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AULA 05 – Mercados (Parte II): Monopólio,


Oligopólio e Concorrência Monopolística

SUMÁRIO RESUMIDO PÁGINA


Monopólio 02
Oligopólio 36
Concorrência monopolística 42
Lista de questões apresentadas na aula 54
Gabarito 58

Olá caros(as) amigos(as),

Na aula passada, vimos basicamente a hipótese de maximização


dos lucros e o mercado de concorrência perfeita. Hoje, vamos continuar o
assunto da aula passada, estudando outras estruturas de mercado.
Vamos até continuar a numeração de itens, questões e números das
figuras iniciada na aula passada. É para ficar bem claro que se trata
mesmo de uma continuação de assuntos, ok!?

Muitos de vocês já devem ter percebido que colocamos algumas


videoaulas na área do aluno. Seguem alguns esclarecimentos sobre
estas videoaulas:

• São apenas um bônus para quem adquiriu o PDF (ou seja, meu
compromisso é em fornecer o material em PDF). Recomendo
apenas para quem apresentou alguma dificuldade no material
escrito;
• Todo o conteúdo ministrado no curso em PDF é autossuficiente.
Assim, se você não gosta muito das videoaulas, pode ficar somente
no PDF, sem incorrer no risco de perder conteúdo. Desta forma,
existe a possibilidade de termos conteúdo escrito que não estará em
vídeo, mas não existe a possibilidade de termos conteúdo em vídeo
que não está no PDF;
• Sugiro que baixem os vídeos e utilizem um programa para acelerar
a velocidade de reprodução dos vídeos (VLC ou outro similar).
Assim, a aula rende mais;
• Os vídeos são bem pesados, então, evite fazer muitos downloads ao
mesmo tempo (pois a conexão pode ficar muito lenta). Como
estamos disponibilizando os vídeos para download, preferimos
gravar em HD, priorizando a qualidade de resolução e som.

Bem... agora sim, vamos continuar a falar sobre as estruturas de


mercado!

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4. MONOPÓLIO

O monopólio é o oposto da concorrência perfeita, representando a


inexistência de competição, o suprassumo da anticoncorrência, uma vez
que temos apenas uma firma que domina todo o mercado.
Na posição de único produtor de determinado produto, o
monopolista está na situação onde toda empresa sonha estar, ele está em
uma posição singular, única. Se decidir elevar o preço do produto, não
precisa se preocupar com a concorrência, simplesmente, porque ela não
existe! Isto acontece porque o monopolista é o próprio mercado e
controla a quantidade ofertada de produto que será posto à venda.
No entanto, isso não significa que o monopolista possa, a seu bel-
prazer, cobrar o preço que quiser caso seu objetivo seja a maximização
de lucros. Este curso é um exemplo. Hipoteticamente, suponha que este
fosse o único material de Economia à venda disponível para o concurso do
BACEN. Será que eu poderia cobrar R$ 5.000,00 pelo curso?
Provavelmente, se este fosse o único curso à venda no mercado, ainda
assim, eu não poderia cobrar R$ 5.000,00 por ele. Por que não?
Economicamente, a resposta é óbvia: poucas pessoas iriam adquiri-lo, de
forma que o lucro seria menor, apesar de eu ser o monopolista do
produto, neste exemplo imaginário.
As características básicas do monopólio são as seguintes:

1) Uma única empresa produtora do bem ou serviço;


2) Não há produtos substitutos próximos;
3) Existem barreiras à entrada de firmas concorrentes.

O motivo 1 significa a própria essência do monopólio.


O motivo 2 é decorrência do motivo 1, pois se o bem produzido
pelo monopolista possuísse substitutos próximos ou produtos que fossem
equivalentes, não teríamos um monopólio, mas sim uma estrutura de
mercado que se aproximaria da concorrência monopolística.
O motivo 3 é o mais interessante e é ele que explica por que os
monopólios existem e ainda podem durar por bastante tempo. A causa
fundamental de um monopólio existir está nas barreiras à entrada. Isto é,
um monopolista se mantém como único vendedor de seu mercado porque
as outras empresas são impossibilitadas de entrar no mercado e competir
com ele.
Basicamente, as barreiras à entrada têm quatro origens
principais:

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i) Recursos de monopólio:
Uma empresa possui os recursos chave para a produção de
determinado produto. Por exemplo, a Aluminium Company of
America (Alcoa) deteve o monopólio no mercado de alumínio por
mais de 50 anos. Isto aconteceu porque ela controlava todas as
fontes de fornecimento de bauxita, que é a matéria-prima do
alumínio.

ii) Regulamentações do governo:


Às vezes, os monopólios surgem porque o governo concede
somente a uma empresa o direito exclusivo de vender algum bem
ou serviço. As leis que regulam as patentes e os direitos autorais
configuram um exemplo desta situação e o objetivo de tais normas
é estimular e recompensar aquela empresa que investiu em
inovações que trazem benefícios à coletividade. Por exemplo, por
alguns anos, foi garantido à empresa farmacêutica Pfizer o direito
exclusivo de vender o famoso Viagra, para a impotência sexual.
Estas situações em que uma empresa detém o monopólio de
um produto por força de lei são chamadas de monopólio legal.
Vale ressaltar que o monopólio legal não ocorre somente no caso
das patentes. Por exemplo, por mais de 40 anos (1954 a 1997), o
governo concedeu à Petrobrás o direito exclusivo de explorar o
petróleo localizado em terras brasileiras, mesmo sem ter sido ela a
inventora do processo de extração de petróleo.

iii) Processo de produção:


A produção de determinados bens apresentam economias de
escala para os níveis de produção relevantes. Nesse caso, quanto
maior for a produção, menor será o custo médio, uma vez que a
curva de custo médio de longo prazo é decrescente quando temos
economias de escala. Em outras palavras, uma só empresa pode
produzir a um custo médio menor do que se houvesse um número
maior de empresas. Quando esta situação ocorre, temos um
monopólio natural ou puro.
Importante: a principal característica do monopólio natural é
a existência de economias de escala no processo de
produção.
Esse é o caso das empresas que têm uma parcela muito alta
de custo fixo e custos variáveis baixos, quando comparados com o
custo fixo. Aqui, é bem menos custoso um número menor de firmas
produzir, ou até mesmo uma só firma fazê-lo. Como exemplo de
monopólios naturais, temos as companhias de energia elétrica,
telefonia, abastecimento de água e saneamento básico das cidades.

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A tecnologia de produção destes serviços é de tal ordem que
uma vez incorridos os altos custos das instalações, a expansão da
produção por uma só firma (monopolista) irá reduzir os custos
médios. Consequentemente, para essas firmas caracterizadas como
“monopólio natural”, a estrutura de custos médios é decrescente
para toda a faixa relevante de produção1. Ou seja, à medida que se
aumenta a produção, os custos médios irão decrescer cada vez
mais, e isso só acontece nestas empresas inseridas neste caso
específico do monopólio natural.
Quando temos uma tecnologia de produção com a existência
de economias de escala, as empresas de fora do mercado sabem
que não poderão atingir os mesmos baixos custos de que desfruta o
monopolista porque, depois de entrar, cada uma teria uma fatia
menor do mercado e ainda teria que arcar com altíssimos custos
iniciais de implantação da firma.
Por fim, ressalto que, em algumas obras, a ocorrência de
economias de escopo, quando os custos totais de uma só empresa
são menores que os custos totais de várias empresas, também
representa barreiras à entrada e pode provocar o surgimento de
monopólios naturais.

iv) Tradição no mercado:


A tradição que algumas firmas possuem muitas vezes funciona
como barreira à entrada. Por exemplo, demorou bastante tempo e
demandou muitos investimentos até que os japoneses pudessem
concorrer com a tradição dos relógios suíços e com a tradição dos
automóveis alemães e americanos.
Agora que já temos uma visão geral do monopólio, podemos
estudar os aspectos econômicos do funcionamento desta estrutura de
mercado.

4.1. AS CURVAS DE DEMANDA, RECEITA MÉDIA E RECEITA


MARGINAL DA FIRMA MONOPOLISTA

No mercado concorrencial, figuras 01 e 02, nós vimos que a curva


de demanda individual da firma era uma reta horizontal passando pelo
nível de preço e que, ao mesmo tempo, tal curva também representava o
nível da receita marginal e da receita média.

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No monopólio, entretanto, a curva de demanda da firma será igual
à curva de demanda do mercado e a explicação é simples: a firma
monopolista é o próprio mercado. A produção da firma será a própria
produção do mercado, pois só existe uma firma no mercado! Assim, a
demanda enfrentada pela firma será a própria demanda do mercado.
Logicamente, sua curva de demanda individual será igual à curva de
demanda do mercado – que é negativamente inclinada.
A consequência mais importante desse fato é que, diferentemente
do que ocorre na concorrência perfeita, a receita marginal não será igual
ao preço. Na concorrência perfeita, o fator que faz com que a receita
marginal seja igual ao preço é justamente o fato de que a firma
individualmente é tomadora de preço e enfrenta uma curva de demanda
horizontal (perfeitamente elástica).

No monopólio, a receita marginal será menor que o preço


que a firma cobra pelo seu produto. Isso pode ser constatado
graficamente; veja a figura 10:

DEMANDA DE MERCADO E DEMANDA INDIVIDUAL


(FIRMA ISOLADA) NO MONOPÓLIO

A firma é o próprio
Preços Demanda de mercado
mercado
Demanda para a
firma monopolista
E1 F
PE1 E1 PE1

E2
PE2
DFIRMA
DMERCADO

QE1 Quantidade QE1 QE2


de produtos

a) MERCADO TOTAL b) FIRMA INDIVIDUAL

Observe, no gráfico 10.b, que se o monopolista aumentar a sua


produção (de QE1 para QE2) e mantiver o mesmo preço inicial (PE1),
simplesmente não haverá demanda para o produto. Veja que a interseção
de QE2 com PE1 é o ponto F, fora da curva de demanda. Ou seja, não

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haverá demanda para aquele nível de quantidades produzidas (QE2) ao
preço PE1, de modo que a firma não aumentará sua receita se decidir
aumentar a produção e manter os preços.
Para aumentar a produção e conseguir vendê-la, a firma
monopolista deve reduzir os preços. Isto acontece porque a curva de
demanda enfrentada pela firma (demanda individual) é a própria curva de
demanda do mercado, que é negativamente inclinada, indicando que
quanto maiores forem as quantidades demandadas, menores devem ser
os preços. É o que acontece no gráfico: para aumentar a produção de QE1
para QE2, e se manter na curva de demanda, a firma deve reduzir os
preços de PE1 para PE2 para que ainda haja demanda do produto.
Desta forma, cada produto adicional que a firma queira produzir
deve estar em um preço abaixo do que era praticado no nível de produção
imediatamente anterior. Isto quer dizer que, para vender mais (ir de QE1
para QE2), a firma deve reduzir o preço, indicando que a receita adicional
pela venda de seu produto adicional será inferior ao preço que era
praticado anteriormente. A conclusão a que chegamos é a seguinte:

A receita marginal no monopólio será sempre


menor que o preço do produto. Em
monopólio, Rmg < P.

Vemos então que, no monopólio, para se vender um produto


adicional, a firma terá que fazê-lo a um preço menor que aquele praticado
anteriormente. Desta forma, a receita, na margem, será sempre menor
que o preço que era praticado no nível de produção imediatamente
anterior. Em outras palavras, no monopólio: Rmg<P.
Intuitivamente, soa bastante estranho esta afirmação de que o
monopolista deve baixar o preço para vender mais. Entretanto, devemos
que ter a noção de que o monopolista é a única firma no mercado. Ao
preço PE1 (figura 10), toda a demanda do mercado é satisfeita
consumindo exatamente QE1. Ou seja, a população consumidora, ao preço
PE1, só deseja consumir QE1. É isto que nos mostra a curva de demanda
da figura 10. Se o monopolista quiser vender mais produtos, ele terá que
baixar o preço, fazendo as quantidades demandadas da população
aumentarem. Na figura 10, para vender QE2, ele deve reduzir o preço,
cobrando PE2. Ou seja, ele deve reduzir o preço para que a quantidade
demandada dos consumidores aumente. Em outras palavras, isto significa
dizer que a receita marginal (Rmg) será inferior ao preço (P).
Na concorrência perfeita, a curva da receita marginal é a mesma
curva de demanda individual da firma (uma reta horizontal ao nível do
preço) – figura 02 da aula 04. No entanto, em monopólio, pelo fato de a
Rmg ser menor que o preço, a curva da Rmg deverá ser tal que, para

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cada nível de produção, a Rmg encontrada seja menor que P. Isto trará a
seguinte consequência:
No monopólio, a curva da receita marginal estará abaixo e à
esquerda da curva de demanda da firma (que é igual à curva de
demanda do mercado – negativamente inclinada).
Se montarmos um gráfico típico, com os valores de P e Rmg no eixo
vertical e os valores de Q no eixo horizontal, veremos que a curva de
receita marginal possui o mesmo intercepto vertical da curva de demanda
e inclinação duas vezes maior.

P, Rmg
Curva de demanda da firma
Intercepto A (=demanda de mercado)
vertical

Curva de receita marginal no


monopólio:
- mesmo intercepto vertical;
- inclinação 2X maior;
- abaixo e à esquerda da curva de
demanda, pois Rmg<P.

O B C
OB = OC/2 Q

OC

Obs: matematicamente, é bem simples demonstrar por que a curva da


receita marginal possui o mesmo intercepto vertical e tem exatamente o
dobro de inclinação da curva de demanda. No entanto, para este concurso
(com foco no CESPE/Unb, e na prova de Conhecimentos Gerais para todos
os cargos), tal demonstração algébrica não nos interessa! Apenas saiba
que, em monopólio, a curva da receita marginal está abaixo e à esquerda
da curva demanda, sendo 2 vezes mais inclinada.

Como decorrência do fato de a curva de Rmg ter o dobro da


inclinação da curva de demanda, o intercepto horizontal da demanda será
o dobro do valor do intercepto horizontal da Rmg. Ou seja, o segmento
OB é exatamente a metade do segmento OC.
Já sabemos que Rmg<P e que a curva da Rmg estará abaixo e à
esquerda da curva de demanda, certo?! Mas... e quanto à receita média
(Rme)? Será que ela é igual ao preço, assim como acontece na
concorrência perfeita? A resposta é sim! Algebricamente, isso é
demonstrado sem maiores dificuldades:

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!∀#∀∃%&!!∀!#∃ !∀ !! !
!∀# ! ! ! !!
!∀#∃%&∋#∋( ! !

Ou seja, a Rme é o próprio preço que o consumidor paga em cada


unidade do produto. Então, a curva da Rme é a própria curva de demanda
do mercado. Na figura 11, a curva da Rme será o segmento AC, de modo
que a curva de demanda é igual à curva da Rme.

4.2. A RECEITA MARGINAL E A ELASTICIDADE PREÇO DA


DEMANDA NO MONOPÓLIO

Existe uma expressão que relaciona a receita marginal (Rmg) com


os preços (P) e a elasticidade preço da demanda (EPD) enfrentada pela
firma individual. Não nos interessa demonstrá-la matematicamente, mas
apenas entendê-la. Segue a expressão:

!
!∀# ! ! ! !
!∀#

Note que a expressão reafirma de modo matemático aquilo que


aprendemos na concorrência perfeita. Por exemplo, em concorrência
perfeita, temos o seguinte: Rmg=P. Em mercados competitivos
(concorrência perfeita), a curva de demanda da firma é uma reta
horizontal, indicando que a demanda enfrentada pela firma individual é
!
infinitamente elástica (EPD=∞). Logo, ! !!(todo número dividido por
!!∀!!
!
infinito é igual a zero). Como ! !!, teremos, para a concorrência
!!∀#!
perfeita, onde EPD=∞:

Rmg = P(1 – 0) => Rmg = P(1) => Rmg = P

Nós sabemos que os lucros serão maximizados, para qualquer tipo


de mercado, sempre quando Rmg=Cmg. Assim, podemos reescrever a
expressão substituindo a Rmg por Cmg, de modo que a maximização de
lucros acontecerá quando:

!
!∀# ! ! ! !
!∀#

!∀# ! !∀#! assim:

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!
!∀# ! ! ! !
!∀#

Do ponto de vista matemático, podemos perceber que o


monopolista nunca irá atuar quando !∀# <1. Se !∀# <1, então
!
>1 e a receita marginal (Rmg) será um valor negativo, de maneira
!∀#
que não se poderá igualar ao custo marginal, pois não existe custo
marginal negativo!
Pense comigo: é possível a empresa reduzir o custo total a partir de
um aumento de produção? Não, é claro que não! Portanto, não existe
custo marginal negativo. Economicamente, é uma situação impossível.
Assim, o custo marginal será sempre maior ou igual a zero.
Logo, você deve entender que: para que o monopolista consiga
maximizar os lucros, sua receita marginal deve ser igual ao custo
marginal, e como este último é sempre maior ou igual a zero, então, a
receita marginal também deve ser igual ou maior que zero; e para a
receita marginal ser igual ou maior que zero, a EPD deve ser maior ou
igual a 1.

O monopolista só consegue maximizar


lucro se a EPD é igual ou maior que 01
unidade (EPD≥1). Vale ainda ressaltar que
estamos falando da demanda da firma, logo,
a elasticidade de que estamos tratando é da
firma individual e não do mercado. Por
exemplo, individualmente, uma firma
competitiva (em concorrência perfeita)
possui elasticidade preço da demanda igual a
infinito, ou infinitamente/completamente
elástica (EPD=∞). No entanto, o mercado
como um todo (curva de demanda do
mercado, e não da firma) pode possuir uma
EPD com valor bem inferior a infinito.

Em outras palavras, podemos também reformular a proposição em


negrito da seguinte maneira: o monopolista não irá operar (ou atuar)
onde a curva de demanda é inelástica.
Mais uma vez, temos algo que não soa bem aos ouvidos. Afinal,
como é que o monopolista não vai atuar quando a demanda é inelástica?

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Ou seja, justamente quando os consumidores são inelásticos aos preços,
ele não vai produzir, é isto mesmo?
Em primeiro lugar, devemos entender que quando falamos que o
monopolista não vai atuar quando a curva de demanda é inelástica, não
estamos falando que ele não produzirá qualquer mercadoria e
simplesmente se retirará do mercado quando EPD<1. Não é nada disto!
Estamos falando apenas que ele escolherá um nível de produção em que
a demanda seja maior ou igual a 01 unidade.
Como sabemos, em regra, a elasticidade preço da demanda varia
ao longo da curva de demanda (aula 00, figura 21). Assim, na prática, o
monopolista pode escolher com qual elasticidade da demanda ele irá se
defrontar. Veja a figura 12, que nos retrata uma demanda linear, assim
como foi explicado na aula 00, e, ao mesmo tempo, a curva da receita
marginal, com inclinação duas vezes maior (de tal forma que OM=OC/2):

P, Rmg

A
EPD > 1

EPD < 1
Rmg

Q
O M C

O que queremos dizer quando falamos que o monopolista não atua


quando a demanda é inelástica é o seguinte: pela figura 12, o
monopolista escolherá um nível de produção tal que não exceda o valor
do segmento OM, pois, se o fizer, este respectivo nível de produção
estará no ramo inelástico da curva de demanda (EPD<1), impossibilitando,
assim, o monopolista de maximizar o seu lucro.
Entendemos, portanto, que o monopolista só opera no ramo
elástico da curva de demanda. Na figura 12, ele escolheria um nível de
produção que estivesse entre o ponto “O” e o ponto “M”, o que o
remeteria ao segmento AB da curva de demanda, onde temos EPD≥1, e
receita marginal positiva (Rmg>0).
Esquecendo um pouco essa história gráfica e matemática, podemos
pensar de modo intuitivo. Também é um pouco “esquisito” (rs!), mas é
possível entendermos perfeitamente. Vamos lá:

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Intuitivamente, podemos entender dessa maneira o significado da
proposição de que o monopolista não operará onde a curva de
demanda é inelástica: se !∀# <1, vendo a curva de demanda, notamos
que uma redução na produção fará o preço aumentar, o que aumentará a
receita2 e reduzirá o custo total3, fazendo com que os lucros4 aumentem.
Assim, qualquer ponto em que !∀# <1 é um ponto onde a empresa pode
aumentar os lucros. Ora, se é possível aumentar os lucros, então,
!∀# <1, obrigatoriamente, não pode ser um ponto de lucro máximo para
o monopolista. Se, quando !∀# <1, não temos lucro máximo; por
eliminação, isto significa que, necessariamente, a situação de lucros
máximos para o monopolista só pode ocorrer onde !∀# !1.

4.3. EQUILÍBRIO DO MONOPOLISTA

Conforme sabemos, da mesma forma que a firma competitiva, o


monopolista maximiza os lucros quando Rmg=Cmg. A diferença básica
entre as duas situações é que, no monopólio, a Rmg não é igual ao preço,
mas sim menor. Isto fará com que o monopolista se equilibre sempre com
um nível de produto para o qual o preço seja maior que o custo marginal.
A partir deste raciocínio, vejamos graficamente a decisão de
produção (como se dá o equilíbrio) do monopolista:

P, Rmg

A Cmg
PE

Demanda
Rmg
Q
QE

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Γ
! Η1(+∀&! Α,∀Ι∃3! (! 2#∀1Ε6&! ∀()! ;1(+0/∀(∀#)! ,2&∀1Φ/∀()! ϑΗΚ! (1∗#+0(! &! ,2#Ε&! ϑΧΚ! #∗! ,2&,&2Ε6&!
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Nota ! a estrutura e as curvas de custos do monopolista são as mesmas
da firma em concorrência perfeita. Na verdade, as curvas de custo
estudadas na aula 03 se aplicam a qualquer estrutura de mercado.

Em primeiro plano, deve ficar claro que no monopólio a firma pode


operar no ramo descendente (ou decrescente) da curva de custo
marginal, o que não acontece na concorrência perfeita (ver item 3.3 da
aula 04).
Em segundo plano, pode haver situações, como ilustrado na figura
13, em que há dois pontos em que Rmg=Cmg (pontos A e B). Neste caso,
o equilíbrio do monopolista ocorrerá no ponto onde a produção é maior.
Então, o equilíbrio de nosso monopolista representado na figura 04
acontecerá quando o preço for PE e a produção QE, que foram extraídos
do equilíbrio de Rmg=Cmg provenientes do ponto B, e não do ponto A.
Ou seja, primeiro, igualamos receita e custo marginais – é o
encontro das curvas de receita e custo marginais. Se houver dois pontos
de igualdade, escolhemos aquele que remete ao maior nível de produção.
Na figura 13, o equilíbrio se dá no ponto B. Neste ponto, o monopolista
irá produzir QE. Para sabermos o preço que será cobrado, subimos uma
reta perpendicular, partindo de QE, até atingir a curva de demanda, que
relaciona as quantidades com os preços. Neste ponto de encontro de QE
com a curva de demanda, encontramos o preço que será cobrado pelo
monopolista: PE.
A receita total da firma é PxQ. No gráfico, isso é equivalente à área
abaixo da linha do preço de equilíbrio e à esquerda da linha da produção
de equilíbrio. Na figura 14, é o retângulo O_QE_E_PE. O custo total da
firma será igual5 CmexQ. No gráfico, isso é equivalente á área à esquerda
da linha da produção de equilíbrio e abaixo da linha do custo médio, que é
obtido por meio da intersecção da produção de equilíbrio com a curva de
custo (total) médio. Na figura 14, é o retângulo cinza claro O_QE_C_Cme.
O lucro total será a diferença entre a receita e o custo total. Na figura 14,
é a área do retângulo Cme_C_E_PE, cinza escuro.

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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!
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P, Rmg,
Cme

PE E

C
Cme

D
O
QE Q

Como se percebe por meio da figura 14, o lucro da firma


monopolista depende da diferença entre o preço de equilíbrio
(preço que o bem é vendido ao consumidor) e o custo médio.
Quanto maior essa diferença, maior será o lucro do produtor.
Uma interessante dúvida que pode surgir é quanto ao fato da
possibilidade ou não da firma monopolista incorrer em prejuízo econômico
(RT<CT; ou Rme<Cme). E então, é possível o monopolista incorrer em
prejuízo?
A resposta é sim!

Importante: é possível um monopolista incorrer em


prejuízo econômico (RT<CT), desde que esteja em uma
situação de curto prazo.

Para haver equilíbrio com prejuízo, em curto prazo, basta que o


custo médio seja superior à receita média (Cme>Rme; ou CT>RT). Como
Rme=P, para haver prejuízo, basta que o custo médio seja superior ao
preço. Veja que isto ocorre na figura 15:

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P, Rmg,
Cme

Cme C
PE E

D
O
QE Q

A firma iguala o custo marginal e a receita marginal quando a


produção é QE. Neste nível de produção, o preço do produto é PE
(Rme=PE) e o custo médio é Cme. O custo total será o retângulo
O_QE_C_Cme; a receita total será o retângulo cinza claro; o prejuízo será
o retângulo cinza escuro. Então, veja que, neste caso, o monopolista, na
verdade, está no ponto de prejuízo mínimo quando Rmg=Cmg.
Por fim, ressalto que a firma monopolista, assim como a firma
competitiva, só deve encerrar suas atividades no curto prazo quando, ao
igualar a Rmg ao Cmg, o preço for inferior ao custo variável médio
(P<CVme). A explicação é a mesma que foi feita no item 3.5 da aula 04,
e vale para qualquer estrutura de mercado. No longo prazo, a firma
monopolista encerrará as atividades se P<Cme, uma vez que em longo
prazo CVme=Cme.
Assim, entenda que, em curto prazo, o monopolista pode se
equilibrar (igualar Rmg=Cmg) obtendo prejuízo econômico, desde que o
preço seja superior ao custo variável médio. No entanto, em longo prazo,
a firma monopolista encerrará suas atividades se obtiver prejuízo
econômico.

4.4. DETERMINAÇÃO DO PREÇO DO MONOPOLISTA E O MARK UP

!
Vimos anteriormente que !∀# ! ! ! ! !!Vimos também que o
!∀#
lucro é máximo quando Rmg=Cmg. Substituindo Rmg por Cmg na
expressão, obtemos:

!
!∀# ! ! ! !
!∀#

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!
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!
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Trabalhando em termos do preço (P), obtemos:

!
! ! !∀#
!
!!
!∀#

Ou,

!∀#
! !!
!
!!
!∀#

Essa expressão tem uma interessante interpretação. Nós sabemos


que o monopolista não atua quando !∀# <1, de modo que podemos dizer
com certeza que a firma monopolista só produzirá quando !∀# ≥1.
À medida que aumentamos indefinidamente o valor da !∀# , o
!
denominador da expressão em negrito, ! ! !∀# , vai se aproximando de
01, o que significa que o preço do produto vai se aproximando do custo
marginal. Veja uma aplicação: na concorrência perfeita, a demanda da
firma é infinitamente elástica (Epd=∞). Neste mercado, o denominador
!
da expressão em negrito, ! ! !∀# , será igual a 1 e o preço será igual ao
custo marginal, exatamente como aprendemos na concorrência perfeita
(P=Cmg).
Entretanto, no monopólio, sabemos que Epd não é infinita, mas é
maior que 01 unidade, !∀# ≥1. Quanto mais a Epd se aproxima de 01,
maior será o preço do produto (P) e mais ele se distancia do custo
marginal. Quanto mais a Epd cresce e se aproxima do infinito (Epd=∞),
menor será o preço do produto (P) e mais ele se aproxima do custo
marginal.
Com isso, podemos concluir que quanto mais elástica for a curva de
demanda com a qual o monopolista se defronta, mais próximo estarão o
preço e o custo marginal, e menor será a sua margem (excesso) sobre o
custo marginal. Em outras palavras, quanto mais inelástica6 for a
curva de demanda da empresa, maior o poder de monopólio.
A expressão do preço do monopolista também nos possibilita
calcular o percentual de mark up da firma monopolista. O mark up é a
margem do preço que está acima do custo marginal (mark
up=P/Cmg).

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Ζ
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Por exemplo, suponha uma firma que cobre R$ 5,00 por um
produto, sendo que o custo marginal é de apenas R$ 4,00. Se estivesse
em mercado competitivo, a firma seria obrigada a cobrar o preço igual ao
custo marginal, logo, teríamos preço igual a R$ 4,00 e não igual a R$
5,00. O mark up desse monopolista é o excesso do preço sobre o custo
marginal. No nosso exemplo, o mark up seria P/Cmg=5/4=1,25. Em
porcentagem, o mark up desta firma é de 25%, que é exatamente a
proporção do preço que está acima do custo marginal.
Se P/Cmg=1, então, percentualmente, dizemos que não há mark up
e o mercado é competitivo, pois P=Cmg. De forma análoga, se P/Cmg=2,
então, o mark up é de 100%, se P/Cmg=1,5, o mark up é de 50%.
Seguem as expressões algébricas para o mark up:

!
!∀#∃!!∀ !
!∀#

Se observarmos as expressões do inicio do tópico, e substituirmos o


valor do Cmg, o mark up também poderá ser:

!
!∀#∃!!∀ ! !
!
!!
!∀#

Pela expressão, percebe-se que, quanto maior a elasticidade


preço da demanda, menor será o mark up do monopolista. Isto é
intuitivo: quanto mais os consumidores reagirem aos aumentos de
preços, menos será a capacidade do monopolista de cobrar preços acima
dos custos marginais de produção.

4.5. ÍNDICE DE LERNER E O PODER DE MONOPÓLIO

O índice de Lerner é um meio de medirmos o poder de


monopólio (ou poder de mercado).
Na concorrência perfeita, P=Cmg (o que chamamos virtualmente de
preço socialmente ótimo). No monopólio, P>Cmg. Uma forma de medir o
poder de monopólio é verificar qual a proporção em que o preço do
produto supera o custo marginal. Para isso, basta calcularmos o montante
em que P supera Cmg, e depois basta dividirmos o resultado por P. Segue
a expressão do índice de Lerner (L):

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!
<3#?(≅,>,3()∋3Α∋+Β#(Χ(08+∋(65!
! ! !∀#
! !! !
!

O índice variará entre zero e um. Quanto menor o poder de


monopólio, menor ou mais próximo de zero será o índice. Por
exemplo, na concorrência perfeita, o poder de monopólio é zero, uma vez
que P=Cmg, (P – Cmg)=0, e L=0.
Também podemos expressar o índice em termos da elasticidade
!∀#
com que a empresa individual se defronta. Sabemos que ! ! ! ! ;
!!
!∀#
substituindo P na expressão do índice (em negrito) e fazendo as
simplificações algébricas (que eu sugiro que não perca tempo fazendo ☺),
chegaremos a:

!
! !!
!∀#

Isto é, quanto maior a Epd, menor será o poder de monopólio.


Vale ressaltar que estamos tratando da elasticidade da curva de demanda
da empresa, e não da curva de demanda do mercado. Por exemplo, na
concorrência perfeita, a empresa possui uma curva de demanda
infinitamente elástica (Epd=∞), de modo que L=0.
Devemos ter o entendimento de que estamos falando de poder de
monopólio e não de lucros (alto poder de monopólio não significa,
necessariamente, lucros elevados). O poder de monopólio depende da
margem do preço sobre o custo marginal, ao passo que o lucro depende
da diferença entre receita total e custo total (ou seja, da diferença entre o
preço, ou receita média, e o custo médio). Assim, uma empresa pode ter
alto poder de monopólio, mas os lucros podem não ser tão altos (ou até
mesmo negativos) devido ao nível elevado de custo médio.
Já assistimos, no Brasil, a empresas com alto poder de mercado
decretarem falência (Transbrasil, Varig), o que indica que nem sempre o
alto poder de mercado caminha com altos lucros.
Por fim, devo ressaltar que a afirmação segundo a qual o poder de
mercado é alto quando a elasticidade é baixa não contraria a hipótese de
que o monopolista nunca irá atuar quando EPD<1. Assim, entenda que o
poder de mercado será tanto mais alto quanto menor a elasticidade, mas,
ao mesmo tempo, esta não pode ser menor que 01 unidade, pois, neste
caso, o monopolista não conseguirá maximizar lucros.

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4.6. A CURVA DE OFERTA E O EQUILÍBRIO DE LONGO PRAZO DA


FIRMA MONOPOLISTA

O conceito de oferta e preço de oferta para o monopólio possui


significado muito menos preciso do que na concorrência perfeita. Em
qualquer caso, podemos afirmar que a firma monopolista não tem
curva de oferta individual, logo, o mercado também não possui curva
de oferta, pois o mercado é a própria firma! Em outras palavras, não há
uma curva que mostre uma relação entre preços de venda e quantidades
produzidas.
A conclusão extraída a partir da figura 06 da aula 04, na
concorrência perfeita, de que a curva de oferta da firma é derivada a
partir da curva do custo marginal não é possível para o caso do
monopólio. Na concorrência perfeita, o preço é igual ao custo marginal e
isso foi essencial para chegarmos à conclusão de a curva de oferta da
competição perfeita é igual à curva do custo marginal. No caso do
monopólio, essa conclusão não pode ser feita, pois o custo marginal difere
do preço (Cmg ≠ P). Assim, não há uma relação estável, ou não podemos
definir de modo confiável a existência de uma curva relacione preços e
quantidades ofertadas/produzidas.
Quanto ao equilíbrio de longo prazo, podemos afirmar que, neste
ponto, difere da concorrência perfeita, pois, nesta, o equilíbrio de longo
prazo acontece quando as firmas possuem lucro econômico zero. No
monopólio, entretanto, a existência de barreiras à entrada de
novas firmas permitirá a existência de lucros econômicos
positivos (lucros extraordinários) no longo prazo. Ou seja, podemos
então afirmar que o monopólio não é afetado no longo prazo. Ele pode se
equilibrar com lucros extraordinários (positivos).
Na concorrência perfeita, se você se recordar do item 3.7, verá que
o que faz com que a firma competitiva não aufira lucros positivos no
longo prazo é justamente a livre entrada de empresas no mercado.
Havendo lucros positivos, mais empresas serão atraídas para o mercado,
de tal modo que a curva de oferta do mercado será deslocada para a
direita e para baixo, pois haverá mais firmas no mercado, aumentando a
oferta. Este deslocamento reduz o preço de equilíbrio e, por
consequência, os lucros até o ponto em que o lucro zero (ou lucro
normal) é atingido. Esta é a história da concorrência perfeita.
No monopólio, havendo lucros positivos, não existe o perigo de
haver a entrada de mais empresas no mercado, justamente porque o que
justifica a existência do monopólio são as barreiras à entrada. Logo, no
longo prazo do monopólio, havendo lucros extraordinários, não haverá
entrada de ninguém, o que permite a continuidade dos lucros positivos.

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4.7. A INEFICIÊNCIA DO MONOPÓLIO

Na concorrência perfeita, o equilíbrio do mercado7 ocorre quando a


curva de demanda do mercado intercepta a curva de oferta do mercado.
A curva de oferta do mercado é a soma das curvas de oferta (curvas de
custo marginal) das firmas individuais (assim, curva de oferta do mercado
= ∑Cmgi), onde Cmgi é o custo marginal da firma individual.
Suponhamos agora, em situação hipotética, imaginária, que todas
as firmas competitivas se unissem e formassem uma só firma que
monopolizasse todo o mercado. O equilíbrio desse novo mercado
(monopolista) aconteceria quando a nova firma monopolista igualasse o
custo marginal à receita marginal. A curva de receita marginal estará à
esquerda e abaixo da curva de demanda do mercado. O custo marginal
estará representado pela curva de oferta do mercado, uma vez que esta
representa o somatório das curvas de oferta das firmas individuais. Neste
novo equilíbrio monopolista, percebe-se que o mercado monopolista
produz menos que o mercado competitivo, e cobra mais caro.

P Cmg
Oferta=∑Cmg

PM
W A
E PE B
PE E
C
Z
M
Rmg
Demanda
Demanda
QE Q QM QE
a) EQUILÍBRIO NO MERCADO b) EQUILÍBRIO NO
COMPETITIVO MONOPÓLIO

Percebe-se, então, que o mercado monopolista implica ganho de


bem estar para o produtor e perda de bem estar para o consumidor. Não
nos cabe aqui fazer a demonstração de como isto acontece, mas você
pode entender que o ganho de bem estar dos produtores é inferior à
perda de bem estar dos consumidores. Esta perda no bem estar total
resulta em uma ineficiência econômica (conhecida como “peso morto”).

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Daí, podemos concluir que os mercados monopolistas não são
eficientes economicamente.8
A causa desta ineficiência reside no fato de o monopolista
cobrar um preço acima do custo marginal. Esta medida ineficiente faz
com que haja perdas para a sociedade como um todo. Se o governo
quiser melhorar a eficiência econômica deste mercado, ou aproximar o
resultado daquilo que seria verificado caso tivéssemos uma concorrência
perfeita, ele poderia impor a regra competitiva de formação de preços. No
entanto, o órgão regulador não pode impor tal essa regra de formação de
preços (onde preço igual ao custo marginal) indistintamente, em qualquer
caso. É claro que essa formação de preço (onde P=Cmg) segue os
preceitos da eficiência econômica, mas nem sempre será possível a um
órgão regulador impor isso ao mercado.
Em concursos públicos, o que mais aparece em prova sobre esse
assunto é o caso do monopólio natural, que veremos abaixo:

O caso do monopólio natural

A produção de determinados bens apresentam economias de escala


para os níveis de produção relevantes. Conforme sabemos, economias de
escala é uma característica do processo produtivo, na qual, quanto mais
se produz, menor é o custo unitário da mercadoria ou serviço que é
produzido. Isto é, quanto maior for a produção, menor será o custo médio
(ou custo por mercadoria). Em outras palavras, uma só empresa pode
produzir a um custo médio menor do que se houvesse um número maior
de empresas. Quando essa situação ocorre, temos um monopólio
natural ou puro.
Esse é o caso das empresas que têm uma parcela muito alta de
custo fixo9 e custos variáveis10 baixos, quando comparados com o custo
fixo. Aqui, é bem menos custoso um número menor de firmas produzir,
ou até mesmo uma só firma fazê-lo. Como exemplo de monopólios
naturais, temos as companhias de energia elétrica, telefonia,
abastecimento de água e saneamento básico das cidades.
A tecnologia de produção desses serviços é de tal ordem que uma
vez incorridos os altos custos das instalações, a expansão da produção
por uma só firma (monopolista) irá reduzir os custos médios.
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Consequentemente, para essas firmas caracterizadas como “monopólio
natural”, a estrutura de custos médios é decrescente para toda a faixa
relevante de produção11. Ou seja, à medida que se aumenta a produção,
os custos médios irão decrescer cada vez mais, e isso só acontece nessas
empresas inseridas neste caso específico do monopólio natural.
Quando temos uma tecnologia de produção com a existência de
economias de escala, as empresas de fora do mercado sabem que não
poderão atingir os mesmos baixos custos de que desfruta o monopolista,
porque, depois de entrar, cada uma teria uma fatia menor do mercado e
ainda teria que arcar com altíssimos custos iniciais de implantação da
firma.
Adicionalmente, podemos estatuir também que, de modo geral, os
monopólios naturais apresentam custos marginais12 muito baixos,
bem próximos ou tendendo a zero para os níveis relevantes de
produção. Veremos por quê:
As indústrias de infraestrutura são exemplos de monopólio
natural. São tipos de indústrias que requerem altos custos de
implantação, assim como altos custos fixos. Veja o exemplo de uma
empresa de distribuição de água. Para levar água a toda uma cidade, a
empresa deve arcar com a rede de tubulações, estação de tratamento,
manutenção de toda a rede, etc. Uma vez que ela tenha toda esta
estrutura montada, o acréscimo de custo decorrente do acréscimo de
moradores a utilizar sua água é pequeno. Ou seja, o custo marginal
decorrente do aumento de produção13 é bastante pequeno. Assim, quanto
mais ela expande a sua produção, menor será o custo médio.
Vejamos outro exemplo: o transporte do metrô. Depois de
escavados todos os túneis, comprados todos os trens, montadas todas as
estações de metrô; o acréscimo de passageiros praticamente não gera
acréscimo de custo. Se o metrô transporta 100.000 pessoas, ou
transporta 150.000, o custo total é praticamente o mesmo. Assim, para
este tipo de indústria, o custo médio é decrescente. Isto é bem fácil de se
verificar algebricamente:

!∀#∃%!!∀!#∃
!∀#∃%!!∀#∃% !
!∀#∃%&∋#∋(!!∀#∃%&∋∃(

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
∃∃
!%&!∋()&!∀&!∗&+&,−./&!+(012(.3!ε!∗#∀/∀(!;1#!)#!(1∗#+0(!(!,2&∀1Ε6&3!&!∋1)0&!∗5∀/&!/2∆!∀/∗/+1/2>!
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∃Γ
!Λ#.#∗[2(+∀&χ!∋1)0&!∗(2⊥/+(.!5!&!(∋25)∋/∗&!∀#!∋1)0&!∀#∋&22#+0#!∀&!(∋25)∋/∗&!∀#!<∃!1+/∀(∀#!∀#!
,2&∀10&! ,2&∀1Φ/∀(! ϑ#Ξ&1! ∋&+)1∗/∀(Κ>! Χ&2! #=#∗,.&3! )1,&+Π(! ;1#! 1∗(! 7/2∗(! ,2&∀1Φ(! #! 4#+∀(!
)(,(0&)>! φ∗(⊥/+#! ;1#! ,(2(! ,2&∀1Φ/2! <∃! )(,(0&! (∀/∋/&+(.! ,(2(! 4#+∀(3! (! 7/2∗(! /+∋&22(! #∗! 1∗! ∋1)0&!
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∃Ν
!Ο;1/3!&!(1∗#+0&!∀#!,2&∀1Ε6&!5!&!∗#)∗&!;1#!.#4(2!∆⊥1(!,(2(!1∗!∗(/&2!+η∗#2&!∀#!2#)/∀+∋/()>!

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No caso do metrô, o acréscimo de passageiros (que, neste caso,
seria a nossa “quantidade produzida”) aumentaria a produção. Ao mesmo
tempo, tal acréscimo de passageiros quase não aumentaria o custo total
em termos proporcionais. Assim, teríamos um custo médio decrescente
com o aumento de produção. Tudo isto só é possível graças à existência
de custos marginais bastante baixos.
Quando tempos um monopólio natural, é muito melhor para o
mercado ter apenas uma firma produzindo. Nesse caso, uma só empresa
pode produzir qualquer quantidade de produto a um custo menor. Ou
seja, para qualquer quantidade dada de produto, um maior número de
empresas leva a uma menor produção por empresa e a um custo total
médio mais elevado.
Uma empresa que é um monopólio natural preocupa-se menos com
a entrada de novas empresas. Entrar em um mercado em que alguma
empresa detenha o monopólio natural não é interessante. As empresas
entrantes sabem que não poderão atingir os mesmos baixos custos de
que desfruta o monopolista porque, depois de entrar, cada uma teria uma
fatia menor do mercado.
Então, observe que o monopólio natural não é algo ruim. Ele é
a melhor maneira de se produzir quando há substanciais economias de
escala na produção (custos médios decrescentes). Você já imaginou uma
cidade tendo 10 empresas de metrô, ou 10 companhias de distribuição de
energia elétrica. É impossível, não?!
Observe, portanto, que o monopólio não é necessariamente
ruim, e nem sempre deve ser quebrado pelo governo. No caso do
monopólio natural, o governo deve regular a indústria, e não tentar
criar mecanismos de concorrência (isto é válido no caso do monopólio
natural).
O que costuma cair bastante em prova é a forma de regulação do
monopólio natural. Nós sabemos que o monopólio natural representa uma
falha de mercado: poder de mercado. Ao mesmo tempo, sabemos que um
dos objetivos da regulação econômica é justamente reduzir as falhas de
mercado, para aproximar os mercados do resultado ótimo da concorrência
perfeita.
Pois bem... sabemos também que a concorrência perfeita (mercado
eficiente) cobra preços iguais aos custos marginais (P=Cmg). Isto é a
origem de tudo. É esta igualdade que explica a eficiência econômica da
concorrência perfeita. Parece razoável, então, supormos que o órgão
regulador deve tentar impor um limite de preço ao monopolista natural,
fazendo com que este cobre preços iguais aos custos marginais.
No entanto, os custos marginais do monopolista natural são muito
baixos, tendendo a zero. Assim, se o preço cobrado pelo monopolista for
igual ao custo marginal, logicamente, a receita total do monopolista será
muito baixa, bem inferior ao custo total.

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Assim, se o regulador impõe o preço “socialmente ótimo” da
concorrência perfeita (P=Cmg) ao monopolista, ele preferirá
abandonar o mercado. Afinal, não fará sentido explorar a atividade
econômica, se não for possível obter pelo menos o lucro normal.
Neste caso, o regulador adotará uma solução regulatória que faça
com que a indústria regulada aproxime o preço dos custos médios, e não
dos custos marginais. Esta solução é adotada como uma política razoável
de determinação de preços para o monopólio natural.

A solução de regulação para o


monopólio natural é a aproximação (ou
igualdade) do preço ao custo médio.

Deve ficar claro em nossas mentes, portanto, que, na presença de


monopólio natural, o bem-estar social pode ser melhor servido deixando o
mercado operar com uma única firma, desde que sob supervisão e
controle de um órgão regulador. Dessa forma, poder-se-iam aproveitar as
economias de escala para produzir a um custo mais baixo do que seria
possível em um mercado com várias empresas concorrendo.
Ao regulador seria incumbida a missão de coibir o uso do poder de
mercado pelo monopolista, estimulando-o a operar a baixo custo, de tal
forma que seja possível cobrar preços o mais baixo possível dos
consumidores.
Seguem alguns exemplos de questões de prova cobradas pelo
CESPE/Unb:

(CESPE/Unb – PCPA – 2006) - Todo tipo de monopólio natural


deve ser coibido pelo regulador a fim de que promova a
concorrência por meio da quebra desse monopólio.

COMENTÁRIOS:
Às vezes, o monopólio natural é a forma mais barata de produzir
determindo serviço. Isso ocorre devido às economias de escala e aos
custos afundados associados a determinadas atividades. Temos como
exemplo os serviços de energia elétrica, abastacimento de água, gás, etc.
Neste caso, não é objetivo da regulação coibir o monopólio, mas
sim regulá-lo, para que não haja abuso de poder.

GABARITO: ERRADO

(CESPE/Unb – Analista de Controle Externo – TCE/AC - 2009) - A


imposição da regra competitiva de formação de preços nos

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monopólios naturais como os que prevalecem no setor de
utilidades públicas, além de melhorar o bem-estar dos
consumidores, garante também lucros puros para as empresas
que operam nesses mercados.

COMENTÁRIOS:
A regra competitiva (regra da concorrência perfeita) de formação de
preços é aquela em que os preços são iguais aos custos marginais. Para
os monopólios naturais, os custos marginais são bem baixos (tendem a
zero), inferiores aos custos médios.

Assim, a imposição da regra competitiva de formação de preços da


concorrência perfeita certamente trará prejuízo para a firma caracterizada
como monopólio natural.

GABARITO: ERRADO

(CESPE/Unb – Analista Administrativo e Financeiro – SEGER/ES –


2007) - A presença de economias crescentes de escala em
determinada indústria indica a existência de fortes pressões
competitivas nesse mercado, excluindo, pois, a sua
monopolização.

COMENTÁRIOS:
A presença de economias crescentes de escala é condizente com a
existência de monopólios naturais e não tem relação com pressões
competitivas.

GABARITO: ERRADO

(CESPE/Unb – Analista de Controle Externo – TCE/AC – 2008) - A


produção de serviços de transporte de massa como o metrô
caracteriza-se pelo fato de os custos marginais de produção
desses serviços serem superiores aos custos médios.

COMENTÁRIOS:
A produção de serviços de transporte de massa é um monopólio natural,
como economias escala, se caracterizando pelo custo marginal bastante
baixo.

Pense comigo: qual o custo adicional (curso marginal) para a firma do


metrô produzir uma quantidade adicional de produto (um trecho de
viagem a um passageiro, por exemplo)? A resposta é zero (ou quase
zero).

Depois que o metrô está pronto, os custos marginais são baixíssimos.


Assim, para a produção deste bem (transporte de massa), com certeza, o

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custo marginal é menor que o custo médio.

GABARITO: ERRADO

(CESPE/Unb – Técnico Municipal – Pref. Vila Velha – 2007) - Em


um monopólio natural, o regulador não pode igualar o preço ao
custo marginal sob pena de levar o monopolista ao lucro negativo
na prática de tal preço regulado.

COMENTÁRIOS:
Nos monopólios naturais, nós temos a existência de economias crescentes
de escala onde há um elevado custo inicial de implantação da estrutura
produtiva. Depois de pronta toda a estrutura, os custos marginais são
zero (ou quase zero). Imagine um caso de monopólio natural, por
exemplo, a companhia de energia elétrica da sua cidade. Depois de
implantada a estrutura produtiva, o custo marginal de prover energia
elétrica a mais um consumidor será muito baixo ou até mesmo nulo, uma
vez que a rede elétrica, geradores, enfim, já está tudo instalado. Assim,
se a firma do monopólio natural resolver cobrar o preço igual ao custo
marginal, ela cobrará um preço excessivamente baixo ou até mesmo
nulo. A possibilidade de haver prejuízo cobrando preços excessivamente
baixos é grande.

GABARITO: CERTO

4.8. A DISCRIMINAÇÃO DE PREÇOS

Na concorrência perfeita, a tarefa do administrador é bastante


simples: basta ele vender o seu produto ao preço de equilíbrio do
mercado e produzir qualquer quantidade que, invariavelmente, a
produção será vendida e a empresa aproximar-se-á do seu equilíbrio de
curto e de longo prazo, sendo que neste último temos lucro econômico
zero (lucro normal).
Os administradores de empresas com poder de mercado,
entretanto, têm uma tarefa muito mais complicada. Como estas empresas
dominam o mercado, elas podem cobrar, para o mesmo produto, preços
diferentes na expectativa de verem seus lucros ainda maiores. Para isso,
devem conhecer as características da demanda a fim de estimar os preços
e níveis de produção que mais lhe tragam benefícios.
Quando o monopolista vende o seu produto a preços diferentes, no
intuito de aumentar os seus lucros e infligir perda monetária aos
consumidores, dizemos que ele é um discriminador de preços. Vale
ressaltar que a discriminação de preços ocorre quando o monopolista

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vende os mesmos bens por preços diferentes. Duas unidades de um bem
são as mesmas quando têm a mesma qualidade e o mesmo custo. Se um
cinema vende ingressos por dois preços diferentes (um para estudantes,
e outro para não estudantes), temos um exemplo de discriminação. Por
outro lado, se o preço mais alto da carne na região Norte do país reflete o
custo adicionado do transporte, isso não é um caso de discriminação de
preço.
Veja que aqui no Estratégia Concursos praticamos a política de
discriminação de preços (apesar de não sermos monopolistas no
mercado). A tática de oferecer descontos aos alunos VIP do Eu Vou Passar
é uma política de discriminação de preços, onde se cobra preços
diferentes para o mesmo produto, baseado no grau de fidelidade que os
consumidores possuem com o site do Eu Vou Passar.
Há três tipos mais comuns de discriminação de preços: de primeiro
grau (ou discriminação perfeita), de segundo grau e de terceiro grau.
A discriminação de primeiro grau ou discriminação perfeita
de preços ocorre quando o monopolista consegue vender cada
unidade ao preço máximo (preço de reserva14) que os
consumidores estão dispostos a pagar por ela. Suponha, por
exemplo, que a demanda de um bem produzido pelo monopolista seja:

Q = 10 – P

Para a primeira unidade produzida (Q=1), o preço que os


consumidores estão dispostos a pagar será R$ 9,00. Para a segunda
unidade produzida (Q=2), o monopolista consegue vender o produto por
até R$ 8,00, e assim por diante. Se o monopolista conseguir fazer isso:
vender o mesmo produto por preços diferentes, cobrando o máximo que
os consumidores aceitam pagar, ele estará praticando a discriminação
perfeita de preços (discriminação de 1º grau).
Observe que a discriminação de primeiro grau implica que o
excedente do consumidor seja nulo, já que o produtor consegue cobrar
por cada unidade o preço máximo que o consumidor está disposto a
pagar. Na verdade, ao praticar essa discriminação de preços, o produtor
“captura” todo o excedente do consumidor; e toda a redução de
excedente deste último serve para aumentar o excedente do produtor (o
valor total dos excedentes não muda, há apenas uma transferência de
ganhos).
Ou seja, há uma redistribuição de ganhos do mercado, onde o
consumidor “cede” todos os seus ganhos para o produtor, sem que haja
qualquer “desperdício” de excedentes. Como não temos perda de
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16
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excedentes, podemos concluir que, ocorrendo discriminação
perfeita de preços, o monopólio será um mercado eficiente
economicamente, pois o valor total dos excedentes continua igual
àquele que seria verificado em um mercado de concorrência perfeita.
Obs: se você não entendeu muito bem os dois parágrafos, não se
preocupe, pois ainda falarei nos próximos dias o que são excedentes do
consumidor e produtor, relacionando-os com a eficiência econômica.
Veja que a discriminação perfeita é o sonho de qualquer
monopolista: vender os seus produtos a preços diferentes, sendo que
estes preços são exatamente os valores máximos que os consumidores
estão dispostos a pagar. Obviamente, a discriminação perfeita é uma
abstração teórica. É raríssima de ser verificada na prática, uma vez que
os clientes não entram nas lojas com placas avisando o preço máximo
que estão dispostos a pagar. Talvez o caso mais próximo de uma
discriminação perfeita de preços seja o caso de profissionais liberais que
cobram preços diferentes de seus clientes. Por exemplo, advogados que
defendem réus notoriamente ricos, obviamente, cobram muito mais caro
do que se defendessem um réu com menos recursos.
A discriminação de segundo grau ocorre quando o monopolista
cobra um preço diferente, conforme a quantidade comprada por cada
consumidor. É o tradicional “se você comprar X, eu lhe dou o desconto de
Y”. Os descontos por quantidade são, em muitos casos, uma forma bem-
sucedida de discriminação de preços porque a disposição de um cliente
para pagar por uma unidade adicional diminui à medida que ele compra
mais unidades. Então, se você oferece descontos para unidades adicionais
compradas, isto pode fazer com que seu cliente aumente o consumo de
seu produto, aumentando, assim, os lucros do monopolista.
A discriminação de terceiro grau ocorre quando o monopolista
cobra preços diferentes de pessoas diferentes independentemente das
quantidades consumidas por essas pessoas. Ou seja, a empresa identifica
diferentes grupos de consumidores, fixando preços diferentes para cada
um destes segmentos.
Aqui a estratégia pode assumir variadas formas: dividir o mercado
entre velhos e jovens, consumidores habituais e eventuais, ricos e
pobres, etc. Por exemplo, neste tipo de discriminação, o monopolista
pode dividir o mercado em dois segmentos, na maioria das vezes, de
acordo com a elasticidade preço da demanda. Ele cobrará mais caro dos
consumidores cuja demanda seja mais inelástica e menos dos
consumidores cuja demanda seja mais elástica.
Por exemplo, quem compra passagens aéreas “em cima da hora”
geralmente paga mais caro, pois é um consumidor mais inelástico, que
está precisando viajar com urgência. Logo, a companhia aérea cobrará
um preço maior.

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Às vezes, uma firma cobra preços diferentes baseada apenas na
região onde está localizada. Em cidades grandes, as grandes redes de
supermercados cobram preços maiores de seus produtos em bairros de
classe alta, em virtude de os consumidores dessas regiões serem mais
inelásticos.
Quando não é possível separar os mercados para discriminar os
preços, existem ainda outras alternativas para as firmas com poder de
mercado aumentarem seus lucros. Uma delas é a cobrança de tarifa em
duas partes: cobra-se um preço de entrada e um preço de utilização.
Essa estratégia, por exemplo, é utilizada nos parques de diversão. Outra
alternativa é a venda em pacotes, onde se vende vários produtos
dentro de um pacote, extraindo as máximas disposições a pagar por parte
dos consumidores. Temos como exemplo os pacotes de viagem, onde são
vendidos as passagens de avião, a hospedagem, os passeios e até mesmo
a alimentação. Tudo isto é feito com o intuito de aumentar o possível
lucro do monopolista, tentando alcançar ao máximo a totalidade da
disposição a pagar dos consumidores.

Segue um resumo:
Discriminação 1º O monopolista vende diferentes unidades de
grau produto por diferentes preços e que os preços
podem diferir de pessoa para pessoa.
(perfeita)
O monopolista vende diferentes unidades de
produto por diferentes preços, mas cada pessoa
que compra a mesma quantidade de bens paga o
Discriminação 2º mesmo preço. Assim, os preços diferem no que
grau tange às quantidades compradas do bem, mas não
no que diz respeito às pessoas.
Ex: descontos por quantidade.
O monopolista vende a produção para pessoas
diferentes por diferentes preços, mas cada unidade
Discriminação 3º vendida a determinada pessoa é vendida pelo
grau mesmo preço.
Ex: descontos para estudantes, idosos, etc.

Para finalizar o tópico, devo tecer algumas considerações sobre a


eficiência econômica e a discriminação de preços. No item 1.7, vimos que
o monopólio é ineficiente no sentido de Pareto (ineficiente
economicamente). Em regra, a discriminação de preços aumenta a

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eficiência econômica do mercado. Digo em regra pois nem sempre isto
acontecerá e cada situação deve ser examinada detalhadamente.
Para fins de prova, você pode entender que a discriminação perfeita
conduz o monopólio à eficiência econômica. As outras discriminações de
preços, em regra, tendem a melhorar a eficiência econômica, mas isto
não acontecerá sempre. Lembro vocês que a eficiência econômica é um
critério “sem alma”. Não leva em conta quaisquer aspectos envolvendo
equidade. Assim, por exemplo, a discriminação perfeita de preços é
eficiente simplesmente porque não há desperdício de excedentes, apesar
de que todo o excedente do mercado fica em poder do produtor, e nada
de excedente fica com o consumidor.

4.8. A ESCALA MÍNIMA DE EFICIÊNCIA

Existe uma abordagem adicional que explica a existência dos


monopólios. Tal abordagem trabalha com a comparação entre as curvas
de custo médio da firma e de curva de demanda do mercado. Neste
sentido, surge o conceito de escala mínima de eficiência (EME), que é
o nível de produção onde temos o custo médio mínimo.

P P

Cme
Cme

P* Demanda Demanda
P*

EME Q EME Q

Veja nos gráficos que a EME é o nível de produção em que temos o


custo médio mínimo de produção. Se a escala mínima de produção – o
nível de produção que minimiza os custos médios – for pequena em
relação ao tamanho do mercado, espera-se a prevalência de condições
competitivas neste mercado.
No gráfico da esquerda, a escala mínima de eficiência é pequena, e
isto fará com que uma firma consiga minimizar o custo médio com pouca
estrutura, e sendo pequena em relação ao mercado. No gráfico da direita,
no entanto, a escala mínima de eficiência é grande em relação ao
tamanho do mercado. Nesta situação, há prevalência de condições
favoráveis ao surgimento de um mercado que funcione de maneira
monopolista.

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Assim, a escala mínima de eficiência acaba funcionando como
um fator que influenciará a estrutura de mercado vigente. Quanto
maior for a EME, maior será a probabilidade de o mercado operar
segundo a maneira monopolista, havendo, portanto, poder de mercado.
Quanto menor for a EME, maior será a probabilidade de o mercado operar
segundo regras competitivas, semelhante à concorrência perfeita.
Bem.. terminamos o monopólio! Não é tão fácil assim, concorda!?
Acho que este tópico merece um resumo, para facilitar a organização das
ideias:

Resumo do monopólio

• Só há uma firma produtora e sua curva de demanda é a própria


curva de demanda do mercado;

• A receita marginal é menor que o preço. Ou seja, a curva da


receita marginal estará sempre abaixo e à esquerda da curva
de demanda (se tivermos uma demanda linear, a inclinação da
curva da Rmg será o dobro da inclinação da demanda);

• O ponto de maximização de lucros da firma (equilíbrio) é


atingido quando a receita marginal é igual ao custo marginal, e
não quando P=Cmg (no monopólio, e em todas as outras
estruturas que não sejam concorrência perfeita, temos:
P≠Cmg);

• O monopolista não possui curva de oferta;

• O monopolista nunca atua no setor inelástico da curva de


demanda (nunca atua quando EPD<1);

• O equilíbrio do monopólio geralmente ocorre com preços


maiores e quantidades produzidas menores que aquelas
verificadas para um mercado de concorrência perfeita;

• O mark up é a faixa de preço que está acima do custo marginal:


!
!∀#∃!!∀ ! !∀# !

• O índice de Lerner é um meio de medir o poder de monopólio, e


é inversamente proporcional à elasticidade que enfrenta o
!
monopolista: ! ! ! !∀# ;

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• A discriminação de preços de primeiro grau (ou discriminação
perfeita) ocorre quando o monopolista consegue cobrar
exatamente o preço que o consumidor está disposto a pagar.
Nesta discriminação, o mercado não perde eficiência, pois toda
a perda de excedente do consumidor é capturada pelo produtor
(não há perda líquida de excedentes);

• A discriminação de preços de segundo grau ocorre quando o


monopolista cobra um preço diferente, conforme a quantidade
comprada por cada consumidor;

• A discriminação de terceiro grau ocorre quando o monopolista


cobra preços diferentes de pessoas diferentes
independentemente das quantidades consumidas por essas
pessoas;

• O monopólio é ineficiente economicamente (aliás, em termos


de eficiência econômica, a concorrência perfeita15 é o único
mercado eficiente, pois os excedentes são maximizados);

Vejamos agora alguns exercícios sobre


monopólio:

23. (CESPE/Unb - Banco da Amazônia – 2010) - Empresas


monopolistas e empresas em mercados de concorrência perfeita
maximizarão seus lucros quando suas receitas marginais e seus
custos marginais se igualarem.

COMENTÁRIOS:
Em qualquer mercado, o lucro é maximizado quando Rmg=Cmg.

GABARITO: CERTO

24. (CESPE/Unb - Banco da Amazônia – 2010) - Devido à


heterogeneidade dos demandantes de crédito bancário, é
lucrativo para um banco monopolista praticar discriminação
perfeita de preços com juros diferentes para cada tipo de cliente.

COMENTÁRIOS:
Em razão da heterogeneidade dos demandantes de crédito, os bancos
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
∃Ω
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podem cobrar juros diferentes de cada tipo cliente. Clientes propensos a
pagar mais, ou mais necessitados de realizar empréstimos pagariam
juros maiores; clientes menos propensos a pagar ou menos necessitados
pagariam juros menores.

Vale ressaltar ainda que qualquer discriminação de preços será mais


lucrativa para o monopolista (e provocará alguma perda monetária para
os consumidores). Se essa discriminação for perfeita ou de primeiro
grau, como diz a assertiva, será mais lucrativo ainda.

GABARITO: CERTO

25. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo - TCE/AC – 2009)


- Como as empresas monopolistas fixam seus preços acima dos
custos marginais, o nível de produção que maximiza os lucros
situa-se na parte inelástica da curva de demanda com a qual
essas firmas se confrontam.

COMENTÁRIOS:
A primeira parte da assertiva é correta: as empresas monopolistas fixam
seus preços acima dos cursos marginais. No entanto, a segunda parte é
errada, pois o monopolista só atua na parte ELÁSTICA (quando Epd≥1)
da curva de demanda com a qual ele se confronta. Em outras palavras,
ele nunca atua na parte inelástica da curva de demanda.

GABARITO: ERRADO

26. (CESPE/Unb - Analista Administrativo e Financeiro -


SEGER/ES – 2009) - A presença de economias crescentes de
escala em determinada indústria indica a existência de fortes
pressões competitivas nesse mercado, excluindo, pois, a sua
monopolização.

COMENTÁRIOS:
Esta questão deve ficar bastante clara para o estudante: a presença de
economias crescentes de escala é condizente com a existência de
monopólio naturais. Como tal situação ocasiona o surgimento de
monopólio natural, logicamente, ela não tem relação com pressões
competitivas, é justamente o contrário: tem relação com pressões
“monopolísticas”.

GABARITO: ERRADO

27. (CESPE/Unb - Ciências Econômicas – UEPA – 2008) - Nos


mercados organizados sob a forma de monopólio, o preço será
tanto maior quanto mais inelástica for a curva de demanda com a
qual se confrontam as firmas que compõem esses mercados.

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COMENTÁRIOS:

!∀#
No monopólio, ! ! ! ! . Assim, percebe-se que, quanto mais inelástica
!!
!∀#
a demanda (menor a Epd, levando-se em conta que o valor mínimo de
Epd será 1, tendo em vista que o monopolista não atua quando Epd<1),
maior será o preço do monopolista.

GABARITO: CERTO

28. (CESPE/Unb – Analista do MPU – 2010) - Caso a elasticidade


da demanda seja grande, é correto afirmar que o poder de
monopólio da empresa será pequeno.

COMENTÁRIOS:
Medimos o poder de monopólio por meio do índice de Lerner (L):

!
! !!
!∀#

Quanto maior o L, maior o poder de monopólio. Assim, quanto maior a


elasticidade, menor o poder de monopólio. Isso é bastante intuitivo:
quanto mais os consumidores forem sensíveis (elásticos) aos preços,
menor será o poder do monopolista em fixar preços acima daquilo que
seria estritamente necessário para remunerar os fatores de produção.

GABARITO: CERTO

29. (CESPE/Unb - Especialista em Regulação de Serv. Púb. de


Telecomunicações – ANATEL – 2009) - O modelo conhecido como
mark-up, dentro do estudo da estrutura de mercado monopolista,
é apontado como um exemplo de causa de inflação de custos.

COMENTÁRIOS:
Esta questão misturou temas de micro e macroeconomia. Para
entendermos a resposta, devemos saber o que é inflação de custos: é a
inflação provocada pelo aumento dos custos do produtor. O mark up é a
margem de preço acima do custo marginal. Percebe-se, então, que o
mark up não representa um aumento dos custos do produtor, mas tão
somente um aumento nos seus lucros, já que ele vende o produto acima
do custo marginal. Desta forma, o mark up não guarda relação com a
inflação de custos.

GABARITO: ERRADO

30. (CESPE/Unb - Analista de Comércio Exterior – MDIC – 2008) -

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A fixação de preços mais elevados em um mercado no qual a
demanda é maior é consistente com um comportamento
maximizador de lucros por parte de um monopolista que pratica
discriminação de preços.

COMENTÁRIOS:
Um monopolista discriminador cobrará mais caro dos consumidores que
cuja demanda seja mais inelástica. Nesse sentido, a discriminação de
preços do monopolista não guarda relação com o tamanho da demanda,
mas sim com a sua elasticidade. Se a demanda é maior, naturalmente, o
preço de equilíbrio será maior (sem a necessidade de haver
discriminação de preços), tendo em vista a que curva de demanda estará
mais alta e à direita. Então veja que o fato da demanda ser maior já
implica naturalmente preços mais elevados dos produtos, sem haver
discriminação de preços.
Entao, repetindo, a discriminação de preços do monopolista implica a
cobrança de preços mais elevados sobre o grupo de consumidores cuja
demanda seja mais inelástica, não tendo relação com o tamanho da
demanda.

GABARITO: ERRADO

31. (CESPE/Unb - Analista de Comércio Exterior – MDIC – 2008) -


O fato de que, para as bibliotecas de universidades, o preço da
assinatura de periódicos científicos é mais elevado que aquele
cobrado aos particulares colide com a existência de discriminação
de preços no mercado dessas publicações.

COMENTÁRIOS:
As bibliotecas das universidades precisam de periódicos científicos, logo,
podemos dizer que elas constituem um grupo de consumidores bastante
inelásticos em relação àqueles produtos. A cobrança de assinaturas com
preços mais elevados destes consumidores guarda íntima relação com a
discriminação de preços. Assim, está incorreta a assertiva pois não
colide, mas coaduna-se com a existência de discriminação de preços.

GABARITO: ERRADO

32. (CESPE/Unb – Analista do MPU – 2010) - Uma empresa


monopolista que discrimina preços de acordo com a quantidade
consumida da mesma mercadoria/serviço pratica discriminação
perfeita de preço de primeiro grau.

COMENTÁRIOS:
Existem três tipos de discriminação de preços: primeiro, segundo e
terceiro graus.
Na discriminação de primeiro grau, o monopolista vende a mercadoria

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exatamente ao preço máximo que o consumidor está disposto a pagar.
Na discriminação de segundo grau, o monopolista discrimina preços de
acordo com a quantidade consumida da mercadoria.
Na discriminação de terceiro grau, o monopolista cobra preços diferentes
de pessoas diferentes independentemente das quantidades consumidas.
O mercado é dividido em vários segmentos, sendo cobrados preços
diferentes de cada segmento (jovens x velhos, homens x mulheres,
bairros pobres x bairros ricos, etc).

GABARITO: ERRADO

33. (CESPE/Unb – Pesquisador – INPI – 2006) - A escala mínima


de eficiência relaciona-se com o padrão das economias de escala
que predominam no setor, porém, essa escala não influencia a
estrutura de mercado que prevalece nessa indústria.

COMENTÁRIOS:
A escala mínima de eficiência relaciona-se com o padrão das economias
de escala, pois tem relação com a curva de custo médio. Então, a
primeira parte da assertiva está correta. Ao mesmo tempo, a EME
influencia a estrutura de mercado que prevalece na indústria. Quanto
maior o tamanho relativo da EME, menor é a probabilidade de haver
concorrência no mercado, e vice-versa.

GABARITO: ERRADO

34. (CESPE/Unb – Economista – CODEBA – 2006) - Quando o


monopolista cobra preços muito elevados, ocorre ineficiência do
monopólio.

COMENTÁRIOS:
A ineficiência do monopólio não decorre propriamente do preço ser
elevado, mas sim do fato de o preço ser maior que o custo marginal.
Assim, mesmo que o preço seja em um baixo valor, só o fato de ele ser
maior que o custo marginal é suficiente para atestar a ineficiência
econômica do monopólio (com exceção da situação de discriminação
perfeita de preços).

GABARITO: ERRADO

35. (CESPE/Unb – Economista – CODEBA – 2006) - A


probabilidade de monopólios e oligopólios se perpetuarem no
longo prazo é elevada, independentemente de leis que os
garantam.

COMENTÁRIOS:
Em regra, a probabilidade de monopólios e oligopólios se perpetuarem no

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longo prazo é elevada. Essa é a regra geral, e isto acontece devido à
existência de barreiras à entrada nestes dois mercados. No entanto, a
assertiva possui uma armadilha. Existem alguns monopólios que se
perpetuam somente devido a leis que os garantam – são os monopólios
legais. A concessão de uma patente, por exemplo, é um exemplo de
monopólio legal. Desta forma, a assertiva é errada devido ao uso da
expressão “independentemente de leis que os garantam”.

GABARITO: ERRADO

36. (CESPE/Unb – Economista – DPU – 2010) – Um monopólio


será sempre ineficiente, pois seus preços são sempre mais altos
que os preços de concorrência perfeita.

COMENTÁRIOS:
O monopólio será ineficiente porque preços acima dos custos marginais,
e este é o motivo de sua ineficiência. Ademais, podemos, em teoria, ter
um monopólio eficiente economicamente, quando ele for um perfeito
discriminador de preços.

GABARITO: ERRADO

5. CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA

Até este momento, estudamos os extremos opostos das estruturas


de mercado: o extremo da competição, representado pela concorrência
perfeita, e o extremo da anticompetição, representado pelo monopólio.
Nos itens 5 e 6, examinaremos estruturas de mercado que se
encaixam em um meio termo: a concorrência monopolística e o oligopólio.
São mercados em que há competição, no entanto, essa concorrência é
imperfeita. Em muitas obras, os modelos de concorrência monopolística e
de oligopólio são estudados dentro da mesma unidade ou capítulo, em
alusão ao fato de se encaixarem neste perfil de concorrência imperfeita.
Um mercado monopolisticamente competitivo é semelhante ao
perfeitamente competitivo em dois aspectos-chave: há muitas firmas
produtoras, e não há barreiras à entrada de novas firmas. Entretanto, ele
difere da concorrência perfeita pelo fato de os produtos serem
heterogêneos ou diferenciados: cada firma vende o seu produto, que
difere em termos de qualidade, aparência, ou reputação.
Veja, então, que a concorrência monopolística é um meio termo
entre a concorrência perfeita e o monopólio. Ela se aproxima da
concorrência perfeita na medida em que há competição entre as
empresas e nenhuma delas detém alto poder relativo sobre o mercado

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como um todo. E se aproxima do monopólio na medida em que cada
firma, ao deter a exclusividade sobre o seu produto ou marca, possui
poder de monopólio. Obviamente, a quantidade de poder de monopólio
que a firma exerce depende de seu sucesso na diferenciação do seu
produto em relação aos das demais empresas. Essa mistura de
características da concorrência perfeita e do monopólio dá origem ao
termo “concorrência monopolística”.
A maioria das estruturas de mercado que vemos ocorrer na prática,
na vida real, encaixa-se perfeitamente no conceito de concorrência
monopolística. Em quase todos os setores econômicos (roupas, calçados,
alimentos, etc), temos muitas firmas, sem barreiras à entrada de novas,
e os produtos são diferenciados entre si. Essa diferenciação decorre do
fato de os consumidores enxergarem a marca de cada empresa com algo
diferente, distinguindo-as das outras marcas.
Por exemplo, a cerveja Bohemia é diferente da cerveja Kaiser, e tal
diferença está parcialmente no gosto, consistência, aroma, grau de dor de
cabeça com que se fica no dia seguinte a um porre, etc. Em razão disso,
alguns consumidores (apenas alguns!) estão dispostos a pagar alguns
centavos a mais pela latinha de Bohemia.
Mas veja que o poder de monopólio da cervejaria Bohemia sobre o
mercado é bastante limitado, pois os consumidores podem substituir
facilmente o seu produto por outras marcas (Antártica, Brahma), caso o
preço da Bohemia aumente. Embora os consumidores de Bohemia
estejam dispostos a pagar mais por ela, a grande maioria não pagará um
valor que seja muito maior. O típico consumidor deste produto paga até
R$ 0,25 a mais por latinha, mas provavelmente não pagaria R$ 1,00 a
mais. Para grande parte desses consumidores, cerveja é cerveja, de tal
maneira que as diferenças, apesar de existentes, ainda são pequenas
(ainda mais depois de vários copos tomados!).
Podemos concluir, então, que a curva de demanda enfrentada pela
firma em concorrência monopolística16 será bastante elástica, ficando no
meio termo entre a concorrência perfeita e o monopólio. Neste, a curva
de demanda da firma é igual à curva do mercado e possui inclinação
negativa. Na concorrência perfeita, a curva de demanda da firma é
perfeitamente elástica (uma reta horizontal).
Na concorrência monopolística, teremos um meio termo. Ou seja, a
curva de demanda da firma será negativamente inclinada, assim como no
monopólio, mas será com pouquíssima inclinação (bastante “deitada”),
indicando haver uma alta elasticidade da demanda17. Essa alta

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elasticidade é explicada pela existência de inúmeros produtos substitutos
que o consumidor pode adquirir.
A curva de demanda para a firma em concorrência monopolística
pode ser observada na figura 17, onde se percebe que a curva de
demanda da firma não é tão inclinada como no monopólio, mas também
não chega a ser horizontal como na concorrência perfeita.

R$ Curva de demanda da firma


é negativamente inclinada,
assim como no monopólio,
Assim como no monopólio, a Cmg mas possui alta elasticidade
curva de Rmg fica abaixo e à
devido à presença de
esquerda da curva de
produtos substitutos.
demanda, tendo vista que
Rmg < P. PCP
Cme

Cme
D

Rmg
Quantidade
0 QE produzida (Q)

O CURTO PRAZO da concorrência monopolística:


A figura 17 representa um possível equilíbrio da firma no curto
prazo. Em primeiro lugar observe que o equilíbrio acontece, da mesma
maneira que nos outros mercados, quando Rmg=Cmg. A curva de
demanda da firma é negativamente inclinada e possui elevada
elasticidade. Em virtude da curva de demanda ser negativamente
inclinada, a curva da receita marginal ficará abaixo da curva de demanda,
de modo que a receita marginal será sempre menor que o preço. A
explicação para isso é a mesma dada no caso do monopólio (a receita
marginal será menor que o preço – aliás, somente na concorrência
perfeita, temos receita marginal igual a preço).
Por fim, observe que a firma da nossa figura aufere um lucro
econômico positivo (lucro extraordinário) no valor da área do retângulo
cinza, e isto acontece porque o preço (receita média) é superior ao custo
médio. Entretanto, isto foi apenas um exemplo, de modo que, no curto
prazo, a firma na concorrência monopolística poderá ter lucro econômico
positivo, negativo ou nulo. No caso de lucro negativo (prejuízo), ela só
deve encerrar as atividades se o preço for inferior ao custo variável
médio, assim como acontece em qualquer estrutura de mercado.

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O LONGO PRAZO da concorrência monopolística:
A sistemática do equilíbrio de longo prazo da concorrência
monopolística é (quase) igual àquele visto na concorrência perfeita. Se,
no curto prazo, houver lucro econômico positivo como verificado na figura
17, haverá incentivo à entrada de novas empresas, uma vez que não há
barreiras à entrada. À medida que novas firmas são introduzidas, essa
empresa que está auferindo lucros econômicos perderá vendas e
participação no mercado, de modo que sua curva de demanda individual
será deslocada para baixo, como mostrado na figura 18.

R$

Curva de demanda da firma Deslocamento para baixo da


no curto prazo, onde há lucro Cmg curva de demanda da firma e
econômico positivo. nova curva de demanda de
longo prazo.

PLP=Cme Cme

D
No longo prazo, o preço é
igual ao custo médio, de
forma que teremos lucro zero. D
Rmg
Quantidade
0 QE produzida (Q)

Se houver prejuízo, ocorrerá o contrário: haverá estímulo para a


saída de empresas, de forma que a firma aumentará suas vendas e
participação no mercado, e a sua curva de demanda será deslocada para
cima, até o ponto em que não há lucro nem prejuízo econômico (situação
de lucro zero ou lucro normal). Este equilíbrio só é atingido quando a
curva de demanda tangencia a curva de custo médio, pois, nesse ponto, o
preço é igual ao custo médio e, consequentemente, a receita total será
igual ao custo total, havendo, portanto, lucro zero e equilíbrio de longo
prazo.
Veja que o equilíbrio de longo prazo na concorrência monopolística
guarda uma semelhança com o equilíbrio de longo prazo da concorrência
perfeita: em ambos os casos, as firmas tenderão à situação de lucro zero
ou lucro normal.
Por outro lado, há uma importante diferença entre os dois
equilíbrios: na concorrência perfeita, o equilíbrio ocorre com o custo
médio mínimo possível (ponto de mínimo da curva de Cme); na
concorrência monopolística, o equilíbrio de longo prazo não
acontece com o custo médio mínimo.

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Este fato nos obriga a dizer que a empresa monopolisticamente
competitiva opera com excesso de capacidade. Se você observar o
equilíbrio de longo prazo deste mercado, verá que a firma não se equilibra
no ponto de custo médio mínimo, como ocorre na concorrência perfeita.
Ou seja, a firma inserida em um mercado de competição monopolística é
incapaz de minimizar seu custo médio.
Desta forma, ela acaba se equilibrando ainda quando seu nível de
produção apresenta economias de escala (ramo descendente da curva de
custo médio) e isto quer dizer que ela poderia aumentar a produção e, ao
mesmo tempo, reduzir o custo médio. Em outras palavras, ela possui
instalações e máquinas que não estão sendo utilizadas ao máximo. Por
isso, elas operam com excesso de capacidade. Ou, em outras palavras,
elas operam com capacidade ociosa.
Também é importante ressaltar que na concorrência monopolística
o preço cobrado pelo produto é sempre maior que o custo marginal, de
forma diferente do que ocorre na concorrência perfeita, onde P=Cmg.
Aliás, o único mercado em que o preço cobrado é igual ao custo marginal
é a concorrência perfeita, em todos os outros, o preço cobrado é superior
ao custo marginal. Pelo fato de cobrar preços superiores ao custo
marginal, o mercado de concorrência monopolística é ineficiente
economicamente (assim como o monopólio também o é).

Vejamos agora alguns exercícios sobre


concorrência monopolística:

37. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo - TCE/AC – 2008)


- Em mercados organizados sob a forma de concorrência
monopolista, a existência de barreiras à entrada, associada à
diferenciação do produto, garante a existência de lucros
econômicos substanciais para as empresas estabelecidas nesse
mercado, mesmo no longo prazo.

COMENTÁRIOS:
Na concorrência monopolística, o equilíbiro de longo prazo acontece
quando o lucro econômico é zero. Ademais, mercados organizados sob a
forma de concorrência monopolística não possuem barreiras à entrada.

GABARITO: ERRADO

38. (CESPE/Unb – Ciências Econômicas – 2008) - Na concorrência


monopolista, no equilíbrio de longo prazo, a diferenciação de
produtos possibilita a existência de lucros econômicos

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substanciais para as firmas que operam nesse tipo de mercado.

COMENTÁRIOS:
No longo prazo, o equilíbrio da concorrência monopolista acontece da
mesma firma que na concorrência perfeita: com as firmas obtendo lucro
econômico zero ou lucro normal.

GABARITO: ERRADO

39. (CESPE/Unb – Analista Administrativo e Financeiro –


SEGER/ES – 2009) - Mercados organizados sob a forma de
concorrência monopolista envolvem um número relativamente
grande de firmas que operam de forma não-colusiva e
caracterizam-se por adotarem estratégias de diferenciação do
produto.

COMENTÁRIOS:
A maior dificuldade da questão era relacionada ao Português, afinal, o
que significa “não-colusiva”? Operar de forma “não-colusiva” significa
operar de forma que não seja imprópria. Desta forma, está correta a
assertiva.

GABARITO: CERTO

40. (CESPE/Unb – Banco da Amazônica – 2010) - Em um mercado


com características de competição monopolística, uma empresa
compete vendendo produtos diferenciados, porém altamente
substituíveis uns pelos outros.

COMENTÁRIOS:
A existência de produtos diferenciados (cada produtor possui o monopólio
de seu produto) é exatamente a característica que difere a concorrência
perfeita da concorrência monopolística.

GABARITO: CERTO

41. (CESPE/Unb – Analista – STM – 2011) - Nos shopping centers,


muitas lojas de vestuário disputam a clientela desses centros de
compras por meio da diferenciação do seu produto. O fato de
várias dessas lojas terem poucos compradores ilustra o excesso
de capacidade que caracteriza a concorrência monopolística, o
que não impede que esses estabelecimentos, no longo prazo,
minimizem seus custos médios.

COMENTÁRIOS:
O mercado de lojas de vestuário dos Shopping Centers pode ser
enquadrado como concorrência monopolística. Como característica deste

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mercado, temos que, no longo prazo, as firmas são incapazes de
minimizar o custo médio. Por isso, dizemos que elas operam com
excesso de capacidade. Então, o excesso de capacidade decorre do fato
de elas não conseguirem minimizar o custo médio e não do fato de haver
poucos compradores (aliás, nem se pode falar que há poucos
compradores para este tipo de mercado de vestuário nos shopping
centers).

GABARITO: ERRADO

6. OLIGOPÓLIO

No mercado oligopolista, algumas empresas são responsáveis por


grande parte da produção do mercado. Vale ressaltar que o mercado pode
possuir inúmeras firmas, mas apenas um pequeno grupo delas domina
uma grande parte do mercado. Também é possível que haja no mercado
inteiro apenas um reduzido número de firmas, em virtude da existência
de barreiras à entrada. Como exemplo, nós podemos citar a indústria de
cigarros e automóveis.
A administração da empresa oligopolista é a mais complexa de
todas as estruturas de mercado, porque as decisões relativas a preço e
nível de produção devem considerar como as suas ações afetarão as
empresas rivais. Por exemplo, quando uma empresa decide reduzir seus
preços para obter uma fatia maior do mercado, mesmo que isso signifique
reduzir seus lucros, ela deve considerar qual será a reação da(s) firma(s)
concorrente(s). Ela poderá reduzir ainda mais os preços, de forma a
travar uma “guerra de preços”, e todas as firmas podem sair perdendo.
Assim, durante o processo de tomada de decisões, cada empresa
deve considerar as reações dos concorrentes, sabendo do fato de que
estes também considerariam suas reações em relação às suas decisões.
Dessa forma, vê-se que devem existir estratégias bem definidas nas
decisões de firmas oligopolistas.
Resumidamente, o oligopólio é caracterizado por:
• Há apenas algumas firmas;
• Há barreiras de entradas elevadas, de modo que não haja entrada
no longo prazo no setor;
• Cada firma produz bens parecidos (suposição nossa, para facilitar a
análise).
O oligopólio, geralmente, surge quando há custos iniciais elevados
para montar uma firma e comercializar seu produto de forma que as
firmas existentes tenham grandes economias de escala. Em

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consequência, as firmas maiores podem utilizar, por exemplo, uma guerra
de preços para expulsar novas firmas do setor.
A forma como as firmas oligopolistas irão organizar suas estratégias
de produção e precificação dos bens, na prática, pode conduzir o
oligopólio a resultados bem diferentes. Dependendo do caso, podemos ter
um oligopólio com um equilíbrio idêntico ao que seria visto na
concorrência perfeita (oligopólio de Bertrand). Por outro lado, também
podemos ter um oligopólio com um equilíbrio idêntico ao que seria visto
em um monopólio (conluio). Assim, veja que o resultado proveniente do
oligopólio dependerá muito da forma como as empresas interagem e
decidem suas estratégias de vendas e formação de preços.
Nós veremos os seguintes tipos de oligopólio:

• Cournot – competição simultânea via quantidades;


• Bertrand – competição simultânea via preços;
• Modelo Sweezy (modelo de demanda quebrada);
• Stackelberg – liderança de quantidades;
• Conluio e cartel;

Todos estes modelos trabalham com alguma parte matemática


envolvida junto à teoria. Aqui em nosso curso, acredito que o custo
benefício de entrar nesta parte matemática é muito baixo, dado que há
pouquíssimas probabilidades (quase nenhuma) de cair questões de
cálculo na prova de Economia.
Assim, procurarei expor somente aquilo que interessa da teoria.
Vocês perceberão isso ao realizar as questões. É interessante que você
preste atenção às expressões em negrito, pois são elas que o CESPE
geralmente cobra nas provas ;-)
................

Inicialmente, apresentaremos os dois modelos mais famosos de


oligopólio: Cournot e Bertrand. Para apresenta-los, trabalharemos com
um oligopólio em sua forma limite, o duopólio, em que há apenas duas
firmas. Ademais, vamos supor que os produtos produzidos pelo
duopólio (em Cournot e Bertrand) sejam homogêneos.
Os modelos de oligopólio de Cournot e Bertrand que trabalharemos
pressupõem que as variáveis de mercado que as firmas determinam para
competir entre si são o preço (P) e a quantidade produzida (Q). Além
disso, esses modelos determinam que a firma deve escolher qual das
duas variáveis (P ou Q) irá controlar. Não é possível controlar as duas ao
mesmo tempo. A outra variável é determinada pelo funcionamento do
mercado.

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Assim, nós teremos um modelo em que as firmas competem
entre si alterando os preços (modelo de Bertrand), e outro modelo
em que as firmas competem entre si alterando as quantidades
(modelo de Cournot). Comecemos pelo modelo de oligopólio com
concorrência via quantidade (modelo de Cournot).

6.1. MODELO DE COURNOT – Concorrência via quantidade

A hipótese básica do modelo de Cournot é a suposição de que a


firma, ao decidir quanto vai produzir, considera fixo o nível de produção
da sua concorrente. Em outras palavras, segundo Cournot, o
empresário espera que seu rival nunca mude sua produção.
Ao mesmo tempo, também consideramos que cada empresa
seleciona seu nível de produção simultaneamente e de maneira
não-cooperativa, ou não-colusiva. Ou seja, sem se comunicar com a
outra empresa, ou sem saber o que ela vai fazer.
Assim, uma vez que cada empresa tenha escolhido seu nível de
produção, o preço de mercado é ajustado de acordo com o nível de
produção que foi escolhido por cada uma das empresas.
O resultado do modelo de Cournot (considerando um duopólio) será
um meio termo entre a concorrência perfeita e o monopólio. Por exemplo,
suponha que o resultado da concorrência perfeita para o mercado de
determinado produto seja o seguinte:
Preço = R$ 100,00
Quantidades vendidas = 1.000 unidades
Agora, suponha que, para o mesmo produto, se tivéssemos
monopólio, os resultados seriam os seguintes (o preço deve ser maior e
as quantidades menores):
Preço = R$ 150,00
Quantidades vendidas = 750 unidades
Em um duopólio de Cournot, o preço seria algo entre R$ 100,00 e
R$ 150,00 e as quantidades vendidas estariam entre 750 e 1000. Caso, a
este duopólio fossem incorporadas mais e mais firmas, o resultado seria
uma aproximação cada vez maior com o resultado da concorrência
perfeita. Assim, quanto maior fosse o número de firmas do oligopólio,
mais o preço se aproximaria de R$ 100 (preço da concorrência perfeita) e
mais as quantidades seriam aproximadas de 1000 (produção da
concorrência perfeita).
Perceba que esta análise acima confirmar algo que é intuitivo: o
oligopólio é um meio termo entre o monopólio e a concorrência perfeita.
Como tal, cobrará um preço maior que a concorrência perfeita e menor

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que o monopólio; e produzirá mais que o monopólio e menos que a
concorrência perfeita.

6.2. MODELO DE BERTRAND – Concorrência via preço

No modelo de Cournot, nós presumimos que as empresas


oligopolistas concorrem por meio da determinação de suas respectivas
quantidades. O modelo de Bertrand, entretanto, baseia-se na
suposição de que as firmas concorrem por meio da determinação
dos preços em vez das quantidades.
A hipótese básica do equilíbrio de Bertrand repousa sobre a ideia de
que a firma, ao decidir quanto vai produzir, considera fixo o nível
de preço da firma concorrente. Veja que as linhas gerais são as
mesmas de Cournot, com a diferença de que, neste caso, o foco passa a
ser o preço em vez das quantidades.
O equilíbrio do duopólio de Bertrand mostra uma conclusão
bastante interessante. Imagine uma firma que fixa um preço abaixo do
preço da outra firma. Como estamos trabalhando com a suposição de um
duopólio e de um produto homogêneo, é natural que, ao fixar um preço
abaixo da firma concorrente, ela capture todo o mercado consumidor para
si. A resposta da concorrente será na mesma moeda: ela baixará o preço
para recuperar o mercado.
Esta guerra de preços vai durar até o ponto em que as firmas
estiverem igualando o preço do produto ao seu custo marginal, e
isto representará o equilíbrio no duopólio de Bertrand.
Veja que o equilíbrio de Bertrand é idêntico ao equilíbrio da
concorrência perfeita, onde se iguala o preço ao custo marginal.
Assim, no duopólio de Bertrand, observa-se que um mercado com apenas
duas firmas pode operar como se elas estivessem em um mercado
perfeitamente competitivo.
Como o equilíbrio de Bertrand nos mostra uma solução igual à
verificada em um mercado competitivo, onde se iguala preço ao custo
marginal, podemos considerar que o oligopólio de Bertrand é
eficiente economicamente. Veja bem: isto é uma exceção! O
oligopólio, em regra, não é eficiente. No entanto, o caso específico do
oligopólio de Bertrand será eficiente, pois iguala preço ao custo marginal
(assim como é feito na concorrência perfeita).
Por fim, veja que, ao contrário do modelo de Cournot, o resultado
do oligopólio de Bertrand independe do número de firmas. Mesmo
se houver apenas 02 firmas, e elas concorrerem entre si através da
fixação simultânea de preços (hipótese de Bertrand), o resultado será
igual ao verificado na concorrência perfeita. Se houver 100 firmas, o

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resultado será o mesmo: reduções contínuas de preço até o ponto se
iguala preço ao custo marginal.

6.3. MODELO DE SWEEZY – Modelo da demanda quebrada

Esse modelo é bem interessante! Ele tenta explicar por que os


preços dos oligopólios são relativamente estáveis, mesmo quando
os custos das empresas dominadoras de mercado mudam. Ou seja,
o modelo, em parte, nos mostra por que os preços permanecem
constantes por longos períodos de tempo, ainda que a estratégia de
produção e a estrutura de custos de cada empresa sejam bastante
alteradas no período.
O modelo supõe que cada oligopolista possui uma curva de
demanda quebrada. A curva de demanda é elástica para preços acima do
preço de equilíbrio, e inelástica para preços abaixo do preço de equilíbrio.

DEMANDA
Ramo elástico QUEBRADA

PE E

Ramo inelástico

Q
QE
O comportamento estratégico que justificaria este formato
quebrado da curva de demanda é o seguinte:
i. A partir do equilíbrio, com preço PE e produção QE, se o oligopolista
aumentasse o preço, ele não seria acompanhado pelos demais
oligopolistas. Assim, ele perderia parte importante do mercado para
os concorrentes. Ou seja, um aumento de preços acima de PE faria
com que ele enfrentasse uma demanda bem mais elástica (mais
horizontal) para os seus produtos.

ii. Por outro lado, se o oligopolista baixasse o preço para aumentar a


sua fatia de mercado, isto provocaria reação idêntica nos demais,
desencadeando uma guerra de preços. Essa reação idêntica,
consubstanciada na guerra de preços, faria com que todos fossem
prejudicados, e cada um enfrentaria uma curva de demanda mais
inelástica (mais vertical) para seus produtos. Ou seja, a redução de
preços não provocaria grandes aumentos nas vendas individuais, já

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que a redução de preço seria acompanhada pelos concorrentes. Na
prática, os oligopolistas, ao reconhecer a interdependência de suas
decisões, não teriam explicações para que baixassem os preços.
De modo sucinto, este modelo descreve a característica da
rigidez de preços em setores oligopolizados, nos quais as empresas
se mostram relutantes em modificar os preços mesmo que os custos ou a
demanda sofram alterações.

3.4. MODELO DE STACKELBERG – liderança de quantidade

A liderança de quantidade – modelo de Stackelberg -


acontece quando uma empresa, denominada a “líder” de mercado,
toma as decisões de produção na frente da outra, a “seguidora”.
Neste caso, a firma líder de mercado domina o mercado de tal maneira
que é ela quem toma as decisões de produção primeiro, antes das outras.
Depois, em um segundo plano, as firmas seguidoras tomam suas decisões
baseadas na decisão da líder.
Matematicamente, é possível demonstrar (mas não
demonstraremos) que haverá vantagens para a empresa líder, pois ela
será estará sempre na frente das outras.
A liderança de quantidades é geralmente conhecida como modelo
de Stackelberg. No entanto, existe também a liderança de preços,
onde a empresa líder define os seus preços e as empresas
seguidoras acompanham a líder – este é modelo da firma
dominante.
Neste caso da liderança de preços, se as seguidoras decidirem
“comprar a briga”, baixando os preços para competir com a líder, esta
pode adotar uma guerra de preços que possivelmente levará as empresas
seguidoras à falência. Isto acontece porque a disposição para sofrer
perdas da líder é maior que a disposição para perdas das seguidoras, e
isto acaba funcionando como uma ameaça plausível que resulta, no longo
prazo, em maiores lucros para a líder. As firmas seguidoras aprendem
que é melhor acompanhar os preços da líder, fixando preços mais
elevados.

3.5. CONLUIO / CARTEL

Quando existe um pequeno número de firmas, como em um


oligopólio, as empresas têm de escolher se adotam um comportamento
cooperativo (colusivo) ou não-cooperativo. As empresas agem de forma
colusiva quando tentam minimizar a concorrência entre elas. Quando as

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empresas em um oligopólio cooperam ativamente umas com as
outras, envolvem-se em um conluio.
A partir do conluio, nasce o cartel: uma organização de
empresas independentes que produzem bens similares e
trabalham juntas para aumentar os preços e restringir a produção.
Quando as empresas de um oligopólio estão organizadas sob um
cartel, ou quando realizam conluio para maximizar seus lucros em
conjunto, levando em conta sua dependência mútua, eles produzirão
quantidade e preço de monopólio, e obterão lucro de monopólio.
Assim, na prática, quando firmas oligopolistas entram em conluio,
em um cartel, na verdade, elas tomam suas decisões de produção como
se fossem uma só firma, monopolista do mercado. Desta forma, podemos
entender que um cartel nada mais é que um grupo de empresas que
se juntam em conluio para se comportar como um monopolista e
maximizar o lucro de todas elas, em conjunto.
Por fim, devemos ressaltar que o cartel na vida real possui algumas
dificuldades de ser implementado. A primeira delas, e mais óbvia, é a
própria proibição legal e regulação econômica que existe por trás dos
setores oligopolizados.
A segunda dificuldade é que a história nos mostra que sempre
haverá a tentativa de burla. Um membro do cartel, burlando o acordo
previamente estabelecido, pode tentar baixar os preços para aumentar a
sua participação no mercado, sem que os outros membros saibam. Enfim,
é sempre difícil administrar interesses financeiros em jogo, e geralmente
os cartéis são considerados organizações instáveis.

Vejamos agora alguns exercícios sobre


oligopólio:

42. (CESPE/Unb - Banco da Amazônia – 2010) - Um equilíbrio de


Cournot em um mercado oligopolista mostra que a produção de
cada empresa maximiza o seu respectivo lucro, sem considerar a
produção de outras empresas.

COMENTÁRIOS:
A hipótese básica do duopólio de Cournot é a de que a firma produzirá
com base na produção esperada de outra firma, e essa produção da
outra firma é tomada como um valor fixo.

GABARITO: ERRADO

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43. (CESPE/Unb - Banco da Amazônia – 2010) - O enigma de


Bertrand é uma situação em que empresas oligopolistas com
conluio se comportam como se estivessem em um mercado
competitivo.

COMENTÁRIOS:
Realmente, no enigma de Bertrand, as empresas oligopolistas se
comportam como se estivessem em um mercado competitivo, mas não
há conluio, pelo contrário, há “guerra” de preços.

GABARITO: ERRADO

44. (FGV – Fiscal do ICMS/RJ - 2009) - Considere uma estrutura


de mercado oligopolista, composto por duas empresas que
interagem, estrategicamente, num mercado de produtos
homogêneos. Assuma que a demanda é bem comportada e as
estruturas de custos das empresas são iguais, com retornos
constantes de escala. Com relação à implicação sobre a
intensidade da concorrência ao se adotar o modelo de
concorrência em preço (à la Bertrand) no lugar de concorrência
em quantidades (à la Cournot), assinale a afirmativa correta.

a) A concorrência em preços é mais suave que a concorrência em


quantidades, com preços de equilíbrio iguais aos custos
marginais.
b) A concorrência em preços é mais intensa que a concorrência
em quantidades, com preços de equilíbrio iguais aos custos
marginais.
c) Ambas as formas de interação estratégica sempre exibirão
mesmo efeito sobre a intensidade da concorrência.
d) A concorrência em preços é mais suave que a concorrência em
quantidades, com preços de equilíbrio superiores aos custos
marginais.
e) A concorrência em preços é mais intensa que a concorrência
em quantidades, com preços de equilíbrio superiores aos custos
marginais.

COMENTÁRIOS:
a) Incorreta. A concorrência em preços (Bertrand) é mais INTENSA que a
concorrência em quantidades (Cournot), pois naquela temos preços
iguais aos custos marginais, assim como acontece na concorrência
perfeita.

b) Correta.

c) Incorreta. Possuem efeitos diferentes.

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d) Incorreta. É mais intensa, com P=Cmg.

e) Incorreta. Com P=Cmg

GABARITO: B

45. (CESPE/Unb - Especialista em Regulação de Serv. Púb. de


Telecomunicações – ANATEL – 2009) - Dentro da estrutura de
mercado oligopolista, tem-se, como ponto desfavorável, a
formação de cartéis, o que contraria o regular funcionamento da
ordem econômica.

COMENTÁRIOS:
O reconhecimento de que as firmas oligopolistas podem aumentar os
seus lucros se se coalizarem leva à formação de cartéis, o que contraria o
regular funcionamento do mercado, tendo em vista que estes cartéis
podem trazer grandes perdas de bem estar à sociedade, na medida em
que podem determinar quase que unilateralmente a quantidade
produzida e o nível de preço do produto.

GABARITO: CERTO

46. (CESPE/Unb – Analista – STM – 2011) - No modelo da curva


de demanda quebrada, exemplo de oligopólio colusivo, supõe-se
que, se uma firma elevar seus preços, suas concorrentes farão o
mesmo, o que favorecerá a estabilidade de preços nesse
mercado.

COMENTÁRIOS:
Em primeiro lugar, o modelo da curva de demanda quebrada não é
exemplo de oligopólio colusivo (o cartel seria um oligopólio colusivo).
Ademais, a suposição é a de que, se uma firma elevar seus preços, suas
concorrentes NÃO farão o mesmo, o que favorecerá a estabilidade de
preços.

GABARITO: ERRADO

47. (CESPE/Unb – Economista – Ministério da Saúde – 2009) - Em


oligopólios, verificam-se curvas de demanda quebrada por
ocorrer rigidez de alterações de preços somente para cima. Daí, a
tendência de formação de cartel.

COMENTÁRIOS:
A rigidez de preços no modelo de curva de demanda quebrada ocorre
tanto para cima quanto para baixo. Ademais, não há tendência à
formação de cartel. A tendência é em relação à estabilidade de preços.

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GABARITO: ERRADO

48. (CESPE/Unb – Economista – Ministério da Saúde – 2009) - A


permissão para que o monopolista pratique discriminação de
preços leva a perdas na economia e, portanto, deve ser combatida
pelos órgãos do Estado.

COMENTÁRIOS:
Conforme foi explicado no tópico sobre discriminação de preços no
monopólio, a prática de discriminação de preços, em regra, eleva os
níveis de eficiência na econômica, reduzindo as perdas inerentes ao
monopólio. É bem verdade que a discriminação favorece somente aos
produtores, mas o fato é que os excedentes totais do mercado são
aumentados. Ou seja, em regra, a eficiência é aumentada quando há
discriminação de preços por parte do monopolista.

GABARITO: ERRADO

49. CESPE/Unb - Especialista em Regulação de Serv. Púb. de


Telecomunicações – ANATEL – 2009) - No modelo da curva de
demanda quebrada, as empresas oligopolistas defrontam-se com
uma curva de demanda que é mais inelástica para preços
superiores àqueles que prevalecem no mercado e mais elástica,
no caso contrário.

COMENTÁRIOS:
A assertiva está errada, pois é o contrário do que está lá: no modelo da
curva de demanda quebrada, as empresas oligopolistas defrontam-se
com uma curva de demanda que é mais elástica para preços superiores
àqueles que prevalecem no mercado e mais inelástica, non caso
contrário.

GABARITO: ERRADO

50. (CESPE/Unb – Economista – DPU – 2010) - Quantidades


produzidas no equilíbrio de Cournot por empresas pertencentes a
um duopólio tendem a ser superiores às quantidades produzidas
no equilíbrio competitivo.

COMENTÁRIOS:
Nós vimos que as quantidades produzidas no equilíbrio de Cournot serão
inferiores àquelas produzidas no equilíbrio da concorrência perfeita
(competitivo) e superiores àquelas produzidas no equilíbrio de
monopólio. Com os preços, ocorrerá o inverso.

GABARITO: ERRADO

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51. (CESPE/Unb – Economista – DPU – 2010) - Se duas empresas


duopolistas pudessem fazer uma coalizão, a produção das duas
seria maior que se elas competissem à Cournot.

COMENTÁRIOS:
Se duas empresas duopolistas fizerem uma coalisão (organizarem um
cartel), elas se comportarão como se fosse um monopolista. Conforme
vimos, a produção de um monopolista é inferior à produção de um
duopólio de Cournot.

GABARITO: ERRADO

52. (CESPE/Unb – Economista – DPU – 2010) - Em um duopólio à


Bertrand, cada empresa escolhe, no equilíbrio, o mesmo preço
que escolheria se estivesse no mercado competitivo.

COMENTÁRIOS:
Exatamente isso! O resultado do duopólio de Bertand é exatamente igual
àquele verificado na concorrência perfeita, onde temos preço igual a
custo marginal.

GABARITO: CERTO

53. (CESPE/Unb – Economista – DPU – 2010) - Empresas no setor


oligopolista enfrentam rigidez de preços para baixo, pois sempre
tendem a não seguir aqueles que abaixam os preços e a seguir
aqueles que os aumentam.

COMENTÁRIOS:
Pelo que vimos no modelo de demanda quebrada, realmente, as
empresas do setor oligopolista enfrentam rigidez para baixo (e também
para cima), pois sempre tendem a não seguir aqueles que aumentam os
preços e a seguir aqueles que abaixam os preços. Veja que a lógica
correta foi invertida.

GABARITO: ERRADO

54. (CESPE/Unb – Economista – DPU – 2010) - E Práticas de


cartéis tendem a ser estáveis, pois os lucros sempre caem quando
empresas individuais tendem a se comportar unilateralmente.

COMENTÁRIOS:
Os cartéis são instáveis. Ademais, não se pode dizer que os lucros caem
quando as empresas se comportam unilateralmente. Geralmente, o
comportamento unilateral que ocorre na burla do cartel é no sentido de
aumentar o lucro da empresa que está fazendo a burla.

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GABARITO: ERRADO

55. (CESPE/Unb – Consultor Legislativo – Senado Federal – 2002)


- O modelo de Stackelberg proporciona uma forma adequada de
caracterização do comportamento oligopolístico em uma indústria
em que há o domínio de uma firma.

COMENTÁRIOS:
É exatamente a ideia do modelo de Stackelberg, onde temos uma
empresa líder, portanto, indicando que há o domínio de uma firma.

GABARITO: CERTO

56. (CESPE/Unb – Consultor do Executivo – SEFAZ/ES – 2010) -


Modelos de Stackelberg são frequentemente utilizados para
descrever comportamentos de empresas em um mercado de
oligopólio quando elas concorrem nas quantidades produzidas.

COMENTÁRIOS:
O modelo de Stackelberg é um modelo de oligopólio em que a
concorrência ocorre na quantidades produzidas. Existe uma firma líder,
que define a quantidade produzida. A seguidora decide seu nível de
produção a partir da decisão tomada pela líder.
Quando temos um modelo de liderança nos preços, temos o modelo da
firma dominante.

GABARITO: CERTO

Bem pessoal, por hoje é “só”!

Abraço e bons estudos!


Heber Carvalho

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LISTA DAS QUESTÕES APRESENTADAS
(continuação da lista da aula 04)

23. (CESPE/Unb - Banco da Amazônia – 2010) - Empresas monopolistas


e empresas em mercados de concorrência perfeita maximizarão seus
lucros quando suas receitas marginais e seus custos marginais se
igualarem.

24. (CESPE/Unb - Banco da Amazônia – 2010) - Devido à


heterogeneidade dos demandantes de crédito bancário, é lucrativo para
um banco monopolista praticar discriminação perfeita de preços com juros
diferentes para cada tipo de cliente.

25. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo - TCE/AC – 2009) - Como


as empresas monopolistas fixam seus preços acima dos custos marginais,
o nível de produção que maximiza os lucros situa-se na parte inelástica da
curva de demanda com a qual essas firmas se confrontam.

26. (CESPE/Unb - Analista Administrativo e Financeiro - SEGER/ES –


2009) - A presença de economias crescentes de escala em determinada
indústria indica a existência de fortes pressões competitivas nesse
mercado, excluindo, pois, a sua monopolização.

27. (CESPE/Unb - Ciências Econômicas – UEPA – 2008) - Nos mercados


organizados sob a forma de monopólio, o preço será tanto maior quanto
mais inelástica for a curva de demanda com a qual se confrontam as
firmas que compõem esses mercados.

28. (CESPE/Unb – Analista do MPU – 2010) - Caso a elasticidade da


demanda seja grande, é correto afirmar que o poder de monopólio da
empresa será pequeno.

29. (CESPE/Unb - Especialista em Regulação de Serv. Púb. de


Telecomunicações – ANATEL – 2009) - O modelo conhecido como mark-
up, dentro do estudo da estrutura de mercado monopolista, é apontado
como um exemplo de causa de inflação de custos.

30. (CESPE/Unb - Analista de Comércio Exterior – MDIC – 2008) - A


fixação de preços mais elevados em um mercado no qual a demanda é
maior é consistente com um comportamento maximizador de lucros por
parte de um monopolista que pratica discriminação de preços.

31. (CESPE/Unb - Analista de Comércio Exterior – MDIC – 2008) - O fato


de que, para as bibliotecas de universidades, o preço da assinatura de
periódicos científicos é mais elevado que aquele cobrado aos particulares

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colide com a existência de discriminação de preços no mercado dessas
publicações.

32. (CESPE/Unb – Analista do MPU – 2010) - Uma empresa monopolista


que discrimina preços de acordo com a quantidade consumida da mesma
mercadoria/serviço pratica discriminação perfeita de preço de primeiro
grau.

33. (CESPE/Unb – Pesquisador – INPI – 2006) - A escala mínima de


eficiência relaciona-se com o padrão das economias de escala que
predominam no setor, porém, essa escala não influencia a estrutura de
mercado que prevalece nessa indústria.

34. (CESPE/Unb – Economista – CODEBA – 2006) - Quando o


monopolista cobra preços muito elevados, ocorre ineficiência do
monopólio.

35. (CESPE/Unb – Economista – CODEBA – 2006) - A probabilidade de


monopólios e oligopólios se perpetuarem no longo prazo é elevada,
independentemente de leis que os garantam.

36. (CESPE/Unb – Economista – DPU – 2010) – Um monopólio será


sempre ineficiente, pois seus preços são sempre mais altos que os preços
de concorrência perfeita.
!
37. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo - TCE/AC – 2008) - Em
mercados organizados sob a forma de concorrência monopolista, a
existência de barreiras à entrada, associada à diferenciação do produto,
garante a existência de lucros econômicos substanciais para as empresas
estabelecidas nesse mercado, mesmo no longo prazo.

38. (CESPE/Unb – Ciências Econômicas – 2008) - Na concorrência


monopolista, no equilíbrio de longo prazo, a diferenciação de produtos
possibilita a existência de lucros econômicos substanciais para as firmas
que operam nesse tipo de mercado.

39. (CESPE/Unb – Analista Administrativo e Financeiro – SEGER/ES –


2009) - Mercados organizados sob a forma de concorrência monopolista
envolvem um número relativamente grande de firmas que operam de
forma não-colusiva e caracterizam-se por adotarem estratégias de
diferenciação do produto.

40. (CESPE/Unb – Banco da Amazônica – 2010) - Em um mercado com


características de competição monopolística, uma empresa compete
vendendo produtos diferenciados, porém altamente substituíveis uns
pelos outros.

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41. (CESPE/Unb – Analista – STM – 2011) - Nos shopping centers, muitas
lojas de vestuário disputam a clientela desses centros de compras por
meio da diferenciação do seu produto. O fato de várias dessas lojas terem
poucos compradores ilustra o excesso de capacidade que caracteriza a
concorrência monopolística, o que não impede que esses
estabelecimentos, no longo prazo, minimizem seus custos médios.
!
42. (CESPE/Unb - Banco da Amazônia – 2010) - Um equilíbrio de Cournot
em um mercado oligopolista mostra que a produção de cada empresa
maximiza o seu respectivo lucro, sem considerar a produção de outras
empresas.

43. (CESPE/Unb - Banco da Amazônia – 2010) - O enigma de Bertrand é


uma situação em que empresas oligopolistas com conluio se comportam
como se estivessem em um mercado competitivo.

44. (FGV – Fiscal do ICMS/RJ - 2009) - Considere uma estrutura de


mercado oligopolista, composto por duas empresas que interagem,
estrategicamente, num mercado de produtos homogêneos. Assuma que a
demanda é bem comportada e as estruturas de custos das empresas são
iguais, com retornos constantes de escala. Com relação à implicação
sobre a intensidade da concorrência ao se adotar o modelo de
concorrência em preço (à la Bertrand) no lugar de concorrência em
quantidades (à la Cournot), assinale a afirmativa correta.

a) A concorrência em preços é mais suave que a concorrência em


quantidades, com preços de equilíbrio iguais aos custos marginais.
b) A concorrência em preços é mais intensa que a concorrência em
quantidades, com preços de equilíbrio iguais aos custos marginais.
c) Ambas as formas de interação estratégica sempre exibirão mesmo
efeito sobre a intensidade da concorrência.
d) A concorrência em preços é mais suave que a concorrência em
quantidades, com preços de equilíbrio superiores aos custos marginais.
e) A concorrência em preços é mais intensa que a concorrência em
quantidades, com preços de equilíbrio superiores aos custos marginais.

45. (CESPE/Unb - Especialista em Regulação de Serv. Púb. de


Telecomunicações – ANATEL – 2009) - Dentro da estrutura de mercado
oligopolista, tem-se, como ponto desfavorável, a formação de cartéis, o
que contraria o regular funcionamento da ordem econômica.

46. (CESPE/Unb – Analista – STM – 2011) - No modelo da curva de


demanda quebrada, exemplo de oligopólio colusivo, supõe-se que, se
uma firma elevar seus preços, suas concorrentes farão o mesmo, o que
favorecerá a estabilidade de preços nesse mercado.

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47. (CESPE/Unb – Economista – Ministério da Saúde – 2009) - Em
oligopólios, verificam-se curvas de demanda quebrada por ocorrer rigidez
de alterações de preços somente para cima. Daí, a tendência de formação
de cartel.

48. (CESPE/Unb – Economista – Ministério da Saúde – 2009) - A


permissão para que o monopolista pratique discriminação de preços leva
a perdas na economia e, portanto, deve ser combatida pelos órgãos do
Estado.

49. CESPE/Unb - Especialista em Regulação de Serv. Púb. de


Telecomunicações – ANATEL – 2009) - No modelo da curva de demanda
quebrada, as empresas oligopolistas defrontam-se com uma curva de
demanda que é mais inelástica para preços superiores àqueles que
prevalecem no mercado e mais elástica, no caso contrário.

50. (CESPE/Unb – Economista – DPU – 2010) - Quantidades produzidas


no equilíbrio de Cournot por empresas pertencentes a um duopólio
tendem a ser superiores às quantidades produzidas no equilíbrio
competitivo.

51. (CESPE/Unb – Economista – DPU – 2010) - Se duas empresas


duopolistas pudessem fazer uma coalizão, a produção das duas seria
maior que se elas competissem à Cournot.

52. (CESPE/Unb – Economista – DPU – 2010) - Em um duopólio à


Bertrand, cada empresa escolhe, no equilíbrio, o mesmo preço que
escolheria se estivesse no mercado competitivo.

53. (CESPE/Unb – Economista – DPU – 2010) - Empresas no setor


oligopolista enfrentam rigidez de preços para baixo, pois sempre tendem
a não seguir aqueles que abaixam os preços e a seguir aqueles que os
aumentam.

54. (CESPE/Unb – Economista – DPU – 2010) - E Práticas de cartéis


tendem a ser estáveis, pois os lucros sempre caem quando empresas
individuais tendem a se comportar unilateralmente.

55. (CESPE/Unb – Consultor Legislativo – Senado Federal – 2002) - O


modelo de Stackelberg proporciona uma forma adequada de
caracterização do comportamento oligopolístico em uma indústria em que
há o domínio de uma firma.

56. (CESPE/Unb – Consultor do Executivo – SEFAZ/ES – 2010) - Modelos


de Stackelberg são frequentemente utilizados para descrever
comportamentos de empresas em um mercado de oligopólio quando elas
concorrem nas quantidades produzidas.

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GABARITO
23 C 24 C 25 E 26 E 27 C 28 C
29 E 30 E 31 E 32 E 33 E 34 E 35 E
36 E 37 E 38 E 39 C 40 C 41 E 42 E
43 E 44 B 45 C 46 E 47 E 48 E 49 E
50 E 51 E 52 C 53 E 54 E 55 C 56 C

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