopalitos ou brotos de palma) alimento tradicional
dos astecas, são vendidos nas feiras livres (Figura 9 e 10) e mercados, já raspados os espinhos.
Ou já limpos e picados. Nada mais são que folhas de palma (O. ficus-indica) que nos dá o figo da
índia ou frutos parecidos.
As cultivares de palma utilizada para produção de verdura ou broto variam em função da
região de cultivo. São usadas, desde variedades selvagens a melhoradas ou domesticadas, em
plantios comerciais. Nestes, predominam ‘Milpa Alta’, ‘Copena V1’, ‘Copena F1’,‘Moradilla’,
‘Atixco’ e ‘Polotitan’ (Flores Valdez, 2001). Segundo esse autor, a produtividade do cultivar
Milpa Alpa é da ordem de 80 a 90 t/ha, comercializado em fardos de 250 a 300 kg, com preços
variando entre US$ 8 a 24, dependendo da época do ano.

Figura 9. Fritura de brotos da palma. Figura 10. Brotos à venda no México.

62
3. Alimentação animal
A exploração pecuária da região do Nordeste é prejudicada pelas constantes secas e
irregularidade das chuvas, causando assim, uma baixa produtividade de seu rebanho. Os animais
ficam submetidos à baixa disponibilidade de forragens, fazendo com que os produtores procurem
por alimentos de alto custo, ocasionando, maiores custos de produção. Visando minimizar estes
prejuízos, tem-se como alternativa para estas regiões a palma forrageira. Devido às suas
características morfofisiológicas, tolera longas estiagens, além de suprir o animal em grande
parte de sua necessidade em água. É um alimento rico em carboidratos, principalmente
carboidratos-não-fibrosos, que são a principal fonte de energia para os ruminantes. Porém, a
palma apresenta baixos teores de fibra em detergente neutro, necessitando sua associação à fonte
de fibra que apresente alta efetividade. Assim, torna-se possível a associação da palma com
alimentos de baixo custo, permitindo produção de leite e manutenção em níveis bastante
próximos aos obtidos com alimentos de maior valor comercial.
A palma apresenta-se como uma alternativa para as regiões áridas e semi-áridas do
nordeste brasileiro, visto que é uma cultura que apresenta aspecto fisiológico especial quanto à
absorção, aproveitamento e perda de água, sendo bem adaptada às condições adversas do semi-
árido, suportando prolongados períodos de estiagem. A presença da palma na dieta dos
ruminantes nesse período de seca ajuda aos animais a suprir grande parte da água necessária do
corpo. Segundo Silva et al. (1997) um fator importante da palma, é que diferentemente de outras
forragens, apresenta alta taxa de digestão ruminal, sendo a matéria seca degradada extensa e
rapidamente, favorecendo maior taxa de passagem e, consequentemente, consumo semelhante ao
dos concentrados.
A palma frequentemente representa a maior parte do alimento fornecido aos animais
durante o período de estiagem nas regiões do semi-árido nordestino, o que é justificado pelas
seguintes qualidades: a) bastante rica em água, mucilagem e resíduo mineral; b) apresentam alto
coeficiente de digestibilidade da matéria seca e c) tem alta produtividade.
A má distribuição e irregularidade de chuvas no Semi-árido nordestino são responsáveis
por estiagens prolongadas, resultando em sérios prejuízos econômicos para os pecuaristas, que,
assim, são forçados a comercializar o rebanho, periodicamente, com preços abaixo do mercado,
em função da falta de alimentos (Felker, 2001). Diante desse cenário, a produção de alimentos
para as populações e para os rebanhos na região, deverá ser baseada em espécies vegetais que
apresentem características de alta adaptabilidade às condições edafo-climáticas regionais. Pelas
características morfofisiológicas das espécies da família Cactaceae, plantas CAM1,

63
especialmente a palma forrageira – O. fícus indica e N. cochenillifera, possuem os requisitos
para suportar os rigores de clima e as especificidades físico-químicas dos solos das zonas
semiáridas. A propósito, estas plantas já vêm sendo cultivadas, em diversos países e no Semi-
árido baiano, para produção de forragem animal, porém não na plenitude do potencial.
Segundo Felker (2001), a palma forrageira, ao lado dos atributos de resistência a
estiagens prolongadas, pode fornecer energia, água e vitamina A, garantindo o suprimento de
alimentos extremamente importantes para a manutenção dos rebanhos, evitando frustrações na
atividade pecuária e nos períodos de seca. No Nordeste Brasileiro predomina três cultivares de
palma forrageira, das quais duas pertencem a O. ficus-indica, vulgarmente conhecidas como
redonda ou orelha-de-onça e gigante, graúda, azeda ou santa e uma pertencente a N.
cochenillifera, denominada de miúda, língua-de-vaca ou doce (Maia Neto, 2000).
Relativamente ao rendimento médio de cultivo, Felker (2001) considera os valores
citados na literatura sobre o tema muito alto. No particular, Blanco (1957) obteve produções que
variaram de 100 a 200t de peso fresco, ao ano. Maia Neto (2000) cita que, no sertão
pernambucano, foi alcançado rendimento médio de 400 t/ha/ano, quando se adotou tecnologia
mexicana de produção, com adensamento de plantas e de 110 t/ha/ano com a tecnologia
preconizada pela Empresa de Pesquisa de Pernambuco (IPA). Os altos valores energéticos de
digestibilidade e de teor nutritivo, principais atributos da palma forrageira, não são suficientes
para suprir as necessidades alimentícias dos animais, tornando-se necessário o balanceamento da
ração em proteínas e minerais (Felker, 2001). Esse autor recomenda três maneiras para elevar o
teor protéico na palma forrageira, a fim de reduzir a necessidade de suplementação: 1) usar de
adubações nitrogenadas e fosfatadas durante o cultivo; 2) selecionar clones ou cultivares com
altos teores de Nitrogênio e Fósforo e; 3) inocular bactérias fixadoras de Nitrogênio no sistema
radicular das plantas, a exemplo de Azozpirillum spp.

3.1. Valor nutritivo e utilização como forragem para animais bovinos, caprinos e ovinos
A palma forrageira, em regiões do semi-árido, é à base da alimentação dos ruminantes,
pois é uma cultura adaptada às condições edafoclimáticas e além de apresentar altas produções
de matéria seca por unidades de área. É uma excelente fonte de energia, rica em carboidratos não
fibrosos, 61,79% (Wanderley et al., 2002) e nutrientes digestíveis totais, 62% (Melo et al.,
2003). Porém a palma apresenta baixos teores de fibra em detergente neutro, em torno de 26%
(FDN), necessitando sua associação a uma fonte de fibra que apresente alta efetividade (Mattos
et al., 2000). A composição químico-bromatológica da palma é variável de acordo com a
espécie, idade dos artículos e época do ano (Santos, 1989 apud Ferreira, 2005). Como

64
demonstrado na Tabela 3, a palma independente do gênero, apresenta baixos teores de matéria
seca, proteína bruta, fibra em detergente neutro e fibra em detergente ácido. No entanto,
apresenta teores razoáveis de carboidratos totais, carboidratos não-fibrosos, carboidratos não-
estruturais e matéria mineral.

Tabela 3. Composição químico-bromatológica da palma forrageira, variedades Opuntia fícus


indica e Nopalea cochenillifera.
Gênero MS% PB1 FDN1 FDA1 CHT1 CNF1 CNE1 MM1 Autores

Opuntia (R) 10,40 4,20 --- --- --- --- --- --- Santana et al.(1972)
Opuntia (G) 9,40 5,61 --- --- --- --- --- --- Santos (1989)
Opuntia (R) 10,93 4,21 --- --- --- --- --- --- Santos (1989)
Nopalea (M) 16,56 2,55 --- --- --- --- --- --- Santos (1989)
Opuntia (G) 12,63 4,45 26,17 20,05 87,96 61,79 --- 6,59 Andrade (2001)
Opuntia (G) 8,72 5,14 35,09 23,88 86,02 50,93 --- 7,98 Magalhães (2002)
Opuntia (G) 7,62 4,53 27,69 17,93 83,32 55,63 --- 10,21 Araújo (2002)
Nopalea (M) 13,08 3,34 16,60 13,66 87,77 71,17 --- 7,00 Araújo (2002)
Opuntia (G) 10,70 5,09 25,37 21,79 78,60 53,23 --- 14,24 Melo ( 2002)
Opuntia (G) 14,40 6,40 28,10 17,60 77,10 --- 50,00 14,60 Batista et al.(2003)
Nopalea (M) 12,00 6,20 26,90 16,50 73,10 --- 47,40 18,60 Batista et al. (2003)
Opuntia (I) 13,80 6,00 28,40 19,40 75,10 --- 46,30 17,10 Batista et al. (2003)
1. % na matéria seca MS= Matéria Seca, PB= Proteína Bruta, FDN= Fibra em Detergente Neutro, FDA=
Fibra em Detergente Ácido, CHT= Carboidratos Totais, CNF= Carboidratos não-fibrosos, CNE=
Carboidratos não-estruturais, MM= Matéria mineral; (R) = palma redonda, (G)= palma gigante, (M)=
palma miúda e (I)= IPA-20.

Na criação de ruminantes, a alimentação é responsável por grande parte dos custos (60 a
70%), sejam estes animais confinados ou criados extensivamente (Martins et al., 2000). Por isso,
é importante utilizar alimentos que possibilitem uma máxima produção a um baixo custo. As
gramíneas forrageiras normalmente é a fonte mais barata para a alimentação animal, porém está
sujeita a estacionalidade de produção, limitando a disponibilidade de forragem nos períodos de
prolongadas estiagens, com isso é necessário buscar fontes alternativas para a alimentação
animal, como silagem, feno e a palma forrageira.
Existe uma variedade de alimentos que podem ser utilizados na alimentação de
ruminantes. Entretanto, o valor nutricional e a qualidade dos alimentos são determinados por
complexa interação entre os nutrientes ingeridos e a ação dos microorganismos do trato
digestivo, nos processos de digestão, absorção, transporte e utilização de metabólitos, além da
própria condição fisiológica do animal (Martins et al., 2000).
A palma não pode ser fornecida aos animais exclusivamente, pois apresenta limitações
quanto ao valor protéico e de fibra, não conseguindo assim atender as necessidades nutricionais
do rebanho. Então, torna-se necessário o uso de alimentos volumosos e fontes protéicas.

65
Segundo Albuquerque et al. (2002), animais alimentados com quantidades elevadas de palma,
comumente, apresentam distúrbios digestivos (diarréia), o que, provavelmente, está associado à
baixa quantidade de fibra dessa forrageira. Daí a importância de complementá-la com volumosos
ricos em fibra, a exemplo de silagens, fenos e capins secos.
A palma forrageira apresenta baixo conteúdo de matéria seca, quando comparada à
maioria das forrageiras. Este aspecto compromete o atendimento das necessidades de matéria
seca dos animais que recebem exclusivamente palma e, provavelmente, a elevada umidade limita
o consumo pelo controle físico, por meio do enchimento do rúmen. Portanto, vale ressaltar que a
elevada umidade observada na palma forrageira, independente da cultivar, é uma característica
importante, tratando-se de região semi-árida, pois atende grande parte da necessidade de água
dos animais, principalmente no período seco do ano (Santos et al., 2001).
Normalmente dietas compostas com palma apresentam elevado teor de matéria mineral
devido à alta concentração de macroelementos minerais que a mesma contém (Melo et al.,
2003). A palma é um alimento que possui uma digestibilidade superior à da silagem de milho,
porém contém um baixo teor de fibra. Mesmo considerado um alimento de alto valor energético,
não deverá ser administrado isoladamente, necessitando complementação protéica e fibrosa.
A palma normalmente é fornecida picada (Figuras 11) e em comedouros, que tanto
podem ser móveis (Figura 12), como fixos (Figuras 13 e 14), mas também pode ser fornecida
diretamente no campo, na forma de filas sobre o solo e em algumas situações utilizada na forma
de alimentação da raquete (Figura 15), ou em comedouros móveis (Figura 16).

Figura 11. Palma fatiada. Figura 12. Palma em comedouro móvel.

66
Figura 13. Palma em comedouro fixo. Figura 14. Palma em comedouro fixo.

Figura 15. Palma servida inteira. Figura 16. Palma em comedouro móvel.
A palma é um alimento de grande importância para os rebanhos, notadamente nos
períodos de estiagens prolongadas, pois além de fornecer um alimento verde, supre grande parte
das necessidades de água dos animais na época de escassez. Na Tabela 4, é mostrado o valor
nutricional da palma, comparado com as silagens de sorgo e de milho. A palma possui, em
termos de digestibilidade da matéria seca, valor superior às silagens, que são volumosos
reconhecidos como de bom valor nutritivo. Todavia, o que se tem verificado como limitante na
utilização da palma é o baixo consumo de matéria seca e de fibra pelos animais.
Segundo Magalhães et al. (2004), em razão do baixo teor de matéria seca da palma
forrageira, dietas formuladas com altos percentuais de palma normalmente possuem alto teor de
umidade, o que é favorável em regiões onde a água se torna escassa em determinadas estações.
Trabalho realizado por Wanderley et al. (2002) não observaram alteração no consumo de matéria
seca de vacas da raça Holandesa em lactação, ao substituírem silagem de sorgo por palma
forrageira, com variação de umidade de 57,51 a 75,15%, respectivamente, para dietas contendo 0
a 36% de palma.

67
Tabela 4. Composição química e digestibilidade das cultivares de palmas redonda, gigante,
miúda e clone IPA-20 e das silagens de sorgo e de milho, em percentagem, na base da matéria
seca.
Cultivares de palma Silagens
Discriminação Redonda Gigante Miúda Clone Sorgo Milho
IPA-20
Matéria seca 11,0 10,2 15,4 10,0 37,6 35,6
Proteína bruta 5,0 5,3 3,5 5,5 5,5 6,5
1
FDA 22,2 22,4 23,0 20,0 - -
FDN2 28,1 26,9 28,4 26,0 - -
3
DIVMS 74,4 75,0 77,4 - 68,0 72,0
Cálcio 2,88 2,78 2,25 2,80 0,43 0,36
Fósforo 0,14 0,13 0,10 0,10 0,12 0,22
Potássio 2,45 2,11 1,50 1,70 1,18 1,57
Carboidratos 29,1 29,5 57,9 - ND4 ND
solúveis
FDA - Fibra em detergente ácido.
2
FDN - Fibra em detergente neutro.
3
DIVMS - Digestibilidade “in vitro” da matéria seca.
4
ND - Valores não determinados pelo fato de serem silagens.

Em trabalho realizado em São Bento do Una, (PE), (Santos et al., 1990) com vacas
holandesas puras, alimentadas com palma redonda, gigante e miúda, além de silagem de sorgo e
concentrado comercial, na proporção de 1kg para cada 3,0kg de leite, foram obtidas produções
diárias em torno de 12,4kg/dia para as cultivares redonda, gigante e miúda. As perdas de peso
vivo, na mesma ordem, foram de 565, 640 e 77g/animal/dia (Tabela 5). Outro trabalho realizado
na Estação Experimental de Arcoverde (Santos et al., 2000), com vacas 5/8 Holando/Zebu,
consumindo palma redonda, gigante e miúda, na razão de 75% do volumoso fornecido e 25% de
silagem de milho, além de 1kg de concentrado comercial, apresentou produções médias diárias
de leite de 7,0, 7,1 e 7,2kg para as cultivares gigante, redonda e miúda, respectivamente. As
variações de peso vivo, na mesma ordem, foram de -323; -111 e 164g/vaca/dia, indicando a
superioridade da palma miúda no ganho de peso das vacas (Tabela 6). Dessa forma, vale
salientar que a palma, apesar de ter um bom valor nutritivo, com digestibilidade superior à
silagem de milho, necessita ser complementada com volumosos como silagens, fenos, restos de
cultura, bagaço de cana, pasto diferido e capins para, além de satisfazer as exigências dos
animais, notadamente leiteiros, evitar diarréias (não patológicas) que normalmente ocorrem
quando do uso exclusivo de palma.
Mattos (2000), trabalhando com diferentes fontes de fibra associadas à palma, não
observou diferenças entre os animais quanto à produção e composição do leite (Tabela 7), sendo
que, quando se considerou a melhor relação custo/benefício, a utilização de bagaço in natura foi

68
a mais recomendada. Avaliou a associação da palma forrageira (O. fícus indica) com diferentes
fontes de fibra na alimentação de vacas 5/8 Holandês/zebu em lactação, tendo como fonte de
fibra a Sacharina de cana, silagem de sorgo, bagaço de cana hidrolisado e bagaço de cana in
natura, essas fontes proporcionaram uma variação no nível de utilização da palma em cada dieta,
onde usou 38% de palma na dieta com silagem de sorgo, 40,4% na dieta com sacharina, 45,7%
na dieta com bagaço de cana hidrolisado e 55,4% na dieta com bagaço de cana in natura,
entretanto não foi verificada diferença no consumo de matéria seca em %PV e g/kg0,75 em
nenhum dos tratamentos. Para o consumo de FDN, em kg/dia, %PV e g/kg 0,75, verificou-se que
ocorreu maior consumo para os animais que receberam sacharina e silagem de sorgo, em relação
àqueles alimentados com bagaço hidrolisado e bagaço in natura. Provavelmente, isso está
associado à seletividade exercida pelos animais que, recebendo rações à base de bagaço de cana
de açúcar, consumiram toda a palma da ração, ocorrendo então restrição no consumo do bagaço.
Isto pode ser evidenciado pelos teores de FDN das rações efetivamente consumidas que foram de
35,2; 36,4; 27,1 e 25,4% para os tratamentos com sacharina, silagem de sorgo, bagaço
hidrolisado e bagaço in natura, respectivamente. As dietas foram formuladas para satisfazer as
exigências de produção de 14 kg de leite/dia com 4% de gordura. Os resultados deste
experimento indicaram a viabilidade da associação da palma com alimentos de baixo custo,
permitindo produção de leite e manutenção em níveis bastante próximos aos obtidos com
alimentos de maior valor comercial.
Magalhães et al. (2004) estudou a associação de cama de frango e bagaço de cana com a
palma gigante em quatro níveis, concluindo que a melhor combinação foi 45,3% de palma;
30,7% de cama de frango; 13,4% de bagaço de cana; 9,6% de farelo de algodão; 0,37% de uréia
e 0,61% de sais minerais, com base na matéria seca. Estes alimentos comprometeram 50% do
valor do leite produzido, cuja média foi de 12,0 kg/vaca/dia, tendo os animais ingerido cerca de
15,8kg MS/dia. Portanto, um nível de produção muito próximo do obtido atualmente no Agreste
de Pernambuco pelos produtores que já utilizam um certo nível de tecnologia. Wanderley (2001),
testando quatro níveis de associação de palma cv. gigante com silagem de sorgo para vacas
holandesas, não encontrou diferença quanto à produção de leite, teores de gordura e variação de
peso vivo. A produção diária deleite (corrigida para 3,5%) foi de 26,6; 26,6; 28,4 e 26,3kg,
correspondendo, respectivamente, a 0; 12; 24 e 36%, com a substituição da silagem de sorgo
pela palma.
Em outro trabalho com vacas holandesas alimentadas com palma gigante e silagem de
sorgo, Melo (2002) testou quatro níveis crescentes de nitrogênio não protéico (NNP) como
percentagem de proteína bruta, ou seja, 2,31; 4,65; 6,66 e 8,02%, resultante da substituição do

69
farelo de soja pela uréia e palma, cujos teores de PB foram, respectivamente, 16,01; 16,51; 16,96
e 17,00. A Tabela 8 contém os percentuais ingeridos pelos animais e a produção de leite por dia.
O aumento de NNP propiciou diminuição do consumo e da produção de leite. Contudo, fazendo-
se os cálculos utilizando os preços atuais dos alimentos considerados, ou seja, o quilo de farelo
de soja a R$ 0,98; do milho a R$ 0,47; da uréia a R$ 0,76; da palma e da silagem de sorgo (em
matéria seca) a R$ 0,12; do sal mineral a R$ 1,00 e levando-se em conta o preço do quilo de leite
a R$ 0,50; observa-se que o gasto com alimentação representa 74,4; 67,8; 66,7 e 55,8% do leite
produzido para as dietas 2,31; 4,65; 6,66 e 8,02% de NNP, respectivamente. Vale ressaltar que
esta foi uma pesquisa onde não se avaliaram os aspectos reprodutivos dos animais, por se tratar
de um período de apenas 84 dias.
Tabela 5. Desempenho de vacas Holandesas, recebendo diferentes cultivares de palma. São
Bento do Una, PE.
Cultivares de palma
Variáveis Redonda Gigante Miúda
Consumo de palma (kg/vaca/dia) 62,30 66,30 46,72
Consumo de silagem de sorgo (kg/vaca/dia) 6,24 6,15 4,51
Consumo de concentrado comercial (kg/vaca/dia) 4,18 4,18 3,85
DIVMS 1 da palma (%) 74,11 75,12 77,37
Leite produzido (kg/vaca/dia) 12,44 12,36 12,27
Consumo MS 2 Total(g/vaca/dia) 12.140 12.040 12.350
Exigência MS (g/vaca/dia) 12.458 12.406 12.405
Deficit de consumo de MS (g/vaca/dia) -318 -366 -55
Perda do peso vivo (g/vaca/dia) 565 640 77
1 DIVMS - Digestibilidade “in vitro” da matéria seca.
2 MS- Matéria seca.
Fonte: Santos et al.(1990).

Tabela 6. Desempenho de vacas 5/8 Holando/Zebu, recebendo diferentes cultivares de palma.


Arcoverde, PE.
Variáveis Cultivares de palma
Redonda Gigante Miúda
Consumo de palma (kg/vaca/dia) 53,64 53,13 55,87
Consumo de silagem (kg/vaca/dia) 8,16 7,9 7,60
Consumo de MS palma (kg/vaca/dia) 5,90 5,65 6,75
Consumo de MS silagem (kg/vaca/dia) 2,09 2,07 1,95
Consumo MS total (kg/vaca/dia) 8,84 8,57 9,55
Variação de peso vivo (g/vaca/dia) -323 -111 164
Leite produzido (kg/vaca/dia) 7,0 7,1 7,2
Fonte: Santos et al. (2001).

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Tabela 7. Desempenho de vacas 5/8 Holando/Zebu recebendo palma associada a diferentes
volumosos. Arcoverde, PE.

Volumosos
Variáveis
Sacharina Silagem Bagaço Bagaço
hidrolisado in natura

Consumo de MS (% peso vivo) 2,8 3,1 2,7 2,8


Leite produzido (kg/vaca/dia) 13,3 13,9 12,4 13,6
Teor de gordura (%) 3,9 4,0 3,9 3,9
Fonte: Mattos (2000).

Tabela 8. Composição da ração (%) na dieta das vacas, consumo de matéria seca (kg/vaca/dia) e
suas respectivas produções de leite (kg/vaca/dia)1.
% de PB na forma de NNP
Itens
Composição da ração 2,31 4,65 6,66 8,02
- Palma forrageira 31,94 34,93 37,77 40,88
- Silagem de sorgo 30,44 30,64 30,20 30,98
- Milho 14,27 14,09 13,92 13,76
- Farelo de soja 21,95 18,00 14,04 10,38
- Uréia 0,00 0,80 1,58 2,40
- Sal mineral 1,39 1,49 1,58 1,70
Consumo de matéria seca 19,42 18,77 19,02 17,25
Produção de leite 19,36 18,94 17,87 17,82
1 Dados adaptados de Melo (2002).

Lima et al. (2003), comparando as cultivares de palma gigante e miúda, constatou que
vacas 5/8 Girolando consumiram mais água quando foram alimentadas com a cultivar miúda, em
relação à cultivar gigante. Outro dado interessante foi a ingestão de água superior às
recomendações do NRC (2001), principalmente para a cultivar gigante, ou quando a energia do
milho foi substituída pela da palma, conforme Tabela 9. Araújo et al. (2004), pesquisando a
substituição da energia do milho pela da palma forrageira em vacas mestiças em lactação,
concluiu que é possível tal substituição sem diminuição da produção diária de leite, nem dos
níveis de gordura do leite, como mostra a Tabela 10.
Além desses aspectos, a palma deve ser fornecida em mistura com outros alimentos,
considerando a importância da sincronização de energia e proteína para um melhor
aproveitamento dos nutrientes e, conseqüentemente, do desempenho animal.

71
Tabela 9. Consumo e exigência de água por vacas em lactação, consumo de MS e produção de
leite1.
Variáveis Tratamentos

PGCM PMSM PMCM PGSM


Água ingerida (litro/dia) 6,64 25,50 18,00 14,14
Água da ração (kg) 99,43 70,96 78,32 92,07
Total de água consumida (kg/dia) 106,07 96,46 96,32 106,21
Exigência/água (kg/dia) - NRC (2001) 74,24 74,13 75,36 73,01
Consumo de matéria seca (kg) 14,71 15,25 15,54 14,41
Produção de leite (kg/dia) 14,84 14,38 15,24 13,99
PGCM: palma gigante com milho; PMSM: palma miúda sem milho; PMCM: palma miúda com milho; PGSM:
gigante sem milho.
1 Dados adaptados de Lima(2003).

Tabela 10. Produções de leite observada (PL) e corrigida para 4% de gordura (PLG) e teores e
produção de gordura do leite (G) para as dietas experimentais, com respectivos coeficientes de
variação.
Itens Tratamentos CV

PGSM PGCM PMSM PMCM (%)


PL (kg/dia) 15,46a 14,22ab 15,01ab 13,75c 4,95
PLG (kg/dia) 15,80ab 15,17ab 15,98a 14,48b 6,24
Teor de G (%) 4,15b 4,47a 4,43a 4,34ab 3,78
Prod. de G (g/dia) 0,65a 0,67a 0,70a 0,62a 7,3
PGCM: palma gigante com milho; PMSM: palma miúda sem milho; PMCM: palma miúda com milho; PGSM:
palma gigante sem milho.
Médias na mesma linha seguidas por letras diferentes são significativamente diferentes pelo teste de Tukey
(P<0,05).
Fonte: Araújo (2004).

Em um outro trabalho realizado por Viana et al. (1965) na Estação Experimental de


Arcoverde, PE, utilizando-se palma como volumoso, foram alimentados bovinos de recria e
engorda suplementado com concentrado protéico, além de melaço, mandioca e sais minerais,
tendo-se obtido ganhos de peso que variaram de 580 a 925g/animal/dia. Assim, a palma, pela
composição química e digestibilidade evidenciadas nos trabalhos de alimentação, comprova ser
um alimento energético, de boa qualidade, necessitando, contudo, ser complementado com
alimentos protéicos e fibrosos.
Teixeira et al. (1999) estudando a cinética da digestão ruminal da palma forrageira (N.
cochenillifera) em bovinos e caprinos, observaram que os valores médios para a degradabilidade

72
efetiva e potencial da matéria seca, proteína bruta, fibra em detergente neutro e ácido dos cortes
da palma forrageira foram, no geral, inferiores para caprinos em relação aos bovinos, revelando a
menor capacidade dos caprinos em degradar alimentos mais grosseiros. Em relação aos valores
obtidos com bovinos, percebe-se que estes foram bem próximos entre as raças Holandesa e
Nelore. A degradabilidade efetiva da fibra em detergente neutro e ácido tende a aumentar quando
se compara o corte da base com os cortes no primeiro raquete, segundo, terceiro e quarto. Com a
idade da planta, os raquetes vão perdendo a forma (tornando-se cilíndricos) com menor
quantidade de proteína e maior fração fibrosa. Conclui-se nesse trabalho que a degradabilidade
efetiva da matéria seca, proteína bruta, fibra em detergente neutro e ácido, dos cortes dos
raquetes, principalmente o quarto, apresentaram, no geral, valores superiores ao corte da base da
palma forrageira.
Na criação de ruminantes, a alimentação é responsável por grande parte dos custos (60 a
70%), sejam estes animais confinados ou criados extensivamente (Martins et al., 2000). Por isso,
é importante utilizar alimentos que possibilitem uma máxima produção a um baixo custo. As
gramíneas forrageiras normalmente é a fonte mais barata para a alimentação animal, porém está
sujeita a estacionalidade de produção, limitando a disponibilidade de forragem nos períodos de
prolongadas estiagens, com isso é necessário buscar fontes alternativas para a alimentação
animal, como silagem, feno e a palma forrageira.
Existe uma variedade de alimentos que podem ser utilizados na alimentação de
ruminantes. Entretanto, o valor nutricional e a qualidade dos alimentos são determinados por
complexa interação entre os nutrientes ingeridos e a ação dos microorganismos do trato
digestivo, nos processos de digestão, absorção, transporte e utilização de metabólitos, além da
própria condição fisiológica do animal (Martins et al., 2000).
A palma não pode ser fornecida aos animais exclusivamente, pois apresenta limitações
quanto ao valor protéico e de fibra, não conseguindo assim atender as necessidades nutricionais
do rebanho. Então, torna-se necessário o uso de alimentos volumosos e fontes protéicas.
Segundo Albuquerque et al. (2002), animais alimentados com quantidades elevadas de palma,
comumente, apresentam distúrbios digestivos (diarréia), o que, provavelmente, está associado à
baixa quantidade de fibra dessa forrageira. Daí a importância de complementá-la com volumosos
ricos em fibra, a exemplo de silagens, fenos e capins secos.
A palma forrageira apresenta baixo conteúdo de matéria seca, quando comparada à
maioria das forrageiras. Este aspecto compromete o atendimento das necessidades de matéria
seca dos animais que recebem exclusivamente palma e, provavelmente, a elevada umidade limita
o consumo pelo controle físico, por meio do enchimento do rúmen. Portanto, vale ressaltar que a

73
elevada umidade observada na palma forrageira, independente da cultivar, é uma característica
importante, tratando-se de região semi-árida, pois atende grande parte da necessidade de água
dos animais, principalmente no período seco do ano (Santos et al., 2001).
Véras et al. (2002) comprovaram que a utilização do farelo de palma forrageira (O. ficus-
indica) em substituição ao milho para ovinos (níveis de substituição 0, 25, 50 e 75%) não
apresentaram efeito dos níveis de substituição do milho pelo farelo de palma para o consumo e
coeficientes de digestibilidade aparente da MS, MO, PB, EE, FDN e CHT. No entanto, o
coeficiente de digestibilidade do FDA apresentou incremento linear, à medida que se aumentava
a inclusão de farelo de palma. Em relação ao NDT, a inclusão do farelo de palma não afetou o
teor de NDT das rações, fato que pode ser explicado, em parte, pela maior eficiência na
fermentação ruminal.
De acordo com Wanderley et al. (2002) o uso da palma forrageira (O. fícus indica) em
substituição a silagem de sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench) na alimentação de vacas leiteiras
não afetaram o consumo de MS, MO e CHO, com níveis de inclusão de palma (0, 12, 24 e 36%)
na ração, na forma de mistura completa. Não encontraram diferenças significativas para a
produção de leite com e sem correção a 3,5% de gordura. Foi possível manter a gordura do leite
em níveis normais e melhorar a conversão alimentar e consumo adequado de nutrientes, para as
condições do agreste de Pernambuco, associando-se palma com silagem de sorgo forrageiro. Não
foram observados distúrbios metabólicos, como diarréias, para os níveis de palma fornecidos. Os
autores ressaltaram a importância do fornecimento da palma forrageira em associação adequada
de fontes de alimentos ricos em fibra, a fim de se melhorar o uso dessa forrageira.
Pesquisa realizada por Andrade et al. (2002), para avaliar a digestibilidade e absorção
aparentes em vacas da raça holandesa alimentadas com palma forrageira (O. fícus- indica) em
substituição à silagem de sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench) concluíram que para vacas em
lactação, a digestibilidade de dietas à base de palma forrageira foi afetada pelos teores de
carboidratos não-fibrosos e fibra em detergente neutro. Os autores justificaram o resultado que
os carboidratos não fibrosos são rapidamente digeridos, favorecendo a maior produção de ácidos
graxos voláteis. E a redução na fração da fibra em detergente neutro resulta em menor salivação,
sendo considerado um importante fator para a diminuição do pH ruminal, alterando a população
microbiana, e diminui a digestibilidade dos nutrientes, evidenciando a importância do equilíbrio
entre as concentrações de carboidratos não fibrosos e fibra em detergente neutro da dieta.
Considerando os coeficientes de digestibilidade aparente de matéria seca e dos carboidratos
totais, bem como o teor de nutrientes digestíveis totais, o nível de inclusão de palma forrageira

74
esteve limitado a 17% na dieta. A relação de Ca:P que proporcionou a melhor absorção desses
elementos minerais foi 1,9:1.
Melo et al. (2003) substituíram parcialmente o farelo de soja por uréia e palma forrageira
em dietas para vacas em lactação, os tratamentos consistiram de níveis crescentes de nitrogênio
não - protéico (NNP) como porcentagem dos teores de proteína bruta, ou seja, 2,32; 4,65; 6,66; e
8,02%, resultando da substituição do farelo de soja por palma forrageira mais uréia. A
porcentagem média de matéria seca das dietas experimentais variou de 46,35% a 38,53%. Esta
variação foi devido à substituição do farelo de soja por uréia e palma, uma vez que a palma
contém grande percentagem de umidade. Estes autores puderam concluir que níveis elevados de
nitrogênio-não-protéico nas dietas de vacas em lactação influenciam negativamente o
desempenho animal, sem, contudo, afetar a produção e os teores de gordura e proteína bruta do
leite, nem a eficiência alimentar. A inclusão de NNP não afetou a saúde dos animais e baixou os
custos das dietas, portanto para a recomendação para a utilização de fontes de NNP na
alimentação de vacas em lactação, devem ser avaliados também os aspectos econômicos.
Véras et al. (2005) verificaram que a substituição do milho por palma forrageira (níveis
de 0, 33, 66 e 100%) em dietas de ovinos em crescimento não apresentou efeito da inclusão do
farelo de palma sobre o consumo de matéria seca. Podendo ser justificado porque a palma
apresenta alta palatabilidade, com grande aceitação pelos animais e, por isso, o farelo não perde
suas características. Também não houve efeito da substituição do milho por farelo de palma para
consumos de proteína bruta, matéria orgânica e carboidratos totais. Foi encontrado
comportamento inverso para consumo de nutrientes digestíveis totais, que diminuiu linearmente
com o aumento nos níveis de farelo de palma da ração, esse fato pode ser explicado pela
diminuição nos teores de nutrientes digestíveis totais, que foi menor para os tratamentos com
maiores percentuais de farelo de palma e consumo de matéria seca semelhante. Com isso o
ganho de peso diário diminuiu linearmente, tal comportamento pode ser explicado pela
diminuição dos nutrientes digestíveis totais. Os dias de confinamento aumentaram linearmente
em decorrência do ganho de peso dos animais recebendo níveis crescentes de farelo de palma.
Assim, os autores concluíram que a adição do farelo de palma às dietas não alterou o consumo
de matéria seca, porém diminuiu o consumo de energia e ganho de peso, não tendo, portanto,
condições de substituir o milho para a alimentação de ovinos em crescimento.
Ao avaliarem a substituição do milho por palma forrageira em dietas completas para
vacas em lactação, na forma de mistura completa, Araújo et al. (2004) não encontraram
diferença no consumo de matéria seca para as cultivares estudadas (palma gigante e palma
miúda). Porém, foi verificado maior consumo para as dietas com milho, que apresentaram maior

75
teor de matéria seca que aquelas sem milho, fator que possivelmente determinou esta diferença.
Quanto ao consumo de FDN, foi observado diferença entre as cultivares, os animais que
receberam dietas com palma gigante apresentaram maior consumo (5,80 kg/dia e 1,18% do PV)
em relação aos alimentados com palma miúda (5,19 kg/dia e 1,05% do PV), o que,
provavelmente, está associado ao maior teor de FDN da palma gigante (27,69%) em relação à
palma miúda (16,6%). Os autores puderam concluir que é possível substituir o milho por palma
forrageira (cultivar gigante ou miúda), em dietas que contenham pelo menos 36% de palma, sem
alteração dos coeficientes de digestibilidade, mantendo-se níveis de produção de leite e gordura
satisfatórios, com baixa utilização de concentrado na dieta.

4. Cortadeira Manual de Palma Forrageira - EMEPA-PB


A palma forrageira, em virtude de sua ampla aptidão às condições climáticas das regiões
do Cariri e Curimataú da Paraíba, constitui-se na principal fonte de alimentos para ruminantes no
semi-árido nordestino. A parte forrageira desta essência é constituída por cladódios (raquetes) de
grandes dimensões, as quais para que se tornem adequadas ao consumo animal necessitam passar
por um processo manual de fatiamento, processo tal, que tem provocado acidentes graves,
muitos deles irreparáveis, nos operários que lidam diretamente com essa atividade, haja vista a
utilização de equipamentos inadequados tais como facas e facões.
Com o objetivo de reduzir os riscos de acidentes, aumentar a rentabilidade operacional e
otimizar o produto para os ruminantes em geral, foi desenvolvido um equipamento para o
fatiamento das raquetes (Figura 17), de excelente desempenho funcional e baixo custo de
fabricação. A validação, multiplicação e difusão do invento tiveram o apoio da EMEPA-PB em
parceria com a EMBRAPA-Algodão e a UFPB.

4.1. Ajuste da máquina para o corte da palma


Para fatiamento destinado a bovinos, retira-se altemadamente metade das lâminas com o
objetivo de aumentar a largura das fatias. No caso de corte para caprinos/ovinos, colocam-se
todas as lâminas no espaço mais estreito conforme os encaixes existentes nos barrotes receptores.
Pretendendo-se cortar simultaneamente para bovinos e caprinos/ovinos, retiram-se quatro
lâminas alternadamente até o meio da estrutura cortante e deixa-se a outra metade com as
lâminas adensadas. A Figura 18 exibe a fatiadeira em ação de corte palma.
4.2. Vantagens
9 Reduz significativamente os riscos de acidentes em relação ao corte manual com facas;

76
9 Apresenta rendimento operacional superior ao sistema manual convencional. Uma pessoa
com habilidade corta, em média, 25 raquetes por minuto;
9 Padroniza o tamanho das fatias;
9 Não dilacera o material cortado como acontece quando se usa a moto-forrageira, desse
modo há um melhor aproveitamento do produto pelos animais;
9 Pode ser deslocada facilmente para qualquer lugar, visto pesar menos de 30 kg e ser
desmontável;
9 Não necessita de energia elétrica para funcionar;
9 O custo de fabricação varia de aproximadamente R$ 70,00 quando feita pelo próprio
usuário, a R$ 200,00 se fabricada por firma credenciada.

Figura 17. Maquina fatiadeira de palma. Figura 18. Máquina em ação cortando
palma.

5. Enriquecimento protéico da palma forrageira


A palma forrageira (O. fícus- indica) é uma cactácea que possui características adaptáveis
às condições adversas da região Semi-árida do Nordeste Brasileiro e sendo ainda amplamente
utilizada como forragem para alimentação dos animais na época de escassez de chuvas. Apesar
de possuir um alto teor de umidade, alta digestibilidade in vitro, alto conteúdo de vitamina C e
A, matéria orgânica, energia e fibras cruas, a mesma possui um baixo teor de proteínas. Apesar
de ser um recurso forrageiro extraordinário para o semi-árido nordestino, a palma apresenta
limitações principalmente pelo seu baixo teor de proteínas o que implica na necessidade de
associá-la a alimentos fibrosos e fazer suplementação protéica do rebanho. Em relação a esta
deficiência, existem alternativas para corrigir o déficit protéico da palma, entre as quais,
encontram-se a suplementação com farelo de algodão, farelo de soja, resíduos de cervejaria,
nitrogênio não protéico, banco de proteínas, misturas múltiplas, amoniação etc. Entretanto, há de
se levar em consideração que nem sempre estas alternativas estão disponíveis nas diversas
regiões agropastoris, havendo necessidade de importação desses produtos, o que eleva os custos

77
de produção. A importância do enriquecimento protéico da palma está no aumento da oferta de
fontes nitrogenadas à dieta dos ruminantes, com vistas à maior produção de carne e leite em
períodos de escassez de pasto, particularmente na região semi-árida.
Considerando a importância da palma forrageira como alimento volumoso para os
rebanhos das regiões semi-áridas e com o objetivo de aumentar seu teor protéico, usando a palma
como substrato duas tecnologias foram desenvolvidas:

5.1. Utilização da palma na presença da levedura Saccharomyces cerevisiae por meio da


fermentação em estado semi-sólido
O crescimento e a modernização do agronegócio da ovinocultura de corte, com o uso de
ovinos de raças especializadas e seus cruzamentos para produção de carne, requer
desenvolvimento de tecnologias alternativas para melhorar o valor nutricional de forragens que
possam ser utilizadas na alimentação dos animais, visando à melhoria dos níveis produtivos dos
rebanhos. Nesse sentido, a Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba S.A. -
EMEPA vem aprimorando o nível técnico-científico no campo da atividade e agilizando as
condições de desenvolvimento na região semi-arida, uma vez que há uma distribuição irregular
das chuvas, associada a um manejo de pastagens deficiente, resultando em uma baixa
disponibilidade de forragem no período seco. Nesta época, os criadores recorrem ao uso de
concentrados comerciais para uma suplementação protéica visando suprir as necessidades
nutritivas do rebanho. No entanto, os freqüentes aumentos dos preços dos concentrados
industriais utilizados na suplementação protéica da dieta animal, vêm tornando a atividade
antieconômica, estimulando o aproveitamento de alimentos não convencionais.
Dentre os produtos que podem substituir os suplementos concentrados industrializados,
destacam-se os fermentos à base de microrganismos (algas, fungos filamentosos e leveduras),
considerados uma fonte unicelular de elevado teor protéico, além de possuírem um rápido
crescimento e possibilidade de cultivo em diversos substratos.
Em confronto com os concentrados comerciais, a palma forrageira enriquecida com
fungos adequados, pode equiparar seu valor nutricional, pois será acrescido de proteína
microbiana e de minerais como, fósforo, potássio, além de vitaminas do complexo B. As
características da agropecuária na região demonstram a necessidade tecnológica para propiciar
aumentos dos índices de produtividade dos rebanhos, por meio da aplicação do processo de
bioconversão da palma forrageira, obtendo um produto de alto valor agregado.
A palma forrageira enriquecida com levedura Saccharomyces cerevisiae pode ser
produzida na propriedade rural, uma vez que o processo utilizado é prático e economicamente

78
viável, tornando-se uma alternativa de fácil incorporação nos sistemas de produção animal na
região semi-arida. A tecnologia da bio-conversão da palma forrageira, contribuirá para
minimizar a carência alimentar nas épocas críticas do ano, participando na alimentação de
pequenos ruminantes em crescimento nas dietas de mantença e desempenho corporal.

a) Técnica da bio-conversão da palma forrageira


A técnica para aumentar o valor nutricional da palma forrageira, foi através do processo
biotecnológico utilizando o crescimento da levedura S. cerevisiae em fermentação semi-sólida
(FSS). Nessa técnica o meio de cultura é composto de substratos sólidos, com um determinado
teor de umidade. Assim, a água torna-se um fator limitante, uma das principais vantagens do
processo. Quando comparada com a fermentação submersa (FSM), o processo em estado semi-
sólido apresenta as seguintes vantagens operacionais: a) adição de pequeno volume de água
permitindo a recuperação do produto com baixos gastos de energia; b) baixa umidade requerida
para obter-se um rendimento máximo do produto; c) o espaço requerido pelo reator é pequeno
em relação ao rendimento do produto; d) não é necessário tanque de germinação, uma vez que os
microrganismos são inoculados diretamente no substrato (palma forrageira); e) há necessidade de
pouco controle do processo; f) ocorre a produção de enzimas, ácidos orgânicos e alimentos com
fins lucrativos.

b) Passos para a obtenção do produto da bio-conversão da palma forrageira

Selecionar cladódios sadios, retirando aqueles que apresentarem problemas


fitossanitários. Como pré-tratamento físico, realizar a trituração da palma em máquina forrageira
(Figura 19). A inoculação no substrato é feita a partir do inóculo obtido do fermento biológico
úmido mantido em refrigeração, sendo sua multiplicação obtida no próprio meio (substrato
formado pela palma triturada). O substrato utilizado foi à palma forrageira, variedade gigante (O.
ficus-indica), que tem se constituído em fonte primordial de água e forragem para os animais nos
períodos de estiagem prolongadas da região semi-árida. Embora possua características
adaptáveis ás condições adversas da região, a palma apresenta limitações em relação ao teor de
matéria seca, fibra, proteínas e vitaminas, mostrando-se inferior as outras forrageiras como o
sorgo, milho, capim entre outros. Portanto, a palma forrageira é rica em carboidratos solúveis
que são utilizados pelos microrganismos para síntese de proteína. O microrganismo utilizado na
operação do processo foi à levedura S. cerevisiae, (Figura 20), prensada do tipo fermento

79
biológico fresco (encontrada em padarias e/ou panificadoras), com umidade de 80% (b.u) com
média de 45% de proteína bruta (PB).

Figura 19. Máquina forrageira utilizada na Figura 20. Levedura de Saccharomyces


trituração da palma. cerevisiae utilizada na fermentação.
A escolha do microrganismo adequado é o resultado do sucesso da produção do bio-
produto desejado. Portanto, a produção de leveduras pode ser resultante dos processos
exclusivamente destinados a sua propagação, que são denominados leveduras primárias, que é o
caso do fermento biológico, enquanto as leveduras obtidas como subprodutos de outras
indústrias fermentativas que são denominadas de leveduras secundárias, embora sejam da mesma
espécie. A eficiência da conversão protéica por leveduras depende de fatores como temperatura,
suprimento de oxigênio e disponibilidade de nutrientes. O tempo médio para dobrar o teor
protéico é de apenas 5 horas de fermentação (Figura 21). Realizar o cultivo em biorreatores
(Figura 22) sem aeração forçada e colocá-los em área coberta para evitar a penetração dos raios
solares, chuvas e predadores. O substrato, depois de inoculado, permanecerá nos bio-reatores por
um período de 12 horas de fermentação (revolvido duas vezes a cada 6 horas) e posteriormente
será oferecido aos animais (Figuras 23 e 24).

Figura 21. Fermentação em meio semi-sólido Figura 22. Fermentação da palma nos bio-
da palma forrageira. reatores em meio semi-sólido.

80
Figura 23. Ovinos alimentando-se do Figura 24. Ovinos alimentando-se do
substrato enriquecido da palma. substrato enriquecido da palma.

Foi obtido teor protéico de 9,17 a um custo de R$ 0,18 centavos/por quilo do bio-produto,
resultante da inoculação da levedura a 3% do total de substrato. Comparativamente uma tonelada
do bio-produto custa R$ 150,00 reais, enquanto a mesma quantidade de milho e sorgo em grãos
custa R$ 800,00 e R$ 520,00 reais respectivamente, demonstrando, assim, a viabilidade
econômica do processo de bio-conversão da palma forrageira por meio da levedura S. cerevisiae
(Tabela 11).

Tabela 11. Estimativas de custos do processo de bioconversão da palma forrageira na obtenção


do bioproduto, utilizando níveis diferentes de inoculação com a levedura Saccharomyces
cerevisiae.
Concentração de PB Levedura Palma in natura Bioproduto
Levedura (%) (R$/kg) (R$/kg) (R$/kg)
1% 7,90 0,06 0,03 0,09
2% 9,75 0,12 0,03 0,15
3% 9,17 0,18 0,03 0,21
Preço do kg de palma in natura = R$ 0,03
Preço do kg de levedura (fermento biológico) = R$ 6,00
A utilização das dietas contendo 20% da palma forrageira com 2% de inoculação, da
levedura, na terminação de cordeiros, proporcionou em melhores resultados de ganho de peso
diário (0, 494 kg/animal), conversão alimentar (2,5) e consumo diário de matéria seca (1,2
kg/animal), foi obtido no período de 14 dias de confinamento (Tabela 12). A palma forrageira
enriquecida com a levedura resulta em um bioproduto de alto valor agregado para ser utilizado
na alimentação de cordeiros em terminação.

81
Tabela 12. Ganho de peso, consumo de matéria seca e conversão alimentar de ovinos
alimentados com a palma in natura e enriquecida com levedura Saccharomyces cerevisiae.
Variáveis Palma forrageira Palma forrageira com 2% Palma forrageira com
in natura de levedura 4% de levedura
DIAS 14 28 42 14 28 42 14 28 42
GPMD 0,267 0,342 0,293 0,494 0,214 0,214 0,485 0,210 0,214
CMS 1,170 1,185 1,195 1,255 1,050 1,116 1,238 1,100 1,105
CA 4.4 3,5 4,1 2,5 4,9 5,0 2,5 5,0 5,0
GPMD – Ganho de peso diário (kg/animal)
CMS – Consumo diário de matéria seca (kg/animal)
CA – Conversão alimentar

A bioconversão da palma forrageira em bioproduto de alto valor agregada similar ou


maior que alguns concentrados convencionais, pode ser utilizada como alternativa alimentar, nos
sistemas de produção animal do semi-árido. O tratamento da palma forrageira com porcentagem
de inoculação de 2% de levedura é economicamente viável, proporcionando um enriquecimento
em aproximadamente 100% do teor de proteína bruta em relação ao valor encontrado na forma in
natura.
A utilização de microrganismos por fermentação em meio semi-sólido no enriquecimento
protéico de vegetais como a palma forrageira e outras forragens, buscando-se tecnologia
adaptada às condições rurais, está se tornando atrativo, com chances reais de chegar a um
processo economicamente viável, principalmente, para minimizar as graves distorções regionais
que afetam o país. Além do mais, poderá facilitar a fixação do homem no campo na região do
semi-árido nordestino, evitando, assim, sua migração para outras regiões.

5.2. Utilização da palma na presença de uréia e mistura mineral e da levedura


Saccharomyces cerevisiae por meio da fermentação em estado semi-sólido
O enriquecimento protéico da palma forrageira pode ocorrer mediante melhoramento
genético, pela adubação nitrogenada e por processos biotecnológicos, destacando-se nesta última
alternativa, a produção de proteína microbiana. O processo de enriquecimento descrito a seguir
foi pesquisado na Bahia por Lima et al.(2004).
Após 15 horas da colheita, os cladódios foram desintegrados em máquina forrageira, a
mesma usada no preparo de raspa de mandioca, equipada com motor elétrico, regulada para fazer
fatias com 2 mm de espessura a uma velocidade de 800 rotações por minuto. À frente da
máquina, foi estendida uma lona plástica e adaptou-se um anteparo para impedir que os
fragmentos se espalhassem e entrassem em contato com o solo. Após a desintegração, o material
picado foi pesado em balança eletrônica, distribuindo-se em oito sacos de polietileno cada um

82
com 25 kg de massa mucilaginosa a ser utilizada como substrato pelos microrganismos durante a
fermentação. Cada saco com 25 kg forneceu material suficiente para um tratamento. Em seguida,
o material desintegrado (massa mucilaginosa) de cada saco foi distribuído sobre uma lona
plástica em camada de 2 cm de espessura e adicionou-se manualmente uréia (pecuária), mistura
mineral, cloreto de sódio e a levedura de acordo com os tratamentos, com exceção da
testemunha. Após a adição da levedura e dos nutrientes, o substrato foi homogeneizado com o
uso de rodo de borracha. Em seguida, foram feitas pesagens de 5,0 kg do substrato
acondicionando-se em baldes de plásticos, devidamente etiquetados, com capacidade para 10
litros, ficando os mesmos com uma camada de 20 cm de altura, à sombra. Para promover a
aeração, o substrato foi revolvido de quatro em quatro horas durante o experimento.
Foi usada uma mistura mineral de marca comercial encontrada nas casas de produtos
veterinários, tendo na composição básica, o fosfato bicálcico (91,60 %), premix micro mineral
transquelatado, veículo q.s.p, com os níveis de garantia por kg do produto apresentados na
Tabela 13. O microrganismo usado como inóculo foi à levedura S. cerevisiae, marca
Fleischmann, instantânea, liofilizada, usada em panificação, facilmente encontrada nas padarias.

Tabela 13 - Composição da mistura mineral usada no enriquecimento do substrato.


Mineral Quantidade/ kg
Cálcio 240 g
Fósforo 174 g
Cobalto 100 mg
Cobre 1250 mg
Ferro 1795 mg
Iodo 90 mg
Manganês 2000 mg
Selênio 15 mg
Zinco 5240 mg
Flúor 1740 mg
Fonte: Dados contidos no rótulo do produto (adaptados).

O produto resultante da fermentação da palma forrageira, enriquecida com uréia, mistura


mineral, cloreto de sódio com ou sem levedura, poderá se constituir em um alimento promissor
no arraçoamento de ruminantes, o que justifica a realização de outros estudos com esse recurso
forrageiro. O rápido incremento do teor protéico da palma forrageira com a utilização da uréia
como fonte de nitrogênio e a rusticidade do processo fermentativo são fatores favoráveis ao
processo de difusão de uma futura tecnologia. As temperaturas ambiente e no interior do
substrato, por estarem abaixo da temperatura média recomendada (30 ºC), podem ter

83
influenciado negativamente a biossíntese microbiana, e consequentemente, o enriquecimento
protéico da palma.
Com o enriquecimento da palma com uréia (Figura 25), a qualidade nutricional dos
animais melhora em função da elevação dos níveis de proteína da forrageira. A pesquisa
laboratorial foi concluída onde a adição de 2% de uréia à mucilagem da palma (O. ficus-indica),
com um período de incubação entre 16 e 24 horas, à sombra, demonstrou uma elevação dos
teores de proteína de 4,5 para 28%. Esse dado foi confirmado pelo laboratório de biotecnologia
da Central de Laboratórios da Agropecuária (CLA) da Empresa Baiana de Desenvolvimento
Agrícola (EBDA), através de uma pesquisa desenvolvida no campus da gerência regional da
empresa em Cruz das Almas, com materiais oriundos de propriedades de pequenos produtores
dos municípios de Rafael Jambeiro e Santa Terezinha, BA.
Receita: primeiro, a palma é triturada, com equipamento especial para ficar em pedaços bem
pequenos. Depois, são adicionados os ingredientes. Para uma tonelada de palma, são usados
cinco quilos de uréia, dois quilos de uma fonte de fósforo, um quilo de sulfato de magnésio, um
quilo de cloreto de sódio e cinco quilos de fertilizantes. O material deve ser revirado a cada seis
horas, por um dia, antes de ser servido ao gado. As quantidades de cada componente da mistura e
a ração já é utilizada na Bacia Leiteira de Alagoas e em outros Estados do Nordeste.

Figura 25. Palma processada pelo método do enriquecimento


protéico, utilizado a uréia e outros aditivos.

6. Agroindustrialização
A agroindustrialização da palma forrageira resulta em diversas preparações, produtos e
derivados, permitindo o uso diversificado das raquetes jovens e dos frutos, fato que resulta em
agregação de valor à produção, com efeitos positivos na geração de postos de trabalho e renda.
Vários autores determinaram à composição química da polpa dos frutos de palma permitindo
concluir que possui valor nutritivo comparável ao de outras frutas e que o teor de sólidos

84
solúveis é maior que o da ameixa, cereja damasco, maçã, melão e pêssego. Os teores de
proteínas, gorduras, fibras e cinzas são semelhantes ao de outras frutíferas, porém com teor total
de aminoácidos bem superior. Sucos e polpas são os produtos freqüentemente extraídos dos
frutos de palma forrageira. Todavia, pode ser preparado doce em forma de pasta, com ou sem
branqueamento das frutas, utilizando uma proporção de polpa: açúcar da ordem de 60: 40; 1,25%
de pectina e ácido cítrico: ácido tartárico, na proporção de 1:1. Quando adiciona-se cravo-da-
índia, extrato de grapefruit (pomelo; Citrus decumana), extrato de laranja e aroma de amêndoa,
ocorre a melhoria no sabor.
O congelamento de frutos em fatias ou em quartos, com e sem casca, pode ser obtido com
sucesso. Outras preparações agroindustrializadas são usuais, a exemplo de fabricação de bebidas
alcoólicas, xarope, frutas secas, cristalizadas. A propósito, os índios mexicanos, à época da
colonização espanhola, já consumiam frutas secas de palma. Tirado (1987) e Badillo (1987)
fizeram doce de cladódios em pasta, adicionando suco e casca de laranja e açúcar, nas
proporções de 1:1,5:0,8:0,08 e açúcar e ácido cítrico, nas proporções de 1:0,6:0,01,
respectivamente.
Guedes et al. (2004) aviaram receitas com diversas preparações culinárias salgadas,
saladas, doces, sucos, conservas, a partir de frutos e do broto palma. Ressalte-se que as sementes
possuem de 5,8% a 13% de óleo comestível, com alto grau de não saturação, com 57,7% a
73,4% de ácido linoléico, de qualidade similar a outros vegetais comestíveis, a exemplo do de
milho e de sementes de uva. A palma pode também ser usada para o uso alimentício (Figuras 26,
27, 28, 29 e 30), medicinal e na cosmética da mucilagem obtida da casca dos frutos e dos
cladódios. A indústria de cosméticos tem produzido e colocado no mercado uma grande
variedade de produtos (Figura 31), principalmente no México, destacando - se xampus, loções
adstringentes, loções para o corpo, sabonetes, etc.

Figura 26. Geléia. Figura 27. Tortilla. Figura 28. Nopalitos.

85
Figura 29. Nopalitos em conserva e marmelada de palma.

Figura 30. Palma processada para sucos.

Figura 31. Produtos de beleza industrializados a partir da palma.

7. Uso medicinal
A medicina popular, principalmente a mexicana, registra a cura de um grande número de
doenças com o uso da palma forrageira. O fruto da palma é considerado antidiarréico,
antidisentérico, antiasmático e béquico, diurético, cardiotônico, antiinflamatório da bexiga e da
uretra, aliviando o ardor causado pela cistite e uretite.

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Os efeitos diuréticos e antidiabéticos da palma já foram comprovados cientificamente.
Constatou-se, também, a ação antiglicêmica da palma, bem como foi estudado o papel do extrato
de cladódios sobre a redução de níveis de colesterol no sangue (Figura 32). Existem menções na
literatura sobre o uso de cápsulas de palma forrageira desidratada para o controle de obesidade
(Figura 33).

Figura 32. Drágeas de Figura 33. Drágeas de


palma para controle do palma para controle da
colesterol. obesidade.

8. Produção de corantes
Entre os diversos usos e aplicações da palma forrageira pelos indígenas mexicanos, a
produção de carmim, corante de alto valor, produzido por um inseto do grupo dos coccídeos, a
cochonilha Dactylopius coccus Costa, que utiliza a palma como planta hospedeira (Figura 34 ),
foi o que mais chamou atenção dos colonizadores espanhóis devido às suas qualidades
comerciais, fato que determinou a sua designação popular como grana cochinilla (Figura 35).
O inseto é um parasita específico das espécies do gênero Opuntia e Nopalea,
preferentemente O. fícus indica. As fêmeas dos insetos nos dois últimos ínstars contêm entre
19% e 24% do peso seco em ácido cármico (Figura 36). Para esses autores, atualmente, o Peru é
maior produtor de cochonilha seca (Figura 37) para extração do corante, contribuindo com 85%
da produção mundial, que é da ordem de 500 t, sendo que o restante provém das Ilhas Canárias,
México, Bolívia e Chile. A expectativa dos peruanos é de que o preço da cochonilha seca alcance
US$ 15/kg. A Europa, Japão e os EUA são os principais mercados para a cochonilha seca
peruana. O Peru utiliza a metade da produção para fabricar o carmim, que é uma laca feita a
partir do ácido cármico. Tanto a cochonilha como o carmim são utilizados como corante
vermelho nas indústrias alimentícias, bebidas (Figura 38), farmacêutica e cosmética e no
tingimento de lã. (Figura 39).

87
Figura 34. Cultivo da cochonilha. Figura 35. Colheita da cochonilha.

Figura 36. Cochonilha seca. Figura 37. Carmim de cochonilha.

Figura 38. Suco e bebida com carmim. Figura 39. Tecido tingido com carmim.

88
CAPÍTULO V

A PALMA FORRAGEIRA E SUA SUSTENTABILIDADE NO SEMI-ÁRIDO


NORDESTINO

Edson Batista Lopes


Djalma Cordeiro dos Santos
Manoel Ferreira de Vasconcelos
Carlos Henrique de Brito

Um dos pressupostos básicos para a integração competitiva do Nordeste ao mercado é o


apoio à ciência e à tecnologia, ao lado do estímulo aos estudos e pesquisas e à sua difusão. Trata-
se de uma preocupação antiga de muita gente e de muitas instituições, tantas são as
manifestações neste sentido em trabalhos técnicos e legais.
A verdade é que, de prioridade retórica, objeto da comiseração de imperadores e
presidentes, o semi-árido precisa mesmo é ser objeto de preocupação permanente. O povo
nordestino viveu a propaganda da seca que tanto beneficiou e beneficia as oligarquias regionais
colonizadas, drenando recursos naturais em nome da pobreza da região, ignorando, todavia a sua
riqueza e abundância energética solar. Uma região privilegiada, portanto, vivendo, porém a
degradação das secas, que tanto beneficia as oligarquias locais ignorantes e coniventes, mas
sendo beneficiada por isso com a conhecida "indústria da seca".
O semi-árido nordestino é uma das regiões do planeta que detém sol e água abundantes, a
dobradinha que dá solução energética ao colapso dos combustíveis fósseis líquidos. O seu
equacionamento conjunto ainda está por ser feito. Falta a adequada distribuição da água no
tempo, além de distribuição regional, espacial. Não foram equacionados ainda os problemas de
logística de distribuição dando conseqüências efetivas ao uso da água. O Nordeste brasileiro
pode tornar-se uma das regiões mais prósperas do mundo se aproveitar a sua imensa riqueza
energética renovável. Dispondo de água na região, a fotossíntese das plantas se encarrega de
transformar essa incidência solar eletromagnética em energia química vegetal, a biomassa, de
fácil uso, da qual se obtêm excelentes combustíveis substitutos de todos os derivados do petróleo
- maior potência e limpos do ponto de vista ambiental, além de renováveis. O potencial
energético do Nordeste é extraordinário, de tal ordem que o seu solo precisa ser protegido da
intensa radiação solar direta sobre ele incidente para manter-se produtivo. É, porém uma tarefa

89
que começa pelo uso produtivo da bio-massa existente e aquelas em uso como a palma
forrageira.
O Nordeste brasileiro é uma região que tem aproximadamente 1.600.000 Km² de área.
Desse montante, 75%, ou seja, 1.200.000 Km² apresenta clima semi-árido com índices
pluviométricos oscilando entre 350 e 800 mm de chuvas por ano.
É sabido que na região semi-árida 90% das propriedades rurais tem menos do que 100 ha,
e que dessas, 75% tem menos do que 20 ha. Isso implica que o grande nicho de propriedades do
semi-árido é representado por pequenos módulos rurais. É aí onde está o desafio. Como fazer
uma pequena propriedade rural situada em plena região semi-árida produzir suficientemente para
dar condição de vida satisfatória aos seus proprietários.
A palma torna-se uma excelente opção devido a sua rusticidade, facilidade de manejo e
versatilidade nas linhas de produção. Considerando-a como uma cultura nobre, produtividades de
400 a 600 toneladas anuais podem facilmente ser atingidas viabilizando o pequeno módulo rural,
resgatando a crença do produtor pela lavoura e pela terra, fixando o produtor rural ao mundo em
que vive.
Não existe desenvolvimento exógeno, soluções exógenas jamais funcionarão como
mostram as frustradas experiências anteriores por causa da sua inadequação às peculiaridades da
região nordestina e suas excepcionais condições naturais. As soluções terão de vir do
conhecimento das características locais, endógenas. O conhecimento da realidade local por meio
da experiência de quem convive o dia a dia o agricultor nordestino, relativamente familiarizado
com as condições da região e da ciência, permitirão o desenvolvimento endógeno da região. Ao
mudar a atitude pelo conhecimento do que somos, muda o homem, muda sua relação com a terra
e com a natureza de onde vêm todas as riquezas. O cabedal de conhecimentos gerados e a
consolidação das tecnologias testadas in situ, especialmente em propriedades agrícolas
familiares, serão a base para que se inicie um processo de estruturação da cadeia produtiva.
Assim, saber explorar o grande potencial produtivo do Semi-árido com alternativas
sustentadas de desenvolvimento, torna - se imperativo. O cerne da questão reside, pois, na
exploração competitiva desse potencial, mediante investimentos públicos e privados.
Inexoravelmente, a exploração racional da palma forrageira insere se nesse propósito.
Esta cactácea, em virtude de suas especificidades fisiológicas, medra com desenvoltura em solos
do Semi-árido, podendo atingir elevados níveis de rendimento. Conforme se depreende das
informações apresentadas neste trabalho, há uma gama de aptidões e produtos inerentes a esta
planta que precisa ser explorada pelos sertanejos do Nordeste.

90
Desde o uso no arraçoamento animal, prática já consolidada pelos pecuaristas, até o
emprego na alimentação humana, em face ao seu expressivo valor alimentício, tanto na
subsistência, como em escala comercial, mediante produção dentro de padrões de conformidade
exigidos pelos mercados e com a desejável diferenciação de produtos. Ademais, tem-se que
prever a exploração da palma forrageira como frutífera, que pode assegurar ganhos da ordem de
R$ 26,00/kg, a exemplo dos resultados obtidos em Valinhos-SP e matéria prima para a
fabricação de produtos industriais de significativo valor agregado: sucos, polpas, doces,
conservas, pratos para alimentação rápida, bebidas alcoólicas, cosméticos, adesivos, colas, fibras,
papel, corantes mucilagem, antitranspirante.
Para consecução desse desígnio o apoio do Estado é fundamental. Há que se investir em
pesquisa e desenvolvimento (P&D), especialmente através dos órgãos públicos de pesquisa e
extensão, a exemplo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), Empresa
Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba S/A-EMEPA-PB, Universidade Federal da
Paraíba - UFPB, Universidade Federal de Campina Grande - UFCG e Universidade Estadual da
Paraíba - UEPB.
Aí o apoio financeiro dos Governos federal, estadual e municipais será crucial,
percebendo-se que poderá ser viabilizado através dos órgãos: Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (MAPA), Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Ministério da
Ciência e Tecnologia (MCT), Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome,
Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (SEAGRI), Secretaria de Combate à
Pobreza e as Desigualdades Sociais (SECOMP) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
da Paraíba (FAPESQ), além, naturalmente, das Prefeituras Municipais.
Nesse horizonte que se delineia, o apoio creditício torna-se determinante, mormente com
recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), que,
neste Plano Agrícola e Pecuário, instituições como o Banco do Brasil S/A e Banco do Nordeste
S/A, além de bancos privados com boa capilaridade de agências no Semi-árido e que se
disponham a aplicar os recursos previstos em exigibilidades (percentual de aplicação
compulsória sobre os depósitos bancários, atualmente de 25%, no crédito rural), serão peças
fundamentais nesse processo.

91
CAPÍTULO VI

RECEITAS DE PALMA

Claudete Coelho Guedes


Edson Batista Lopes
Carlos Henrique de Brito

1. Introdução
A palma (Opuntia ficus-indica) é uma forrageira muito cultivada nos países semi-áridos
das Américas, mas já se espalhou pelo mundo - áreas mediterrâneas da Europa e da África, e sul
da Ásia, destinando-se, sobretudo, à alimentação de rebanhos bovinos, caprinos e ovinos. Usada
há milhares de anos na alimentação humana na América Central, como verdura ou pelo consumo
dos seus frutos in natura, a palma começa a ser usada na culinária de vários países devido ao seu
valor nutritivo e até por suas propriedades medicamentosas, já que, tendo reconhecida ação
hipoglicemiante, pode auxiliar no tratamento dos casos de diabetes. No entanto, o que mais se
valoriza é o seu conteúdo rico em vitamina A, um nutriente reconhecidamente escasso na dieta
regional do Nordeste, como afirmam os especialistas, com o aval da Organização Mundial de
Saúde. Ademais, é uma razoável fonte de ferro, outro nutriente de importância crucial, tendo em
vista sua relação com a deficiência nutricional mais comum na região e no país: a anemia
carencial. Por outro lado, enquanto as verduras cultivadas estão quase sempre contaminadas com
agrotóxicos nocivos à saúde humana, a palma só muito raramente pode apresentar este risco,
uma vez que, excepcionalmente, necessitaria ser protegida por defensivos agrícolas. Portanto,
além do valor nutritivo, a palma apresenta esta vantagem comparativa de fundamental
importância em nossos dias.

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2. Receitas de salgados

SALGADOS

™ Ensopadinho de palma com charque


Ingredientes
100g de charque/ 250g de palma/ 2 tomates maduros/ 1 pimentão verde/ 1 cebola pequena/ 2
dentes de alho/ 2 colheres (sopa) de óleo / coentro e cebolinha.
Preparo
Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo; em seguida, corte a carne de charque
em pequenos pedaços, coloqueos em água fria por pelo menos duas horas, escorra esta água e dê
uma fervura leve, escorrendo depois. Leve uma panela ao fogo com óleo, deixe esquentar e
acrescente charque, cebola, alho, tomate, pimentão, tempero verde e palma. Adicione água aos
poucos, baixe o fogo e deixe cozinhar lentamente. Sirva quente.

™ Omelete de palma
Ingredientes
400g de palma/ 4 ovos/ 2 tomates/ 1 cebola/ coentro e cebolinho/ 1 colher (sobremesa) maisena/
óleo (para fritar)/ sal a gosto.
Preparo
Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo; em seguida, faça um refogado com a
palma, o tomate, a cebola e o tempero verde, reservando-o. Bata as claras em neve e acrescente
as gemas, batendo novamente e acrescentando a maisena. Em uma frigideira bem quente, ponha

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o óleo e vá colocando o ovo batido e o refogado de palma, formando as omeletes. Sirva com
farofa, arroz e feijão.

™ Croquete de palma
Ingredientes
900g palma picada/ 1 tablete de caldo de carne/ 2 xícaras (chá) de farinha de trigo/ ½ xícara
(chá) de cebola picada/ 1 dente de alho/ óleo (para fritar)/ sal a gosto.
Preparo
Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo. Reserve meia xícara de farinha de
trigo. Misture todos os ingredientes e leve tudo ao fogo, mexendo até desprender da panela.
Deixe esfriar, modele em forma de croquete, passe na farinha de trigo reservada e frite em óleo
quente. Sirva como petisco.

™ Polenta de palma com leite


Ingredientes
500g de palma picada/ 100g de cenoura picada/ 1 cebola/ 2 dentes de alho/ 50g de margarina/
500g de fubá/ 1 litro de leite/ 1 litro de água.
Preparo
Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo. Refogue a margarina, a cenoura, a
cebola e o alho; em seguida, coloque o leite, a água e o sal, e vá colocando o fubá lentamente, até
obter um angu bem grosso. Despeje em assadeira de alumínio ou vidro, e deixe esfriar. Sirva
com frango ou carne guisados.

™ Torta salgada de palma


Ingredientes
6 palmas médias/ 3 ovos/ 1 copo de leite/ 1 xícara de trigo com fermento/ 50g de queijo ralado/
250g de carne moída (bovina ou de frango)/ 1 tomate picado/ 1 cebola picada/ 1 dente de alho/
coentro e cebolinho/ sal a gosto.
Preparo
Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo. Tempere a carne moída (ou o frango)
com alho e sal, acrescentando todos os temperos verdes, refogando-a e deixando-a cozinhar até
ficar macia. Só então junte a palma. Bata no liquidificador o leite, os ovos, o queijo e o trigo,
obtendo um creme. Em uma forma untada, coloque a carne com a palma, misture o creme,
polvilhe o queijo ralado e leve tudo ao forno quente. Servir pura ou com arroz e feijão.

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™ Refogado de palma
Ingredientes
2 palmas médias/ 1 tomate picado/ 1 cebola picada/ 1 pimentão picado/ 1 tablete de caldo de
carne/ 1 colher de óleo/ coentro e cebolinha/ sal a gosto.
Preparo
Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo. Corte bem picadinho tomate,
pimentão, coentro e cebolinho. Em uma panela, refogue o óleo e a cebola e acrescente à palma os
outros temperos verdes e o caldo de carne, com um pouco de água e sal a gosto, e deixe no fogo
por 10 minutos ou até que fique com pouco caldo. Sirva quente.

™ Farofa de palma
Ingredientes
200g de palma ralada/ 100g de charque magra moída/ ½ cebola/ 4 colheres (sopa) de óleo/ 200g
de farinha de mandioca/ sal a gosto.
Preparo
Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo. Em uma panela, frite a cebola no
óleo, juntamente com a carne de charque e a palma. Por último, acrescente a farinha de mandioca
e mexa com uma colher de pau até uniformizar. Servir com carne, frango ou outros assados.

™ Panqueca de palma
Ingredientes
Massa: 2 ovos/ 2 xícaras de farinha de trigo/ meio litro de leite/ sal a gosto Recheio: 2 folhas de
palma picada/ 1 tomate picado/ ½ cebola picada/ 200g de carne moída ou desfiada (frango, boi,
salsicha)/ 1 colher de óleo/ coentro e cebolinho/ sal a gosto
Molho: 1 colher de (sopa) de extrato de tomate/ ½ cebola picada/ 1 colher de óleo.
Preparo
Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo.
Massa: Bata no liquidificador o leite, os ovos, o trigo e o sal, até obter uma mistura. Faça as
panquecas untando a frigideira com óleo e colocando a mistura aos poucos. Reserve.
Recheio: Refogue óleo, cebola, tomate, carne, coentro, cebolinho e sal, e misture a palma.
Molho : Refogue o óleo, a cebola e o tomate, e deixe apurar por uns minutos. Em seguida,
enrole as panquecas com o recheio, arrumando-as em um refratário para depois colocar o molho
(quente) por cima.

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™ Bolinho de palma com carne moída
Ingredientes
500g de palma picada/ 1kg de farinha de trigo sem fermento/ 500g de carne moída (preparar a
gosto)/ 300ml de leite (vaca ou cabra)/ 100ml de água/ 3 colheres de óleo/ 1 ovo/ 1 xícara de
farinha de rosca/ 1 dente de alho/ temperos verdes/ sal a gosto.
Preparo
Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo. Prepare a carne moída e a palma com
alho, sal e todos os temperos verdes picados, deixando cozinhar bem até secar, acrescentando aos
poucos e mexendo vigorosamente o leite, a água e a farinha de trigo, sem deixar embolar, até
soltar do fundo da panela, ficando uma massa homogênea e macia. Deixe esfriar. Forme os
bolinhos ou dê a forma de croquetes, passando no ovo ligeiramente batido e na farinha de rosca.
Frite-os e sirva-os com maionese ou outros molhos. Podem ser congelados em vasilhame de
plástico, separados por filme plástico.

™ Bolinho de palma com arroz


Ingredientes
200g de palma picada/ 2 xícaras (chá) de arroz comum/ 1 cebola/ 1 dente de alho/ 1 tomate/ 2
ovos/ 1 xícara (chá) de farinha de trigo/ coentro e cebolinho/ óleo (para fritar)/ sal a gosto
Preparo
Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo. Cozinhe bem o arroz, de modo a
formar os bolinhos. Pique todos os temperos verdes e, em seguida, numa tigela, vá misturando
todos os ingredientes até obter uma massa homogênea. Forme os bolinhos e frite-os em óleo
quente. Sirva com maionese ou outros molhos.

™ Palma com peixe ao leite de coco


Ingredientes
250g de palma/ 800g de peixe/ 1 coco médio/ 1 cebola/ 2 tomates/ 1 folha de louro/ coentro e
cebolinho/ 1 colher (sopa) de extrato de tomate ou colorau/ óleo (para fritar)/ alho, limão e sal a
gosto.
Preparo
Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo e limpe o peixe, partindo-o em postas
e temperando-o com alho, sal e limão; deve-se depois fritá-lo no óleo e reservá-lo em uma
frigideira. Em seguida, tire com dois copos (tipo americano) de água quente o leite de coco. Em

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outra frigideira, refogue cebola, coentro, cebolinha, tomate, louro e extrato de tomate (ou
colorau), e junte o leite de coco, mexendo sempre para não talhar, até ferver ligeiramente. Junte a
palma e o peixe e deixe cozinhar em fogo brando, por uns três minutos. Sirva quente com arroz
branco.

™ Cuscuz de sardinha com palma


Ingredientes
200g de palma picada/ 1 cebola picada/ 1 tomate picado/ 1 lata de sardinha (amassada)/ 500g de
fubá/ 1 colher de óleo/ coentro e cebolinha/ sal a gosto.
Preparo
Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo. Refogue a palma com óleo, cebola,
tomate e coentro e cebolinho. Misture ao refogado a sardinha e o fubá. Leve a cuscuzeira para o
fogo e deixe cozinhar.

™ Creme verde de palma


Ingredientes
500g de palma picada/ 1 cebola ralada/ 1 dente de alho/ 1 xícara de leite/ 1 xícara de água/ 2
colheres de óleo/ 1 colher (sopa) de farinha de trigo/ 100g de queijo de coalho (opcional)/ sal a
gosto.
Preparo
Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo. Misture o queijo, o leite, a água e a
farinha, e reserve; em seguida, refogue a palma com óleo, cebola e alho, acrescente a mistura
reservada e mexa bem até o creme encorpar. Deixe ferver. Sirva quente.

™ Palma ao molho de bacalhau


Ingredientes
1 kg de palma picada/ 1 kg de bacalhau/ 500ml de leite/ 1 cebola picada/ 1 tomate picado/ 1
colher de óleo (ou azeite)/ coentro e cebolinha.
Preparo
Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo. Dessalgue o bacalhau, colocando-o
de véspera na água e trocando a água várias vezes; e limpe-o, tirando o couro e as espinhas.
Refogue com óleo, cebola, tomate, coentro e cebolinho e leite. Em seguida, misture ao refogado
o bacalhau e a palma, e deixe ferver. Sirva quente.

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™ Coxinha de frango com palma
Ingredientes
500g de palma picada/ 1 peito de frango temperado a gosto (desfiado)/ 1 tablete de caldo de
frango/ 1 cebola/ 1 colher de margarina/ 600g de farinha de trigo/ 1 litro de leite/ 1 ovo/ 1 xícara
de farinha de rosca/ óleo (para fritar)/ sal a gosto.
Preparo
Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo.
Recheio: Refogue o peito com tempero a gosto, cozinhando-o (reserve o caldo) e desfiando-o.
Junte a palma com o frango desfiado.
Massa: Bata no liquidificador o caldo do peito, o tablete de caldo de frango, a gema, a cebola, a
margarina e o colorau. Adicione sal a gosto. Coloque em uma panela este caldo e o leite, e deixe
ferver. Acrescente a farinha de trigo e mexa até desgrudar
da panela.
Coxinha: Faça as coxinhas, adicione o recheio e passe-as na clara batida e na farinha de rosca.
Em seguida, frite-as.

™ Empadinha de palma com vegetais


Ingredientes
½ xícara (chá) de arroz cozido/ ½ xícara (chá) de palma picada cozida/ ½ xícara (chá) de cenoura
picada cozida/ 1 xícara (chá) de leite de coco/ 2 colheres de óleo/ 2 colheres (sopa) de farinha de
trigo/ 1 ovo (só a gema).
Preparo
Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo. Misture o óleo, a farinha e a gema,
acrescentando o arroz cozido, a palma, os vegetais e o leite. Distribua tudo em forminhas. Deixe-
as no forno (em banho-maria) até dourar e aparentar uma queijadinha.

™ Efó de palma
Ingredientes
3 palmas médias (brotos) - após cortadas pesam mais ou menos 350g/ 1 maço grande de bredo
Gomes de Sá (língua-de-vaca) ou 20 folhas médias de couve cortadas bem finas e cruas/ 1 xícara
de camarões secos (médios ou pequenos)/ 1 ou 2 tomates/ ½ cebola/ 1 dente de alho/ 100 ml de
azeite de dendê/ coentro e cebolinho/ sal a gosto
Preparo

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Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo. Retire a cabeça dos camarões e parte
da sua pele, deixando-os descansar (por volta de uma hora) em um pouco de água, para retirar o
excesso de sal. Em seguida, escorra-os. Corte cebola, tomate, coentro e cebolinho, e esmague o
alho. Refogue-os ligeiramente em um pouco de azeite de dendê, acrescentando os camarões, a
palma e a língua-de-vaca (ou a couve). Leve ao fogo baixo. Mexa um pouco para misturar e
abafe com uma tampa por uns cinco minutos. Acrescente o restante do azeite de dendê, mexa e
apague o fogo, não deixando que o azeite “frite”. Prove e coloque um pouco de sal, se
necessário, pois os camarões já transferem o sal para a preparação.

™ Caruru à baiana
Ingredientes
50 quiabos bem picados/ 430g de palma picada (brotos)/ 1 xícara de camarões secos e salgados/
100g de castanhas de caju (o equivalente a meia xícara)/ 150g de amendoim
torrado sem casca (o equivalente a uma xícara)/ 1 xícara de farinha de mandioca/ 1 cebola grande
ou 2 pequenas/ 2 colheres (chá) de gengibre ralado/ 1 xícara de azeite
de dendê/ coentro e cebolinha.
Preparo
Torre o amendoim e os camarões, sem retirar a casca. Separe um pouco dos camarões e
descasque, para colocá-los inteiros no caruru. Triture os outros camarões no liquidificador com a
farinha de mandioca, o amendoim e a castanha, aos poucos, para não dificultar o processo de
trituração a seco. Deixe esta farinha (ou fubá) descansar. Coloque o quiabo para cozinhar com
um pouco de água e sal. Acrescente a palma já aferventada e coloque de uma a duas colheres de
sopa de vinagre para eliminar a baba do quiabo sem escorrer, com todos os temperos batidos no
liquidificador ou socados com machucador.
Deixe cozinhar bem, por mais ou menos 30 minutos. Acrescente a farinha (ou fubá) dissolvida
em um pouco de água para não embolar, assim como os camarões inteiros e o gengibre ralado,
deixando-os cozinhar durante uns dez minutos, só mexendo de vez em quando para evitar pegar
no fundo da panela. Prove e acrescente sal, se necessário. Coloque o azeite de dendê e mexa
ligeiramente. Deixe por mais uns três minutos e apague o fogo, deixando a panela tampada para
pegar o gosto do azeite. Sirva com arroz branco comum.

™ Broto de palma ao molho de gergelim


Ingredientes:

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10 raquetes de palma cortadas em cubinhos/ 2 copos de gergelim levemente torrado e moído/ 1
ou 2 cebolas médias cortadas ao meio/ 1 ou 2 dentes de alho médios e inteiros/ 1 colher
(sobremesa) de sal/ 1 pitada de bicarbonato de sódio/ 1 xícara (chá) de azeite/ 2 colheres (sopa)
de mostarda/ 1 colher (sopa) de mel/ 1 colher (chá) de noz-moscada/ pimenta ardida/ cheiro
verde (coentro, cebolinho, salsinha, alecrim, hortelã).
Preparo
Em uma panela (inoxidável, de barro ou de cerâmica), põem-se a ferver, em um litro de água, a
cebola, o alho, a pimenta, o sal e o cheiro verde. Cozinhe a palma com o bicarbonato de sódio
durante um período de três a cinco minutos, sem escorrer. Em seguida, escorra os temperos,
reservando o caldo do cozimento. Deixe a palma esfriar coberta com um pano de algodão.
Molho: Trituram-se, em dois copos do caldo, os temperos cozidos e o gergelim. Adicionam-se o
azeite, a mostarda e o mel, formando um molho básico. Em outra vasilha (tigela), mistura-se a
palma ao molho obtido e, se necessário, acrescenta-se mais caldo. Só então salpique a noz-
moscada. Servir como canapé, com pão integral ou arroz.

™ Ensopado de broto de palma com peixe


Ingredientes
5 a 6 raquetes de palma novinhas/ 1kg de peixe cozido ou ½kg de bacalhau preparado como
ensopado/ 1 xícara (chá) de azeite/ tempero, pimenta e sal a gosto.
Preparo
Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo. Prepare também o peixe a gosto.
Ainda no fogo, junte a palma, deixe ferver e desligue. Sirva quente. Acompanham arroz, feijão e
purê de abóbora, inhame e batata.

™ Quibebe de broto de palma com soja ou carne moída


Ingredientes
4 copos de palma fatiada em tirinhas/ 4 copos de soja texturizada hidratada e espremida/ 1 colher
(sobremesa) de sal/ 1 colher (chá) de açúcar demerara/ 1 xícara (chá) de azeite/ 2 a 4 colheres de
nata ou creme de leite (opcional)
Preparo
Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo. Em uma panela (inoxidável, de barro
ou de cerâmica), passe os temperos e adicione a soja ou a carne moída, deixando-a refogar
tampada. Juntar água aos poucos, até que a soja ou a carne fiquem suaves. Juntar e misturar a
palma, refogando-se até reduzir o caldo ao mínimo. Levar para uma travessa e cobrir com a nata

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ou o creme de leite. Decorar. Servir acompanhado de purê de batata-doce, batatinha, inhame,
macaxeira, polenta e xerém.

™ Suflê de palma
Ingredientes
2 ovos/ 250g de palma/ 1 colher (sopa) de margarina/ ½ cebola picada/ 2 colheres (sopa) de
farinha de trigo ou maisena/ 1 xícara de leite/ 3 colheres (sopa) de queijo ralado/ sal a gosto.
Preparo
Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo. Em uma panela, refogue a cebola com
a margarina e a palma. Misture leite, trigo e parte do queijo ralado, e junte tudo com a palma.
Coloque em uma forma untada. Bata as claras em neve e acrescente as gemas, colocando-as por
cima e misturando-as ligeiramente com a palma. Polvilhe um pouco de salsa e o restante do
queijo ralado, e leve o prato ao forno, por 10 a 15 minutos, até dourar. Se preferir, misture tudo
com chuchu e cenoura.

™ Torta de broto de palma com carne moída


Ingredientes
3 copos de palma cortada em tiras finas/ 200g de carne moída (preparada a gosto)/ 3 copos de
farinha de trigo integral/ 1 xícara (chá) de óleo ou azeite/ 1 colher (chá) de sal/ 1 pitada de açúcar
mascavo/ 4 copos de leite de soja/ 1 saquinho de queijo ralado/ gergelim/ castanha/ hortelã.
Preparo
Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo. Bata no liquidificador todos os
ingredientes, exceto a palma, a carne e o queijo. Misture a carne com a palma. Em uma assadeira
untada e farinhada, derrame dois terços da massa, de canto a canto. Espalhe a palma com a carne
sobre a massa, em toda a fôrma, cobrindo tudo com o restante dela. Salpique o queijo e leve ao
forno por 15 minutos. Corte-a em quadrados, arrume-a em uma bandeja e decore-a com hortelã.

™ Mexido de broto de palma com camarão e ovos


Ingredientes
6 a 8 palmas em cubos pré-cozidos/ 200g de camarão já limpo/ 3 ovos inteiros/ 3 a 4 colheres
(sopa) de azeite/ cebola/ alho/ coentro e cebolinho/ hortelã.

Preparo

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Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo. Doure no azeite o alho e a cebola,
junte os outros temperos (um por vez) e só depois a palma. Deixe-os refogar um pouco. Junte os
camarões e deixe-os tomar os temperos. Por último, junte os ovos mexidos e misture tudo
suavemente, até eles ficarem no ponto. Sirva quente. Vai bem uma pimentinha.

™ Omelete de broto de palma com coco verde e castanha


Ingredientes
5 brotos de palma em tiras finas/4 ovos/ 6 a 7castanhas torradas e trituradas sem esfarinhar/
metade da massa de um coco macio (maduro) cortada em tiras finas/ 1 cebola média picada/ 2
dentes de alho socados/ 1 ramo médio de hortelã desfolhado ou 4 folhas de hortelã graúdas
cortadas em tiras/ 2 colheres (sopa) de azeite - uma para fritar e outra para regar/sal a gosto.
Preparo
Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo. Doure o alho e junte cada tempero,
dando tempo para sazonar. Junte a castanha, o coco e o broto de palma. Refogue e deixe esfriar.
Em vasilha à parte, bata os ovos juntos (clara e gema), misture-os aos outros ingredientes já frios
e leve tudo ao forno, em omeleteira ou caçarola. Ao retirá-la, regar com óleo. Servir quente.

™ Pizza com broto de palma


Ingredientes
3 brotos médios de palma em tiras finas/ massa de pizza pronta/ orégano/ óleo/ queijo/ tomate.
Preparo
Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo. Cubra a pizza já assada com o queijo
e o broto de palma. Por último, distribua rodelas de tomate e orégano sobre ela. Leve novamente
ao forno até que o queijo esteja derretido.

™ Torta de broto de palma e legumes


Ingredientes
5 a 6 palmas médias em tiras/ 1 xícara (chá) de feijão verde cozido e escorrido - ou de ervilha
escorrida/ 1 xícara (chá) de soja texturizada hidratada e espremida/ 1 xícara (chá) de gergelim
levemente torrado e moído/ 1 xícara (café) de azeite/ 10 vagens fatiadas em tiras/ 3 ovos de
galinha frescos/ 3 copos de farinha de trigo/ 3 a 4 copos de água, incluindo o do cozimento da
palma/ 2 cebolas médias picadas/ 2 dentes de alho socados/ 1 molho de cebolinho picado/ 1
cenoura média ralada fina/ 1 colher (chá) de sal/ 1 colher (sopa) de rapadura/ 1 colher (sopa) de

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alcaparra ou de azeitona picada/ 2 colheres (sopa) de óleo/ 2 colheres (chá) de fermento/ coentro
e cebolinha/ salsa/ manjericão/ hortelã.
Preparo
Recheio: Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo. No óleo, deve-se dourar o
alho, a cebola e a cenoura ralada. Em seguida, deve-se juntar a alcaparra, o sal e a soja,
refogando-os um pouco. São adicionados também a palma, os temperos verdes picados, o feijão,
as vagens e a rapadura, levando-se tudo ao fogo leve por uns cinco minutos. Reserve por fim.
Massa: Leve ao liquidificador dois copos de água de cozimento, azeite, sal, ovos, trigo e
fermento, e bata-os, juntando mais caldo até a massa ficar no ponto. Espalhe numa fôrma untada
a metade da massa. Distribua sobre ela o recheio e espalhe o gergelim por cima. Cubra com o
restante da massa. Leve tudo ao forno pré-aquecido, por 15 minutos. Sirva quente com qualquer
acompanhamento.

™ Xinxim de bode com broto de palma


Ingredientes
8 a 9 palmas em cubos/ 1 kg de bode em pequenos pedaços/ 2 cebolas médias raladas/ 1 alho-
poró picado/ 2 dentes de alho socados/ 1 colher (chá) de gengibre ralado fino/ 1 copo de vinho
branco seco/ 1 xícara (café) de azeite/ noz-moscada ralada a gosto.
Preparo
Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo. Cozinhe a carne de bode temperada e
cozida a gosto (sem o caldo). Doure no azeite a cebola, o alho e o gengibre, e junte a carne, o
vinho e a noz moscada, colocando-se o caldo aos poucos.
Acrescente a palma e o alho-poró, deixando tudo em fogo brando por mais cinco minutos. Sirva
quente, acompanhado de verduras e legumes cozidos, arroz e macarrão. Esta receita pode ser
adaptada para a cozinha naturalista, substituindo-se o bode por glúten ou soja, com castanha e
nozes.

™ Isca de palma com carne à Jubaiana


Ingredientes
4 palmas médias cortadas à Juliana (em tirinhas e um pouco largas)/ 500g de carne bovina
cortada em iscas/ 1 cebola média cortada em pequenos gomos/ 1 tomate/ ½ pimentão médio/
coentro e cebolinha/ óleo de soja.
Preparo

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Corte a palma em pequenas tiras finas (à Juliana) e cozinhe como de costume. Tempere a carne
com alho, sal e um pouco de pimenta e cominho moídos. Aqueça o óleo e frite ligeiramente as
iscas de carne. Acrescente os temperos cortados, mexendo com uma colher de pau, sem esmagá-
los. Coloque a palma previamente cozida, mexendo devagar por uns cinco minutos. Sirva quente,
com arroz integral ou branco. Dá de seis a oito porções.

™ Salpicão Semana Santa


Ingredientes
3 palmas médias (20cm de comprimento)/ 400g de bacalhau (ou filé de peixe)/ 3 batatas inglesas
médias grandes (300g)/ 2 cenouras médias (200g)/ 1 cebola média grande/ 1 pimentão verde
médio/ ½ pimentão vermelho médio/ 3 tomates não muito maduros/ 2 limões (ou vinagre)/ 1
colher (sopa) de azeite/ coentro e cebolinha.
Preparo
Corte a palma em tirinhas (à Juliana) e coloque o bacalhau de molho, durante uma média de
quatro a seis horas, em bastante água. Retire sua pele e espinhas, desfiando-o em pequenos
pedaços. Em seguida, passe-o em um pouco de óleo bem quente, sem deixar formar caldo, de
forma que fique bem seco. Depois é só reservá-lo. Descasque e corte as batatas e as cenouras em
tiras pequenas e finas, e branqueie-as (cozinhar apenas por cinco minutos). Corte em tirinhas os
pimentões, a cebola e os tomates. Misture todos os ingredientes e acrescente azeite de oliva,
misturando-os com colher de pau. Esprema, coe e acrescente o limão. Servir frio.

™ Palma à doré
Ingredientes
10 brotos pequenos de palma (ou recortados formando pequenas palmas)/ 3 ovos/ 1 xícara de
farinha de trigo/ 1 ovo ligeiramente batido.
Preparo
Limpe as palmas de acordo com o indicado no pré-preparo. Coloque-as rapidamente em água
quente para “branquear” e escorra bem. Bata as claras em neve e acrescente as gemas. Passe as
palminhas na farinha de trigo, apertando um pouco com as mãos, de forma a aderir bem. Passe-
as no ovo batido e frite-as em óleo bem quente. Tire o excesso de gordura com guardanapo de
papel. Sirva-as sozinhas, com carne ou frango, ou com feijão e arroz.

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™ Abóbora Maria e João
Ingredientes
3 palmas médias (350g) em cubinhos/ 200g de queijo de coalho, de preferência sem sal/ 300g de
bacalhau ou 500g de camarões frescos descascados/ 1 abóbora redonda média (de preferência
moranga), não muito grande (1½ kg)/ 1 cebola média picada/ 2 pimentões pequenos (um
vermelho e um verde) picados/ 2 tomates pequenos picados/ 1 cebola média picada/ coentro (ou
salsa) e cebolinha picadas.
Preparo
De véspera, coloque o bacalhau de molho, trocando-o de duas a três vezes, para retirar bem o sal.
Limpe-o e retire a pele e as espinhas; em seguida, desfie-o e reserve-o. Lave bem a abóbora,
enrole-a em papel alumínio e asse-a em forno médio por uns 20 minutos (se for em forno de
lenha, o tempo cai para 10 minutos). Retire o prato do forno. Prepare o molho branco, com meia
xícara de farinha trigo, um copo de leite, uma colher de óleo de soja e um pouco de cebola
picada. Frite a cebola com duas colheres (sopa) de óleo, acrescente o leite e coloque a farinha de
trigo, mexendo sempre para não embolar. Deixe reservado. Em outra panela, refogue os
temperos verdes com óleo e acrescente a palma e o bacalhau, mexendo até que fiquem macios
(por cerca de 10 minutos). Junte tudo ao molho branco e à salsa e ao cebolinha picadas,
misturando bem. Com uma faca pequena, faça uma tampa na abóbora e retire com cuidado as
sementes. Coloque o recheio e, por cima, o queijo de coalho. Leve ao forno alto, por uns 15
minutos, numa assadeira refratária redonda. Sirva quente com arroz branco e molho de pimentas
de cheiro, se preferir. Dá para 10 a 12 pessoas.

™ Gratinado de vegetais com palma


Ingredientes
4 palmas médias cortadas em pequenos quadrados/ 2 batatas médias cortadas em rodelas grossas/
2 cenouras médias cortadas em rodelas grossas/ couve-flor (mais ou menos 10 pequenos
buquês)/ 1 colher (sopa) de margarina/ queijo parmesão ralado/ salsa fresca ou desidratada/ 2
colheres (sopa) de maisena/ 1 ovo/ 1 copo (150 ml) de leite.
Preparo
Prepare a palma de acordo com o pré-preparo. Cozinhe os vegetais em pouca água, com pouco
sal, em panela tampada. Escorra e reserve a água. Nesta água, depois de esfriar, bata juntamente
o ovo, a gema e a clara. Em seguida, coloque o leite, a maisena e a margarina. Mexa em fogo
baixo para obter um creme delicado. Coloque a palma e as demais verduras cozidas num

105
recipiente de vidro refratário, untado com um pouco de margarina. Despeje o creme, espalhando
uniformemente sobre as verduras, e polvilhe o queijo parmesão ralado e a salsa desidratada.
Leve ao forno quente por um período de cinco a dez minutos e sirva quente.

™ Petisco de palma em picles com queijo


Ingredientes
3 palmas (picles) cortadas em quadradinhos médios (± 2cm)/ 500g de queijo (tipo lanche, coalho
ou do reino) cortado em cubos/ 300g de cenouras também cortadas em rodelas (de preferência
bem pequenas e em pedaços)/ 200g de azeitonas verdes/ 2 cebolas cortadas em gomos/ pedaços
pequenos de pimentão/ palitos.
Preparo
Monte nos palitos os pedaços de pimentão, cebola, cenoura e três pedaços da palma em picles
intercalados com os outros vegetais e o pedaço de queijo. Arrume-os de forma circular, em uma
bandeja redonda, ou espetados em um abacaxi. Enfeite como desejar e sirva com molhos
picantes cremosos.

™ Moqueca Sexta-Feira
Ingredientes
4 palmas médias preparadas de acordo com o pré-preparo e cortadas em tirinhas (iscas)/ 4 ovos/
1 tomate/ ½ cebola/ coentro e cebolinha/ camarões defumados ou secos sem cabeça (uma mão)/
leite de coco (± 300ml)/ 50ml de azeite de dendê (opcional).
Preparo
Coloque em uma tigela de barro (ou frigideira média) a palma, os camarões, o tomate, a cebola e
todos os temperos verdes picados com o leite de coco. Cozinhe-os de cinco a dez minutos e
coloque o azeite de dendê e os ovos inteiros dentro da moqueca. Tampe a panela para que os
ovos cozinhem, sem mexer, em fogo brando, para não saturar o dendê e não alterar sua qualidade
e seu sabor. Sirva com arroz e feijão.

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3. Receitas de saladas

SALADAS

™ Maionese de palma
Ingredientes
1 folha de palma/ 2 cenouras médias/ 2 batatinhas/ 1 lata de sardinha pequena/ 2 colheres (sopa)
de maionese/ 1 colher de vinagre/ sal a gosto.
Preparo
Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo. Corte em pequenos cubos as cenouras
e as batatinhas, e cozinhe tudo com pouca água. Em seguida, misture a palma, a cenoura e as
batatinhas, e acrescente maionese, sardinha, vinagre e sal. Sirva frio.

™ Salada de palma
Ingredientes
2 folhas de palma/ 2 cenouras médias/ vinagre para temperar / óleo ou azeite/ sal a gosto.
Preparo
Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo. Corte as cenouras em cubinhos,
cozinhando-as em pouca água e sal. Não deixe que amoleçam. Escorra tudo e misture-as com a
palma, acrescentando óleo ou azeite.

™ Vinagrete de palma
Ingredientes
1 palma/ 1 cebola/ 1 pimentão/ 1 tomate/ 1 colher de vinagre/ coentro e cebolinho/ sal a gosto.

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Preparo
Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo. Corte em pequenos pedaços cebola,
pimentão, cebola, tomate, coentro e cebolinha. Misture tudo com a palma e acrescente vinagre e
óleo.

™ Salada de broto de palma crua com atum


Ingredientes
4 a 5 raquetes de 8 a 10 palmas médias, fatiadas em tiras finas e deixadas em água com sal e
limão/ 1 lata de atum in natura (170g)/ 2 tomates médios (sem pele e sementes) em fatias/ 1
cebola média em fatias longas deixadas em água com açúcar/ folhas de repolho roxo ou branco
(± 500g) cortadas em quadrados ornamentais e deixadas em água e sal.
Preparo
Escorrer tudo até ficar bem seco cada ingrediente da salada. Misture o atum amassado à palma,
junto com os tomates e a cebola. Arrumar, no quadrado do repolho, pedacinhos de cada
componente, dispondo-os numa bandeja. Servir como entrada.

™ Vinagrete de palma com ovos de codorna


Ingredientes
3 palmas cruas cortadas em cubinhos (só “branqueadas”)/ 2 tomates cortados em cubinhos/ ½
cebola média/ coentro ou salsa picados/cebolinha picado/ 2 dúzias de ovos de codorna cozidos.
Preparo
Descasque os ovos, deixando-os inteiros. Em recipiente de vidro ou louça com tampa, coloque
um copo de vinagre e um copo de água para reduzir a acidez. Acrescente os ovos, a palma já
“branqueada” e os demais ingredientes. Deixe por no mínimo quatro horas e sirva como petisco
ou entrada.

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4. Receitas de doces

DOCE

™ Cocada de palma
Ingredientes
3 folhas de palma ralada (ou em pedacinhos)/ 1 coco médio/ 500g de açúcar/ 2 copos de água/
cravo da Índia a gosto.
Preparo
Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo. Misture a palma, o açúcar, a água, o
coco e o cravo. Deixe cozinhar até caramelizar.

™ Compota de palma
Ingredientes
200g de palma/ 2 xícaras de açúcar cristal/ 2 copos de água/ 6 cravos (canela em pau).
Preparo
Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo. Junte tudo, leve ao fogo e deixe
cozinhar até caramelizar.

™ Compota de palma com coco


Ingredientes
2 folhas de palma/ 1 coco (médio)/ 200g de açúcar/ 6 cravos (canela em pau)/ 2 copos de água.

Preparo

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Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo. Misture a palma, a água, o açúcar, o
coco e o cravo. Deixe cozinhar até caramelizar.

™ Compota de broto de palma com cravo e canela


Ingredientes
10 raquetes de palma moídas/ 1kg de açúcar demerara/ 1 colher (sopa) de suco de limão
fresquinho/ 1 pitada de bicarbonato de sódio/ 10 cravos/ 1 palito de canela.
Preparo
Em uma panela inoxidável, pôr as palmas moídas sem água, juntar o açúcar e levar ao fogo. Ao
abrir fervura, juntar o suco de limão, o cravo, a canela e o bicarbonato. Retirar a espuma da
fervura. Ao parar de espumar, está no ponto. Servir frio como sobremesa e como recheio.

™ Compota de fruta de palma madura (Figo-da-Índia)


Ingredientes
15 a 20 frutas maduras/ 1kg de açúcar demerara (ou adoçante)/ 1 colher (chá) de casca de limão
ou de lima ralada fina.
Preparo
Limpar os espinhos com escova em água corrente. Tirar a pele fina e passar pela peneira para
separar as sementes. Misturar a polpa, o açúcar e a casca de limão (ou de lima), e levar ao fogo,
mexendo sempre até tomar consistência. Servir puro ou com queijo, torrada, recheio de
rocambole etc.

™ Doce de palma com rapadura


Ingredientes
4 folhas de palma/ 1 rapadura escura/ 3 copos de água/ 3 pedaços de canela em pau
Preparo
Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo. Em seguida, lave-a. Em uma panela,
coloque água, rapadura e canela em pau, e deixe ferver até formar um mel. Acrescente a palma e
quando a calda estiver grossa, retire do fogo.

™ Doce de palma com abacaxi


Ingredientes
1 abacaxi picado/ 3 palmas picadas/ 3 xícaras de açúcar/ 2 xícaras de água/ 6 cravos.
Preparo

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Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo. Faça uma calda com o açúcar e a
água, junte o abacaxi, a palma e os cravos, e deixe ferver até caramelizar.

™ Geléia de fruta de palma


Ingredientes
1kg de fruta de palma já sem a casca/ 1 copo de água/ 300g de açúcar/ 1 colher de caldo de
limão.
Preparo
Passe a fruta no liquidificador com água e depois numa peneira fina para retirar os caroços.
Coloque o açúcar, o caldo de limão e leve ao fogo para apurar. Quando estiver em ponto de
geléia, retire.

™ Bolinhos de palma com mel


Ingredientes
200g de palma picada/ 10 colheres de açúcar/ 10 colheres de maisena/ 10 colheres de mel de
abelha/ 1 colher de margarina/ baunilha a gosto.
Preparo
Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo. Junte todos os ingredientes e leve ao
fogo até caramelizar. Retire do fogo, coloque no prato untado e deixe esfriar. Faça os bolinhos,
modelando-os como brigadeiro. Depois é só passá-los no açúcar, enrolando-os em papel
manteiga.

™ Caramelos de palma com laranja


Ingredientes
1kg de açúcar/ 500g de palma picada/ 1 colher de suco de limão/ 1 xícara de suco de laranja.
Preparo
Prepare a palma de acordo com o indicado no pré-preparo. Junte todos os ingredientes e leve ao
fogo, até desprender da panela. Despeje em uma fôrma untada e deixe esfriar. Faça os caramelos
(como brigadeiro) e passe-os no açúcar.

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5. Receitas de sucos

SUCO

™ Suco de palma
Ingredientes
1 folha de palma/ 1 colher (sopa) de açúcar (ou adoçante)/ 2 copos de água (ou chá).
Preparo
Lave a palma e tire os espinhos. Coloque no liquidificador a água (ou chá), a palma e o açúcar
(ou adoçante). Depois é só coar.

™ Refresco de broto de palma com umbu


Ingredientes
1 a 2 palmas fatiadas, limpas e cruas/ 10 a 15 umbus maduros, lavados e escorridos/ 1 litro de
água mineral fria/ açúcar ou mel a gosto.
Preparo
Em meio litro de água, triture, coe e reserve a palma. No restante da água, triture os umbus com
as cascas e coe. Junte os dois sucos no copo do liquidificador, com o mel ou o açúcar, e alguns
cubos de gelo, e bata. Sirva gelado. No lugar do umbu, pode-se usar outra fruta ácida, guardadas
as proporções para a bebida manter a coloração esverdeada, assim como dois raminhos de
hortelã ou duas folhinhas novas e sadias de manga.

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6. Receitas de conservas

CONSERVA

™ Coração Valente (“picles”)


Ingredientes
6 palmas (brotos de médios a pequenos)/ 1 pimentão vermelho/ ½ cebola média/ 2 colheres (chá)
de manjericão desidratado/ orégano/ 250ml de vinagre de maçã ou de álcool/ pimenta do reino
em grãos (10 grãos parcialmente esmagados)/ salsa desidratada a gosto
Preparo
Corte os brotos de palma em formato de “palminhas” (use faca pequena ou tesoura de cozinha).
Corte também o pimentão em tiras (um ou dois “corações”, aproveitando o formato do
pimentão). Corte a cebola em gomos. Ferva um vidro grande com tampa e um garfo grande e
reserve-os. Prepare uma solução com 250ml de água e 250ml de vinagre, com duas colheres
(sopa) de açúcar (opcional) do picles. Coloque-a em uma panela até levantar fervura. Após o pré-
preparo e o cozimento da palma, arrumar tudo com cuidado, utilizando um garfo grande para
procurar embelezar o vidro. Coloque o pimentão em tiras e a cebola, ambos crus, para enriquecer
e embelezar o picles. Se desejar, pode misturar com cenoura picada (ou em tiras), nabo e
repolho. Não manuseie os alimentos para garantir a durabilidade maior do picles. Acrescente o
manjericão, o orégano, a pimenta do reino em grãos e a salsa desidratada. Coloque uma pimenta
de cheiro grande.

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