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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULADE DE HISTÓRIA

DISCIPLINA: HISTÓRIA DO TEMPO PRESENTE

DISCENTE:

LEDIANE ARAUJO PIRES

Análise crítica dos textos “É possível e necessário ensinar


história do tempo presente nas escolas?” de Gonzalo de
Amézola.

BELÉM/PA

ABRIL/2018
É POSSÍVEL E NECESSÁRIO ENSINAR HISTÓRIA DO TEMPO PRESENTE
NAS ESCOLAS?”(Gonzalo de Amézola).
Gonzalo de Amézola inicia seu texto referindo-se a questão da lei federal de
educação sancionada em 1993 na Argentina, tendo esta como ideia central a alteração
dos conteúdos que tinham um vinculo mais racional e uma nova interpretação dada ao
conteúdo.
No que diz respeito a disciplina História o autor diz que tiveram como base
historiadores conhecidos, tendo como intenção acabar com um currículo que não teve
alterações a pelo menos cem anos. Onde se abriu espaço para o ensino de processos
históricos no lugar do ensino patriótico, dando ênfase na historia contemporânea para
assim estimular nos jovens por meio desse ensino uma melhor noção do mundo e para
que este seja capaz de promover cidadania. A partir daí questões foram levantadas e
uma delas que o autor cita é: saber se será possível ensinar na escola a história mais
recente e, também, se isso é necessário.
Para o autor a historia do tempo presente é um campo novo e em rápida
ascensão, após os franceses começarem a falar sobre ela nos anos de 1970, logo se teve
a criação do Instituto de História do Tempo Presente, depois de apresentar-se em vários
países foi a vez da Argentina. Tendo nas figuras de Alfredo Pucciarelli, Waldo Ansaldi
e José Villarroel seus representantes, pois estes desenvolveram a chamada “Sociologia
histórica”.
O autor diz que a ideia de que a História é a ciência do passado foi implantada
no século 19 pelos positivistas, em que para o estudo do presente se tem a sociologia
entre outras disciplinas. Daí o surgimento da História do tempo presente, pois segundo o
autor historiadores como Heródotos, Tucídes, Tito Lívio ou Julio Cesar narram fatos
vividos por eles, ou seja, o presente, logo a historia do tempo presente é o estudo dos
antecedentes imediatos do presente. Portanto a historia do tempo presente trata-se do
escrito de qualquer época pelos seus contemporâneos, logo, para o autor trata-se de uma
categoria histórica e não de um período.
Então para o autor a implementação da história do tempo presente ao currículo
escolar não é tarefa fácil, pois não se trata somente de questões ministeriais. E o
primeiro obstáculo apresentado pelo autor é o fato de a história do tempo presente não
passar de um projeto sem resultados abundantes. Uma vez que segundo ele, no final dos
anos de 1990 houve um interesse pela década de 1970, e assim o autor levanta a questão
das bibliografias, pois segundo ele em um tempo curto surgiu de forma considerável
produções sobre os anos de 1970. Então o autor destaca que o abismo existente entre
professores e alunos no que diz respeito à defasagem de gerações é uma barreira de
difícil superação, pois ha diferentes formas pelas quais os acontecimentos nos
envolvem.
E uma das grandes batalhas travadas na Argentina no que tange a mudança no
ensino da história é justamente inserir a história contemporânea e a história recente, uma
vez que as controvérsias assumiram um tom conservador. E para o autor o presente se
abre como um leque para se entender o mundo da atualidade e assim elaborarmos uma
visão do passado, o que não quer dizer que tem que ser estudado exclusivamente
historia contemporânea.
Gonzalo de Amézola usa Umberto Eco para alerta que o autor expõe o choque
entre democracia e totalitarismo, no qual Eco diz que: As dezenas de excelentes livros
de história produzidos nos últimos cinqüenta anos são materiais para uma quantidade
pequena de pessoas, não para milhões, onde de um lado se tem a reflexão cientifica e do
outro o espetáculo, o que nos faltou foi um espaço de reflexão não-especializada, à qual
talvez a escola pudesse ter se dedicado, lançando mão nem tanto do ultimo capitulo dos
manuais de história, mas de uma educação cívica mais intensa. Ou seja, para Eco a
escola perdeu uma oportunidade educativa única.
Portanto, segundo o autor a necessidade de se adotar o tempo presente no ensino,
esbarra nas dificuldades de abordá-la, então o primeiro passo segundo ele, consiste em
entender que os temas não estão na escola e que, nela é imprescindível discuti-los. Além
do mais, a história escolar que faz parte da reforma no ensino da Argentina, trata-se
apenas de uma exaltação épica do glorioso passado nacional, ou seja, diz respeito a uma
história em que a política se faz ausente.
Apesar dos manuais escolares terem se modificado a partir de 1993, e tratarem
de um passado recente, mas ainda esbarra-se em uma outra questão que segundo o autor
seria a falta de preparo de professores na utilização desses novos materiais em sala de
forma proveitosa e independente. O que acaba por contribuir segundo o autor com a
banalização do passado e leva a uma mera retórica bem-pensante.

REFERENCIA BIBLIOGRAFICA
AMÉZOLA. Gonzalo de. É possível e necessário ensinar história do tempo presente nas
escolas? Algumas reflexões sobre o caso Argentino. Idem, pp. 141-157.

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