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— = 1.840
Sabendo-se que cada cavalo-vapor (CV) corresponde a aproximadamente 736W, utiliza-se a Eq, (1.2)
para determinar o rendimento do motor
eTeee 756 100%
Te40
10%
22° Circuitos de corrente alternada1.5 CHOQUE ELETRICO
0 choque elétrico, seja por contato direto ou indireto, é um dos acidentes mais perigosos.
‘Uma corrente elétrica da ordem de 10 mA (0,014) pode paralisar uma pessoa, e uma corrente
da ordem de 100 mA (0,1 A) pode ser fate. Se a pele humana esta timida ou cortada, sua
resisténcia elétrica diminui € a corrente pode aumentar a niveis perigosos em caso de
acidente.
‘Um exemplo tipico de choque elétrico por contato indireto é o do chuveiro, pois através
da agua pode ocorrer a condugio de corrente elétrica da resisténcia para a carcaca, para
outras partes da instalacio hidréulica e para 0 ser humano, Portanto, € fundamental a
conexiio do fio de aterramento no condutor de proteclo (ver Cap. 9).
Desde que algumas medidas de seguranca sejam adequadamente adotadas, a convivéncia
didria com diversos dispositives elétricos e eletrénicos ecorreré sem riscos de acidentes pes-
soais (choques elétricos, traumatismos, entre outros) e danos materiais (queima, explosdes,
entre outros)
‘A seguir, io apresentados alguns procedimentos extremamente necessérios que devem
ser adotados para a realizaco segura dos experimentos propostes nos videos, bem como na
convivncia didria com equipamentos elétricos.
. ws
1.6 PROCEDIMENTOS GERAIS PARA O USO SEGURO DE \
EQUIPAMENTOS ELETRICOS
41) Certifique-se do valor das tensdes nas tomadas ou fontes de energia elétrica a serem
utilizadas.
2] Nunca instale e acione os equipamentos sem antes ler o respectivo manual para obter as
instrugSes adequadas sobre como instalé-los e operé-los.
3] No caso da realizagéo de experimentos (ensaios) em laboratério ou mesmo em outros
ambientes, execute-os de maneira visualmente organizada. 0 circuito deve ter sua
montagem de tal forma que facilite ao méximo a conferéncia com o respectivo esquema
elétrico.
4] Examine as conexées do cizcuito ou equipamento elétrico detalhadamente antes de
colocé-lo em funcionamento. Verifique o estado geral dos equipamentos e instrumentos,
fiacio e bones de conexao.
5] Antes de tocar no circuito, verifique sempre se ele est desligado e descarregado (no
nto. deve ser
sempre conectado em paralelo aos contatos elétricos dos componentes de um circuito.
caso de capacitores, por exemplo) utilizando um voltimetro. Este instru
nos quais se deseja medir a magnitude da tensao.
6] Evite realizar reparos em circuitos elétricos ou manusear equipamentos elétricos quando
estiver cansado ou tomando medicamentos que causem sonoléncia,
7] Use calgado adequado para proteger os pés endo trabalhe com sapatos e roupas timidas,
1 Concetasbisicos 232
8] Evite 0 uso de algo que possa enroscar ou estabelecer contato elétrico inadequado
(colares, anéis, pulseiras etc).
9]_ Evite brincadeiras. Controle suas aces para se proteger e aos seus colegas. Mantenha
sempre limpo e organizado o circuito ou equipamento elétrico.
‘Seja em um circuito elétrico ou durante a utilizagdo de um equipamento, pode ser
necessério conhecer e manter 0 controle sobre algumas grandezas elétricas préprias de
sua operagio, como por exemplo, tensdes, correntes e poténcias. Nesses casos utiliza-se
um instrumento de medidas de grandezas elétricas conhecido como multimetro, que
pode ser do tipo analégico (valor indicado por ponteiro em escala graduada) ou digital
{com mostradores numéricos) e que contempla algumas fungdes tais como: voltimetro,
amperimetro, ohmimetro ete. Um multimetro pode, ainda, ser do tipo bancada (utilizado
sobre uma superficie) ou alicate (seguro pelas mios).
Portanto, ao utilizar um multimetro para medir uma tensio, selecione a func&o voleimetro;
se for medir a intensidade de uma corrente, selecione amperimetro; e assim por diante. Essa
escolha deve ser realizada conforme instrugées especificas do fabricante do multimetro.
‘Uma vez escolhida a funcdo do multimetro, siga as instrugdes de uso de voltimetros,
amperimetros e ohmimetros apresentadas a seguir, ¢ de outros instrumentos que ainda serio
abordados, tendo em mente que os procedimentos descritos em cada caso talvez precisem
ser adaptados conforme o modelo do multimetro. No caso de multimetros analégicos, em
geral aplicam-se as instrucdes apresentadas nas préximas segées; para alguns tipos de
multimetros digitais, porém, as instrucdes podem ser simplificadas, pois ha instrumentos
digitais com selecdo automética de fundo de escala, bastando realizar as conexées adequadas
e selecionar a fungo do multimetro conforme orientagées do fabricante.
Lembre-se de que um multimetro instalado em uma condigéo de leitura errada no
mediré 0 que vocé deseja, podendo causar danos ao instrumento e ao circuito elétrico,
Portanto, ao se utilizar um multimetro, deve-se estar bastante atento ao tipo de medigo a
ser realizada (TENSAO, CORRENTE ou RESISTENCIA), & forma (ALTERNADA ou CONTINUA), &
escala adequada e & correta conexdo do instrumento (SERIE ou PARALELO),
1.7 PROCEDIMENTO PARA A UTILIZAGAO DE VOLTIMETRO
(MEDIDA DE TENSAO)
Antes de conectar os terminais do voltimetro' fonte ou a0 circuito:
+ Estime o valor da tensdo a ser medida e selecione o fundo de escala adequado para a
grandeza a ser medida, Nao sendo posstvel estimar 0 valor da tensio, deve-se escolher 0
maior fundo de escala. Esteje atento para que a tensio a ser medida nao ultrapasse a
capacidade méxima do instrumento.
+ Selecione no instrumento o tipo de tensio a ser medida: alternada ou continua. No caso
de tensao continua, observe a polaridade. _
Circuitos de corrente alternada1u com a fonte, ou com 0 equipa-
+ Conecte os terminais do instrumento em PARALELO,
‘mento, ou até mesmo com um bipolo existente em um circuito elétrico (por exemple, um
resistor), ou seja, onde se deseja efetuar a medida, Observe as conexdes na Fig. 14
+ Caso o fundo de escala escolhido tenha sido o méximo, sem desligar a fonte, diminua o
fundo de escala para um valor imediatamente acima do que est sendo medido.
Note que no Cizcuito 1 (Fig. 14) o amperimetro mede a corrente fornecida pela fonte e que
circula pelo restante do circuit (equipamento e voltimetto). Se 0 volimetro for considerado
ideal, ou seja, com resistencerintemé “infnita’, a leitura do amperimetro corresponderé
somente & corrente no/equipamento,Jé no Circuito 2, o voltimetro mede a tensfo fomnecida
pela fonte, que é a tensio total aplicada ao conjunto formado pelo equipamento e pelo
amperimetro. Se o amperfmetro for considerado ideal, ou seja, com resisténcia interna nula,
a leitura do voltimetro correspondera somente & tensio sobre 0 equipamento. Esse assunto
6 abordado com mais detalhes na seco 1.11
Fete tanemero] [ome] aperan
A Amperimetro
Circuito 2 Vveltimetro Circuito 2
Fig. 1.4 Exemplos de conexdo de votimetro
4.8 PROCEDIMENTOS PARA A UTILIZACAO DE AMPERIMETROS
(MEDIDA DE CORRENTE)
i] Amperimetro inserido no circuito
‘Antes de conectar os terminais do instrumento a0 circuito:
« Estime o valor da corrente a ser medida e selecione o fundo de escala adequado. Nao
sendo possivel estimar o valor da corrente, selecione o maior fundo de escala. Esteja
atento para que a ci acapacidade maxima do
instrument. _
‘+ Selecione no instrumento o tipo de corrente a ser medida:
alternad: No caso de corrente continua, A
observe a polaridade.
«+ Assegure-se de que o circuito nao esteja energizado,
+ Conecte os terminais do instrumento em SERIE, ou com a
fonte, ou com um equipamento, ou até mesmo com um
bipolo existente em um circuito elétrico, ou seja, onde se es
deseja efetuar a medida, Observe as conexdes na Fig. 1.5. Fig. 1.5 fxemplo de conexdo de amperimetro
contin
1 Conceitestiéscas 2528
+ Energize 0 circuito e faga a leitura,
* Caso o fundo de escalla escolhido tenha sido o maximo, desligue a fonte e diminua o
fundo de escala para um valor imediatamente acima do que est sendo medido.
Religue a fonte e faca a leitura,
Note que na Fig. 15 hd um amperimetro que mede exclusivamente a corrente
xno motor, por estar conectado em série com ele, ¢ o outro amperimetro mede a
corrente total no circuito.
fi] Amperimetro do tipo alicate
Antes de conectar o instrumento ao circuito:
+ Estime o valor da corrente a ser medida e selecione
0 fundo de escala adequado. Nao sendo possivel
estimar o valor da corrente, selecione 0 maior
fundo de escala. Esteja atento para que a cor-
rente a ser medida ndo ultrapasse a capacidade
maxima do instramento,
+ Se for 0 caso, selecione no instrumento 0 tipo de
corrente a ser medida: alternada ou continua.
* Conecte o instrumento no ponte do circuito onde
se deseja efetuar a medida, conforme ilustrado
na Fig 16.
Caso 0 fundo de escala escolhido tenha sido o mé-
ximo, diminua-o para um valor imediatamente
Fig. 1.6 Amperimetto do tipo aicate acima do que esta sendo medic.
1.9 PROCEDIMENTO PARA 0 USO DE OHMIMETRO (MEDIDA DE RESISTENCIA)
O ohmimetro é um instrumento que mede o valor da resisténcia elétrica de um tinico bipolo
ou de um conjunto de bipolos conectados entre si, e conectados ou ndo em um circuito
elétrico.
Em um ohmimetro,o principio de funcionamento basela-se em aplicar nos terminals
de um bipolo uma tensio continua proveniente de uma bateria interna do aparelho.
Consequentemente, uma corrente elétrica circula pelo bipolo e o chmimetro exibe no
mostrador (splay o valor da sua resistencia, que cortesponde a relagdo entre as magnitudes
da tensio e da corrente, No ohmimetro digital essa relagdo é realizada por um circuito
cleric temo do instruments enquanto no obnimetro slp por ess ds interagio
entre campos magnéticosintemos do instrumento, associados & tensdo e &corrente, tem-se
‘© movimento do ponteiro sobre uma estala devidamente graduada,
‘Antes de conectar o instrumento a um bipolo ou a0 circuito:
Cireuitos de corrente alternada«Se for medir a resisténcia entre dois contatos de um circuito (conhecida como resisténcia
equivalente), assegure-se de que o circuito ndo esteja energizado, Lembrete: em geral, a8
fontes tém resisténcia intema.
«Se for medir a resisténcia de um timico bipolo, retire-o do circuito e conecte-o 20s
terminais do ohmfmetro
« Selecione o fundo de escala adequado para a grandeza a ser lida. Se no conhecer a
ordem do valor da grandeza a set lida, selecione o maior fundo de escala.
«+ Apés a leitura, desligue o instrumento ou, caso o ohmfmetro faga parte de um multimetro,
retomne a chave seletora para a posicao “desliga” ou para a funcéo amperimetro ou
voltimetro. Esse procedimento evita que a bateria interna do instrumento se descarregue.
1.10. LEIs FUNDAMENTAIS:
4.10.1 Lei de Ohm
Em 1827, Georg Simon Ohm descobriu que, para certos materiais, a uma dada temperatura,
a relacdo entre a diferenca de potencial U aplicada entre dois pontos de um condutor €
a corrente J que flui entre esses dois pontos é constante, Essa constante corresponde a
resisténcia R do condutor, dada por: \
4 u
T
a5)
‘e que pode ser medida com 0 ohmimetro, conforme descrito na secdo 1.9
A diferenca de potencial é expressa em volts (V); a corrente em amperes (A) ea resisténcia
em ohms (0),
Georg Simon Ohm nasceu em 16 de marco de 1789, em Erlangen, Alemanha, e faleceu em 6 de julho de
1854, em Munique, Alemanha, Foi o fisico e matemético que, entre 1825 e 1827, desenvolveu a primeira
‘eoria matematica da conducéo elétrica nos circuitos, que resultou na formula posterioimente denominada
de Lei de Ohm. 0 reconhecimento do seu trabalho s6 ocorreu em 1841, quando ele recebeu da Royal Society
‘of London a Medalha Copley, que é um prémio no dominio das ciéncias.
Cuidado para nao confundir o conceito de resisténcia com resistividade, pois esta é uma
‘grandeza fisica que expressa de forma quantitativa a propriedade que os materiais tém de
apresentar diferentes graus de oposicio & passagem de corrente elétrica, ou seja, trata-se de
uma caracteristica do material em sie néo de uma amostra (pedaco) do material. Portanto, a
resistividade do cobre, por exemplo, é caracteristica do metal cobre e nao de um pedaco de
fio feito de cobre, 2o qual se associa 0 conc:
4 (mn), da area da secao transversal A (m?)
na Eq. (1.5)
0 de resisténcia, que depende do comprimento
esistividade p (Q.m) conforme indicado
41 Conceltesbésicos
ape
uM Ra (6)
A representacio grafica da Lei de Ohm é apresentada na Fig. 17.
Bipolo Ohmico, Resistor Linear ou simplesmente Resistor é aquele
ccuja relagéo tenstio/corrente ¢ constant isto é, sua curva caracteristica _
sa € uma reta e, portanto, satisf
Fig, 1.7 Representacio gia da Lei de Ohm mais basico componente eletrénico que tem por finalidade oferecer
uma oposigdo & passagem de corrente elétrica através de seu material,
Dessa forma, é possivel usar um ou mais resistores para controlar a corrente elétrica sobre
os componentes desejados. Em geral, nesse bipolo hé conversio de energia elétrica em
energia térmica,
Os resistores podem ser fixos ou variaveis. No caso dos variéveis, so denominados
potenciémetros ou reostatos, cujo valor é alterado ao girar um eixo ou deslizar um cursor.
Alguns resistores sao longos ¢ finos, com o material resistivo colocado ao centro e um.
terminal de metal ligado em cada extremidade. Esse tipo de encapsulamento é chamado
de encapsulamento axial. Resistores usados em computadores e outros dispositivos sao
tipicamente muito menores, e frequentemente sao utilizadas tecnologias de montagem
superficial (surface-mount technology ~ SMT) sem a necessidade de um par de terminais.
Resistotes de maiores poténcias so produzidos mais robustos para dissipar calor de maneira
‘mais eficiente, mas seguem basicamente a mesma estrutura.
Popularmente, de forma equivoceda, esse bipolo é conhecido como resisténcia:
cia do chuveiro”, “resisténcia do aquecedor” ete.
Para entender o funcionamento de circuitos elétricos ou eletrénicos é fundamental
conhecer as caracteristicas de operacio U us I (curvas caracteristicas) dos seus componentes,
como descrito na proxima segio.
1.10.2 Lei dos Nés de Kirchhoff
Parte de um circuito elétrico com trés resistores esta representada na
Fig, 8, Pode-se identificar trés nés elétricos nesse circuito, um dos
quais é caracterizado por um ponto (contato) do circuito onde trés ou
mais condutores esto ligados.
‘A Lei dos N6s de Kirchhoff" estabelece que em qualquer né, a soma
das correntes que saem é igual & Soma a das correntes que chegam.
No circuito da Fig. 1.8 tem-se:
+ nba: +la— is
enob:ntis—W=0 ou b+is=
enécbtis—
ou bth aig
ou bticmis
Fig. 1.8 Parte de um crcuito eltico
28 Circuitos de corrente alternadaYONA Rayos QV I?
oname be doRraae
1 Og
& Poder
Gustav Robert Kirchhoff nasceu em 12 de marco de 1824, em Kénigsberg, Alemanha, e faleceu em 17
‘de outubro de 1887, em Berlim, Alemanha. Foi o fisico que se destacou com contribuigées cientificas no
‘campo dos circuits eltrcos, na espectroscopia, na emisséo de radiagdo dos corpos negros ena teora da
clasticidade (modelo de placas de Kirchhoff. Foi o autor de duas leis fundamentais da teoria clssica dos
citcuitos elétricos e da emisséo térmica,
1.10.3 Lei das Malhas de Kirchhoff
No circuito elétrico da Fig, 1.9 identifica-se uma malha caracterizada
por um caminho elétrico fechado.
‘A ‘Lei das Malhas de Kirchhoff” estabelece que em qualquer
. diferencas de potencial (4.d.p.) é nule.
No circuito da Fig, 1.9 tem-se:
-U+U;4U2=0 ou U=Ur+U2
Fig. 1.9 Indicagéo de malha em circuit elico
1.11 CURVA CARACTERISTICA
Entre diferentes métodos para obtencio do valor da resisténcia, particularmente de um
bipolo resistive dos tipos linear e nfo linear, nesta secio aborda-se o método de obtencio da
curva caracteristica de um bipolo com um voltimetro e um amperimetro, ou seja, medindo
a diferenca de potencial entre seus terminais e a intensidade da corrente através dele. Os
circuitos da Fig. 1.10 so adequados para essa finalidade.
[ere cao] Lom] ©) Eupenaro
A -anperinevol—
Fig. 1.10 Métode do voltimetro amperimetro
CO video “Obtencao da curva caracteristica de bipolos — Procedimento experimental” apresenta a abten-
L «Bo de curva caracterstica com base nos circuitos da Fig. 1.10
1 Coneetosbisieas 29um vm
Hal TAL
Fig. 1.11. Cunas caractristcas de bipolos
Em qualquer um dos circuitos, para cada valor
de tensio hé um correspondente valor de corrente,
com os quais se pode tracar a curva caracteristica do
respectivo bipolo, que pode ser linear (Fig, 1-114) ou
nfo linear (Fig. 1.118)
Para cada ponto da curva caracteristica, pode-se
utilizar a Eq. (15) para obter um valor de resisténcia
(®), 0 qual é valido para um determinado ponto de
operagio, No caso da Fig. 1.12, cuja curva caracteristica corresponde a um resistor, o valor
de R serd tinico.
1.12
——_—_4iz=zZ-__
wea
ee
Fig. 1.12 Bremplos de rsistores comerciais
ESPECIFICACAO COMERCIAL DE RESISTORES
0s resistores sao usualmente especificados por
pardimetros - valor nominal, tolerancia e poténcia
na dissipada -, informados pelo fabricante no
préprio resistor, seja numericamente ou por cédigo de
cores (Fig. 1.12)
‘Se um resistor Com valor nominal 1kQ tem uma to-
lerdncia de 5%, isso significa que sua resistncia pode
assumir qualquer valor entre 950 e 1.0500 (1k0 =5%)
Essa informacao ¢ importante, por exemplo, para
selecionar o fundo de escale de um amperimetro a ser
conectado em série com o resistor.
# Exemplo 1.2
Considere um resistor de 1kQ, 10W e tolerancia de 5%,
Para selecionar 0 fundo de escala do amperimetro, deve-se calcular o valor da corrente que
poderd circular nesse resistor, com base no menor valor possivel da resisténcia, ou seja, 9500.
Assim:
0,1026A ou 102,6mA
Selecione no amperimetro o valor de fundo de escala imediatamente acima do valor calculado.
Além de se dispor da tolerdncia especificada em um resistor, pode-se calcular 0 ero
percentual ou relative (€) em relagao @ um valor de referéncia da grandeza, 0 qual pode ser 0
30 Cireuitos de corrente alternadavalor nominal, o valor medido ou até mesmo um valor calculado. 0 erro relativo também €
normalmente expresso em valores percentuais, sendo definido por:
IvG-VRI
-100% an
VG - valor da grandeza
VR- valor de referéncia
# Exemplo 1.3
‘Um resistor com valor nominal. 1kA #5% é conectado a uma fonte c.c. cuja tensio medida com
voltimetro é de 100V. Se um ampkrimetro registra 97,6 mA, pode-se calcular a resistencia
~ \
| p=% -10259 0
/ ®* cos76
Se for considerado como valor de referéncia 0 valor nominal 1,0009, 0 erro relative sera de:
(Reate = Ror {1.024,59 ~ 1.000]
WReate =Rnoml oq, = HOCRIE- MAU' .x00%
Room 7.000 ®
Portanto, o valor calculado apresenta um erro de 2,46% em relagao ao valor nominal, abaixo da
tolerancie (5%).
Conectado a um ohmimetro, obtém-se para esse resistor 1.0240. Ao se considerar como valor
de referéncia a leitura do chmimetro (instrumento confiével), pode-se avaliar a preciso do valor
nominal informado pelo fabricante, Nesse caso, 0 erro relativo é de:
Rom Real {1.000 ~ 1.0241
Real peo
100
100%
34%
Rimed
Independentemente do valor de referéncia adotado, 0 importante é o valor do resistor estar no
intervalo estipulado pelo fabricante.
we 0 video "Curvas caractersticas de bipolos” destaca aspectos praticos citados nesses exemplos.
Exercicios
4.1 Na Fig. 1.1:
a) Quais as fungSes dos transformadores nela representados? Justifique,
b) Quais as funcdes da turbina e do gerador?
1.2 Cite vantagens e desvantagens em um sistema interligado de geracdo e transmissao
de energia elétrica.
1. Coneeitastsicas 312
1.3. Em situagio de choque elétrico, faz diferenca a pele humana estar timida ou cortada?
Explique.
14 Cite exemplos de situagées de choque elétrico por contato direto e por contato
indireto.
1.5 Indique pelo menos mais dois procedimentos de seguranca que poderiam comple-
mentar a seco 15
1.6 Relate um acidente elétrico do seu conhecimento e cite uma ou mais normas de
seguranga que poderiam ter sido adotadas para evité-lo. (Agradecemos 0 envio do seu
relato pare um dos e-mails citados em nossas fichas biogrétficas)
1.7 Como deve ser selecionado o fundo de escala em um instrumento de medida de uma
grandeza elétrica quando:
a) é possivel estimar o valor dessa grandeza?
b) nao é possivel tal estimativa?
1B Cite, em sequéncia, os cuidados que se deve ter para a utilizagio de:
a) amperimetro;
»b) voltimetro;
©) chmimetro
1.9 Ciente de que um amperimetro tem resisténcia interna da ordem de miliohms e um.
voltimetro tem resisténcia interna da ordem de megachms, analise, sem 0 uso de
férmulas ou equagdes, qual dos circuitos da Fig. 1.4 € 0 mais adequado para obter a
respectiva curva caracteristica de um bipolo: ‘
a) com resisténcia elevada (megaohms);
b) com resisténcia baixa (milichms)
1.10 Deseja-se medi a tensdo e a corrente em uma lampada conectada a uma fonte ca.
Tendo como modelo as Figs. 14 e 1.5, desenhe o respectivo diagrama elétrico.
1.11 A curva caracteristica do filamento de uma lampada incandescente seria linear ou
nfo near? juste
LEITURAS ADICIONAIS
MONTICELLI, A; GARCIA, A. Introdugio a sistemas de energia elétrica, S80 Paulo: Editora da
Unicamp, 2000.
KAGAN, Ni; OLIVEIRA, C. C. B, de; ROBBA, E. J Introdugio aos sistemas de distribuicdo de energia
elétria, S80 Paulo: Edgard Bucher, 2006.
CAPUANO, F. G; MARINO, M. A. M. Laboratério de Eletricidade e Eletrénica. 23, ed. S40 Paulo:
Erica, 2007.
Cireuitos de corrente alternadaFormas de ondas
Neste capitulo so apresentadas as formas de ondas das grandezas elétricas
tensdes e correntes, com énfase para as alternadas, e abordados alguns conceitos
‘basicos para a qualificagao e quantificagao dessas formas de ondas. A utilizacao
de um osciloscépio com dois canais é comentada.
2.1 FORMA DE ONDA CONTINUA
0 diagrama elétrico da Fig. 21 corresponde a um circuito em corrente continua,
composto de uma bateria ligada a um resistor (R) cujo valor mantém-se constante
a.um resistor (R) cujo valor mantém-se constant
cua gg cist a gets esi.
Como abateria€ consderada :
ideal, ou seja, tem resisténcia in-
have
tema nua, ela fornece uma dife-
renga de potencial U volts cons-
tante.
Se u(t) for a fungao que repre-
senta o valor instantineo da ten-
Boteria
sio fornecida pela fonte, entao: wo
en Fig. 2.1 Circuito em corrente continua
pA tensio u(t) fornecida pela fonte e a corrente i(t) que circula pelo circuito, em
fungo do tempo, so mostradas na Fig. 22. Note que em ty ocorre o fechamento
da chave, ou seja, a tensdo da bateria é aplicada nos terminais do resistor e, em
consequéncia, circula uma corrente pelo circuito.
A se i(t) fora fungéo que representa o valor instantaneo da corrente pelo circuito,
para t > to, tem-se:
ut)
“w= @2)
onde R representa a resisténcia do resistor.1 Y_ Oinstante t= to registra uma transicao no comportamento
elétrico do circuito, Em seguida, para t > to, o circuito entra
o_o ‘em regime permanente (ou simplesmente regime) e os valores
de tensio corrente permanecem constantes. Se a bater
substitufda por uma fonte cuje tensdo é varidvel, ou seja, assume
valores distintos para cada instante de tempo, circularé pelo
resistor uma corrente também variével.
Dessa forma, em circuitos elétricos, as tensdes e correntes
8)
mis]
° rs apresentam um comportamento ao longo do tempo que pode
ser caracterizado graficamente, o que corresponde ao que é, em
geral, denominado forma de onda.
Fig. 22 Forma de onde continua
juom
u 2.2 FORMA DE ONDA OSCILANTE
A forma de onda de uma tensio senoidal, matematicamente
expressa pela Eq. (2.3), é mostrada na Fig. 2.3
uy(t)= Uz -sen 23)
u, uma forma de onda quadrada apresentada na Fig. 2.4
A expresso matematica que define a forma de onda da
Fig, 2.3 Forma de onda senoidal Fig. 2.4 6:
Up paranti Oz = 7Se-28°V
seals 60 View
S.Alem ‘que pode ser confirmado com a resolugéo da equacao
Fig. 4.16 Diagrama fasorial que permite obter o valor de Uz
90 Circuitos de corrente alternada‘Acorrente i(t) pelo circuito est em fase com a tenstio ua(t) (caracteristica do resistor). O fasor
associado a ela é
U 141,42230°
in B= 27,0720
Bg SE £70720
© diagrama fasorial completo para o circuito €
apresentado na Fig. 4.17.
‘Aimpediincia Z do elemento desconhecido é dada
por
1752-28
70a0
zap 24,752-54" = 14,55-j-20,020
Conclui-se que o elemento é do tipo capacitivo, pois
sua reatincia é negative, Tl conclusio poderia tam- "Siem
bbém ser obtida pela observagio do diagrama fasorial
da Fig. 4.17, j& que a corrente / aparece adiantada em
relagéo a Oz,
Fig. 4.17 Diagrama fasorial
# Exemplo 4.8
‘um circuito contendo uma fonte de tensdo, um motor e um
resistor de 5Q e trés voltimetros, esta representado na Fig. 4.18,
‘As medidas cbtidas pelos voltimetros sao:
Up=130V Um=106V Ur =50,8V
a] Determine os fasores Up, Om @ Or
b] Determine a corrente pelo circuito.
J Caleule a impedncia do motor.
Fig. 4.18 Circuito do Exemplo 4.8
a] 0s fasores Ug, Om e Or podem ser determinados por meio das medidas realizadas e da
construgéo de um diagrama fasorial, com a tensio da fonte como referéncia angular para o
circuito, ou seja Of = 13020" V.
Aplicando-se a “Lei das Malhas de Kirchhoff” para o circuito,
obtém-se: Oy = Ur + Um. Um diagrama fasorial genérico do a
circuito é mostrado na Fig 4.19.
Neste diagrams, é possivel notar que: on
o
+ acorrente J esté em fase com a tensao sobre o resistor Ur;
« Lest atrasada em relacdo & tensio sobre o motor Um. ®
Naturalmente, os motores apresentam caracteristica indutiva; Fig, 4.19 Diagrama fasorial generico
4 Conccits defosoreimpedancia 91Escala: 26 Vem
Fig. 4.20 Diagrama fasorial
+ 0 ponto a representa a conexéo entre os fasores Uy e Um. O diagrama fasorial das tensbes
no circuito esté ilustrado na Fig. 4.20,
Este diagrama foi construido segundo o seguinte procedimento:
1. Desenhar Or.
2. Tracar um semicirculo com centro na extremi-
dade inicial de Og e raio igual a |0;|. Este semicirculo
60 lugar geométrico da extremidade final de Or.
3, Tracar um semicirculo com centro na extremi-
dade final de Ure raio igual a |Om. Este semicirculo é
© lugar geométrico da extremidade inicial de Om.
4, Os semicfrculos cruzam-se em dois pontos (1 e 2),
© ponto de cruzamento dos lugares geométricos indica
fo ponto de conexao entre Ur e Om. A decisao sobre
qual dos dois pontos tomar baseia-se na anélise do cir
cuito, Como 0 circuito é indutivo devido & presenca do
‘motor, conclui-se que a corrente pelo circuito f deveré
estar atrasada em relacio & tensGo da fonte Uy. Além
disso, Ur deverd estar em fase com f (caracteristica do
resistor). Logo, o ponto a da Fig. 4.19 corresponde ao
ponto 2 da Fig. 4.20.
5. Desenhar os fasores Ur e Um.
Pode-se agora determinar os angulos de Ur e Om,
‘medindo-os diretamente no diagrama fasorial:
Or=s0.82-52°V (a=52)
Om =108222°V (B= 22°)
b] Acorrente pelo circuito é obtida por:
OR
ale
= 10,24-52°A
J Aimpedncia do motor é obtida por:
106222"
1022-52"
10,4274° = 2,9+j-100
EXERCICIOS
4.1 Dado o niimero complexo z=x+j-y = |z|a obtenha z+z+ ez+24
42 No circuito da Fig 4.21 tem-se’
u(t) =5¥2-sen(377-t)V- R=1kQ C=1pF
$2. Cireuitos de corrente alternadaa) Obtenha os valores das tensdes obser-
vadas na tela do osciloseépio.
Resp.: 7,07 V5 2,49V
b) Esboce, em relagéo a um mesmo eixo
de referéncia, um ciclo das formas de
onda correspondentes a essas tensdes.
43 A Fig. 4.22 mostra as formas de onda da
tens da fonte e, de forma indireta, a da
corrente em um circuito RC série, no qual
R=1kO ef = 50Hz,
Considerando que a base de tensao ¢ de
1,00 V/qd para a onda 2 e 1,52V/ad para a
onda 1:
2) Qual das formas de onda corresponde a
tensio da fonte?
b) Qual é a defasagem entre a tensio ea
corrente? Resp. 72°
) Qual o valor da capacitincia?
Resp. 1,05 HF
€) Qual foi a base de tempo no osciloscépio?
Resp.: Sms/qd
4.4 Nos terminais da fonte no circuito da Fig. 4.23,
tem-se uma onda senoidal com magnitude
75Vims e frequéncia 60 He.
a) Quais grandezas elétricas podem ser me-
didas diretamente no osciloscépio?
b) Redesenhe o diagrama elétrico para que
possam ser observadas as formas de onda
da corrente e da tensao no gerador.
¢) Para R= 2650 e C= 10pF obtenha a mag-
nitude da corrente ¢ 0 valor da defasagem
entre a corrente e a tensio no gerador.
Resp.: 0,24; 45°
@) Se a frequéncia for aumentada, haverd
aumento ou diminuigéo da magnitude da
corrente e da defasagem? Justifique.
A q Osciloscépio
“END
mn]
cr
Fig, 4.22 Tela do oscloscdpio
muy
hi Osciloscépia
Fig, 4.23 Circuto RC serie
4 Concetosde fasoreimpedéncla 93Fig. 4.24 Circuito RC série
Osciloscépio
Fig. 4.25 Circuito RL série
Fig. 4.26 Circuito sie
Us
Fig. 4.27 Circuito série
94 Circuitos de corrente alternada
45 No circuito da Fig. 4.24, 0 resistor € de 1k0,
quando a frequéncia da fonte é ajustada em 100Hz,
as medidas nos voltimetros U1 € Uz indicam 0
mesmo valor: 7,5V. Obtenha os valores do capacitor
Resp.: 1,6pF; 10,6V
(uF) e da tensao Us.
4.6 No circuito da Fig. 4.25, tem-se:
u(t)=5-v3-sen(377-t)V oR
a) Obtenha os valores das tensdes observadas
ra tele do osciloscépio.
Resp: 707V; 5,650
b) Esboce, em relagdo a um mesmo eixo de
referéncia, um ciclo das respectivas formas
de onda,
4,7 Considere o circuito da Fig, 4.26.
‘As medidas efetuadas so: Ur
OV; Un = 30V.
‘Sabendo-se que a ddp no bipolo desconhecido
é maior que 25V, assinale certo ou errado.
a) 0 elemento desconhecido pode ser um re-
sistor.
b) O elemento desconhecido pode ser um ca~
pacitor,
¢) © elemento desconhecido pode ser um in-
dutor.
4) As medidas dos voltimetros nao podem es-
tar todas corretas, pois violam uma das leis
de Kirchhoff.
48 Considere o circuito da Fig. 4.27.
As medidas efetuadas so: Ur = SOV; Ur = 30V.
‘Ao dobrarmos a frequéncia da fonte, obtemos:
Ur = SOV; Un =22,5V.
‘Com base apenas na variacao do valor de Ur,
pode-se concluir que o elemento desconhecido
a) Resistor;
4) Nada se pode concluir.
b) Capacitor; ——_) Indutor,4.9 Na fonte do circuito da Fig. 4.28, tem-se
uma onda senoidal 75 Vims, 60 Fz.
a) Quais grandezas elétricas podem ser me-
didas diretamente no osciloscépio?
b) Redesenhe o diagrama elétrico para que
se possam observar as formas de onda da
corrente e da tensio no gerador.
©) Para =S0Qe
entre a corrente a tensio no gerador.
= 100 mH, obtenha a magnitude da corrente e o valor da defasagem
4) Se a frequéncia for aumentada, hé aumento ou diminuigéo da magnitude da
corrente e da defasagem? Justifique.
4.10 No circuito da Fig. 4.29, quando a frequén-
cia da fonte ajustada em 10kHz, as ten-
sdes Up © U, assumem o mesmo valor:
78V.
Para R = 1kQ, obtenha os valores de L
ede Unt. Resp.: 15,9 mH; 10,6V
4.41 As formas de onda da tensdo na fonte e,
de forma indireta, a da corrente em um.
Circuito série, sd0 mostradas na Fig, 4.30.
a) O circuito tem caracteristica indutiva, ca-
pacitiva ou resistiva? Justifique.
b) Obtenha o valor da defasagem da corrente
Resp. 43,2°
©) Dadas as escalas 2,0 V/qd para a forma de
onda da corrente e 1,0,V/qd para a forma
de onda da tensa
a reatancia de cada elemento do circuito,
se um amperimetro registra 10 mA.
Resp. 169,700; 160,160
em relagio a tensio.
calcule a resisténcia e
4.12 Um circuito usualmente conhecido por “fil-
tro passa-altas” é ilustrado na Fig. 4.31,
a) Calcule as respectivas reatncias para as
frequéncias SOO Hz e 5 kH2,
Resp. 125,660; 79,580; 1.25660; 7.950
b) Justifique @ denominagio “filtro passa-
-altas”
sctoscéso
cn
we wo \_)
‘ cH
Fig. 4.28 Cato RL ste
Resp. 1,24; 37°
a ly
a Una
nc
Fig. 4.29 Circuito RL série
Fig. 4.30 Tela do oscloscépio
4 Conceitosde fare impedincia 95(——
aur
entrada =
Fig. 4.31 Circuito “ftro passa-altas”
Fig. 4.32 Circuito RC série
LEITURAS ADICIONAIS
4.13 No circuito da Fig, 4.32, determine o valor da
frequéncia para que a relagao Us/Ue seja 0,5.
Resp. 91,89Hz
4.14 Um determinado tipo de reator de lémpada fiu-
otescente pode ser eletricamente representado
por um indutor em série com um resistor. Sendo
a induténcia 39,8 pH e a resisténcia 200, para
uma tensdo de 80V, 100kHz, nos terminais do
reator, calcule a corrente (forma polar). Desenhe,
‘em escala, o respectivo diagrama fasorial com
todas as tensdes, Referéncia: um traco horizon-
tal indicando 0°, Resp. 32,02451,34°0;
2,52~51,34° A; $0,0V e 62,5V
4.15 Uma fonte ca. supre a tensdo u(t) = 179,61.
sen(377t) a um resistor de 120 e a um indu-
tor de 30 mH, pelos quais circula uma mesma
corrente, Desenhe, em escala, o respectivo dia-
‘grama fasorial com todas as tensdes. Referéncia:
‘um trago horizontal indicando 0°.
Resp. 16 49243,3°; 92,42 € 87,09
BOLTON, W. Andlise de circuitos elétrcos, So Paulo: Makron Books do Brasil, 1994.
CASTRO JR,, C. A; TANAKA, M. R, Circuitos de corrente alternada ~ Um curso introdutério. S80,
Paulo: Editora da Unicamp, 1995
BURIANJR, ¥; LYRA, A. CC Circuitos elétricos. Séo Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
BARTKOWIAK, R. A. Circuitos elétrios, So Paulo: Makron Books do Brasil, 1994,
86 Cirultos de corrente alternadaPoténcias em circuitos de
corrente alternada
Neste capitulo so apresentadas as grandezas elétricas associadas ao conceito de
poténcia em circuitos c.a. monofésicos. Destaca-se o conceito de fator de poténcia
e analisa-se a sua influéncia em uma instalagio elétrica, principalmente industrial.
5.1 CONcEITOs BASICOS
Considere um circuito constituido por uma fonte de tensao altemmada u(t) que
supre energia a uma carga, representada por sua impedancia Z (ig. 5.1).
Nos terminais da fonte, tem-se a tensdo senoidal
u(t) = ¥Z- Ugg sen(w- t), cujo respectivo fasor é
0 =U peo". or
Genericamente, a impedancia Z pode ser expressa
por Z = |Z|Zp = R +j+X. Nesse caso, a corrente em 2 i
regime permanente corresponde 2
W(t) = V2-Igg-sen(w-t-9)
u Fig. 5.1. Clraito de corrente
= BF senlwrt 9) aterad gern
O _ Upgd0? _ YY
Me UE oa iceow
fesse
Zz" Tie ial
(Obs.:0 Angulo da impedancia (p) é também o angulo de defasagem entre a corrente
ea tenséo na fonte.
‘A poténcia instantnea fornecida pela fonte e entregue a carga é dada pelo
produto da tensio pela corrente:
P(E) = ult) i(t) 6
Substituindo as respectivas expressdes de u(t) e i(t) em (5.1), tem-se:
P(t) = 2-Uee-Teg-sen(wo-t)-sen(w-t-9) 62)Ao se inserir sen(w-t ~ 9) = cos(g)- sen(w-t) - sen(g) - cos(w- t) na Eq, (5.2), tem-se:
P(t) =2- Upp Tap: {cos(g)-sen(«-t) - sen(g)-sen(w-t)-cos(w-t)}
Com as seguintes relacdes trigonométricas:
1
sen%(w-t)=2-[1-costau-t)] sen(2u-t)
2
Eq. (5.2) pode ser reescrita na forma:
P(t) = Use -Fef-C0S(9): [1 ~ cos(2-t)] Use -Fef-sen(y)-sen(2u-t) (63)
tA} }
Note que na componente (A) ha um valor constante [Ue¢-Ief-0s(9)], que multiplica
uma fungio “senoidal” cuja frequéncia é o dobro da frequéncia da tenséo, e na componente
{B) hé também um valor constante [Ue leg Sen(9)], que multiplica uma funcdo senoidal
com frequéncia dupla. Assim, a poténcia instanténea p(t) corresponde a uma forma de
‘onda senoidal com frequéncia dupla somada a um valor constante.
Aunidade de p(t) é 0 watt (W).
# Exemplo 5.1
Para o circuito da Fig. 5.1, calcule a poténcia média fornecida & carga e apresente as formas de
onda das grandezas tensio, corrente e poténcia, considerando: Ue = 100 V; fgg = 10 A; w = 377
rad/s; 9 = 30°.
‘As expresses para a tensdo e a corrente so:
U(t) = Up +sen(w-t) = 100- ¥B-sen(377-4)V
i(t) = Ip -sen(ia-t - 9) =10- V3-sen(377 +t 30°)A
A partir da expresso (5.3), tem-se:
P(t) = 100: 10- cos(30°) - [1 ~ cos(754-t)] -100- 10- sen(30*)- sen(754-t)
peesa L207) Teese
tA} By
p(t) = 500- V3 [1 ~ cos(754- t)] -500- sen(754-t)
{Ay <8)
A Fig. 5.2 mostra as formas de onda de u(t), i(t) e p(t), nas quais foram aplicados fatores de
multiplicacdo para tornar adequada a visualizagio,
‘Como a forma de onda da poténcia instanténea tem frequéncia angular igual a 754 rad/s, 0
perfodo corresponde a:
Qn ow
<=3,33ms
72
734
988 Cireuitos de corrente alternadaNote que esse valor corresponde a metade do pe-
rfodo das formas de onda da tensao e da corrente, ou
seja, n rad, e, portanto, a frequéncia de p(t), 12012,
corresponde ao dobro da frequéncia das formas de
onda da tensio e da corrente.
© valor médio da poténcia fornecida & carga é
caleulado por:
peers
ce
Pm 7, plt)-dt Fig. 5.2 Formas de onda para o Exemplo 5.1
apt
Pm 7 {500- v3- [1 -cos(754-t)] - 500-sen(754-¢)} at
1 r . +
Pm soo. V-at~ [ [s00- Va-coscrsa-0]-ae f [500 sence. o-
a representacio das poténcias ativa, reativa e
‘complexa no plano complexo.
300
Fig. 5.8 Triénguio de poténcas para o Exemplo 5.2
# Exemplo 5.3
Repita o Exemplo 5.2, acrescentando um capacitor de =igF em série com o resistor e 0 indutor.
a] A inserco do capacitor resulta em um circuito RLC série cuja impedancia total é:
1 7.540
104j-377-—— ~j-
10-j-10=10- 22-45"
37,7 377 J
Observe que o angulo da impedancia é negativo, indicando que o circuito apresenta um
comportamento predominantemente capacitivo.
Acorrente fornecida pela fonte vale:
10020?
10. VaZ—45"
oO
Zz
+ VELAS° A
5 Poténcasem cieuitos de corente altermada 105Eno dominio do tempo, tem-se:
W(f) = V3-5+ W2-sen [wo t= (—45°)] = 10-sen(w-t+45°)A
Acorrente esté adiantada de 45° em relagao & tenséo.
by Aplicando-se as definicdes das poténcias ativa e reativa:
100-5 - ¥3- cos(-45") = S00W
Use Teg costo)
Q=100-5- ¥2-sen(—45"
-S00VAr
Note que, diferentemente do Exemplo 5.2, a poténcia reativa resultou em um valor
negativo, Por qué?
‘A partir da expressaio (5.7), obtém-se:
p(t) = 500- [1 ~ cos(2u -t)] +500-sen(2u-t) Wi
¢] Por meio da expressao (5.8), obtém-se:
+ a poténcia complexa’
S=0-i* =500- 22-45" VA;
‘a poténcia aparente: |S| = 500- V2 VA;
+ oangulo de defasagem entre a corrente ea
45°,
tensdo na fonte: @ =
4) 0 respectivo triangulo de poténcias é
Fig. 5.9 Ti8ngulo de poténcis aro Bxemplo 5.3 mostrado na Fig. 5.
‘Ao se comparar os resultados dos Exemplos 5.2 e 5.3, nota-se que a poténcia ativa €
sempre positiva e que, dependendo da composicao da carga em termos de seus elementos
armazenadores de energia, a poténcia reativa pode assumir valores positivos ou negativos.
Isso é um resultado direto da mudanga de sinal do éngulo da impedancia Z.
Para um circuito c.a. genérico como o da Fig, 5.1, 0 angulo de defasagem entre a tensao
¢ a corrente esté contido no intervalo entre -90° ¢ 90°, Assim, a poténcia ativa P em um
circuito sempre apresenta valores maiores ou iguais a zero, pois, para esse intervalo de
ngulos, cos(p) > 0. Como a poténcia ativa esté relacionada com a dissipacao de poténcia
nos elementos resistivos do circuito, associa-se um valor positive de poténcia ativa ao
consumo de poténcia pela carga ou ao fornecimento de poténcia ativa da fonte para a carga.
‘A poténcia reativa Q pode apresentar valores positivos (cargas indutivas) ou valores
nnegativos (cargas capacitivas). Associa-se um valor positive de poténcia reativa ao consumo
de reativos pela carga indutiva, ou ao fluxo de reativos da fonte para a carga indutiva.
Analogamente, associa-se um valor negativo de poténcia reativa ao consumo de reativos pela
106 Circuitos de corrente alternadafonte, ou a0 fluxo de reativos da carge capacitiva para ——___ =
a fonte, sendo que esse comportamento é o inverso do
Fig. 5.10 ilustra a discussao precedente. Niose | f"'* mao Indutiva
deve, no entanto, perder de vista os fenmenos fisicos | i
envolvidos na operacao dos elementos armazenado-_ |__| [|
res de energia, apesar da nomenclatura utilizada na
ratica.
tos cc. e ca, € que a poténcia fornecida por uma fonte | a capective
a varias cargas ¢ igual a soma das poténcias forecidas
‘cada uma delas, independentemente da forma como
elas estio ligadas. Esse fato € destacado nos exemplos Fig. 5.10 Fiuxos das poténcas ata e reatva em druito ca,
a seguir.
# Exemplo 5.4
Obtenha expressées para a poténcia complexa fomecida pela fonte nos dois circuitos itustrados na
Fig. S11
AS poténcias fornecidas as impedancias Z; e Z>
) Série (®) Paraielo
no circuito série valern: Qs © prratek
P . =
Si20-f = (2-8) -P=2-P ae
S22 02-F = (Zp) Paz? ©
a
Aplicando-se a “Lei das Malhas de Kirchhoff” ao of Jes
circuito série, tem-se:
G= 01402 Fig. 5.11 Circuitos série e paralelo com dois bipolos
a pela fonte 6 igual a
S=O-1 = (01402) -1* =0)-F 40n-* 25,452
Portanto, a poténcia fornecida pela fonte é igual & soma das poténcias entregues a
cada carga,
As poténcias fornecidas &s impedancias Z; e Z» no circuito paralelo valem:
oye. 02) 2
4) ~R ay OF
Aplicando-se a “Lei dos Nés de Kirchhoff” ao circuito paralelo, tem-se:
i;
f
h+b
5 Potéacasem cicuitos decorentealtemada 107‘A poténcia fornecida pela fonte é igual a:
O-(h4h)* =0-1 40-1 = 51452
Dos resultados obtidos, conclui-se que a poténcia fornecida pela fonte é igual a soma das
poténcias fornecidas a cada elemento do circuito, independentemente do tipo de ligacdo desses
elementos.
# Exemplo 5.5,
Para o circuito paralelo da Fig. 5.118, considere:
O=10020°=100V 2, =10230°Q- Z, =5L-30°
Obtenha a corrente na fonte e as poténcias tanto nas impedancias como na fonte.
As poténcias fornecidas a cada impediincia valem:
1002 ;
S1= 1000.230° = 866,03 +) -500,0VA.
Py =865,03W e Q; =500,0VAr (indutivo)
w2 _ 1007
So= Se = Spy = 2:000L~30" = 1.732,05 = j-1.000VA
3230
P= 1.732,05W e€ Qz=—1.000VAr (capacitivo)
As correntes em cada impedancia sao iguais a:
a. _10 :
f= J = ogg 10a
7.5 _ 100 .
b= 5m gag 7 C00"
Acorrente na fonte corresponde a:
Lah +h = 25,9808 +)-5,00 = 26,458210,89° A
A poténcia total fornecida pela fonte vale:
5 =U-I* = 100. (25,9808 -j-5,00)
598,08 — j-500,0VA
ou, de outra forma:
S=P+)-Q= 51452 =P +P2+)-(Qr +2) = 2.598,08 — j-500,0VA.
108 Cireultos de corrente alternada# Exemplo 5.6
‘Trés cargas monofésicas esto conectadas rede elétrica de uma industria com tensdo de
220, 60H
* Lmotor de 2 HP, 220, operando com eficiéncia de 75% e fator de poténcia 0,85 atrasado;
+ Laquecedor resistivo de 3kW, 220V;
* Lequipamento de 3kVA, 220V, com fator de poténcia 0,65 adiantado.
Obtenha o fator de poténcia global e a corrente total, justificando o respectivo comportamento
global: indutivo, resistivo ou capacitivo
Para o motor:
* poténcia mecfinica em watts: 2-746 = 1.492W (1 HP & 746W)
+ poténcia ativa: Py = 1.492/0,75 = 1.989,33W
tgp) = 1.232,88 Var
Obs. a poténcia reativa é positiva porque o motor é uma carga indutiva
© poténcia reativa: Q; =
Para 0 aquecedor:
* poténcia ativa: Py = 3.000
* poténcia reativa: Q = OVAr
Para o equipamento de 3VA:
* poténcia aparente: |S3| = 3.000,0 VA
* poténcia ativa: Ps = |S3|-+cos(p) = 1.950,0 W
* poténcia reativa: Q3 = |Sa|-sen(o)
2.279,80 Var (capacitivo)
989,33 + 3.000,0+ 1.950,
Prot
= 6.939,33
Qotal = 1.232,88 — 2.279,80 = ~1.046,92 Var
£0() = Qrorai/Pr
Protal =IU|-U-cos(p) |] = 31,898
0,151 cos(9)
989
31,8928,59°A 0 = 20020°V
Conclui-se que, sendo Qindutive < Qcapaciivo, © citcuito tem comportamento capacitive, ou
entdo, dado que a corrente na fonte esta adiantada em relagio & tensio na fonte, o circuito tem
comportamento capacitive.
5.2 OBTENCAO EXPERIMENTAL DAS POTENCIAS ATIVA E REATIVA
x
1 Poténcia ativa
A poténcia ativa consumida por uma impedancia Z pode ser medida por meio de um
instrumento denominado wattimetro, Nesta segdo 6 descrita a utilizacao do wattimetro
eletrodinamico (Fig. 5.12)
5 Potencias em creuitos de corente siternada 109Bornes da
bobina de
corrente
(ec)
Bornes da
bobina de
potenciat,
(oP)
chave
seletora
fe fundo
deescala
Font
Fig, 5.12 Wattimetro eletrodindmico Fig. 5.13 Representacio padronizada do wattieto eletracinémico,
‘AFig. 5.13 mostra a representago padronizada desse tipo de wattimetro, em um diagrama
elétrico, Os terminais da BC correspondem aos contatos superiores identificados por 0e Ae
0s da BP sio os contatos inferiores identificados por 0 e V.
0 wattimetro eletrodinamico, ou eletromecdnico, € composto de:
«uma bobina de corrente (BC), que é conectada em série com o bipolo, constituida por um
néimero pequeno de espiras de fio de grande diametro, de forma que sua resisténcia seja
desprezivel quando comparada com a do bipolo;
+ uma bobina de potencial (BP), que é conectada em paralelo com a fonte ou com o bipelo,
constituida por um grande niimero de espiras de fio de pequeno diametro, de forma que
‘sua resisténcia seja muito alta quando comparada com a do bipolo,
[As correntes que circulam pela BC e pela BP geram campos magnéticos, os quais
interagem, resultando em uma forca mecénica que deflete o ponteiro do wattimetro, cuja
scala é ajustada para indicar 0 valor da poténcia ern watts (W). Observe que na Fig, 5.13 hé
‘uma mesma ligacdo da fonte em dois bornes do wattimetro, sendo um da BC eo outro da BP
Esses dois bornes tém alguma marca (por exemplo, + ou 0), e essa conexcio com a fonte deve
ser realizada para que a deflexdo do ponteiro ocorra de forma correta.
5.2.2 Poténcia reativa
‘Amedicao da poténcia reativa pode ser reslizada com um equipamento similar ao wattime-
‘tro, denominado varimetro, Porém, como na pratica, em vez de varimetros, é mais comum
se ter voltimetros, amperimetros e wattimetros, frequentemente se opta pelo célculo da
poténcia reativa a partir dos valores de tensdo, corrente e poténcia ativa. Assim, para obter a
110 Circultos de corrente alternada‘poténcia reativa fornecida a uma carga, pode-se medir a tensio, a corrente e a poténcia ativa
por meio da conexéo apropriada dos equipamentos de medicéo e realizar o seguinte célculo:
o=Vune—P 22)
a
5.3. FATOR DE POTENCIA 2
Considere o circuito indutivo ilustrado na Fig. 5.14, com os se- "> 0 zi
sgintes fasores associados & tensio e & corrente ¢
O=Uepea f= leg4(a-9)
O respectivo diagrama fasorial é ilustrado na Fig. 5.15. ee ceo
‘A poténcia complexa fornecida & carga é igual a S=O-*
Use-TepZo, em que o Angulo da poténcia @ corresponde & de-
fasagem entre os fasores da tensfo e da corrente, A poténcia
aparente é dada pelo médulo da poténcia complexa, ou seja, pelo
produto dos valores eficazes da tensio e da corrente, A poténcia
ativa entregue & carga é dada por:
P=[5|-cos(9) = Use Teg: C05) (613) Fig, 5.15 Diagtamafasovial
Como o angulo 9 esta compreendido entre -90° ¢ 90°, o valor de cos(9) varia entre Oe
41. Assim, a poténcia ativa, que corresponde a poténcia dissipada nos elementos resistivos
do circuito, pode variar entre 0 e 100% da poténcia aparente [S|. Portanto, cos(g) pode ser
interpretado como um fator que define a parcela da poténcia aparente que é dissipada nos
elementos resistivos do circuito. Esse fator é denominado fator de poténcia. Da definigao de
poténcia ativa, tem-se: p
I= 0800)" FG
(5.14)
CO fator de poténcia é 0 cosseno do Angulo de defasagem entre a tensio e a corrente na
fonte, e pode ser explicitado em porcentagem, bastando multiplicar por 100.
# Exemplo 5.7
Para o circuito da Fig, 5.14 tem-se: 0 = 10020*
Determine S, |SI, P, @ €0 fator de poténcia para as seguintes situagées:
a] 9 =0" (carga resistiva);
b] 9 = 30° (carga indutiva);
¢] @ = ~30° (carga capacitiva).
15 Poténclas em ecultos de eovente alternada
mA partir das seguintes relacdes:
Sau-tt=P+j-Q [Sia VP+O? costo)
isi
obtém-se as grandezas solicitadas.
a] 9 = 0° (carga resistiva)
IS|=200VA
P=200W
S=20020'VA
Q=ovar
fp =cos()=1 ou fp=100%
30° (carga indutiva)
200230" VA
4
Q=100VAr
fp
05(9) =0,866 ou fp =86,6%
cl @ = ~30° (carga capacitiva)
Is|=200VA
P=173,2W
002-30°VA
Q=-100VAr
[fp = cos(9)=0,866 ou fp =86,6%
Conclusées validas para o Exemplo 5.7:
+ apoténcia aparente é a mesma para os trés casos;
«+ nos itens (b) ¢ (c), somente 86,6% da poténcia aparente é dissipada no elemento resistive do
circuito;
«+ é satisfeita a convengéo da Fig. 5.10, pois o valor da poténcia reativa é positivo para a carga
indutiva e negativo para a carga capacitiva;
+ numericamente, o fator de poténcia é 0 mesmo para as cargas indutiva e capacitiva, pois
amas tém, em valor absoluto, o mesmo angulo de impedancia,
Convengio para fator de poténcia
Para tornar explicita a diferenca entre as caracteristicas das carges, diz-se que, para uma
carga indutiva, 0 fator de poténcia indutivo ou atrasado, indicando que a corrente esté
atrasada em relacdo & tensdo, e que, para a carga capacitiva, o fator de poténcia é capacitivo
ou adiantado, indicando que a corrente esté adiantada em relacio & tenséo.
412 Cireuitos de corrente alternada5.4 CORRECAO DO FATOR DE POTENCIA
Considere o circuito c.a. mostrado na Fig. 5.16, no qual: i
O=a40zoe-v Zm= 100230" Z¢=-]-3000
Com @ chave aberta, a corrente na fonte é a que
circula na carga (2m)
Fig. 5.16 Circuito paralelo
Note que a corrente esté atrasada em relagio & tensio, pois a carga é indutiva e a poténcia
complexa suprida pela fonte é igual a poténcia exigida pela carga:
Sp=Sm =0-if = 44020°-4,4230°
936230
1,676,625 +)-968,00 VA
E876,625 +1 968,00
P ®
Como > 0, conclui-se que a fonte esté suprindo poténcia reativa de 968 VAr, necesséria
para o funcionamento da carga, além da poténcia ativa de aproximadamente 1,7 kW.
Com a chave fechada, a corrente na carga néo se eltera, pois a tensio aplicada sobre ela
permanece a mesma (circuito paralelo).
Acortente no capacitor (Zc) vale:
kage
_ = 1,4667290°A
ee 1,466;
Ea comente na fonte pode sercalculada por:
fp= ten +he = 3,98042-10,89°A
Observe que a conextio do capacitor em paralelo resuiltou em um valor menor da corrente
na fonte, e que o Angulo de atraso dessa corrente em relagéo & tensao na fonte também
diminuiu
A poténcia complexa no capacitor vale:
0) _ uw aagr
=0- lz
Z| "27 Roe
Sc = 645,33332—99"
ic =) +645,3333VA
Note que a poténcia complexa na carga (Sm) nao se altera com o fechamento da chave
© que, no capacitor, nao ha componente relativa 8 poténcia ativa, e 0 valor negativo da
oténcia reativa calculada indica que o capacitor fornece poténcia reativa ao circuito,
A poténcia complexa fornecida pela fonte é igual a:
Sp=O-If = 44020°-3,8808210,89" = 1.707,376£10,89" = 1.676,629 + /-322,564VA
Como o capacitor néo consome poténcia ativa, a fonte continua fonecendo os mesmos
1,7 EW que so consumidos pela carga, a qual necessita de uma poténcia reativa de 968 VAr,
5 Potenciasem ccuitos decorentealtemada 119,sendo que a fonte fornece aproximadamente 322,6VAr e o capacitor supre aproximadamente
645,3VAr. Na realidade, ocorre um intercémbio de energia entre o indutor que compoe
‘a carga, o capacitor e a fonte. A cada quarto de ciclo de tenséo, as parcelas de energia
fornecidas pela fonte e pelo capacitor sdo armazenadas no indutor, que as devolve no quarto
de ciclo de tensao seguinte.
Deve-se observar que 0 indutor e 0 capacitor se complementam no que diz respeito a0
intercambio de energia. Isso pode ser confirmado por meio da anélise das Figs. 5.455 €
explica o fato de que a corrente na fonte diminui com a incluséo do capacitor, embora a
corrente na carga nao se altere. A Fig. 5.17 mostra os fluxos de poténcia com a chave aberta
e fechada.
(© Com capacitor
(R) sem capacitor
@ sem copacitor
645,3VAr
Fig. 5.17 Fluios de poténca ative e eative
Se o capacitor for trocado por outro, tal que Ze = ~j- 1500, tem-se:
ke O 44020?
© Ze 1502-90"
93390" A
Ea corrente na fonte pode ser calculada por:
p= fm +e =3,880210,89°A
Note que, com o novo capacitor, a corrente na fonte estar adiantada em relaglo a tensio.
A poténcia complexa nesse capacitor vale:
sc=0-lg
‘el
.290,6672—90° = ~j+1.290,667 VA
Ea poténcia complexa fornecida pela fonte é igual a
Sp=O-ff = 44020"-3,88042-10,89°
707,37602~10,89"
= 1676,6291 ~ j+322,5644VA
M14 Circuitos de corrente alternads‘Uma vez que o capacitor ndo consome poténcia ativa, a fonte
continua fornecendo os mesmos 1,7 KW que sao consumidos
pela carga, a qual também continua demandando 968 VAr de
poténcia reativa, Porém, com o novo capacitor, a fonte deve
absorver 322,6VAr de poténcia reativa, enquanto 0 capacitor
supre 1,290,7 VAr. Na Fig, 5.18 tem-se a representacdo dos novos
fluxos de poténcia reativa
Os diagramas fasoriais completos estdo na Fig. 5.19.
SS
@ ss moor é
Fig. 5.19 Diagamas fasoiis
Observe que quanto menor for a reatancia do capacitor, maior seré a corrente por ele, a
qual, somada & corrente na carga, resulta em uma corrente total na fonte que pode refletir
um comportamento indutivo, resistivo ou capacitive da combinagio carga-capacitor,
A ppartir dos diagramas da Fig. 5.19, é possivel concluir que, dependendo da combinagio
ccarga-capacitor, a fonte pode suprir ou absorver poténcia reativa, ao passo que a poténcia
ative fornecida pela fonte é constante, independentemente do capacitor conectado. A relaggo
St= Sm +5c € sempre valida.
No circuito da Fig. 5.16, com a chave aberta, sabe-se que a fonte deve suprir uma poténcia fy
ativa de 1,7 kW e uma poténcia reativa de 968 VAr. Se assumirmos que o capacitor a ser
conectado em paralelo deve fornecer toda a poténcia reativa requerida pela carga, a fonte
sera responsavel somente pelo fornecimento de poténcia ativa e, portanto:
Se=-/-968VA
493 9909
Assim, pode-se calcula a corrente no capacitor: ors igoore? ==
I (#) 2,2290°A a ,
te= (= viet
¢ a sua respectiva impedéncia V2
/:2000 Xe
000
essa forma, tem-se o valor da reatancia do capacitor capaz de suprir toda a poténcia
reativa que a carga indutiva necessita, e sabendo-se o valor da frequéncia, pode-se cbter 0
VX. = U2 WC
valor da capacitancia, pois Qc
5 Potdncias em crcuitos de covent alternads
© mora paral com captor
5Considere que no circuito da Fig, 5.16, com a chave aberta, a tensao aplicada pela fonte
tem um valor eficaz de 15KV e a carga é do tipo indutiva, com P= 1 MWe Q= 1MVAr. Esta é
a situacio normalmente encontrada em instalagées industriais, onde a indiistria representa
‘uma carga indutiva para a concessiondria de energia elétrica, por causa da instalacéo
de motores, equipamentos de refrigeracao, iluminacéo fluorescente, transformadores,
condicionadores de ar etc. A poténcia complexa proveniente da rede elétrica (Sr) ¢ igual &
poténcia complexa da carga (Sz)
Sr=S2=
4)-Q=14j-15 42245 MVA
© fator de poténcia global é igual a0 cosseno do angulo de defasagem entre a tensao
aplicada e a corrente total, ou, ainda, igual ao cosseno do angulo da poténcia complexa Sr
Assim:
fp = costo) 05(45*) = 0,707
© valor eficaz da corrente total é:
‘Atransmissio de poténcia da rede elétrica (fonte) para a carga através de um condutor
ideal esté representada na Fig. 5.20. :
C=18. 034 8
Fig. $.20 Fluxo das poténcias ava e reativa para uma carga
dos, perebe-se que, quanto meiora poténcia reatva suprida
for do fator de poténcia. Como a fonte é projetada para atender
& poténcia aparente requerida, um baixo fator de poténcia significa que uma pequena
porcentagem da poténcia aparente fornecida pela fonte corresponderd a poténcia ativa,
referente & dissipacéo de poténcia nos elementos resistivos do circuito. Percebe-se também
que, quanto mais baixo 0 fator de poténcia, maior a corrente nos condutores, nos quais
ha perdas do tipo Joule (R +2), Portanto, quanto maior a corrente, maiores as perdas na
transmissdo da poténcia da fonte para a carga. Finalmente, quanto maior a corrente, maior a
‘queda de tensdo nos condutores e menor a tenséo aplicada sobre a carga, pois os condutores
18m suas proprias impedancias.
ME Cireuitos de corrente alternada‘Tendo em vista os fatos apresentados, conclui-se que é vantajosa a elevagio do fator de
poténcia da instalacdo. Com o fechamento da chave e, portanto, com a conexo de um ou
‘mais capacitores em paralelo, pode-se conseguir que a fonte forneca somente a poténcia
ativa, a0 passo que a poténcia reativa necessdria ao funcionamento da carga é suprida pelos
capacitores.
© circuito alterado, no qual é inserida uma fonte de poténcia reativa, é ilustrado
na Fig. 5.21
Copacitores)
Oo
ondutor °
ro 2 » om
»
= * Lo
si=P
+10
Fig. 5.21 Fluxo das poténcas ativae reatva para a carga com a canexdo de capacitors) em paralelo
Anova poténcia aparente fomecida pela rede elétrica serd ls: 1 MVA, que é menor
que a poténcia aparente fornecida anteriormente,
© novo fator de poténcia global sera:
Ea corrente total passa a ser:
que é menor que & corrente fornecida anteriormente. A diminuigdo da corrente deve-se &
eliminagio da componente de poténcia reativa que era transfer da fonte para a carga
O procedimento adotado para a elevagio do fator de poténcia de uma instalagdo, que
consiste na insergéo de ume fonte de poténcia reativa (capacitor em paralelo), é denominado
de correct do fator de poténcia. -
Deve-se notar que nao hé alteracio no modo de operacio da carga, garantindo-se as
resmas poténcias ativae reativa de que cla necesita, sendo que a potenciareatva pode ser
fornecida por outra fonte (capacitor em paralelo), cuja instalagdo implica custos adicionais,
H6, portanto, uma compensagao entre a economia obtida com a fonte eos condutores e os
gastos de instalacdo de fontes de poténcia rentiva, Sabe-se que fatores de poténcia altos
‘5 Foténcias em circuits de corente lternada
"7visam a um aumento da eficiéncia de utilizacdo dos sistemas de geragio e transmisso de
cenergia elétrica existentes.
‘No Brasil, a Agencia Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estabelece, por meio da resolucéo
‘3? 414 de 9 de setembro de 2010, que o fator de poténcia deve ser no minimo 0,92 capacitive
durante 6 horas da madrugada e no minimo 0,92 indutive durante as outras 18 horas do dia
No momento, essa resolucdo deve ser cumprida pelo setor industrial, e quem a descumpre
esté sujeito a uma espécie de multa, que leva em conta 0 fator de poténcia medido ¢ =
energia consumida ao longo de um més. Nesse caso, a respectiva fatura do consumo de
energia elétrica passa a ser calculada da seguinte forma:
0,92
Valor a pagar = custo da energia consumida
Find
6.15)
Esse célculo pode resultar em um acréscimo considerével no valor @ ser Pago.
# Exemplo 5.8
Considere o circuito alimentado em 60 iz mostrado na Fig 5.22, em que um motor de uma india,
é submetido a testes de desempenho.
tht Ot
Fig. 5.22 Circuito para o Exemplo 5.8
Note que na Fi
elétrico, As medidas obtidas foram: 127 V; 5A; SOW.
5.22 tem-se a representacéo padronizada de um wattimetro em um diagrama
a} Calcule as poténcias aparente e reativa fornecidas ao motor.
b) Calcule a impedéncia do motor e apresente o diagrama fasorial
c] Obtenha as leituras nos amperimetzos e no wattimetro apés o fechamento da chave, om a
conexio de um capacitor de 33 pF em paralelo com o moter.
4] Apresente o diagrama fasorial para a nova situagao,
a] As poténcias aparente e reativa fomecidas ao motor sio calculadas por:
Isj=u-r
27
635va OQ = y/S/?—P? = 391,4VAr
A poténcia reativa apresenta valor positive, pois 0 motor & um equipamento de caracteistica
indutiva.
18 Circuitos de corrente alternadab] O médulo da impedancia do motor é facilmente calculado por: |Z| = } = 25,49
O Angulo da impedancia é dado por: ta(g)=$ = 9=38,1°
E, assim, a impedéncia corresponde a Z = 25,4238,1°0
‘Tomando-se a tensdo de entrada como referéncia angular,
pode-se obter o fasor de corrente: f= 5/-38,1° A.
Portanto, a corrente esté atrasada em relacGo a tensio.
r
Orespectivo diagrama fasorial esté na Fig. 5.23,
Fig. 5.23 Diagrama fesoial para o cir
¢] A impedncia do capacitor é ee oeacs
Zc 10.40
wc) 7 377-33-10-6
Apés o fechamento da chave, circula pelo capacitor a corrente:
I 2 12740" 1,58290°A
<* Ze 8042-30" ”
CComo a tensio de entrada permanece a mesma, a corrente pelo motor também nao se altera
(iu cte,), mas a corrente de entrada (Ir), cujo valor eficaz é medido pelo amperimetro, vale:
fp =52-38,1° + 1,58290°
L21Z-20,9° A
A poténcia lida no wattimetro é:
lof Teg COS() = 127 -4,21 -cos(20,9°) = SOOW
ou seja, a insercao do capacitor nao altera a poténcia lida no wattimetro, Na realidade, esse
resultado jé era esperado, pois se sabe que o capacitor ndo consome poténcia ativa.
4] 0 diagrama fasorial, apés o fechamento da
chave, é mostrado na Fig. 5.24.
Lugar geomésrico
(© Angulo de defasagem entre a tensdo ea
corrente diminuiu apés a entrada do capacitor
em operagio. A corrente pelo capacitor esta
sempre 90° adiantada em relagdo & tensao
sobre ele, Assim, a soma dos fasores das cor-
rentes pelo capacitor e pela carga resulta em
tum fasor cuja extremidade esté sobre a linha
pontilhada mostrada na Fig. 5.24. Essalinha Fig. 5.24 Diagrama fasral para o crcito do
define o lugar geométrico da extremidade do Exempla 5.8—chave fechada
fasor da corrente de entrada.
‘5 Poténcasem cruitos de coventealterada 119# Exemplo 5.9
‘Uma indiistria é alimentada pela empresa distribuidora de energia elétrica, conforme mostra a
Fig. 5.25.
Entrada 0
Dior a |p Istria
Fig. 5.25 Circuito para o Exemplo 5.9
A tensio é de 15kV, 60 Hz, e sua carga total é representada por um circuito RL paralelo:
R=100 Xi
1s00,
‘A indiistria dispde de um banco de capacitores para a correcao do fator de poténcia, os quais
podem ser postos em operacio por meio do fechamento de uma chave.
a] Com a chave aberta, determine as poténcias ativa, reativa e aparente fornecidas pela fonte,
bem como a corrente fe o fator de poténcia na entrada da indistria.
b] Determine o valor do capacitor a ser inserido para que o fator de poténcia na entrada passe a
ser igual 2092 indutiva e obtenha as novas poténcias e a corcentel.
a] As correntes pelo circuito sao calculadas por:
; 0 _ 15-1020"
pena a is0zora
R-~ 100
C__ 15-1080?
XL ~ 50z90°
1002-90°A
180,32-33,7°A,
Tlg+h, =150-j-100
A poténcia complexa entregue pela distribuidora &
15+ 10°20" - 180,3233,7° = 2,70233,
120 Circuitos de corrente alternadaLogo: Isl =2,70Mva,
P=2,25MW Is1
S=2,70233,7°MVA lo
Q=150MVvAr
6
{P= c05(33,7") = 0,832 indutivo \
-
© triéngulo de poténcias para essa situagéo é
mostrado na Fig, 5.26.
] Com o fechamento da chave, a poténcia fornecida & carga continua a mesma, pois a tensio
aplicada sobre ela se mantém e o capacitor inserido no circuito no consome poténcia ativa:
Fig. 5.26 Tidngulo de poténcias com a chave aber
2,25MWw
Com relagio & poténcia reativa, esta serd fomecida em parte pelo capacitor e em parte pela
fonte, O novo éngulo da poténcia complexa & obtido a partir do fator de poténcia desejado
cos“40,92 = 493,1"
Como se deseja um fator de poténcia indutivo, adota-se 9’ = —23,1°
Conhecidos 0s valores de P e o’, podem-se determinar os novos valores das poténcias
aparente e reativa fornecidas pela fonte:
[5']= 7 = 21 assava
fp" 0,92 “
9 =|S"|-sen(o) = 2,45 10°. sen(23,1") = 0,96MVAr
A nova poténcia aparente é menor que a anterior. A poténcia reativa a ser fornecida pelo
capacitor AQ é determinada pela diferenca entre as poténecias reativas fornecidas pela fonte
depois e antes de sua insercao:
rn
0! -0=0,96-1,50=~0,5¢mvar
O tridngulo de poténcias para o circuito com o capaci-
tor corresponde ao triangulo interno na Fig. 5.27, na qual
estd representada a parcela de poténcia reativa fomecida
or ele (AQ),
Pode-se obter o valor do capacitor a partir da poténcia
Teativa AQ que ele deve fornecer ao circuito.
Para uma tensio U = Uefa, acorrente no capacitor Fig. 5.27 Tidnguas de pons (em e com capacitor)
fet (a+ 90°)
A poténcia complexa fornecida ao capacitor vale:
corresponde af
Pcs
Scap = Upg-Ip¢Z—90° + 4° 2P.
cap
5 Fottncias em cieutos de corertesternada 121Definindo Zc como a impedancie do capacitor, tem-se:
segn Ue = Ue
ee iZel Xe
°C Veg
A poténcia reativa no capacitor vale, entao:
Finalmente, 0 valor do capacitor é:
6.16)
Lugar geomeétrico
Aplicando-se essa equagio ao Exemplo 5,9, obtém-se
C=64nE.
Ea corrente fornecida pela fonte vale 163,3 2-23,1° A,
sendo portanto, menor que a corrente total na carga.
‘Aig. 5.28 mostra os fasores de tens e corrente antes
depois da corregao do fator de poténcia, enela se pode
notar o efeito da ligacéo do capacitor em paralelo com
: a carga.
Acorrente fe no capacitor, adiantada de 90° em relagao
Fig, 5.28 Diagramafesria para o Exempla 5:9 a tensdo, soma-se & corrente pela carga, resultando uma
nova corrente total i’. Pode-se notar também que 9’ < @,
‘o que significa um aumento do fator de poténcia. Quanto maior o valor do capacitor, maior
acorrente fc, fazendo com que a defasagem entre U e {" diminua ainda mais. A extremidade
do fasor da corrente segue o lugar geométrico representado pela linha pontilhada da Fig, 5.28.
O valor minimo de” ocorre para um determinado valor de fe para o quel a defasagem entre Ue
Vf énuk
ou seja, o circuito passa a apresentar um comportamento resistivo.
‘Aumentando-se ainda mais o valor do capacitor, a corrente I’ passa a crescer novamente,
ficando adiantada em relagio a U. Nesse caso, a defasagem entre U ef” comeca a aumentar
¢, portanto, o fator de poténcia diminui. A partir de entio, o circuito passa @ apresentar um
comportamento capacitivo.
© método de obtengio do valor do capacitor por meio da andlise do triéngulo de poténcias
é-valido quando @ mesma tensdo é aplicada ao capacitor e & carga, ou seja, quando as duas
impedéncias esto em parelelo. Esta é a situacio usual. £ possivel corrigir o fator de poténcia
acrescentando capacitores em série com a carga; no entante, isso no ¢ feito na prétia. A
corregio do fator de poténcia com a ligacao de capacitor em série resulta em um aumento
da corrente fornecida pela fonte e em um aumento da tenséo na carga, podendo, portanto,
‘causar danos aos equipamentos, No entanto, a instalacdo de capacitores em série, também
122 Circuitos de corrente alternadachamada de compensacdo série, é utilizada em outras situacdes na operacio de sistemas
elétricos de poténcia.
(0 procedimento descrito no Exemplo 5.9 é frequentemente realizado em indiistrias, cuja
carga é fortemente indutiva. No caso de instalagées residenciais, s6 é medida e cobrada a
poténcia ativa consumida, pois a poténcia reative apresenta valores despreziveis do ponto
de vista da empresa distribuidora de energia.
Acorteco do fator de poténcia implica também a diminuigo da queda de tensdo e das
perdas de poténcia ativa em linhas de transmisséo. Gonforme jé demonstrado, a corregfo do
fator de poténcia resulta na diminuigéo da corrente. Assim, a queda de tenso na linha serd
menor. As perdas de poténcia ativa na linha de transmissio, que representam basicamente
«© aquecimento do condutor pela passagem de corrente por ele, so dadas por Pr =A log
‘A potncia de perdas na linha de transmissio também depende da corrente, Se a corrente
aiminui com a corregio do fator de poténcia, as perdas na linha também diminuem,
Conclui-se, pois, que a correo do fator de poténcia aumenta a eficiéncia e a qualidade de
‘operacéo de uma instalacéo, liberando a capacidade de fornecimento das fontes, melhorando
o perfil de tensées, por meio da diminuigdo das quedas de tensio, reduzindo as perdas ¢
‘também os gastos com as contas de consumo de energia elétrica.
oe CO video “Comregéo do fator de potencia” apresenta um procedimento pratico para um mator monofésico,
EXERCICIOS
5.1 Comparando as Eqs. (5.5) e (5.6) e as Figs. 5.4¢ 5.5, comente sobre o comportamento
elétrico do capacitor e do indutor sob o ponto de vista da energia armazenada.
5.2 Em um motor monofésico com fator de poténcia 0,4 so conectados, em paralelo,
capacitores de 1pF, ¢ obtém-se a tabela:
quantidade de capacitors 0 891 2 3 4 5 6 7 8 8
_ouantidade decapacitores 08S
cos @ 04 05 06 07 08 09 19 09 08 07
esse
2) Sendo 9 a defasagem entre a tensio e a corrente na fonte de alimentacio,
caracterize o comportamento elétrico (indutivo, resistivo ou capacitive) desse
circuit. Justifique.
b) 0 que ocorte com 0 rendimento do motor & medida que se aumenta o valor
do capacitor conectado em paralelo? Justifique
9) Oque ocorre com a magnitude da corrente no motor & medida que se aumenta
o valor do capacitor conectado em paralelo? Justifigue.
5 Pottncias em circuits de corente sermada
1235.3. Vocé, como engenheito(a), foi chamado(a) para verificar se a poténcia de uma limpada
incandescente comum correspondia ao valor nominal. Estando disponivels um
‘wattimetro, uma fonte ca. variavel, dois voltimetros e dois amperimetros, desenhe
‘um diagrama elétrico padronizado com a instrumentagao minima necesséria para
fazer essa verificagio.
54 Vocé, como engenheiro(a) recém-contratado(a) de uma industri, foi encarregedo(a)
de determina, por meio de instrumentos de medidas, a poténcia ativa suprida @ um
‘motor monofsico em uma determinada parte do procesto.
1a) Apresente um diagrama elétrico padronizado para fazer essa determinacéo.
b) Como vocé determinaria a poténcia reativa?
c) Como vocé determinaria o respectivo fator de poténcia?
4) Caso vocé obtenha um fator de poténcia préximo de 0,6 indutivo, como
melhoraria esse valor?
55 Cite, no minimo, duas vantagens que justifiquem a corregao do fator de poténcia em
uma instalagéo elétrica.
5.6 Das quatro grandezas: Poténcia Complexa, Poténcia Aparente, Poténcia Ativa ¢
Poténcia Reativa, qual delas corresponde & grandeza elétrica:
2) utilizada no dimensionamento de instalacées elétricas industriais e também
{de equipamentos em geral (transformadores, motores etc.)?
) que, nos circuitos em geral, é convertida em outras formas de poténcia:
mecénica, térmica, actistica etc.? .
@) associada & energia necesséria para formar os campos eletromagnéticos ne-
cessérios em determinados equipamentos, como, por exemplo, nos motores?
5.7. Quais as denominagées técnicas das grandezas elétricas medidas em:
a) VA, KVA, MVA etc?
b) W, kW, MW etc.?
5.8 No circuito da Fig, 5.29, o voltimetro indica 127 V e o amperimetro, 1.4.
Assinale as afirmacdes corretas, as erradas e as que
do permitem alguma concluséo. Justifique
a) Se a carga for um resistor, a poténcia ativa vale 127 W.
») Se a carga for um resistor, a poténcia aparente pode
©) Se a carga for uma lampada incandescente, @ potén-
cia ativa vale 127 W.
4) Sea carga for um motor monofésico, a poténcia ativa
Fig, 5.29 Circuito do Exerccio 58
menor que 127 W.
124 Cireuitos de corrente alternada@) Sea carga for um motor monofiésico, a poténcia aparente vale 127 VA.
) Sea carga for um capacitor, a poténcia reativa vale 127 VAr.
g) Sea carga for um motor monofasico, a poténcia ativa pode ser obtida se também.
for medido o angulo de defasagem entre a corrente e a tensio,
5.9 Um determinado equipamento est conectado a uma fonte senoidal monofasica, sendo
u(t) = 311,127 - sen(377 £420") Ve i(t) = 70,711 -sen(377+t-15°) A.
a) Obtenha o fator de poténcia e a poténcia ativa, Resp.: 0,819; 9,01 kW.
b) O fator de poténcia obtido no item (a) atende ao minimo exigido atualmente no
Brasil? Se ndo atende, o que vocé recomendaria para atingir o valor minimo?
Apresente todos os calculos da sua proposta. Resp.: 135,41 uF
©) Com relacao ao item (b), hé alguma redugdo na corrente? Se houver, qual 0
percentual de reducao? Resp.: 11%; 44,52
4) Trace o diagrama fasorial, 40 V/cm e 6 A/cm, para os fasores de tensio e correntes
do item (b), Referéncia: um trago horizontal indicando 0°
5.10 Esboce um diagrama elétrico padronizado e descreva 0 respectivo procedimento
experimental para obter a poténcia ativa em um motor elétrico 20/5 /60H2,
dispondo somente de um osciloscépio com dois canais e um resistor 15 A/60 mv.
5.11 Uma fonte ca. supre uma tensdo de 220V, 60Hz, a impedancia 6,0+)-8,09.
Obtenha a corrente na impedancia e a corrente ne fonte apés a conexio em paralelo
de um capacitor de 137 pF. Resp.: 22,0£-53,13" A; 14,6£-25,30° A
5.12. As impedancias 27,5260°Q e 22,0230°O tém em seus terminais a mesma tenso: 220V,
60Hz, Determine as magnitudes de todas as correntes, os valores de todas as poténcias
eo fator de poténcia global
Resp.: 8,04; 10,0
7,39 A; 3.826,80 VA; 2.785,30 Wi; 2.624,22 VAr; 0,728
5.13 Diante da realidade do setor elétrico brasileiro, sob o risco de “apagio", as induistrias
tém adquirido geradores movidos por motor a diesel. Vocé, como engenheiro(a)
encarregado(a) de especificar a compra desse tipo de gerador, encontra um antincio
com as seguintes especificagdes de um gerador monofisico:
MARCA: Mitsubishi modelo 6.700 POTENCIA: 6.700W"
‘TENSAO: 220 (tensio eficaz nominal) CORRENTE: 35 A (valor eficaz nominal)
ACENDE ATE 360 LAMPADAS DO TIPO ECONOMICA ~ 15W (florescente compacta)
Sabendo que o valor do fator de poténcia desse tipo de lampada é 0,5, vocé concorda
com as especificacdes do antincio? Justifique. Se for o caso, refaca as especificagées,
considerando que a carga pode ser qualquer uma.
5 Porénciasem cicuitos deconente atenada 1255.14 No circuito mostrado na Fig, 5.30, 0 motor [MJ tem uma poténcia elétrica de 1,0 kW,
com fator de poténcia 75% e rendimento 80%.
am hy oo) oe) 99
Fonte ca, ane | i) [ | |
TT TJ
Fig. 5.30 Motor em paralelo com capacitor
‘As capacitancias associadas &s chaves CH1, CH2 e CH3 esto em ordem crescente
de valores,
Complete a tabela a seguir:
‘Chave Fechada (A) P(W) Peo (HP) Q{VAs) cos@ —_Indutivo ou capacitive?
Justifique.
Nenhuma 6,06
socHi 535
86 CHR 478
$6. CH3 625
86CHS
5.15 Por meio de um tinico diagrama fasorial, explique por que um capacitor conectado a
‘um motor (carga indutiva) pode melhorar (aumentar) o fator de poténcia.
5.16 Quatro cargas estdo conectadas na rede elétrica de uma indiistria cuja tensio é de
220, 60 Hz:
+ um motor de 4 HP, 220, com eficiéncia de 75% e fator de poténcia 0,8 atrasado;
= um motor de 6 HP, 220V, com eficiéncia de 80% e fator de poténcia 0,85 atrasado;
+ um chuveiro de 4kW, 220V;
+ um equipamento com poténcia aparente de 1KVA, 220V e fator de poténcia 0,75
adiantado.
obtenha 0 fator de poténcia global e a corrente total, justificando o respectivo
comportamento global: indutivo, resistive ou capacitive.
HP = 746W Resp.: 0,927; 70,248
5.17 Na Fig. 5.31 estdo indicadas trés cargas: uma lampada de 100 W, um chuveiro de 5.500 W
eum motor cuja impedncia é 4,209 +/-3,1579.
126 Cireuitos de corrente alternadaSupondo fio ideal (resisténcia desprezivel em relago as cargas), obtenha, na forma
polar, a corrente total, supondo todas as cargas ligadas. _Resp.: 64,03/-23,070° A
Fiode cobre
recozide
20v
Fie de cobre
Fecozido
Fig. 531 Tiéscargas em paralelo
5.18 © motor indicado na Fig, 5.32 apresenta uma impedéincie de 4,209+j-3,1570.
Fo de coore
recozide
Fiode cobre
recoaido
Fig. 5.32 Motor em paralelo com capacitor
Calcule:
a) acorrente na fonte na forma polar; Resp.: 41,82~36,870" A
b) 0 fator de poténcia do motor; Resp: 0,8
©) acorrente na fonte apés a instalacdo de um capacitor (chave fechada) para
atingir o valor minimo do fator de poténcia estabelecido no Brasil;
Resp.: 36,35 -23,070" A
4) as perdas por efeito Joule nos fios, antes e apés a instalagéio do capacitor,
considerando que a resisténcia total de 0.03440, Resp. 60,1 W; 45,4W
5.19 A Fig. 5.33 mostra um motor elétrico e os valores medidos da poténcia ativa e da
corrente em funcionamento normal. Um capacitor foi instalado para a correcio do
fator de poténcia para o valor fixado pela resolucao n° 414 da Aneel.
Calcule:
a) a poténcia reativa do capacitor e selecione o mais adequado de acordo com a
tabela; Resp.: 5,0kVAT
5 PotEnis em cleutos de corente aterneda 1271372 kW mn
Ccondutor Or x
rea Leo vot
25
3.0
50
60
25.
100
129
15.0
200
20
eee)
20 V— 60 He
Capacitores monotasicos
Condutor
Fig. 5.33 Motor em paralelo com capacitor
b) as correntes (forma polar) no capacitor selecionado € no condut
Resp.: 22,7390" A; 66,87£-21,15° A
¢) acapacitancia do capacitor selecionado. Resp. 274,0nF
4) Trace os triéngulos de poténcias conforme a Fig. 5.27.
LEITURAS ADICIONAIS
BOLTON, W. Analise de circuitos elétricos. S80 Paulo: Makron Books do Brasil, 1994
CASTRO}
Paulo: Editora da Unicamp, 1995.
CA; TANAKA, M. R, Cireuitos de corrente altemmada - Um curso introdutério, $40
BURIAN JR., ¥;LYRA, A. C. C. Circuitos eletrcos. So Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
BARTKOWIAK, R. A. Circuitos elétricos, $40 Paulo: Makron Books do Brasil, 1994.
128 Circuitos de corrente alternadsCircuitos Trifasicos
Na pratica, quase toda energia elétrica é gerada e transmitida por circuitos
twifésicos, e uma parcela dos consumidores, principalmente industtiais, utiliza
equipamentos trifésicos. Portanto, este capitulo é dedicado a anélise desse tipo
de circuito, iniciando pelas conexées usuais de fontes ¢ cargas trifésicas, Sio
definidos valores caracteristicos em circuitos trifésicos e salientadas as diferencas
entre as magnitudes das tensbes e dascorrentes em circuitestrifésicos com carges
balanceadas e desbslanceadas, Apresentam-se métodos de resolugio de circuitos
6.1 FONTE DE TENSOES TRIFASICAS
‘Uma fonte de energia elétrica trifésica pode ser entendida como uma composicéo
mostra a Fig. 6.1. i Oo
} [Dan
| toh
——
:
poe
:
Fig. 6.1 Font trifisica
Oscandutores A, Be C sio denominados fases, as quais associa 3
‘medidas em relagio ao terminal comum, chamado de neutro (N), que geralmente
é aterrado (poten
cial zero). Essas tenses so denominadas tensées de fase. A
Fig. 6.2 ilustra um voltimetro medindo o valor eficaz da tensao de fase Ucn,
=
ia
3
:ae : '
a Notacéo: @ letra maitiscula com acento circunflexo
corresponde ao fasor €a letra maitiscule sem acento
corresponde ao valor eficaz da grandeza elétrica.
No dominio do tempo, as tensdes de fase so ex-
. _| pressas por:
Um = 327 nv
Re —4 uan(t) = ¥2-Ugn-sen(w-t+aa) (62)
Ua = 327 CW) upn(t) = /2-Upy-sen(w-t+op) 62)
v ucn(t) = V2-Ugn-sen(w:t+ac) 63)
Fig. 6.2 Conceito de tensdo de fase Se as tensbes de fase tiverem o mesmo valor eficaz
(U), ou seja:
Uan = Usn = Ucn =U
eestiverem defasadas entre si de 120":
diz-se que a fonte trfésica é equilibrada, que é 0 de-
sejével para todas as fontes trfésicas, como ilustrado
na Fig. 63,
a Considerando-se a tensao de fase Oay como refe-
ait) réncia, como indica a Fig. 63,¢ adotando-se a notagao
vel’) fasorial, em uma fonte trifésica equilibrada tem-se:
Fig. 6.3 Farmas de onda tifsicas
an = UL" 6a)
Opyy = UZ—120° 6
gn = Uz-240" 69)
£ possivel termos as trés tensdes senoidais na
[volts]
sequéncia indicada na Fig. 64 (compare com a Fig. 6.3).
Nesse caso:
= G
wt [radianos] San = ue ep
Opy = UZ~240" = UZ120° 6a)
Don = UZ-120° 9)
va)
y(t) Para diferenciar a Fig. 6.3 da Fig. 64, diz-se quena
at) | primeira as tensées esto na sequéncia de fases ABC
e na outra, na sequéncia de fases ACB.
Fig. 64 Formas de onda tilsicas
480. Circuitos de corrente alternada# Exemplo 6.1
Considere que nos terminais da fonte trifésica da
Fig, 6.1 tém-se as tensGes ilustradas na Fig. 65. .
uan(t) = ¥2-U-sen(w-t)
\, et lradionas}
Upn(t) = ¥2-U-sen(w-t 120°)
uon(t) = ¥2-U-sen(w-t +120")
(Qual seria o valor da tensao medida por um volti-
‘metro conectado aos terminais A. B da fonte?
‘Attensio entre os terminais A ¢ B pode ser obtida
pela aplicacao da “Lei das Malhas de Kirchhoff”: Fig. 6.5 Formas de onda tifisicas
Fase A
Fase 8
Fase c
ia ~ Opn = San + (-Opn)
Ong = U0" - Ud(-120"7)= U-U.
: v3
Opp = Vi-u- [45
= V3-U. [c0830"+)-sen30") = V3-ULI0°
5
A obtengio gréfica da tensio Uap é apresentada a
so a Fig. 6.6 Obtencio géfca de Ung,
no diagrama fasorial da Fig. 6.6.
Concluséo: a tensdo entre os terminais A e B apresenta um valor eficaz /3 vezes maior e est
30° adiantada em relagio a tensio de fase Onn.
es de fase, denominada tensfo n ésenoi-
dal, porém com amplitude V3 vezes maior, ¢ o Angulo de fase, dependente das tensées
consideradas. A Fig. 6.7 ilustra um voltimetro medindo o valor eficaz da tensao de linha Uc.
Ong = Oan - Opn = V3-UZ30"° (6.10)
Osc= Opn -Uen = V3-UL-90" 1
Oca = Oey - Van = V3-UZ150° (6.2)
CONVENGAO:
a] Para a sequéncia de fases ABC:
Observando esta notacéo AB BC GA, as tensdes de linha sao denotadas por:
6 GreutosTifisies 131220
ty
Fig. 6.7 Concelto de tensdo de nha
Dj Para’a sequéncia de fases ACB:
Observando esta notagao AC CB BA as tensdes de linha sao denotadas por:
Onc Oca Opa
{As tenses podem ser representadas fasorialmente como ilustrado na Fig. 6.8.
® seautocla de tose a9 @) seauenci de tases aco
8
Fig. 6.8 RepresentacSo fasoral das tensbestitisces
Observe e que, em uma fontetrifésica equilfbrada, tanto a soma das tensdes de linha como
soma das tensées de fase so nulas, em qualquer instante de tempo t
Sabemos que a fase de uma forma de onda é um valor arbitrério, que tem a finalidade de
estabelecer um referencial de tempo para a forma de onda, No entanto, a diferenca de fases
(defasagem) entre duas formas de onda é bem definida e tem importancia fundamental na
andlise de um circuito trifésico.
132 Creuitos de corrente alternadafundamental, além disso, o conhecimento da sequéncia de fases, pois em um motor
tifsico, por exemplo, o sentido de rotagao € determinado pela sequéncia de fases, como
veremos no Cap. 10. A sequéncia de fases também é importante quando ha necessidade
de conectar entre si dois ou mais circuitos tifésicos que tenham a mesma frequéncia ea
‘mesma tensio (magnitude e angulo).
t ‘Amagnitude eo angule de fase das correntes dependem da carga conectada aos terminals
do gerador, como comentado a seguir.
Os videos "Tenses triésicas” e “Conexdes residencias na rede eletrica” apresentam ume visGo pética
[dos concetos apresentados neste item,
6.2 CONEXOES TRIFASICAS
Basicamente, tanto as fontes como as cargas trifa-
sicas podem ser conectadas, formando as seguintes (4) €#*el (com neuro
ligagées: he a
( * Estrela ou Y com neutro ja 2
‘Triéngulo ou A (delta) < 4 3 ©
5
: 4
A Fig. 66 ilustra os tipos de conexées para car-
28 trifésicas, Para cada tipo so apresentados dois (8) esta (sem notre
modelos de diagrama elétrico das ligagdes das trés_ — .—
impedancias, — a
se asf ter inpedancias da carga forem iguais (Z1= —, , >-——t |
72=2;), a canga tifisica ¢ denominada equilibrada; . 2% <
caso contréri é dengminada desequilibrada,
~ Gonsiderando que todas as fontes trifagicas so” a
equilibradas, um circuito trfésico ¢ denomi i © Tuanguto ay
librado'se a carga for equilibrada, edenominado de. e
sequilibrado se a carga for desequilibrada. i
A anilise de circuitos trifésicos nfo apresenta novi-
» a ie oy
dades do ponto de vista da teoria de anélise de circui- 2 lz
tos. Assim, as principais caracteristicas dos circuitos
trifésicos para os diferentes tipos de carga so apre-
z
z
z
lz
Zz
Sentadas nas proximas secdes por meio de exemplos Fig. 6.9 Ligacées de cargastifésicas
numéricos.
© CreutosTitasicns 1936.3 CIRCUITOS EQUILIBRADOS
6.3.1 Carga equilibrada em estrela (Y)
Considere 0 circuito trifasico mostrado na Fig. 6.10.
Fonte carga
Loy
Cchave fechaga
Fig. 6.10 Carga equilbrada em ¥ com neutro
NotagGio: as letras maiisculas A, B, Ce indicam os terminais da fonte eas letras minésculas
4a, b, cen indicam os terminais da carga
‘As correntes nas fases A, B, C so denominadas correntes de linha, e fy é a corrente no
condutor neutro.
Acarga trifésica ter
dutiva de 1600, A tensio de fase 6 v,
Considerando a Sequéncia de fases ABC e a tensio de fase Jan como referéncia angular,
as tenses de fase fornecidas pela fonte sao iguais a:
Oan = 12720°V
Opn = 1272-120"
don = 1272120"
Se admitirmos as fases A, Be Ce também o fio neutro como ideais, néo havendo, portanto,
queda de tensio nesses condutores, as tensdes de fase nos terminais da carga sic:
Gan = Oan =12720°V
Opn = Opn =1274-120°V
Den = Den =1272120°V
Pode-se também obter as tensdes de linha:
Oy = V3-127230" = 220230°V
Oye = V5-1272-90
Deg = V3-1272350"
202-90°V
1202150°V
134 Circultos de corrente alternadaaa t ors -y
wa © tye Bey OHM
\ aa
Se cada uma das impedncias que compdem a carga vale:
ZaR+j-X= 1204-160 = 200253,13°0
as correntes de linha sdo obtidas por meio de:
a7" .
200253,13° aati
1272-120" .
Fase ~OSRSLA173.15°A
: 1272120" .
Soaea 01695L66,87° A
3% Ascorrentes de linha tém o mesmo valor eficaz e
so defasadas de 120° umas das outras, Assim, para
a or equilibrada, basta cé
cul
‘A Fig. 6.11 mostra o diagrama fasorial com as ten-
sdes e as correntes na carga.
Fig. 6.11 Diagrama fasovial para ocircuto da Fig. 6.10
6.3.2 Carga equilibrada em triangulo (A)
Observe o circuito triffésico mostrado na Fig. 6.12.
Fonte
Tz
Fig. 6.12 Carga equlbrads em A.
As correntes nas fases A, B, C so denominadas correntes de linha, ¢ as correntes nas,
impedancias da conexao A so denominadas correntes de fase.
CONVENGAO:
2] Paraa sequéncia de fases ABC: ABECCR lan foc ca
D] Para asequéncia de fases ACB: ACCBBA => fac fey toa
6 CieutosTrifseos 135‘A carga trifésica tem, em cada fase, uma resisténcia de 1200 em série com uma reaténcia
indutiva de 1609, e a tensdo de linha é igual a 220V.
Considerando a tensio de linha Uae como referéncia angular, tem-se
2020°V
Oc = 2202-120"
Oca = 2202120°V
Se cada uma das impedéncias que compéem a carga vale:
200253,13°0
ZaR4)j-X=1204j-16
as correntes de fase sto obtidas por meio de
tg = Jam 22000"
‘ab ~Z ~ 200253,
i Ope 2202-120"
ber Z 200253, 13°
Oca _ 2202120"
fea= Sh =
Z 200253,
As correntes de fase tém os mesmos valores eficazes e esto defasadas de 120° umas
/12-53,13°A
/12-173,13°A,
/1.266,87°A
das outras. Consequentemente, a soma das trés correntes ¢ igual a zero.
‘As correntes de linha so obtidas pela aplicacao da “Lei dos Nés de Kirchhoff” nos nés
abec.
Para oné a, tem-se:
In+fea fay =0
Ig. = fy ~ fea = 0,2279 ~j-1,8916 = 1,9053-83,13°A
De forma similar, obtém-se para as outras fases:
fy = 1,90532156,87°A.
1,9053236,87°A
As correntes de linha também tém seus valores
eficazes iguais ¢ esto defasadas de 120° umas das
outras, Pode-se observer facilmente que a soma das
correntes de linha é igual a zero.
© respective diagrama fasorial completo esté na
Fig 6.13
+ ‘A relagio entre corrente de linha ¢ corrente de
fase é _
Iq _ 1,90532-83,19°
Fig. 6.13 Diagram fasoral para circuito da Fig. 6.12 iyo aes V3L-30"
136 Circuitos de corrente alternadaConclusdo: para a carge A-equilibrada, a corrente de linh
maior que 0 da cor
M-
6.4 CIRCUITOS DESEQUILIBRADOS
6.4.1 Carga desequilibrada em triangulo (A)
© circuito da Fig. 6.146 composto por uma fonte trifésica de 230V de tensio de linha,
sSequéncia de fases ACB, que alimenta uma carga desequilibrada em triangulo,
Fig. 6.14 Carga deseqitrada em A
‘As impedancias por fase valem:
Zap = 100+ -100/3 = 200260"
2 ye = 100 J-100 = 100V32-45°0
Zea = 150 = 15020°0
Para a sequéncia de fases ACB ¢ tensio de linha Ujyq como referéncia angular, as tensbes
de linha valem: 7
Opa = 23020"
Og =2302120°V
Cac = 2302~120°V
As correntes de fase so iguais a:
Oa _ 23020"
yg = 5 = SO ca asc-cora
ba Zap 200260"
Oey 2302120"
Io = 2 = 1.62632165°A
Ze 100VaZ—45°
6 GrevtosTiiscas 137 Você também pode gostar