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A Pramanta

Por Renato Ferreira, C.:R.:C.:

Introdução

O presente trabalho é apresentado ao Ilustre Conselho Filosófico de Kadosh Príncipe do Libano


como requisito parcial para a minha admissão. Trata da Pramanta, item de decoração da loja
de Grau 18.

Origem etimológica da palavra e seu significado

Pramanta, vocábulo originário do sânscrito, com a grafia modernizada, pois se escrevia há


poucos anos atrás: "Pramantha"; há variações no vocábulo, podendo, dar-se-lhe o gênero
feminino ou masculino: a Pramanta, ou o Pramanta. Sua origem é dos vocábulos pra-math que
significa misturar violentamente. Encontramos muitas referências ao uso da Pramanta, nos
Livros Védicos.

Descrição concreta

Consiste em um bastão cilíndrico, de madeira dura, que é colocado dentro de um recipiente


(tigela, gral, bacia ou morteiro) encaixando-se num orifício. Friccionando-se o bastão, quer
manuseando-se o quer provocando-lhe rotação rápida por meio de um cordel que se enrola e
desenrola como os meninos fazem com os seus "peões", o atrito provocará fagulhas que irão
incendiar o material combustível colocando dentro da tigela; esse material é lenhoso, ou
musgo seco, ou qualquer outro material extraído da Natureza. A tigela tem denominação de
Arani.

Descrição simbólico-filosófica

Simboliza a criação do fogo, pois constitui um aparelho que por meio de fricção, produz calor e
conseqü entemente fogo, pelo incêndio dos elementos de combustão contidos em seu
recipiente. A Pramanta é de uso muito esporádico. Deveria fornecer o fogo para o
acendimento das Velas e Luzes durante a sessão ritualística do 18.º Grau. A Arani seria a
representação simbólica da fêmea, enquanto o bastão (pramanta) seria o macho. A produção
do fogo equivale ao ato sexual, um ato de geração. A Pramanta é colocada no centro da Cruz,
oculta sob uma rosa. O ato sexual sempre foi discreto e oculto. A geração do fogo, constitui
também um ato oculto e discreto, fora do alcance da vista profana.

Nos dicionários maçônicos a na literatura ocidental, não se encontra referencia alguma a


respeito da Pramanta, e mesmo, poucas pessoas possuem o conhecimentos adequado de sua
origem e dos motivos porque a Maçonaria a adotou. Nos rituais antigos, não se conhece o
vocábulo Pramanta. Ele foi introduzido há poucos anos e não sabemos das razões dessa
escolha. Mas, sentimos, após presenciar o ato litúrgico de seu uso, que realmente, se fazia
necessário um instrumento tão sofisticado e antigo, para valorizar a chama de fogo que ira
acender a Luzes necessárias para a cerimônia iniciática. Hoje, pouco valor se empresta a esses
gestos requintados e esotéricos eis que se torna muito mais pratico riscar um fósforo para a
obtenção de uma chama.

As cerimônias que se desenvolviam no Monte Olimpio, Grécia, por ocasião das Olimpíadas
eram comoventes, porque o fogo que acendia as tochas era obtido através de uma lente,
incidindo o Sol, num material de fácil combustão, a chama que era considerada vinda dos Céus
e era conservada durante todo o cerimonial que durava dias consecutivos.

No Brasil temos a Semana da Pátria com seu Fogo Simbólico que provem das Lâminas Votivas
das Catedrais e percorre através de atletas, correndo a pé, em maratona, todo Território
Nacional. A obtenção do fogo da Pramanta, resulta de um ato cerimonioso, profundamente
esotérico que assume aspectos divinos e que produz resultados benéficos.

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