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* GILMAR BARRETO CARLOS ALBERTO-DE CASTRO JUNIOR CARLOS,ALBERTO FAVARIN MURARL FUJIO. SATO | ol | | oo | « Corr=nkr= =| | on || fundamentos-e-pratica J » « efi Mi ice Sumario Conceitos bisicos, 17 1.1 -Bletrotécnica, 17 1.2 Geracéo, transmissio e distribulgdo de energia elétrica, 18 1.3 ~ Circuitos de corrente alternada, 20 1.4 Rendimento e poténcia em equipamentos, 21 15~ Choque elétrico, 23, 1.6 ~Procedimentos gerais para o uso seguro de equipamentos elétricos, 23 117-Procedimento para a utilizacdo de voltimetro (medida de tensa), 24 1.8 - Procedimentos para a uti a 1.9 Procedimento para o uso de ohmimetro (medida de resistencia), 26 11.10 Leis fundamentais, 27 de amperfametzos (medida de corrente), 25 1.11 - Curva caracteristica, 29 1112 ~ Especificacio comercial de resistores, 30 . ‘Formas de ondas, 33 2.~Forma de onda continua, 33 2.2-Forma de onda oscilante, 34 2.3 -Classificagdo das formas de ondas, 34 2.4-Valores caracteristicos das formas de ondas alternadas, 36 2.5 - Visualizagao de formas de ondas no osciloscépio, 45 “Resistor, indutor e capacitor em circuitos elétricos, 51 3.1-Capacitor, 51 3.2-Indutor, 52 433 Gircuito RL série com fonte cc, 52> 3.4 Circuito RC série com fontec.c, 55 = 35 Comportamento elétrico em circuitos 56” 13.6 ~Comportamento em regime permanente do circuito RL série com fonte senoidal, 60 3.7 - Comportamento em regime permanente do resistor sob corrente senoidal, 61 3.8 Comportamento em regime permanente do indutor sob corrente senoldal, 62 3.9 -Comportamento em regime permanente do circuito RL paralelo com fonte senoidal, 62 3:10 - Comportamento em regime permanente do circuito RC série com fonte senoidal, 65 3.41 - Comportamento em regime permanente do capacitor sob corrente senoidal, 68 +412. Comportamento ern regime permanente do cieuito RC parlelo com fonte senoidal, 69 1313--Comportamento em regime permanente do cirsito RLC sie com Fonte sencidal, 70 onceitos de fasor e impedancia, 75 ‘44 -Revisio bésica de nsimeros complexos, 75 42-Fasor, 77 43-Impedancia, 79 ‘4a —Circutos com impedincias em série e/ou em paralelo, 81 4.9—Admitancia, 87 3/6 ingrams fasoria, 87 Poténcias em circuitos de corrente alternada, 97 5.1 Coneeitos bisicos, 97 5.2 Obtengéo experimental das poténcias aiva ¢ reativa, 109 5.3~Fator de poténcia, 111 5.4 ~Corregio do fator de poténcia, 113, Circuitos Trifésicos, 129 6.1 Fonte de tensées trifésicas, 129 6.2~Conexbes tifésicas, 133 63 -Circuitos equilibrados, 134 6.4 ~Circuitos desequilibrados, 137 Poténcias em circuitos trifésicos, 151 7.4 Poténcia aparente em carga trfasiea, 151 7.2 Medico da poténcia ativa em circuitos tifésicos, 156 7.3 Medicio da poténcia reativa em circuitos trifésicos, 163 7.4—Demanda e curva de cargs, 168 7.5~Mediglio da energia elétrica, 170 7.6~Composigdo a fatura de energia elétria, 172 ‘Transformadores , 179 g.-Introdusio, 179 32 ~Lei de Indugio de Faraday, 180 2.3 ~‘Transformador monofésico, 181 4~Transformador ideal, 182 {855 ~ Autotransformador monofésico, 185 48.6 Transformador real - caracteristicas de operacio, 189 8.7 ~Polaridade dos enrolamentos, 194 8.8 ~‘Transformador trifésico, 195 8. ~ Transmissio e distribuicio da energia elétrica, 198 14 Circuitos de corrente aiternada ‘Acionamento e protecio em instalacées elétricas, 207 9.1 Distribuigao de energia elétrica em baixa tensio, 207 9.2-Normas ¢ regulamentos, 211 9.3~ Aterramento das instalagées elétricas, 212 9.4 Choque elétrico, 217 9.5 Padronizagio de plugues e tomadas, 218 9.6 - Dispositivos de acionamento, 220 9.7 Dispositivas de protegio, 223 {9.8 ~ Orientagées do Corpo de Bombeiros para o “Programa Casa Segura - Prevenciio contra choques e curtos-cireuitos", 225 9.9 - Lampadas de uso popular, 226 Motores e geradores, 235 10.1 - Conversdo eletromectnica de energia, 285 10.2 Aspectos construtivos, 236 10.3 ~ Principio de funcionamento dos motores de inducio e sincrono, 238 10.4 Caracteristicas eléticas, 42 410.5 ~Identificagao (dados de placa), 245 10.6 ~ Regulamentagio, 246 10,7 ~ Acionamento de motor de indugio trfésico, 248, 10.8 ~ Principio de funcionamento do gerador ca, 249 109 -Gerador ea. clementar, 269 10.10 Principio de funcionamento do motor de corrente continua, 21 410.11 ~ Classificagio do motor e.., 252 410.32 Motor universal, 253 410.13 - Caracteriaticas operacionais do motor ec, 253 410.14 Acionamento de motores de corrente continua, 254 10.15 ~ Comentarios gerais, 256 Sumatio 5 ot - \? ~ os “a Conceitos basicos Neste capitulo sao introduzidos alguns conceitos que serio titels ao longo deste livro, além de uma abordagem sucinta sobre normas de seguranca pertinentes 20 uso da eletricidade e informacées importantes sobre o uso de alguns instru- mentos de medidas de grandezas elétricas. Como exemplo de aplicagio desses {nstrumentos, descreve-se um método para obter a curva caracteristica de bipolos resistivos dos tipos linear e nao linear, abordando as condigées de validade de Let de Ohm e a obtencao dos valores das respectivas resisténcias elétricas, Entenda-se por bipolo qualquer componente conectado a um circuito elétrico por meio de um par de terminais (dois contatos elétricos). 1.1 ELETROTECNICA Em linhas gerais, Eletrotécnica pode ser conceituada como a érea da Engenharia Flétrica que estuda a geracao, a transmissao, a distribuicio ¢ a utilizacio da energia eltrica. Desde 1879, quando Thomas Alva Edison apresentou a primeira lampada incandescente apropriada para utilizagéo comercial (a lampada incandescente foi inventada por Sir Joseph Wilson Swan em 1860), essa area vem apresentando ‘uma evolugio notével, que pode ser constatada pelo crescimento constante da demanda de energia elétrica e pelo desenvolvimento tecnolégico alcangado para co seu atendimento. A sociedade moderna depende definitiva e intensamente da cenergia elétrica. Sir Joseph Wilson Swan nasceu em 31 de outubro de 1828, em Sunderland, Durham, Inglaterra, e faleceu ‘em 27 de maio de 1914, em Werlingham, Surrey, Inglaterra, Fol o fisico e quimico que, além da Kimpada incandescente, desenvolveu a chapa fotogrifica seca, uma contribuigdo importante para a ctiagéo do ‘modemo filme fotogrfic. Ele patenteou um papel fotogréfico com alta sensibilidade,revestdo com uma ‘emulséo de brometo de prata,além de um processo para a formacao de fbras a partir de nitrocelulose, 0 ue foi aproveitado pela indistia text Serd que alguém, olhando para a lampada acesa no teto de seu quarto, jf teve a curiosidade de se questionar: “De onde vem a energia elétrica que ilumina este ambiente?" Provavelmente sim, Entretanto, se essa pergunta fosse feita no século XIX, a resposta seria diferente da de hoje, pois, naquela época, era correto afirmar que a energia elétrica isoladamente, isto é, o que a usina gerava era transportado diretamente para um ou mais centros consumidores, 1,2 GERACAO, TRANSMISSAO E DISTRIBUIGAO DE ENERGIA ELETRICA Na Fig, 1.1 esté representado um dos tipos existentes de sistema de geracdo, transmissio e distribuigao de energia elétrica, destacando-se no quadrilétero tracejado a usina hidrelétrica, sistema mais encontrado no Brasil, responsvel pela maior parte de toda a energia gerada (letra U representa diferentes magnitudes de tenses). A agua é conduzida através de tubulages até seu impacto com as palhetas de uma turbine, o que a faz girar. A turbina é conectada ao eixo'de uma maquina elétrica - gerador ou alternador ~ que em seus terminais fornece uma tensdo senoidal com determinada magnitude e frequéncia. A turbina tem a fungo de converter alguma forma de energia (cinética, térmica ete.) em energia mecénica, e o gera- dor ¢ responsaivel pela conversio da energia mecéinica em energia elétrica. Existem outros tipos de usinas, ' exo } ' come a8 termoeétias,em que vapor alta presato he ar, bre! Fn] _subtut dgua. 0 vapor écbtido por men da queima de combustves fies (earvle, pete, gis ou de e- ages nucleares (fissdo a partir do urénio enriquecido, por exemplo). A energia eléttica pode ainda ser gerada or meio de outros tipos de transformacdo, como a os partir da Iuz do Sol, da forca do vento ou das marés, Sn mf cores Je "SERI] Asner ees pans wins ee oe v mitida aos centros de consumo através do sistema de Fig. 1.1 Sistema de energia elatrica tipico transmiss%io, composto por condutores sustentados 18 Circuitos de corrente alternada Por torres. Por razbes técnicas e econdmicas, a transmissao de energia elétrica deve ser feita aaltas tensées, pelo me pelos geradores. Assim, antes de ser transmitida, a energia gerada passa por um transforma- wma ordem de grandeza maior do que a normalmente fornecida dor, que é um equipamento eletromagnético que transforma um nivel de tensio em outro, maior ou menor, dependendo da necessidade. Se nos terminais do gerador a magnitude da tensdo é de, por exemplo, 1SkV (15.000 volts), pode-se ter na saida de um transformador elevador magnitudes de tenses da ordem de 138, 230, 440kY, e assim por diante. Para suprir energia elétrica aos consumidores, deve-se instalar o transformador abaixador, para adequar o nivel de tens&o aos equipamentos dos consumidores. Hé consumidores — como, Por exemplo, grandes indtstrias ~ que recebem a energia elétrica em altas tensées, razio pela qual tém seus préprios transformadores abaixadores. £ fato que a energia elétrica vem sendo cada vez mais utilizada, por suas caracteristicas proprias de flexibilidade e eficiéncia. Como consequéncia, a operacio dos sistemas elétricos atingiu altos niveis de complexidade, com intimeros problemas a serem enfrentados € resolvidos por engenheiros para atender A demanda, garantindo niveis aceitaveis de qualidade, confiabilidade e econdmia. Portanto, hoje, a resposta a pergunta "De onde vern a energia elétrica que ilumina este am- biente?” é bem diferente da que esté ilustrada na Fig. 141, pois a necessidade de grandes quan- tidades de energia e de maior confiabilidade fez com que as diversas unidades geradoras fos- sem interligadas, formando uma tinica rede elétrica, o sistema interligado. A Fig. 1.2 corres- onde a um diagrama parcial da Integracéo Eletroenergética do sistema interligado brasileiro. Na Fig. 1.2 pode-se constatar que ha uma linha de transmissio interligando duas grandes regides: a regiéo Sul/Sudeste/Centro-Oeste e a regio Norte/Nordeste. Trata-se de uma linha de transmissio de S00kV, com capacidade para transportar cerca de 1.000 MW e com comprimento de 1.270km, partindo da subestacio de Imperatriz, no Maranhéo, atravessando todo o Estado de Tocantins e chegando a subestacao de Samambaia, no Distrito Federal. O chamado Linhao foi projetado e construido para promover o intercémbio energético entre 0s sistemas Norte-Nordeste Sul-Sudeste, possibilitando o despacho de energia nos dois. sentidos, em fungao dos periodos de chuvas e secas nas regides. Apesar de uma maior complexidade tanto no seu planejamento como na sua operacio, inclusive com a possiblidade de propagacio de perturbacdes localizadas por toda a rede, ‘um sistema interigado traz muitas vantagens,tais coro: maior quantidade de unidades getadoras, necessidade de menor capacidade de reserva para as emergéncias, intercambio de energia entre regides com diferentes sazonalidades etc. Essa pratica é adotada mundialmente ¢,no Brasil, iniciou-se no final da década de 1950. A finalidade de um sistema de poténcia é distribuir energia elétrica para uma multipli- cidade de pontes, para diversas aplicacdes. Tal sistema deve ser projetado e operado para entregar essa energia obedecendo a dois requisitos basicos, qualidade e economia, que apesar de serem relativamente antagdnicos podem ser conciliados por meio da utilizacao de conhecimentos técnicos e bom senso. A garantia de formecimento da energia elétrica 1 Cancetes sions 19 ori 2arenw Argentina sae Fig. 1.2 Integragio Elewoeneraétic Basler (sel2010) Fente: Operador Nacional do Sistema Eléico (en ons.org.blconheca sstemalmapas sin. asp) pode ser aumentada com a melhoria do projeto, a previsdo de uma margem de capacidade de reserva e 0 planejamento de circuitos alternativos para o suprimento. A subdiviséo do sistema em zonas, cada uma controlada por um conjunto de equipamentos de chaveamento, ‘em associacio com um sistema de protecio, proporciona flexibilidade operativa e garante a ‘minimizacdo das interrupcoes. Em resumo, os chamados Sistemas de Energia Elétrica so constituidos por um conjunto de equipamentos uilizados para realizar as tarefes de gerar,transmitire distibuir enegia clética. Els dever ser projetados e operados de forma a atendercritrios relacionados &~ qualidade, confiabilidade e economia do fornecimento de energia elétrica, além de causar os menores danos possiveis ao meio ambiente. | 1.3. CIRCUITOS DE CORRENTE ALTERNADA

— = 1.840 Sabendo-se que cada cavalo-vapor (CV) corresponde a aproximadamente 736W, utiliza-se a Eq, (1.2) para determinar o rendimento do motor eTeee 756 100% Te40 10% 22° Circuitos de corrente alternada 1.5 CHOQUE ELETRICO 0 choque elétrico, seja por contato direto ou indireto, é um dos acidentes mais perigosos. ‘Uma corrente elétrica da ordem de 10 mA (0,014) pode paralisar uma pessoa, e uma corrente da ordem de 100 mA (0,1 A) pode ser fate. Se a pele humana esta timida ou cortada, sua resisténcia elétrica diminui € a corrente pode aumentar a niveis perigosos em caso de acidente. ‘Um exemplo tipico de choque elétrico por contato indireto é o do chuveiro, pois através da agua pode ocorrer a condugio de corrente elétrica da resisténcia para a carcaca, para outras partes da instalacio hidréulica e para 0 ser humano, Portanto, € fundamental a conexiio do fio de aterramento no condutor de proteclo (ver Cap. 9). Desde que algumas medidas de seguranca sejam adequadamente adotadas, a convivéncia didria com diversos dispositives elétricos e eletrénicos ecorreré sem riscos de acidentes pes- soais (choques elétricos, traumatismos, entre outros) e danos materiais (queima, explosdes, entre outros) ‘A seguir, io apresentados alguns procedimentos extremamente necessérios que devem ser adotados para a realizaco segura dos experimentos propostes nos videos, bem como na convivncia didria com equipamentos elétricos. . ws 1.6 PROCEDIMENTOS GERAIS PARA O USO SEGURO DE \ EQUIPAMENTOS ELETRICOS 41) Certifique-se do valor das tensdes nas tomadas ou fontes de energia elétrica a serem utilizadas. 2] Nunca instale e acione os equipamentos sem antes ler o respectivo manual para obter as instrugSes adequadas sobre como instalé-los e operé-los. 3] No caso da realizagéo de experimentos (ensaios) em laboratério ou mesmo em outros ambientes, execute-os de maneira visualmente organizada. 0 circuito deve ter sua montagem de tal forma que facilite ao méximo a conferéncia com o respectivo esquema elétrico. 4] Examine as conexées do cizcuito ou equipamento elétrico detalhadamente antes de colocé-lo em funcionamento. Verifique o estado geral dos equipamentos e instrumentos, fiacio e bones de conexao. 5] Antes de tocar no circuito, verifique sempre se ele est desligado e descarregado (no nto. deve ser sempre conectado em paralelo aos contatos elétricos dos componentes de um circuito. caso de capacitores, por exemplo) utilizando um voltimetro. Este instru nos quais se deseja medir a magnitude da tensao. 6] Evite realizar reparos em circuitos elétricos ou manusear equipamentos elétricos quando estiver cansado ou tomando medicamentos que causem sonoléncia, 7] Use calgado adequado para proteger os pés endo trabalhe com sapatos e roupas timidas, 1 Concetasbisicos 23 2 8] Evite 0 uso de algo que possa enroscar ou estabelecer contato elétrico inadequado (colares, anéis, pulseiras etc). 9]_ Evite brincadeiras. Controle suas aces para se proteger e aos seus colegas. Mantenha sempre limpo e organizado o circuito ou equipamento elétrico. ‘Seja em um circuito elétrico ou durante a utilizagdo de um equipamento, pode ser necessério conhecer e manter 0 controle sobre algumas grandezas elétricas préprias de sua operagio, como por exemplo, tensdes, correntes e poténcias. Nesses casos utiliza-se um instrumento de medidas de grandezas elétricas conhecido como multimetro, que pode ser do tipo analégico (valor indicado por ponteiro em escala graduada) ou digital {com mostradores numéricos) e que contempla algumas fungdes tais como: voltimetro, amperimetro, ohmimetro ete. Um multimetro pode, ainda, ser do tipo bancada (utilizado sobre uma superficie) ou alicate (seguro pelas mios). Portanto, ao utilizar um multimetro para medir uma tensio, selecione a func&o voleimetro; se for medir a intensidade de uma corrente, selecione amperimetro; e assim por diante. Essa escolha deve ser realizada conforme instrugées especificas do fabricante do multimetro. ‘Uma vez escolhida a funcdo do multimetro, siga as instrugdes de uso de voltimetros, amperimetros e ohmimetros apresentadas a seguir, ¢ de outros instrumentos que ainda serio abordados, tendo em mente que os procedimentos descritos em cada caso talvez precisem ser adaptados conforme o modelo do multimetro. No caso de multimetros analégicos, em geral aplicam-se as instrucdes apresentadas nas préximas segées; para alguns tipos de multimetros digitais, porém, as instrucdes podem ser simplificadas, pois ha instrumentos digitais com selecdo automética de fundo de escala, bastando realizar as conexées adequadas e selecionar a fungo do multimetro conforme orientagées do fabricante. Lembre-se de que um multimetro instalado em uma condigéo de leitura errada no mediré 0 que vocé deseja, podendo causar danos ao instrumento e ao circuito elétrico, Portanto, ao se utilizar um multimetro, deve-se estar bastante atento ao tipo de medigo a ser realizada (TENSAO, CORRENTE ou RESISTENCIA), & forma (ALTERNADA ou CONTINUA), & escala adequada e & correta conexdo do instrumento (SERIE ou PARALELO), 1.7 PROCEDIMENTO PARA A UTILIZAGAO DE VOLTIMETRO (MEDIDA DE TENSAO) Antes de conectar os terminais do voltimetro' fonte ou a0 circuito: + Estime o valor da tensdo a ser medida e selecione o fundo de escala adequado para a grandeza a ser medida, Nao sendo posstvel estimar 0 valor da tensio, deve-se escolher 0 maior fundo de escala. Esteje atento para que a tensio a ser medida nao ultrapasse a capacidade méxima do instrumento. + Selecione no instrumento o tipo de tensio a ser medida: alternada ou continua. No caso de tensao continua, observe a polaridade. _ Circuitos de corrente alternada 1u com a fonte, ou com 0 equipa- + Conecte os terminais do instrumento em PARALELO, ‘mento, ou até mesmo com um bipolo existente em um circuito elétrico (por exemple, um resistor), ou seja, onde se deseja efetuar a medida, Observe as conexdes na Fig. 14 + Caso o fundo de escala escolhido tenha sido o méximo, sem desligar a fonte, diminua o fundo de escala para um valor imediatamente acima do que est sendo medido. Note que no Cizcuito 1 (Fig. 14) o amperimetro mede a corrente fornecida pela fonte e que circula pelo restante do circuit (equipamento e voltimetto). Se 0 volimetro for considerado ideal, ou seja, com resistencerintemé “infnita’, a leitura do amperimetro corresponderé somente & corrente no/equipamento,Jé no Circuito 2, o voltimetro mede a tensfo fomnecida pela fonte, que é a tensio total aplicada ao conjunto formado pelo equipamento e pelo amperimetro. Se o amperfmetro for considerado ideal, ou seja, com resisténcia interna nula, a leitura do voltimetro correspondera somente & tensio sobre 0 equipamento. Esse assunto 6 abordado com mais detalhes na seco 1.11 Fete tanemero] [ome] aperan A Amperimetro Circuito 2 Vveltimetro Circuito 2 Fig. 1.4 Exemplos de conexdo de votimetro 4.8 PROCEDIMENTOS PARA A UTILIZACAO DE AMPERIMETROS (MEDIDA DE CORRENTE) i] Amperimetro inserido no circuito ‘Antes de conectar os terminais do instrumento a0 circuito: « Estime o valor da corrente a ser medida e selecione o fundo de escala adequado. Nao sendo possivel estimar o valor da corrente, selecione o maior fundo de escala. Esteja atento para que a ci acapacidade maxima do instrument. _ ‘+ Selecione no instrumento o tipo de corrente a ser medida: alternad: No caso de corrente continua, A observe a polaridade. «+ Assegure-se de que o circuito nao esteja energizado, + Conecte os terminais do instrumento em SERIE, ou com a fonte, ou com um equipamento, ou até mesmo com um bipolo existente em um circuito elétrico, ou seja, onde se es deseja efetuar a medida, Observe as conexdes na Fig. 1.5. Fig. 1.5 fxemplo de conexdo de amperimetro contin 1 Conceitestiéscas 25 28 + Energize 0 circuito e faga a leitura, * Caso o fundo de escalla escolhido tenha sido o maximo, desligue a fonte e diminua o fundo de escala para um valor imediatamente acima do que est sendo medido. Religue a fonte e faca a leitura, Note que na Fig. 15 hd um amperimetro que mede exclusivamente a corrente xno motor, por estar conectado em série com ele, ¢ o outro amperimetro mede a corrente total no circuito. fi] Amperimetro do tipo alicate Antes de conectar o instrumento ao circuito: + Estime o valor da corrente a ser medida e selecione 0 fundo de escala adequado. Nao sendo possivel estimar o valor da corrente, selecione 0 maior fundo de escala. Esteja atento para que a cor- rente a ser medida ndo ultrapasse a capacidade maxima do instramento, + Se for 0 caso, selecione no instrumento 0 tipo de corrente a ser medida: alternada ou continua. * Conecte o instrumento no ponte do circuito onde se deseja efetuar a medida, conforme ilustrado na Fig 16. Caso 0 fundo de escala escolhido tenha sido o mé- ximo, diminua-o para um valor imediatamente Fig. 1.6 Amperimetto do tipo aicate acima do que esta sendo medic. 1.9 PROCEDIMENTO PARA 0 USO DE OHMIMETRO (MEDIDA DE RESISTENCIA) O ohmimetro é um instrumento que mede o valor da resisténcia elétrica de um tinico bipolo ou de um conjunto de bipolos conectados entre si, e conectados ou ndo em um circuito elétrico. Em um ohmimetro,o principio de funcionamento basela-se em aplicar nos terminals de um bipolo uma tensio continua proveniente de uma bateria interna do aparelho. Consequentemente, uma corrente elétrica circula pelo bipolo e o chmimetro exibe no mostrador (splay o valor da sua resistencia, que cortesponde a relagdo entre as magnitudes da tensio e da corrente, No ohmimetro digital essa relagdo é realizada por um circuito cleric temo do instruments enquanto no obnimetro slp por ess ds interagio entre campos magnéticosintemos do instrumento, associados & tensdo e &corrente, tem-se ‘© movimento do ponteiro sobre uma estala devidamente graduada, ‘Antes de conectar o instrumento a um bipolo ou a0 circuito: Cireuitos de corrente alternada «Se for medir a resisténcia entre dois contatos de um circuito (conhecida como resisténcia equivalente), assegure-se de que o circuito ndo esteja energizado, Lembrete: em geral, a8 fontes tém resisténcia intema. «Se for medir a resisténcia de um timico bipolo, retire-o do circuito e conecte-o 20s terminais do ohmfmetro « Selecione o fundo de escala adequado para a grandeza a ser lida. Se no conhecer a ordem do valor da grandeza a set lida, selecione o maior fundo de escala. «+ Apés a leitura, desligue o instrumento ou, caso o ohmfmetro faga parte de um multimetro, retomne a chave seletora para a posicao “desliga” ou para a funcéo amperimetro ou voltimetro. Esse procedimento evita que a bateria interna do instrumento se descarregue. 1.10. LEIs FUNDAMENTAIS: 4.10.1 Lei de Ohm Em 1827, Georg Simon Ohm descobriu que, para certos materiais, a uma dada temperatura, a relacdo entre a diferenca de potencial U aplicada entre dois pontos de um condutor € a corrente J que flui entre esses dois pontos é constante, Essa constante corresponde a resisténcia R do condutor, dada por: \ 4 u T a5) ‘e que pode ser medida com 0 ohmimetro, conforme descrito na secdo 1.9 A diferenca de potencial é expressa em volts (V); a corrente em amperes (A) ea resisténcia em ohms (0), Georg Simon Ohm nasceu em 16 de marco de 1789, em Erlangen, Alemanha, e faleceu em 6 de julho de 1854, em Munique, Alemanha, Foi o fisico e matemético que, entre 1825 e 1827, desenvolveu a primeira ‘eoria matematica da conducéo elétrica nos circuitos, que resultou na formula posterioimente denominada de Lei de Ohm. 0 reconhecimento do seu trabalho s6 ocorreu em 1841, quando ele recebeu da Royal Society ‘of London a Medalha Copley, que é um prémio no dominio das ciéncias. Cuidado para nao confundir o conceito de resisténcia com resistividade, pois esta é uma ‘grandeza fisica que expressa de forma quantitativa a propriedade que os materiais tém de apresentar diferentes graus de oposicio & passagem de corrente elétrica, ou seja, trata-se de uma caracteristica do material em sie néo de uma amostra (pedaco) do material. Portanto, a resistividade do cobre, por exemplo, é caracteristica do metal cobre e nao de um pedaco de fio feito de cobre, 2o qual se associa 0 conc: 4 (mn), da area da secao transversal A (m?) na Eq. (1.5) 0 de resisténcia, que depende do comprimento esistividade p (Q.m) conforme indicado 41 Conceltesbésicos a pe uM Ra (6) A representacio grafica da Lei de Ohm é apresentada na Fig. 17. Bipolo Ohmico, Resistor Linear ou simplesmente Resistor é aquele ccuja relagéo tenstio/corrente ¢ constant isto é, sua curva caracteristica _ sa € uma reta e, portanto, satisf Fig, 1.7 Representacio gia da Lei de Ohm mais basico componente eletrénico que tem por finalidade oferecer uma oposigdo & passagem de corrente elétrica através de seu material, Dessa forma, é possivel usar um ou mais resistores para controlar a corrente elétrica sobre os componentes desejados. Em geral, nesse bipolo hé conversio de energia elétrica em energia térmica, Os resistores podem ser fixos ou variaveis. No caso dos variéveis, so denominados potenciémetros ou reostatos, cujo valor é alterado ao girar um eixo ou deslizar um cursor. Alguns resistores sao longos ¢ finos, com o material resistivo colocado ao centro e um. terminal de metal ligado em cada extremidade. Esse tipo de encapsulamento é chamado de encapsulamento axial. Resistores usados em computadores e outros dispositivos sao tipicamente muito menores, e frequentemente sao utilizadas tecnologias de montagem superficial (surface-mount technology ~ SMT) sem a necessidade de um par de terminais. Resistotes de maiores poténcias so produzidos mais robustos para dissipar calor de maneira ‘mais eficiente, mas seguem basicamente a mesma estrutura. Popularmente, de forma equivoceda, esse bipolo é conhecido como resisténcia: cia do chuveiro”, “resisténcia do aquecedor” ete. Para entender o funcionamento de circuitos elétricos ou eletrénicos é fundamental conhecer as caracteristicas de operacio U us I (curvas caracteristicas) dos seus componentes, como descrito na proxima segio. 1.10.2 Lei dos Nés de Kirchhoff Parte de um circuito elétrico com trés resistores esta representada na Fig, 8, Pode-se identificar trés nés elétricos nesse circuito, um dos quais é caracterizado por um ponto (contato) do circuito onde trés ou mais condutores esto ligados. ‘A Lei dos N6s de Kirchhoff" estabelece que em qualquer né, a soma das correntes que saem é igual & Soma a das correntes que chegam. No circuito da Fig. 1.8 tem-se: + nba: +la— is enob:ntis—W=0 ou b+is= enécbtis— ou bth aig ou bticmis Fig. 1.8 Parte de um crcuito eltico 28 Circuitos de corrente alternada YONA Rayos QV I? oname be doRraae 1 Og & Poder Gustav Robert Kirchhoff nasceu em 12 de marco de 1824, em Kénigsberg, Alemanha, e faleceu em 17 ‘de outubro de 1887, em Berlim, Alemanha. Foi o fisico que se destacou com contribuigées cientificas no ‘campo dos circuits eltrcos, na espectroscopia, na emisséo de radiagdo dos corpos negros ena teora da clasticidade (modelo de placas de Kirchhoff. Foi o autor de duas leis fundamentais da teoria clssica dos citcuitos elétricos e da emisséo térmica, 1.10.3 Lei das Malhas de Kirchhoff No circuito elétrico da Fig, 1.9 identifica-se uma malha caracterizada por um caminho elétrico fechado. ‘A ‘Lei das Malhas de Kirchhoff” estabelece que em qualquer . diferencas de potencial (4.d.p.) é nule. No circuito da Fig, 1.9 tem-se: -U+U;4U2=0 ou U=Ur+U2 Fig. 1.9 Indicagéo de malha em circuit elico 1.11 CURVA CARACTERISTICA Entre diferentes métodos para obtencio do valor da resisténcia, particularmente de um bipolo resistive dos tipos linear e nfo linear, nesta secio aborda-se o método de obtencio da curva caracteristica de um bipolo com um voltimetro e um amperimetro, ou seja, medindo a diferenca de potencial entre seus terminais e a intensidade da corrente através dele. Os circuitos da Fig. 1.10 so adequados para essa finalidade. [ere cao] Lom] ©) Eupenaro A -anperinevol— Fig. 1.10 Métode do voltimetro amperimetro CO video “Obtencao da curva caracteristica de bipolos — Procedimento experimental” apresenta a abten- L «Bo de curva caracterstica com base nos circuitos da Fig. 1.10 1 Coneetosbisieas 29 um vm Hal TAL Fig. 1.11. Cunas caractristcas de bipolos Em qualquer um dos circuitos, para cada valor de tensio hé um correspondente valor de corrente, com os quais se pode tracar a curva caracteristica do respectivo bipolo, que pode ser linear (Fig, 1-114) ou nfo linear (Fig. 1.118) Para cada ponto da curva caracteristica, pode-se utilizar a Eq. (15) para obter um valor de resisténcia (®), 0 qual é valido para um determinado ponto de operagio, No caso da Fig. 1.12, cuja curva caracteristica corresponde a um resistor, o valor de R serd tinico. 1.12 ——_—_4iz=zZ-__ wea ee Fig. 1.12 Bremplos de rsistores comerciais ESPECIFICACAO COMERCIAL DE RESISTORES 0s resistores sao usualmente especificados por pardimetros - valor nominal, tolerancia e poténcia na dissipada -, informados pelo fabricante no préprio resistor, seja numericamente ou por cédigo de cores (Fig. 1.12) ‘Se um resistor Com valor nominal 1kQ tem uma to- lerdncia de 5%, isso significa que sua resistncia pode assumir qualquer valor entre 950 e 1.0500 (1k0 =5%) Essa informacao ¢ importante, por exemplo, para selecionar o fundo de escale de um amperimetro a ser conectado em série com o resistor. # Exemplo 1.2 Considere um resistor de 1kQ, 10W e tolerancia de 5%, Para selecionar 0 fundo de escala do amperimetro, deve-se calcular o valor da corrente que poderd circular nesse resistor, com base no menor valor possivel da resisténcia, ou seja, 9500. Assim: 0,1026A ou 102,6mA Selecione no amperimetro o valor de fundo de escala imediatamente acima do valor calculado. Além de se dispor da tolerdncia especificada em um resistor, pode-se calcular 0 ero percentual ou relative (€) em relagao @ um valor de referéncia da grandeza, 0 qual pode ser 0 30 Cireuitos de corrente alternada valor nominal, o valor medido ou até mesmo um valor calculado. 0 erro relativo também € normalmente expresso em valores percentuais, sendo definido por: IvG-VRI -100% an VG - valor da grandeza VR- valor de referéncia # Exemplo 1.3 ‘Um resistor com valor nominal. 1kA #5% é conectado a uma fonte c.c. cuja tensio medida com voltimetro é de 100V. Se um ampkrimetro registra 97,6 mA, pode-se calcular a resistencia ~ \ | p=% -10259 0 / ®* cos76 Se for considerado como valor de referéncia 0 valor nominal 1,0009, 0 erro relative sera de: (Reate = Ror {1.024,59 ~ 1.000] WReate =Rnoml oq, = HOCRIE- MAU' .x00% Room 7.000 ® Portanto, o valor calculado apresenta um erro de 2,46% em relagao ao valor nominal, abaixo da tolerancie (5%). Conectado a um ohmimetro, obtém-se para esse resistor 1.0240. Ao se considerar como valor de referéncia a leitura do chmimetro (instrumento confiével), pode-se avaliar a preciso do valor nominal informado pelo fabricante, Nesse caso, 0 erro relativo é de: Rom Real {1.000 ~ 1.0241 Real peo 100 100% 34% Rimed Independentemente do valor de referéncia adotado, 0 importante é o valor do resistor estar no intervalo estipulado pelo fabricante. we 0 video "Curvas caractersticas de bipolos” destaca aspectos praticos citados nesses exemplos. Exercicios 4.1 Na Fig. 1.1: a) Quais as fungSes dos transformadores nela representados? Justifique, b) Quais as funcdes da turbina e do gerador? 1.2 Cite vantagens e desvantagens em um sistema interligado de geracdo e transmissao de energia elétrica. 1. Coneeitastsicas 31 2 1.3. Em situagio de choque elétrico, faz diferenca a pele humana estar timida ou cortada? Explique. 14 Cite exemplos de situagées de choque elétrico por contato direto e por contato indireto. 1.5 Indique pelo menos mais dois procedimentos de seguranca que poderiam comple- mentar a seco 15 1.6 Relate um acidente elétrico do seu conhecimento e cite uma ou mais normas de seguranga que poderiam ter sido adotadas para evité-lo. (Agradecemos 0 envio do seu relato pare um dos e-mails citados em nossas fichas biogrétficas) 1.7 Como deve ser selecionado o fundo de escala em um instrumento de medida de uma grandeza elétrica quando: a) é possivel estimar o valor dessa grandeza? b) nao é possivel tal estimativa? 1B Cite, em sequéncia, os cuidados que se deve ter para a utilizagio de: a) amperimetro; »b) voltimetro; ©) chmimetro 1.9 Ciente de que um amperimetro tem resisténcia interna da ordem de miliohms e um. voltimetro tem resisténcia interna da ordem de megachms, analise, sem 0 uso de férmulas ou equagdes, qual dos circuitos da Fig. 1.4 € 0 mais adequado para obter a respectiva curva caracteristica de um bipolo: ‘ a) com resisténcia elevada (megaohms); b) com resisténcia baixa (milichms) 1.10 Deseja-se medi a tensdo e a corrente em uma lampada conectada a uma fonte ca. Tendo como modelo as Figs. 14 e 1.5, desenhe o respectivo diagrama elétrico. 1.11 A curva caracteristica do filamento de uma lampada incandescente seria linear ou nfo near? juste LEITURAS ADICIONAIS MONTICELLI, A; GARCIA, A. Introdugio a sistemas de energia elétrica, S80 Paulo: Editora da Unicamp, 2000. KAGAN, Ni; OLIVEIRA, C. C. B, de; ROBBA, E. J Introdugio aos sistemas de distribuicdo de energia elétria, S80 Paulo: Edgard Bucher, 2006. CAPUANO, F. G; MARINO, M. A. M. Laboratério de Eletricidade e Eletrénica. 23, ed. S40 Paulo: Erica, 2007. Cireuitos de corrente alternada Formas de ondas Neste capitulo so apresentadas as formas de ondas das grandezas elétricas tensdes e correntes, com énfase para as alternadas, e abordados alguns conceitos ‘basicos para a qualificagao e quantificagao dessas formas de ondas. A utilizacao de um osciloscépio com dois canais é comentada. 2.1 FORMA DE ONDA CONTINUA 0 diagrama elétrico da Fig. 21 corresponde a um circuito em corrente continua, composto de uma bateria ligada a um resistor (R) cujo valor mantém-se constante a.um resistor (R) cujo valor mantém-se constant cua gg cist a gets esi. Como abateria€ consderada : ideal, ou seja, tem resisténcia in- have tema nua, ela fornece uma dife- renga de potencial U volts cons- tante. Se u(t) for a fungao que repre- senta o valor instantineo da ten- Boteria sio fornecida pela fonte, entao: wo en Fig. 2.1 Circuito em corrente continua pA tensio u(t) fornecida pela fonte e a corrente i(t) que circula pelo circuito, em fungo do tempo, so mostradas na Fig. 22. Note que em ty ocorre o fechamento da chave, ou seja, a tensdo da bateria é aplicada nos terminais do resistor e, em consequéncia, circula uma corrente pelo circuito. A se i(t) fora fungéo que representa o valor instantaneo da corrente pelo circuito, para t > to, tem-se: ut) “w= @2) onde R representa a resisténcia do resistor. 1 Y_ Oinstante t= to registra uma transicao no comportamento elétrico do circuito, Em seguida, para t > to, o circuito entra o_o ‘em regime permanente (ou simplesmente regime) e os valores de tensio corrente permanecem constantes. Se a bater substitufda por uma fonte cuje tensdo é varidvel, ou seja, assume valores distintos para cada instante de tempo, circularé pelo resistor uma corrente também variével. Dessa forma, em circuitos elétricos, as tensdes e correntes 8) mis] ° rs apresentam um comportamento ao longo do tempo que pode ser caracterizado graficamente, o que corresponde ao que é, em geral, denominado forma de onda. Fig. 22 Forma de onde continua juom u 2.2 FORMA DE ONDA OSCILANTE A forma de onda de uma tensio senoidal, matematicamente expressa pela Eq. (2.3), é mostrada na Fig. 2.3 uy(t)= Uz -sen 23) u, uma forma de onda quadrada apresentada na Fig. 2.4 A expresso matematica que define a forma de onda da Fig, 2.3 Forma de onda senoidal Fig. 2.4 6: Up paranti Ecc =R-R oT (2.36) ts 3 42 Circuitos de corrente alternada Com a chave ch? fechada, circula pela lampada uma corrente alternada do tipo: = 2 =Ip-sen(w-t) e3an Nesse caso, a poténcia entregue a lampada é variavel no tempo, pois resulta do produto de uma tensio por uma corrente, ambas varidveis no tempo. PCE) = u(t) = RAO | (238) Aenergia consumida pela lampada em um intervalo de tempo T a partir de to é dada por: wir Eca= [i a(oat 239 tot Eca=R aI eat (2.40) Sob a condicao de que a energia consumida pela lampada nos dois casos seja a mesma, tem-se: perr Eco=Eca > RePRe-T ‘J aH -at fo : Tp kee=y/e-[- PeO-at ei lee Ff, a ean sendoT © perlodo da edente Kt), 0 termo do lado dirito da expresso anterior € denominado valor eficaz da cobente alternada (), ou seja: Tp leg= zi, a(t) -at (242) ‘Assim, se a fonte de corrente continue for ajustada de tal forma que a corrente que circula pela lampada (lec) seja igual a0 valor eficaz (lef) da corrente alternada I(t), aenergia @ consumida pela limpada nos dois casos seré a mesma, O valor eficaz de uma forma de onda & também conhecido como valor RMS (root-mean-square). # Exemplo 2.6 - 9 Calcule o valor eficaz da tensio alternada: \ u(t) =179,6-sen(w-®)V Sendo o periodo de u(t) igual a *, 0 valor eficaz (Ue) dado por: wl 2 [Poe ano Peennacn= [2 [tmesene-ny to ee. lal w@a= loa [, Med-dwna yaa J, [796-sen oP -dw-t) 2 Formasdeondes 43 [sen(w-t)} Considerando a relacdo trigonométrica: 1 [sen(w-t)}? = 5+ [1 -cos(2u-t)] o valor eficaz de u(t) vale: ware [OPP [[e-0- [ence] = [222 [oor see2t" o 2 : = 179.6)? 4 179,6"" _ 173,6 Uep= ae +1@-1-0)-(0-0)] = z =17V Da solugio do Exemplo 2.6 conclui-se que a relagéo entre o valor de pico e o valor eficaz, ara uma onda alternada senoidal, é Up —= wig 3) Det 4 (2.43) ou u ef . ea =] 0 video "Conceito de valor eficaz” contempla uma visdo prética desse conceito, 2.4.10 Valores nominais Equipamentos eletroeletrénicos e componentes de um circuito elétrico devem ser comercieli- zados dispondo de informacdes minimas com relacao aos valores das respectivas grandezas elétricas, denominados valores nominais, tais como: magnitude da tensio, poténcia ete. No caso de lampadas, devem estar gravadas a poténcia e a magnitude da tensio, como, por ‘exemplo, 100W e 220V, respectivamente. mentos/componentes que podem ser conectados em uma fonte c.a. ou em uma fonte c.c,,0 valor da tensio especificada (tensi0 nominal) é 0 mesmo para ambos os tpos de fonte, ¢,no 44 Cireuitos de corrente slternada 423 AS ae examinar qualitative e quantitativamente os sina elétricos, mostrando sua variacdo em fungao do tempo, amplitude, nivel GG, frequéncia, periodo, fase ete, Alguns osciloscépios possuem recursos que permitem a comparacio de dois ou mais sinais na tela, base de tempo atrasada, frequencimetro, leitura digital das escalas ete. IMPORTANTE: o osciloscdpio registra somente tensées. Se, por exemplo, ha interesse em observar a forma de onda da corrente em um motor, deve-se conectar em série um resistor de valor conhecido, como indicado na Fig. 2.18 Oscilosespio| Fig. 2.18 Conexdes das pontas de prove do oscloscépio Na Fig, 2.18, tem-se uma fonte de tensao alternada que supre energia a um motor conectado em série com um resistor. © canal 1 (CH1) do osciloscépio registra a tensio fornecida pela fonte (6d, entre CHY€ GND) eo canal 2 (CH2) registra a tensio nos terminais do resistor (@.d.p. entre CH2 e GND). Como a d.dip. (diferenca de potencial) no resistor é dada por: | ug(t)=R-i(t) (245) stor difere da corrente apenas porum. litude e, portanto, observamos na tela do fator de escala, ou osciloscépio uma forma de onda de tensao proporcional 4 forma de onda da corrente, mas que conserva todas as caracteristicas desta. £ um procedimento usual a observacao indireta de uma forma de onda de corrente através de um resistor de pequeno valor, para ndo interferir no comportamento elétrico dos demais componentes do circuito. 2.5.1 Medida de amplitude e frequéncia Devidamente calibrado, o osciloscépio fornece no eixo vertical a medida da amplitude do sinal (volts). Se a amplitude do sinal for tal que a maior escala do controle de ganho nao 2 Formasdeondas 45 é suficiente para medi-la, pode-se usar uma ponta de Prova com atenuacao; por exemplo, uma que reduz em 10 vezes a amplitude do sinal. Se 0 osciloscépio en frequéncia f do sinal, pode-se calculé-la calibrando a escala horizontal (tempo/cm) e medindo o perfodo T do sinal, conforme indicado na Fig. 2.19. .ndo possibilita medira__ 1 us Fig. 2:19 Medid do perodo z ‘ a 2.5.2 Referencial para as medidas Nos osciloscépios, as partes metélicas (parte externa das conexd s de entrada dos canais verticais, parafusos, suportes etc.) estao > interconectadas, 0 ou seja, esto em um mesmo potencial elétrico, Quando o cabo de alimentagio do aparelho possui um tercero pino (Gino de tera, todas essas partes metélicas esto conectadas a ele e, portanto, as medidas correspondem as diferencas de potencial entre os pontos medidos eo tera. Deve-e culdar para que o terminal correspondente ao terra do cabo cof o qual se faz a medida (GND da ponta de prova) no seja colocado em um ponto cém potencial diferente de zero, 0 que provocaré um curto-circuito, Também se deve estar atento ao fato de que os GNDs das pontas de prova sao ligados ao terceiro pino Uma alternativa pata eliminar tal precaucio é utilizar um transformador conectado entre a rede elétrica e 0 cabo de forca (alimentacdo) do osciloscépio (Fig. 2.20) fazendo com que 68 terminais de medida do osciloscépio no estejam referenciados a qualquer potencial da rede, 4 Osciloscépio ae) “anstormador uy] |e —__| Fig. 2.20 Osciloscdpioisolado da rede elérica 2.5.3 Conexdo das pontas de prova Observe na Fig. 2.21 as conexées das pontas de prova do osciloscépio nos terminais dos componentes do circuito. 46 Circuitos de corrente alternada Fig. 2 a \ ee © unto | da wel Le 21. Conerses das pontas de prova do oscloscépio Osciloscépio foci vono FN och As indicacdes CHi.e CH2-referem-se a dois canais do osciloscépio, através dos quais poderemos observar na tela (display) as formas de ondas da tensio no resistor (CH1) e da tenso no capacitor (CH2). Isso é possivel porque o GND esté conectado entre os dois bipolos (resi istor e o capacitor), 2.5.4 Recursos para medidas de grandezas elétricas 0s fabricantes tém incorporado aos oscilosc6pios recursos teenol6gicos para a obtencao de medidas de grandezas elétricas, tais como magnitude da tensio, frequéncia, valor eficaz, valor médio, defasagem entre duas formas de ondas e outras. No respective manual, hd cexplicagées para o uso desses recursos, em geral faceis de assimiler. ExeRcicios 2a 2.2 \Qbs.: a sigla qd corresponde a um “qua- dradinho pontilhado" da tela do oscilos- cépio ilustrada nas figuras de alguns dos exercicios a seguir. Como é possivel, em um osciloseépio, observar e quantificar a corrente elétrica que circula por um determinado bipolo? Desenhe o respectivo diagrama elétrico. Para as formas de ondas da Fig. 2.22, con- sidere que em um osciloscépio foram re- alizados os seguintes ajustes na vertical ena horizontal: § mV/qd e 0,1 ms/qa, Determine o valor de pico a pico ea respectiva frequéncia, Resp. 20 mV; 30 mV; 1,25 kHz Fig. 2.22 Formas de ondasalternadas 2 Foxmas de ondas a 2.3 Deseja-se observar, na tela de um osciloscépio, a forma de onda da tensio existente em uma tomada elétrica residencial cuja frequéncia é 60Hz, Sabendo que a tela do osciloscépio tem. 10 divisdes horizontais (10 qd), que escala hori- zontal (valor inteiro) vocé escolheria para poder visualizar na tela dois ciclos da forma de onda? Resp.: 4 ms/qd_ 2.4 Para a forma de onda da Fig. 2.23, considere que em um osciloscépio foram realizados os seguintes ajustes na vertical e na horizontal: @) SV/ad e 1,0 ms/qd; b) 15W/ad © 0,05 ms/qd. Determine o valor de pico a pico e a respec- tiva frequéncia Resp. a) 40V; 250Hz b) 120, SkHz Fig. 2.23 Forma de onda alternada 2.5 Esboce um diagrama elétrico no qual sejam indicadas as conexées de um osciloscépio para que se possa medir a defasagem entre a corrente e a tenso em uma fonte ca, que supte energia a um motor monofésico. Faca todas as indicacdes no diagrama elétrico, 2.6 Uma tensao senoidal com valor de pico SV e frequéncia 1 kHz é aplicada aos terminais de um resistor de 10. Obtenha: 8) a respectiva expresso matematica para a tensGo; _Resp.'5 sen(6.283,18 t) 1b) 0 seu valor eficaz e o periodo; Resp. 3,54V; 1,0 ms ©) ovalor da poténcia dissipada no resistor. Resp.: 1,25W. 2.7 Para a montagem da Fig. 2.24: amie —— feo FX] ie Osdiloscépio| Fig. 2.24 Conexdes das pontas de prova do osclloscépio 48 Circuitos de corrente alternada a) Deduza uma formula que permita obter o valor de Rx (resisténcia desco- nhecida) em funcio de Re (resisténcia conhecida) e dos valores medidos no osciloscépio. b) Para as formas de ondas da Fig, 2.25, considere que no osciloscépio foi re- alizado o seguinte ajuste na vertical: SViqd. Se Re 100, determine Rx. Resp.: 50 2.8 Na tela de um osciloscépio (Fig, 2.26), obser- vou-se a seguinte forma de onda: 8) A partir das respectivas definicoes mateméticas, obtenha o valor mé- dio e o valor eficaz dessa forma de onda. Resp.: 2V;3,46V. b) Com os resultados do item (a), possivel graficamente, na Fig. 2.26, obter esses mesmos valores? 2.9 Uma lampada incandescente 200 W / 110V (valores gravados no bulbo) brilha com certa intensidade quando instalada em uma resi- déncia onde a ten: 6 de 110. 0 que ocor- rerd com o brilho quando a mesma lampada for conectada a uma fonte c.c. com tensao de 110V? Justifique com base no conceito de valor eficaz. 2.10 Nos terminais de uma fonte de tensao se- noidal com amplitude maxima de 100, esté conectado um forno resistivo. Qual seria 0 valor da tensio de uma bateria que, na falta de energia elétrica, suprisse a mesma potén cia a0 forno? Justifique com base no conceito Fig. 2.26 Ferma de onda paride, Escala horizontal: 200mslqe de valor eficaz Resp.:70,71v Escala verte 2Viad 2.41 Um aquecedor monofésico 300W / 110V, composto de um resistor alojado em um refratario cénico, mantém um ambiente com temperatura de 25°C quando conectado a rede elétrica (c.a.) em uma fazenda onde a tensdo é de 110V. Se houver uma 2 Formas deondas 49 interrupgo no fornecimento de energia elétrica e o aquecedor for ligado a um gerador ce. (fonte de corrente continua) com tensdo 110V, 0 que ocorrerd com a temperatura? Justifique com base no conceito de valor eficaz 2.12 Obtenha o valor eficaz para cada uma das formas de ondas do Exemplo 25. Resp.: 10,61V; 9,95 LEITURAS ADICIONAIS BOLTON, W. Analise de circuitos elétrcos. So Paulo: Makron Books do Brasil, 1994. CASTRO JR, CA, TANAKA, M. R. Circuitos de corrente alternada ~ Um curso introdutério, So Paulo: Editora da Unicamp, 1996. BURIAN JR, ¥; LYRA, A. CC. Circuitos elétricos. So Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. BARTKOWIAK, R. A, Circuitos elétrios. Sao Paulo: Makron Books do Brasil, 1994. CAPUANO, F. G; MARINO, M. A. M. Laboratério de Eletricidade e Eletrénica. 23. ed. Sio Paulo: Brica, 2007. 50 Circuitos de corrente alternada Resistor, indutor e capacitor em circuitos elétricos Neste capitulo so abordados aspectos considerados relevantes para a compreen- sio das caracteristicas elétricas dos bipolos resistor, indutor e capacitor, lustrados na Fig. 3.1, com seus respectivos simbolos. 9g —= —_—_o— a WW ~ ab c Resistor Inditor Capscitor Fig. 3.1. Componentes de cculto e respectvos sinbolos. © comportamento elétrico desses bipolos é analisado através de circuitos, simples, tanto em corrente continua (circuitos c.c.) como em corrente alternada (circuitos c.a}), particularmente com fonte de tenstio senoidal. ‘Uma vez que o bipolo resistor foi apresentado no Cap. 1, nas préximas segées sao descritos sucintamente os bipolos capacitor e indutor. 3.1. CAPACITOR Um capacitor ti terminais conectados a duss placas metélicas separadas por um dielétrico, que pode ser ar, papel, pléstico ou qualquer outro material nao condlutor de eletricidade. Existem capacitores esféricos, cilindricos, planos ete. Fic sass cen nite as ts aepteenarf ornseer earns ian Popularmente, ess bipolo ¢ também denominado condensador. “Quando os seus terminais sao conectados a uma fonte cc, devido ao dielétrico, hd circulagio de corrente elétrica somente durante o tempo necessério para a migracdo de elétrons do negativo da fonte para a respectiva placa e da outra placa para 0 positivo da fonte, tornando o capacitor “carregado", ou seja, com ‘energia armazenada na forma de campo elétrico. A grandeza elétrica associada. a 2 essa capacidade de armazenar energia é a capacitancia, que, embora tenha como unidade © Farad (F, na pratica € é normalmente expressa em microFarad (HF). Omanuseio de um capacitor exige muita cautela, pois quanto maior a sua capacitancia, mais intenso Sefé o choque elétrico se, obviamente, ele estiver carregado, Para descarregé-lo, conectéclo a um resistor de valor razodivel (acima de 10), ‘Uma caracteristica que difere a pilha do capacitor € que este pode descarregar toda a sua cenergia em milissegundos, 0 que o torna muito étil, por exemplo, em méquine fotogrétfica. Durante alguns segundos, a pilha/bateria carrega um capacitor e este descarrega toda a carga no flash quase instantaneamente, H4 muitas outras aplicacdes para esse bipolo e, no caso de sistemas de energia elétrica, hd uma aplicagéo muito importante que é descrita no Cap. 5 3.2 INDUTOR Quando os seus terminals 620 conectados a uma fonte c.. (por exemplo, uma pilha), ‘hd circulacdo de corrente elétrica através das espiras e um campo magnético é formado no interior da bobina. Se as espiras envolverem um bastdo metélico (nticleo de material ferromagnético), este seré magnetizado e, dessa forma, uma maior quantidade de energia serd armazenada na forma de campo magnético. A grandeza elétrica associada a essa capacidade de armazenar energia éa indutdncia (L), que, embora tenha ‘como unidade hhenzy (H), na pritica € normalmente expressa em mil-henry (mi). ‘Uma atengio especial deve ser dada no instante do desligamento da fonte, pois a energia armazenada seré responsavel por manter a circulacdo de corrente. Com isso, se urna chave (interruptor) estver sendo utilizada para conectat/desconectar a fonte, poderé ocorrer umm arco elétrico (condugao de corrente através do ar), causando danos aos contatos da chave. Para eliminar esse efeito, pode-se conectar tum capacitor em paralelo com os contatos da have, pois o capacitor tem comportamento elétrico oposto ao do indutor, como demonstrado neste capitulo. 1H4 muitas aplicagSes para esse bipolo e, no caso de sistemas de energia elétrica, a sua importancia é descrita no Cap. 8, que trata de transformadores, os quais sao muito titeis em circuitos de corrente alternada, tanto monofésicos como trifésicos, 3.3 CircuITO RL SERIE COM FONTE C.C. Considere o circuito elétrico indicado na Fig. 3.2, denominado RL série indutor esto conectados em série -, cuja fonte de tensdo apresenta um valor constante em seus terminais (fonte c.c). u(t) =U en Circuitos de corrente alternada A principio, por estar conectado a uma fonte c. cave que no eireito creularia uma corrente elétrica também com valor constante, a partir do. — - t - se ai ” R u(t) Entretanto, demonstra-se a seguir que isso nfo ocorre exata- mente dessa forma. ult) ~ + _ 12a —— Fig. 3.2 Circuito RL sre com fone cc @2) {As tenses nos terminais do resistor e do indutor podem ser expressas por: u(t) = Rie) 63) Substituindo essas expressdes em (3.2) e dividindo todos os termos por L tem-se: Sys? -a-qy=t-u Ba Flt FR 64 ‘Aq, (34) 6uma equagio diferencial ordinaria de primeira ordem, cuja solugdo é do tipo: 1(8) = fm (8) + ipr() es) Como demonstrado adiante, a componente inm(t), conhecida como solucio homogénes, determina a caracteristica transitéria da corrente na circuito, tendendo a zero com o passar do tempo. Por sua vez, a componente ipr(t), conhecida como solu¢ao particular, determina a caracteristica de regime permanente daquela corrente. [A parcela im(t) corresponde a resposta a entrada nula, ou seja, impde-se U = 0 na Eq. (3.4) Be) que tem como solugao: en que ao ser inserida em (3.6) resulta a = ~R/L, O valor de A é obtido mais adiante. A parcela ipe(t) corresponde a uma corrente que tem 0 mesmo tipo de forma de onda da tenséo da fonte, ou seja: ipr(t) =r es) ‘Ao se introduzir em (3.4) esse valor de ipy(t) € sua respectiva derivada em relagio a t, tem-se: co) 2 Resists indore capacitor em cruitoslétrieas 53 Portanto: u ‘orl = 5 G10) Inserindo (3.7) ¢ (3.10) na Eq. (3.5), tem-se que, a partir do instante de fechamento.da chave, a corrente no circuito corresponde a: «@ Caaett @.11) r(t) + Gamn(t) R © valor de A depende da condicéo inicial de operacao do circuito, que, neste caso, corresponde 20 valor da corrente no circuito, imediatamente apés o fechamento da chave 0, Assumindo-se que a corrente mula em 0, tem-se: - ex ‘Deasa forma, a Ea, (34) tem como solute: i(t) = ue 7 (3.13) 0 BR 7” bp] fet) A respectiva forma de onda da corrente 6 mostrada na Fig. 3.3. ‘Ao se analisar a expresso (3.13), constata-se que a componente [rt] tende a zero com © passar do tempo e, portanto, pode-se atribuir a essa componente a seguinte denominacio: caracteristica transitéria ou regime transitério da corrente nesse oe circuito. A componente [rt] éa responsével pela parte curvada na Fig. 33. eae Por sua vez, a componente [rp] é uma constante e, portanto, js) Pode-se atribuir a ela a seguinte denominacéo: caracteristica de uk regime permanente, ou simplesmente regime permanente, da Bee slcree ieee corrente nesse circuito, constatando-se que, apés algum tempo, a corrente tem comportamento similar ao da tenso na fonte. ‘Ao regime transitério associa-se uma grandeza denominada constante de tempo (1), que, pata esse circuit, corresponde a: 3.14) R Note que o valor de + corresponde ao inverso do coeficiente que multiplica o tempo na exponencial da componente [rt] na expressdo (3.13). Note também que, na Fig. 3.3, esta {indicado o ponto da curva para t = T= L/R, quando o valor da corrente atinge 63,2% do seu valor de regime U/R: u a=R G15) 54 Cireuitos de corrente altemada Na prética, considera-se que, apés um tempo equivalente a aproximadamente cinco constantes de tempo (51), 0 circuito passa e operar em regime permanente, pois, a partir desse instante, a componente [rt] ja pode ser despre- chave zada, em razio do seu baixo valor. Assim, a Eq. (3.13) u tT iw wR @.16) Ao que nos faz conciuir que, nesse cicuito, apés 57,0 ul) - b Fig, 3-4 Circuito RL série com fonte cc. apos St indutor comport ilustrado na Fig, 3.4 Circuito RC SERIE COM FONTE C.C. Anélise semelhante do circuito RL série é realizada cave para o circuito RC série conectado a uma fonte ¢.c. come massa Fi 38 —" om base na “Lei das Malhas de Kirchhoff", em-se: iw ale u(t) =U= u(t) + uct) ean wv Arelagao entre a corrente e as tensbes nos termi- nais dos bipolos é Fig. 35 Circuito RC série com fonte cc ult) ‘ w= 8 ue Gu que) 8) Inserindo (3.18) em (3.17), obtém-se: a a 1 u vero 4 = Mug +e uctO = .19) RC uct tual) = g_ucl)+ ge" uCl= AE @.9) Para a condigdo de tenséo nula nos terminais do capacitor (ele est4 inicialmente des- ccarregado), que vem a ser a condigSo inicial de operacéo do circuito imediatamente apés 0 fechamento da chave em t = 0, a solugo da Eq. (3.19) corresponde a ug(t)=U- [1-2 #"] (20) ) Portanto, a corrente no circuito é dada por: dow un Hac a pel “aert 21) (=C- Fuctd=5°¢ e2n “Arespectiva forma de onda da corrente é mostrada na Fig. 3.6. 0.368-UIR ‘Ao se comparar a Fig, 3.6 com a Fig. 3.3, nota-se uma comple: ee RE mentaridade entre os comportamentos elétricos dos circuitos RC série e RL série, Fig. 3.6 Corrente no RC série com fonte cc 13. Resistor indutor capactor em craitoseléticas SS Arrespectiva constante de tempo é: THR (3.22) chave que corresponde ao inverso do coeficiente que multi- plica o tempo na exponencial da expresso (3.21), Note que na figura 3.6 estd indicado o ponto da curva para t= 1= RC, quando o valor da corrente |. tinge 36,8% do seu valor de regime (1= 0). Th Constata-se que, nesse circuito, apés 51, 0 capacitor io’ f ‘comporta-se como um circuito aberto, como ilustrado Fig. 37 Circuito RC série com fonte cc. apés St na Fig. 37. 3.5 COMPORTAMENTO ELETRICO EM CIRCUITOS C.A. A Fig. 3.8 mostra o circuito elétrico da Fig. 3.2 com a fonte c.c. substituida por uma fonte c.a., em cujos terminais tem-se a forma de onda de tensio ilustrada na Fig. 3.9. Gom a chave fechada, a soma das tensies tor eno resistor deve ser igual ci das Malhas de Kirchhoff" ion on) uL(®) + ug(t) = u(t) = Up-sen(w-t +8) 6.23) As tenses nos terminais do indutor e do resistor podem ser expressas por: chave vo(~ __ cesebeoseee Fig. 3.8 Circuito RL série com fonte ca a aL) =L- uo) (3.24) u(t) = R(t) (25) quo Substituindo essas expresses em (3.23), tem-se: a Rit R= Up-sen(a-t+9) 6.26) Wt [radianos] Ao se dividir todos os termos por L, tem-se: +Up-sen(w-t+6) (3.27) t Le + R Ot E RO= AEg. (3.27) é uma equacdo diferencial ordinéria de primeira ordem, cuja solucdo é do tipo: Fig. 3.9 Tensdo na fonte 2.28) * inm(t) é 2 solucao homogénea - resposta & entrada nula (ut) = 0): as yak 7 Sinm(+ 5 -iym(=0 29) 56 Circultos de corrente alternada * ip) €a solucdo particular. Para a Eq, (3.29), tem-se como solucéo: fom (0) = A-e** G30) que, ao ser inserida em (3,28), resulta a= ~R/L. O valor de A & obtido mais adiante. Por meio da expresso (3.24), pode-se inferir que, se a corrente no circuito corresponder ‘8 uma forma de onda representada pela fungao seno, a tensao nos terminais do indutor corresponderd a um cosseno, Portanto, conclui-se que a soluco particular de (3.27) seré luma corrente que tem o mesmo tipo de forma de onda da tensao da fonte, mas defasada em relagio a ela, ou seja: ipr(t) =Ip-sen(w-t+0-9) @3n onde Ip € correspondem, respectivamente, a0 valor de pico da corrente e sua defasagem em relacdo & tensio da fonte Introduzindo na Eq. (3.27) a expressio de ipr(t) e sua respectiva derivada em relacao a t, tem-se: R lp COS(u-t+8-9) +> -Ip-sen(wt+8-9)==-Up-sen(w-t+) (32) iG Por meio de relagées trigonométricas conhecidas para cos(a~ b) e sen(a — b), pode-se reescrever (3.32) na forma: R Ip: ( ssen() +7 -<0x(@)) ssen(w-t+8) @aa) Yu; +p-(o cos(9) — sen(@)) -cos(o-t+0) =P -sentw-t+0) it ‘Ao se confrontar, respectivamente, os coeficientes de sen(w t+ 8) € cos(w-t-+) dos termos dos lados esquerdo e direito, a Eq. (3.33) pode ser decomposta em: R uy Ip (« sen() +7 - @3n que, inseridas em (3.34), resulta: wo(» otk ) Up tp (aay Peay rT Nez ae 2 ee Up Up =? —-F 38) VRP+ LP ll Inserindo (3,30), (3.31) ¢ (3.38) na Eq, (3.28), chega-se a: ot, UP Wa Are + Present 8-9) @.39) Uma vez que o valor de A depende da condicio inicial de operacio do circnito, pode-se assumir que a corrente é nula em t = 0. Assim: Ace? 2B sen(wt+0-9)=0 az - oP. sen(o-o) iz agen ZI : Dessa forma, a Eq, (3.27) tem como solu: Up =e, Up = .sen(@-9)-e tt+—F -sen(w-t+o-. (3.40) sen) ment ” te] tl izi= VRP (oP o=arets( ~ ) ean ‘A componente [rt] em (3.40), que corresponde ao regime transitério, tende a zero com o passar do tempo, e a componente [rp], que é do tipo senoidal, corresponde 20 regime permanente da corrente nesse circuito. Portanto, apés algum tempo, a corrente tem comportamento similar ao da tensao da fonte. Note que ipr(t) tem valor de pico Ip = Up/IZ|¢ apresenta uma defasagem g em relagdo tensdo na fonte. Aconstante de tempo (7) para esse circuito corresponde a: (3.42) {que também corresponde ao inverso do coeficiente que muiltiplica o tempo na exponencial da componente [rt] da expressao (3.40) O exemplo a seguir ilustra os regimes transitério e permanente no circuito RL série com fonte de tensao senoidal. 58 Cireuitos de corrente alternada # Exemplo 3.1 ‘No circuito RL série da Fig. 33, a fonte de tensdo sencidal tem valor de pico 190V com frequéncia 60 Hz, 0 resistor é de 100 eo indutor é de 300 mH, Considere que, no instante em que a chave € fechada, a tensio nos terminais da fonte é nula e crescente, e a corrente também é nula, a] Obtenha a expressio de i(t) e apresente a sua forma de onda, b] Apresente, em um mesmo grafico, as formas de ondas de u(t) e it) em regime permanente, explicitando a defasagem entre elas. ¢] Obtenha as expresses de ua(t) © u(t) em regime permanente e apresente as respectivas formas de ondas. a] A frequéncia angular é: = 2. nef =2-0- 602377 rad/s Se, para t a tenso nos terminais da fonte é mula e crescente, o respectivo Angulo de fase também é nulo (@ = 0°). Nesse caso, a expresso para a tensao aplicada ao circuito é: u(t) = 100- sen(377-t)V Substituindo na Eq. (3:18) todos os dados fornecidos, chega-se a: «) 281. [0,996 -e Pt + sen(377-t—84,95")] A ‘A forma de onda de i(t) est ilustrada na Fig. 3.11, Liaw Fig. 3.11, Corrente no cicuito RL série ‘0 termo exponencial na expressio da corrente, mostrado em linha tracejada na Fig. 3.11, faz com que, nos primeiros instantes, a corrente seja deslocada em relacdo ao eixo horizontal. Durante o regime transitério (de 0 51), @ forma de onda da corrente é do tipo oscilatéria, e no regime permanente (apés 57), é alternada (valor médio nulo). 3 Resists ndutor capacitor em erates leis s Aconstante de tempo para esse circuito é L _ 300-10? R 10 ms Portanto, apés 150 ms (t = 51), 0 termo exponencial praticamente se anula (componente transitéria desprezivel) e a corrente, em regime permanente, assume @ forma senoidal. peu b] Acorrente para o circuito em regime permanente é: {(¢) = 0,881 -sen(377-t-84,95°) e-store ‘As formas de ondas de u(t) e it) estao ilustradas na q Fig. 312. Ambas tém periodo T = 16,67 ms, ou seja, cor- —we respondente a f = 60Hz, ¢ a corrente esta atrasada em iw relagéo & tenséo de um Angulo @ igual a 84,95". Notar que Fig. 3.12 Corenteetensdomafontenocicuto Ruse -—_-& magnitudes da tensao e da corrente estio com escalas em regime permanente diferentes ‘ ¢] A tensdo no resistor é : g(t) = -i(@) = 8,81-sen(377-t—84,95°)V wages) d — @ a tenséo no indutor é a u(t) =L- Si) = 99,61 -sen(377-t+5,05)V to yt =L- Si) (377-t+5,05) | ao ‘As formas de ondas de ua(t) ui(t) esto representa- Fig. 3.13 Tenses no indutor eno resistor (crauto RL_-—-«4a Na Fig. 3.13. Também nesse caso, as magnitudes das sti) tensdes esto com escalas diferentes, ‘Aforma de onda de u(t) sobrepde-se & da corrente (esto em fase), ¢ a da tensio no indutor u(t) esté adiantada de 90° em relacdo a ua(t) , consequentemente, 90° adiantada em relaco & corrente. Esta andlise do circuito RL série permite-nos ter uma visio completa do seu funcionamento, De agora em diante, porém, somente serd realizada a andlise de circuitos c.a. em regime permanente, 3.6 COMPORTAMENTO EM REGIME PERMANENTE DO. CIRCUITO RL SERIE COM FONTE SENOIDAL No circuito RL série representado na Fig. 3.14, a tenso nos Fig. 3.14 Cruto RL séie com font senidal terminais da fonte corresponde a 60 Circuitos de corrente alternada u(t Up +sen(w-t +8) (3.43) ow ea respectiva forma de onda esté ilustrada na Fig. 3.15, Como ja visto, a corrente nesse circuito, em regime permanente, é a propria solucéo particular da equagio que o descreve. Assim, se a tensdo u(t) € aplicada 20 circuito, a corrente em regime permanente é: ae) ip-sen(w-t+0-9) Gan Fig, 3.15 Tensdomnafonte sendo: t G ) 4s) @=aretg VRP +(w-LP R As formas de ondas da tensdo na fonte e da corrente, destacando-se a defasagem @, estio ilustradas na Fig, 3.16. @ fato de a corrente estar a permite-nos afirmar que um circuto indutive tem a acaracteristica elétrica de atrasar a corrente em relacdo & tensio na fonte. Além disso, a defasagem entre a tensio na fonte e a corrente, regime permanente, independe do angulo de fase 8, ou seja, 0 y / = valor da tensio no instante em que a chave € fechada deixa de ter importancia pratica. A partir do circuito RL série, pode-se analisar 0 comporta- mento elétrico individual do resistor e do indutor, Fig. 3.16 Comentee tenséo na fonte 3.7 COMPORTAMENTO EM REGIME PERMANENTE DO 4 RESISTOR SOB CORRENTE SENOIDAL Se, na anélise matematica do circuito RL série, considerarmos L=0, tem-se, para um circuito puramente resistivo: f Up qe sen(a-t+a) (3.46) 1 As formas de ondas da tensio na fonte (no resistor) e da Fig. 3.17 Corrente tenséo no resistor corrente esto ilustradas na Fig. 3.17. Portanto, constate-se que a tensdo e a corrente no resistor esto em fase, e essa conclustio é vélida para esse componente em qualquer circuito a que ele esteja conectado, J etre (o-t{graus] —uw —w (tiaras) ue —iw 3 Resistor indutorecopactorem creuitosaléticas 61 3.8 COMPORTAMENTO EM REGIME PERMANENTE DO INDUTOR SOB CORRENTE SENOIDAL @+E(graus] ue —w Fig. 3.18 Corrente etensdo no indutor Se, na analise matematica do circuito RL série, considerarmos 6, tem-se, para um circuito puramente indutivo: Up (= —2 -sen(w-t+ 6-90") (47) wet As formas de ondas da corrente e da tensio no indutor estao ilustradas na Fig, 3.18. Portanto, em um indutor, constata-se rrente estéiatrasada conclusio é valida para esse componente em qualquer circuito a que ele esteja conectado. oo em relagio a tensio, e ess: Le] O video ‘Circuito RL série” apresenta uma anlse do respectivo comportamento elétrico, 3.9 COMPORTAMENTO EM REGIME PERMANENTE DO CIRCUITO RL PARALELO COM FONTE SENOIDAL Fig. 3.19 Circuito RL paralelo wow Fig. 3.20 Tensio na fonte 62 Circuitos de corrente alternada No diagrama elétrico da Fig. 3.19 tem-se um resistor conectado em paralelo com um indutor, e ambos co- nectados em paralelo com a fonte, formando o citcuito RL paralelo, . A tensio nos terminais da fonte corresponde a: u(t) = Up-sen(w-t+ 0) Gas) e sua forma de onda esté ilustrada na Fig. 3.20. ‘Ao se realizar para esse circuito um desenvolvi- ‘mento maternatico similar ao aplicado para o circuito RL série (seco 3.6), obtém-se que, quando a tensao u(0) € aplicada ao circuito regime permanente é: Ip-sen(w-t+8-9) Gas) aflas formas de ondas da tensao e da corrente na fonte, destacando-se a defasagem 9, estio ilustradas na Fig 3.21, ne # Exemplo 3.2 Uma fonte de tensdo senoidal de valor de pico igual a 100 e frequéncia 60Hz é conectada ao circuito RL pa- ralelo (Fig. 3.22), com resistor de 1000 e indutor de 300 mi. Obter a corrente na fonte em regime permanente. A tenso na fonte corresponde a: u(t) = 100-sen(377-¢+6)V. ‘A comtente em regime permanente fornecida pela fonte é do mesmo tipo da tensao aplicada, mas defa- sada de um Angulo ¢: est Acorrente no resistor vale: g(t) = Me) 100-semta-t +0) RO=E= ——~t09 sen(wt +e) ‘Note que a corrente no resistor est em fase com, a tens, como ilustrado na Fig, 3.23. Arelagio entre a tensio u(t) e a corrente no indu- tor & ue L a (t) (3.52) “Eu e: Portanto, a corrente no indutor em regime perma- nente corresponde a y oat fupaea 2 [renee Up cos(w-t+6)=—P -sen(w-t+0-90°) ot sen(w t+ 0-90") = 0,884-sen(w+t+0-90°A Note que a corrente no indutor esté atrasada de 90° em relacéo & tensdo, como ilustrado na Fig. 3.24, Gt lgraush —u —iw Fig. 3.21. Tensio ecorente na fonte @ Fig. 3.22 Circuito RL paralelo 4 W-t{greus) ay ue —iw Fig. 3.23 Cortente tenséo no resistor 5 e-tforaus) 2 ue 90" —iw Fig. 3.24 Corrente etenso no indutor 3 Resstor indutore capacitor em cireuitoselticos 62 Assim, a corrente fornecida pela fonte é: i(t) = ig(t) + (6) = sen(w- t+ 6) +0,884-sen(w-t +0 -90")A i(t) = sen(w-t +6) +0,884- [sen(w-t+ 8) -cos(90" — cos(w-t + 6)-sen(90")] A i(t) =sen(w-t-+ 6) —0,884-cos(w +t +8)A 53) Retomando a Eq. (3:51): @ Ip-sen(w-t+0-@ ip cos(g)-Sen(w-t +6) —Ip-sen(y)-cos(w-t +0) (3.54) ‘Ao se comparar (3.54) com (3.53) tem-se: Ip-costo) @ss) JIp-sen() =0,8842 G56) Dividindo (2.56) por (2.55), resulta to(p)=0.884 9 = 41,48" E substituindo o valor de @ em (3.55), terse: Ip = —— = 1,505 Pe costed Portanto: W(t) = 1,335-sen(377-t+ 0 ~41,48°)A ‘Ao se analisar passo a passo a obten¢o dessa corrente, constata-se que tanto o seu valor de pico como a respectiva defasagem em relagao & tensdo na fonte dependem do valor de pico da tensio, da frequéncia e dos valores dos bipolos que compdem o circuito. Com base na anélise dos circuitos RL série (Exemplo 3.1) ¢ RL paralelo (Exemplo 3.2), pode-se inferir que, para um circuito RL genérico, a corrente fornecida pela font esta sgzasnda enntacto’ puso ne pane waning as fn de pleco da Sapdo tx cheers €0° < @ < 90°. 0 Quadro 3.1 apresenta um comparativo entre os circuitos RL série e RL paralelo. 64 Circuitos de corrente alternada QuapRo 3.1 Comparativo entre 0s circutos RL série e RL paralelo RL série RL paralelo im 7 wr ce wo) we 2 t nal = 2 -senqw:t+0-9) t= PP -senqw-t+0-9) Ri a zi u izi= RP Hole j= Rw + (o-LF iS Wek = R ica ( 2) oe A correnteestdatrasada em relagéo &tensao na fonte A correntena fonte esta atrasada em relagdo & tens8o 0 < Iai < 90° 0<|9| < 90° A corrente esta atrasada de 90° em relacéo a tenséo no A corrente no indutor esta atrasada de 90° em relacao a indutor tensdo 3.10 | COMPORTAMENTO EM REGIME PERMANENTE DO CIRCUITO RC SERIE COM FONTE SENOIDAL No circuito RC série representado na Fig. 3.25, a tensio nos terminais da fonte corresponde a: u(t) = Up -sen(w-t +9) sn a respectiva forma de onda esté ilustrada na Fig, 3.26. ‘Também para o circuito RC série, a corrente em regime permanente é do tipo: i) =Ip-sen(w-t +9-9) Tt +t radianes) 4 welt | ees | ! Fig. 3.25 Ciauto RC sie Fig, 3.26 Tensio na fonte 3. Resstoy indutor copactorem cicuteselévicos 65 Com base na “Lei das Malhas de Kirchhoff”, tem-se: ut g(t) + uc(E) Derivando em relacao ao tempo: 4 iy = Aug t Aucte qu = Gur + Guct) Arrelagdo entre a corrente e as tenses nos terminais dos bipolos é: u(t) w= Assim, a equacio para o circuito resulta: fe ata aig range ‘As derivadas da tenso na fonte e da corrente em relagio ao tempo so: a Gell = @-Up-costa-t +0) Sql) = Ip -cos(u-t+0-9) Uitilizando as expressies das tenses, correntese suas derivadas, chega-se a (Up +cos(w-t +8) = «Ip -R- [cos(o): cos(w-t-+6) + sen(p)-sen(w-t+e)]+ E fcos(n)-sen(at+0)—sen(o)-costw-t +0] que pode ser separada em duas equacées, de acordo com os coeficientes de sen(w-t +6) cos(w-t +0): Up = Ip-R-cos()~ 2 -sen(o) (358) q; = a-Ip-R-sen(g)~ 2 -cost) 59) O valor de 9 € obtido facilmente da Eq. (3.59): 1 o=arcta ( oR Da Eq, (3.58) obtém-se: Up | r "sg @.50) Considerando: cos(o) = sen(g) = Gs) 68 Circuitos de corrente alternada e substituindo na Eq. (3.60), chega-se a: I Up Up — Vre+(-de) V+ (Ze) ‘Assim, a expresso para a corrente em regime permanente, para © circuito RC série conectado a uma fonte senoidal, corresponde a: ton te alereeonoma(-sec))] (0 Quadro 3.2 apresenta um comparativo entre os circuitos RL série e RC paralelo. QUADRO 3.2. Comparativo entre os ciruitos RL série € RC série RL série RC série ‘A corrente esta atrasad em relacéo & tenséo na fonte 0<|9| <0" # Exemplo 3.3 ‘Uma fonte de tenséo senoidal de valor de pico 100V e frequéncia 60Hz é conectada ao circuito RG série (Fig. 3.25) em que o resistor é de 100 € o capacitor é de 50 HF. Considere que, no instante em ‘que a fonte é ligada, a tenso nos terminais da fonte é nula e crescente e que a corrente também & ‘ula, Obter, em regime permanente, as expressées de i(t), un(t) e uc(t).. ‘A frequéncia angular & snof 22-160 % 37 1ad/s Se, para t = 0, a tensio fornecida pela fonte é nula e crescente, o respectivo angulo de fase ‘também é nulo (@ = 0°). Portanto, nesse caso, a expresso para a tensio aplicada ao circuito é u(t) = 100-sen(377 -t)V Substituindo na Eq, (3.27) todos os dados fornecidos, chega-se a: i(t) =1,852- sen(377 +t +79,33°)A Constata-se que a corrente esté adiantada em relacao & tenséo de um angulo @ igual a79,3° A tensdo no resistor é: ug(t) = Re 1 uote} tate akan ces. e4aa) =abarisen7# 969 A forma de onda de ua(t) sobrepde-se & da corrente (esto em fase), € a da tensio no capacitor uc(t) esté atrasada de 90° em relagao a ur(t) e, consequentemente, 90° atrasada em relacio a corrente. A partir do circuito RC série, pode-se analisar 0 comportamento elétrico individual do capacitor, 3.11 COMPORTAMENTO EM REGIME PERMANENTE DO CAPACITOR SOB CORRENTE SENOIDAL Se, na anélise matematica do circuito RC série, consi- derarmos R = 0, tem-se, para um circuito puramente capacitive: Ipee-c-Up e ga-s0" ov px—Zrad (3.63) ‘As formas de ondas da corrente e da tenséo no capacitor estéo ilustradas na Fig. 3.27. Note que a corrente est adiantada de 90° em rela- Fig. 3.27 Corrente e tenséo no capacitor Go A tenso, o que é valido para esse componente em qualquer circuito a que ele esteja conectado, ww 0 video “Circuito RC série” apresenta uma andlise do respectivo comportamento elérco +) 68 Circuitos de corrente alternada 3,12 COMPORTAMENTO EM REGIME PERMANENTE DO CIRCUITO RC PARALELO COM FONTE SENOIDAL ‘No diagrama elétrico da Fig. 3.28 tem-se um resistor conectado em paralelo com um capacitor, e ambos co- nectados em paralelo com a fonte, formando o circuito RC paralelo. A tensio nos terminais da fonte cortesponde a: u(t) = Up -sen(w-t +6) 3.64) sua forma de onda é ilustrada na Fig. 3.29. Ao se realizar para esse circuito um desenvolvi- mento matemitico similar ao aplicado para o circuito RC série (seco 3.10), obtém-se que, quando a tensio u(#) 6 aplicada ao circuito RL paralelo, a corrente em regime permanente é: ip-sen(w-t+8-9) 25) sendo: Re + (-e)* Ip=Up- a ae 2.66) a 2 Up: aa tC irctg(—w-R-C) (3.67) como ilustrado na Fig. 330. A corrente no capacitor est adiantada de 90° em relacio a tensdo, como ilustrado na Fig. 3.31, ‘Com base na anilise dos circuitos RC série e RC elo, pode-se inferir que, para um circuito RC ge- co, a corrente fornecida pela fonte estd adiantada en ‘ssflaclo do angulo de defasagem é -90" <9 <0" 0 ‘Quadro 3.3 apresenta um comparativo entre RC série ‘= RC paralelo. Jo a tensdo em seus terminais e a faixa de — i me) | Se Fig. 3.28 Circuito RC paralelo +t radianos) Fig. 3.29 Tenséo na fonte A st forausl ue —ie Fig. 3.30 Corrente e tenséo no resistor -t foraus) ie —w 90! Fig. 3.31. Corrente e tensio no capacitor 3 Resistor indutore capacitor em civcuttoseléricas 69 Quapno 3.3 Comparativo entre RC série e RC paralelo RC série RC paralelo —————— = ] Za io \ wo wre uo o — wt +8-9) i= 2 -sentw-t+0-9) FO sentwo+t+8— at Zi wi i= [r+ ( zi 2 qt woy o=arctg (- ) 9 =arctg(-w-R-C) WRC, ‘A corrente esta adlantada em relacdo & tens3o na fonte A corrente na fone esta adiantada em relaclo a tensd0 0<|9| < 90° 0 <9] < 90° ‘A corrente esta adiantada de 90° em relacdo tenséo no A corrente no capacitor esta adiantada de 90° em relagao & capacitor resto 3.13 COMPORTAMENTO EM REGIME PERMANENTE DO CIRCUITO RLC SERIE COM FONTE SENOIDAL ‘A conextio série de um resistor com um indutor e com um capacitor, frmando o circuito RLC série conectado a uma fonte de tensao senoidal, esté representada na Fig. 3.32. A tensio nos terminais da fonte corresponde a a oT ie aS un u(t) = Up -sen(w-t +8) G68) Seguindo o mesmo procedimento adotado para 0 estudo dos circuitos RL série RC série, chega-se a uma corrente em regime permanente pelo circuito RLC série igual a: W(t) =Ip-sen(w-t+0-9) (3.69) 4 Y poe em) e+ (wL- Ze) VRP+ (ML -Xc)? 1 Lo Xca=5e G7 70 Cireuitos de corrente alternada A faixa de variacio do Angulo de defasagem é -90° < g < 90°, ou seja, dependendo dos valores de R, L e C, 0 circuito pode ter sua corrente adiantada, atrasada ou em fase com Dependendo dos valores de L, Ce da frequénci ., pode-se ter: 1 we XLEXc wk te Nessa condigdo, a associagio série de L e C pode apresentar o comportamenta de um curto-cireuito do ponto de viste da fonte, pois a magnitude da corrente no circuito estaria sendo limitada apenas pelo resistor R e, portanto, se este nao existir, a fonte estaré em curto-circuito, Esse comportamento elétrico particular é denominado ressonancia série e, sendo co= 2 mf, tem-se: : 372) erred ‘ denominada frequéncia de ressondncia / Pode-se considerar que os circuitos RL série e RC série estudados anteriormente sio casos particulares do circuito RLC série. ww 0 video “Circuito RLC série” apresenta uma andlise do respectivo comportamento elétic. Exercicios 3. Parao citcuito RL série com fonte c. (Fig. 32), prove que, imediatamente apés 0 fechamento da chave, o indutor momentaneamente se comporta como um circuito aberto e que, para t + 00, 0 indutor comporta-se como um curto-circuito, 3.2 Para o circuito RC série com fonte cc. (Fig. 34), prove que, imediatamente apés 0 fechamento da chave, o capacitor momentaneamente se comporta como um curto-circuito e que, para t+ c9, o capacitor comporta-se como um circuito aberto. 3.3 Com base no Exemplo 3.1, como seria possivel diminuir o tempo de duragio do regime transitério no circuito RL série com fonte de tensao senoidal? E quais seriam as consequéncias nas formas de ondas da corrente e das tensdes nos bipolos? 3.4 Se variarmos a frequéncia da tensdo senoidal fornecida pela fonte ao circuito RI. série, quais seriam as consequéncias nas formas de ondas da corrente e das tensdes nos bipolos? 3.5 Esboce, em relacéo a um mesmo eixo de referéncia, as duas formas de onda que voce veria na tela de um oscilosc6pio, correspondentes & corrente e & tensGo no indutor no cixcuito RL série com fonte de tensio senoidal. 3 Resistor indutor€ capacitor em ccutos iiricos n n 36 37 38 39 3.40 aad 342 3.13 34 3.15 Esboce, em relago a um mesmo eixo de referéncia, as duas formas de onda que voc veria na tela de um osciloscépio, correspondentes a corrente e & tensao no capacitor no circuito RC série com fonte de tensao senoidal. se variarmos a frequéncia da tensio senoidal fornecida pela fonte ao circuito RC série, quais seriam as consequéncias nas formas de ondas da corrente e das tensdes nos bipolos? Obtenha a expressio da corrente i(t) do Exemplo 3.2 por meio das expressées (3.49) € (350). Supondo circuitos alimentados por fontes senoidais com magnitude da tense constante e frequéncia variavel, quais das frases a seguir so vélidas para o circuito RL série e para o circuito RC série? a) Aumentando-se a frequéncia, aumenta a defasagem entre tensao da fonte © corrente. b) Aumentando-se a frequéncia, diminui a defasagem entre tensao da fonte ¢ corente. ) Aumentando-se a frequéncia, aumenta a magnitude da corrente. 4) Aumentando-se a frequéncia, diminui a magnitude da corrente. Sob o ponto de vista do comportamento elétrico, o que hé de comum entre os circuitos RL série e RL paralelo? ‘sob 0 ponto de vista do comportamento elétrico, o que hd de comum entre os cizcuitos RL série e RC série? ob o ponto de vista do comportamento elétrico, o que hé de comum entre os circuitos RC série e RC paralelo? sob o ponto de vista do comportamento elétrico, o que hé de comum entre os circuitos RL paralelo e RC paralelo? Se variarmos a frequéncia da tensio senoidal fornecida pela fonte ao circuito RLC série, quais seriam as consequéncias nas formas de ondas da corrente e das tenses nos bipolos? Considere o circuito RLC série conectado a uma fonte senoidal com magnitude da tensdo constante e frequéncia variével. fa) Em que condigo a magnitude da corrente é maxima? Justifique. b) A caracteristica do circuito (resistiva, capacitiva ou indutiva) varia com frequéncia? Justifique. Citeuitos de corrente alternada c) Epossivel que a d.d.p. no resistor seja igual & magnitude da tensio da fonte? Justifique. Resp. 4) £ possivel que a d.d.p. no capacitor e/ou indutor seja maior que a magnitude jim da tensio da fonte? Justifique. Resp.: Sim 3.16 Considere o circuito RLC série (com valores desconhecidos) conectado a uma fonte senoidal com frequéncia ajustével 1) Esboce um diagrama elétrico com a quantidade minima de instrumentos necessérios para medi a defasagem entre a corrente e a tensio na fonte, ) Para a condicéo de valor abaixo da frequéncia de ressonancia, esboce, em rela¢do a um mesmo eixo de referéncia, as duas formas de onda citadas no item (a). aga as devidas indicagées e justficativas. 3.17 Considere o circuito RLC série (com valores desconhecidos) conectado a uma fonte senoidal com frequéncia ajustével. 4) Esboce um diagrama elétrico com a quantidade minima de instrumentos necessérrios para medir a defasagem entre a corrente e a tensdo no capacitor. Explicite na figura do item (b) a obtencdo dessa medida. ») Para a condicao de valor acima da frequéncia de ressonancia, esboce, em ‘relagdo a um mesmo eixo de referéncia, as duas formas de onda citadas no item (a). Faca as devidas indicacées e justificativas. 4,18 Considere o circuito RLC série (com valores desconhecidos) conectado a uma fonte senoidal com frequéncia ajustavel. a) Esboce um diagrama elétrico com @ quantidade minima de instrumentos necessérios para medir a defasagem entre a corrente e a tenso no indutor. Explicite na figura do item (b) @ obtencao dessa medida. ) Para a condigao de valor abaixo da frequéncia de ressonéncia, esboce, em relagio a um mesmo eixo de referéncia, as duas formas de onda citadas no item (a), Faca as devidas indicacdes e justificativas. LEITURAS ADICIONAIS BOLTON, W. Andlise de circuits elétricos. S40 Paulo: Makron Books do Brasil, 1994 CASTRO JR, C. A; TANAKA, M. R. Circuitos de corrente alteiada ~ Um curso introdutério. $40 Paulo: Editora da Unicamp, 1995 BURIANJR., Y;LYRA, A.C. C. Circuitos elétrcos. So Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. BARTKOWIAK, R. A. Circuitos elétricos. $40 Paulo: Makron Books do Brasil, 1994 CAPUANO, F, G; MARINO, M, A. M. Laboratério de Eletricidade e Eletrénica. 23. ed. S80 Paulo: Erica, 2007. 3 Resist indutore eapactorem cieuiteseléwiens 73. Conceitos de fasor e impedancia No Gap. 3 foi apresentada a resolucio de circuitos em corrente alternada no dominio do tempo por meio de uma formulacao baseada em equagées diferenciais, a qual pode apresentar niveis de dificuldade e trabalho bastante elevados. ‘Neste capitulo é proposto um método alternative para a anélise de circuitos em corrente altemada, que consiste na aplicagio dos conceitos de fasor e impe- dancia, propiciando uma maneira simples de obtencdo dos valores das respectivas grandezas elétricas. 4.1 REVISAO BASICA DE NUMEROS COMPLEXOS (0 conhecimento des niimeros complexos ¢ das respectivas operagdes matematicas é de fundamental importancia para a andlise de citcuitos c.a. por meio dos conceitos de fasor e impedancia. ‘Um niimero complexo 2 é representado por um par ordenado de niimeros reais (x,y), em quex éa parte real (Re) ey €a parte imaginéria (Im) do ntimero complexo z: x=Re{z} y=Im{z} an Arepresentacao de z no plano complexo esta na Fig. 4.1, bem como do respectivo conjugado de z, omémero complexoz* que Esimétrico a z em relagdo ao eixo real. ‘Uma das expresses mateméticas para ‘um niimero complexo corresponde a forma retangular: Czaxthy (42) em que j= Y=. Eo conjugado de z é expresso por: (43) aay i em que: [2] €o médulo de z (distancia & origem dos eixos) ea é o &ngulo em relagio ao eixo real. © conjugado de z na forma polar corresponde a: ze sl|z\-e%% |Z-a (as) Fig 42 Reucioentex.y, laleq _Algumas relagSes entre o médulo e o angulo (forma polar eas ponentes real e imagindria da forma retangular, indicadas em (4.6), sé0 obtidas da Fig 4.2 i= vxtey? — costay=*~ — sentay=X tga =* ae ia ial x Portanto, por meio dessas relagdes, um miimero complexo na forma retangular pode ser convertido para a forma polar e vice-versa ‘Aanilise de circuitos ca. por meio dos conceitos de fasor e impeddincia exige apenas 0 conhecimento das operagdes aritméticas basicas com mimeros complexos, apresentadas a seguir. Considere os niimeros complexos 21 € 22: lero lzlZon ez; Zam tiye lzol Zon (4.7) Por meio desses niimeros complexos so demonstradas as quatro operagées aritméticas basicas: + Soma ate xa +2) $1 +¥2) (48) Regra: some as respectivas componentes reais e imaginérias dos dois ntimeros com- plexos. + Subtracdo 21-225 (X12) +/+ (1-2) (as) Regra: subtraia, na ordem indicada, as respectivas componentes reais ¢ imaginérias dos dois nimeros complexos. A Fig 43 mostéa que as operagdes de soma e subtragio podem ser realizadas geometricamente. No caso da subtragao, considera-se 21 — z2 = 21 + (-Z2) 18 Circuitos de corrente alternada ‘+ Multiplicagéo tore fh (a0) = lzal-[z0 £(a1 +02) nays) 21°22 = [zal [221 Regra: multiplique os médulos e some os angulos, considerando-se os respectivos sinais. * Divisio a _k lz 21 1h oon = 2 ayaa) (4) zm lal ral Regra: na ordem indicada, divida os médulos e sub- Fig. 4.3 Somae subtecio de dis nimeres complexos traia os angulos, considerando-se os respectivos sinais. Note que a soma e a subtragio devem ser realizadas com os ntimeros complexos na forma retangular e @ multiplicagao ¢ a diviséo, na forma polar. 4.2. FASOR Na forma polar de um ntimero complexo, pode-se inserir uma expressdo matematica ‘conhecida como “Formula de Euler", para se obter uma altemativa para a forma retangular, como demonstrado a seguir. A “Formula de Euler” corresponde & expresso: et = [cos(a) +j-sen(a)] (4.12) que ao ser inserida em (4.13): zeke =2\Za (a3) resulta em: 2= [el [cos(a) +j-sen(o)] = [21-cos(a) +) lzl-sen(a) (a1) endo [2|-¢0s(a) a componente real e |2|-sen(a) a componente imaginaria de z ‘Uma correntealternada senoidal (tem a forma geral (wrpmenoedimere) 4m came nee com base na “Férmula de Euler”, pode-se inferir que ¥2-[eg-sen(w-t + 8) corresponde a componente imaginéria do mimero complexo J, expresso por: Ju Voatgg OM) = Vote [cost +0) +)-sen(ia-t+ ON] 16) Da trigonometria, tem-se a seguinte equivaléncia: I(t) = VF-feg-sen(a-t +0) = V2 leg cos(w-t + @— 90°) (4.17) “4 Concitos de fasoreimpedincia 77 ne Nesse caso, pode-se inferir que 72-Ie-cos(w-t+@-90") & a componente real do nimero complexo £, expresso por: Ca VB Igg- eHt+®-90 = VB-Igg- [e0s(ia-t +8 90°) +)-sen(ia-t-+0—90")] (8:18) Portanto, conclui-se que é possivel representar a corrente i(t) como a componente imaginaria do mimero complexo J ou como a componente real de L A forma de onda i(t) e a relacao entre seus valores instanténeos e respectivos vetores J no plano complexo esto representadas na Fig. 44. G@-tlgraust Fig, 44 Relacao entre i(t) e 0 vetor) no plana complexo Na Fig. 4.4, pode-se constatar que, em um determinado instante de tempo t,o valor instantaneo da corrente é td = Ip -sen(w-ti+ 6) (a9) que corresponde & projecao de / no eixo imaginério (Im) do plano complexo. No instante de tempo ty, o Angulo de é igual'a (w+: +8), e0 do tempo e igual ao valor de pico de'i(t): Ip = V2 lef. Verifice-se, entéo, que é um vetor girante no plano complexo, com velocidade angular w. ‘Como o valor eficaz de uma forma de onda senoidal é 0 valor caracteristico mais utilizado alo de fé constante 20 ¢, na maioria das aplicagbes industriais, a frequéncia é a padronizada (60H), diferenciagéo centre as varias formas de onda de tenses e correntes de um circuito reside em seus valores ficazes e suas respectivas fases. Assim, pode-se definir assim o fasor i: fa Tegel? 14928 ) (420) Portanto, 0 fasor f é um mimero complexo que preserva as informacées préprias da forma de onda e que a diferencia das demais formas de onda do circuito. 0 fasor i é fixo no Blane complaxo, a0 contra de J, que gira com velocidade w. Além disso, o médulo, comresponde a Jy -U. | Circuitas de corrente alternade # Exemplo 4.1 Obtenha os fasores associados s formas de onda a seguir e represente-os no plano complexe: al u(t) =110- ¥2-sen(wo-t+ $)Vi a b] I(t) =80-cos(w-t- HA a] O valor eficaz de u(t) é 110V e seu angulo de fase é igual a § red. De acordo com a definicéo apresentada: Paper = 110-eh} = 11025 =55,0+]-95.26V ‘b] Para i(t), tem-se: Im ae) =80-sen t e oso sen(o-i43) Eo respectivo fasor é: 80 12 Dt 48,994 /-28.28A vB 3 Q Na Fig. 45, tem-se a representacéo dos fasores da tenstioe da Fig. 4.5 Representacio dos fasores den cortente no plano complexo. soe de corente 4.3 IMPEDANCIA Considere que na Fig. 4.6 tem-se: u(t) = 13-Use-sen(w-t +) (aan it) = VBnigg-sen(w-t +80) (422) Como exemplo, se na Fig, 4.64 0 componente identificado pela letra Z corresponder @ um RL série, tem-se, conforme deduzido no Cap. 3 wt onarta (2) rs - E se for um RC série: 1 ¢ orca ame) oan O valor eficaz da corrente (let) ¢ sua defasagem (g) em relacdo & tensio séo bem definidos e dependem do valor eficaz e da frequéncia da tenséo aplicada, bem como da caracteristica do elemento propriamente dito (resistiva, indutiva ou capacitive). A Fig, 4.6B mostra as formas de onda de u(t) ¢ i(t) de forma genérica 4 Conceitos de fasoreimpedancs 79 @ (o-tfgraue] uo Iz —we —iw Fig. 46 Ciraitoca Os fasores associados a tensao e a corrente sao: = Ug520 © 1=1—5L0-9) (425) Gomo as formas de onda de u(t) e I(t) so senoidais e com a mesma frequéncia, @ diferenga entre as formas de de onda ‘est nos seus valores eficazes & e angulos de fase, e essas. fo cas sobre das pelos respectivos fasores. ge Uma ver conhecidos os fesores da tensao e da corrente no componente Z, pode-se, corn base na Lei de Ohm (relagio U/1), defnir o conceito de impedancia de um bipolo: re as formas de onda C__Uege0 To lepZlO (426) Aunidade da impedancie (Z) 6 0 ohm (Q). 0 médulo da impedancia (IZ) corresponde & relacdo entre os valores eficazes da tensio e da corrente, e o angulo da impedancia (9) representa a defasagem entre os fasores da tensio eda corrente, A seguir, aplica-se 0 4.3.1 Resistor (R) Para o bipolo resistor, tem-se: 120° =R aan ae que corresponde a um niimero real. 43.2 Indutor (L) Conforme demonstrado no Gap. 3, a corrente em um indutor esté atrasada de 90° em relagéo a tensfo (p = 90"), ¢ 0 valor eficaz da corrente em um indutor é dado por: 80 Circuitos de corrente alternada ‘A impedancia 2: do indutor é'fgual a: O__Ugseo a7" =0-L290' (428) q, eto - 90") fem que X, = -L corresponde a reatancia indutiva, Note que @ impedancia do indutor é um :niimero complexo com parte real nula. 4.33 Capacitor (C) Da mesma forma, como ja demonstrado no Cap. 3, a corrente em um capacitor ‘estd adiantada de 90° em relacdo a tensio (9 = 90°), ¢ 0 valor eficaz da corrente em um capacitor é dado por: Teg = 02°C Uet ‘Aimpedancia Zc do capacitor é igual a: Zo Hi-X¢=Xc£-30" (4.29) 0 Ucp28 1 5 = 7 W-C-UgpZO+90) w-C oe em que Xc = 1/(w+C) comresponde & reaténcia capacitiva. Note que a impedincia do capacitor também é um mimero complexo com parte real nula, 4.4 CIRCUITOS COM IMPEDANCIAS EM SERIE E/OU EM PARALELO Métodos de anélise de circuitos c.2. contendo diferentes tipos de impedincias conectadas em série e/ou em paralelo so apresentados nos exemplos a seguir. # Exemplo 4.2 ‘btenha, em cada circuito da Fig. 4.7, a impedancia vista pela fonte, ou seja, a impedancia total ou equivalente nos terminais da fonte. ' @) serie Fig. 4.7 Circuitos com impedncias em série € em paralelo 44 Conceits de fasoreimpedincia 81 ‘A impedancia vista pela fonte Zeq é dada pela relagao entre os fasores de tensdo e de corrente fomnecidos por ela e que também corresponde & impedancia equivalente resultante do agrupamento de todas as impedancias do circuito de maneira apropriada. Para o circuito da Fig. 4.7A, em que as impedancias Z; e Zp estéo ligadas em série, tem-se: UD =VEUgpsen(o-tse:) us(=VEUyep-sen(o-tt6,) — ualt)= VEU repsen(eo-t+95) Aplicando-se a “Lei das Malhas de Kirchhoff” ao circuito, tem-se: Ct) = un(t) + uot) Conforme o conceito de fasores, a cada uma dessas tenses podem-se associar, respectivamente, 0; e Os, e assim: 0s fasores 0 n+ On ou seja, a “Lei das Malhas de Kirchhoff” também é valida na forma fasorial. ‘Uma vez que a impedancia é a relacdo entre 0s fasores de tensio e de corrente: = 0140p =2Zy-14Zp-75 (Zi +Z2)-F entio: Zeq=Zi+Zo (430) ou seja, a impedancia equivalente a associacdo de impedancias em série é igual & soma delas. Lembre-se de que é uma soma de niimeros complexos. Para o circuito da Fig. 4.7B, com Z; e Za conectadas em paralelo, tem-se: Ath ou seja, a "Lei dos Nés de Kirchhoff” também é valida na forma fasorial, Ao se utilizar novamente a relagdo entre os fasores de tensio e de corrente: iehth oo E a2 Am la zl 1 = -0 Zeq Logo: ZiZe ou Zeq an Atz Conclui-se que a obtencio das associagées de impedincias em circuitos de corrente alternada é idéntica aquela para associagées de resistores em circuitos de corrente continua, porém realizada com niimeros complexos. Circuitos de corrente alternada # Exemplo 4.3 Considere o circuito da Fig. 48, para o qual sio conhecidas as grandezas descritas na Tab. Tag. 4.1 Dados do circuito u(t) FoR, Re Rk c 127-VEsen(w:t)V 60Hz 200 50Q 300 100mH S00uF Calcule a impedéncia vista pela fonte, as correntes a (0, (0 € 2(0) e a tensao unc(t) nos terminais do wo) va 7 ramo RC, a Ry Este problema é resolvido com maior facilidade ao se utilizar os conceitos de fasor e impedancia, Dado que Rz C esto ligados em série, a impedén- cia correspondente a essa associacao é: 1 Fig. 4.8 Clrcto com essorsndutor ecapactor Zr'= Zp, #2 = Re -/+Xe = Raj . * oe 2 Z=50-)- 0.0-j-5,210 280-1: (rar saectos) 798-I Conforme demonstrado anteriormente, a impedancia Z, pode ser expressa na forma polar: Z2=|Z2| Za = 50,28/-6,06°Q Lembrete:[2|= VA7+XE e a= arcta (#) O resistor Ri € 0 indutor L também estdo ligados em série. Assim, a impedancia correspondente a essa associacio é: 22g, +ZL=Ri tix nt f@-k 2, = 204). (2-1-60-100-10") = 20,04 -37,700 una form pola: 21 = [211 Zar = 42,68262,05°O Estas impedancias, Z; e Zz, so mostradas na Spe Fig. 49, em que Z3=R3=300. ‘A impedancia vista pela fonte é dada por: Zeq = 23+ 2/22 Fig. 4.9 Circuito com impedncias em série e em paalelo 4 Conccts de fasoreimpedinea 2 em que Z://Z2 indica uma associagéo em paralelo de Z: e Zz. Assim, tem-se: ZZ Zitz 55,70£14,97°0 Zeq=Zs+ 3,814 j-14,38 © fasor associado & tensdo fornecida pela fonte é O=127-e = 12720°V Acorrente fornecida pela fonte vale: 1 Zeq = 2,28£-14,97°A, [A tensio nos terminais do ramo RC pode ser calculada por: Ogg = 0 - 23-7 = 12720" — 30-2,28012-14,97° = 63,43216,17°V ‘Atensio Ogg esté aplicada nos terminais das impedancias Z1 Z», pois esto conectadas em paralelo, Portanto, as respectivas correntes valem: 1a aor fed Ogee 1a9ca5seA f= 2 -Ogg =1.25222,208 Za Zr [As expresses das formas de onda séo: uge(t)= 63.43 VE-sen(w:th1617)V (0) =2,28- V3 -sen(w-t 14,979) A()=149-VF-sen(u-t-45.88)A (8) =1,26- VI-sen(w-t + 22.23) Como forma de verificar a relacdo entre as formas de onda e os fasores, pode-se calcular a corrente total i(t) como a soma de f(t) e ia(: i(t) = (0) + (8) = 1,49: V2-sen(w- t— 45,88") +1,26- ¥2-sen(w-t +22,23°)A ‘Ao se aplicar formulas da trigonometria em sen(w-t ~ 45,88") e sen(w-t +22,25"), chega-se a i(t) = (1) + a(t) = 3,13 -sen(w-t) - 0,83-cos(w-t)A « ((t) pode ser expressa na forma: itt) = VE-Igg-sen(w-t +a) = V2-Tep-c0s(a)-Sen(4s-t) + V2-leg+sen(a) costa: t) ‘Uma comparacao das duas tiltimas expressdes resulta em: VBuTeg-sen(a) = -0,83 YB-ley+cos(a) = 3,13 Dividindo uma pela outra, chega-se a! tala Plgg-Col-1511)=313 > Te 84 Cireuitos de corrente alternada # Exemplo 4.4 ‘Um ou mais dos bipolos listados a seguir so conectados a uma fonte de tensdo 127, 60Hz. Obtenha a corrente fornecida pela fonte para cada caso. aj t=3u b] R=100eL = 29 H (conectados em série) J R=100,L= 35 He C= yd F (conectados em série) 4) R=100,L = 3, HeC= why F (conectados em série) e] R=100,L = 9 He C= gly F (conectados em paralelo) a] Areatdncia do indutor 6 X, = 100 Z, =/-109 ou 2, = 1090° ‘Adotando como referéncia angular a tensto da fonte, o fasor correspondente é 0=127-e =127Z0°V A corrente fornecida pela fonte é dada por: 1, 4 i 12,72-90" A A comente esté 90° atrasada em relagio & tensio, pois a carga é puramente indutiva. Conforme jé mencionado, se a carga fosse puramente capacitiva, a corrente estaria 90° adiantada em relagdo a tenséo, e se fosse puramente resistiva, os fasores de tensao e de corrente estariam em fase. b] A impedancia total da carga é: ZRL=R+/XL A corrente fornecida pela fonte é: 1. o te ZR ,98L—45° A, ‘Ao se comparar 0s resultados dos itens (a) e (b), constata-se que o valor eficaz da corrente diminuiu, pois o médulo da impedancia aumentou. A corrente est agora 45° atrasada em relagGo A tensio, angulo de defasagem que est, como esperado, dentro do intervalo [-90°, 0), vélido para cargas indutivas. ¢] Areatancia do capacitor é Xc = 200. A impedancia total da carga é: Zee RA/-K,-J-Xe=104)-10~j-20=10~ j-10= 10V3L-45°0 Acorrente fornecida pela fonte é: 1, 5 O=8.982as7A, ZX Neste caso, a corrente esta adiantada de 45° em relacao & tensio. 4 Concetos de asoreimpedancia 85 Para um circuito RLG, a defasagem entre a tensdo e a corrente estard dentro do intervalo [-90°, 90°], dependendo dos valores de R, Le C. Para este exemplo, a fonte enxerga uma impedancia total do tipo capacitiva, 4] Areatancia do capacitor é Xe 0.0. A impedancia total da carga é Zp=aR4j-X_—j-X¢=100 [Acorrente forecida pela fonte&: t= .o=127208 Zt ” © Angulo de fase da corrente € 0" e esté dentro do intervalo [-90", 90°] mencionado anterior- mente. Este caso particular mostra que a tensio esta em fase com a corrente, mesmo com a existéncia dos elementos L eC que, em principio, causam defasagem. Neste caso, em razo dos valores de L, Ce frequéncia, as reatncias indutiva e capacitiva resultaram iguais e, portanto, a associacdo série de Le C resulta em uma impedancia nula. ‘Aassociagio série de L e C, neste caso, apresenta 0 comportamento de um curto-circuito do onto de vista da fonte. A corrente pelo circuito é limitada apenas pelo resistor R e portanto, se ele nao existisse, a fonte estaria em curto-circuito. Os valores de L, Ce frequéncia configuram ‘uma ressonéncia série para a qual vale a seguinte relagio: XLaXe als Sendo w=2-n-f,tem-sef= =r e] Como os trés elementos formam um circuito RLC paralelo, a impedancia total da carga é: he ZR:Zi-Zo sets Ss+s 3 n-SSSSee ZR A ze °" ZRZi+ZR 20 +2120 Acorrente total vale: 1) 5 0=12,720A 2 ‘Assim como no item anterior, a corrente est em fase com a tensio, apesar da presenga de Lec. Pode-se obter a impedancia resultante somente da associacéo em paralelo de L eC: 1 1 1 Z-Zo _J-Xu-(-i-Xe) _ XX sett s ye Be oe ae Zc 4 Zc Z+2Zo 0 -XL-/-Xe ° (© denominador nulo indica que, do ponto de vista da fonte, a associacdo paralela de L eC para os valores especificados comporta-se como um circuito aberto. Este é o caso da ressondncia paralela, Observa-se, no entanto, que existe corrente por L e C: A 1 j G=27-08 ice Px, CP Xe = 12,7290" A Constate que a soma dessas duas correntes é nula. 86 Circuitos de corrente alternada A caracteristica elétrica do indutor e do capacitor, analisada sob o ponto de vista de que hé urna toca de energia entre eles sem a participacdo da fonte, é discutida no préximo capitulo, De maneira geral, uma associacao de elementos em um circuito apresenta uma impe- dancia do tipo: Z=|Z|Lp=lZ|-cosptj-|Z|-seng=R+j-X (432) em que R é a resisténcia e X é a reatncia. Se o elemento apresenta caracteristica indutiva, o Angulo 9 é positivo, e se apresenta caracteristica capacitiva, é negativo. 4.5 ADMITANCIA (O inverso do valor da impedancia corresponde a admitancia (Y) i. Lt), (39 2 ae i Dado que Z=R-+)-X,tem-se: ye -cay-8 (43a) RapX R - “Ram OO RE a em que G é 4 condutancia e B é a susceptincia. As grandezas elétricas Y, G eB tém como unidade o siemens (8). 4.6 DIAGRAMA FASORIAL A representacao no plano complexo dos fasores de tens&o e de corrente relativos a um circuito c.a. 6 denominada diagrama fasorial e constitui-se em uma importante ferramenta na anilise desses circuitos. O seu tragado e a sua interpretagio sto mostrados através dos, exemplos a seguir Nota: a sigla qd corresponde a um quadradinho pontilhado da tela do osciloscépio, ilustrada nas figuras de alguns dos exemplos a seguir. # Exemplo 4.5 ‘Trace o diagrama fasorial completo, em escala, para o circuito mostrado na Fig, 4.10 Sao especificados: u(t) =50-¥2-sen(w-t)V R=122 xX, =160 4 Concise fasorelimpedineia 87 0 fasor associado & tensdo fornecida pela fonte é U = 500° V. Dado que o resistor e 0 indutor esto conectados em série, a impedancia vista pela fonte vale: ZaZRtZpaR+j-Xy = 12+)-16 = 20253130 A corrente pelo circuito corresponde a: oO 50z0* O80 a 5753.43 Z ~~ 20453,13 * ‘As tensées nos terminais do resistor e do indutor sao calculadas por: 302-83,19°V OL =)xy-1=4023687°V Ox=R Obtidos todos os fasores de tensio e de corrente existentes no circuito, procede-se & escolha das escalas para a tensao (V/cm) e para a corrente (A/cm) de forma que no diagrama fasorial os fasores tenham tamanho razodvel, ou seja, nem diminutos, nem de tamanho exagerado. f uma questo de bom senso, © diagrama fasorial para o circuito da Fig, 4.10 € mostrado na Fig, 4.11 com as escalas de tens0 e de corrente devidamente indicadas, Ww Runt) oto x Oz = 7Se-28°V seals 60 View S.Alem ‘que pode ser confirmado com a resolugéo da equacao Fig. 4.16 Diagrama fasorial que permite obter o valor de Uz 90 Circuitos de corrente alternada ‘Acorrente i(t) pelo circuito est em fase com a tenstio ua(t) (caracteristica do resistor). O fasor associado a ela é U 141,42230° in B= 27,0720 Bg SE £70720 © diagrama fasorial completo para o circuito € apresentado na Fig. 4.17. ‘Aimpediincia Z do elemento desconhecido é dada por 1752-28 70a0 zap 24,752-54" = 14,55-j-20,020 Conclui-se que o elemento é do tipo capacitivo, pois sua reatincia é negative, Tl conclusio poderia tam- "Siem bbém ser obtida pela observagio do diagrama fasorial da Fig. 4.17, j& que a corrente / aparece adiantada em relagéo a Oz, Fig. 4.17 Diagrama fasorial # Exemplo 4.8 ‘um circuito contendo uma fonte de tensdo, um motor e um resistor de 5Q e trés voltimetros, esta representado na Fig. 4.18, ‘As medidas cbtidas pelos voltimetros sao: Up=130V Um=106V Ur =50,8V a] Determine os fasores Up, Om @ Or b] Determine a corrente pelo circuito. J Caleule a impedncia do motor. Fig. 4.18 Circuito do Exemplo 4.8 a] 0s fasores Ug, Om e Or podem ser determinados por meio das medidas realizadas e da construgéo de um diagrama fasorial, com a tensio da fonte como referéncia angular para o circuito, ou seja Of = 13020" V. Aplicando-se a “Lei das Malhas de Kirchhoff” para o circuito, obtém-se: Oy = Ur + Um. Um diagrama fasorial genérico do a circuito é mostrado na Fig 4.19. Neste diagrams, é possivel notar que: on o + acorrente J esté em fase com a tensao sobre o resistor Ur; « Lest atrasada em relacdo & tensio sobre o motor Um. ® Naturalmente, os motores apresentam caracteristica indutiva; Fig, 4.19 Diagrama fasorial generico 4 Conccits defosoreimpedancia 91 Escala: 26 Vem Fig. 4.20 Diagrama fasorial + 0 ponto a representa a conexéo entre os fasores Uy e Um. O diagrama fasorial das tensbes no circuito esté ilustrado na Fig. 4.20, Este diagrama foi construido segundo o seguinte procedimento: 1. Desenhar Or. 2. Tracar um semicirculo com centro na extremi- dade inicial de Og e raio igual a |0;|. Este semicirculo 60 lugar geométrico da extremidade final de Or. 3, Tracar um semicirculo com centro na extremi- dade final de Ure raio igual a |Om. Este semicirculo é © lugar geométrico da extremidade inicial de Om. 4, Os semicfrculos cruzam-se em dois pontos (1 e 2), © ponto de cruzamento dos lugares geométricos indica fo ponto de conexao entre Ur e Om. A decisao sobre qual dos dois pontos tomar baseia-se na anélise do cir cuito, Como 0 circuito é indutivo devido & presenca do ‘motor, conclui-se que a corrente pelo circuito f deveré estar atrasada em relacio & tensGo da fonte Uy. Além disso, Ur deverd estar em fase com f (caracteristica do resistor). Logo, o ponto a da Fig. 4.19 corresponde ao ponto 2 da Fig. 4.20. 5. Desenhar os fasores Ur e Um. Pode-se agora determinar os angulos de Ur e Om, ‘medindo-os diretamente no diagrama fasorial: Or=s0.82-52°V (a=52) Om =108222°V (B= 22°) b] Acorrente pelo circuito é obtida por: OR ale = 10,24-52°A J Aimpedncia do motor é obtida por: 106222" 1022-52" 10,4274° = 2,9+j-100 EXERCICIOS 4.1 Dado o niimero complexo z=x+j-y = |z|a obtenha z+z+ ez+24 42 No circuito da Fig 4.21 tem-se’ u(t) =5¥2-sen(377-t)V- R=1kQ C=1pF $2. Cireuitos de corrente alternada a) Obtenha os valores das tensdes obser- vadas na tela do osciloseépio. Resp.: 7,07 V5 2,49V b) Esboce, em relagéo a um mesmo eixo de referéncia, um ciclo das formas de onda correspondentes a essas tensdes. 43 A Fig. 4.22 mostra as formas de onda da tens da fonte e, de forma indireta, a da corrente em um circuito RC série, no qual R=1kO ef = 50Hz, Considerando que a base de tensao ¢ de 1,00 V/qd para a onda 2 e 1,52V/ad para a onda 1: 2) Qual das formas de onda corresponde a tensio da fonte? b) Qual é a defasagem entre a tensio ea corrente? Resp. 72° ) Qual o valor da capacitincia? Resp. 1,05 HF €) Qual foi a base de tempo no osciloscépio? Resp.: Sms/qd 4.4 Nos terminais da fonte no circuito da Fig. 4.23, tem-se uma onda senoidal com magnitude 75Vims e frequéncia 60 He. a) Quais grandezas elétricas podem ser me- didas diretamente no osciloscépio? b) Redesenhe o diagrama elétrico para que possam ser observadas as formas de onda da corrente e da tensao no gerador. ¢) Para R= 2650 e C= 10pF obtenha a mag- nitude da corrente ¢ 0 valor da defasagem entre a corrente e a tensio no gerador. Resp.: 0,24; 45° @) Se a frequéncia for aumentada, haverd aumento ou diminuigéo da magnitude da corrente e da defasagem? Justifique. A q Osciloscépio “END mn] cr Fig, 4.22 Tela do oscloscdpio muy hi Osciloscépia Fig, 4.23 Circuto RC serie 4 Concetosde fasoreimpedéncla 93 Fig. 4.24 Circuito RC série Osciloscépio Fig. 4.25 Circuito RL série Fig. 4.26 Circuito sie Us Fig. 4.27 Circuito série 94 Circuitos de corrente alternada 45 No circuito da Fig. 4.24, 0 resistor € de 1k0, quando a frequéncia da fonte é ajustada em 100Hz, as medidas nos voltimetros U1 € Uz indicam 0 mesmo valor: 7,5V. Obtenha os valores do capacitor Resp.: 1,6pF; 10,6V (uF) e da tensao Us. 4.6 No circuito da Fig. 4.25, tem-se: u(t)=5-v3-sen(377-t)V oR a) Obtenha os valores das tensdes observadas ra tele do osciloscépio. Resp: 707V; 5,650 b) Esboce, em relagdo a um mesmo eixo de referéncia, um ciclo das respectivas formas de onda, 4,7 Considere o circuito da Fig, 4.26. ‘As medidas efetuadas so: Ur OV; Un = 30V. ‘Sabendo-se que a ddp no bipolo desconhecido é maior que 25V, assinale certo ou errado. a) 0 elemento desconhecido pode ser um re- sistor. b) O elemento desconhecido pode ser um ca~ pacitor, ¢) © elemento desconhecido pode ser um in- dutor. 4) As medidas dos voltimetros nao podem es- tar todas corretas, pois violam uma das leis de Kirchhoff. 48 Considere o circuito da Fig. 4.27. As medidas efetuadas so: Ur = SOV; Ur = 30V. ‘Ao dobrarmos a frequéncia da fonte, obtemos: Ur = SOV; Un =22,5V. ‘Com base apenas na variacao do valor de Ur, pode-se concluir que o elemento desconhecido a) Resistor; 4) Nada se pode concluir. b) Capacitor; ——_) Indutor, 4.9 Na fonte do circuito da Fig. 4.28, tem-se uma onda senoidal 75 Vims, 60 Fz. a) Quais grandezas elétricas podem ser me- didas diretamente no osciloscépio? b) Redesenhe o diagrama elétrico para que se possam observar as formas de onda da corrente e da tensio no gerador. ©) Para =S0Qe entre a corrente a tensio no gerador. = 100 mH, obtenha a magnitude da corrente e o valor da defasagem 4) Se a frequéncia for aumentada, hé aumento ou diminuigéo da magnitude da corrente e da defasagem? Justifique. 4.10 No circuito da Fig. 4.29, quando a frequén- cia da fonte ajustada em 10kHz, as ten- sdes Up © U, assumem o mesmo valor: 78V. Para R = 1kQ, obtenha os valores de L ede Unt. Resp.: 15,9 mH; 10,6V 4.41 As formas de onda da tensdo na fonte e, de forma indireta, a da corrente em um. Circuito série, sd0 mostradas na Fig, 4.30. a) O circuito tem caracteristica indutiva, ca- pacitiva ou resistiva? Justifique. b) Obtenha o valor da defasagem da corrente Resp. 43,2° ©) Dadas as escalas 2,0 V/qd para a forma de onda da corrente e 1,0,V/qd para a forma de onda da tensa a reatancia de cada elemento do circuito, se um amperimetro registra 10 mA. Resp. 169,700; 160,160 em relagio a tensio. calcule a resisténcia e 4.12 Um circuito usualmente conhecido por “fil- tro passa-altas” é ilustrado na Fig. 4.31, a) Calcule as respectivas reatncias para as frequéncias SOO Hz e 5 kH2, Resp. 125,660; 79,580; 1.25660; 7.950 b) Justifique @ denominagio “filtro passa- -altas” sctoscéso cn we wo \_) ‘ cH Fig. 4.28 Cato RL ste Resp. 1,24; 37° a ly a Una nc Fig. 4.29 Circuito RL série Fig. 4.30 Tela do oscloscépio 4 Conceitosde fare impedincia 95 (—— aur entrada = Fig. 4.31 Circuito “ftro passa-altas” Fig. 4.32 Circuito RC série LEITURAS ADICIONAIS 4.13 No circuito da Fig, 4.32, determine o valor da frequéncia para que a relagao Us/Ue seja 0,5. Resp. 91,89Hz 4.14 Um determinado tipo de reator de lémpada fiu- otescente pode ser eletricamente representado por um indutor em série com um resistor. Sendo a induténcia 39,8 pH e a resisténcia 200, para uma tensdo de 80V, 100kHz, nos terminais do reator, calcule a corrente (forma polar). Desenhe, ‘em escala, o respectivo diagrama fasorial com todas as tensdes, Referéncia: um traco horizon- tal indicando 0°, Resp. 32,02451,34°0; 2,52~51,34° A; $0,0V e 62,5V 4.15 Uma fonte ca. supre a tensdo u(t) = 179,61. sen(377t) a um resistor de 120 e a um indu- tor de 30 mH, pelos quais circula uma mesma corrente, Desenhe, em escala, o respectivo dia- ‘grama fasorial com todas as tensdes. Referéncia: ‘um trago horizontal indicando 0°. Resp. 16 49243,3°; 92,42 € 87,09 BOLTON, W. Andlise de circuitos elétrcos, So Paulo: Makron Books do Brasil, 1994. CASTRO JR,, C. A; TANAKA, M. R, Circuitos de corrente alternada ~ Um curso introdutério. S80, Paulo: Editora da Unicamp, 1995 BURIANJR, ¥; LYRA, A. CC Circuitos elétricos. Séo Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. BARTKOWIAK, R. A. Circuitos elétrios, So Paulo: Makron Books do Brasil, 1994, 86 Cirultos de corrente alternada Poténcias em circuitos de corrente alternada Neste capitulo so apresentadas as grandezas elétricas associadas ao conceito de poténcia em circuitos c.a. monofésicos. Destaca-se o conceito de fator de poténcia e analisa-se a sua influéncia em uma instalagio elétrica, principalmente industrial. 5.1 CONcEITOs BASICOS Considere um circuito constituido por uma fonte de tensao altemmada u(t) que supre energia a uma carga, representada por sua impedancia Z (ig. 5.1). Nos terminais da fonte, tem-se a tensdo senoidal u(t) = ¥Z- Ugg sen(w- t), cujo respectivo fasor é 0 =U peo". or Genericamente, a impedancia Z pode ser expressa por Z = |Z|Zp = R +j+X. Nesse caso, a corrente em 2 i regime permanente corresponde 2 W(t) = V2-Igg-sen(w-t-9) u Fig. 5.1. Clraito de corrente = BF senlwrt 9) aterad gern O _ Upgd0? _ YY Me UE oa iceow fesse Zz" Tie ial (Obs.:0 Angulo da impedancia (p) é também o angulo de defasagem entre a corrente ea tenséo na fonte. ‘A poténcia instantnea fornecida pela fonte e entregue a carga é dada pelo produto da tensio pela corrente: P(E) = ult) i(t) 6 Substituindo as respectivas expressdes de u(t) e i(t) em (5.1), tem-se: P(t) = 2-Uee-Teg-sen(wo-t)-sen(w-t-9) 62) Ao se inserir sen(w-t ~ 9) = cos(g)- sen(w-t) - sen(g) - cos(w- t) na Eq, (5.2), tem-se: P(t) =2- Upp Tap: {cos(g)-sen(«-t) - sen(g)-sen(w-t)-cos(w-t)} Com as seguintes relacdes trigonométricas: 1 sen%(w-t)=2-[1-costau-t)] sen(2u-t) 2 Eq. (5.2) pode ser reescrita na forma: P(t) = Use -Fef-C0S(9): [1 ~ cos(2-t)] Use -Fef-sen(y)-sen(2u-t) (63) tA} } Note que na componente (A) ha um valor constante [Ue¢-Ief-0s(9)], que multiplica uma fungio “senoidal” cuja frequéncia é o dobro da frequéncia da tenséo, e na componente {B) hé também um valor constante [Ue leg Sen(9)], que multiplica uma funcdo senoidal com frequéncia dupla. Assim, a poténcia instanténea p(t) corresponde a uma forma de ‘onda senoidal com frequéncia dupla somada a um valor constante. Aunidade de p(t) é 0 watt (W). # Exemplo 5.1 Para o circuito da Fig. 5.1, calcule a poténcia média fornecida & carga e apresente as formas de onda das grandezas tensio, corrente e poténcia, considerando: Ue = 100 V; fgg = 10 A; w = 377 rad/s; 9 = 30°. ‘As expresses para a tensdo e a corrente so: U(t) = Up +sen(w-t) = 100- ¥B-sen(377-4)V i(t) = Ip -sen(ia-t - 9) =10- V3-sen(377 +t 30°)A A partir da expresso (5.3), tem-se: P(t) = 100: 10- cos(30°) - [1 ~ cos(754-t)] -100- 10- sen(30*)- sen(754-t) peesa L207) Teese tA} By p(t) = 500- V3 [1 ~ cos(754- t)] -500- sen(754-t) {Ay <8) A Fig. 5.2 mostra as formas de onda de u(t), i(t) e p(t), nas quais foram aplicados fatores de multiplicacdo para tornar adequada a visualizagio, ‘Como a forma de onda da poténcia instanténea tem frequéncia angular igual a 754 rad/s, 0 perfodo corresponde a: Qn ow <=3,33ms 72 734 988 Cireuitos de corrente alternada Note que esse valor corresponde a metade do pe- rfodo das formas de onda da tensao e da corrente, ou seja, n rad, e, portanto, a frequéncia de p(t), 12012, corresponde ao dobro da frequéncia das formas de onda da tensio e da corrente. © valor médio da poténcia fornecida & carga é caleulado por: peers ce Pm 7, plt)-dt Fig. 5.2 Formas de onda para o Exemplo 5.1 apt Pm 7 {500- v3- [1 -cos(754-t)] - 500-sen(754-¢)} at 1 r . + Pm soo. V-at~ [ [s00- Va-coscrsa-0]-ae f [500 sence. o- a representacio das poténcias ativa, reativa e ‘complexa no plano complexo. 300 Fig. 5.8 Triénguio de poténcas para o Exemplo 5.2 # Exemplo 5.3 Repita o Exemplo 5.2, acrescentando um capacitor de =igF em série com o resistor e 0 indutor. a] A inserco do capacitor resulta em um circuito RLC série cuja impedancia total é: 1 7.540 104j-377-—— ~j- 10-j-10=10- 22-45" 37,7 377 J Observe que o angulo da impedancia é negativo, indicando que o circuito apresenta um comportamento predominantemente capacitivo. Acorrente fornecida pela fonte vale: 10020? 10. VaZ—45" oO Zz + VELAS° A 5 Poténcasem cieuitos de corente altermada 105 Eno dominio do tempo, tem-se: W(f) = V3-5+ W2-sen [wo t= (—45°)] = 10-sen(w-t+45°)A Acorrente esté adiantada de 45° em relagao & tenséo. by Aplicando-se as definicdes das poténcias ativa e reativa: 100-5 - ¥3- cos(-45") = S00W Use Teg costo) Q=100-5- ¥2-sen(—45" -S00VAr Note que, diferentemente do Exemplo 5.2, a poténcia reativa resultou em um valor negativo, Por qué? ‘A partir da expressaio (5.7), obtém-se: p(t) = 500- [1 ~ cos(2u -t)] +500-sen(2u-t) Wi ¢] Por meio da expressao (5.8), obtém-se: + a poténcia complexa’ S=0-i* =500- 22-45" VA; ‘a poténcia aparente: |S| = 500- V2 VA; + oangulo de defasagem entre a corrente ea 45°, tensdo na fonte: @ = 4) 0 respectivo triangulo de poténcias é Fig. 5.9 Ti8ngulo de poténcis aro Bxemplo 5.3 mostrado na Fig. 5. ‘Ao se comparar os resultados dos Exemplos 5.2 e 5.3, nota-se que a poténcia ativa € sempre positiva e que, dependendo da composicao da carga em termos de seus elementos armazenadores de energia, a poténcia reativa pode assumir valores positivos ou negativos. Isso é um resultado direto da mudanga de sinal do éngulo da impedancia Z. Para um circuito c.a. genérico como o da Fig, 5.1, 0 angulo de defasagem entre a tensao ¢ a corrente esté contido no intervalo entre -90° ¢ 90°, Assim, a poténcia ativa P em um circuito sempre apresenta valores maiores ou iguais a zero, pois, para esse intervalo de ngulos, cos(p) > 0. Como a poténcia ativa esté relacionada com a dissipacao de poténcia nos elementos resistivos do circuito, associa-se um valor positive de poténcia ativa ao consumo de poténcia pela carga ou ao fornecimento de poténcia ativa da fonte para a carga. ‘A poténcia reativa Q pode apresentar valores positivos (cargas indutivas) ou valores nnegativos (cargas capacitivas). Associa-se um valor positive de poténcia reativa ao consumo de reativos pela carga indutiva, ou ao fluxo de reativos da fonte para a carga indutiva. Analogamente, associa-se um valor negativo de poténcia reativa ao consumo de reativos pela 106 Circuitos de corrente alternada fonte, ou a0 fluxo de reativos da carge capacitiva para ——___ = a fonte, sendo que esse comportamento é o inverso do Fig. 5.10 ilustra a discussao precedente. Niose | f"'* mao Indutiva deve, no entanto, perder de vista os fenmenos fisicos | i envolvidos na operacao dos elementos armazenado-_ |__| [| res de energia, apesar da nomenclatura utilizada na ratica. tos cc. e ca, € que a poténcia fornecida por uma fonte | a capective a varias cargas ¢ igual a soma das poténcias forecidas ‘cada uma delas, independentemente da forma como elas estio ligadas. Esse fato € destacado nos exemplos Fig. 5.10 Fiuxos das poténcas ata e reatva em druito ca, a seguir. # Exemplo 5.4 Obtenha expressées para a poténcia complexa fomecida pela fonte nos dois circuitos itustrados na Fig. S11 AS poténcias fornecidas as impedancias Z; e Z> ) Série (®) Paraielo no circuito série valern: Qs © prratek P . = Si20-f = (2-8) -P=2-P ae S22 02-F = (Zp) Paz? © a Aplicando-se a “Lei das Malhas de Kirchhoff” ao of Jes circuito série, tem-se: G= 01402 Fig. 5.11 Circuitos série e paralelo com dois bipolos a pela fonte 6 igual a S=O-1 = (01402) -1* =0)-F 40n-* 25,452 Portanto, a poténcia fornecida pela fonte é igual & soma das poténcias entregues a cada carga, As poténcias fornecidas &s impedancias Z; e Z» no circuito paralelo valem: oye. 02) 2 4) ~R ay OF Aplicando-se a “Lei dos Nés de Kirchhoff” ao circuito paralelo, tem-se: i; f h+b 5 Potéacasem cicuitos decorentealtemada 107 ‘A poténcia fornecida pela fonte é igual a: O-(h4h)* =0-1 40-1 = 51452 Dos resultados obtidos, conclui-se que a poténcia fornecida pela fonte é igual a soma das poténcias fornecidas a cada elemento do circuito, independentemente do tipo de ligacdo desses elementos. # Exemplo 5.5, Para o circuito paralelo da Fig. 5.118, considere: O=10020°=100V 2, =10230°Q- Z, =5L-30° Obtenha a corrente na fonte e as poténcias tanto nas impedancias como na fonte. As poténcias fornecidas a cada impediincia valem: 1002 ; S1= 1000.230° = 866,03 +) -500,0VA. Py =865,03W e Q; =500,0VAr (indutivo) w2 _ 1007 So= Se = Spy = 2:000L~30" = 1.732,05 = j-1.000VA 3230 P= 1.732,05W e€ Qz=—1.000VAr (capacitivo) As correntes em cada impedancia sao iguais a: a. _10 : f= J = ogg 10a 7.5 _ 100 . b= 5m gag 7 C00" Acorrente na fonte corresponde a: Lah +h = 25,9808 +)-5,00 = 26,458210,89° A A poténcia total fornecida pela fonte vale: 5 =U-I* = 100. (25,9808 -j-5,00) 598,08 — j-500,0VA ou, de outra forma: S=P+)-Q= 51452 =P +P2+)-(Qr +2) = 2.598,08 — j-500,0VA. 108 Cireultos de corrente alternada # Exemplo 5.6 ‘Trés cargas monofésicas esto conectadas rede elétrica de uma industria com tensdo de 220, 60H * Lmotor de 2 HP, 220, operando com eficiéncia de 75% e fator de poténcia 0,85 atrasado; + Laquecedor resistivo de 3kW, 220V; * Lequipamento de 3kVA, 220V, com fator de poténcia 0,65 adiantado. Obtenha o fator de poténcia global e a corrente total, justificando o respectivo comportamento global: indutivo, resistivo ou capacitivo Para o motor: * poténcia mecfinica em watts: 2-746 = 1.492W (1 HP & 746W) + poténcia ativa: Py = 1.492/0,75 = 1.989,33W tgp) = 1.232,88 Var Obs. a poténcia reativa é positiva porque o motor é uma carga indutiva © poténcia reativa: Q; = Para 0 aquecedor: * poténcia ativa: Py = 3.000 * poténcia reativa: Q = OVAr Para o equipamento de 3VA: * poténcia aparente: |S3| = 3.000,0 VA * poténcia ativa: Ps = |S3|-+cos(p) = 1.950,0 W * poténcia reativa: Q3 = |Sa|-sen(o) 2.279,80 Var (capacitivo) 989,33 + 3.000,0+ 1.950, Prot = 6.939,33 Qotal = 1.232,88 — 2.279,80 = ~1.046,92 Var £0() = Qrorai/Pr Protal =IU|-U-cos(p) |] = 31,898 0,151 cos(9) 989 31,8928,59°A 0 = 20020°V Conclui-se que, sendo Qindutive < Qcapaciivo, © citcuito tem comportamento capacitive, ou entdo, dado que a corrente na fonte esta adiantada em relagio & tensio na fonte, o circuito tem comportamento capacitive. 5.2 OBTENCAO EXPERIMENTAL DAS POTENCIAS ATIVA E REATIVA x 1 Poténcia ativa A poténcia ativa consumida por uma impedancia Z pode ser medida por meio de um instrumento denominado wattimetro, Nesta segdo 6 descrita a utilizacao do wattimetro eletrodinamico (Fig. 5.12) 5 Potencias em creuitos de corente siternada 109 Bornes da bobina de corrente (ec) Bornes da bobina de potenciat, (oP) chave seletora fe fundo deescala Font Fig, 5.12 Wattimetro eletrodindmico Fig. 5.13 Representacio padronizada do wattieto eletracinémico, ‘AFig. 5.13 mostra a representago padronizada desse tipo de wattimetro, em um diagrama elétrico, Os terminais da BC correspondem aos contatos superiores identificados por 0e Ae 0s da BP sio os contatos inferiores identificados por 0 e V. 0 wattimetro eletrodinamico, ou eletromecdnico, € composto de: «uma bobina de corrente (BC), que é conectada em série com o bipolo, constituida por um néimero pequeno de espiras de fio de grande diametro, de forma que sua resisténcia seja desprezivel quando comparada com a do bipolo; + uma bobina de potencial (BP), que é conectada em paralelo com a fonte ou com o bipelo, constituida por um grande niimero de espiras de fio de pequeno diametro, de forma que ‘sua resisténcia seja muito alta quando comparada com a do bipolo, [As correntes que circulam pela BC e pela BP geram campos magnéticos, os quais interagem, resultando em uma forca mecénica que deflete o ponteiro do wattimetro, cuja scala é ajustada para indicar 0 valor da poténcia ern watts (W). Observe que na Fig, 5.13 hé ‘uma mesma ligacdo da fonte em dois bornes do wattimetro, sendo um da BC eo outro da BP Esses dois bornes tém alguma marca (por exemplo, + ou 0), e essa conexcio com a fonte deve ser realizada para que a deflexdo do ponteiro ocorra de forma correta. 5.2.2 Poténcia reativa ‘Amedicao da poténcia reativa pode ser reslizada com um equipamento similar ao wattime- ‘tro, denominado varimetro, Porém, como na pratica, em vez de varimetros, é mais comum se ter voltimetros, amperimetros e wattimetros, frequentemente se opta pelo célculo da poténcia reativa a partir dos valores de tensdo, corrente e poténcia ativa. Assim, para obter a 110 Circultos de corrente alternada ‘poténcia reativa fornecida a uma carga, pode-se medir a tensio, a corrente e a poténcia ativa por meio da conexéo apropriada dos equipamentos de medicéo e realizar o seguinte célculo: o=Vune—P 22) a 5.3. FATOR DE POTENCIA 2 Considere o circuito indutivo ilustrado na Fig. 5.14, com os se- "> 0 zi sgintes fasores associados & tensio e & corrente ¢ O=Uepea f= leg4(a-9) O respectivo diagrama fasorial é ilustrado na Fig. 5.15. ee ceo ‘A poténcia complexa fornecida & carga é igual a S=O-* Use-TepZo, em que o Angulo da poténcia @ corresponde & de- fasagem entre os fasores da tensfo e da corrente, A poténcia aparente é dada pelo médulo da poténcia complexa, ou seja, pelo produto dos valores eficazes da tensio e da corrente, A poténcia ativa entregue & carga é dada por: P=[5|-cos(9) = Use Teg: C05) (613) Fig, 5.15 Diagtamafasovial Como o angulo 9 esta compreendido entre -90° ¢ 90°, o valor de cos(9) varia entre Oe 41. Assim, a poténcia ativa, que corresponde a poténcia dissipada nos elementos resistivos do circuito, pode variar entre 0 e 100% da poténcia aparente [S|. Portanto, cos(g) pode ser interpretado como um fator que define a parcela da poténcia aparente que é dissipada nos elementos resistivos do circuito. Esse fator é denominado fator de poténcia. Da definigao de poténcia ativa, tem-se: p I= 0800)" FG (5.14) CO fator de poténcia é 0 cosseno do Angulo de defasagem entre a tensio e a corrente na fonte, e pode ser explicitado em porcentagem, bastando multiplicar por 100. # Exemplo 5.7 Para o circuito da Fig, 5.14 tem-se: 0 = 10020* Determine S, |SI, P, @ €0 fator de poténcia para as seguintes situagées: a] 9 =0" (carga resistiva); b] 9 = 30° (carga indutiva); ¢] @ = ~30° (carga capacitiva). 15 Poténclas em ecultos de eovente alternada m A partir das seguintes relacdes: Sau-tt=P+j-Q [Sia VP+O? costo) isi obtém-se as grandezas solicitadas. a] 9 = 0° (carga resistiva) IS|=200VA P=200W S=20020'VA Q=ovar fp =cos()=1 ou fp=100% 30° (carga indutiva) 200230" VA 4 Q=100VAr fp 05(9) =0,866 ou fp =86,6% cl @ = ~30° (carga capacitiva) Is|=200VA P=173,2W 002-30°VA Q=-100VAr [fp = cos(9)=0,866 ou fp =86,6% Conclusées validas para o Exemplo 5.7: + apoténcia aparente é a mesma para os trés casos; «+ nos itens (b) ¢ (c), somente 86,6% da poténcia aparente é dissipada no elemento resistive do circuito; «+ é satisfeita a convengéo da Fig. 5.10, pois o valor da poténcia reativa é positivo para a carga indutiva e negativo para a carga capacitiva; + numericamente, o fator de poténcia é 0 mesmo para as cargas indutiva e capacitiva, pois amas tém, em valor absoluto, o mesmo angulo de impedancia, Convengio para fator de poténcia Para tornar explicita a diferenca entre as caracteristicas das carges, diz-se que, para uma carga indutiva, 0 fator de poténcia indutivo ou atrasado, indicando que a corrente esté atrasada em relacdo & tensdo, e que, para a carga capacitiva, o fator de poténcia é capacitivo ou adiantado, indicando que a corrente esté adiantada em relacio & tenséo. 412 Cireuitos de corrente alternada 5.4 CORRECAO DO FATOR DE POTENCIA Considere o circuito c.a. mostrado na Fig. 5.16, no qual: i O=a40zoe-v Zm= 100230" Z¢=-]-3000 Com @ chave aberta, a corrente na fonte é a que circula na carga (2m) Fig. 5.16 Circuito paralelo Note que a corrente esté atrasada em relagio & tensio, pois a carga é indutiva e a poténcia complexa suprida pela fonte é igual a poténcia exigida pela carga: Sp=Sm =0-if = 44020°-4,4230° 936230 1,676,625 +)-968,00 VA E876,625 +1 968,00 P ® Como > 0, conclui-se que a fonte esté suprindo poténcia reativa de 968 VAr, necesséria para o funcionamento da carga, além da poténcia ativa de aproximadamente 1,7 kW. Com a chave fechada, a corrente na carga néo se eltera, pois a tensio aplicada sobre ela permanece a mesma (circuito paralelo). Acortente no capacitor (Zc) vale: kage _ = 1,4667290°A ee 1,466; Ea comente na fonte pode sercalculada por: fp= ten +he = 3,98042-10,89°A Observe que a conextio do capacitor em paralelo resuiltou em um valor menor da corrente na fonte, e que o Angulo de atraso dessa corrente em relagéo & tensao na fonte também diminuiu A poténcia complexa no capacitor vale: 0) _ uw aagr =0- lz Z| "27 Roe Sc = 645,33332—99" ic =) +645,3333VA Note que a poténcia complexa na carga (Sm) nao se altera com o fechamento da chave © que, no capacitor, nao ha componente relativa 8 poténcia ativa, e 0 valor negativo da oténcia reativa calculada indica que o capacitor fornece poténcia reativa ao circuito, A poténcia complexa fornecida pela fonte é igual a: Sp=O-If = 44020°-3,8808210,89" = 1.707,376£10,89" = 1.676,629 + /-322,564VA Como o capacitor néo consome poténcia ativa, a fonte continua fonecendo os mesmos 1,7 EW que so consumidos pela carga, a qual necessita de uma poténcia reativa de 968 VAr, 5 Potenciasem ccuitos decorentealtemada 119, sendo que a fonte fornece aproximadamente 322,6VAr e o capacitor supre aproximadamente 645,3VAr. Na realidade, ocorre um intercémbio de energia entre o indutor que compoe ‘a carga, o capacitor e a fonte. A cada quarto de ciclo de tenséo, as parcelas de energia fornecidas pela fonte e pelo capacitor sdo armazenadas no indutor, que as devolve no quarto de ciclo de tensao seguinte. Deve-se observar que 0 indutor e 0 capacitor se complementam no que diz respeito a0 intercambio de energia. Isso pode ser confirmado por meio da anélise das Figs. 5.455 € explica o fato de que a corrente na fonte diminui com a incluséo do capacitor, embora a corrente na carga nao se altere. A Fig. 5.17 mostra os fluxos de poténcia com a chave aberta e fechada. (© Com capacitor (R) sem capacitor @ sem copacitor 645,3VAr Fig. 5.17 Fluios de poténca ative e eative Se o capacitor for trocado por outro, tal que Ze = ~j- 1500, tem-se: ke O 44020? © Ze 1502-90" 93390" A Ea corrente na fonte pode ser calculada por: p= fm +e =3,880210,89°A Note que, com o novo capacitor, a corrente na fonte estar adiantada em relaglo a tensio. A poténcia complexa nesse capacitor vale: sc=0-lg ‘el .290,6672—90° = ~j+1.290,667 VA Ea poténcia complexa fornecida pela fonte é igual a Sp=O-ff = 44020"-3,88042-10,89° 707,37602~10,89" = 1676,6291 ~ j+322,5644VA M14 Circuitos de corrente alternads ‘Uma vez que o capacitor ndo consome poténcia ativa, a fonte continua fornecendo os mesmos 1,7 KW que sao consumidos pela carga, a qual também continua demandando 968 VAr de poténcia reativa, Porém, com o novo capacitor, a fonte deve absorver 322,6VAr de poténcia reativa, enquanto 0 capacitor supre 1,290,7 VAr. Na Fig, 5.18 tem-se a representacdo dos novos fluxos de poténcia reativa Os diagramas fasoriais completos estdo na Fig. 5.19. SS @ ss moor é Fig. 5.19 Diagamas fasoiis Observe que quanto menor for a reatancia do capacitor, maior seré a corrente por ele, a qual, somada & corrente na carga, resulta em uma corrente total na fonte que pode refletir um comportamento indutivo, resistivo ou capacitive da combinagio carga-capacitor, A ppartir dos diagramas da Fig. 5.19, é possivel concluir que, dependendo da combinagio ccarga-capacitor, a fonte pode suprir ou absorver poténcia reativa, ao passo que a poténcia ative fornecida pela fonte é constante, independentemente do capacitor conectado. A relaggo St= Sm +5c € sempre valida. No circuito da Fig. 5.16, com a chave aberta, sabe-se que a fonte deve suprir uma poténcia fy ativa de 1,7 kW e uma poténcia reativa de 968 VAr. Se assumirmos que o capacitor a ser conectado em paralelo deve fornecer toda a poténcia reativa requerida pela carga, a fonte sera responsavel somente pelo fornecimento de poténcia ativa e, portanto: Se=-/-968VA 493 9909 Assim, pode-se calcula a corrente no capacitor: ors igoore? == I (#) 2,2290°A a , te= (= viet ¢ a sua respectiva impedéncia V2 /:2000 Xe 000 essa forma, tem-se o valor da reatancia do capacitor capaz de suprir toda a poténcia reativa que a carga indutiva necessita, e sabendo-se o valor da frequéncia, pode-se cbter 0 VX. = U2 WC valor da capacitancia, pois Qc 5 Potdncias em crcuitos de covent alternads © mora paral com captor 5 Considere que no circuito da Fig, 5.16, com a chave aberta, a tensao aplicada pela fonte tem um valor eficaz de 15KV e a carga é do tipo indutiva, com P= 1 MWe Q= 1MVAr. Esta é a situacio normalmente encontrada em instalagées industriais, onde a indiistria representa ‘uma carga indutiva para a concessiondria de energia elétrica, por causa da instalacéo de motores, equipamentos de refrigeracao, iluminacéo fluorescente, transformadores, condicionadores de ar etc. A poténcia complexa proveniente da rede elétrica (Sr) ¢ igual & poténcia complexa da carga (Sz) Sr=S2= 4)-Q=14j-15 42245 MVA © fator de poténcia global é igual a0 cosseno do angulo de defasagem entre a tensao aplicada e a corrente total, ou, ainda, igual ao cosseno do angulo da poténcia complexa Sr Assim: fp = costo) 05(45*) = 0,707 © valor eficaz da corrente total é: ‘Atransmissio de poténcia da rede elétrica (fonte) para a carga através de um condutor ideal esté representada na Fig. 5.20. : C=18. 034 8 Fig. $.20 Fluxo das poténcias ava e reativa para uma carga dos, perebe-se que, quanto meiora poténcia reatva suprida for do fator de poténcia. Como a fonte é projetada para atender & poténcia aparente requerida, um baixo fator de poténcia significa que uma pequena porcentagem da poténcia aparente fornecida pela fonte corresponderd a poténcia ativa, referente & dissipacéo de poténcia nos elementos resistivos do circuito. Percebe-se também que, quanto mais baixo 0 fator de poténcia, maior a corrente nos condutores, nos quais ha perdas do tipo Joule (R +2), Portanto, quanto maior a corrente, maiores as perdas na transmissdo da poténcia da fonte para a carga. Finalmente, quanto maior a corrente, maior a ‘queda de tensdo nos condutores e menor a tenséo aplicada sobre a carga, pois os condutores 18m suas proprias impedancias. ME Cireuitos de corrente alternada ‘Tendo em vista os fatos apresentados, conclui-se que é vantajosa a elevagio do fator de poténcia da instalacdo. Com o fechamento da chave e, portanto, com a conexo de um ou ‘mais capacitores em paralelo, pode-se conseguir que a fonte forneca somente a poténcia ativa, a0 passo que a poténcia reativa necessdria ao funcionamento da carga é suprida pelos capacitores. © circuito alterado, no qual é inserida uma fonte de poténcia reativa, é ilustrado na Fig. 5.21 Copacitores) Oo ondutor ° ro 2 » om » = * Lo si=P +10 Fig. 5.21 Fluxo das poténcas ativae reatva para a carga com a canexdo de capacitors) em paralelo Anova poténcia aparente fomecida pela rede elétrica serd ls: 1 MVA, que é menor que a poténcia aparente fornecida anteriormente, © novo fator de poténcia global sera: Ea corrente total passa a ser: que é menor que & corrente fornecida anteriormente. A diminuigdo da corrente deve-se & eliminagio da componente de poténcia reativa que era transfer da fonte para a carga O procedimento adotado para a elevagio do fator de poténcia de uma instalagdo, que consiste na insergéo de ume fonte de poténcia reativa (capacitor em paralelo), é denominado de correct do fator de poténcia. - Deve-se notar que nao hé alteracio no modo de operacio da carga, garantindo-se as resmas poténcias ativae reativa de que cla necesita, sendo que a potenciareatva pode ser fornecida por outra fonte (capacitor em paralelo), cuja instalagdo implica custos adicionais, H6, portanto, uma compensagao entre a economia obtida com a fonte eos condutores e os gastos de instalacdo de fontes de poténcia rentiva, Sabe-se que fatores de poténcia altos ‘5 Foténcias em circuits de corente lternada "7 visam a um aumento da eficiéncia de utilizacdo dos sistemas de geragio e transmisso de cenergia elétrica existentes. ‘No Brasil, a Agencia Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estabelece, por meio da resolucéo ‘3? 414 de 9 de setembro de 2010, que o fator de poténcia deve ser no minimo 0,92 capacitive durante 6 horas da madrugada e no minimo 0,92 indutive durante as outras 18 horas do dia No momento, essa resolucdo deve ser cumprida pelo setor industrial, e quem a descumpre esté sujeito a uma espécie de multa, que leva em conta 0 fator de poténcia medido ¢ = energia consumida ao longo de um més. Nesse caso, a respectiva fatura do consumo de energia elétrica passa a ser calculada da seguinte forma: 0,92 Valor a pagar = custo da energia consumida Find 6.15) Esse célculo pode resultar em um acréscimo considerével no valor @ ser Pago. # Exemplo 5.8 Considere o circuito alimentado em 60 iz mostrado na Fig 5.22, em que um motor de uma india, é submetido a testes de desempenho. tht Ot Fig. 5.22 Circuito para o Exemplo 5.8 Note que na Fi elétrico, As medidas obtidas foram: 127 V; 5A; SOW. 5.22 tem-se a representacéo padronizada de um wattimetro em um diagrama a} Calcule as poténcias aparente e reativa fornecidas ao motor. b) Calcule a impedéncia do motor e apresente o diagrama fasorial c] Obtenha as leituras nos amperimetzos e no wattimetro apés o fechamento da chave, om a conexio de um capacitor de 33 pF em paralelo com o moter. 4] Apresente o diagrama fasorial para a nova situagao, a] As poténcias aparente e reativa fomecidas ao motor sio calculadas por: Isj=u-r 27 635va OQ = y/S/?—P? = 391,4VAr A poténcia reativa apresenta valor positive, pois 0 motor & um equipamento de caracteistica indutiva. 18 Circuitos de corrente alternada b] O médulo da impedancia do motor é facilmente calculado por: |Z| = } = 25,49 O Angulo da impedancia é dado por: ta(g)=$ = 9=38,1° E, assim, a impedéncia corresponde a Z = 25,4238,1°0 ‘Tomando-se a tensdo de entrada como referéncia angular, pode-se obter o fasor de corrente: f= 5/-38,1° A. Portanto, a corrente esté atrasada em relacGo a tensio. r Orespectivo diagrama fasorial esté na Fig. 5.23, Fig. 5.23 Diagrama fesoial para o cir ¢] A impedncia do capacitor é ee oeacs Zc 10.40 wc) 7 377-33-10-6 Apés o fechamento da chave, circula pelo capacitor a corrente: I 2 12740" 1,58290°A <* Ze 8042-30" ” CComo a tensio de entrada permanece a mesma, a corrente pelo motor também nao se altera (iu cte,), mas a corrente de entrada (Ir), cujo valor eficaz é medido pelo amperimetro, vale: fp =52-38,1° + 1,58290° L21Z-20,9° A A poténcia lida no wattimetro é: lof Teg COS() = 127 -4,21 -cos(20,9°) = SOOW ou seja, a insercao do capacitor nao altera a poténcia lida no wattimetro, Na realidade, esse resultado jé era esperado, pois se sabe que o capacitor ndo consome poténcia ativa. 4] 0 diagrama fasorial, apés o fechamento da chave, é mostrado na Fig. 5.24. Lugar geomésrico (© Angulo de defasagem entre a tensdo ea corrente diminuiu apés a entrada do capacitor em operagio. A corrente pelo capacitor esta sempre 90° adiantada em relagdo & tensao sobre ele, Assim, a soma dos fasores das cor- rentes pelo capacitor e pela carga resulta em tum fasor cuja extremidade esté sobre a linha pontilhada mostrada na Fig. 5.24. Essalinha Fig. 5.24 Diagrama fasral para o crcito do define o lugar geométrico da extremidade do Exempla 5.8—chave fechada fasor da corrente de entrada. ‘5 Poténcasem cruitos de coventealterada 119 # Exemplo 5.9 ‘Uma indiistria é alimentada pela empresa distribuidora de energia elétrica, conforme mostra a Fig. 5.25. Entrada 0 Dior a |p Istria Fig. 5.25 Circuito para o Exemplo 5.9 A tensio é de 15kV, 60 Hz, e sua carga total é representada por um circuito RL paralelo: R=100 Xi 1s00, ‘A indiistria dispde de um banco de capacitores para a correcao do fator de poténcia, os quais podem ser postos em operacio por meio do fechamento de uma chave. a] Com a chave aberta, determine as poténcias ativa, reativa e aparente fornecidas pela fonte, bem como a corrente fe o fator de poténcia na entrada da indistria. b] Determine o valor do capacitor a ser inserido para que o fator de poténcia na entrada passe a ser igual 2092 indutiva e obtenha as novas poténcias e a corcentel. a] As correntes pelo circuito sao calculadas por: ; 0 _ 15-1020" pena a is0zora R-~ 100 C__ 15-1080? XL ~ 50z90° 1002-90°A 180,32-33,7°A, Tlg+h, =150-j-100 A poténcia complexa entregue pela distribuidora & 15+ 10°20" - 180,3233,7° = 2,70233, 120 Circuitos de corrente alternada Logo: Isl =2,70Mva, P=2,25MW Is1 S=2,70233,7°MVA lo Q=150MVvAr 6 {P= c05(33,7") = 0,832 indutivo \ - © triéngulo de poténcias para essa situagéo é mostrado na Fig, 5.26. ] Com o fechamento da chave, a poténcia fornecida & carga continua a mesma, pois a tensio aplicada sobre ela se mantém e o capacitor inserido no circuito no consome poténcia ativa: Fig. 5.26 Tidngulo de poténcias com a chave aber 2,25MWw Com relagio & poténcia reativa, esta serd fomecida em parte pelo capacitor e em parte pela fonte, O novo éngulo da poténcia complexa & obtido a partir do fator de poténcia desejado cos“40,92 = 493,1" Como se deseja um fator de poténcia indutivo, adota-se 9’ = —23,1° Conhecidos 0s valores de P e o’, podem-se determinar os novos valores das poténcias aparente e reativa fornecidas pela fonte: [5']= 7 = 21 assava fp" 0,92 “ 9 =|S"|-sen(o) = 2,45 10°. sen(23,1") = 0,96MVAr A nova poténcia aparente é menor que a anterior. A poténcia reativa a ser fornecida pelo capacitor AQ é determinada pela diferenca entre as poténecias reativas fornecidas pela fonte depois e antes de sua insercao: rn 0! -0=0,96-1,50=~0,5¢mvar O tridngulo de poténcias para o circuito com o capaci- tor corresponde ao triangulo interno na Fig. 5.27, na qual estd representada a parcela de poténcia reativa fomecida or ele (AQ), Pode-se obter o valor do capacitor a partir da poténcia Teativa AQ que ele deve fornecer ao circuito. Para uma tensio U = Uefa, acorrente no capacitor Fig. 5.27 Tidnguas de pons (em e com capacitor) fet (a+ 90°) A poténcia complexa fornecida ao capacitor vale: corresponde af Pcs Scap = Upg-Ip¢Z—90° + 4° 2P. cap 5 Fottncias em cieutos de corertesternada 121 Definindo Zc como a impedancie do capacitor, tem-se: segn Ue = Ue ee iZel Xe °C Veg A poténcia reativa no capacitor vale, entao: Finalmente, 0 valor do capacitor é: 6.16) Lugar geomeétrico Aplicando-se essa equagio ao Exemplo 5,9, obtém-se C=64nE. Ea corrente fornecida pela fonte vale 163,3 2-23,1° A, sendo portanto, menor que a corrente total na carga. ‘Aig. 5.28 mostra os fasores de tens e corrente antes depois da corregao do fator de poténcia, enela se pode notar o efeito da ligacéo do capacitor em paralelo com : a carga. Acorrente fe no capacitor, adiantada de 90° em relagao Fig, 5.28 Diagramafesria para o Exempla 5:9 a tensdo, soma-se & corrente pela carga, resultando uma nova corrente total i’. Pode-se notar também que 9’ < @, ‘o que significa um aumento do fator de poténcia. Quanto maior o valor do capacitor, maior acorrente fc, fazendo com que a defasagem entre U e {" diminua ainda mais. A extremidade do fasor da corrente segue o lugar geométrico representado pela linha pontilhada da Fig, 5.28. O valor minimo de” ocorre para um determinado valor de fe para o quel a defasagem entre Ue Vf énuk ou seja, o circuito passa a apresentar um comportamento resistivo. ‘Aumentando-se ainda mais o valor do capacitor, a corrente I’ passa a crescer novamente, ficando adiantada em relagio a U. Nesse caso, a defasagem entre U ef” comeca a aumentar ¢, portanto, o fator de poténcia diminui. A partir de entio, o circuito passa @ apresentar um comportamento capacitivo. © método de obtengio do valor do capacitor por meio da andlise do triéngulo de poténcias é-valido quando @ mesma tensdo é aplicada ao capacitor e & carga, ou seja, quando as duas impedéncias esto em parelelo. Esta é a situacio usual. £ possivel corrigir o fator de poténcia acrescentando capacitores em série com a carga; no entante, isso no ¢ feito na prétia. A corregio do fator de poténcia com a ligacao de capacitor em série resulta em um aumento da corrente fornecida pela fonte e em um aumento da tenséo na carga, podendo, portanto, ‘causar danos aos equipamentos, No entanto, a instalacdo de capacitores em série, também 122 Circuitos de corrente alternada chamada de compensacdo série, é utilizada em outras situacdes na operacio de sistemas elétricos de poténcia. (0 procedimento descrito no Exemplo 5.9 é frequentemente realizado em indiistrias, cuja carga é fortemente indutiva. No caso de instalagées residenciais, s6 é medida e cobrada a poténcia ativa consumida, pois a poténcia reative apresenta valores despreziveis do ponto de vista da empresa distribuidora de energia. Acorteco do fator de poténcia implica também a diminuigo da queda de tensdo e das perdas de poténcia ativa em linhas de transmisséo. Gonforme jé demonstrado, a corregfo do fator de poténcia resulta na diminuigéo da corrente. Assim, a queda de tenso na linha serd menor. As perdas de poténcia ativa na linha de transmissio, que representam basicamente «© aquecimento do condutor pela passagem de corrente por ele, so dadas por Pr =A log ‘A potncia de perdas na linha de transmissio também depende da corrente, Se a corrente aiminui com a corregio do fator de poténcia, as perdas na linha também diminuem, Conclui-se, pois, que a correo do fator de poténcia aumenta a eficiéncia e a qualidade de ‘operacéo de uma instalacéo, liberando a capacidade de fornecimento das fontes, melhorando o perfil de tensées, por meio da diminuigdo das quedas de tensio, reduzindo as perdas ¢ ‘também os gastos com as contas de consumo de energia elétrica. oe CO video “Comregéo do fator de potencia” apresenta um procedimento pratico para um mator monofésico, EXERCICIOS 5.1 Comparando as Eqs. (5.5) e (5.6) e as Figs. 5.4¢ 5.5, comente sobre o comportamento elétrico do capacitor e do indutor sob o ponto de vista da energia armazenada. 5.2 Em um motor monofésico com fator de poténcia 0,4 so conectados, em paralelo, capacitores de 1pF, ¢ obtém-se a tabela: quantidade de capacitors 0 891 2 3 4 5 6 7 8 8 _ouantidade decapacitores 08S cos @ 04 05 06 07 08 09 19 09 08 07 esse 2) Sendo 9 a defasagem entre a tensio e a corrente na fonte de alimentacio, caracterize o comportamento elétrico (indutivo, resistivo ou capacitive) desse circuit. Justifique. b) 0 que ocorte com 0 rendimento do motor & medida que se aumenta o valor do capacitor conectado em paralelo? Justifique 9) Oque ocorre com a magnitude da corrente no motor & medida que se aumenta o valor do capacitor conectado em paralelo? Justifigue. 5 Pottncias em circuits de corente sermada 123 5.3. Vocé, como engenheito(a), foi chamado(a) para verificar se a poténcia de uma limpada incandescente comum correspondia ao valor nominal. Estando disponivels um ‘wattimetro, uma fonte ca. variavel, dois voltimetros e dois amperimetros, desenhe ‘um diagrama elétrico padronizado com a instrumentagao minima necesséria para fazer essa verificagio. 54 Vocé, como engenheiro(a) recém-contratado(a) de uma industri, foi encarregedo(a) de determina, por meio de instrumentos de medidas, a poténcia ativa suprida @ um ‘motor monofsico em uma determinada parte do procesto. 1a) Apresente um diagrama elétrico padronizado para fazer essa determinacéo. b) Como vocé determinaria a poténcia reativa? c) Como vocé determinaria o respectivo fator de poténcia? 4) Caso vocé obtenha um fator de poténcia préximo de 0,6 indutivo, como melhoraria esse valor? 55 Cite, no minimo, duas vantagens que justifiquem a corregao do fator de poténcia em uma instalagéo elétrica. 5.6 Das quatro grandezas: Poténcia Complexa, Poténcia Aparente, Poténcia Ativa ¢ Poténcia Reativa, qual delas corresponde & grandeza elétrica: 2) utilizada no dimensionamento de instalacées elétricas industriais e também {de equipamentos em geral (transformadores, motores etc.)? ) que, nos circuitos em geral, é convertida em outras formas de poténcia: mecénica, térmica, actistica etc.? . @) associada & energia necesséria para formar os campos eletromagnéticos ne- cessérios em determinados equipamentos, como, por exemplo, nos motores? 5.7. Quais as denominagées técnicas das grandezas elétricas medidas em: a) VA, KVA, MVA etc? b) W, kW, MW etc.? 5.8 No circuito da Fig, 5.29, o voltimetro indica 127 V e o amperimetro, 1.4. Assinale as afirmacdes corretas, as erradas e as que do permitem alguma concluséo. Justifique a) Se a carga for um resistor, a poténcia ativa vale 127 W. ») Se a carga for um resistor, a poténcia aparente pode ©) Se a carga for uma lampada incandescente, @ potén- cia ativa vale 127 W. 4) Sea carga for um motor monofésico, a poténcia ativa Fig, 5.29 Circuito do Exerccio 58 menor que 127 W. 124 Cireuitos de corrente alternada @) Sea carga for um motor monofiésico, a poténcia aparente vale 127 VA. ) Sea carga for um capacitor, a poténcia reativa vale 127 VAr. g) Sea carga for um motor monofasico, a poténcia ativa pode ser obtida se também. for medido o angulo de defasagem entre a corrente e a tensio, 5.9 Um determinado equipamento est conectado a uma fonte senoidal monofasica, sendo u(t) = 311,127 - sen(377 £420") Ve i(t) = 70,711 -sen(377+t-15°) A. a) Obtenha o fator de poténcia e a poténcia ativa, Resp.: 0,819; 9,01 kW. b) O fator de poténcia obtido no item (a) atende ao minimo exigido atualmente no Brasil? Se ndo atende, o que vocé recomendaria para atingir o valor minimo? Apresente todos os calculos da sua proposta. Resp.: 135,41 uF ©) Com relacao ao item (b), hé alguma redugdo na corrente? Se houver, qual 0 percentual de reducao? Resp.: 11%; 44,52 4) Trace o diagrama fasorial, 40 V/cm e 6 A/cm, para os fasores de tensio e correntes do item (b), Referéncia: um trago horizontal indicando 0° 5.10 Esboce um diagrama elétrico padronizado e descreva 0 respectivo procedimento experimental para obter a poténcia ativa em um motor elétrico 20/5 /60H2, dispondo somente de um osciloscépio com dois canais e um resistor 15 A/60 mv. 5.11 Uma fonte ca. supre uma tensdo de 220V, 60Hz, a impedancia 6,0+)-8,09. Obtenha a corrente na impedancia e a corrente ne fonte apés a conexio em paralelo de um capacitor de 137 pF. Resp.: 22,0£-53,13" A; 14,6£-25,30° A 5.12. As impedancias 27,5260°Q e 22,0230°O tém em seus terminais a mesma tenso: 220V, 60Hz, Determine as magnitudes de todas as correntes, os valores de todas as poténcias eo fator de poténcia global Resp.: 8,04; 10,0 7,39 A; 3.826,80 VA; 2.785,30 Wi; 2.624,22 VAr; 0,728 5.13 Diante da realidade do setor elétrico brasileiro, sob o risco de “apagio", as induistrias tém adquirido geradores movidos por motor a diesel. Vocé, como engenheiro(a) encarregado(a) de especificar a compra desse tipo de gerador, encontra um antincio com as seguintes especificagdes de um gerador monofisico: MARCA: Mitsubishi modelo 6.700 POTENCIA: 6.700W" ‘TENSAO: 220 (tensio eficaz nominal) CORRENTE: 35 A (valor eficaz nominal) ACENDE ATE 360 LAMPADAS DO TIPO ECONOMICA ~ 15W (florescente compacta) Sabendo que o valor do fator de poténcia desse tipo de lampada é 0,5, vocé concorda com as especificacdes do antincio? Justifique. Se for o caso, refaca as especificagées, considerando que a carga pode ser qualquer uma. 5 Porénciasem cicuitos deconente atenada 125 5.14 No circuito mostrado na Fig, 5.30, 0 motor [MJ tem uma poténcia elétrica de 1,0 kW, com fator de poténcia 75% e rendimento 80%. am hy oo) oe) 99 Fonte ca, ane | i) [ | | TT TJ Fig. 5.30 Motor em paralelo com capacitor ‘As capacitancias associadas &s chaves CH1, CH2 e CH3 esto em ordem crescente de valores, Complete a tabela a seguir: ‘Chave Fechada (A) P(W) Peo (HP) Q{VAs) cos@ —_Indutivo ou capacitive? Justifique. Nenhuma 6,06 socHi 535 86 CHR 478 $6. CH3 625 86CHS 5.15 Por meio de um tinico diagrama fasorial, explique por que um capacitor conectado a ‘um motor (carga indutiva) pode melhorar (aumentar) o fator de poténcia. 5.16 Quatro cargas estdo conectadas na rede elétrica de uma indiistria cuja tensio é de 220, 60 Hz: + um motor de 4 HP, 220, com eficiéncia de 75% e fator de poténcia 0,8 atrasado; = um motor de 6 HP, 220V, com eficiéncia de 80% e fator de poténcia 0,85 atrasado; + um chuveiro de 4kW, 220V; + um equipamento com poténcia aparente de 1KVA, 220V e fator de poténcia 0,75 adiantado. obtenha 0 fator de poténcia global e a corrente total, justificando o respectivo comportamento global: indutivo, resistive ou capacitive. HP = 746W Resp.: 0,927; 70,248 5.17 Na Fig. 5.31 estdo indicadas trés cargas: uma lampada de 100 W, um chuveiro de 5.500 W eum motor cuja impedncia é 4,209 +/-3,1579. 126 Cireuitos de corrente alternada Supondo fio ideal (resisténcia desprezivel em relago as cargas), obtenha, na forma polar, a corrente total, supondo todas as cargas ligadas. _Resp.: 64,03/-23,070° A Fiode cobre recozide 20v Fie de cobre Fecozido Fig. 531 Tiéscargas em paralelo 5.18 © motor indicado na Fig, 5.32 apresenta uma impedéincie de 4,209+j-3,1570. Fo de coore recozide Fiode cobre recoaido Fig. 5.32 Motor em paralelo com capacitor Calcule: a) acorrente na fonte na forma polar; Resp.: 41,82~36,870" A b) 0 fator de poténcia do motor; Resp: 0,8 ©) acorrente na fonte apés a instalacdo de um capacitor (chave fechada) para atingir o valor minimo do fator de poténcia estabelecido no Brasil; Resp.: 36,35 -23,070" A 4) as perdas por efeito Joule nos fios, antes e apés a instalagéio do capacitor, considerando que a resisténcia total de 0.03440, Resp. 60,1 W; 45,4W 5.19 A Fig. 5.33 mostra um motor elétrico e os valores medidos da poténcia ativa e da corrente em funcionamento normal. Um capacitor foi instalado para a correcio do fator de poténcia para o valor fixado pela resolucao n° 414 da Aneel. Calcule: a) a poténcia reativa do capacitor e selecione o mais adequado de acordo com a tabela; Resp.: 5,0kVAT 5 PotEnis em cleutos de corente aterneda 127 1372 kW mn Ccondutor Or x rea Leo vot 25 3.0 50 60 25. 100 129 15.0 200 20 eee) 20 V— 60 He Capacitores monotasicos Condutor Fig. 5.33 Motor em paralelo com capacitor b) as correntes (forma polar) no capacitor selecionado € no condut Resp.: 22,7390" A; 66,87£-21,15° A ¢) acapacitancia do capacitor selecionado. Resp. 274,0nF 4) Trace os triéngulos de poténcias conforme a Fig. 5.27. LEITURAS ADICIONAIS BOLTON, W. Analise de circuitos elétricos. S80 Paulo: Makron Books do Brasil, 1994 CASTRO} Paulo: Editora da Unicamp, 1995. CA; TANAKA, M. R, Cireuitos de corrente altemmada - Um curso introdutério, $40 BURIAN JR., ¥;LYRA, A. C. C. Circuitos eletrcos. So Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. BARTKOWIAK, R. A. Circuitos elétricos, $40 Paulo: Makron Books do Brasil, 1994. 128 Circuitos de corrente alternads Circuitos Trifasicos Na pratica, quase toda energia elétrica é gerada e transmitida por circuitos twifésicos, e uma parcela dos consumidores, principalmente industtiais, utiliza equipamentos trifésicos. Portanto, este capitulo é dedicado a anélise desse tipo de circuito, iniciando pelas conexées usuais de fontes ¢ cargas trifésicas, Sio definidos valores caracteristicos em circuitos trifésicos e salientadas as diferencas entre as magnitudes das tensbes e dascorrentes em circuitestrifésicos com carges balanceadas e desbslanceadas, Apresentam-se métodos de resolugio de circuitos 6.1 FONTE DE TENSOES TRIFASICAS ‘Uma fonte de energia elétrica trifésica pode ser entendida como uma composicéo mostra a Fig. 6.1. i Oo } [Dan | toh —— : poe : Fig. 6.1 Font trifisica Oscandutores A, Be C sio denominados fases, as quais associa 3 ‘medidas em relagio ao terminal comum, chamado de neutro (N), que geralmente é aterrado (poten cial zero). Essas tenses so denominadas tensées de fase. A Fig. 6.2 ilustra um voltimetro medindo o valor eficaz da tensao de fase Ucn, = ia 3 : ae : ' a Notacéo: @ letra maitiscula com acento circunflexo corresponde ao fasor €a letra maitiscule sem acento corresponde ao valor eficaz da grandeza elétrica. No dominio do tempo, as tensdes de fase so ex- . _| pressas por: Um = 327 nv Re —4 uan(t) = ¥2-Ugn-sen(w-t+aa) (62) Ua = 327 CW) upn(t) = /2-Upy-sen(w-t+op) 62) v ucn(t) = V2-Ugn-sen(w:t+ac) 63) Fig. 6.2 Conceito de tensdo de fase Se as tensbes de fase tiverem o mesmo valor eficaz (U), ou seja: Uan = Usn = Ucn =U eestiverem defasadas entre si de 120": diz-se que a fonte trfésica é equilibrada, que é 0 de- sejével para todas as fontes trfésicas, como ilustrado na Fig. 63, a Considerando-se a tensao de fase Oay como refe- ait) réncia, como indica a Fig. 63,¢ adotando-se a notagao vel’) fasorial, em uma fonte trifésica equilibrada tem-se: Fig. 6.3 Farmas de onda tifsicas an = UL" 6a) Opyy = UZ—120° 6 gn = Uz-240" 69) £ possivel termos as trés tensdes senoidais na [volts] sequéncia indicada na Fig. 64 (compare com a Fig. 6.3). Nesse caso: = G wt [radianos] San = ue ep Opy = UZ~240" = UZ120° 6a) Don = UZ-120° 9) va) y(t) Para diferenciar a Fig. 6.3 da Fig. 64, diz-se quena at) | primeira as tensées esto na sequéncia de fases ABC e na outra, na sequéncia de fases ACB. Fig. 64 Formas de onda tilsicas 480. Circuitos de corrente alternada # Exemplo 6.1 Considere que nos terminais da fonte trifésica da Fig, 6.1 tém-se as tensGes ilustradas na Fig. 65. . uan(t) = ¥2-U-sen(w-t) \, et lradionas} Upn(t) = ¥2-U-sen(w-t 120°) uon(t) = ¥2-U-sen(w-t +120") (Qual seria o valor da tensao medida por um volti- ‘metro conectado aos terminais A. B da fonte? ‘Attensio entre os terminais A ¢ B pode ser obtida pela aplicacao da “Lei das Malhas de Kirchhoff”: Fig. 6.5 Formas de onda tifisicas Fase A Fase 8 Fase c ia ~ Opn = San + (-Opn) Ong = U0" - Ud(-120"7)= U-U. : v3 Opp = Vi-u- [45 = V3-U. [c0830"+)-sen30") = V3-ULI0° 5 A obtengio gréfica da tensio Uap é apresentada a so a Fig. 6.6 Obtencio géfca de Ung, no diagrama fasorial da Fig. 6.6. Concluséo: a tensdo entre os terminais A e B apresenta um valor eficaz /3 vezes maior e est 30° adiantada em relagio a tensio de fase Onn. es de fase, denominada tensfo n ésenoi- dal, porém com amplitude V3 vezes maior, ¢ o Angulo de fase, dependente das tensées consideradas. A Fig. 6.7 ilustra um voltimetro medindo o valor eficaz da tensao de linha Uc. Ong = Oan - Opn = V3-UZ30"° (6.10) Osc= Opn -Uen = V3-UL-90" 1 Oca = Oey - Van = V3-UZ150° (6.2) CONVENGAO: a] Para a sequéncia de fases ABC: Observando esta notacéo AB BC GA, as tensdes de linha sao denotadas por: 6 GreutosTifisies 131 220 ty Fig. 6.7 Concelto de tensdo de nha Dj Para’a sequéncia de fases ACB: Observando esta notagao AC CB BA as tensdes de linha sao denotadas por: Onc Oca Opa {As tenses podem ser representadas fasorialmente como ilustrado na Fig. 6.8. ® seautocla de tose a9 @) seauenci de tases aco 8 Fig. 6.8 RepresentacSo fasoral das tensbestitisces Observe e que, em uma fontetrifésica equilfbrada, tanto a soma das tensdes de linha como soma das tensées de fase so nulas, em qualquer instante de tempo t Sabemos que a fase de uma forma de onda é um valor arbitrério, que tem a finalidade de estabelecer um referencial de tempo para a forma de onda, No entanto, a diferenca de fases (defasagem) entre duas formas de onda é bem definida e tem importancia fundamental na andlise de um circuito trifésico. 132 Creuitos de corrente alternada fundamental, além disso, o conhecimento da sequéncia de fases, pois em um motor tifsico, por exemplo, o sentido de rotagao € determinado pela sequéncia de fases, como veremos no Cap. 10. A sequéncia de fases também é importante quando ha necessidade de conectar entre si dois ou mais circuitos tifésicos que tenham a mesma frequéncia ea ‘mesma tensio (magnitude e angulo). t ‘Amagnitude eo angule de fase das correntes dependem da carga conectada aos terminals do gerador, como comentado a seguir. Os videos "Tenses triésicas” e “Conexdes residencias na rede eletrica” apresentam ume visGo pética [dos concetos apresentados neste item, 6.2 CONEXOES TRIFASICAS Basicamente, tanto as fontes como as cargas trifa- sicas podem ser conectadas, formando as seguintes (4) €#*el (com neuro ligagées: he a ( * Estrela ou Y com neutro ja 2 ‘Triéngulo ou A (delta) < 4 3 © 5 : 4 A Fig. 66 ilustra os tipos de conexées para car- 28 trifésicas, Para cada tipo so apresentados dois (8) esta (sem notre modelos de diagrama elétrico das ligagdes das trés_ — .— impedancias, — a se asf ter inpedancias da carga forem iguais (Z1= —, , >-——t | 72=2;), a canga tifisica ¢ denominada equilibrada; . 2% < caso contréri é dengminada desequilibrada, ~ Gonsiderando que todas as fontes trifagicas so” a equilibradas, um circuito trfésico ¢ denomi i © Tuanguto ay librado'se a carga for equilibrada, edenominado de. e sequilibrado se a carga for desequilibrada. i A anilise de circuitos trifésicos nfo apresenta novi- » a ie oy dades do ponto de vista da teoria de anélise de circui- 2 lz tos. Assim, as principais caracteristicas dos circuitos trifésicos para os diferentes tipos de carga so apre- z z z lz Zz Sentadas nas proximas secdes por meio de exemplos Fig. 6.9 Ligacées de cargastifésicas numéricos. © CreutosTitasicns 193 6.3 CIRCUITOS EQUILIBRADOS 6.3.1 Carga equilibrada em estrela (Y) Considere 0 circuito trifasico mostrado na Fig. 6.10. Fonte carga Loy Cchave fechaga Fig. 6.10 Carga equilbrada em ¥ com neutro NotagGio: as letras maiisculas A, B, Ce indicam os terminais da fonte eas letras minésculas 4a, b, cen indicam os terminais da carga ‘As correntes nas fases A, B, C so denominadas correntes de linha, e fy é a corrente no condutor neutro. Acarga trifésica ter dutiva de 1600, A tensio de fase 6 v, Considerando a Sequéncia de fases ABC e a tensio de fase Jan como referéncia angular, as tenses de fase fornecidas pela fonte sao iguais a: Oan = 12720°V Opn = 1272-120" don = 1272120" Se admitirmos as fases A, Be Ce também o fio neutro como ideais, néo havendo, portanto, queda de tensio nesses condutores, as tensdes de fase nos terminais da carga sic: Gan = Oan =12720°V Opn = Opn =1274-120°V Den = Den =1272120°V Pode-se também obter as tensdes de linha: Oy = V3-127230" = 220230°V Oye = V5-1272-90 Deg = V3-1272350" 202-90°V 1202150°V 134 Circultos de corrente alternada aa t ors -y wa © tye Bey OHM \ aa Se cada uma das impedncias que compdem a carga vale: ZaR+j-X= 1204-160 = 200253,13°0 as correntes de linha sdo obtidas por meio de: a7" . 200253,13° aati 1272-120" . Fase ~OSRSLA173.15°A : 1272120" . Soaea 01695L66,87° A 3% Ascorrentes de linha tém o mesmo valor eficaz e so defasadas de 120° umas das outras, Assim, para a or equilibrada, basta cé cul ‘A Fig. 6.11 mostra o diagrama fasorial com as ten- sdes e as correntes na carga. Fig. 6.11 Diagrama fasovial para ocircuto da Fig. 6.10 6.3.2 Carga equilibrada em triangulo (A) Observe o circuito triffésico mostrado na Fig. 6.12. Fonte Tz Fig. 6.12 Carga equlbrads em A. As correntes nas fases A, B, C so denominadas correntes de linha, ¢ as correntes nas, impedancias da conexao A so denominadas correntes de fase. CONVENGAO: 2] Paraa sequéncia de fases ABC: ABECCR lan foc ca D] Para asequéncia de fases ACB: ACCBBA => fac fey toa 6 CieutosTrifseos 135 ‘A carga trifésica tem, em cada fase, uma resisténcia de 1200 em série com uma reaténcia indutiva de 1609, e a tensdo de linha é igual a 220V. Considerando a tensio de linha Uae como referéncia angular, tem-se 2020°V Oc = 2202-120" Oca = 2202120°V Se cada uma das impedéncias que compéem a carga vale: 200253,13°0 ZaR4)j-X=1204j-16 as correntes de fase sto obtidas por meio de tg = Jam 22000" ‘ab ~Z ~ 200253, i Ope 2202-120" ber Z 200253, 13° Oca _ 2202120" fea= Sh = Z 200253, As correntes de fase tém os mesmos valores eficazes e esto defasadas de 120° umas /12-53,13°A /12-173,13°A, /1.266,87°A das outras. Consequentemente, a soma das trés correntes ¢ igual a zero. ‘As correntes de linha so obtidas pela aplicacao da “Lei dos Nés de Kirchhoff” nos nés abec. Para oné a, tem-se: In+fea fay =0 Ig. = fy ~ fea = 0,2279 ~j-1,8916 = 1,9053-83,13°A De forma similar, obtém-se para as outras fases: fy = 1,90532156,87°A. 1,9053236,87°A As correntes de linha também tém seus valores eficazes iguais ¢ esto defasadas de 120° umas das outras, Pode-se observer facilmente que a soma das correntes de linha é igual a zero. © respective diagrama fasorial completo esté na Fig 6.13 + ‘A relagio entre corrente de linha ¢ corrente de fase é _ Iq _ 1,90532-83,19° Fig. 6.13 Diagram fasoral para circuito da Fig. 6.12 iyo aes V3L-30" 136 Circuitos de corrente alternada Conclusdo: para a carge A-equilibrada, a corrente de linh maior que 0 da cor M- 6.4 CIRCUITOS DESEQUILIBRADOS 6.4.1 Carga desequilibrada em triangulo (A) © circuito da Fig. 6.146 composto por uma fonte trifésica de 230V de tensio de linha, sSequéncia de fases ACB, que alimenta uma carga desequilibrada em triangulo, Fig. 6.14 Carga deseqitrada em A ‘As impedancias por fase valem: Zap = 100+ -100/3 = 200260" 2 ye = 100 J-100 = 100V32-45°0 Zea = 150 = 15020°0 Para a sequéncia de fases ACB ¢ tensio de linha Ujyq como referéncia angular, as tensbes de linha valem: 7 Opa = 23020" Og =2302120°V Cac = 2302~120°V As correntes de fase so iguais a: Oa _ 23020" yg = 5 = SO ca asc-cora ba Zap 200260" Oey 2302120" Io = 2 = 1.62632165°A Ze 100VaZ—45° 6 GrevtosTiiscas 137

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