Resumo
O presente artigo foi realizado no âmbito de uma pesquisa empírica. O tema escolhido para
este trabalho denomina-se: “O lúdico como possibilidade para a aprendizagem de crianças
diagnosticadas com Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade”. O trabalho apresentou
os problemas de aprendizagem diante das dificuldades mais conhecidas atualmente como:
TDAH – Tipo desatento, TDAH – Tipo Hiperativo/Impulsivo e TDAH – Tipo Combinado –
no entanto a criança hiperativa na escola exige uma atenção especial por parte do professor,
sendo necessária uma didática pedagógica voltada para as necessidades especiais do
hiperativo. É preciso reconhecer a doença para buscar as atividades lúdicas que possam ajudar
no tratamento e na aprendizagem desses alunos. Foram analisadas nessa pesquisa as
estratégias utilizadas para potencializar a possibilidade de aprendizagem do aluno
diagnosticado com o transtorno e, depois de uma intervenção, analisados os resultados dessa
intervenção. Foi realizada uma pesquisa em sala de aula do ensino fundamenta I de um
colégio do norte do Estado do Paraná, o foco para investigação foi um aluno de 7 anos com
diagnostico de TDAH, frequentador do primeiro ano do ensino fundamental em processo de
alfabetização e letramento. Foram relatadas as intervenções lúdicas potencializadas da
aprendizagem desse aluno bem como os seus resultados. Na sequencia foi realizada uma
analise qualitativa desse material onde os pesquisadores emitiram algumas considerações
finais sobre o trabalho da pesquisa. Como resultados da intervenção percebeu-se aumento no
rendimento do aluno com uma possibilidade maior de concentração e assimilação dos
conteúdos após utilização de estratégias pedagógicas utilizando de recursos lúdicos e
estimuladores da criatividade.
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Acadêmica em Pedagogia: Faculdade Educacional da Lapa. Professora Ensino Fundamental. Participante do
Grupo de Pesquisa Criatividade e Ludicidade (Crilu). E-mail: nisiacamargo@hotmail.com.
2
Mestre em Psicologia: Psicologia da saúde da Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Professor
Colaborador na Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP). Doutorando em Educação: Psicologia da
Educação da Pontifícia Universidade Católica (PUCSP). Membro do Grupo de Pesquisa Criatividade e
ludicidade (Crilu). E-mail: psiclinica@hotmail.com.
ISSN 2176-1396
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Introdução
Dessa forma, o TDA/H torna-se um obstáculo para o individuo, pois o portador desse
transtorno não consegue dirigir sua atenção por muito tempo para uma determinada atividade,
bem como pode apresentar impulsos descontrolados que podem prejudicar sua conduta
perante os demais.
Mattos (2007, p. 11) conceitua o TDA/H de uma maneira de fácil entendimento, onde
leigos e estudiosos compreendem a pessoa com TDA/H:
[...] como a que tem dificuldade em manter a atenção. É comum dizer que vivem no
mundo da lua, isto é, estão sempre pensando em outra coisa [...] na maioria dos
casos, essas pessoas também são inquietas, não permanecem paradas nem
sossegadas por muito tempo e detestam coisas monótonas e repetitivas, além de
serem impulsivas no seu dia a dia (MATTOS, 2007, p. 11).
Não se trata de lesões como se pensava antigamente, mas sim de uma disfunção. O
cérebro da pessoa com TDA/H não difere em nada do cérebro de uma pessoa sem o déficit
(BERTOLDI, 2010).
Silva (2009) ainda ressalta que outra causa bastante estudada são os fatores genéticos,
os quais segundo pesquisas esses fatores desempenham um importante papel na gênese do
TDA/H.
Bertoldi (2010) menciona outras causas, sendo ele, os fatores ambientais (externos),
esse fator desempenha um papel fundamental na etiologia do TDA/H, também são
encontrados inúmeros estudos associando o transtorno a complicações durante a gravidez e no
parto.
Tipos de TDA/H
Conceituando o lúdico
A palavra lúdica origina do latim ludus que significa jogos infantis ou recreação. As
brincadeiras permitem às crianças divertirem-se enquanto, ao mesmo tempo, aprendem sobre
um determinado assunto. Na maioria das vezes os brinquedos ou brincadeiras ajudam no
desenvolvimento da vida social da criança, em especial aquelas usadas em jogos lúdicos.
Os jogos e brincadeiras são fundamentais para o desenvolvimento e a educação da
criança, por facilitar o desenvolvimento simbólico, estimular a sua imaginação, a sua
capacidade de raciocínio e sua autoestima. (PIAGET, 1998). As brincadeiras permitem que a
criança liberte a tensão, frustração, insegurança e até mesmo a agressividade, medo e a
confusão, sem que a criança perceba que tem todos esses sentimentos.
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possa se isolar das outras quando necessário e programar atividades onde a criança possa se
expressar corporalmente.
De acordo com Costa (2005) a palavra lúdico vem do latim ludus e significa jogos ou
recreações. Neste brincar segundo Rau (2007) estão incluídos os jogos, os brinquedos e as
brincadeiras, a qual remete-se a palavra relativa também à conduta daquele que jogam, que
brincam e que divertem.
Valle (2011) menciona que Winnicott (1975), Piaget (1978), Vygotsky (1991) e
Huizinga (1992) caracterizam as atividades lúdicas como sendo experiências culturais que
possibilitam maior compreensão do mundo.
Segundo Valle (2011) os jogos e as brincadeiras no contexto bibliográfico é muito
antigo, para o autor, o seu conceito e concepções mudam de acordo com a época. Ou seja, a
cada tempo histórico, a construção social dos jogos, brinquedos e brincadeiras foi se
formando. Assim, o conceito atual volta-se ao divertimento, o qual significa um aprendizado
voltado ao lúdico (VALLE, 2011; OLIVEIRA, 2007).
Valle (2011) ressalta que o conceito de jogo relaciona-se ao teor brincadeira, ao
divertimento. Sobre o etimológico de Jogo o autor relaciona a palavra “jacu”, que é
decrescente da palavra gracejo (VALLE, 2011).
Araujo (1992, p. 64) conceitua o jogo como sendo “uma atividade espontânea e
desinteressada, admitindo uma regra livremente escolhida que deve ser observada, ou um
obstáculo deliberadamente estabelecido, que deve ser superado”, ou seja, o jogo ao mesmo
tempo que pressupõe liberdade de ação, necessita ter finalidade para vencer os obstáculos que
se interpõem no contexto pedagógico.
Por sua vez, o jogo segundo Rau (2007), oportuniza a aprendizagem do sujeito e o seu
desenvolvimento, nesse contexto, o lúdico proporciona o aprender pelo jogo e, logo, o
aprende brincando. Rau (2007, p. 33 apud KISHIMOTO, 1997) menciona que o significado
atual de jogo na educação divide-se em duas funções, as quais seguem:
[...] a primeira seria a função lúdica do jogo, a qual expressa na ideia de que sua
vivência propicia a diversão, o prazer, quando escolhido voluntariamente pela
criança, a segunda seria a função educativa, quando a prática do jogo leva o sujeito a
desenvolver seu saber e seus conhecimentos, com apreensão de mundo.
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Para Rau (2007 apud Kishimoto 1997) o equilíbrio entre as duas funções seria o
objetivo do jogo educativo, o qual é visto como sendo um poderoso instrumento que tem o
poder de englobar uma significação.
Rau (2007) cita que a utilização do lúdico como recurso pedagógico na sala de aula
pode aparecer como um caminho possível para ir ao encontro da formação integral das
crianças e do atendimento de suas necessidades.
Já os brinquedos na visão de Kishimoto (2002) voltam-se a um objeto, o qual segundo
o autor é o que dá suporte a uma determinada brincadeira. Nesse contexto, Valle (2011) cita o
brinquedo como sendo a estimulação para que uma determinada brincadeira seja realizada,
“um transporte para o mundo imaginário” (VALLE, 2010, p. 33).
A brincadeira por sua vez, Kishimoto (2002) cita como sendo atividades espontâneas,
as quais acontecem em grupo ou até mesmo sozinhas. Nesse contexto, Rau (2007) menciona a
brincadeira infantil como sendo aquela que possibilita à criança imitação de diferentes papéis,
comumente de seu cotidiano, ação que facilita a expressão de sentimentos e relações que
estabelecem com as pessoas do seu meio.
Na observação do contexto da pesquisa, notou-se que os jogos e as brincadeiras em
como estratégias pedagógicas são essenciais na formação e no desenvolvimento da criança.
Considerações Finais
REFERÊNCIAS
LOPES, M. G. O jogo e suas aplicações. In:______. Jogos na educação: criar, fazer e jogar.
3 ed. São Paulo: Cortez, 2000. cap.1, p. 35-47.
OLIVEIRA, Z. R. de. Educação Infantil: fundamentos e métodos. 3ª ed. São Paulo: Cortez,
2007.
RAU, M.C.T.D. A ludicidade na educação: uma atitude pedagógica. 20 ed. Curitiba. Ibpex,
2007. 164 p.
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