o homem já não sabe mais lidar com a mulher

selvagem
intuitiva
aquela que não vem vestida de formatos
que ele mesmo colocou

grito um pouco de mim

e um tanto delas
a gente já entender
ser mulher

não quero aquilo que me cabe

não vou ocupar estes espaços limitados
que vocês deixaram

o que não deve ser negado a ninguém

aquilo que vocês tem
IGUALDADE

eu me abro e me liberto
dessa sociedade machista e falida
eu me abdico do estado da lei
minha pele liberdade de expressão

eu
ser humano vivo, e acordado
me liberto do peso de ser mulher
sem deixar de ser

eu me rebelo desta sociedade hipócrita

toda revolução inicia
no apagão das célular mortas

eu grito corpo livre, PORRA …

mulher
o que não tem formato
já num canto recuado, grita, chora

doença maldita
é dita, caída
tu é vida
renascimento
força explosiva
MULHER

só o nome não te consome

tua pele, bruxaria
o teu canto, magia, ritual
o choro que já é fluidez de chuva
quando os lábios sangram

no teu ciclo
metamorfose
assim como todos.

no teu ventre
flama o fogo da resistência do agora (imediata)
tu
mãe dos seres
mãe da terra
grita por sementes novas

por ora
meu feminino chora