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DADAÍSMO

O nome Dada, escolhido para o movimento, não tinha o menor significado ou importância para seus próprios
integrantes. A última coisa que desejavam é que tivesse conotação como alguma acepção de racionalidade.
Teria sido encontrado numa escolha aleatória, abrindo ao acaso um dicionário francês, onde encontraram a
palavra, que designava um “cavalo de brinquedo”. Ao mesmo tempo, dada se assemelhava a um balbuciar
de nenê, portanto algo sem sentido próprio.

Conceito

O Dadaísmo foi um movimento artístico que iniciou na literatura e passou para as outras formas artística
surgiu em Zurique na Suíça do século XX, em 1916 em oposição a todas as formas de artes propondo a
total falta de perspectiva diante da guerra; daí ser contra as teorias, as ordenações lógicas, pouco se
importando com o espectador. Opõe-se aos valores tradicionais, procurando destruí-los, defendendo a
liberdade desenfreada do indivíduo, a espontaneidade e a imperfeição.

Fachada atual do Cabaret Voltaire, em Zurique - Zurich Turism/CHRISTIAN SCHNUR

Cabaret Voltaire, Zurique, 1916


Para fazer um poema dadaísta

Pegue um jornal,
Pegue uma tesoura,
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar ao seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam este artigo e meta-os no saco.
Agite suavemente,
Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tirada do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do
público.

Tristan Tzar

Principais características

- Objetos comuns do cotidiano são apresentados de uma nova forma e dentro de um contexto artístico;
- Irreverência artística;
- Combate às formas de arte institucionalizadas;
- Crítica ao capitalismo e ao consumismo;
- Ênfase no absurdo e nos temas e conteúdos sem lógica;
- Forte caráter pessimista e irônico, principalmente com relação aos acontecimentos políticos do mundo.

Principais artistas

- Tristan Tzara
- Marcel Duchamp
- Francis Picabia
- Man Ray
- Max Ernst

Marcel Duchamp - A Fonte 1913

Por volta de 1915 o dadaísmo ganhava um amplo destaque no cenário artístico, causando certo desconforto nos
observadores e fazendo todos se questionarem sobre o real conceito da palavra arte. Neste período, o artista Marcel
Duchamp assume uma atitude antiarte e se apropria de objetos já feitos. Em 1917, ele expõe sua obra intitulada. A
Fonte, no qual se tratava de um simples e comum urinol branco invertido. Com esta atitude provocativa, Duchamp
acabou estabelecendo um debate entre Arte e Conceito, onde dizia que para ser um artista não era necessário ter um
dom ou habilidade para produzir belíssimas pinturas ou esculturas, e sim apresentar a todos algo totalmente diferente,
novo e inesperado.

Acredito que Duchamp não teve o objetivo de fazer alguém considerar o mictório como obra de arte, mas sim mudar o
pensamento padrão que as pessoas normalmente costumavam a ter e desenvolver uma visão diferente do normal.
Neste caso, Duchamp quis mostrar que aquele objeto possuía outro lado e está muito mais além do que realmente
vemos. O objetivo dele foi justamente causar esta provocação entre as pessoas, contradizendo o que grande parte da
sociedade considerava ser uma arte.

Marcel Duchamp - LHOOQ. 1919

L.H.O.O.Q. é o nome de uma das obras do pintor dadaísta Marcel Duchamp e data de 1919. A sigla, lida em francês,
parece dizer "Elle a chaud au cul", que em português seria "Ela tem um rabo quente". O trabalho é considerado por
Duchamp como um ready-made.

Os ready-mades envolvem a utilização de objetos mundano e utilitários que geralmente não são considerados arte e
sua transformação por adição, mudança ou (no caso de seu trabalho mais famoso, "Fonte") simplesmente por
renomeá-los e exibi-los em uma galeria.

Em L.H.O.O.Q., ("objeto encontrado") é um cartão postal que reproduz a obra da Mona Lisa de Leonardo da Vinci na
qual Duchamp desenhou um bigode e um cavanhaque em lápis e atribuiu o título. Na literatura da arte, este gesto é
continuamente interpretado como uma insinuação por parte de Duchamp em termos de especulação em relação à
suposta homossexualidade de Leonardo.
Francis Picabia - Aquisição. 285.1937

Nesse desenho de Francis Picabia, encontra-se de forma esquemática a fonte de energia da arte Dadaísta, que
Francis publicou para uma revista '391'. O desenho se percebe duas pilhas fornecendo energia a uma máquina com
um temporizador, associadas aos nomes: Cézanne, Matisse, Braque, Picasso e o próprio Picabia. Ao lado se observa
os nomes dispostos como num mostrador de relógio dos dadaístas H. Arp, Stieglitz, Tr. Tzara e M. Duchamp. Embaixo
encontra-se um sino, o que na visão Picabia, como expressa a ideia do Movimento Dada, representa nesse desenho,
um sino de alerta para as pessoas acordarem para o Dadaísmo.
Por ser um desenho que para entender melhor se deve conhecer mais sobre o Dadaísmo, para muitos seria loucura,
sem sentido e insano, para os dadaístas é obra prima. Assim como a frase de Picabia, que mostra com essência o
Dadaísmo.
" Dada é como nossas esperanças: nada
como nosso paraíso: nada
como nossos ídolos: nada
como nossos heróis: nada
como nossos artistas: nada
como nossas religiões: nada"
Esta obra permanece no topo de desenvolvimento artístico do Dadaísmo de Nova Iorque, no entanto tem
frequentemente sido descrita como um objeto de espírito Surrealista de Lautréamont. Como explicação destaca-se a
não confrontação de dois objetos mutuamente estranhos, e sim a descaracterização da identidade de cada um para
combiná-los, criando um totalmente novo objeto, uma mutação de um comum ferro de passar roupa.
Justamente porque o objeto perde o seu sentido, a função pra que foi produzido, surge uma discussão entre a
funcionalidade, o propósito do objeto com o fracasso de sua função ser alterada. Então vemos a ironia do poder gerado
pelo Dadaísta, de conseguir transformar uma coisa corriqueira, comum, tradicional para a sociedade em algo que
chame a atenção das pessoas e as alerte, e tudo isso de forma sem-sentido, inesperada e insensata, mas que por sua
vez funcionou ao relacionar e fazer uma grande analogia entre os "presentes"(ferro de engomar) - pão e circo - que o
povo recebe dos políticos, que no fim das contas só serviu para nos deixar mais arrebentados ( ao passar a roupa, os
pregos furam e rasgam os tecidos).

Max Ernst - O Elefante Celebes 1921


Sua pintura tem um caráter mágico e enigmático e apresenta-se como uma espécie de grande poema alegórico da
natureza, da qual, com seus seres híbridos, oferece uma mitologia inteiramente nova. Em 1926, Ernst publica uma
série de desenhos intitulada Histoire Naturelle. Trata-se de decalques (frottages) de estruturas vegetais variados, dos
quais emergem imagens sugestivas e sobrepostas, que lembram à fantasia de Ernst um Universo imprevisto. A forma
rotunda central nesta pintura deriva de uma fotografia de uma bacia de milho sudanesa, que Max Ernst transformou em
um sinistro monstro mecânico. Ernst frequentemente reutilizou imagens encontradas e elementos adicionados ou
removidos para criar novas realidades, tanto mais perturbadoras quanto tiradas do mundo conhecido.

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