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WEB SEMÂNTICA, AGENTES INTELIGENTES E A PRODUÇÃO DE


CONHECIMENTO NA WEB 3.0

Conference Paper · June 2015


DOI: 10.5748/9788599693117-12CONTECSI/RF-2918

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2 authors:

FRANCISCO CARLOS PALETTA Marcos L. Mucheroni


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WEB SEMANTICA, AGENTES INTELIGENTES E A PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO NA WEB 3.0

Francisco Carlos Paletta (Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil)


fcpaletta@usp.br

Marcos Luiz Mucheroni (Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil)


mucheroni.marcos@usp.br

Abstract: The new contours of the network society have constituted the object of study
and research to professionals from various fields. The importance of social networks as
a phenomenon of collective digital as authors and consumers of information and
producers of knowledge, introduces major disruptions in the traditional roles of
publishers and librarians, so it is currently difficult to differentiate whether a content is
edited by a publisher or is a self-publishing on the Web. Studies indicate that the
production of content on the Web in 2007 was concentrated in the hands of young
people and with a greater degree of information literacy. However further studies need
to be done now to verify if the trend is confirmed or dissipates. This work aims to study
the production of knowledge considering the new trends in access, ownership and use
of information in Web 3.0

Keywords: Semantic Web. Access, Ownership and Use of Information. Knowledge


Management. Gestão de Dispositivos de Informação. Web 3.0.

Resumo: A importância da web inteligente no contexto da sociedade da informação,


como fenômeno emergente dos coletivos digitais como autores e consumidores da
informação e produtores de conhecimento introduz profundas rupturas nos papeis
tradicionais de editores e bibliotecários, de tal forma que atualmente é difícil diferenciar
se um conteúdo esta editado por uma editora ou se é uma auto-edição na WEB.
Estudos indicam que a produção de conteúdo na WEB em 2007 concentrava-se nas
mãos de uma população mais madura e com maior grau de literacia informacional.
Entretanto novas pesquisas precisam ser realizadas, agora, para verificar se a
tendência se confirma ou se dissipa. Este trabalho tem por objetivo estudar a produção
de conhecimento considerando as novas tendências no acesso, apropriação e uso da
informação na Web 3.0.

Palavras Chaves: Web Semântica. Acesso, Apropriação e Uso da Informação.


Produção de Conhecimento na Web. Information Systems. Web 3.0
Introdução

Se for possível colocar de modo claro e universal o que são os agentes


inteligentes que tratem diretamente, e só por máquina, os dados que estão
disponibilizados na Web, mesmo aqueles que de alguma forma já são tratados
semanticamente, como linked data e dados organizados por ontologias ou
sistemas de organização do conhecimento (SKOS - Simple Knowledge
Organization System), a maioria dos ambientes ainda tem a supervisão
humana.
A Web continua a crescer exponencialmente, e deverá crescer nos
próximos cinco anos em ritmo ainda acelerado, as pessoas poderão facilmente
obter dados, relatórios e conhecimento com alguma organização prévia a partir
de agentes inteligentes construídos por aplicações na Web, o que poderia ser a
próxima evolução a partir do crescimento da Web 3.0, que é a Web construída
por mecanismos semânticos de organização do conhecimento, tais como,
sistemas do tipo linked-data que organiza o ambiente DBpedia.
Mesmo considerando que a Web 3.0 seja apenas emergente, mais uma
teoria que uma realidade, podemos prever que a implementação de
mecanismos de Inteligência Artificial, entre os quais agentes inteligentes, que
possam auxiliar as buscas e tornar-se uma característica que faria emergir uma
Web 4.0, uma Web auto-organizada por mecanismos inteligentes, tornando a
ligação máquina-máquina mais eficiência no auxílio de buscas e organização
do conhecimento feita segundo necessidades humanas.
A Web de dados ligados é uma realidade, a partir tanto de bibliotecas on-
line quanto repositórios que já possui mecanismos de indexação e formas de
organizar um ranking de relevância mais precisamente organizado que
mecanismos de buscas convencionais.
A primeira geração da Web que foi chamada Web 1.0 (SINGH, 2010) foi
construída para dar visibilidade aos dados por uma linguagem de marcação
dos dados, como um aplicativo na internet que gerou a Web, a HTML (Hyper
Text Markup Languages) tornando inicialmente documentos científicos
disponíveis através de navegadores (browsers) em ambientes on-line, ou seja,
uma navegação através de links disponíveis em textos na Web. Na sua versão
original não possuía imagens ou interatividade, era uma simples navegação.
A Web 2.0 teve como característica inicial a interatividade (WEB 2.0,
2007), onde os usuários se tornam mais livres para interagir em páginas da
Web e podem marcar, comentar e compartilhar documentos encontrados
online.
A emergência da Web Semântica, com colaboração em enciclopédias
como Wikipedia, usando o “linked-data” ou DBPedia (MUCHERONI; PALETTA,
2013) poderá ter um avanço ainda maior com agentes inteligentes.
Acredita-se que este ambiente será construído por mecanismos
automáticos máquina-máquina e irá emergir em uma Web 4.0. São questões
que justificam nossos estudos e pesquisas neste trabalho.
No entanto, quando tratamos de pesquisa, a Web 2.0 é a maneira de ser
inteligente, uma vez que os resultados de busca são baseados em palavras-
chave em uma sobrecarga de informação e quando o usuário faz uma
pesquisa na Internet, a informação que é exibida não tem personalização.
Entretanto precisamos considerar que tanto a Web 3.0 como a nascente
Web 4.0 podem gerar contradições e ambigüidades.
Definições e Ambiguidades na Web 3.0

Acredita-se que a atual geração emergente da Web, seja Web 3.0 que
será o futuro da Web, embora esta definição varie de autores para autores, os
trabalhos quando do surgimento da DBPedia (BIZER, CYGANIAK, and
HEALTH, 2007), VIAF e os papers de Hendler (2009) e Lassila, McDonough
and Malaika (2011) são fundamentais para se entender seus significados e
conceitos.
Hendler (2009) fala da emergência da Web 3.0 e as vantagens do
Linked Data nos quais os conceitos de Web Semântica tornaram-se mais claros
e possíveis, porque há como tornar os links que simplesmente ligam “coisas” a
triplas de links: sujeito-predicado-objeto.
O artigo de Lassila, McDonough e Malaika (2011) aponta estas
ambiguidades, e é certa que um dos pilares da arquitetura Web (Jacobs,
Walsh, 2004) é a capacidade de identificar os recursos (para fins de inscrição,
manipulação), no entanto afirmam que nem todo URI é de fato um identificador
único a nível mundial. Orientação do W3C sobre esta matéria é muito clara:
que "URIs legal não mudam".
Assim o W3C indica que é necessário considerar a estabilidade de
endereços e possíveis abordagens de mitigação (PURLs e mecanismos de
redirecionamento), o que na verdade, com esta ideia geral de "resolução" de
endereços pode na prática, incluir questões, como “ciclo de vida” e até mesmo
mudança de recursos.
Pode-se assim definir apenas didaticamente, os Links L1, L2 ...Ln em
termos dos nós (locais e identificadores na Web), onde A1, A2 .. An são URLs,
onde A´2, A´3 são linked data e A´´1, A´´2 ... A´´n, níveis ligados por agentes
inteligentes:
A''
2

L'' L'' Agentes


1 2
A''
3
A''
1

A'
1 A'
3
L' A'
2 4
L' Linked-data
1

A L'
2 3

A
2 L 2 L 4
L 1
Hiper-links
A A
1 3
L 3

Fig 1 – Três níveis para identificar “didaticamente” as três Webs.


Agentes Inteligentes

O termo Inteligência é, neste contexto, a capacidade de aprendizado,


raciocínio e compreensão, verdades, relações, fatos e significados. Mas
podemos ficar com definições mais simplistas que indiquem que inteligência é
a capacidade de agir como seres humanos e resolver problemas pensando
racionalmente. Isto nos remete ao histórico Teste de Turing, que propôs
diferenciar a máquina do ser humano olhando apenas a reação à um problema.
O problema de Turing por sua vez recupera a teoria da computabilidade,
ou seja, quais problemas podem ser resolvidos por um processo de lógica
racional, e este por sua vez já estava proposto por Hilbert e por Gödel,
resolvido por Turing: “Foi só com o trabalho de Turing que se tornou
completamente claro que minha demonstração se aplica a todos os sistemas
formais que contenham a aritmética” (Gödel and Nagel apud Gleick, 2013, p.
215).
O importante então não é estabelecer os limites entre a inteligência
humana e a capacidade da máquina de tomar decisões, nem mesmo
estabelecer que existe um ponto de singularidade (Kurzsweil,2005), mas
apenas oferecer funcionalidades de lógica complexa.
Barr e Feigenbaum (1981) definem Inteligência Artificial como "a parte da
ciência da computação que trabalha com a concepção de sistemas de
computadores inteligentes, isto é, sistemas que exibem características
associadas à inteligência humana e ao comportamento: a compreensão da
linguagem, aprendizagem, raciocínio, a resolução de problemas, e assim por
diante" (BAR; FEIGENBAUM, 1981).
Atualmente os resultados fornecidos pelas buscas na web trabalham
quase que exclusivamente sobre dados e tabelas com estatísticas de acesso,
Neste ambiente da Web os resultados fornecidos são motores de busca
que fazem uso de um software relativamente complexo de busca de conteúdos
para uma posterior indexação. Estes mecanismos sofisticados são conhecidos
popularmente como "rastreadores" (tracers), "soft robôs" (sofbots) ou "Web
Crawlers" (crawlers).
Web crawler ou rastreador web é um programa de computador que
navega pela World Wide Web de uma forma metódica e automatizada. Outros
termos para Web crawlers são indexadores automáticos, bots, web
spiders, Web robot, ou Web scutter.
Esta idéia é suportada por todos os principais motores de busca, pois a
organização de Sistemas não substituem mecanismos baseados em
rastreamento existentes, mas eles permitem que os rastreadores possam
executar um trabalho melhor de indexação do que um simples mecanismo de
busca baseado no ranking das páginas.
Ambientes de relacionamento e colaboração, que atualmente podem ser
exemplificados por linked data, poderão ter ambientes mais complexos onde
relações no nível da Web Semântica estabelecem um segundo nível de
relacionamento chamado de SKOS (Simple Knowledge Organizating System) e
Ontologias (RDFs – Resource Description Framework) para um nível chamado
de meta-rede de relações semânticas.
Agentes Inteligentes e a Arquitetura Proposta

Pode-se ter agentes inteligentes que são automáticos e independem da


ação humana, é o caso de softbots e crawlers, mas há agentes com interação
humana chamados de agentes de interface, em nosso caso o objeto de estudo
esta focado em agentes com interface humana.
O tema foi explorado primeiramente por Jones (1986) e a ideia básica
esta em desenvolver uma interface que permita ao usuário definir o que deseja
que o agente inteligente realize durante o processo de busca de informação
com impacto na qualidade do resultado alcançado permitindo acesso e
apropriação da informação conduzindo a produção de novo conhecimento.
Isto nos remete a um novo tema que esta relacionado a coletor e
corretores. Corretores fornecem interfaces de consultas às informações já
coletadas, portanto pressupõe uma coleta feita sobre certa “semântica” e que
precisa ser filtrada - na prática são filtros. Os coletores são consultas em
fontes referenciais de informação que já são relevantes e, portanto, toda a
coleta é considerada relevante.
Assim agentes inteligentes que façam buscas em ambientes genéricos,
devem supor que sejam capazes de reduzir a quantidade de informação para
um conjunto relevante, e desta forma dar ao usuário uma lista mais sumarizada
da busca, e por isto, é uma correção.
Sumarizar significa de certa forma compreender a intencionalidade da
busca, e embora isto possa ser interpretado por algum software de agente
inteligente, a intenção permanece com o autor da busca e por isto defende-se
que sempre será necessário algum nível de interface que facilite ao usuário a
descrever sua intenção de busca.
Sistemas que tenham a interação humana foram propostos por Jones, e
agora podemos relaciona-los ao conceito da Web Semântica, supondo que a
representação fornecida não seja rica o suficiente que nos permita coletar tudo
aquilo que o usuário quer. Chamaremos a isto de contexto semântico e propõe-
se então que o contexto seja definido como tendo três níveis de análise:
• Extração de Informação: um índice mestre dos conteúdos de um
documento é calculado, indexado aos conceitos, fatos e
definições no texto.
• Redução de Conteúdo: vários níveis de sumarização estão
disponíveis, que vão desde uma lista de principais temas do
documento a uma especificação de todo o documento.
• Rastreamento do Discurso: seguindo o discurso de um
documento, o contexto pode extrair todas as partes de um
documento, que são particularmente relevantes para um
determinado conceito.
Agora supondo que as informações sobre o uso de sistemas baseados
em conhecimento (KBS - Knowledge Base System) na recuperação de
informações de dados estejam de alguma forma já estabelecidas em OWL,
RDFS ou algum ambiente com uma organização ontológica de conteúdos, para
uma comunidade ou um indivíduo.
A menos que a string (seqüência ordenada de caracteres) seja
cuidadosamente escolhida para mencionar todos os três aspectos, a
informação não será recuperada em um ou mais dos seus contextos úteis, e
exatamente por isto prevê-se a interação humana como necessária.
Esta arquitetura proposta de agentes segue o padrão de interfaces e
pressupõe uma descrição textual da intencionalidade do usuário, informações
pré-armazenadas, uma descrição semântica (OWL, RDFS ou texto completo) e
dados do cliente a partir de palavras-chaves.
Deverá ser gerado uma URI que se proponha a dizer o que significa a
informação relevante coletada, a figura 2 a seguir descreve a arquitetura do
agente:

Figura 2 – Arquitetura de agentes com as interfaces para o Cliente

Na arquitetura proposta o usuário pode entrar em dois momentos, como


usuário que tem anotações já armazenadas de suas “intenções” ou através de
palavras-chave em que faz sua busca, mas em ambos os casos deve haver um
documento textual ativo, e o resultado da busca tanto poderá gerar arquivos de
linked-data como URIs.
No final deste processo, tem-se uma URI ou um tripla de dados ligados,
tendo-se a seguinte meta-informação sobre a página W3 de interesse:
• as palavras-chave gerais fornecidos pelo contexto;
• palavras-chave específicas dadas pelo usuário;
• anotações do usuário;
• um resumo do conteúdo da página Web do documento;
• o título do documento;
• Identificador de Recursos Universal (URI) e
• data e tempo de armazenamento.
O aspecto de desenvolvimento de programas e resultados dependerá da
plataforma usada, mas a proposta inicial é que os agentes possam ser multi-
plataformas, o que um esforço de gerenciar aplicativos a partir da Web, com
uso de CODECs especiais, não apenas para textos, mas principalmente para
imagens, sons e vídeos, já que muito conhecimento encontra-se nestas
modalidades.
Usuário da Informação e Produção do Conhecimento na WEB 3.0

Dado que os saberes científicos e as inovações tecnológicas estão


desigualmente repartidos entre países ricos e pobres, por níveis educacionais e
faixas etárias, a problemática da diversidade cultural e os estudos sobre ela
devem fazer parte da consideração teórica, da investigação empírica e do
planejamento de políticas neste campo. Também é necessário delimitar o
alcance da posição oposta, que afirma, a partir da antropologia, que todas as
sociedades, em todas as épocas, foram sociedades do conhecimento, ou seja,
que todo o grupo humano dispôs de um conjunto de saberes apropriado ao seu
contexto e aos seus desafios históricos ( CHOO, 2003).
A organização do conhecimento liga os três processos de uso
estratégico da informação - a criação de significado, a construção do
conhecimento e a tomada de decisões - num ciclo contínuo de aprendizagem e
adaptação que podemos chamar de ciclo do conhecimento. Entre os elementos
mais importantes que influenciam o uso da informação estão as atitudes do
indivíduo em relação à informação e a sua busca, atitudes essas que são
fruto da educação, do treinamento, da experiência passada, das
preferências pessoais. O risco aqui é de uma super simplificação, de ver o
usuário da informação como alguém que quer extrair informações específicas e
definitivas no menor tempo possível, ou como alguém disposto a investir
esforço para buscar e explorar. A verdade é que as pessoas oscilam
continuamente entre extrair e explorar, e que o uso da informação é um
processo confuso, desordenado, sujeito aos caprichos da natureza humana,
como qualquer outra atividade ( CANCLINI, 2009 ).
A informação sempre foi uma importante fonte de poder, responsável por
controlar e administrar povos. Observamos que a tecnologia da informação
objetiva a integração das operações das organizações e entre as
organizações, com ganhos de agilidade e redução de custos operacionais.
Integrando o fluxo de informações, os novos sistemas assumem certas tarefas,
eliminam controles nas entradas e saídas de processos, diminuindo a duração
dos ciclos operacionais. Embora a escolha do sistema seja fundamental para a
geração de vantagem competitiva, exercer as capacidade de escolha entre
sistemas ainda é pouco. Independentemente do sistema, as operações podem
ser melhoradas a partir de um processo de reengenharia, através do
mapeamento dos processos, da avaliação crítica, do redesenho e da
implementação do fluxo melhorado. Tal processo costuma revelar
ineficiências que podem ser corrigidas rapidamente gerando resultados
imediatos ( SOUZA, 2010 ).
A internet é provavelmente a mais sofisticada tecnologia de informação e
comunicação atualmente disponível para a sociedade, em função da sua forma
de organização e de seus impactos nas esferas tecnológicas, social,
econômica e política. Ela é também a infraestrutura necessária para
uma de suas maiores e mais conhecida aplicação: a Web, grande responsável
pela popularização da internet, a ponto de hoje ser confundida com esta.
Internet e Web são, portanto, conceitos distintos. A Web pode ser definida,
grosso modo, como a parte da internet acessada por meio de
navegadores, ou browsers. O impacto do uso da internet e da Web na
sociedade, nos indivíduos e nas organizações tornou-se objeto de pesquisa,
extrapolando o campo especializado da computação aplicada, e atingindo
áreas de estudos organizacionais e sociológicos. Por ser essencialmente
dinâmica e sem fronteiras, tanto do ponto de vista físico como virtual, é
importante que seja conhecida em detalhes, tanto para assegurar sua livre
transformação quanto para permitir sua disponibilidade, confiabilidade e
acessibilidade por todos. A Web 3.0 prevê que os conteúdos online estarão
organizados de forma semântica, muito mais personalizados para cada
usuário, sites e aplicações inteligentes e publicidade baseada nas pesquisas e
nos comportamentos. Esta nova Web também pode ser chamada de a "Web
Inteligente.

Figura 3 - Web Semântica


Credito Imagem: Tagxedo

As constantes mudanças nas formas de organização tradicional da


informação presentes em ambientes informacionais digitais são reflexos da
incorporação das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), como no
caso das bibliotecas e repositórios digitais, que armazenam, preservam,
disseminam e permitem o acesso a produção intelectual da comunidade
acadêmica, visando contribuir para o aumento da visibilidade e do valor da
instituição ao agregar recursos que possibilitam o processo de construção do
conhecimento, a partir da participação colaborativa aplicada em diferentes
ambientes. Com o presente estudo objetiva-se verificar a apropriação que
as bibliotecas e os repositórios digitais têm feito das tecnologias colaborativas
em ambientes de informação digital. A Web 2.0 segue uma filosofia com
princípios de leitura e escrita de natureza participativa, em que cada usuário
pode intervir diretamente na escolha e introdução de dados no âmbito de cada
site; é cooperativa, uma vez que compartilha idéias, preferências, informações
e conhecimento; é interativa, na medida em que, através de toda a gama de
recursos multimídia, é possível um diálogo simultâneo com os usuários; é
democrática, pois sob essa filosofia existe liberdade de expressão, de
pensamento, e, sobretudo, de trânsito de informações, independentemente
dos interesses de cada um; é também sociotécnica, pois, através de todas as
suas características, é possível um intercâmbio de culturas, religiões, etnias e
outros. No contexto da Biblioteca 2.0 a maior parte dos pesquisadores
concordaria que muito do que as bibliotecas aprovaram na primeira revolução
da Web são estáticos. Por exemplo, catálogos online de acesso
público (OPAC) exigem que os usuários busquem a informação. Embora
muitos estejam iniciando a incorporar técnicas da Web 2.0 relativas à pesquisa
de dados, eles não respondem com recomendações, tal como a Amazon, que
se apresenta com um maior dinamismo. Do mesmo modo, a primeira geração
de biblioteca online foi elaborada através de textos tutoriais estáticos e
que não respondiam às necessidades dos usuários, nem permitiam que
interagissem uns com os outros. As bibliotecas, porém, tem começado a evoluir
numa estrutura mais interativa, meios de comunicação social e rico em
tutoriais, programação e animação com o uso de banco de dados
mais sofisticados. A Web 2.0 nas bibliotecas pode ser uma ferramenta que
possibilite a gênese de uma base de conhecimento a partir da inteligência
coletiva, como também ferramenta para a gestão do conhecimento que facilite,
de maneira interativa, a descoberta dos mesmos. Passamos de uma biblioteca
para o usuário para uma biblioteca com o usuário. Em integrar e
complementar estes dois paradigmas, devemos também considerar, conhecer,
explorar e avaliar as novas ferramentas de comunicação, organização,
participação e construção coletiva do conhecimento que estão disponíveis na
Web. São aplicações , a nosso favor, na sua maioria intuitivas, gratuitas e que
respondem as novas necessidades de informação e participação da
comunidade. Deste modo, fica clara a transformação, ou seja, a nova
abordagem da relação entre informação e o conhecimento no contexto das
bibliotecas e dos repositórios, ao contrário dos ambientes tradicionais que só
permitia ao usuário uma única forma de se relacionar com o
conteúdo armazenado fisicamente. Hoje, não só o usuário participa, como
também adiciona conteúdos que ao serem compartilhados em outros recursos
colaborativos passam a receber comentários dos membros vinculados a sua
comunidade agregando valor à informação compartilhada, além de criar
vários caminhos para a localização do próprio recurso. Assim, temos
uma nova relação e interação na qual aumenta o nível sofisticado de atitudes
sociais eletrônicas (OCCC, 2014).
Library 3.0 refere-se a bibliotecas utilizando tecnologias como a web
semântica, a computação em nuvem, dispositivos móveis, e re-imaginando o
uso de tecnologias estabelecidas, tais como pesquisa federada (RFID), para
facilitar a disseminação do conteúdo gerado pelo usuário e a colaboração para
promover e fazer coleções de bibliotecas acessíveis. O resultado final da
Biblioteca 3.0 é a expansão da "biblioteca sem fronteiras", onde as coleções
podem ser feitas facilmente disponíveis aos usuários da biblioteca,
independentemente da sua localização física. Biblioteca 3.0 é um complemento
virtual para os espaços físicos da biblioteca (Belling, 2014)
Figura 4 - Acesso e Apropriação de Conhecimento na Biblioteca 3.0

Na Web 1.0 o usuário desempenha o papel de espectador, o conteúdo é


pouco interativo. A Web 2.0 o foco esta na construção coletiva do
conhecimento. A essência da Web 2.0 é permitir que os usuários não sejam
mais apenas espectadores, e sim que eles se tornem colaboradores. Na Web
3.0 programas serão capazes de interpretar preferências do usuário e guiar sua
navegação pela Web. Esta ligada a um conjunto de tecnologias com formas
mais eficientes para ajudar os computadores a organizar e analisar a
informação disponível na rede.
A Web 3.0 é uma das grandes propostas para o futuro da internet,
pois será ela que definitivamente organizará todas as informações que
estejam na internet, fará com que todos os aplicativos baseados na Web
sejam Open-Source e viabilizará uma grande interatividade em
diversas áreas da Web. Dentre as aplicações e dispositivos que farão a
evolução da internet, podemos destacar o uso do celular como elemento de
inclusão digital. Embora que a Web 3.0 demore ainda alguns anos para chegar
as organizações já começam a desenvolver aplicativos que irão compor este
futuro. O número de páginas da internet que são criadas diariamente
é desafiador e com isto a busca por informações fica cada dia mais difícil por
causa da quantidade de informação disponibilizada ao usuário de forma
desorganizada. A Web 3.0 virá com o objetivo de organizar estas informações
para que os usuários tenham mais facilidade na busca e acesso a informação.
A busca Semântica como é chamada os sistemas de busca da Web 3.0,
organizam informações por assuntos determinados, algo bem mais complexo
do que é usado atualmente pelo mundo inteiro. A rede mundial de
computadores ainda não consolidou a Web 2.0 e empresas já começam a
desenvolver a Web 3.0. As buscas Semânticas irão compor um modo mais
organizado de procurar informações na Internet, este tipo de busca irá dividir os
resultados em Categorias, se o usuário está procurando um determinado
assunto a busca Semântica da Web 3.0 dividirá os resultados em categorias
para que a busca de tal informação seja mais rápida e organizada do que as
atuais da Web 2.0.

Conclusão e Recomendações

Literacia Informacional tem constituído, nos últimos anos, novo campo


de pesquisa que interessa à educação, à ciência da informação e às ciências
cognitivas. O desafio esta em, num primeiro momento, aprender a utilização
básica dos recursos tecnológicos - literacia digital - e a seguir apropriar-se dos
mesmos para gerar novos conhecimentos - literacia informacional -. Entretanto
esta apresentação reducionista de ambas as formas de literacia gestadas no
contexto da sociedade em rede não dá conta de delinear as profundas rupturas
imersas nas mesmas. No contexto da literacia informacional os desafios são
múltiplos e multifacetados envolvendo pelo menos: a dificuldade das bibliotecas
universitárias com suas coleções caríssimas em concorrer com acervos
digitais, as bibliotecas virtuais, e os motores de busca oferecendo informações
de forma imediata e a custo zero; a desconstrução do conceito de autor
individual e a emergência dos coletivos digitais; a nova valoração das fontes de
informação bem como as novas competências que os bibliotecários precisam
desenvolver para atuar como gestores da informação em ambientes em rede.
Propor uma visão gerencial e estratégica associada à utilização da
Tecnologia da Informação na apropriação e geração de conhecimento no
contexto da WEB 3.0 é um desafio para nosso projeto de pesquisa no campo
da Ciência da Informação com objetivo de apresentar as tendências nesse área
que já estejam ou que venham a influenciar o contexto da infraestrutura
computacional da Biblioteca 3.0 de modo que, cada vez mais, a tecnologia
possa proporcionar a criação e obtenção de valor ao usuário da informação
com foco no estudo de modelos de busca, acesso, apropriação e uso da
informação na produção de conhecimento neste novo e desafiador cenário.
Como resultado deste estudo espera-se uma contribuição para o
entendimento dos recursos da tecnologia colaborativa utilizados em ambientes
informacionais digitais. Com base nos recursos identificados e coletados em
bibliotecas e repositórios digitais deseja-se observar como são aplicados os
recursos da tecnologia colaborativa no contexto da WEB 3.0. A inserção dessas
tecnologias apresenta-se como inovação que devem estar vinculadas à
tradição e a missão das bibliotecas e dos repositórios de informação. Avaliar a
flexibilidade das estruturas computacionais, sua atratividade e dinâmica na qual
o usuário torna-se agente na construção de seu ambiente, demandando
recursos de customização e personalização.
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