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Sexta, 08 de Agosto de 2014 05h30

CONSULTAS JURÍDICAS SAMIR BAHLIS DALMAS: Bacharel em Direito pelo UNIRITTER/RS. Procurador Federal. Especialista em Direito Público
pela UnB/CEAD.
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Boletim Conteúdo Jurídico -


ISSN - 1984-0454

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Lavagem de dinheiro: conceito e fases
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Peças Jurídicas Resumo: A lavagem de dinheiro corresponde a uma prática usualmente utilizada pelo criminalidade
Publicações oficiais organizada. Neste estudo, pretende-se abordar o conceito de lavagem de dinheiro, bem como as fases que a
Publicações Oficiais caracterizam, fazendo-se uma breve relação com os conceitos utilizados no direito comparado.
Súmulas Organizadas
Palavras-chave: Lavagem de dinheiro. Conceito. Fases
Vade Mecum Brasileiro
Vade Mecum Estrangeiro
1. Considerações iniciais:
CONCURSOS PÚBLICOS
Apostilas e Resumos No contexto da criminalidade contemporânea, vislumbra-se que a grande quantidade de valores alcançada
Banco de Questões pela atividade das organizações criminosas passa a circular entre as nações, estabelecendo-se conexões entre os
Questões Comentadas diversos ramos do crime organizado, que buscam a ocultação da origem do capital auferido de forma ilícita. Nesse
SERVIÇOS contexto, a prática da “lavagem de dinheiro” adquire especial relevância para o incremento das organizações
SEJA ASSINANTE criminosas, dado este assim destacado nas palavras de Antônio Sérgio A. de Moraes Pitombo: “Na expansão das
Indique o portal organizações criminais, encontra lugar certo a ‘lavagem de dinheiro’, seja para esconder o lucro proveniente das
Sobre o Portal
infrações penais, seja para reintegrá-lo, com aparência de lícito, a algum sistema produtivo e empresarial.”[1]
Links Úteis Passemos, então, à análise de seu conceito e fases que a caracterizam.

2. Lavagem de dinheiro: conceito e fases

A Lei 9.613, de 03 de março de 1998, introduziu no ordenamento brasileiro a figura típica da lavagem de
dinheiro. O termo “Lavagem de Dinheiro” é a expressão utilizada no Brasil para conceituar a prática de atribuir
aparência de licitude ao capital de origem ilícita. No entanto, há denominações diferentes dessa prática em outros
países. Exemplo disso são as expressões Blanchiment d’argent (França e Bélgica), Blanqueo de dinero (Espanha),
Branqueamento de dinheiro (Portugal). Todas essas denominações levam em consideração o resultado da ação
(transformar o dinheiro sujo em dinheiro limpo). No que se refere à natureza da ação, qual seja lavar, partindo-se
do verbo do tipo, tem-se as seguintes expressões: money laudering (países de língua inglesa), geldwache
(Alemanha), lavado de dinero (Argentina), blanchissage d’argent (Suíça) e reciclaggio (Itália).[2]

A partir da Convenção de Viena (também denominada ‘Convenção contra o Tráfico Ilícito de Entorpecentes
e de Substâncias Psicotrópicas’, da data de 20 de dezembro de 1988 e ratificada por nosso país pelo Decreto
nº154, de 26 de junho de 1991), firmada em Conferência das Nações Unidas, uma série de países começa a
criminalizar a conduta de lavagem de dinheiro, mais precisamente os bens e valores obtidos por meio do tráfico
ilícito de entorpecentes, sendo que o Brasil tarda um pouco a aderir tal tendência quando comparado com outros
Estados, tais como: Itália, Espanha, Bélgica, Alemanha, Peru, Venezuela, França, México, Suiça, Portugal.[3]
Dessa forma, o Brasil passa, portanto, a fazer parte da cooperação internacional de combate e prevenção do crime
de lavagem, e embora de duvidosa técnica legislativa[4], o advento da Lei 9.613/98 denota a intenção do país em
colaborar com uma política criminal transnacional (aplicação do princípio da justiça penal universal)[5].

Mencionadas superficialmente, essas considerações iniciais acerca da inserção do delito de lavagem de


dinheiro em nosso ordenamento, cumpre analisarmos, brevemente, o conceito de tal conduta.

Primeiramente, deve-se referir que a nossa legislação (Lei 9.613/98) não tipifica tão-somente delitos de
lavagem de moeda, uma vez que busca reprimir também a ocultação de bens, direitos e valores.[6] Dessa forma,
Marco Antonio de Barros apresenta a seguinte conceituação:

“Lavagem” é o método pelo qual uma ou mais pessoas, ou uma ou mais organizações
criminosas, processam os ganhos financeiros ou patrimoniais obtidos com determinadas
atividades ilícitas. Sendo assim, “lavagem” de capitais consiste a operação financeira ou na
transação comercial que visa ocultar ou dissimular a incorporação, transitória ou permanente,
na economia ou no sistema financeiro do País, de bens, direitos ou valores que, direta ou
indiretamente, são resultado de outros crimes, e a cujo produto ilícito se pretender dar lícita
aparência”[7]

Observe-se que a lavagem de bens, direitos ou valores, ou sua ocultação, admite a ocorrência de três fases
independentes e simultâneas[8], quais sejam: conversão, dissimulação e integração.

De acordo com o escólio de Rodolfo Tigre Maia, na conversão ou placement, “busca-se a escamoteação
(ocultação) inicial da origem ilícita, com a separação física entre os criminosos e os produtos de seus crimes”.[9]
De acordo com o exemplo de Antônio Sérgio A. de Moraes Pitombo, na etapa da conversão ou ocultação “é feito o
fracionamento do capital, obtido com a infração penal, e, depois pequenos depósitos bancários que não chamam a
atenção pela insignificância dos valores e escapam às normas administrativas de controle, impostas às instituições
financeiras (art. 10, II, combinado com art. 11, II, da Lei 9.613/1998)”[10]

A segunda etapa da lavagem, conhecida como dissimulação, em linguagem estrangeira layering ou


empilage, consiste em maquiar a origem ilícita do dinheiro. Nessa fase realiza-se um grande número de operações
financeiras, umas sobre as outras, com o propósito de camuflar a ilicitude dos ativos. Busca-se com a dissimulação
“estruturar uma nova origem do dinheiro sujo, aparentemente legítima”[11], é aqui, portanto, que surge a “lavagem”
propriamente dita. A sofisticação tecnológica contribui para a expansão da dissimulação, visto que cada vez mais
utiliza-se de transferências via cabo (wire transfer), de modo a fazer circular os ativos de forma virtual, valendo-se
da infra-estrutura oferecida pelos “paraísos fiscais” (países off-shore). Nesse sentido, merece destaque a metáfora
de Rodolfo Tigre Maia, que assim refere: “Verifica-se que a infra-estrutura propiciada pelos ‘paraísos fiscais’ e a
existência de novos métodos de movimentação cibernética de ativos desempenham nessa fase um salto de
qualidade equivalente ao da criação da máquina automática para a lavagem de roupas”.[12]

Por derradeiro, tem-se a fase da integração, que corresponde à reinserção dos ativos “lavados” no sistema
produtivo, ou atribuir-lhes aparência de legalidade quanto à sua origem. Conforme Marco Antonio de Barros, a
integração:

[...] geralmente se dá com a criação ou investimentos em negócios lícitos, ou ainda


mediante a aquisição de bens em geral (imóveis, obras de arte, ouro, jóias, ações
embarcações, veículos automotores etc.) sendo o capital, com aparência lícita, reintroduzido
nos setores econômico, financeiro e produtivo da cadeia econômico-financeiro do país, tal
como ocorre com as operações de fundos legítimos.[13]

Visto as principais etapas do processo de lavagem de capitais, pode-se dizer que esta, de acordo com o
escólio de Antônio Sérgio A. de Moraes Pitombo, constitui em “ocultar ou dissimular a procedência criminosa de
bens e integrá-los à economia, com aparência de terem origem lícita”. [14] Ou ainda, nas palavras de Marco
Antonio Barros, “'lavagem’ de capitais é o processo em virtude do qual os bens de origem delituosa são integrados
ao sistema econômico-legal, com aparência de terem sido obtidos de forma lícita”.[15]

Conclusão:

Face às considerações esposadas, tem-se que a lavagem de dinheiro corresponde a conceder aparência de
licitude aos ativos obtidos por meio da prática de condutas delitivas, sendo composta basicamente pelas fases de
colocação, dissimulação e integração.

Referências Bibliográficas:

BARROS, Marco Antonio de. Lavagem de dinheiro: implicações penais, processuais e administrativas. São
Paulo: Oliveira Mendes, 1998.

MAIA, Rodolfo Tigre. Lavagem de dinheiro (Lavagem de ativos provenientes de crime) – anotações às
disposições criminais da Lei n. 9.613/98. São Paulo: Malheiros, 1999.

PITOMBO, Antonio Sérgio A. de Moraes. Lavagem de dinheiro: a tipicidade do crime antecedente. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2003.

SILVA, César Antonio da Silva. Lavagem de dinheiro: uma nova perspectiva penal. Porto Alegre: Livraria do
Advogado, 2001.

Notas:

[1] PITOMBO, Antonio Sérgio A. de Moraes. Lavagem de dinheiro, p. 30-31.


[2] Exposição de Motivos n.º 692/ MJ, de 18.12.1996, publicada no Diário do Senado Federal, de 25.11.1997.
Disponível em: <https://www.fazenda.gov.br/coaf/portugues/lavagem/exposicao_motivos.htm> Acesso em: 20 abr
2006. Marco Antonio de Barros refere, ainda, que a expressão lavagem de dinheiro (money laudering), foi
utilizada, pela primeira vez, em esfera judicial, no ano de 1982, em um Tribunal dos Estados Unidos “no curso de
um processo que denunciava suposta ‘lavagem’ de dinheiro originário do tráfico de cocaína colombiana e passou a
fazer parte do nosso vocabulário no final da década de oitenta, sendo muito conhecida em áreas dos sistemas
financeiro e econômico do país.” BARROS, Marco Antonio de. “Lavagem” de capitais e obrigações civis correlatas,
p. 91.
[3] BARROS, Marco Antonio de. Lavagem de dinheiro: implicações penais, processuais e administrativas. São
Paulo: Oliveira Mendes, 1998, p.1-2.
[4] SILVA, César Antonio da. Lavagem de dinheiro, p. 35.
[5] BARROS, Marco Antonio de. Lavagem de dinheiro, p. 2.
[6] Id., “Lavagem” de capitais e obrigações civis correlatas, p. 92.
[7] Ibid., p. 91-92.
[8] Ibid., p. 92.
[9] MAIA, Rodolfo Tigre. Lavagem de dinheiro (Lavagem de ativos provenientes de crime) – anotações às
disposições criminais da Lei n. 9.613/98. São Paulo: Malheiros, 1999, p. 37.
[10] PITOMBO, Antonio Sérgio A. de Moraes. Lavagem de dinheiro, p. 37.
[11] MAIA, Rodolfo Tigre. Lavagem de dinheiro, p. 39.
[12] Ibid., p. 39.
[13] BARROS, Marco Antonio de. “Lavagem” de capitais e obrigações civis correlatas, p. 45-46.
[14] PITOMBO, Antonio Sérgio A. de Moraes. Lavagem de dinheiro, p. 38.
[15] BARROS, Marco Antonio de. “Lavagem” de capitais e obrigações civis correlatas, p. 93.

Conforme a NBR 6023:2000 da Associacao Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), este texto cientifico publicado em periódico eletrônico deve ser citado
da seguinte forma: DALMAS, Samir Bahlis. Lavagem de dinheiro: conceito e fases. Conteudo Juridico, Brasilia-DF: 08 ago. 2014. Disponivel em:
<http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.49365&seo=1>. Acesso em: 21 nov. 2017.

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