Você está na página 1de 18

EMA – 2018.

1 EQ – UFRJ Gabriel Santos

EFLUENTES LÍQUIDOS

1. Efluentes Industriais e Indicadores Globais de Poluição


Os efluentes líquidos industriais têm origem nas águas utilizadas na área de
utilidades e/ou nos processos industriais
São muito variáveis e complexos.
É impraticável, senão impossível, obter-se uma análise química completa da
maioria dos compostos. Por isso, utilizam-se os indicadores globais de poluição
(não se conhece a composição química.

1.1. Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)


Determina a quantidade de O2 requerida para oxidar a matéria orgânica
biodegradável presente em uma amostra por ação bioquímica aeróbia. É expressa
em mgO2/L.
MatOrg + O2 (+ bactérias aeróbias) → CO2 + H2O + NH3 + Novas Células
Incubação por CINCO DIAS a 20 ºC (devido ao longo tempo, não é bom para
controle industrial).
O2 dissolvido (i) - O2 dissolvido (f) = DEMANDA.
Quando a amostra não tem população microbiana suficiente, adicionam-se
“sementes”.
DBO5/DBOu = 0,67 (esgoto), DBO5/DBOu = 0,5 – 0,8 (industrial).
O total da DBO é composto por: DBO carbonácea (material orgânico), DBO
imediata (material inorgânico) e DBO nitrogenada (formas reduzidas de N,
ocorre depois da carbonácea – 15 dias – e gera um segundo plateau).

1.2. Demanda Química de Oxigênio (DQO)


Determina a quantidade de O2 requerida para a fração orgânica de uma amostra,
susceptível a oxidação por um oxidante químico forte (K2Cr2O7) em meio ácido
(H2SO4). É expressa em mgO2/L.
MatOrg + K2Cr2O7(exc.) + H2SO4 (+ Ag2SO4 e HgSO4) → CO2 + H2O +
produto não oxidado + K2Cr2O7(res.)
A reação ocorre por cerca de duas horas a 150 ºC e Ag2SO4 é o catalisador e
HgSO4 elimina cloreto.
A quantidade de matéria orgânica oxidável é proporcional ao dicromato reagido
e é ele que é quantificado por espectrofotometria (Cr3+ formado).
DQO é maior que DBO, pois oxida matéria orgânica não-biodegradável e íons
inorgânicos, além do que é quantificado na DBO.
DQO/DBOu = 1,5 – 2,5 (poluentes majoritariamente biodegradáveis),
DQO/DBOu > 5 (não-biodegradáveis é acentuado e necessita processos físico-
químicos).
É um parâmetro muito difundido no monitoramento das estações.

1.3. Carbono Orgânico Total (COT)


Baseia-se na oxidação do carbono da matéria orgânica à CO2 e H2O, o CO2 é
determinado por método instrumental (IV). É expresso em mgC/L.
EMA – 2018.1 EQ – UFRJ Gabriel Santos

Permite a quantificação de carbono total ou inorgânico, a quantidade de carbono


orgânico pode ser obtida pela diferença.
O tempo de análise é bem curto, mas tem elevado custo.
COT/DQO ~ 2 – 7.

1.4. Óleos e Graxas (O&G)


Determinados quantitativamente de acordo com a solubilidade comum em um
solvente de extração orgânico.
“Óleos e Graxas” é definido como qualquer material recuperado como uma
substância solúvel no solvente.

1.5. Sólidos
𝑆𝑆𝑉
𝑆𝑆𝑇 {
𝑆𝑇 { 𝑆𝑆𝐹 Voláteis: orgânico; Fixos: inorgânico
𝑆𝐷𝑉
𝑆𝐷𝑇 {
𝑆𝐷𝐹

ST = STV + STF
ST = SST + SDT
STV = SSV + SDV
STF = SSF + SDF

1.6. Toxicidade
Verifica o efeito biológico que o poluente causa aos organismos.
Os efeitos tóxicos causados nos organismos-teste podem ser observados através
de parâmetros como: morte, falta de locomoção, diminuição da emissão de luz,
diminuição da capacidade reprodutiva, etc.
Toxicidade aguda: inibição em 50 % (DL50, CL50, CE50, CENO) os organismos
testados.
Toxicidade crônica: efeitos subletais, mas toxicidade cumulativas.

1.7. Obs
Todos as avaliações acima são INDICADORES GLOBAIS DE POLUIÇÃO.
É possível fazer outras avaliações no efluente, como aferição do pH, turbidez,
temperatura, quantidade de sulfetos, etc.

2. Amostragem de Efluentes Industriais


MF 402.R1, Feema.
Definir locais, formas, frequência e períodos de amostragem.
As amostragens devem ser feitas a alguns cm abaixo da lâmina d’água e onde há
maior turbulência (porque se tem maior mistura).
Deve-se evitar pontos onde há maior velocidade de escoamento.
Deve-se determinar concentração e carga
Amostragem Instantânea: única amostragem feita em local definido e reflete
condições do momento da coleta, por isso é indicado para parâmetros que variam
rapidamente com o tempo (ex: pH, T, sulfetos).
EMA – 2018.1 EQ – UFRJ Gabriel Santos

Amostragem Composta: combinação de amostras instantâneas, tomadas em


determinado período e em volumes proporcionais a vazão. É como uma “média” do
que está acontecendo no local.
A preservação das amostras pode ser feita por congelamento (interrompe atividade
microbiana), refrigeração e adição de agentes químicos.

3. Legislação
Os resultados das amostras são comparados com a legislação
Níveis: federal, estadual e municipal. Há hierarquia.

4. Tratamento de Efluentes Industriais


End of Pipe: composição apenas da linha final do processo, o efluente “é o que é”.
In Plant: atenção ao processo, verificação das linhas para tentar gerar um efluente
final menos complexo, até mesmo um possível reuso. A caracterização do efluente é
mui importante para definir a sequências de operações unitárias da ETE.
TRATAMENTO PRELIMINAR → TRATAMENTO PRIMÁRIO →
TRATAMENTO SECUNDÁRIO → TRATAMENTO TECEÁRIO.
O tratamento dos efluentes tende a ser do grosso ao fino.

4.1. Tratamento Preliminar


Remoção de sólidos grosseiros para evitar obstruções e danos, além do
condicionamento do efluente para tratamento posterior.
Praticamente não há remoção de DBO5 (5 – 25%).

4.1.1. Gradeamento
Garras dispostas em paralelo (forma de “garfo”) que retêm sólidos grosseiros
(> 10 mm).
São classificadas entre grossas (a = 5 – 15 cm), médias (a = 2 – 5 cm) e finas
(a < 1 cm) e possuem inclinações de 70 – 90º.
Nas estações de grande porte, as grades devem possuir mecanismo
automatizado para remoção de material retido. O material retido é removido
quando a seção atinge cerca de 50% de obstrução.
Dimensionamento na apostila.

4.1.2. Peneiramento
Peneiras revestidas com uma tela fina que retêm sólidos grosseiros (> 1 mm)
que parraram pelo gradeamento. Telas são com malhas de barra triangular.

4.1.3. Desarenação (caixas de retenção de areia)


Retêm partículas de areia e similares (d = 0,8 – 0,4 mm)
O uso dos desarenadores protege as bombas contra abrasão, evita
entupimento e obstruções em dutos e válvulas, a formação de materiais
inertes em decantadores, tanques de aeração, etc.
Canais horizontais onde as partículas sedimentam (vm = 2,0 cm/s)
individualmente por ação da gravidade.
A areia retirada deve ser levada para o aterro ou ser lavada para utilização
em outras finalidades.
EMA – 2018.1 EQ – UFRJ Gabriel Santos

Algumas caixas de areia têm ar difuso injetado. O ar faz com que a água
tome um movimento helicoidal e permite a sedimentação das partículas,
além de evitar a exalação de maus odores.
Dimensionamento na apostila.

4.1.4. Equalização e Neutralização


A neutralização é uma etapa de ajuste de pH.
Quando se varia algo além do pH (ex.: Q, DQO, etc), chamamos de
equalização.
A equalização consiste em um tanque aerado e agitado, para evitar odores e
depósito de sólidos.
O tanque de equalização pode reduzir o tamanho e os custos de uma ETE.
Dimensionamento na apostila.

4.2. Tratamento Primário


É empregado para remoção de sólidos suspensos e material flotante, além de
condicionar o efluente para o tratamento secundário ou descarga.
Pode remover 40 – 70% dos sólidos em suspensão e cerca de 35% da DBO5.

4.2.1. Sedimentação
Remove o particulado sedimentável que se encontra no efluente (remoção
de 70 – 80%).
Remoção de DBO associada ao material particulado é de 30 – 40%. Valores
inferiores a essa faixa indicam má operação.
Para soluções diluídas, prevalece a sedimentação tipo 1 (discreta), ao se
concentrar mais as soluções, prevalece a tipo 2 (floculenta) e se estiver ainda
mais concentrada, prevalece a tipo 3 (zonal), a tipo 4 (compressão) ocorre
quando a suspensão se encontra tão concentrada que a “sedimentação” se dá
pelo peso de uma partícula sobre a outra.
Seção Retangular: 3 – 27 m de largura; 10 – 100 m de comprimento; 3 – 3,5
m de profundidade. Empregam-se TRH de 1,5 – 3 h, pois tempos maiores
levam à anaerobiose e liberação de mais odores, enquanto menores reduzem
a eficiência. A alimentação é feita pela lateral, são preferenciais para
decantadores primários e tem melhor assimilação de variação de vazão.
Seção Circular: 3 – 6 m de diâmetro; 2,5 – 4,0 m de profundidade; TRH =
2,5 – 3 h. Tem menor eficiência de remoção de DBO que os retangulares no
primário, mas é melhor no secundário (por que, neste momento, se tem
menor variação de vazão). A alimentação é feita pelo centro e a
implementação é mais barata.
Os removedores de lodo e a estrutura de concreto armado são os principais
componentes do custo.
Existem canaletas no trecho final do decantador que reduz a velocidade do
efluente na saída e evita a ressuspensão.
A remoção mecânica pode ser evitada e existem outras alternativas, mas com
muitas limitações.
Dimensionamento na apostila. Parâmetros importantes: taxa de escoamento
sup.; TRH; % remoção.
EMA – 2018.1 EQ – UFRJ Gabriel Santos

4.2.2. Coagulação/Floculação
Remover material coloidal e partículas muito finas que sedimentam muito
lentamente, com 0,1 – 0,01 m de diâmetro.
Os coloides têm propriedades elétricas que criam uma força de repulsão e
impede a aglomeração e sedimentação das partículas.
A coagulação é a desestabilização de coloides e a floculação é a agregação e
neutralização de coloides, mas geralmente esses processos ocorrem
simultaneamente.
A adição de agentes coagulantes é muito utilizada e também remove de
maneira eficaz, mas tem o custo extra dos produtos químicos e gera um
maior volume de lodo.
A dosagem do agente coagulante e pH são determinados no ensaio de Jar
Test.

4.2.3. Flotação
Remoção de partículas em suspensão e/ou flutuantes. Deve ser aplicada
principalmente para efluentes com altos teores de óleos e graxas e/ou
detergentes.
Flotação Espontânea: baseada na diferença de densidade entre a fase dispersa
e a contínua, quando a da fase dispersa é menor que a contínua a flotação
ocorre naturalmente (ex.: água e óleo).
Flotação por Ar Induzido (FAI): baseada na facilidade com que partículas
liquidas ou sólidas se agregam a bolhas de gás, formando um sistema
partícula-bolha de menor densidade que a fase contínua.
Flotação por Ar Dissolvido (FAD): é o mesmo princípio da FAI, mas o
sistema partícula-bolha é criado ao saturar a solução com oxigênio com o
aumento da pressão, quando a pressão é diminuída microbolhas se
desprendem da solução e capturam as partículas.
O processo de floculação normalmente é posterior a coagulação/floculação.
Também pode ser conduzido em vácuo.
Os fatores considerados nos projetos de flotadores são concentração do
material particulado, quantidade de ar usado, velocidade de ascensão da
partícula, taxa de alimentação de sólidos.

➔ IPC: Coagulação/Flotação, seguido de Sedimentação ou Flotação: muito


utilizado para material insolúvel em suspensão.

4.2.4. Precipitação Química


Remoção de material inorgânico dissolvido no efluente.
O alvo principal do tratamento é a remoção de metais pesados.
Em geral, os metais são solubilizados em condições ácidas e precipitam em
básicas. A precipitação ocorre com hidróxidos (é preciso ter um cuidado nas
concentrações mínimas) ou sulfetos (é preciso ter cuidado com H2S).
Oxidação de Cianetos: CN- complexa metais e impossibilita a precipitação.
Reação com hipoclorito em meio alcalino.
EMA – 2018.1 EQ – UFRJ Gabriel Santos

Redução de Cromo Hexavalente: é solúvel em meios ácidos e alcalinos, a


remoção é feita com a redução a cromo trivalente, que é precipitado como
hidróxido.

4.3. Tratamento Secundário – Processos Biológicos


Engloba todos os processos biológicos (natureza aeróbia ou anaeróbia)
Lodos ativados, lagoas aeradas, lagoas de estabilização, filtros biológicos,
digestores anaeróbios.
Utilizam matéria orgânica dissolvida como substrato para microorganismos
(bactérias, fungos e protozoários).
Também são empregados para remoção de DBO nitrogenada.
A remoção de DBO carbonácea e nitrogenada inclui processo aeróbio ou
anaeróbio (DBO carbonácea), seguido de processo anaeróbio (nitrificação) e,
caso a remoção de nitrato seja desejada, de um processo anóxido
(desnitrificação).
Esses processos serão tratados nos tópicos 5, 6 e 7.

4.4. Tratamento Terciário – Processos Avançados


Série de processos destinados a melhorar a qualidade dos efluentes provenientes
das unidades de tratamento primário e/ou secundário.

4.4.1. Lagoas de Maturação


Normalmente são utilizadas após processos biológicos de tratamento
(secundários)
Pretende-se reduzir a quantidade de bactérias em suspensão e concentração
de nitratos e fosfatos, além de uma remoção adicional de DBO.
Os sólidos biológicos residuais entram na fase de respiração endógena
(morte populacional por falta de fonte de carbono) e NH3 é convertida em
nitrato usando O2 fornecido pela reaeração superficial e pelas algas.
TRH de 18 – 20 dias, para garantir a respiração endógena.

4.4.2. Filtração
Para remover sólidos em suspensão e bactérias que não foram removidos no
decantador secundário.
Filtros de areia, areia e antracito, além de filtros rotativos são os mais
utilizados.
O uso de coagulantes e sedimentação, seguido de filtração, pode levar o nível
de sólidos suspensos a valores extremamente reduzidos.

4.4.3. Adsorção em Carvão Ativado


Compostos orgânicos solúveis que não são biologicamente degradáveis,
esses compostos são detectados pela DQO.
Empregado na redução de micropoluentes orgânicos e metais pesados.
Estrutura porosa de elevada área superficial é obtida após o tratamento
térmico da MP.
Pode-se empregar duas formas de carvão: grãos ou em pó, sendo que em pó
é mais fácil de regenerar.
EMA – 2018.1 EQ – UFRJ Gabriel Santos

É um processo caro e após 10 – 14 regenerações, há uma perda de 7 – 10 %


de eficiência de adsorção. O carvão exaurido se torna um passivo ambiental,
pois não é reciclável.

4.4.4. Troca Iônica


Interessante para tratar alcalinidade dos efluentes.
Existem resinas catiônicas/aniônicas e a troca iônica depende principalmente
da afinidade da resina pelos diversos íons em solução (ex.: efluentes →
sulfatos e cromatos).
A resina catiônica tem preferência por cátions de maior valência e, entre os
de mesma valência, tem mais afinidade pelos maiores.
A resina aniônica prefere os ânions fortes aos fracos.
As resinas catiônicas são regeneradas com ácidos (H2SO4 ou HCl) e as
aniônicas com soda a quente.

4.4.5. Separação com Membranas


Funciona como um filtro, deixando a água passar por seus poros.
Quanto menor o poro da membrana, maior terá que ser a pressão exercida,
logo maior custo.
Microfiltração
Ultrafiltração
Osmose inversa
As membranas são barreiras absolutas para material suspenso e micro-
organismos.

4.4.6. Remoção de Nutrientes


Remoção de compostos de nitrogênio e fósforo.
Remoção de N: principalmente oriundo da decomposição biológica de
proteínas e ureia, normalmente é amônia livre (NH3) ou íon amônio (NH4+).
Os métodos para remoção de nitrogênio podem ser químicos ou biológicos.
A remoção química se dá pelo aumento do pH, que leva o íon amônio a
amônia e essa pode ser removida da água fazendo-se passar ar através da
água (stripping). A remoção biológica se baseia em dois processos: (i)
transformação da amônia em nitrito e nitrato por dois grupos de bactérias em
meio aeróbio; (ii) transformação dos nitratos em N2 pela ação de diversos
grupos de bactérias em meio anóxido.
Remoção de P: para a remoção não biológica utiliza-se basicamente a
precipitação química. A aplicação dos agentes químicos é feita no
decantador secundário. A remoção biológica é feita com micro-organismos
que acumulam fósforo intracelular numa sequência anaeróbia/aeróbia.
Para remoção biológica conjunta de N e P, zonas ou etapas anaeróbia,
aeróbia e anóxida devem existir no reator ou sistema de tratamento.

4.4.7. Oxidação Química


Utilizada quando a separação física e remoção biológica não é suficiente.
EMA – 2018.1 EQ – UFRJ Gabriel Santos

Os processos oxidativos são de natureza destrutiva, mas pode-se haver baixa


velocidade de reação, pouca seletividade, necessidade de grandes
dimensões.
Quando a alimentação é recalcitrante à biodegradação, e/ou inibitória e
tóxica à biocultura, a oxidação biológica é limitada. Por isso, a integração
dos dois processos é conceitualmente vantajosa. Efluentes desse tipo podem
ser pré-tratados com POA (mudam as estruturas e propriedades das
estruturas – quebra em fragmentos menores) para produzir compostos
biogênicos.
Para essa oxidação, utiliza-se H2O2, reagente Fenton (H2O2 + Fe2+)

5. Processos Biológicos Aeróbios


São tratamentos secundários.

5.1. Lodos Ativados


Dentre os processos aeróbios, é um dos mais aplicados e também de maior
eficiência.
O termo é designado à massa microbiana floculenta que se forma quando os
efluentes são submetidos a aeração.
No tanque, é essencial uma boa mistura e aeração.
O sucesso do processo depende do estabelecimento da comunidade microbiana
mista, que se agregarão (biofloculação) e sedimentarão de forma a produzir o
lodo concentrado para o reciclo.
O processo tem como ponto crítico a sedimentabilidade do lodo.
O processo pode ocorrer em três faixas de carga: forte carga, convencional e
aeração prolongada.
F/M deve estar entre 0,3 – 0,6 (QS0/VXe). Se estiver abaixo do esperado, diminui-
se Xe ao reduzir a vazão de recirculação e se estiver acima do esperado, deve-se
aumentar Xe.
Sedimentação zonal: interface sólido/líquido e a altura dessa interface varia ao
longo do tempo. Da parte linear dessa variação obtemos VSZ e quanto maior ela
for, melhor é o processo.
O IVL é considerado um parâmetro mais consistente que a VSZ, pois é avaliado
ao final do processo de sedimentação. Quanto menor o IVL, melhor é o processo
pois indica que o lodo está mais compactado.
Variações: aeração prolongada (melhora a nitrificação porque Corg está baixo) e
batelada sequencial.

5.2. Lagoas Aeradas


É, essencialmente, o mesmo sistema dos lodos ativados com aeração prolongada.
Utilizada em países de clima tropical pois há grandes trocas com o ambiente.
São bacias escavadas no solo com no máximo 5,0 m de profundidade, pois a
aeração é superficial (mecânica ou ar comprimido).
As concentrações de sólidos em suspensão são muito menores que no lodo
ativado, o que ocasiona volumes muito maiores.
Graus elevados de nitrificação podem ser alcançados com temperaturas mais
elevadas e cargas mais baixas (TRH alto).
EMA – 2018.1 EQ – UFRJ Gabriel Santos

Lagoas Aeradas Aeróbias são as que podem introduzir O2 dissolvido por toda a
lagoa. Operam com TRH < 5 dias, elevado nível de aeração, apresentam maior
eficiência e requerem menor área.
Lagoas Aeradas Facultativas têm O2 dissolvido necessário para o processo, mas
não o suficiente para evitar a sedimentação de boa parte dos sólidos em
suspensão. Os sólidos que sedimentam nas áreas de menor turbulência sofrem
decomposição anaeróbia no fundo das lagoas. TRH = 5 – 12 dias e para
compensar eficiência, precisa ter maior área ocupada.

6. Equações de Projeto e Operação


Na apostila!

7. Processos Biológicos Anaeróbios


São tratamentos secundários.
São complexos e compostos por várias reações sequenciais (cada uma com sua
população de micro-organismos especifica).
Consiste na estabilização da matéria orgânica, que é a redução do teor orgânico (para
efluentes e lodos) e de volume (lodos), obtidos pela ação de bactérias anaeróbias sobre
os resíduos.
Matéria orgânica é convertida em metano e compostos inorgânicos como amônia e
dióxido de carbono.
[...] → preguiça
EMA – 2018.1 EQ – UFRJ Gabriel Santos

RESÍDUOS SÓLIDOS
É importante perceber que existe uma diferença básica entre resíduos e rejeitos.
Resíduos são as sobras, os restos, que ainda podem sofrer processos de tratamento e
recuperação para sua reutilização. Já rejeitos são os resíduos sólidos que já sofreram
processos de tratamento e, ainda assim, não apresentam outra alternativa a não ser a
disposição final em aterro sanitário.
Os resíduos podem ser classificados de acordo com a sua origem e eles posem ser:
domiciliar; comercial; público; de saneamento; de serviços de transporte; de cemitérios;
especiais; de construção civil; industrial; de serviços de saúde; agrossilvopastoris; de
mineração.
Os resíduos podem, ainda, ser classificados de acordo com suas características
físicas, químicas e biológicas. As características físicas podem ser: geração per capta;
peso específico aparente; teor de umidade; compressividade. As químicas podem ser:
poder calorífico; pH; composição química; relação C/N. E as biológicas são: população
microbiana; agentes patogênicos.
De modo geral, os resíduos sólidos podem ser classificados quanto a sua origem,
quanto a periculosidade (perigosos e não perigosos), quanto a sua natureza física (seco e
úmido), quanto a sua composição química (orgânicos e inorgânicos).
De acordo com a periculosidade (ABNT 10.004), existe a Classe I – Perigosos:
são os resíduos inflamáveis, corrosivos, reativos, tóxicos e patogênicos; e ainda a Classe
II – Não Perigosos: podem ser os Não Inertes A (biodegradáveis, biocombustíveis e
solúveis em água) ou os Inertes B (com solubilidade menor que a potabilidade da água).
Os impactos ambientais provocados pela má disposição dos resíduos sólidos são
as poluições do solo, das águas e do ar, além da proliferação de vetores e inundações.
Solo: má disposição, depósito, acumulação e injeção no solo ou subsolo de substâncias
ou produtos poluentes. Água: acúmulo de lixo as margens e cursos d’água, contaminação
da água subterrânea com chorume morte de animais aquáticos. Ar: produção de gases
prejudiciais como CH4 e H2S, além da queima inadequada que gera CO2, CO, entre
outros. Vetores: Moscas, baratas, ratos, porcos, cachorros, urubus, bactérias, fungos,
vírus. Inundações: lixo descartado inadequadamente que entope bueiros e impede a
correnteza dos rios.
Entende-se que o Gerenciamento de Resíduos é o componente operacional da
gestão de resíduos sólidos. Fazem parte do Gerenciamento de Resíduos a prevenção,
redução, segregação, reutilização, acondicionamento, coleta, transporte, tratamento,
recuperação de energia e destinação final.
Atualmente, os desafios associados ao gerenciamento estão relacionados ao
aumento no volume de resíduos, o manejo dos diferentes tipos/classes de resíduos
gerados, resíduos jogados/deixados nas vias públicas, restrições de trânsito e circulação
de caminhões, destinação final.
Após a identificação da fonte de geração, devem ser tomadas medidas para se ter
um gerenciamento de resíduos adequado e a estratégia deste deve ser compatível com a
preservação do meio ambiente, se baseando em: minimização da produção de resíduos,
EMA – 2018.1 EQ – UFRJ Gabriel Santos

maximização das práticas de reutilização e reciclagem ambientalmente corretas,


promoção de sistemas de tratamento e disposição de compatíveis com a preservação
ambiental, extensão da cobertura de coleta e destinação final.
O gerenciamento de resíduos pode ser definido em seis etapas, sendo elas:
Acondicionamento: preparação dos resíduos sólidos para coleta de forma sanitariamente
adequada, compatível com o tipo e quantidade de resíduos. Coleta: recolher o lixo
acondicionado por quem o produz. Transporte: encaminhar o lixo para uma possível
estação de transferência. Recuperação/Reciclagem: é a melhor forma de
tratamento/recuperação de resíduos, principalmente pelo forte apelo ambiental.
Tratamento: série de procedimentos que visam reduzir a quantidade ou potencial
poluidor. Disposição Final: dispor os resíduos sólidos no solo previamente preparado
para recebe-lo, de acordo com critérios técnicos, construtivos e operacionais adequados.
O acondicionamento adequado dos resíduos sólidos e de suma importância pois
evita acidentes e a proliferação de vetores, minimizando impactos visuais e olfativos,
reduz a heterogeneidade (coleta seletiva) e facilita a coleta.
A instalação de estações de transferência e/ou transbordo é interessando pois,
devido ao aumento da distância entre os pontos de coleta e os aterros sanitários, aumenta-
se o tempo ocioso dos caminhões. As unidades são instaladas próximas ao centro de
massa de geração para que os caminhões de coleta, após cheios, façam a descarga e
retornem rapidamente para terminar o roteiro da coleta. Existem as estações com
transbordo direto e as com armazenamento (com e sem compactação).
A hierarquia na gestão de resíduos e definida na forma de uma pirâmide invertida,
onde a parte superior teria a maior porcentagem. Primeiro: minimização e não geração
de resíduos sólidos. Segundo: redução, reutilização e reciclagem. Terceiro: tratamentos
físicos, químicos e biológicos. Quarto: disposição final ambientalmente adequada.
A Não Geração e Redução de resíduos consiste na adoção de políticas,
tecnologias ou mecanismos que diminuam a quantidade de resíduos produzidos. A
Reutilização é o processo de aproveitamento dos resíduos sem transformação física,
química ou biológica. Reciclagem é o processo de transformação dos resíduos sólidos
que envolve a alteração de suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com
intuito de se ter a transformação em insumos ou novos produtos. (3R).
Na indústria, a minimização pode ser implementada a partir da prevenção da
poluição, com a modificação de equipamentos e tecnologias, reformulação ou
reconfiguração do produto, substituição da matéria-prima. Na vida cotidiana, pode-se
promover mudanças no estilo de vida e padrões de consumo, adoção de métodos em que
o desperdício seja menor e uso de bens de consumo mais duráveis.
A Produção Mais Limpa tem por objetivo minimizar o impacto ambiental
provocado pelo processo produtivo. É uma proposta de melhoria gradativa, que consiste
em uma série de medidas que podem ser implementadas numa empresa, desde uma
simples mudança de procedimento operacional até uma mudança de tecnologia.
EMA – 2018.1 EQ – UFRJ Gabriel Santos

Os mecanismos para a minimização são o desenvolvimento sustentável, a


prevenção da poluição e uma produção mais limpa. A ideia é prevenir a poluição, em vez
de trata-la e transportá-las para um destino final.
Numa estação de tratamento de esgoto, diversos resíduos são gerados e seu
gerenciamento é importante porque a sua má gestão pode comprometer os benefícios
sanitários e ambientais esperados no tratamento de esgoto. Grossos: resíduos coletados
no gradeamento e caixa de areia (ex: galhos, folhas, plásticos, panos, papel, areia,
cascalho, semente, etc). Lodo Primário: logo gerado no tratamento primário e
acumulado no decantados primário. Lodo Secundário: lodo gerado no tratamento
biológico (lagoas de estabilização com baixo volume e lodos ativados com alto volume).
Lodo Químico: logo gerado no tratamento químico (terciário). O logo é gerado em
quantidades extremamente maiores que os demais subprodutos.
O tratamento de lodo tem como objetivos principais a conversão dele em
compostos mais simples (estabilização) e redução do volume (remoção da umidade).
Existem diversas etapas no tratamento de lodo e diversos processos que podem
ser utilizados em cada uma delas. Adensamento: redução do volume pela remoção de
umidade, aumento da quantidade de sólidos totais, pode ser feito por gravidade ou
flotação. Estabilização: remoção de matéria orgânica e, com isso, diminuição dos sólidos
solúveis voláteis, pode ser feito por digestão anaeróbia/aeróbia, estabilização
térmica/química e compostagem. Condicionamento: preparo para desidratação e
aumentar a captura de sólidos, pode ser feito por coagulação e floculação.
Desaguamento: remoção da umidade e redução do volume, junto com o aumento dos
sólidos totais, pode ser feito por secagem natural, secagem mecânica (centrifugo e filtro)
e secagem térmica. Higienização: remoção de patogênicos e é necessária se a disposição
final for reciclagem agrícola. Disposição Final: pode ser reciclagem agrícola,
incineração, aterro, lanfarming.
O tratamento dos resíduos pode acontecer de diversas maneiras. Landfarming:
são sistemas de tratamento de resíduos que, através das propriedades físicas e químicas
do solo, e da intensa atividade microbiana existente neste meio, promovem a
biodegradação, a destoxificação, a transformação e a imobilização dos constituintes dos
resíduos tratados, minimizando riscos de contaminação ambiental. Compostagem: é o
processo natural de decomposição biológica de materiais orgânicos, de origem animal e
vegetal, pela ação de micro-organismos presentes no próprio lixo. Ocorre em 4 fases
(inicial/mesofílica, termofílica, resfriamento/mesofílica, maturação) e se tem controle de
umidade, oxigenação, temperatura, concentração de nutrientes, tamanho de partículas e
pH. Solidificação/Inertização: alteração da forma física do rejeito, restringindo sua
dissolução. É o encapsulamento do material perigoso com composto inerte (solidificação)
e o aprisionamento em uma matriz (inertização), podendo ser aplicados em conjunto ou
separadamente utilizando mecanismos químicos, físicos ou ambos. Coprocessamento:
destruição térmica dos resíduos a alta temperatura e busca tornar o resíduo atóxico através
de sua incorporação química às matérias-primas. Utilizado principalmente para orras,
solventes, ceras, pneus e borras de tintura. Não gera novos resíduos e a queima gera
energia e pode substituir parcialmente os combustíveis. Incineração: consiste na
oxidação seca, a altas temperaturas, que reduz os resíduos orgânicos e combustíveis à
EMA – 2018.1 EQ – UFRJ Gabriel Santos

matéria inorgânica, diminuindo o volume de resíduo. A principal vantagem é a redução


significativa do volume que iria para o aterro, mas se deve ter um controle efetivo de
poluição atmosférica, além disso, é a melhor opção para resíduos altamente tóxicos, muito
inflamáveis e altamente persistentes. Assim como o coprocessamento, tem recuperação
energética e o processo ocorre em duas fases (pré-queima e queima).
A disposição final ocorre de 3 maneiras distintas. Lixão: se resume a simples
descarga do resíduo sobre o solo, sem a preocupação com os impactos gerados por essa
atividade. Não há controle do que está sendo depositado. Aterros Controlados: são
locais intermediários entre o lixão e o aterro sanitário. É a disposição dos resíduos no solo
onde são tomadas atitudes para aumentar a segurança do local, minimizando os riscos de
impacto (recobrimento com argila). Aterros Sanitários: são os locais apropriados para a
disposição final, com área adequadamente escolhida, solo impermeabilizado, afastado
dos corpos d’água e os gases produzidos podem ser aproveitados ou queimados.
No aterro sanitário, o lixo e disposto em valas forradas com lonas plásticas, é
compactado e recoberto por terra. Os gases e o chorume gerados são coletados e podem
produzir calor e energia. Os resíduos sólidos são compactados em camadas para reduzir
o volume e cobertos por terra ao final de cada operação diária. O aterro consiste em uma
série de células adjacentes, cada uma correspondendo ao resíduo de um dia de operação.
Após uma camada de célula ser completada, outra é iniciada e o processo continua até
que a vala seja preenchida.
A decomposição nos aterros sanitários ocorre em três etapas. 1ª etapa (curta
aeróbia): a matéria orgânica polimérica é submetida a ação de enzimas extracelulares
especificas secretadas por micro-organismos hidrolíticos produzindo oligômeros e
monômeros que serão degradados posteriormente. 2ª etapa (anaeróbia ácida):
fermentação ácida, gerando gases amônia, hidrogênio e dióxido de carbono e uma grande
quantidade de compostos orgânicos parcialmente degradados, é subdividida em três
etapas (hidrolise, acidogênese e acetogênese), pode durar anos e tem-se uma produção
significativa de compostos orgânicos simples de alta solubilidade. 3ª etapa
(metanogênica): inicia-se após 6meses/1ano da cobertura e pode durar um período muito
longo. Os compostos orgânicos simples produzidos na segunda etapa são consumidos
pelas arqueas metanogênicas produzindo metano e dióxido de carbono.
EMA – 2018.1 EQ – UFRJ Gabriel Santos

EMISSÕES ATMOSFÉRICAS
• AULA 1:
o Principais poluentes:
▪ CO: Combustão incompleta (gás de efeito estufa - GEE)
▪ CO2: Combustão completa e respiração aeróbia, é um GEE e está
relacionado com o aumento de temperatura.
▪ SO2: Combustão de produtos que contenham enxofre e pode vir de
vulcões ou processos biogênicos naturais. Reage com a umidade
do ar e ocasiona a chuva ácida.
SO2 + O2 → 2SO3; SO3 + H2O → H2SO4(g)
▪ NOx: Produzidos quando combustível é queimado em altas
temperaturas. Esse grupo de gases é altamente reativo.
▪ COV: decomposição anaeróbia, veículos, refinarias, etc. (alcanos,
alcenos, aldeídos, cetonas, ácidos carboxílicos).
▪ O3 (troposférico): É um poluente secundário. Formado a partir da
reação fotoquímica entre NOx, hidrocarbonetos e outros
compostos em luz solar. É o maior constituinte do smog.
▪ Material Particulado: poeira, neblina, fumaça, fuligem.
o Fontes:
▪ Biogênicas: solo, vulcões, fontes termais, atividade biogênica,
decomposição da matéria orgânica.
▪ Antropogênicas: indústria, transporte, geração de energia.
o Padrões:
▪ 1º: tolerado na atmosfera
▪ 2º: desejável a longo prazo

• AULA 2/3:

INVERSÃO TÉRMICA SMOG FOTOQUÍMICO

CHUVA ÁCIDA
EFEITO ESTUFA
BURACO NA
CAMADA DE O3

A Inversão Térmica ocorre quando a convecção natural é dificultada devido a


inversão no gradiente de temperatura em função da altitude. O que ocorre normalmente é
que o ar frio (mais pesado e que tende a ficar em altas altitudes) desce enquanto o quente
sobe, se tornando quente e subindo novamente (ciclo de troca). Com essa troca, os
poluentes sobem e são dispersos no ar (ventos fortes). Quando a inversão térmica ocorre,
o ar quente fica mais acima do que o ar frio, então não há a convecção natural e os
poluentes ficam confinados em uma camada estreita. O fenômeno de inversão térmica
associado às emissões de NOx e HC provocam o Smog Fotoquímico (que consiste no
acúmulo de fumaça marrom que contém O3 e outros oxidantes), já que não há a dispersão
dos poluentes gerados por essas emissões. O calor e a alta luminosidade solar intensificam
EMA – 2018.1 EQ – UFRJ Gabriel Santos

esse processo e o acúmulo de ozônio ocorre porque, em teoria, ele é formado (pela reação
entre O e O2) e depois consumido por radicais NO* formando NO2- e O2, mas a presença
de peróxidos na atmosfera compete com essa reação, consumindo o NO* e acumulando
O2 (o ozônio também, já que não é consumido).
o O processo acontece da seguinte maneira:
▪ Começa de manhã, quando a luz solar começa a incidir e produz
radicais de hidroxila e também óxido nítrico, a partir do ozônio e
ácido nitroso que sobraram do dia anterior.
▪ Esse óxido, junto com os hidrocarbonetos emitidos pelos veículos
reagem formando aldeídos. A fotólise dos aldeídos aumenta a
quantidade de radicais livres.
▪ O aumento dos radicais proporciona uma maior oxidação do óxido
nítrico à dióxido de nitrogênio. Esse dióxido (fotólise) aumenta o
O3 perto de 12h00.
▪ O tráfego intenso a tarde gera mais óxido nítrico e hidrocarbonetos
que reagem rapidamente com o aumento dos radicais livres (a
fotólise do aldeído continua e forma mais radical peroxila).
▪ Radical peroxila junto com NO2 gera PAN; radical NO2 junto com
O3 gera NO3* e O2 e também podem ocorrer reações radical-
radical.
▪ O radical NO3* reage com hidrocarbonetos no fim da tarde (reação
de smog cessa). HNO3, que cai a noite, vai a HNO2 e o ciclo
recomeça no dia seguinte.

o CORRELAÇÔES:
▪ Chuva Ácida: destruição de plantas e florestas → menos
fotossíntese → acúmulo de CO2 → agrava. HNO3 e H2SO4.
▪ Efeito Estufa: maior concentração de gases → maior
aprisionamento de calor → maior temperatura média da Terra →
altera equilíbrio térmico. GEE: CO2, CH4, N2O, H2O(v)
▪ Buraco na Camada de O3: emissão de CFC.
▪ Os poluentes gerados ficam presos no smog.
▪ ???

o OBS → INFLAMABILIDADE:
▪ São os limites de concentração entre os quais uma mistura gasosa
é explosiva ou inflamável. Essas misturas são expressas em % em
relação ao volume de água ou vapor na CNTP.
▪ LII: é a menor concentração de uma substância que misturada com
o ar forma uma mistura inflamável.
▪ LSI: é a maior concentração de uma substância que misturada com
o ar forma uma mistura inflamável.
▪ Se está abaixo do LII ou acima do LSI, então está fora dos limites
para queimar.
EMA – 2018.1 EQ – UFRJ Gabriel Santos

▪ Ex: etanol (3,5 – 15 %); butano (1,8 – 8,5 %); gasolina (1,4 – 7,6
%).

• AULA 4:
o Medidas Indiretas: tecnologias limpas, substituição de matéria prima,
mudança no processo de operação, diminuição na quantidade de poluentes
gerados.
o Medidas Diretas:
▪ Redução de SOx (remoção prévia do S no carvão):
• Liquefação do carvão: mistura com solvente aromático
formando “carvão líquido” com alto poder calorífico e
apenas cerca de 0,6% de S.
• Gaseificação do carvão: o carvão é pulverizado e
submetido a ação do vapor de oxigênio em altas
temperaturas e pressões, produzindo gases sintéticos que
são removidos.
• Lavagem do carvão: o carvão contendo pirita (FeS2) é
pulverizado e lavado separando-se o S, geralmente por
gravidade. Pode reduzir cerca de 30% o teor de S no
carvão.
• Combustão em leito fluidizado: injetado em leito
fluidizado de calcário formando SO2 que reage com o
calcário calcinado e forma sulfato de cálcio e cinza, que são
removidos.
▪ Redução de NOx (agir no combustor ou fornalha de gases antes de
irem para a chaminé):
• Combustor: redução do ar em excesso, mas de modo que
não aumente a quantidade de fumaça e material
particulado.
• Fornalha: mudanças nas dimensões para compatibilizar
com combustores.
• Caldeira:
o Redução Seletiva Catalítica (RSC): usa
amônia/uréia ou gases de combustão na presença de
um catalisador. A amônia/uréia tem maior
afinidade com o NOx. O NOx pode também ser
reduzido por outros gases, mas a maior quantidade
deles será consumida em reações com O2 em
excesso no gás de combustão. (T: 300-400 ºC; Ef:
80-90 %; Cat: TiO3, WO3, V2O5, etc.)
4NH3 + NO + O2 → 4N2 + 6H2O ;
4 NH3 + 2NO2 + O2 → 3N2 + 6H2O
o Redução Catalítica Não Seletiva (RSNC): usa
amônia (ou agente amoniacal) para reduzir NOx e,
às vezes, a eficiência passa de 60%. Ocorre em
EMA – 2018.1 EQ – UFRJ Gabriel Santos

temperaturas entre 800 e 1000 ºC, quando o


amoníaco dissocia virando íon NH2. Depois o NH2
ataca o NO formando N2 e água.
NH3 → NH2 + H ;
NH2 + NO → N2 + H2O
o Redução a seco: remove simultaneamente NOx e
SOx. Utiliza CuO para remover SOx, a remoção
produz CuSO4 que catalisa a redução de NOx a N2
e H2O, pela reação com NH3.

o Equipamentos para Controle de Poluição Atmosférica


▪ Coletores a Seco → Material Particulado
▪ Coletores Úmidos → Gases (se usar para material particulado vai
formar lodo, que precisará ser tratado)

▪ Câmara de Poeira: É de simples construção, operação e


manutenção, além de suportar altas temperaturas de entrada.
Entretanto, é um equipamento muito grande e tem baixa eficiência
para partículas com diâmetro que 40 micrometros.
▪ Ciclones: Eficiência aumenta de acordo com o tamanho da
partícula, densidade da partícula, velocidade de entrada e
concentração. A eficiência diminui com a viscosidade, área do
duto de entrada e densidade do gás.
▪ Bateria de Ciclones: Eficiência de até 95%, sem limite de
temperatura e pressão, baixo busto, baixa perda de carga, simples
de operar e alta eficiência
▪ Filtros: No começo, não removem o material particulado
eficientemente, mas a medida que ocorre a perda de carga o
tamanho do poro vai diminuindo, permitindo coletar partículas
menores.
▪ Precipitador Eletroestático: Requer pré-tratamento, suporta
temperaturas em torno de 700 ºC e tem altíssima eficiência (99 –
99,9 %). Entretanto, o equipamento produz ozônio, ocupa muito
espaço para altas eficiências, não suporta muitas variações de
entrada e é caro.

▪ Absorção
▪ Torre Spray: A medida que o gás entra em contato com o solvente,
o material particulado é absorvido, se produz um líquido sujo e o
gás limpo.
▪ Torre de Recheio: O gás tem maior tempo de residência dentro da
torre, aumentando sua eficiência, pois irá ocorrer o maior contato
do líquido com o gás que será tratado. Para a torre de pratos, a ideia
é a mesma.
▪ Lavador Venturi: O gás é carreado e entra em uma seção
convergente até a garganta, onde o gás atinge maior velocidade
dentro do equipamento e é onde o líquido é injetado, sendo
EMA – 2018.1 EQ – UFRJ Gabriel Santos

atomizado formando gotículas menores que vão ter maior área de


contato com o gás, aumentando a eficiência de absorção. Depois
começa uma seção divergente, onde o gás é desacelerado. De
maneira geral, ele é utilizado para SO2 com soluções aquosas de
NaOH ou CaO ou CaCO3, gerando gesso (subproduto de valor
agregado). É de fácil construção, mas gera muito efluente líquido,
lodo (quando há material particulado na corrente gasosa) e
problemas de corrosão. OUTRO SUBPROD → Magnesiodihid???

▪ Adsorção
▪ Filtros de carvão ativado: calor diminui a eficiência; regeneração
deve ser interessante economicamente; gases dessorvidos:
remoção por vapor ou queima.

▪ Combustão
▪ Incineração: ocorre em uma câmara fechada de material refratário,
onde podem ser alcançadas altas temperaturas no seu interior. Uma
temperatura de 1040 ºC para garantir a destruição de 99 % dos
COV.
▪ Oxidação Catalítica: pode ser realizada a temperaturas menores
graças a presença de um catalisador (ex.: metais nobres Pd e Pt).
São mais eficientes quando a concentração é menor que 1 % por
volume, pois concentrações maiores geralmente desativam os
catalisadores por sobreaquecimento (tipo vanádio PI).
▪ Flares: equipamentos localizados no ponto de emissão dos
poluentes e que promovem a queima destes em espaço aberto. Este
tipo de equipamento é utilizado quando os poluentes combustíveis
estão em concentrações próximas ou acima do limite inferior de
inflamabilidade.

Técnica Vantagens Desvantagens


Absorção Instalação compacta; baixos Reque elevada manutenção;
custos de manutenção; pode requerer remoção de
construção simples; material particulado; alto
capacidade de coletar consumo de energia; alto
partículas submicrônicas. consumo de água.
Adsorção Recuperação de solventes Não trata o gás, só coleta;
pode compensar custos de requer remoção de material
operação; remove baixas particulado do leito;
concentrações de COV; não susceptível à umidade.
necessita combustível
auxiliar; trata solventes
clorados.
Processos de Combustão Possibilidade de recuperação Exige tratamento secundário
de energia (até 85%); ótimo para eliminas resíduos de
para misturas complexas; combustão.
baixo custo (para correntes
pouco concentradas).

• AULA 5:
o Problemas de cálculo de dispersão → slide!

Você também pode gostar