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A posição que cada individuo detém num determinado campo não pode ser encarada como

algo dado e fixo, ela varia, pois, a própria constituição do campo se dá em meio a um conjunto
de relações de força e interações diretas entre os agentes. A posição de um determinado
agente no espaço social pode assim ser definida pela posição que ele ocupa nos diferentes
campos, na distribuição dos poderes que atuam em cada um deles, seja o capital econômico, o
cultural, o social e o simbólico, geralmente chamado prestigio, reputação, fama, que é a forma
percebida e reconhecida como legitima das diferentes espécies de capital.

Pode-se descrever o campo social como um espaço multidimensional de posições, os agentes


distribuem-se assim nele, na primeira dimensão segundo o volume global do capital que
possuem, e na segunda dimensão, segundo a composição do seu capital, isto é, o peso relativo
das diferentes espécies no conjunto das suas posses.

Podemos recortar classes como conjunto de agentes que ocupam posições semelhantes e que,
colocados em condições semelhantes e sujeitos a condicionamentos semelhantes, tem, com
toda a probabilidade, atitudes e interesses semelhantes, logo, práticas e tomadas de posições
semelhantes.

A sociedade pode ser entendida como um espaço, que segundo Bourdieu, é um conjunto de
posições distintas e coexistentes, exteriores umas ás outras, definidas umas em relação às
outras por sua exterioridade mutua e por relações de proximidades, de vizinhança ou de
distanciamento e, também, por relações de ordem, como acima, abaixo e entre. O espaço
social é organizado de acordo com a quantidade e com os tipos de capital que cada agente ou
grupo social possui. Os capitais são distribuídos primeiro pelo volume do capital global que
possuem e depois pela composição do capital.

Campo é um espaço de luta pela posse sobre um determinado capital e sobre o poder de
impor os principais de divisão. Existem campos escolar, jurídico, econômico, político, artístico..
que possuem os capitais, o cultural, simbólico, jurídico, econômico, politico... assim, cada
agente ocupa uma posição dentro da hierarquia de cada campo que consequentemente
determina a posição a ser ocupada no espaço social...

Existem várias regiões dentro do espaço social, que são classes teóricas, conjunto de agentes
que ocupam posições semelhantes e que, colocados em condições semelhantes e sujeitos a
condicionamento semelhantes, tem, com toda a probabilidade, atitudes e interesses
semelhantes, praticas e tomadas de posição semelhantes. Entretanto, a aproximação dos mais
chegados nunca é necessária e a aproximação dos mais afastados nunca é impossível.

Ao se organizar o espaço social, constrói-se também Classes teóricas, fictícias, que não grupos
reais, não existem na realidade. Essa construção teórica vaticina relações entre pessoas, pois a
proximidade no espaço social significa uma afinidade de habitus, escolhas, igualdade de bens e
maior probabilidade de encontros.

O estofo da realidade social consiste de relações, não de indivíduos ou grupos, mas sim de
redes de laços materiais e simbólicos. Essas relações existem sobre duas formas principais:
Conjunto de posições objetivas que as pessoas ocupam (instituições ou campos), que
externamente determinam a percepção e a ação, e posteriormente, esquemas mentais de
percepção e apreciação (articulação em camadas compõe o “habitus’)através do qual
experimentamos internamente e construímos ativamente o mundo vivido. A classe emerge e
se consolida pela competição sem fim, na qual os agentes se engajam através dos diversos
domínios da vida, visando aquisição, o controle e a disputa por diversas espécies de poder ou
capital. As disputas são ancoradas pela localização de alguém no espaço social, definidas por
três coordenadas dimensionais de volume de capital, composição de capital e trajetória

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