O acesso à educação é um direito de todos, sendo assim ela deve ser
inclusiva e acessível. A inclusão dos alunos com necessidades especiais é um processo que envolve todas as pessoas de um ambiente escolar, pois trata-se de uma reestruturação da cultura, da prática e das políticas vivenciadas nas escolas de modo que estas respondam à diversidade de alunos, tendo como objetivos o crescimento, a satisfação pessoal e a inserção social.
Inclusão significa acolher a todos, sem nenhuma distinção, respeitando
todas as diferenças. No sistema de ensino integrado, uma criança portadora de alguma necessidade especial caso inserida numa escola regular, após as adequações às suas necessidades, idealmente ela passaria a se comunicar com os demais passando a se socializar com o grupo.
Partindo do pressuposto de que a sociedade inclusiva pode ter origem na
escola inclusiva, acredita-se que seria de grande relevância que a inclusão fosse vivenciada desde a Educação Infantil, para que quando os indivíduos chegassem aos níveis mais elevados, na escola ou na comunidade, não censurassem a convivência junto a pessoas com deficiência.
No ensino inclusivo as diferenças precisam ser reconhecidas e
valorizadas, sem preconceito. A inclusão prevê a inserção escolar de forma radical, completa e sistemática. Todos os alunos, sem exceção, devem frequentar as salas de aula do ensino regular.
As escolas inclusivas atendem às diferenças sem discriminar, sem
trabalhar à parte com alguns alunos, sem estabelecer regras específicas. Para que isso aconteça é necessário a utilização de métodos e técnicas que contemplem códigos e linguagens apropriados às situações específicas de aprendizagem, incluindo-se, no caso de surdez, a capacitação em língua portuguesa e em língua de sinais. Nos casos de cegueira, a capacitação no código Braille; nos casos de surdo cegueira, a capacitação para o uso de Língua de Sinais digital
Ressalta-se que a maioria das escolas regulares no Brasil não estão
preparadas para receberem e ensinarem aos alunos com deficiência, devido a um problema de infraestrutura e formação profissional da equipe.
Entretanto, os estudos que buscam os métodos e práticas para um ensino
inclusivo são recentes, visto que as demandas e preocupações educacionais eram inexistentes há três ou quatro décadas. Não que dificuldades de aprendizagem não existissem, mas não havia estudos que propusessem intervenções inclusivas. É corriqueiro deparar-se com relatos de crianças e até mesmo agressões de professores contra alunos que não conseguiam acompanhar o ritmo das outras crianças.
No decorrer dos anos, ampliou-se a discussão sobre os conceitos de
liberdade e igualdade presentes em diversas Constituições pelo mundo. O ponto central da discussão é como tornar essa igualdade de direito em igualdade de fato no meio escolar. Como promover a inclusão dos alunos promovendo sua autonomia? Ampliaram-se também os debates sobre práticas inclusivas que promovam o desenvolvimento autônomo do aluno.
E uma das formas de resolver estes desafios foi a criação de um ensino
especial, que tem sido alvo de críticas, por não promover o convívio entre as crianças especiais e as demais crianças. Todavia, esse tipo de escola idealmente é mais preparada para as necessidades de cada aluno, pois possui materiais, equipamentos e professores especializados.
O sistema regular de ensino precisa ser adaptado e pedagogicamente
transformado para atender de forma inclusiva, o que leva tempo e recursos que muitas vezes não é suprido, afetando diretamente o desenvolvimento dos alunos especiais.
A educação especial lida com aqueles fenômenos de ensino e
aprendizagem que não têm sido ocupação do sistema de educação regular. Dentro de tal conceituação, inclui-se em educação especial desde o ensino de pessoas com deficiências sensoriais, passando pelo ensino de jovens e adultos, até mesmo ensino de competências profissionais.
O ensino inclusivo não deve ser confundido com educação especial, a
qual se apresenta numa grande variedade de formas incluindo escolas especiais, unidades pequenas e a integração das crianças com apoio especializado. O ensino especial é desde sua origem um sistema separado de educação das crianças com deficiência, fora do ensino regular, baseado na crença de que as necessidades das crianças com deficiência não podem ser supridas nas escolas regulares. Não existem alunos sem deficiência na educação especial. Já na educação inclusiva todos os alunos com e sem deficiência tem a oportunidade de conviverem e aprenderem juntos.