Neta e filha de bar�es do caf�, Tarsila do Amaral (1897-1973) - autora de obras
not�veis como Abaporu (1928) e Oper�rios (1933) - cresceu nas fazendas Bela Vista e S�o Bernardo, em Capivari, e Santa Teresa do Alto, em Jundia�. "Minha meninice foram as correrias e as brincadeiras nas fazendas da fam�lia", dizia a pintora. "Houve tempo em que meu pai teve 22 fazendas." O pai de Tarsila apreciava uma boa mesa e tinha uma adega com �timos vinhos franceses, como o tinto Ch�teau-Lafite ou o branco Chablis. A m�e tomava �gua mineral Vicky H�pital ou Celestin e tamb�m dava aos filhos. Nas fazendas, as refei��es eram compostas tanto de receitas e ingredientes caipiras como de requintados pratos franceses. Com isso, Tarsila desenvolveu um paladar cosmopolita que a fazia apreciar com igual prazer pratos e vinhos franceses e a peculiar cozinha caipira paulista, inclusive uma boa cachacinha. Assim, embora houvesse no menu alguns pratos t�picos da cl�ssica cozinha francesa, como os sufl�s, eles eram mesclados com ingredientes brasileiros: chuchu, camar�es ou palmito. N�o faltavam o bolo de fub� com erva-doce, o p�o de queijo, a gel�ia de laranja-cavalo azeda, os sequilhos no caf� da manh� e no lanche da tarde. No almo�o e no jantar, o trivial � base de arroz, feij�o, batata, salada, carne, maionese. Mas uma das receitas de que Tarsila mais gostava era a sopa de marmelo, muito consumida nas fazendas da �poca, feita na calda e servida quente, com pedacinhos de queijo.
Receita:
a sopa de marmelo de tarsila
Descasque os marmelos, corte em fatias, retire os caro�os e leve ao fogo brando em �gua fria suficiente para cobri-los. Adoce a gosto, junte um peda�o de canela em pau e alguns cravos e mantenha no fogo at� que as fatias estejam macias. Transfira os peda�os de marmelo para um prato fundo, regue com a calda quente e sirva em seguida, ou despeje tudo em uma sopeira e acrescente fatias de p�o e de queijo mineiro.
Pag 11 (Receita executada pela chef Helo�sa Bacellar, do Atelier Gourmand, em S�o Paulo)