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A Exegese da Alma: Pequena análise e


Texto Completo

Esse texto gnóstico cristão é maravilhoso pois é uma coisa bem rara:
ele explica de forma absolutamente clara o que é a doutrina gnóstica
básica e fundamental. Ele revela como um típico cristão gnóstico dos
séc I, II e III interpreta o Judaísmo, o Cristianismo e o Paganismo.
Além de citar o Velho Testamento e o Novo, cita a Odisseia de Homero,
texto básico do paganismo grego clássico. O fundamento do
gnosticismo está no Mito da Alma, sua queda e ascensão à sua origem.
O retorno da Alma ao Céu só é possível através de um maravilhoso
casamento entre a Alma com o Cristo, o Salvador, o Noivo.

Como sabemos, o Mito da Alma primeiramente tratado por Platão em


seus diálogos, por exemplo, o Fedro e o Fédon e ele utiliza de mitos e
alegorias, como o Mito de Er, para ensinar sua doutrina sobre a Alma
Humana.
--------------------

Para Ogrady (1994, p.30) gnosticismo em seu sentido mais abrangente


significa a
crença na salvação pelo conhecimento, isto é,
pela compreensão da natureza da realidade.
Para os gnósticos, era a compreensão da origem da alma, sua condição
no mundo e a saída desta condição. Segundo afirmavam, esse
conhecimento não era apenas intelectual, mas passava
pelo sentir. Antes de tudo é o conhecimento do ‘’Eu’’ de sua
verdadeira natureza e destino. Havia várias cosmogonias e
sistemas cósmicos para explicar esse destino, a alma aspirante
tinha de viajar para o alto, rumo ao seu objetivo.

Nesta perspectiva, este trabalho tem por objetivo refletir sobre a noção
de sexualidade
e redenção nos círculos gnósticos cristãos, a luz de um dos escritos
encontrados em Nag
Hammadi, intitulado ‘’A Exegese da Alma’’.

A escolha dessa fonte justifica-se pelo fato dela apresentar questões


importantes
referentes a essa temática, tais como a polaridade prostituição e
virgindade e o tema de
arrependimento e retorno da alma a sua verdadeira origem.

O Contexto De Compilação De ‘’A Exegese Da Alma’’

A Exegese da Alma é um conto escrito no século III, provavelmente


em Alexandria,
que narra o mito gnóstico da queda da alma no mundo material e de
sua degeneração, que
ocorre a partir de uma vida sexual promíscua, mas que ao final da
história, a alma volta a sua
morada e ao seu estado inicial de pureza.

Segundo Scopello (2007) a história da alma segue o mito valentiniano


de Sophia, aeõn
que deixou o pleroma em busca de novos horizontes. Segundo o mito,
Sophia, que significa
Desejo de Sabedoria, teve o desejo de criar algo por si só, sem o seu
cônjuge, e acabou
criando o demiurgo, que para os gnósticos era o criador do mundo
material.

A diferença é que no mito de Sophia, todo o cosmos é abalado por seu


erro, enquanto
que, em ‘’A Exegese da Alma’’ apresenta um drama mais
individualizado da alma, que é
representada por uma mulher, quando esta cai no mundo material. É
possível que o autor
tenha sido influenciado pelas idéias valentinianas ao escrever esse
conto, mas não é possível
dizer até que ponto vai essa influência.

Scopello (2007) destaca a originalidade da abordagem teatral do mito


em ‘’A Exegese
da Alma’’, não sendo este representado por complexos tratados
filosóficos, mas sim, num
estilo novelístico, capaz de chamar a atenção do leitor.

Talvez o autor sentiu a necessidade de explicar o mito gnóstico de uma


forma mais
inteligível, por isso, escreveu esse conto. É provável que, esse conto
seja o resultado de
reflexões pessoais do autor sobre os mitos valentinianos.
Possivelmente ‘’A Exegese da
Alma’’ seja a junção da tradição oral com a tradição escrita, esse texto
pode inicialmente ter
sido uma homilia de um mestre para seus seguidores, que a partir de
sua leitura do mito
valentiniano, juntamente com as suas leituras de escritos judaicos,
cartas paulinas, evangelhos
e textos pagãos, reuniu todas essas idéias na mensagem gnóstica de
redenção, e com o tempo,
essa mensagem que, inicialmente pode ter sido uma homilia, ganhou
forma escrita, e serviu
para o aprendizado de seus seguidores. Alguns trechos deixam nítida
essa impressão de que,
esse texto inicialmente poderia realmente ter sido uma espécie de
homilia.

Por isso é apropriado orar a Deus de noite e de dia, abrindo


nossas mãos a ele assim
como fazem as pessoas que navegam no meio do mar: eles
oram de coração aberto e
sem hipocrisia. Pois aqueles que oram hipocritamente enganam
a si mesmos
somente. Indubitavelmente, para que possa saber quem é
digno de salvação, Deus
examina as partes internas e procura no fundo do coração. (A
EXEGESE DA
ALMA).
2.0 A Exegese da Alma como Resultado do Sincretismo Religioso do
Século II

Não é certo dizer que o grupo que utilizava-se desse escrito, fosse um
grupo apenas
gnóstico, pois são nítidas as influências judaicas, quando o autor cita
trechos dos profetas
Jeremias, Hosea e Ezequiel e trechos dos Salmos. As influências cristãs
se fazem presentes em
trechos das cartas paulinas e dos evangelhos e a influência pagã
aparece em trechos da
Odisséia, mas todos essas idéias são resumidas numa leitura gnóstica
de redenção, como no
trecho abaixo em que aparecem a influência judaica e a influência
pagã.

Pois quando a alma abandona seu esposo perfeito por causa da


traição de Afrodite,
que existe no ato da criação, então ela sofrerá danos. Mas se
chora e se arrepende,

ela será restituída a sua casa.

Certamente Israel não teria sido visitada em primeiro lugar,


sendo trazida da terra do
Egito, fora da casa da servidão, se não tivesse suspirado a Deus
e chorado pela
opressão de suas obras. (A EXEGESE DA ALMA).

É possível que, o grupo que utilizava-se desse escrito, fosse a


dissensão de algum
outro grupo heterodoxo, ou seja, seria ‘’a heresia da heresia’’, por isso
a mensagem gnóstica
se faz tão presente nesse escrito. Levantamos a hipótese de que, esse
grupo gnóstico possa ter
sido a dissensão do grupo de Valentino, apesar da impossibilidade de
provar essa idéia.

Segundo Johnson:
Os Mediterrâneos oriental e central nos séculos I e II, fervilhavam com
uma infinita
multiplicidade de idéias religiosas, lutando para se propagar. Todo
movimento
religioso era instável e fissiparo; e esses cultos não apenas se dividiam,
mas também
voltavam a se unir sob novas formas. (JOHNSON, 2001, p.58).

Segundo Ogrady (1994) havia no movimento gnóstico uma tendência


ao sincretismo, a
sensação de instabilidade daquele contexto levava as pessoas a
procurar em todas as religiões
qualquer coisa que parecesse mais com suas próprias crenças.

A variedade de cultos e crenças era tão grande que, alguns estudiosos


insistem que o
termo gnosticismo nem seja mais usado, ele seria um termo
abrangente demais que não daria
conta de cobrir toda a diversidade religiosa dos primeiros séculos do
cristianismo.
(EHRMAN, 2006).

Julgamos que, o grupo que utilizava-se de ‘’A Exegese da Alma’’ possa


ter sido um
desses sub-cultos gnósticos que, se sincretizaram com outros cultos e
assim surgiu um novo
movimento religioso. Talvez seja exagero dizer que, não se possa
chamar de gnosticismo os
diversos grupos religiosos do século. Por exemplo, ‘’A Exegese da
Alma’’ talvez não seja um
escrito apenas gnóstico, mas possui alguns traços importantes do
gnosticismo, principalmente
no que concerne a idéia de redenção da alma.

Segundo Brown (1988) os pequenos círculos de estudos foram à fonte


de energia da
cultura cristã dos séculos I e II. A extraordinária efervescência
intelectual desse período é
impensável sem eles. Pressupomos que, o grupo que utilizava-se desse
escrito fosse mais um
desses pequenos grupos que buscavam amalgamar diversas tradições,
em busca de respostas
sobre a origem e destino final do homem.

3.0 A Queda Da Alma

Um ponto a ser destacado é que, os pensadores do século II,


invariavelmente
encaravam a pessoa humana como um microcosmo do universo
(BROWN, 1988). Talvez por
isso, o autor optou por apresentar a doutrina gnóstica da redenção de
uma forma mais
individual do que universal. O autor optou não por relatar a queda de
Sophia, mas sim, a
queda da alma, pois assim ele poderia tornar a mensagem mais clara
para um publico, que
apesar de provavelmente não ser muito grande era bem diversificado
e assim fazer cada
membro voltar-se para si, e refletir sobre o drama individual de suas
próprias almas.

O autor de ‘’A Exegese da Alma’’ inicialmente apresenta a alma em seu


estado inicial,
mas logo demonstra as conseqüências quando esta cai no mundo.

Sábios antigos deram a alma um nome feminino.


Indubitavelmente, ela também é
feminina em sua natureza. Ela inclusive tem ventre. Enquanto
estava sozinha com o

pai, ela era virgem e andrógina. Mas quando ela caiu dentro de
um corpo e veio a

esta vida, foi então que caiu nas mãos de muitos bandidos. E as
criaturas cruéis
passaram-na de um a outro e [...] dela. Alguns a tomaram a
força, enquanto outros
lhe fizeram seduzindo-a com prendas. Em resumo, eles a
corromperam, e ela […
sua] virgindade. (A EXEGESE DA ALMA).

Podemos notar que, a alma saiu de seu estado virginal de pureza, para
um estado de
corrupção e corrompimento. Vários grupos gnósticos acreditavam que
o desejo sexual era
uma estratégia do demiurgo para prender as almas nos corpos, sendo
assim, elas não poderiam
voltar a sua verdadeira morada, que era o mundo espiritual.

O desejo sexual também seria uma forma de alienação sobre a


verdadeira origem da
alma, pois a partir do momento em que, a alma se entregava a esses
pensamentos, ela se
esqueceria a sua verdadeira origem e passaria a não se esforçar na
busca de sua redenção. Para
os gnósticos, o ato sexual servia apenas para espalhar mais centelhas
divinas pelo mundo, ou
seja, quem se entregava ao sexo, estaria servindo ao demiurgo. O sexo
deveria ser evitado,
principalmente para os membros que tivessem um comprometimento
espiritual maior, como
os lideres desses grupos, por exemplo.

A personagem de ‘’A Exegese da Alma’’, ao cair num corpo, foi


seduzida, muitas
vezes até violentada e assim perdeu sua virgindade, e cada vez que
ela se entregava aos
prazeres carnais, mais alienada ficava de sua origem e mais afastada
ela ficava do Pai.

E em seu corpo ela se prostituiu e se ofereceu a todos sem


exceção, considerando
cada um que abraçava como seu esposo. Quando ela já tinha se
oferecido aos

adúlteros e corruptos e infiéis, para que eles pudessem se


abusar dela, foi quando ela

suspirou profundamente e se arrependeu. (A EXEGESE DA


ALMA).

Até esse momento, a alma, personagem do conto, ainda parece ter


consciência de seus
atos, de sua prostituição, mas não parece ter forças suficientes para
se arrepender e voltar ao
Pai, ela ainda não conseguiu controlar seus desejos carnais.

Mesmo quando afasta o rosto daqueles adúlteros, ela corre de


encontro a outros que
a convencem a viver com eles prestando-lhes serviços em suas
camas, como se eles

fossem os mestres dela. Envergonhada, ela nem ousa mais os


deixar, contanto que

eles a enganem por um bom tempo, fingindo ser fieis, esposos


verdadeiros, como se
a respeitassem muito. E depois de tudo isso, eles a abandonam
e se vão.
A Exegese da Alma.

4.0 O Retorno Da Alma A Sua Morada


A heroína da história parece ter chegado ao fundo do poço, a partir daí
começa a
reviravolta em seu destino, quando ela arrependida de sua
prostituição, clama ao Pai pedindo
que Ele a ajudasse.’’Salvai-me, Pai, pois vê que presto contas [ a ti,
pois abandonei] meu lar e
fugi do meu quarto de solteira’’. A alma além de pedir perdão por sua
prostituição, pede
perdão por ter saído do seu quarto de solteira, o que o conto ‘’A
Exegese da Alma’’ do mito
valentiniano de Sophia, que se arrependera, e voltara para Deus,
submetendo-se ao abraço de
seu Salvador. (BROWN, 1988).

A heroína de ‘’A Exegese da Alma’’, após se arrepender de seus erros


e clamar ao Pai,
também retorna a sua verdadeira morada.

Do céu o Pai lhe enviou o seu homem, que é o irmão dela, o


primogênito. Então o
noivo desceu até a noiva. Ela abandonou sua ultima prostituição
e se purificou das

poluições dos adúlteros, e se sentiu como uma noiva. (A


EXEGESE DA ALMA).

É muito significativa essa metáfora do matrimônio, pois segundo


Pagels (1979) os
gnósticos sugeriam que a natureza divina poderia ser entendida como
uma díade: uma parte o
Inefável, o Profundo, o Pai Primordial; e a Graça, o Silêncio, o Útero e
‘’Mãe do Todo’’.

Ogrady (1994) também aborda essa questão da díade, os aeões, que


eram divindades
do Pleroma, existiam em pares, masculinos e femininos, princípios
ativos e passivos.

Pois foram originalmente unidos um ao outro quando estavam


com o Pai, antes que
a mulher desviasse o caminho do homem, que é o seu irmão
(dela). Esse matrimônio

os colocou juntos novamente e a alma foi unida ao seu


verdadeiro amor dela, seu
verdadeiro mestre, como esta escrito […]. Pois o mestre da
mulher é o esposo dela.
(A EXEGESE DA ALMA).

5.0 Redenção: Superação da Polaridade Macho/Fêmea


Não devemos nos iludir em relação à polaridade macho/fêmea e ao
destaque dado as
figuras femininas nos mitos gnósticos. No processo de redenção,
pregado pelos gnósticos,
principalmente pelos valentinianos, implicava numa superação da
polaridade macho/fêmea,
na qual o masculino absorveria o feminino. (BROWN, 1988).

Segundo Brown (1988), Valentino adaptou as imagens conjugais


correntes em sua
época, ou seja, a hierarquia e o controle dentro do casamento ideal.
Por exemplo, Plutarco
exortava os maridos a exercerem uma vigilância incessante na
formação da mente e das ações
das mulheres:

Afirma-se que nenhuma mulher jamais produziu um filho sem a


concepção de um
homem, e no entanto, existem produtos uterinos carnais disformes...
que se
desenvolvem e adquirem firmeza e solidez ... É preciso tomar grande
cuidado para
que esse tipo de coisa não ocorra na mente das mulheres. Pois, quando
não recebem
a semente das boas doutrinas e compartilham com seus maridos o
avanço
intelectual, elas concebem, entregues a si, muitas idéias impróprias e
estratagemas e
emoções vis. (PLUTARCO, apud: BROWN, 1988, p. 101).

Por volta do ano 100 d.C, Plutarco escreveu para o casal grego, Poliano
e Eurídice
seus ‘’Preceitos conjugais’’ com o objetivo de solucionar os problemas
da hierarquia e da
união entre homem e mulher através do expediente de transformar o
marido em mentor
filosófico de sua noiva. (BROWN, 1988).

Para Valentino, assim como para Plutarco, a mulher representava tudo


o que era
vago, sem objetivo, desprovido de forma e direção. Representava tudo
o que
precisava ser formado, assujeitando-se aos contornos firmes e claros
do homem. No
próprio ato de concepção, era o sêmen masculino que conferia forma
e solidez a
emissão lábil e desestruturada da mulher. (BROWN, 1988, p. 101).

Essa metáfora do casamento ideal e do elemento feminino, como um


elemento
submisso ao masculino, aparece no mito de Sophia, quando ela quis
gerar algo por si só; sem
o seu cônjuge, e acabou por gerar o demiurgo. Ela só foi redimida
depois de arrepender-se e
voltar-se a Deus.

No caso da heroína de nossa história, apesar dela ser a personagem


principal do conto,
ela também só foi redimida após pedir perdão ao Pai, que convencido
de seu arrependimento,
lhe enviou o seu esposo que seria o mestre dela.

No conto, também aparece que, a alma, sem o seu esposo, gerou


‘’frutos deixados pelos adúlteros’’, ‘’são fracos de espírito’’, o que
demonstra uma apresentação próxima da de Valentino de que, as
mulheres representam ‘’tudo
o que era vago, desprovido de forma e direção’’.
6.0 Redenção e Renúncia Sexual
Mas qual seria a relação entre a idéia de redenção apresentada pelos
gnósticos com a
questão da sexualidade?

Como já vimos, o ‘’eu’’ era visto como um cosmos em miniatura, no


caso dos
gnósticos, um cosmos decaído. Segundo Brown (1988) o homem era
um microcosmo num
sentido realmente pavoroso: corpo e alma compartilhavam das
qualidades de um universo
mantido pelas energias frenéticas de poderes decaídos.

Manter relações sexuais era abrir o corpo humano a tempestade de


fogo que devastava todo o universo. O desejo sexual foi nitidamente
destacado como uma característica permanente do ser humano não
redimido: representava a energia impetuosa de um universo que se
opunha a serena tranqüilidade do reino do espírito inabalável.
(BROWN, 1988, p.105).
O desejo sexual era visto como a característica do homem não
redimido, enquanto
que, a renúncia ao desejo sexual era vista como um sinal externo de
uma mudança mais
profunda do fiel.

Pois desde que aquele matrimônio não é como o matrimônio


carnal, aqueles que forem ter relações sexuais um com o outro,
serão satisfeitos com aquela relação sexual. E como sendo uma
obrigação, deixarão para trás o aborrecimento do desejo físico
e [virarão suas faces] um do outro. (A EXEGESE DA ALMA).

Como não temos nenhuma informação sobre o grupo que se utilizava


de ‘’A Exegese
da Alma’’, não temos como saber sobre as suas concepções sobre o
sexo, mas o que nos
chama a atenção é a liberdade poética do autor ao descrever o amor
da alma por seu noivo,
como se fosse uma relação sexual carnal, apesar dele provavelmente
estar falar em termos
metafóricos. Não sabemos se esse grupo, que usava esse conto, era
mais radical do que os
valentinianos com relação às condutas sexuais ou tinham as suas
concepções mais abrandadas
em relação ao sexo.

A Exegese da Alma apresenta a polaridade virgindade-prostituição e a


busca de uma
pureza original, através do arrependimento e do retorno ao Pai. Mas
ao que parece, o autor

não estava falando apenas da prostituição do corpo:

Pois nossa luta não é contra a carne e o sangue – como ele disse
(Ep, 6:12) mas contra os soberanos do mundo desta escuridão
e os espíritos da imperfeição. (A EXEGESE DA ALMA).

Supondo uma influencia valentiniana desse texto, Valentino acreditava


que a alma
humana era povoada por uma multidão de espíritos desregrados de
‘’pneumata’’. Estes eram
criaturas incompletas e carentes, que usavam a pessoa para buscar
sua própria satisfação, a
maneira de um estado permanente e semi consciente de possessão,
essas criaturas buscavam
cada vez mais ligar a alma ao corpo. (BROWN, 1988).
Como em todos os movimentos radicais, nem todos os fiéis tinham o
mesmo
comprometimento espiritual, principalmente no que concerne à
questão da renúncia sexual.
Os valentinianos, por exemplo, aceitavam o fato de muitos fieis ainda
viverem aprisionados na vida inferior da alma: eles eram chamados de
psychkoi, distinguindo-se dos pneumatikoi,
pessoas já regidas por seu espírito imponente. (BROWN, 1988).

Os valentinianos aceitavam os membros casados, pois eles


proporcionavam a
continuidade física necessária para que a raça humana oferecesse a
Cristo a colheita completa
de sua ‘’semente’’ espiritual, sob a forma de muitas gerações de fiéis
que congregariam ao
devido momento, no lugar da Plenitude. Como já foi visto, a renúncia
sexual era apenas um
sinal externo da transformação espiritual do ser, por isso os membros
casados eram tolerados
nos círculos gnósticos, para que estes pudessem se desenvolver
espiritualmente dentro da
comunidade. (BROWN, 1988).

Os círculos de estudos valentinianos destacavam-se por suas reuniões


intimas, em que
homens e mulheres podiam misturar-se aos pés de um sábio, a
maneira antiga e autoritária do
circulo estudantil de filósofos. (BROWN, 1988).

Essas reuniões chamavam a atenção dos lideres da Igreja, o que


motivava, por
exemplo, declarações como aquela apresentada no inicio deste
trabalho. No caso particular de
Irineu, ele observava com desalento, membros de sua congregação,
homens e mulheres, se
reunindo com mestres gnósticos sem a sua autorização, isso parecia
ter sido muito comum
nesse período, esse trânsito de fieis entre a igreja e os cultos gnósticos.
(PAGELS, 1979).

As acusações de imoralidade sexual feitas com que todos os mestres


gnósticos deixam
claro que esse não foi um assunto insignificante na igreja cristã do
século II. (BROWN,
1988).

Mas o que os lideres da Igreja não pareciam entender, era que, o que
possibilitava a
reunião de homens e mulheres nos círculos gnósticos, era a afirmação
da redenção e
superação do desejo sexual, por isso a possibilidade das mulheres
serem aceitas como iguais
nesses círculos de intelectualidade cristã. Também destacar que, tal
como na relação de Jesus
com Maria Madalena, esses círculos buscavam a absorção da mulher,
possivelmente elas
sempre eram iniciadas por homens nesses círculos, para depois
assumirem posições mais
importantes. Não possuímos informações de círculos gnósticos
iniciados por mulheres, apenas
por homens, Valentino, Marcos, Montano, Marcião, entre outros.

Mas não devemos levar muito a risca essa idéia. O grupo que se
utilizava de ‘’A
Exegese da Alma’’, parece ser de uma especificidade muito grande,
apesar das influências
gnósticas nesse escrito, o autor sempre fala da prostituição da alma
nesse conto, e sempre em
termos espirituais, o autor não critica o matrimônio, o que abriria a
possibilidade de membros
casados participarem desse circulo, mas esse conto também destaca a
idéia de uma espécie de
matrimonio espiritual acima do matrimônio carnal, o que poderia ser
interpretado como a
iniciação e o batismo de membros, após um período de ensinamentos.

7.0 Considerações Finais


Entender as diferentes noções dos cristãos do século II sobre
sexualidade passa
necessariamente pelo entendimento da idéia de redenção, ou seja, de
uma profunda mudança
no individuo, da qual, a renúncia sexual era apenas a parte externa
desse processo, que
atingiria o individuo como um todo.

Essa questão era tão importante, que não foi deixada de lado pelos
lideres da igreja,
que acusavam os grupos gnósticos de praticarem em suas reuniões,
imoralidades sexuais, pelo
fato destes aceitarem mulheres em suas reuniões, mas o que os lideres
da igreja pareciam não
ter entendido, é que, para os gnósticos, as mulheres só poderiam ser
aceitas após a superação
do desejo sexual, que era um dos sinais da redenção da alma, assim
os gnósticos não
precisavam temer as mulheres como alguém que os tentaria.
Essa idéia de redenção foi tão importante, pelo fato de possibilitar a
participação das
mulheres nos círculos gnósticos cristãos, mesmo que, ao mesmo
tempo as tenham colocado em uma situação de inferioridade, mas uma
inferioridade em teoria, por que ao que parece, na
prática, as mulheres eram muito ativas nesses círculos gnósticos de
pensamento.

Referências Bibliográficas:

BROWN, Peter. Corpo e Sociedade. O Homem, a mulher e a renúncia


sexual no inicio do

cristianismo. Rio de Janeiro, Zahar, 1988.

EHRMAN D. Bart. O cristianismo de ponta cabeça: a visão alternativa


do Evangelho de
Judas. In: O Evangelho de Judas: do Códice Tchacos/ editado por
Rodolphe Kasser, Marwin
Mayer e Gregor Wust, com a colaboração de Francis Guaudard,
tradução Ana Ban. São
Paulo: Prestígio, 2006.

JOHNSON, Paul. História do Cristianismo. São Paulo: Imago, 2001.

O´GRADY, Joan. Heresias. São Paulo: Mercuryo, 1994.

PAGELS, Elaine. Os Evangelhos Gnósticos. São Paulo: Cultrix, 1979.

SIQUEIRA, Silvia Márcia Alves. A efervescência discursiva sobre as


mulheres nos
movimentos marginais do cristianismo primitivo e a resposta da
patrística. In: FUNARI;
Pedro Paulo A; FEITOSA, Lourdes Conde; SILVA; Glaydson da. Amor,
desejo e poder na
Antiguidade. Campinas, UNICAMP, 2003.

Fontes:

LIÃO, Irineu de. Contra as Heresias. São Paulo: Paulus, 2005

SCOPELLO, Madalena. A Exegese da Alma (II,6). In: ROBINSON,


James. A Biblioteca de
Nag Hammadi. A tradução completa das Escrituras Gnósticas. São
Paulo: Madras, 2007.
http://www.cih.uem.br/anais/2011/trabalhos/140.pdf

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A EXEGESE SOBRE A ALMA


Sábios de idade deram à alma um nome feminino. Na
verdade, ela é feminina em sua natureza também. Ela tem
até seu ventre.

Enquanto ela estava sozinha com o pai, ela era virgem e


andrógino do formulário. Mas quando ela caiu em um corpo
e veio a esta vida, então ela caiu nas mãos de assaltantes
muitos. E as criaturas devassa lhe passou de um para outro
e [...] ela. Alguns fizeram uso de sua pela força, enquanto
outros o fizeram por seduzi-la com um presente. Em suma,
se contaminaram, e ela [...] a sua virgindade.

E em seu corpo, ela se prostituía e entregou-se a um e de


todos, considerando cada um que estava prestes a abraçar
para ser seu marido. Quando ela tinha se entregado a
devassa, adúlteros infiéis, para que eles possam fazer uso
dela, então ela suspirou profundamente e se arrependeu.
Mas mesmo quando ela vira o rosto daqueles adúlteros, ela
corre para os outros e eles obrigá-la a viver com eles e
prestar serviço a eles sobre a sua cama, como se fossem
seus mestres. Por vergonha já não se atreve a deixá-los,
enquanto eles enganá-la por um longo tempo, fingindo ser
fiéis, maridos verdadeiros, como se muito respeitado ela. E
depois de tudo isso, eles abandoná-la e ir embora.

Ela torna-se então uma pobre viúva desolada, sem ajuda,


nem mesmo uma medida de alimentos foi deixado a partir
do momento de sua aflição. Para deles ganhou nada, exceto
as impurezas que lhe deu, enquanto eles tiveram relações
sexuais com ela. E sua prole pelos adúlteros são mudos,
cegos e doentes. Eles são débeis mentais.

Mas, quando o pai, que está acima de visita e olha para ela
e vê-la suspirar - com seus sofrimentos e desgraças - e
arrependendo-se da prostituição em que ela envolvidos, e
quando ela começa a chamar o seu nome para que ele possa
ajudá-la [...] todo o seu coração, dizendo: "Salva-me, meu
pai, pois eis que eu vou dar conta de ti, pois eu abandonei
minha casa e fugiu da minha donzela trimestres` s.
Restaurar-me a ti mesmo de novo. " Quando ele vê-la neste
estado, então ele vai contar digna de sua misericórdia sobre
ela, para muitas são as aflições que vêm sobre ela porque
ela abandonou sua casa.

Agora sobre a prostituição na alma, o Espírito Santo profetiza


em muitos lugares. Para ele disse no profeta Jeremias (3:1-
4),

Se o marido se divorcia de sua mulher, e ela vai e leva um


outro homem, ela pode voltar a ele depois disso? Não tem
essa mulher totalmente contaminado a si mesma? "E você
prostituem-se para muitos pastores e você voltou para
mim!" disse o senhor. "Tome um olhar honesto e ver onde
você se prostituiu. Você não estava sentado nas ruas
contaminando a terra com seus atos de prostituição e seus
vícios? E você levou muitos pastores para uma pedra de
tropeço para si mesmo. Você se tornou sem vergonha com
todos. Você não me chame como parente ou como pai ou o
autor de sua virgindade ".

Também está escrito no profeta Oséias (2:2-7),

Venha, ir a juízo com a sua mãe, pois ela não é para ser uma
esposa para mim nem eu um marido para ela. Vou tirá-la da
prostituição da minha presença, e eu vou tirá-la de adultério
entre seus seios. Vou fazê-la nua como no dia em que
nasceu, e eu farão devastada como uma terra sem água, e
eu vou fazê-la sem filhos com saudade. Vou mostrar seus
filhos sem piedade, pois eles são filhos de prostituição, já
que sua mãe se prostituía e colocar os seus filhos a
vergonha. Para ela disse, "Eu vou me prostituir aos meus
amantes. Foram eles que me deram o meu pão ea minha
água e minhas roupas e minhas roupas e meu vinho e minha
petróleo e tudo o que eu precisava." Portanto, eis que eu
calá-los, para que ela não será capaz de correr atrás de seus
adúlteros. E quando ela busca-los e não encontrá-los, ela vai
dizer: 'Vou voltar para o meu ex-marido, naqueles dias eu
estava melhor do que agora. "

Mais uma vez, ele disse em Ezequiel (16:23-26),

E sucedeu que depois de depravação muito, disse o senhor,


você montou um bordel e fez-se um lugar bonito nas ruas. E
você montou bordéis em cada pista, e você perdeu a sua
beleza, e você afaste as pernas em cada beco, e você
multiplicou seus atos de prostituição. Você prostituiu-se aos
filhos do Egito, aqueles que são seus vizinhos, os grandes
homens de carne.

Mas o que é que "os filhos do Egito, os grandes homens de


carne" Quer dizer, se não o domínio da carne e do reino
perceptível e os assuntos da terra, pela qual a alma se tornou
contaminado aqui, recebendo o pão deles, bem como vinho,
óleo, roupas e outras bobagens do exterior em torno do
corpo - as coisas que ela pensa que ela precisa.

Mas, quanto a esta prostituição, os apóstolos do Salvador


ordenou (Atos 15:20, 29; 21:25, 1 Tessalonicenses 4:3; 1
Co 6:18, 2 Co 7:1): "Guardai-vos contra ela, purificai-vos
com isso ", falando não apenas da prostituição do corpo, mas
principalmente a da alma. Por esta razão os apóstolos
escrever para as igrejas de Deus, que a prostituição tal, não
pode ocorrer entre nós.

No entanto, a maior luta tem a ver com a prostituição da


alma. A partir dela surge a prostituição do corpo também.
Portanto, Paulo, escrevendo aos Coríntios (1 Coríntios 5:9-
10), disse: "Eu lhe escrevi na carta," não se associam com
prostitutas, "não em tudo (significado) as prostitutas deste
mundo ou os avarentos, ou o ladrões ou os idólatras, desde
então, você teria que ir para fora do mundo. " - Aqui está
falando espiritualmente - "Porque a nossa luta não é contra
carne e sangue - como ele disse (Ep 6:12) - mas contra os
dominadores deste mundo de trevas e os espíritos do mal."

Enquanto a alma continua a correr por todo o lado copulando


com quem ela conhece e contaminando-se, ela existe
sofrimento seus desertos justos. Mas quando ela percebe o
estreito ela está em e chora antes do pai e se arrepende, em
seguida, o pai terá piedade dela e ele vai fazer a sua vez
ventre do domínio externo e ligá-lo novamente para dentro,
de modo que a alma vai recuperar sua caráter próprio. Por
que não é assim com uma mulher. Para o útero do corpo está
dentro do corpo, como os outros órgãos internos, mas o
ventre da alma é do lado de fora, como a genitália masculina
que é externo.

Assim, quando o ventre da alma, por vontade do pai, volta-


se para dentro, ele é batizado e é imediatamente limpo da
poluição externa que foi pressionado sobre ele, assim como
roupas, quando sujos, são colocados na água e virou sobre
até que sua sujeira é removida e tornam-se limpo. E assim
a limpeza da alma, é recuperar a novidade de sua natureza
anterior e se entregar de volta. Esse é o seu batismo.

Em seguida, ela vai começar a assolar a si mesma como uma


mulher em trabalho de parto, que se contorce e se enfurece
na hora do parto. Mas desde que ela é do sexo feminino, por
si mesma, ela é incapaz de gerar uma criança. Do céu, o pai
mandou seu homem, que é seu irmão, o primogênito. Em
seguida, o noivo chegou até a noiva. Ela desistiu de sua ex-
prostituição e limpou-se das contaminações dos adúlteros, e
ela foi renovada de forma a ser uma noiva. Ela limpou-se na
câmara nupcial, ela encheu de perfume, ela sentou-se nela
à espera do noivo verdade. Não tem mais ela correu sobre o
mercado local, copulando com quem ela deseja, mas ela
continuou a esperar por ele - (dizendo) "Quando ele vai vir?"
- E para temê-lo, pois não sabia como ele era: já não se
lembra, desde o tempo que ela caiu da casa de seu pai. Mas,
pela vontade do pai <...> E ela sonhava com ele como uma
mulher apaixonada por um homem.

Mas, então, o noivo, de acordo com a vontade do pai, veio a


ela na câmara nupcial, que estava preparado. E ele decorou
a câmara nupcial.

Pois desde que o casamento não é como o casamento carnal,


aqueles que estão a ter relações sexuais com um outro ficará
satisfeito com que a relação sexual. E como se fosse um
fardo, eles deixam atrás de si o incómodo de desejo físico e
voltam seus rostos um do outro. Mas este casamento [...].
Mas uma vez que eles se unem com o outro, eles se tornam
uma única vida. Portanto, o profeta disse (Gn 2:24) sobre o
primeiro homem ea primeira mulher, "Eles vão se tornar uma
só carne." Para eles foram originalmente juntas uma a outra
quando estavam com o pai antes que a mulher desviado o
homem, que é seu irmão. Este casamento trouxe-los juntos
novamente ea alma foi feita para seu verdadeiro amor, o seu
verdadeiro mestre, como está escrito (cf. Gn 3,16; 1 Co 11,
1, Ep 5:23), "Para o mestre da mulher é o seu marido. "

Depois, gradualmente, ela o reconheceu, e ela se alegrou,


mais uma vez, chorando diante dele enquanto ela se
lembrava da desgraça de sua viuvez anterior. E ela se
adornou ainda mais para que ele possa ser o prazer de ficar
com ela.

E o profeta disse nos Salmos (Sl 45:10-11): "Ouve, minha


filha, e ver e inclina o teu ouvido e esquecer o seu povo e da
casa de teu pai, para o rei desejado a sua beleza, pois ele é
o seu senhor . "

Para ele exige que ela virar o rosto de seu povo e à


multiplicidade de seus adúlteros, no meio do qual ela era
uma vez, para se dedicar apenas ao seu rei, seu senhor real,
e esquecer a casa do pai terreno, com quem as coisas foi mal
para ela, mas para lembrar seu pai, que está nos céus. Assim
também foi dito (Gn 12:1) a Abraão: "Sai da tua terra e sua
parentela e de seu pai` s house "

Assim, quando a alma tinha adornado se novamente em sua


beleza [...] gostava de seu amado, e ele também a amava.
E quando ela teve relações sexuais com ele, ela tem com ele
a semente que é o espírito que dá vida, para que, por ele,
ela tem bons filhos e levantar-los. Porque esta é a grande
maravilha perfeita de nascimento. E assim este casamento
se aperfeiçoa pela vontade do pai.
Agora é justo que a alma regenera-se e tornar-se novamente
como ela era antigamente. A alma, então, move-se por sua
própria vontade. E ela recebeu a natureza divina do pai para
seu rejuvenescimento, de modo que ela possa ser restaurado
para o local onde originalmente ela tinha sido. Esta é a
ressurreição que é dos mortos. Este é o resgate do cativeiro.
Esta é a viagem para cima de ascensão ao céu. Este é o
caminho de subida para o pai. Portanto, o profeta disse (Sl
103:1-5):

"Louvado seja o Senhor, ó minha alma, e, tudo o que está


dentro de mim, (louvor) O seu nome santo. Minha alma,
louvado seja Deus, que perdoou todos os seus pecados, que
curava todas as suas doenças, que resgatou a sua vida da
morte, que coroado você com misericórdia, que satisfaz seu
desejo de coisas boas. Sua juventude será renovada como
uma águia. "

Então, quando ela se torna jovem novamente, ela vai subir,


elogiando o pai e seu irmão, por quem ela foi resgatada.
Assim, é por ter nascido de novo que a alma será salva. E
isto não é devido a frases repetitivas ou com competências
profissionais ou livro de aprendizagem. Pelo contrário, é a
graça do [...], é o dom do [...]. Para tal, é essa coisa
celestial. Portanto, o salvador grita (Jo 6:44), "Ninguém
pode vir a mim se o Pai chama-lo e leva-o para mim, e eu
mesmo o ressuscitarei no último dia."

É, portanto, adequado para orar ao Pai e ao chamá-lo com


toda a nossa alma - não externamente com os lábios, mas
com o espírito, que é interior, que veio do profundidade -
suspirando, arrependendo-se para a vida que viveu;
confessar os nossos pecados, percebendo o engano vazio em
que estávamos, e do zelo vazio; chorando sobre como
estávamos nas trevas e na onda; luto por nós mesmos, para
que pudesse ter pena de nós, odiando-nos para saber como
estamos agora.

Mais uma vez o salvador disse (cf Mt 5:4, Lc 6:12): "Bem-


aventurados os que choram, porque eles é que vão ser
lamentada; abençoados, aqueles que estão com fome, pois
são eles que irão ser preenchido."

Mais uma vez ele disse (cf. Lc 14:26), "Se um não odeia a
sua alma ele não pode me seguir." Para o início da salvação
é o arrependimento. Portanto, (cf. Atos 13:24), "Antes que
a aparência de Cristo` s veio João, pregando o batismo de
arrependimento. "

E o arrependimento ocorre em aflição e dor. Mas o pai é bom


e ama a humanidade, e ele ouve a alma que clama a ele e
envia-lo a luz da salvação. Portanto, ele disse através do
espírito ao profeta (cf. Cl 1 8:3), "Dize aos filhos do meu
povo: 'Se vossos pecados estender da terra para o céu, e se
eles se tornam vermelhos como escarlate e mais negros do
que saco, e se você voltar para mim com toda a sua alma e
dizer para mim 'meu Pai!', eu vou atender você, como um
povo santo ".

Novamente outro lugar (Is 30:15), "Assim diz o Senhor, o


Santo de Israel:" Se você voltar e suspiro, então você será
salvo e vai saber onde você estava quando você confiou no
que é vazio ".

Mais uma vez ele disse em outro lugar (Is 30:19-20),


"Jerusalém chorava muito, dizendo:" Tende piedade de mim
". Ele vai ter pena de o som do seu choro. E quando ele viu,
ele atendeu você. Então o senhor vai lhe dar o pão de
angústia e água de opressão. Partir de agora, aqueles que
enganam não se aproximar de você novamente. Seus olhos
vão ver aqueles que estão enganando você. "

Por isso, é apropriado para orar a Deus noite e dia,


espalhando as nossas mãos para ele como é que as pessoas
navegando no meio do mar: eles orar a Deus com todo o
coração, sem hipocrisia. Para aqueles que oram
hipocritamente enganar apenas a si mesmos. Na verdade, é
para que ele possa saber quem é digno de salvação que Deus
examina as partes internas e buscas no fundo do coração.
Porque ninguém é digno de salvação que ainda ama o lugar
do engano.
Portanto, está escrito no poeta (Homero, Odisseia 1,48-
1,59), "Ulisses sentou-se na ilha de luto e chorando e virando
o rosto das palavras do Calypso e de seus truques, o desejo
de ver a sua aldeia e fumaça surgindo a partir dele . E se ele
não tivesse recebido ajuda do céu, ele não teria sido capaz
de voltar para a sua aldeia. "

Novamente Helen <...> dizendo ( Odyssey 4,260-261), "Meu


coração virou-se de mim. Ele é a minha casa que eu quero
voltar."

Para ela suspirou, dizendo ( Odyssey 4,261-4,264), "É


Afrodite que me enganou e me tirou da minha aldeia. Minha
filha só deixei atrás de mim, e meu bom, compreensão
marido, bonito."

Para quando a alma abandona o marido perfeito por causa


da traição de Afrodite, que existe aqui no ato de procriação,
então ela vai sofrer danos. Mas se ela suspira e se arrepende,
ela será restaurada para a casa dela.

Certamente Israel não teria sido visitado, em primeiro lugar,


para ser trazido para fora da terra do Egito, da casa da
servidão, se não tivesse a Deus suspirou e chorou para a
opressão de seus trabalhos.

Também está escrito nos Salmos (6:6-9): "Eu estava muito


perturbado no meu gemido. Vou tomar banho minha cama e
minha capa cada noite com as minhas lágrimas. Que me
tornei velho no meio de todos os meus inimigos. Apartai-vos
de mim, todos os que trabalham na ilegalidade, porque eis
que o senhor ouviu o clamor do meu pranto E o Senhor ouviu
a minha oração ".

Se nos arrependermos, verdadeiramente Deus vai nos


atender, ele que é muito sofrimento e abundantemente
misericordioso, a quem é a glória para sempre e sempre.
Amém!

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