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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA___VARA

DO TRABALHO DO RECIFE -PE.

AAAAAAAAAAAAAAAxxx FILHO , brasileiro,


casado, encanador, CTPS nº 0xxx, Série: 00xxxx; RG nº xxxx SDS/PE; CPF nº
xxxxxxx e PIS- PASEP n° 1xxxxx1, conta de endereço eletrônico:
silviobatista.adv@gmail.com, residente e domiciliado na Travessa Divisolpolis, nº
xx-A, Dois Unidos, Recife – PE. CEP. 52150-340 (Doc. 01 e 02), através do seu
advogado que assina a presente digitalmente, constituído nos termos da
procuração anexada (Doc. 03), devidamente habilitado no Pje – TRT6, onde receberá
notificações, intimações e demais atos processuais, vem à presença de V. Exª,
fundamentado no art. 7º, XXIX, CR/881 e artigo 8392, alínea “a” da CLT, propor a presente

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

Em face do seu ex-empregador XXXXXXXT, CNPJ nº 2XXXXXXXXXXX, com sede Av.


General Mac Arthur, nº XXXXXXXXX, Imbiribeira, Recife-PE, CEP 51.150-400. Pelos fatos e
fundamentos de direito a seguir expostos.
Petição Inicial_ Reclamação Antônio Lira
II – DO BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA

Nos termos do art. 14, §1º, da Lei n.º 5.584/70, das Leis n.º 1.060/50 e n.º
7.115/83, bem como do art. 790, §3º, da CLT, o reclamante declara para os
devidos fins, e sob as penas da lei, ser pobre, encontrando-se desempregado e
não tendo como arcar com o pagamento das custas e demais despesas
processuais sem prejuízo do seu sustento e de sua família, pelo que requer os
benefícios da justiça gratuita.

1CR/88. Art. 7°, XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes da relação de trabalho, com
prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de
dois anos após a extinção do contrato de trabalho.
2 CLT. Art. 839, “a” – A reclamação poderá ser apresentada: pelos empregados e
empregadores, pessoalmente, ou por seus representantes, e pelos sindicatos de classe.
III – DA DECLARAÇÃO DE AUTENTICIDADE
Declara o patrono através de assinatura digital, para os devidos fins, a
autenticidade dos documentos juntados pelo reclamante neste processo, nos
moldes do artigo 830 da CLT.

IV – DOS FATOS

IV. A) - DO CONTRATO DE TRABALHO - DA


ADMISSÃO E DA FUNÇÃO
O reclamante foi admitido para laborar junto à empresa ora Reclamada na data de
04.01.2016, na função de Oficial de Manutenção conforme CTPS(Doc.04, 4.1 e
4.2).

IV. B) DA REMUNERAÇÃO

O reclamante recebeu pelo trabalho, como última remuneração, o valor de


R$1.942,63 (Um mil novecentos e quarenta e dois reais e sessenta e três
centavos) Salario mensal + 30% de periculosidade (Doc.05), contudo, importa
mencionar que a remuneração em questão não reflete as horas extras efetuadas
durante o mês.

IV. C) DA JORNADA DE TRABALHO

Restou convencionado que a jornada de trabalho do reclamante seria de 08:00h às 17:00h


com intervalo de 1 (um) hora de segunda à sexta-feira, aos sábados iniciava os
trabalhos às 08:00h com intervalo de 1 (um) hora, finalizando às 17:00h, totalizando 48
horas semanais, em sábados alternados.
Importante declarar que inobstante a jornada fixada, o
reclamante trabalhou por todo seu período de contrato, executando serviços além do horário
normal, isto é, horas extraordinárias que nunca foram pagas em sua totalidade.

IV. D) DA DEMISSÃO

O reclamante foi desligado sem justa causa pela reclamada em 18.06.2018


(Doc.06), e permanece até a presente data sem receber devidamente suas verbas
rescisórias e demais direitos que a seguir serão elencados.
V – DOS DIREITOS

V. A) DAS HORAS EXTRAS COM ADICIONAL DE 30% DE


PERICULOSIDADE.

Dispõe o inciso XIII do art. 7º da Constituição de 1988: “duração


de trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada
a compensação de horários e a redução da jornada mediante acordo ou convenção coletiva
de trabalho”.
O reclamante, desde o início da contratualidade tinha como
jornada de trabalho o horário 08:00h às 17:00h com intervalo de 1 (um) hora de segunda
à sexta-feira, aos sábados iniciava os trabalhos às 08:00h com intervalo de 1 (um)
hora, finalizando às 17:00h, totalizando 48 horas semanais, em sábados alternados,
porém decorrente da demanda de serviços sempre ultrapassava o limite das horas normais,
trabalhando aos sábados, domingos e feriados. Em todos os dias da semana laborava
também em regime de sobrejornada, estando de planão constantimente para atender
emergências como troca de bomba das elevatórias, bomba de recalque, desentupimento de
tubulção etc. perfazendo uma média de 2,5 (duas e meia) horas extras diarias durante todo o
periodo trabalho, porém nunca recebidas .
A reclamada nunca pagou as horas habitualmente laboradas em
regime de sobrejornada ao obreiro, razão pela qual requer sua condenação a satisfazer os
pagamentos das horas excedentes à 8ª (oitava) hora e à 44ª (quadragésima quarta) hora
semanal, conforme cálculos preliminares de liquidação de sentença previamente
apresentados pelo reclamante (Doc.07), com acréscimo de 30% de Periculosidade sobre o
valor da hora trabalhada, além de sua integração ao salário e reflexos devidos.
Frente à habitualidade da prestação laboral extraordinária,
requer os reflexos da aludida verba sobre os DSR´s (Lei 605/49), aviso prévio indenizado
(CLT, art. 487, § 5º), 13º salários (Súmula 45 TST e CF, art. 7°, VIII), férias + 1/3 (CLT, art.
142, § 5º e CF, art. 7°, XVII), adicional de periculosidade, FGTS (art. 15 e 18, § 1º, da Lei
8036/90) + 40% e, por último, integração das horas extras à remuneração do obreiro.

V.B) – DA DIFERENÇA DAS VERBAS


RESCISÓRIAS

Diante da inexistência de pagamento na Rescisão do Contrato de Trabalho das


horas extras devidas. Logo, restou violado o art. 477, caput da CLT, que possui o
seguinte enunciado:

“É assegurado a todo empregado, não existindo


prazo estipulado para a terminação do respectivo
contrato, e quando não haja ele dado motivo para
cessação das relações de trabalho, o direito de
haver do empregador uma indenização, paga na
base da maior remuneração que tenha percebido
na mesma empresa”. (Grifos nossos).

Nestas condições, requer seja determinado o efetivo pagamento das verbas


rescisórias conforme item VI - Pedidos.

V. C) – DA MULTA DO ART. 477 DA CLT

Em face do não recebimento das horas extras devidas, a título de verbas


rescisórias referente ao período trabalhado, caracteriza claro descumprimento dos
prazos previstos no § 6º do supracitado artigo. Ensejando a incidência da multa
pecuniária prevista no § 8º do mesmo artigo, equivalente a um salário mensal do
empregado. Neste sentido, transcreve-se os seguintes arrestos:

RECURSO DE REVISTA. MULTA PREVISTA NO ART. 477, § 8º, DA CLT. FATO


GERADOR 1. O fato gerador da multa prevista no § 8º do art. 477 da CLT vincula-
se direta e unicamente ao não cumprimento dos prazos estabelecidos no § 6º do
mesmo dispositivo para pagamento das verbas rescisórias, e não ao ato em si da
homologação da rescisão contratual ou do consequente fornecimento das guias
para percepção do seguro-desemprego e do FGTS. 2. Não se aplica ao
empregador o disposto no § 8º do art. 477 da CLT quando consignada pelo TRT de
origem a quitação das verbas rescisórias no prazo legal. 3. Recurso de revista da
Reclamada de que se conhece e a que se dá provimento.

(TST - RR: 12353520115050007, Relator: João Oreste Dalazen, Data de


Julgamento: 03/06/2015, 4ª Turma, Data de Publicação: DEJT 12/06/2015)

VI. D) – DA MULTA DO ART. 467 DA CLT

Conforme os fatos narrados nesta exordial, a reclamada não efetuou o pagamento


de verbas incontroversas, fazendo jus, portanto, o reclamante à multa de 50%, nos
termos do art. 467 da CLT.

Nestas condições, requer seja a reclamada condenada ao pagamento das parcelas


incontroversas acrescidas de 50%, salvo se as mesmas forem pagas em audiência.
V.E) DOS DANOS MORAIS - CONDUTAS
PRATICADAS PELA RECLAMADA

A configuração do dano moral decorre da conjugação de três elementos


imprescindíveis: nexo causal, ato ilícito e o prejuízo juridicamente
indenizável.
DO NEXO CAUSAL

Excelência, a inobservância das regras de segurança pela


reclamada são claras conforme Denuncia e inquerito policial que compõe Ação
Penal nº XXXXXXX0001 (Doc.08.0 à 8.8)
Neste ponto importa mencionar todas as violações aos
direitos trabalhistas do reclamante decorrente do descaso, especificamente da NR –
Norma Regulamentadora nº 33, que trata de SEGURANÇA E SAÚDE NOS
TRABALHOS EM ESPAÇOS CONFINADOS, da reclamada e de seus prepostos a
saber:
NO DIA 27 DE ABRIL DE 2017, O RECLAMANTE SOFREU ACIDENTE DO
TRABALHO QUE VITIMOU FATALMENTE OUTROS DOIS COMPANHEIROS DE
TRABALHO CONFORME RELATO ABAIXO:

XXXXXXXXXXXX

DO ATO ILÍCITO

Ante exposto, torna-se de extrema relevância para um julgamento justo a


exposição do que segue.
NÃO EXISTIAM NA DATA DO FATO, PROFISSIONAIS NA ÁREA DE
SEGURANÇA DO TRABALHO. O RECLAMANTE NÃO POSSUIA TREINAMENTO
ESPECÍFICO PARA TRABALHAR EM ESPAÇO CONFINADO CONFORME NR33,
DESCONHECENDO TOTALMENTE AS MEDIDAS PREVENTIVAS PARA MINIMIZAR
E/OU EVITAR OS RISCOS NESTES AMBIENTES.

A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais


de proteção e segurança da saúde do trabalhador, devendo prestar informações
pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar conforme art. 157 da CLT que
dispõe:
“Art. 157 - Cabe às empresas:
I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e
medicina do trabalho;
II - instruir os empregados, através de ordens de
serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de
evitar acidentes do trabalho ou doenças
ocupacionais;
III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas
pelo órgão regional competente;
IV - facilitar o exercício da fiscalização pela
autoridade competente.”
Neste mesmo sentido, estabelece a NR – Norma Regulamentado 01 do Ministério do
Trabalho:
“1.1 As Normas Regulamentadoras - NR, relativas à segurança e medicina do trabalho, são de
observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração
direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam
empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. (Alteração dada pela Portaria n.º
06, de 09/03/83)”

(...)

“1.7 Cabe ao empregador: (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83)

a) cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina


do trabalho;
b) elaborar ordens de serviço sobre segurança e saúde no trabalho, dando ciência aos
empregados por comunicados, cartazes ou meios eletrônicos;(Alteração dada pela Portaria n.º
84, de 04/03/09)
Obs.: Com a alteração dada pela Portaria n.º 84, de 04/03/09, todos os incisos (I, II, III, IV, V e V I)
desta alínea foram revogados.
c) informar aos trabalhadores: (Alteração dada pela Portaria n.º 03, de 07/02/88)
I. os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho;
II. os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela empresa;
III. os resultados dos exames médicos e de exames complementares de diagnóstico aos quais os
próprios trabalhadores forem submetidos;
IV. os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de trabalho.
d) permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização dos preceitos legais
e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho; (Alteração dada pela Portaria n.º
03, de 07/02/88)
e) determinar procedimentos que devem ser adotados em caso de acidente ou doença
relacionada ao trabalho. (Inserção dada pela Portaria n.º 84, de 04/03/09)

1.8 Cabe ao empregado: (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83)

a)cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde do trabalho, inclusive


as ordens de serviço expedidas pelo empregador; (Alteração dada pela Portaria n.º 84, de
04/03/09)
b)usar o EPI fornecido pelo empregador;
c)submeter-se aos exames médicos previstos nas Normas Regulamentadoras - NR;
d)colaborar com a empresa na aplicação das Normas Regulamentadoras – NR”

Especificamento, a NR-33 trata das obrigações:

“33.2 Das Responsabilidades

33.2.1 Cabe ao Empregador:

a) indicar formalmente o responsável técnico pelo cumprimento desta norma;


b)identificar os espaços confinados existentes no estabelecimento;
c)identificar os riscos específicos de cada espaço confinado;
d)implementar a gestão em segurança e saúde no trabal ho em espaços confinados,
por medidas técnicas de prevenção, administrativas, pessoais e de emergência e salvamento, de
forma a garantir permanentemente ambientes com condições adequadas de trabalho;
e) garantir a capacitação continuada dos trabalhadores sobre os riscos, as medidas de controle,
de emergência e salvamento em espaços confinados;
f) garantir que o acesso ao espaço confinado somente ocorra após a emissão, por escrito, da
Permissão de Entrada e Trabalho, conforme modelo constante no anexo II desta NR;
g) fornecer às empresas contratadas informações sobre os riscos nas áreas onde desenvolverão
suas atividades e exigir a capacitação de seus trabalhadores;
h) acompanhar a implementação das medidas de segurança e saúde dos trabalhadores das
empresas contratadas provendo os meios e condições para que eles possam atuar em
conformidade com esta NR;
i) interromper todo e qualquer tipo de trabalho em caso de suspeição de condição de risco grave e
iminente, procedendo ao imediato abandono do local; e
j) garantir informações atualizadas sobre os riscos e medidas de controle antes de cada acesso
aos espaços confinados.

33.2.2 Cabe aos Trabalhadores:

a) colaborar com a empresa no cumprimento desta NR;


b)utilizar adequadamente os meios e equipamentos fornecidos pela empresa;
c)comunicar ao Vigia e ao Supervisor de Entrada as situações de risco para su
a segurança e saúde ou de terceiros, que sejam do seu conhecimento; e
d)cumprir os procedimentos e orientações recebidos nos treinamentos com relação aos espaços
confinados.”

Diante da ausência de profissionais na área de segurança do trabalho- item 4.4


da NR 4, que trata do SESMT - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e
em Medicina do Trabalho para promover a saúde e proteger a integridade do
trabalhador no local de trabalho, sendo integrado por engenheiro de segurança do
trabalho, técnico de segurança do trabalho etc., ocorreram as mortes e quase morte
do reclamante.

PREJUÍZO JURIDICAMENTE INDENIZÁVEL.

As consequências físicas e psíquicas ao reclamente são dolorosas e perduram


até a presente data. Após este trágico acidente, o reclamante apresentou quadro de
estresse pós-traumático – CID. F43.1, com sintomas de insonia, ansiedade e Flash Back
do evento conforme declaração médica anexada (Doc.09 à 9.4), e passa por tratamento
psicologo desde então.

Enquadra-se desta forma o presente caso na responsabilização objetiva da


reclamada, pois toda a atividade desenvolvida pelo empregador que, por sua natureza,
produza riscos para a vida ou incolumidade física ou psíquica de seus empregados,
bastando à sua configuração a simples comprovação do nexo de causalidade entre o
risco criado e o dano ocorrido.
Em havendo risco próprio da atividade, haverá a responsabilidade objetiva do empregador,
com o dever de reparação independente da sua culpa, aplicando-se ao caso o disposto no
parágrafo único do art. 927 do CC:
"Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187),
causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,


independentemente de culpa, nos casos especificados em
lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo
autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem."

Descarta-se, assim, as hipóteses de caso fortuito, força maior ou culpa exclusiva da vítima a
excluir a responsabilidade da reclamada. Conforme provas acostadas, agiu com
NEGLIGÊNCIA E IMPRUDÊNCIA, pois deixou de fazer algo que deveria ter feito (contratar
profissional do SESMT), adotando uma conduta sem as cautelas /zelo necessários quanto as
regras de Segurança ( não fornecendo EPI/EPC para acesso em espaço confinado) .

V F – DA DOENÇA OCUPACIONAL /
REINTEGRAÇÃO AO TRABALHO / INAPTIDÃO PARA DEMISSÃO

O reclamante, após o acidente, apresentou quadro de Pertubação de estresse


pós-traumático – CID. F43.1, com sintomas de insonia, ansiedade e Flash Back do
evento conforme declaração médica e demais documentos anexados (Doc.09 à 9.4), e
passa por tratamento psicologo desde então.
Vale ressaltar que o Reclamante estava sob tratamento Psicológico a partir de
14.06.2017, após consulta e encaminhamento à Clinica Alternativa que se responsabilizou
pelo tratamento, repassando a reclamada todas as informações quanto ao estado
psicológico do reclamente. Foi dispensado sem justa causa em 16.04.2018 sendo certo que
no exame demissional (Doc.10), realizado em 05.06.2018 consta que o Reclamante estava
APTO PARA O DESLIGAMENTO DA EMPRESA, mesmo após avaliação Psicológica.
É evidente que a empresa Reclamada manifesta interesse na dispensa do
Reclamante INDEPENDENTE DO SEU ESTADO PSICOLOGICO.

Portanto, uma vez provado que o Reclamante estava/estar INAPTO para o


desligamento da empresa e estando ele SOB CONSTATAÇÃO DE DOENÇA
OCUPACIONAL E ORIENTAÇÃO PARA TRATAMENTO DE SAÚDE, deve, a empresa
Reclamada, ser condenada na sua REINTEGRAÇÃO à função exercida com o imediato
encaminhamento ao especialista para tratamento.

Dessarte, além de reintegrá-lo à função, a empresa reclamada deverá também ser


condenada no pagmento de todos os salários e demais verbas contratuais devidas desde
16.04.2018 até a data do efetivo pagamento, tudo com juros e correção monetária.
VI – DOS PEDIDOS

Diante o exposto e da fundamentação jurídica, vem o reclamante, perante


Vossa Excelência, requerer:

1. Concessão da gratuidade da justiça, nos termos e pelos motivos expostos


no item II da presente reclamatória;

2. Considerar a última remuneração paga em folha para fins de base dos


cálculos, no valor ........................ R$1.942,63 (Um mil novecentos e
quarenta e dois reais e sessenta e três centavos) equivalente ao
Salario mensal + 30% de periculosidade.

3. Pagamento do valor correspondente as horas extraordinárias e reflexos da


aludida verba sobre os DSR´s (Lei 605/49), aviso prévio indenizado (CLT,
art. 487, § 5º), 13º salários (Súmula 45 TST e CF, art. 7°, VIII), férias + 1/3
(CLT, art. 142, § 5º e CF, art. 7°, XVII), adicional de periculosidade, FGTS
(art. 15 e 18, § 1º, da Lei 8036/90) + 40% e, por último, integração das horas
extras à remuneração do obreiro, valor preliminar levantado (Doc.07);

4. O pagamento da multa do art. 477, da CLT no montante de R$1.942,63 (Um


mil novecentos e quarenta e dois reais e sessenta e três centavos)
equivalente ao Salario mensal + 30% de periculosidade, uma vez que a
rescisão não foi devidamente efetuada até a presente data;

5. A Notificação da Reclamada a pagar os valores incontroversos em primeira


audiência, sob pena de condenação da dobra legal prevista no art. 467 da
CLT;

6. A condenação da reclamada ao pagamento da indenização por danos


morais decorrentes das várias condutas ilícitas descriminadas no item V.E,
caracterizando um significativo dano a dignidade moral do trabalhador, no
valor total de R$ 100.000,00 ( cem mil reais);

7. Reintegração do obreiro na mesma função exercida a partir de 16.04.2018,


face a constatação, antes da dispensa, da doença profissional com clara
relação de causalidade com as funções executadas no cumprimento do
contrato de emprego;

8. Pagamento de todos os salários e demais verbas contratuais/rescisórias


devidas desde 16.04.2018 até o efetivo pagamento após a condenação à
reintegração, incluindo nos cálculos os reflexos do pagamento das horas
extras habituais e FGTS + 40%, de forma indenizatória e diretamente ao
obreiro, tudo com juros e correção monetária na forma de lei, no valor total
de R$ 30.455,26 (Trinta mil quatrocentos e cinquenta e cinco reais e
vinte e seis centavos);

9. Condenação da Reclamada no encaminhamento do Reclamante ao


especialista em Pertubação de stresse pós-traumático – CID. F43.1, para
posterior ingresso no INSS para o tratamento necessário;

Ante o exposto, com fundamento na legislação de regência acima mencionada,


requer digne-se Vossa Excelência determinar a notificação da reclamada para que
compareça à audiência de conciliação e julgamento, oferecendo contestação aos
termos da presente Reclamatória Trabalhista e a acompanhe até ulteriores termos,
sob pena de confissão e revelia, que a condenará ao pagamento de todas as
verbas pleiteadas, acrescidas de juros e correção monetária descontando-se
as comprovadamente já pagas (En. 200-TST), bem como ao pagamento das
custas processuais e demais cominações legais, tudo em regular liquidação
de sentença;

Protesta e requer pela produção de todas as provas em direito admitidas,


especialmente pela produção de prova testemunhal, depoimento pessoal do
representante da reclamada, a exibição, por parte da reclamada de todos os
controles de jornadas, cartão de ponto ou livro de ponto sob pena de
confissão.

Dá a causa o valor de R$ 213.580,05 ( Duzentos e treze mil


quinhentos e oitenta reais e cinco centavos).

Nestes termos,
Pede deferimento.

Recife-PE, 06 de agosto de 2018.

SILVIO BATISTA DA SILVA


OAB/PE – 38.925

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